01.07.2013 Views

OCR - Universidade de Coimbra

OCR - Universidade de Coimbra

OCR - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

BOLETIM<br />

DA<br />

SOCIEDADE BROTERIANA<br />

RED. — J. A. H e n r i q u e s<br />

PROF. DE BOTANICA E DIRECTOR DO JARDIM BOTANICO<br />

xx<br />

1903<br />

C O I M B R A<br />

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE<br />

1905


R.3:020


Á MEMORIA.<br />

DO<br />

CONDE DE FICALHO


CONDE DE FICALHO<br />

A .19 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1902 falleceu este professor distincto, tendo quasi<br />

completado o seu 65.° anniversario natalicio.<br />

Era dotado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> intelligencia e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> erudição.<br />

Cedo terminou com distincção o curso, que fez na Eschola Polytechnica<br />

<strong>de</strong> Lisboa, obtendo por concurso no anno immediato (1861) o logar <strong>de</strong><br />

substituto do professor <strong>de</strong> Botanica na mesma Eschola. Em 1890 foi nomeado<br />

professor proprietário pelo fallecimento do professor Andra<strong>de</strong> Corvo.<br />

Filho d'um dos mais respeitáveis homens da alta socieda<strong>de</strong> portugueza,<br />

occupou sempre logares elevados: par do reino, camarista dos paços reaes;<br />

conselheiro <strong>de</strong> Estado effcctivo, e encarregado por vezes <strong>de</strong> missões diplomáticas<br />

importantes.<br />

Com todas estas honrarias nunca ροζ <strong>de</strong> parte a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> professor,<br />

que conservou até morrer, embora a doença longa e penosa o tivesse por<br />

muito tempo afastado do serviço.<br />

Tinha predilecção especial pelos estudos historicos e d'isso se encontram<br />

valiosas provas em todas as suas publicações..<br />

Como professor <strong>de</strong> Botanica foi um dos primeiros que inaugurou o período<br />

<strong>de</strong> estudos da flora portugueza, que está correndo. Antes d'elle apenas<br />

o dr. Carlos Maria Gomes Machado se tinha occupado d'esse estudo.<br />

Seus primeiros trabalhos tiveram por objectivo a coor<strong>de</strong>nação e estudo<br />

dos exemplares, que se encontravam no rico herbario da Aca<strong>de</strong>mia Real<br />

das Sciencias, que tinha sido entregue á Eschola Polytechnica, o qual era formado<br />

principalmente pelas plantas colhidas em Portugal pelo dr. Welwitsch.<br />

Nos numeros XVII a XXVI do Jornal <strong>de</strong> sciencias malhemalicas, physicas<br />

e naiuraes, editado sob os auspicios da Aca<strong>de</strong>mia Real das Sciencias,<br />

publicou o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho os catálogos das espécies das Labiadas, Asperifolias,<br />

Scrophulari<strong>de</strong>as e das Rosáceas. Outros catálogos chegaram a<br />

ser elaborados, mas não chegaram a ser publicados. Um "d'elles comprehendia<br />

as Leguminosas.


VI<br />

Em 1878 emprehen<strong>de</strong>u a publicação das Memorias sobre a influencia<br />

dos <strong>de</strong>scobrimentos dos portuguczes no conhecimento das plantas. Só a primeira<br />

foi impressa e teve por objecto o estudo historico-bolanico da Malagueta.<br />

Neila se manifestaram bem os vastos conhecimentos históricos que<br />

possuía, que tanto o auxiliaram na confecção do valioso estudo, que em<br />

1880 publicou por occasiâo do tricentenário da morte <strong>de</strong> Camões, com o<br />

titulo — A Flora dos Luziadas.<br />

Egual erudição se nota na introducção da reimpressão feita em 1884,<br />

<strong>de</strong> vários artigos publicados no Boletim da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Geographie, <strong>de</strong><br />

Lisboa, com o titulo <strong>de</strong> — Plantas úteis da Africa portugueza.<br />

De maior vulto é <strong>de</strong> certo a edição da celebre obra <strong>de</strong> Gorcia da Orta<br />

— Colóquios dos simples e drogas da índia — <strong>de</strong> que foi encarregado pela<br />

Aca<strong>de</strong>mia e que foi publicada em 1891. Nessa obra encontra-se o botanico,<br />

o historiador e o linguista.<br />

Helacionando-se com os estudos botanicos e ainda também com estudos<br />

históricos está a introducção escripta pelo Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho ao livro — Le<br />

Portugal au point <strong>de</strong> vue agricole — publicado por occasião da exposição<br />

universal <strong>de</strong> Paris <strong>de</strong> 1900.<br />

Como lilterato e como historiador fez publicações valiosas.<br />

Dedicando á memoria do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho o presente volume do Boletim<br />

da Socieda<strong>de</strong> Broleriana, que elle honrou com escriptos seus logo<br />

no seu inicio, cumpro um <strong>de</strong>ver sagrado.<br />

Julio Henriques.


