Sermões Vol. III, Editio Princeps - LusoSofia
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292 Serrndwsde na Penoía , pelos tortoemos, nhor, que hoje cfcoroü^fcfcre & penas, qüe Chriíto noffo a Cidadede Jeiufakm , pu- Redemptor nella padeceo- zer íeus divinos ollós na 8c pelo fentimento , 8c dor , noffa , & nos affiftir com íua com que rós as deverrxs graç?. Peçemola porintercorrefponder , 8c acompa- ctííaô da Virgem Senhora, nhar. A Igreja univerfal lhe com taõ devoto afft&o de chama a Semana Mayor, noffos coraçoens, que ameporq nella fe confumáraõ os reçamos alcançar, mayores myfterios de noíía Ave Maria. Redempção, os mayores ex- -eeffjs doamor,& miíericor- §. II. dia divina, Sx o mayor, & mais tremendo exemplo de 371 Santo Agoftinho,^ íua juftiça. Nós em fignifi- Saó Bafilio ,8c Saó Pedro Bafi caçam de todas eftas coufas Chryíologo comparaó osChryjunras , chamamos vulgar- quarenta dias da Quartíma/"'. mente à mefma feroana a Sc- aos quarenta dias do Dilumana Santa ^ mas naó fey fe vio univerfal. Naquelle Dias noíías acçoés, 8c exerci» luvio efteve Deos quarenta cios nella reípódcm às obri- dias chovendo çaftigos; negaçoens de taõ fagrado no- fte eftá outros quarenta dias mr. Ora eu tsõ effcandaliza- chovédo mifericordia. Mas do do que algüas vezes aco- fomos os homens fam protece>comozclofo doquehe tenros , que nem por bem, bem fe veja, 8c reconheça em nem por mal pôde Deos todos neftes íantos dias -, o comnoíco : os çaftigos nam affumpro , que fomente vos nos emendaõ, as mifericordetermtno pregar hojejheeí' dias nam nos abrandaó. Barre : Que deve fazer todo o roem fim.Affim como o bar- •'Chriftaó, para que a Semana ro fe endurece com os rsyos Santa fejafanta ? A matéria, do Sol, affim nóscõ os favonem pode fer mais pia , nem res do Ceo naõ nos abranda- -maisútil , nem m3Ís própria mos , antes nosendurecerros. daoecafiaó , fe aquelle Se- mais* Qmeímo que lhe fuci icedeo
dinAe ee.deoi àqaelles antigqs ho-. mens no primeiro dilúvio, nos acontece a nós nefte íegunio. 371 Começou a chover o, Dilúvio de Noé : alagaraôfe na primeira femana os Vjlles, Sz os quartos baixos dos edifícios , fubiraõfe os homens aos quartos altos: choveo a íegunda íemana, vencerão as águas os quartos altos -, fubiraõfe aos telhados : choveo a terceira femana i fobrepujou o dilúvio os telhados jLibiraóíe às torres : chove® a quarta femana$ ficáraó debiixo das águas as torres , 8c as amey as mais altas, fubiraõfe aos montes: choveo a quinta femana ; ficáaõ também affoga-dos os mrmtes -, fubiraõfe finalmente às arvores,& aflim eftavaõ lu!penfos,8c pegados nos ramos. Poftos- nefte eftado os homens, já nam tinhaõ para onde fubir, Sz naõ lhe reftava mais que huade duas:ou nadar,Sc acolherfeà Arca,ou deixarfe affògar, 8c perecer noDiluvio. Oh fe nos viffemos bem nefte grande efpelho ! E quantos denóseftamos hoje no meímo eftado! *9£ Deíde o principio da Quarefma começou Deos.a querer-, nos conquíftar, as AImas, 6c nos íempre a retirar , & a fugir de Deos de íemana em íemana. Paffou a primeira femana da Quarefma, guardámonos p3ra a fegunda: p,affou a feguncli, deixamonos para a terceira: paffou a terceira , efperámos para a quarta •" paffou a quarta, dilatámonos para a quinta:. paffou a quinta, appellámos para à fexta : já eftimos na íexta , Sz na ultima íemana defte dilúvio efpiritual , já eftamos como os do outro dilúvio com as mãos nos ramos das áívores, ou com os ramos das arvores nas mãos: Cadebant ramos de arbori- MAU] bus. M-3. 373 Em dia de ramos eftamos , 8c chegados a efte dia, Sz a efta femana precifa, em que nam ha já para onde retirsr : que he o que nos refta? Ou a ffogar, 8c perecer i K ou refolver , 8?, nadar para a Arca. Os ,daqt!elloutro dilúvio naõ podiaõ nadar, nem íalvaríe na Arca de Noé : huns porque eftavsõ muito longe, outros porque naõ fa- T ij biaõ
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na Penoía , pelos tortoemos, nhor, que hoje cfcoroü^fcfcre<br />
& penas, qüe Chriíto noffo a Cidadede Jeiufakm , pu-<br />
Redemptor nella padeceo- zer íeus divinos ollós na<br />
8c pelo fentimento , 8c dor , noffa , & nos affiftir com íua<br />
com que rós as deverrxs graç?. Peçemola porintercorrefponder<br />
, 8c acompa- ctííaô da Virgem Senhora,<br />
nhar. A Igreja univerfal lhe com taõ devoto afft&o de<br />
chama a Semana Mayor, noffos coraçoens, que ameporq<br />
nella fe confumáraõ os reçamos alcançar,<br />
mayores myfterios de noíía Ave Maria.<br />
Redempção, os mayores ex-<br />
-eeffjs doamor,& miíericor- §. II.<br />
dia divina, Sx o mayor, &<br />
mais tremendo exemplo de 371 Santo Agoftinho,^<br />
íua juftiça. Nós em fignifi- Saó Bafilio ,8c Saó Pedro Bafi<br />
caçam de todas eftas coufas Chryíologo comparaó osChryjunras<br />
, chamamos vulgar- quarenta dias da Quartíma/"'.<br />
mente à mefma feroana a Sc- aos quarenta dias do Dilumana<br />
Santa ^ mas naó fey fe vio univerfal. Naquelle Dias<br />
noíías acçoés, 8c exerci» luvio efteve Deos quarenta<br />
cios nella reípódcm às obri- dias chovendo çaftigos; negaçoens<br />
de taõ fagrado no- fte eftá outros quarenta dias<br />
mr. Ora eu tsõ effcandaliza- chovédo mifericordia. Mas<br />
do do que algüas vezes aco- fomos os homens fam protece>comozclofo<br />
doquehe tenros , que nem por bem,<br />
bem fe veja, 8c reconheça em nem por mal pôde Deos<br />
todos neftes íantos dias -, o comnoíco : os çaftigos nam<br />
affumpro , que fomente vos nos emendaõ, as mifericordetermtno<br />
pregar hojejheeí' dias nam nos abrandaó. Barre<br />
: Que deve fazer todo o roem fim.Affim como o bar-<br />
•'Chriftaó, para que a Semana ro fe endurece com os rsyos<br />
Santa fejafanta ? A matéria, do Sol, affim nóscõ os favonem<br />
pode fer mais pia , nem res do Ceo naõ nos abranda-<br />
-maisútil , nem m3Ís própria mos , antes nosendurecerros.<br />
daoecafiaó , fe aquelle Se- mais* Qmeímo que lhe fuci<br />
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