Sermões Vol. III, Editio Princeps - LusoSofia
Sermões Vol. III, Editio Princeps - LusoSofia Sermões Vol. III, Editio Princeps - LusoSofia
10:4 Sermám da monte: 8c efte he o modo ha coufa, que fe pareça com com que também íe lobe do o Ceo, Si mereça o nome do deíerto. Por iffo os Anjos Ceo, íenam o deíerto. Logo primeiro viraô , que a Alma o deferto he o donde, o deíubia pelo deíerto: Qua efi ferto o por onde, 8c o deferto ifia,.qua afiendit per defer- o para onde fobe quem fobe tum: Sz depois viraõ que íu- ao Ceo. bia do deferto: Quaefitfia, 269 E para que a efte qua afiendit de defino*. De encarecimento da íumma forte qne o deferto heo don- verdade ajuntemos outro de, 8c o por onde fe fobe ao ainda máyor; digo, que fe Ceo. E feeudiííer, que nam depois de hum Bemaventufó he o donde,8c o por onde, rado fubir ao Ceo, lhe fora fenão também o para ondej licito defcer de lá, pc r nen*rn direi cou/a nova , pofto nhum outro lugar trocara o que grande, Diffe o mefmo Ceo, fenam por hum deíet- Chrifto em húa Parábola, to. Vio Saõ--Joaõ' no Ceo que acerto paftor, o qual aquella famofa mulher veguardava cem ovelhassfe lhe ftida do Sol: Signum mag- ^oc\ perdera húa, Si q para achar num apparuit in Calo, mulier 12.1 efta ovelha perdida , dei- amiãa Sole. E vio que a efta xou as noventa Si nove no mulher fe lhe davam duas deferto: Nonne dimiftit no* azas de Águia proporcionais, naginta novem in deferto. O das à fua grandeza: Et data I ^- 1 5; 4-Paftor he Chrifto, a ovelha funt mulieri ala dua Aquüa Hperdida o homem, as novem magna r :mas para que? Efta ta Si nove,os nove coros dos mulher pofta no Ceo , 8c ve- Anjos, 8c o deferto o Ceo. ftida do Sol, fignifica qual- Mas fe eíTe meímo Ceo o quer Alma fanta , illuftrada deixou o Senhor povoado já com o lume da Gloria , Sz com tantas Jerarchias ,8c tã- por iffo bemaventurada. tos coros de Anjos, como lhe As azas de Agiria, que nam chama deferto l Porque fal- íaõ próprias da natureza hulava por coparação às cou- mana , íignificaõ algum prifas da terra : 8c na terra nam vilegio particular} 8c fobre- '•-' :í natural,
Quarta Dominga da Quarefma. '20c natural, que a efta mulher fe Thabòr, 8c do mefmo Mon* concedto:8c fuppofto que te Olivete } grande razão tejá hebenuventuradaJ8ceftá ve o Evangeiifta em callar o no Ceo, de que ufo lhe pó- nome próprio do monte* dem fer as a2as ? O mefmo onde o Senhor hoje fe reti- Texto o diz: Data funt mu- rou : Sc por iífo tendo já de- Iteri ala dua Aquüa magna, cia rado , que era deferto, fe ut votarei in defirtum. De- contentou com lhe chamar ráofelhe duas azas de Águia monte : In montem. grande, para que voaíTe ao deíe to. Pois ao deferto ha §. V de voar huma Alma j que já eftá no Ceo, & naBemaven- ijo Ipfefilus. Efta hea tu>ança? Sim. forque ne- ultimaclaufula ,qne fórefta nhuma Alma eftá no Ceo do noffo Texto: & pefame por msis beniávéiurada que de chegarmos a ella taõ tarfejarqueÍMÍvcíTe licença,8t de. Retiroufe oSenhor , ou privilegio de Deos para dei- fugio para o monte, 8c retixar por algum tempo o Ceo, roufe elle fò: Ipfefilus. Nefe não vieífe de boa vontade fta palavra eftaõ reerpilameter em hum deferto. O dos , ou feamente pintados eftado do Ceo excede à vida todos os horrores, Si medos do deferto em lá fc gozar a da foledade. E quantos de- Deos com mayor claridade} ftes medrofbs cobrindo o mas o deferto excede ao mefmo medo comapparen- Ceo em cá fe gozar a Deos cias de diferetos, eftaraõ alcom o merecimento , que lá legando como Salamaõ , 8c naõ tem lugar: 8c por iffo dizendo com elle: Va foh:Eçcf. íem aggravo, antes com li- ay do fó. Sentença foy efta 4- I0 * fonja do amor de Deos, fe daquelle Rey fapientiftimo:: pôde trocar o Ceo por hum Sz íem lhe pergünrarmos a deferto. E como eftas prero- razão, elle a deu logo : Qutafy^. gativas do deferto excedem cum cecideht, non habet fuás do Monte Horèb , às do blevantem fe. Ay do íó j por- Monte Sinay , às do Mente que quando cair-, n&õ terá quem
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com que também íe lobe do o Ceo, Si mereça o nome do<br />
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primeiro viraô , que a Alma o deferto he o donde, o deíubia<br />
pelo deíerto: Qua efi ferto o por onde, 8c o deferto<br />
ifia,.qua afiendit per defer- o para onde fobe quem fobe<br />
tum: Sz depois viraõ que íu- ao Ceo.<br />
bia do deferto: Quaefitfia, 269 E para que a efte<br />
qua afiendit de defino*. De encarecimento da íumma<br />
forte qne o deferto heo don- verdade ajuntemos outro<br />
de, 8c o por onde fe fobe ao ainda máyor; digo, que fe<br />
Ceo. E feeudiííer, que nam depois de hum Bemaventufó<br />
he o donde,8c o por onde, rado fubir ao Ceo, lhe fora<br />
fenão também o para ondej licito defcer de lá, pc r nen*rn<br />
direi cou/a nova , pofto nhum outro lugar trocara o<br />
que grande, Diffe o mefmo Ceo, fenam por hum deíet-<br />
Chrifto em húa Parábola, to. Vio Saõ--Joaõ' no Ceo<br />
que acerto paftor, o qual aquella famofa mulher veguardava<br />
cem ovelhassfe lhe ftida do Sol: Signum mag- ^oc\<br />
perdera húa, Si q para achar num apparuit in Calo, mulier 12.1<br />
efta ovelha perdida , dei- amiãa Sole. E vio que a efta<br />
xou as noventa Si nove no mulher fe lhe davam duas<br />
deferto: Nonne dimiftit no* azas de Águia proporcionais,<br />
naginta novem in deferto. O das à fua grandeza: Et data I ^-<br />
1 5; 4-Paftor he Chrifto, a ovelha funt mulieri ala dua Aquüa Hperdida<br />
o homem, as novem magna r :mas para que? Efta<br />
ta Si nove,os nove coros dos mulher pofta no Ceo , 8c ve-<br />
Anjos, 8c o deferto o Ceo. ftida do Sol, fignifica qual-<br />
Mas fe eíTe meímo Ceo o quer Alma fanta , illuftrada<br />
deixou o Senhor povoado já com o lume da Gloria , Sz<br />
com tantas Jerarchias ,8c tã- por iffo bemaventurada.<br />
tos coros de Anjos, como lhe As azas de Agiria, que nam<br />
chama deferto l Porque fal- íaõ próprias da natureza hulava<br />
por coparação às cou- mana , íignificaõ algum prifas<br />
da terra : 8c na terra nam vilegio particular} 8c fobre-<br />
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