SUBSIDIO PARA O CONHECIMENTO DA FLORA PORTUGUEZA<br />

GRAMINEAS (Gramineae)<br />

POR<br />

J. Α.. Henriques<br />

Em 1880 o professor E. Hackel, publicou o catalogo das gramíneas<br />

colhidas em Portugal, servindo­se para essa publicação dos exemplares<br />

que colheu na viagem que tinha feito em Portugal, e dos que se encontravam<br />

no herbario da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. Não pou<strong>de</strong> examinar os<br />

exemplares contidos no herbario da Eschola Polytechnica <strong>de</strong> Lisboa, muitos<br />

dos quaes tinham sido colhidos pelo dr. F. Welwitsch.<br />

Depois d'aquella publicação as explorações feitas pelo pessoal tanto da<br />

Eschola Polytechnica como do Jardim Botanico da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> e pelos<br />

sócios da Socieda<strong>de</strong> Broteriana, <strong>de</strong>ram numerosos elementos para o conhecimento<br />

d'esla familia não com respeito ao numero <strong>de</strong> espécies, pois<br />

poucas são as que não foram mencionadas no catalogo do prof. Hackel,<br />

mas com respeito a distribuição geographica.<br />

Po<strong>de</strong>ndo consultar a rica collecção da Eschola Polytechnica <strong>de</strong> Lisbon,<br />

as collecções dos srs. E. Schmilz, que hoje se encontram na Eschola Normal<br />

do Porto, e G. Sampaio, naturalista adjunto á ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Botanica na<br />

Aca<strong>de</strong>mia Polytechnica do Porto, pareceu­me conveniente a publicação<br />

d'um novo catalogo: e atten<strong>de</strong>ndo ά importância da familia das gramíneas<br />

e á falta <strong>de</strong> elementos para a <strong>de</strong>terminação das espécies, entendi que <strong>de</strong>via<br />

dar a <strong>de</strong>scripção <strong>de</strong> todas as espécies, servindo-me <strong>de</strong> auxiliares principalmente<br />

a Flore <strong>de</strong> France <strong>de</strong> Grenier et Godron, a obra <strong>de</strong> Husnot *, cujas<br />

<strong>de</strong>scripções frequentemente copiei.<br />

1<br />

Graminées — Descriptions, figures et usages <strong>de</strong>s graminées spontanées et cultivées<br />

<strong>de</strong> France, Belgique, Iles brilaniques, Suisse.


VIII<br />

Em mais d'um caso complicado tive o valioso auxilio do prof. Hackel,<br />

a quem confesso por tudo a minha gratidão.<br />

Nas diversas publicações relativas á flora portugueza se faz menção <strong>de</strong><br />

varias espécies <strong>de</strong> gramíneas, como era natural.<br />

A primeira publicação que enumerou bom numero <strong>de</strong> gramíneas <strong>de</strong><br />

Portugal foi o Viridariurh lusilanicum publicado em 1650 por G. Grisley,<br />

que viveu em Portugal por algum tempo, e do qual a Aca<strong>de</strong>mia Real das<br />

Sciencias fez uma edição em 1779 sob a direcção do dr. Van<strong>de</strong>lli.<br />

No pequeno livro, editado pela Aca<strong>de</strong>mia, Van<strong>de</strong>lli auxiliado por Linneu<br />

tentou referir as espécies enumeradas ás espécies linneanas, mas na maioria<br />

dos casos não o pou<strong>de</strong> conseguir. Tal obra pois poucos elementos po<strong>de</strong> fornecer<br />

para o conhecimento das gramíneas portuguezas. Pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

Grysley (1688) herborisou em Portugal o celebre botanico francez Tournefort.<br />

Apesar <strong>de</strong> ter percorrido quasi todo este paiz e <strong>de</strong> nelle 1er feito<br />

fartas colheitas <strong>de</strong> plantas 1<br />

mencioua no catalogo rnanuscripto apenas cinco<br />

espécies.<br />

As explorações mais fructuosas são as feitas em fins do século 18.° e<br />

princípios do século 19.° pelos naturalistas allemães o prof. Link, e Con<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Hoffmansegg e pelo dr. F. d'A. Brotero. No Neues Journal für die Botanik<br />

<strong>de</strong> Schrä<strong>de</strong>r (1779) <strong>de</strong>u o prof. Link noticia das espécies novas ou<br />

interessantes que tinha colhido em Portugal, e o dr. Brotero <strong>de</strong>screveu na<br />

Flora lusitanica 124 espécies, algumas das quaes lhe tinham sido communicadas<br />

pelo prof. Link. Depois d'esta publicação é <strong>de</strong>certo quasi a<br />

única e a mais importante o Catalogue raisonné <strong>de</strong>s graminées du Portugal<br />

publicado em 1880 pelo prof. Hackel. Nesse catalogo são enumeradas 189<br />

espécies. Mais tar<strong>de</strong> o professor hespanhol D. M. Colmeiro na Enumeracion<br />

y revision <strong>de</strong> las planlas <strong>de</strong> la peninsula hispano-lusitana fundando-se<br />

no catalogo do prof. Hackel e nas diversas publicações feitas no Boletim<br />

da Socieda<strong>de</strong> Broleriana menciona 224 espécies. Algumas porém, taes<br />

como o Lygeum sparlum, não tem sido encontradas pelos herborisadores<br />

portuguezes.<br />

O presente catalogo comprehen<strong>de</strong> 200 espécies.<br />

2<br />

Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broleriana, vol. VIII.


