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Transistor como detetor de luz ("Fotoscópio") - Unicamp

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Células solares “caseiras” 381<br />

elétron-buraco e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do comprimento <strong>de</strong> onda usado.<br />

A noção simples <strong>de</strong> que quanto maior for a intensida<strong>de</strong><br />

da <strong>luz</strong> inci<strong>de</strong>nte na célula maior será a corrente<br />

produzida, esbarra no valor da eficiência quântica que<br />

é um fator limitante da corrente final produzida pela<br />

célula solar. Na seção seguinte iremos trabalhar com<br />

esta proprieda<strong>de</strong>. Além disso, <strong>de</strong>ve-se lembrar também<br />

que ao penetrar em um <strong>de</strong>terminado material a radiação<br />

inci<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> excitar outros processos (espalhamento<br />

elásticos ou inelásticos com a re<strong>de</strong> cristalina, por exemplo)<br />

e ser absorvida. Tais processos também limitam a<br />

faixa <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> uma célula solar (alteram também<br />

a eficiência quântica), mas não serão discutidos aqui.<br />

Para um tratamento mais geral ver a Ref. [3] e suas<br />

referências.<br />

Como uma fonte <strong>de</strong> energia, precisamos <strong>de</strong>terminar<br />

a potência total útil entregue pela célula solar a<br />

uma carga RL, quando iluminada. A potência é escrita<br />

<strong>como</strong> o produto da voltagem pela corrente produzida<br />

pela célula, ou seja [3],<br />

P = IV = V IS<br />

<br />

qV<br />

exp − 1 − V IL, (3)<br />

kT<br />

e a potência máxima [Pm = ImVm], com Im e Vm in-<br />

dicados na Fig. 1(c), será obtida quando<br />

<br />

dP<br />

= 0.<br />

dV<br />

V m,Im<br />

Assim, fazendo a <strong>de</strong>rivada acima e resolvendo para<br />

V = Vm, obtemos<br />

qVm<br />

kT<br />

= ln<br />

<br />

IL 1 + IS<br />

1 + qVm<br />

<br />

. (4)<br />

kT<br />

Substituindo a Eq. (4) na Eq. (2), encontramos<br />

facilmente a corrente máxima Im :<br />

qVm<br />

Im = IS<br />

kT exp<br />

<br />

qVm<br />

, (5)<br />

kT<br />

e o produto ImVm fica <strong>de</strong>terminado. Para calcular o<br />

valor <strong>de</strong>ste produto falta encontrar uma solução para<br />

a Eq. (4) a qual é uma equação transcen<strong>de</strong>ntal e não<br />

admite soluções analíticas. Para isso, po<strong>de</strong>mos inicialmente<br />

reescrever a Eq. (2) supondo que I = 0, ou<br />

seja, iremos <strong>de</strong>terminar a voltagem em circuito aberto<br />

(VCA) fornecida pela célula solar. Desta forma a Eq.<br />

(2) torna-se<br />

<br />

qV<br />

0 = IS exp − 1 − IL,<br />

kT VCA<br />

ou<br />

exp<br />

<br />

qVCA<br />

=<br />

kT<br />

IL<br />

+ 1.<br />

IS<br />

Substituindo na Eq. (4), obtemos:<br />

Vm = VCA − kT<br />

q ln<br />

<br />

1 + qVm<br />

<br />

. (6)<br />

kT<br />

A Eq. (6) continua sem solução analítica, mas<br />

permite uma estimativa do valor da voltagem máxima<br />

que po<strong>de</strong> ser fornecida pela célula solar. Com este<br />

parâmetro inicial po<strong>de</strong>mos encontrar o valor <strong>de</strong> Vm<br />

numericamente, calcular Im e <strong>de</strong>terminar a potência<br />

máxima fornecida pela célula quando iluminada. É importante<br />

<strong>de</strong>stacar que a aplicação <strong>de</strong> uma polarização<br />

externa <strong>como</strong> <strong>de</strong>scrito acima serve para caracterização<br />

da célula solar <strong>como</strong> dispositivo eletrônico (esse modo<br />

<strong>de</strong> operação é conhecido <strong>como</strong> fotocondutivo e basicamente<br />

usado em fotodiodos). Após <strong>de</strong>terminar<br />

as características e o funcionamento da célula, esta é<br />

normalmente operada no modo fotovoltáico, no qual<br />

os terminais da célula disponibilizam uma tensão e<br />

corrente úteis e <strong>de</strong>ntro dos limites encontrados na<br />

caracterização.<br />

3. Aquisição, preparação e caracterização<br />

das células solares<br />

Como mencionado na Introdução, os transistores do<br />

tipo 2N3055 apresentam uma pastilha <strong>de</strong> silício que<br />

tem dimensões razoáveis para ser usada <strong>como</strong> uma<br />

célula solar <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração. Esta idéia não é nova,<br />

e o leitor interessado po<strong>de</strong> procurar, usando uma ferramenta<br />

<strong>de</strong> busca na Internet, outras informações e transitores<br />

que po<strong>de</strong>m ser usados. Algumas publicações<br />

técnicas <strong>de</strong>stinadas ao público em geral também têm<br />

repetidos artigos sobre este assunto (ver por exemplo,<br />

Eletrônica Total, Saber Eletrônica, entre muitas outras).<br />

Nossa intenção principal aqui é caracterizar este<br />

transistor <strong>como</strong> célula solar, tentando enten<strong>de</strong>r <strong>como</strong><br />

se processa a conversão <strong>luz</strong>/corrente elétrica em uma<br />

junção semicondutora, e após isso, propor experimentos<br />

que possam ser usados até mesmo em salas <strong>de</strong> aula.<br />

O transistor 2N3055 é facilmente encontrado no<br />

comércio <strong>de</strong> componentes eletrônicos a um custo<br />

médio <strong>de</strong> R$ 5,00 ou mesmo em sucatas. Este tipo<br />

<strong>de</strong> transistor é muito usado em sistemas <strong>de</strong> potência <strong>de</strong><br />

equipamentos <strong>de</strong> som e TV e também em sistemas <strong>de</strong>

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