#<br />

Comparando o numero <strong>de</strong> gramíneas até hoje encontradas em Portugal<br />

com as indicadas em Hespanha no Prodromus florae hispanicae <strong>de</strong> Willkomm<br />

et Lange nota-se uma differença que não é proporcional á extensão dos<br />

dois paizes. Hespanha contém 98 géneros com 378 espécies; Portugal tem<br />

66 géneros com 200 espécies. Especialisando a distribuição geographica<br />

das gramíneas portuguezas nota-se que 57 espécies são <strong>de</strong> larga distribuição<br />

tanto na Europa como noutros paizes; 25 encontram-se ainda na<br />

Europa media e meridional; da região mediterrânea no sentido lato 48;<br />

quasi exclusivas da peninsula ibérica 51 ; proprias a Portugal só 7: Agroslis<br />

litigam, Deschampsia slricta, Arrhenalherum pallens, Avena Hackelii, Fesluca<br />

païens, F. Heni'iquesii, Daclylis glomerala, var. maritima, Chaelurus<br />

proslratus.<br />

Examinando a distribuição das espécies <strong>de</strong> gramíneas em Portugal, em<br />

vista dos dados até hoje obtidos, vé-se que a maior parte d'essas espécies<br />

se encontram espalhadas por todas as regiões, como era <strong>de</strong> esperar. Algumas<br />

têm distribuição mais reslricla.<br />

Assim, a Aira Cupaniana só foi encontrada no Baixo e Alto Alemtejo;<br />

a Slipa giganlea na Beira trasmontana; o Panicum <strong>de</strong>bile no Centro littoral;<br />

o Triticum triaristalum nas Baixas do Guadiana; o Holcus Gayanus<br />

e a Festuca ovina no Alemdouro littoral e na Beira central, nas montanhas;<br />

a Heliochloa schoenoi<strong>de</strong>s na Beira meridional, no Centro e nas Baixas<br />

do Sorraia.<br />

São communs ao Alemtejo e Algarve o Sphenopns Gouani, Atropis convoluta,<br />

Spartina versicolor.<br />

O Alopecurus brachyslachys encontra-se nas Beiras meridional e central<br />

e no Alemdouro Irasmontano.<br />

No Alemdouro littoral encontram-se: o Alopecurus agreslis c a Apera<br />

inlerrnpla.<br />

No Alemdouro e Beira liltoraes a Agroslis alba, .var. maritima, e o<br />

Agropyrum pungens.<br />

Ao norte do Douro ficam a Deschampsia caespitosa, D. media, Triselum<br />

flavescens e Avena pubesecns.<br />

São communs ao Centro e ao Baixo Alemtejo a Agrostis cuba, var. scabriglumis,<br />

Aira Cupaniana, Arrhenalherum pallens e Atropis disions.<br />

Na Beira littoral encontram-se: a Phalaris truncala, Alopecurus geniculatus,<br />

Agroslis alba, var. Gadilana, Avena Loduviciana, Poa nemoralis,<br />

Bromus macr anther us.<br />

IX


No Algarve a Slipa tenacíssima, Trisetum Dufourei, Avena longiglumis<br />

e Atropis tenuifolia.<br />

O Phalaris paradoxa, Fesluca uniglumis e Melica ciliala encontram-se<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Beira littoral até ao Alemtejo.<br />

A Avellinia Mitchelii e a Melica minuta vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Centro até ao Algarve.<br />

Do norte até ao Tejo encontram-se: a Heliochloa alopecuroi<strong>de</strong>s e a<br />

Agrostis selacea.<br />

Do Alemdouro littoral até ao Alemtejo a Glyceria fluitans, Phalaris<br />

arundinacea, Chaelurus proslratus e Phragmites communis.<br />

No Baixo Alemtejo littoral vivem o Sporobulus pungens, a Agrostis litigans,<br />

Avena Hackeiii, Spartina versicolor e Brachypodium ramosum.<br />

Proprias da região littoral são 14: Crypsis aculeata, Ammophila arenaria,<br />

Sparlina slricta, S. versicolor, Atropis dislans, A. lenuifolia, A. maritima,<br />

A. convoluta, Catapodium loliaceum, Leplurus incurvatus, L. filiforme,<br />

Agropyrum pungens, A. junceum, Hor<strong>de</strong>um maritim um, Sporobulus<br />

pungens.<br />

Próprias das montanhas são as seguintes, algumas das quaes numa parte<br />

ou noutra apparecem nas regiões inferiores ou no norte: Slipa arenaria,<br />

Molineria involucrata, Deschampsia media, Fesluca ovina, F. Henriquesii,<br />

F. rubra, F. elegans, Nardus slricta, Holcus Gayatms, Trisetum hispidum.<br />

Em gran<strong>de</strong> cultura encontram-se : o Zea Mays, Oriza saliva, Triticum<br />

sativum, Secale cereale. O primeiro é quasi exclusivo do Alemdouro littoral,<br />

das Beiras e do Centro littoral. O trigo é principalmente cultivado<br />

em parte do Centro littoral, nas Baixas do Sorraia e Baixas do Guadiana,<br />

e ainda no Baixo Alemtejo littoral. O centeio é mais cultivado no Alemdouro<br />

e Beira trasmontana, nas regiões altas. O arroz é da Beira littoral<br />

e <strong>de</strong> poucos terrenos do Centro e do Baixo Alemtejo littoral. É cultura<br />

hoje bastante reduzida em razão das medidas hygienicas.<br />

No Alemdouro littoral é frequente a cultura da Selaria itálica e do<br />

Panicum miliaceum. A cultura da aveia é frequente bem como a das gramíneas<br />

forraginosas, Lolium perenne, ilalicum e mulliflorum, espécies dos<br />

géneros Poa, Daclylis, Holcus e Bromus, e ainda algumas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Sorghum.<br />

Como abrigo é cultivada em algumas localida<strong>de</strong>s a canna vulgar [Arundo<br />

Donax). Esta tem ainda largo emprego na agricultura para estacarias, para<br />

fabricação <strong>de</strong> cestos, etc.<br />

O sorgho, que é empregado como forragem, tem npplicação especial<br />

para a fabricação <strong>de</strong> vassouras. D'ahi lhe vem o nome <strong>de</strong> —milho das<br />

vassouras —. O Phragmites communis tem também algumas applicações,<br />

embora limitadas.


No Algarve o emprego da Stlpa tenacíssima indígena está quasi abandonado.<br />

Nas regiões próximas da serra da Estrella empregam-se muito<br />

as folhas do baracejo (Stipa arenaria) na confecção <strong>de</strong> ceiras para os lagares<br />

<strong>de</strong> azeite, e com ellas em algumas localida<strong>de</strong>s fazem-se capachos e<br />

bonitas esteiras, não inferiores ás feitas <strong>de</strong> junco.<br />

Das gramíneas exóticas são hoje cultivadas algumas espécies <strong>de</strong> bambus,<br />

cuja utilida<strong>de</strong> é gran<strong>de</strong> tanto sob o ponto <strong>de</strong> vista agrícola como<br />

industrial, e ainda como plantas ornamentaes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> merecimento.<br />

Algumas espécies adquirem no nosso clima magnifico <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

começam a entrar já para variadas applicaçôes.<br />

Tem-se tentado ainda, e com regulares resultados, o arroz <strong>de</strong> montanha,<br />

que bem merecia a attenção dos agricultores.<br />

As gramíneas têm raízes fibrosas e gran<strong>de</strong> numero d'elles produzem<br />

com frequência raizes adventícias. É o que se observa no milho. O caule<br />

(colmo) é em geral ôco, dividido em entrenós. O caule do milho e <strong>de</strong> algumas<br />

poucas gramíneas é compacto. As folhas são em geral disticadas e<br />

tem bainha longa, muitas vezes mais compridas que os entrenós, um limbo<br />

plano, dobrado longitudinalmente ou enrolado. Na base do limbo ha a<br />

ligula em geral membranosa, por vezes reduzida a pellos, <strong>de</strong> forma e dimensões<br />

variadas. A estructura das folhas por vezes pô<strong>de</strong> auxiliar na <strong>de</strong>terminação<br />

das espécies, tão distincta é. A epi<strong>de</strong>rme é homogénea na<br />

maior parte d'estas plantas ; em algumas porém ha linhas <strong>de</strong> cellulas<br />

gran<strong>de</strong>s dispostas em forma <strong>de</strong> leque (cellulas bulliformes) nos intervallos<br />

das nervuras e que têm <strong>de</strong>cidida influencia sobre a maneira por que se<br />

apresenta o limbo. As cellulas epidérmicas são um pouco irregulares,<br />

muitas vezes dando origem a pellos, impregnadas <strong>de</strong> silica em muitas espécies<br />

e com estornas geralmente dispostos regularmente em linhas longiludinaes.<br />

Em muitas espécies as cellulas subjacentes á epi<strong>de</strong>rme, todas<br />

ou por grupos, são esclerosas e em geral vão até aos fascículos liberolenhosos.<br />

A disposição d'estas cellulas esclerosas é perfeitamente característica<br />

em certas espécies. É o que se observa nas espécies do género<br />

Fesluca; é ainda por tal disposição que facilmente se distingue das espécies<br />

affins a Avena Hackelii.<br />

Além do tecido escleroso ha na folha o parenchyma chloropbyllino e<br />

porções <strong>de</strong> parenchyma incolor junto dos fascículos. As nervuras são geralmente<br />

<strong>de</strong> duas or<strong>de</strong>ns: as primarias mais completas, sendo a media<br />

muito mais forte, e contêm todas um fascículo libero-lenhoso e são ligadas<br />

XI


XII<br />

á epi<strong>de</strong>rme pelo tecido incolor ou escleroso; as secundarias, interpostas<br />

ás primarias, são menos <strong>de</strong>senvolvidas, faltando mesmo em algumas o<br />

fascículo libero-lenhoso. As nervuras são dispostas quasi paralleles.<br />

As gramíneas têm flores unisexuaes ou hermaphroditas, mas nesta ultima<br />

forma o hermaphroditismo é apparente em muitas espécies por que<br />

nellas se dá a dichogamia. As flores são dispostas em inflorescencias <strong>de</strong><br />

formas muito diversas e que em muitas espécies variam durante as phases<br />

por que passam as flores.<br />

As flores nunca nascem directamente do eixo principal, mas sim <strong>de</strong><br />

ramificações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m diversa. Cada flor correspon<strong>de</strong> a um ramo (p) <strong>de</strong><br />

entrenós extremamente curtos e no qual ha diversas folhas profundamente<br />

modificadas (bracteas) cm geral disticadas. Algumas d'estas bracteas nada<br />

produzem na axilla; outras porém dão um pequeníssimo ramo no qual se<br />

forma uma bractea do lado do eixo do qual <strong>de</strong>riva e que termina pela flor<br />

propriamente dita.<br />

A's bracteas inferiores estereis dá-se o nome <strong>de</strong> glumas (g). Em geral<br />

são duas e são <strong>de</strong>signadas — gluma inferior e gluma superior; se ha mais<br />

são <strong>de</strong>signadas pelo numero d'or<strong>de</strong>m a contar da inferior.<br />

As bracteas em cuja axilla nasce o ramo florifero, e ainda á que nasce<br />

neste ultimo, dá-se o nome <strong>de</strong> glumellas inferior (i) e superior (s). Alguns<br />

<strong>de</strong>signam a glumella inferior (i) gluma florifera e a superior (s) palea.<br />

Esta apresenta em geral duas carénas a que em geral correspon<strong>de</strong>m nervuras<br />

mais <strong>de</strong>senvolvidas sem que haja uma nervura central. Por isso alguns<br />

a consi<strong>de</strong>ravam como proveniente da soldadura <strong>de</strong> duas bracteas.<br />

Oppostas a esta ha em geral duas pequenas membranas dispostas a par<br />

e por vezes soldadas em maior ou menor extensão. Foram consi<strong>de</strong>radas<br />

como elementos rudimentares d'um invólucro floral. O prof. Hackel consi<strong>de</strong>ra-as<br />

como uma bractea similhante á palea mas dividida na maior<br />

parte dos casos.<br />

Estes elementos nem sempre se <strong>de</strong>senvolvem regularmente, abortando<br />

até alguns. A forma e nervação é muito variada e característica e a superficie<br />

pô<strong>de</strong> ser lisa, áspera, felpuda ou pelluda, e é frequente o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

d'uni appendice <strong>de</strong>lgado, direito ou torcido em parte, contínuo<br />

ou articulado, conhecido com o, nome <strong>de</strong> pragana (arisla). Por vezes junto<br />

da base das glumas ou das glumellas apresenta-se uma espécie <strong>de</strong> callo;


<strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento dos tecidos nessa região. A verda<strong>de</strong>ira flor termina<br />

o curto eixo e 6 formada <strong>de</strong> 1-6 estâmes (em geral 3) <strong>de</strong> longos<br />

f<strong>de</strong>tes e <strong>de</strong> anthèras em geral compridas, versáteis, com connectivo muito<br />

estreito. O pistillo é formado d'um ovário uniovulado com 1-3 estyletes<br />

tendo cada um 1 estigma. O estylete falta em algumas espécies. Os estigmas<br />

são em geral cobertos <strong>de</strong> pellos dispostos ou em todos os sentidos<br />

(estigmas aspergilliformes) ou em dois só (estigmas plumosos).<br />

Da fecundação resulta uma semente perfeitamente ligada em geral com<br />

as pare<strong>de</strong>s do ovário (caryopse) repleto <strong>de</strong> matérias albuminói<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />

amido com o embryão lateral e com o hilo no lado opposto punctiforme<br />

ou linear. São raros os casos <strong>de</strong> ser déhiscente o fructo (Sporobolus) ou<br />

carnosos (algumas Bambuseae).<br />

Estas flores são anemophyllas.<br />

Como os ramúsculos floriferos são extremamente curtos, se se consi<strong>de</strong>rar<br />

a flor como composta da gluma florifera, da palea e da flor propriamente<br />

dita, como em muitos livros <strong>de</strong>scriptivos se faz, e como no presente catalogo<br />

fiz, po<strong>de</strong>m as flores ser consi<strong>de</strong>radas rentes formando uma pequena<br />

espiga. É o que significa os termos — espiguetas e espiguilhas— por que<br />

são conhecidas. Ao eixo, que as sustenta, dá-se o nome <strong>de</strong> rachila.<br />

A disposição d'estas espiguetas <strong>de</strong>termina a forma da inflorescencia. Se<br />

as espiguetas são rentes a inflorescencia é uma espiga composta, como no<br />

trigo; se 6 pedunculada forma um racimo ou cacho; se ha gran<strong>de</strong> ramificação<br />

<strong>de</strong> modo a ficarem as espiguetas em eixos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns diversas, ha<br />

a panicula, como na aveia. Esta é a forma mais vulgar.<br />

Os caracteres fornecidos pelas flores ou antes pelas espiguetas são os<br />

<strong>de</strong> maior valor na classificação das gramíneas.<br />

XII


XIV<br />

* *<br />

No catalogo presente tomei por guia o trabalho sobre as gramíneas<br />

feito pelo professor E. Hackel, publicado na gran<strong>de</strong> obra — Die natürli­<br />

chen Pflanzenfamilien — dirigida pelos professores A. Engler e Prantl,<br />

transcrevendo parte das tabeliãs relativas ás subdivisões d'esta gran<strong>de</strong><br />

familia.<br />

CLAVE DAS TRIBUS<br />

A. Espiguetas com uma única flor; raras vezes com duas sendo a inferior imperfeita,<br />

separando­se quando maduras inteiras ou acompanhadas <strong>de</strong> parte do<br />

ràehis. A rachilla nunca se prolonga além das flores. Entrenós entre as diversas<br />

glumas ou flores muitíssimo reduzidos.<br />

a. Hilo punctiforme. Espiguetas não comprimidas lateralmente, mas sim pelo<br />

dorso em algumas espécies ou perfeitamente cylindricas.<br />

a. Glumellas hyalinas. Glumas membranosas ou coriaceas ou cartilagineas;<br />

as inferiores mais largas e involvendo as superiores. Inflorescencia<br />

dividindo­se <strong>de</strong>pois da maturação.<br />

I. Espiguetas $ e $ em infloresceneias separadas.<br />

I. May<strong>de</strong>ae (pag. 1).<br />

II. Espiguetas todas $ ou umas S outras $ mas próximas umas das<br />

outras II. Andropogoneae (pag. 2).<br />

β. Glumellas mais ou menos cartilagineas ou coriaceas. Glumas mais <strong>de</strong>licadas,<br />

quasi sempre herbáceas e a primeira menor que a segunda.<br />

Espiguetas <strong>de</strong>stacando­se cada uma <strong>de</strong> per si, e tendo uma flor hermaphrodita<br />

e uma masculina ou neutra III. Paniceae (pag. 7).<br />

b. Hilo linear; espiguetas comprimidas lateralmente. IV. Oryzeae (pag. IS).<br />

B. Espiguetas I­oo­flóreas; a rachilla geralmente articulada acima das glumas<br />

pelo que estas ficam quando cáe a parte que sustenta as glumellas e a flor.<br />

A rachilla em muitos casos passa além das flores. Nas espiguetas 2­oo­flóreas<br />

são distinctos os entrenós entre as flores.


a. Colmo herbáceo annual; limbo da folha rente e não articulado com a<br />

bainha.<br />

«. Espiguetas pedicelladas dispostas em paniculas normaes ou espiciformes<br />

ou racimos (sem <strong>de</strong>ntes ou excavações no eixo central).<br />

I. Espiguetas unifloreas.<br />

XV<br />

1. Glumas 4; glumella superior uninervea.<br />

V. Phalari<strong>de</strong>ae (pag. 16).<br />

2. Glumas 2; glumella superior binervea.<br />

VI. Agrosti<strong>de</strong>ae (pag. 24).<br />

II. Espiguetas 2­oo­fioreas.<br />

1. Glumellas geralmente mais curtas que as glumas com pragana<br />

torcida dorsal, raras vezes terminal ou nulla. Se falta a pragana<br />

a rachilla não passa além das flores e ha na extremida<strong>de</strong><br />

duas pequenas flores quasi oppostas.<br />

XII. Avenaceae (pag. 57).<br />

2. Glumellas geralmente mais compridas que as glumas muticas ou<br />

com pragana direita terminal.... VIII. Festuceae (pag. 97).<br />

β. Espiguetas dispostas em duas linhas formando uma espiga ou racimo<br />

unilateral com eixo não articulado IX. Chlori<strong>de</strong>ae (pag. 95).<br />

γ. Espiguetas dispostas em duas séries (raras vezes uma só) oppostas formando<br />

uma espiga equilátera (raras vezes unilateral).<br />

X. Hor<strong>de</strong>ae (pag. 156).<br />

&. Colmo lenhoso pelo menos na base; limbo da folha frequentes vezes com<br />

um curto peciolo articulado com a bainha da qual por fim se separa.<br />

XI. Bambuseae (pag. 180).


GRAMÍNEAS (Gramineae)<br />

Plantas annuaes, bisannuaes ou vivazes, herbáceas ou lenhosas, <strong>de</strong> caule<br />

sensivelmente cylindrico, em geral ôco e distinctamente nodoso (colmo);<br />

folhas alternas, frequentemente distichadas, <strong>de</strong> limbo inteiro, parallelinerveo,<br />

com bainha completa fendida longitudinalmente e como que prolongada<br />

além da base do limbo, formando uma pequena membrana <strong>de</strong><br />

forma e gran<strong>de</strong>za variada (ligula), por vezes substituída por pellos ; inflorescencia<br />

em espiga ou panicula; flores dispostas em pequenos eixos <strong>de</strong><br />

entrenós muito curtos com folhas bracteiformes, distichadas, formando pequenas<br />

espigas (espiguetas), as inferiores estereis (glumas) em algumas<br />

espécies nullas ou uma só, as seguintes (glumas floraes ou glumellas inferiores)<br />

tendo na sua axilla um ramunculo muito curto com uma bractea<br />

(glum.ella superior) <strong>de</strong> dorso voltado para o eixo da espigueta e terminando<br />

pela ílòr. Do lado opposto á glumella superior encontram-se frequentes vezes<br />

duas pequenas escamas (glumellulas, lodiculos) em algumas espécies mais ou<br />

menos ligadas entre si. A ílôr é formada <strong>de</strong> 1-3 estâmes hypogynicos <strong>de</strong><br />

longos filetes e com antheras biloculares dorsifixas, e d'um pistillo composto<br />

d'um ovário unilocular com um ou dois estyletes e dois estigmas plumosos<br />

ou pubescentes. Fructo secco, indéhiscente com uma única semente<br />

completamente ligada ao ovário (caryopse) e com albumen amylaceo collocado<br />

ao lado do embryâo.<br />

Trib. I. M a v a d o a o<br />

Espiguetas <strong>de</strong> flores unisexuaes, as masculinas superiores ás femininas.<br />

Grão arredondado com embryào gran<strong>de</strong> envolvido pelas glumas. Albumen<br />

com grãos amylaceos simples polyedricos. Colmo vigoroso não ôco; folhas<br />

longas.<br />

I XX


2<br />

ΖΕΑ 1<br />

L. — Planta vigorosa <strong>de</strong> 0"',50­2 m<br />

<strong>de</strong> altura; colmo compacto;<br />

folhas largas. Flores unisexuaes, as masculinas em panicula terminal 2<br />

', as<br />

femininas em espiga axillar revestida <strong>de</strong> numerosas bracteas longas e membranosas,<br />

dispostas em series sobre um eixo grosso; pislillo com 15­20<br />

cent, <strong>de</strong> comprido 3<br />

. Sementes geralmente amarellas, com algumas varieda<strong>de</strong>s<br />

brancas, vermelhas ou rajadas, acompanhadas pelas glumas e glumellas.<br />

Zea Mays 4<br />

L. Sp. pi. ed. I, p. 971; Brot. Fl. Lusit. I, p. 60;<br />

Willk. et Lange, Prod. Fl. Hisp. I, p. 35; Colmeiro, Enum. y Rev. <strong>de</strong><br />

las pl. <strong>de</strong> la peninsula hispano­lusit. V, p. 240.<br />

Espécie cultivada em quasi todo o paiz, mas com mais intensida<strong>de</strong> ao<br />

norte do Tejo. Nas montanhas a cultura faz­se ainda em altitu<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ráveis<br />

(1000 m<br />

na Estrella). A varieda<strong>de</strong> cultivada é a commum da qual<br />

ha subvarieda<strong>de</strong>s, sendo as mais distinctas a do porte elevado, cultivada<br />

no norte, e a anã, cultivada no centro e mais especialmente nas regiões<br />

próximas da beira­mar.<br />

A varieda<strong>de</strong> — <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> cavallo — é pouco cultivada.<br />

Nome vulg.—Milho, milho grosso, milhão.<br />

Trib. II. A n d r o p o g o n e a e<br />

Espiguetas dispostas em racimos espiciformes, geminadas, uma rente,<br />

contendo cm geral uma flor hermaphrodite, outra ou outras pedicelladas<br />

com flor masculina ou neutra. Gluma externa mais rija do que a glumella,<br />

frequentemente com pragana dorsal. Glumellas mais curtas do que as glumas<br />

ou nullas. Estâmes 1­3; estylele livre com estygmas plumosos. Grão<br />

nú; embryâo quasi egual a meta<strong>de</strong> do grão.<br />

A. Espiguetas homogamicas· articulações do eixo das inflorescencias parciaes<br />

pouco grossas, ou quasi nullas, sem excavações, nas quaes estejam incluídas<br />

as espiguetas Subtribu Sacchareae.<br />

Espiguetas 1­flóreas, muticas pedicelladas, dispostas aos pares (raras'vezes<br />

ás 1res), com longos pellos sedosos, formando panicula cspiciforme<br />

estreita Imperata Cyr.<br />

1<br />

Do grego ζήν, vida, por allusão ás proprieda<strong>de</strong>s nutritivas das sementes.<br />

2<br />

Vulgarmente chamada ban<strong>de</strong>ira.<br />

3<br />

O conjuncto <strong>de</strong> pistillos <strong>de</strong> cada espiga é conhecido com o nome <strong>de</strong> barbas do<br />

milho.<br />

4<br />

Mais, mays ou malúz, nome peruano do milho.


3<br />

Β. Espiguetas heterogamicas; a rente $ (raras vezes Ç), 1­florea; apedicellada $<br />

imperfeita ou reduzida só ao pedieello; glumella inferior das espiguetas<br />

pedicelladas mutica. Eixo dos raeimos articulados.<br />

Subtribu Euandropógoneae.<br />

Eixo das inflorescencias parciaes distinctamente articulado; glumella inferior<br />

das espiguetas férteis praganosa Andropogon L.<br />

Subtribu Saocnareae<br />

IMPERATA 1<br />

Cyrillo, PI. rar. neapol., fase. II, p. 26.<br />

Espiguetas com uma única flor, cercadas <strong>de</strong> longos pellos finos, uma<br />

rente e outra pedicellada, não articuladas sobre os ramos da panicula;<br />

glumellas muticas; estâmes 1­2; estigmas compridos.<br />

Imperata cylmdrica P. Beauv., Agrost. t. 5 (1812); Lagurus cylindricus<br />

Syst. veget. ed. X, p. 878; Saccharum cylindricum Lamk. Encyclop.<br />

Ill, tab. 40, fig. 2; Brot. 1. c. p. 87; Hackel in DC. Monogr.<br />

phanerog. VI, p. 97; Willk. et Lange, 1. c. p. 49; Hackel, Catal. rais.<br />

<strong>de</strong>s graminées du Portugal, p. 12; Colmeiro, 1. c. p. 276; Richter, Plant,<br />

europ. I, p. 22.<br />

Planta perennal rhizomatosa <strong>de</strong> 60­120 cent.; folhas lineares glaucas,<br />

rijas, pubescentes, as inferiores muito próximas, as superiores distantes<br />

com q limbo successivamente mais curto. Nós com um pincel <strong>de</strong> pellos<br />

longos e finos. Panicula espiciforme <strong>de</strong>nsa, obtusa; glumas quasi eguaes<br />

cobertas <strong>de</strong> pellos longos, finos, macios, levemente amarellados, quasi<br />

eguaes ao duplo das glumellas.<br />

Hab. nos terrenos areientos e pedregosos. — Fl. junho a outubro.<br />

Alemdouro Irasmonlano: Regoa, nas margens do Douro e noutros logares<br />

(Brot.). — Beira trasmoníana: Beira boreal,(Brot.). — Beira meridional:<br />

Villa Velha do Ródão, nas margens do Tejo (R. da Cunha).— Centro littoral:<br />

Otta e Monte Redondo (J. Daveau).—Algarve: Tavira (J. Daveau).<br />

Area geogr. — Toda a região mediterrânea.<br />

Subtribu Euandropógoneae<br />

ANBKOPOCSOIV 2<br />

L. — Espiguetas aos pares, pelludas na base e inseridas<br />

numa <strong>de</strong>pressão do eixo; a inferior hermaphrodite, rente, a outra<br />

1<br />

Dedicado a Imperati bot. napolitano.<br />

2<br />

De άνηρ, ανδρός, boiiiem, e πωγων, barba; allusão ás espigas barbadas ou anatadas.


i<br />

masculina ou rudimentar e dispostas em duas ou mais espigas digitadas,<br />

lineares ou em panicula; 2 glumas quasi eguaes e mais compridas do<br />

que as glumellas; glumella inferior da flor hermaphrodita praganosa, a<br />

superior mutica ; 2 eslyletes com estigmas plumosos.<br />

ι Espiguetas rentes, todas eguaes ·. Serie A. Isozygi. 2<br />

JEspiguetas rentes, as inferiores différentes das superiores pela forma, sexo, ou<br />

( por tei'em pragana Subserie B. Heterozygi. 3<br />

/Espigas (S­12) pedicelladas, digitadas na extremida<strong>de</strong> do colmo. Eixo e pedicellos<br />

com uma linha media translúcida. Glumas quasi eguaes villosas; glumella<br />

superior muito estreita e prolongada numa pragana 3­4 vezes mais comprida<br />

do que as glumellas • Subgenera Amphilophis Trin.<br />

A. Ischaemum L.<br />

|Espigas numerosas dispostas em panicula. Glumas cartilagineas e tornando­se<br />

duras e lustrosas Subgenero Sorghum Pers.<br />

A. Sorghum Brot.<br />

lEspigas aos pares na extremida<strong>de</strong> do colmo ou dos ramos, uma rente, outra pe­<br />

! dicellada, acompanhada por uma bractea Subgenero Cymbopogon Spr.<br />

A. hirtus L.<br />

Andropogon Ischaemum L. Sp. pi. ed. I, p. 1047 (1753); Brot.<br />

1. c. p. 89; Willk. et Lange, 1. c. p. 47; Hackel, 1. c. p. 474; Catai,<br />

<strong>de</strong>s gramin. du Port. p. 12; Colmeiro, 1. c. p. 270.<br />

Var. genuinus Hackel, 1. c. p. 475.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1314; Welw. n.° 989.<br />

­ Planta perennal cespitosa estolonifera ; colmo <strong>de</strong> 3­8 <strong>de</strong>c. nu na parle<br />

superior; nós violáceos sem pellos; folhas lineares acuminadas com pellos<br />

longos raros na pagina superior; ligula muito curta e longamente ciliada.<br />

Espigas 3­10, pedunculadas digitadas; rachis coberto <strong>de</strong> pellos longos ;<br />

glumas quasi eguaes no comprimento, mais ou menos violáceas, a inferior<br />

da espigueta rente 5­7­nervea, pelluda na parte inferior; gluma superior<br />

lanceolada, setuloso­ciliada na carina; glumella inferior membranosa<br />

aguda, levemente ciliada; glumella superior muito estreita terminada por<br />

uma pragana 3 vezes pelo menos mais comprida do que ella. Espigueta<br />

pedicellada .aguda, mais corada, pedicello villoso, sendo os pellos superiores<br />

quasi do comprimento da espigueta.<br />

Hab. nos terrenos áridos. — Fl. junho e julho.<br />

Alemdouro trasmontano: Regoa (Brot.); Moledo (D. Sophia da Silva).<br />

— Alemdouro littoral: visinhançns do Porto (Brot., Welw., R. da Cunha,<br />

G. Sampaio). — Beira trasmonlana: Beira (Brot.). — Centro littoral: Monte<br />

Gordo, prox. <strong>de</strong> Villa Franca (R. da Cunha).<br />

Area geogr..— Europa media e meridional.


s<br />

Aiidrojiogoii Sorghum Brot. 1. c. p. 88 ^1804); Hackel, Monogr.<br />

phan. VI, p. 500.<br />

Planta perenrial; colmo <strong>de</strong> 1­3 metros, direito, em geral simples. Folhas<br />

lanceolado­lineares­acuminadas com a nervura central clara, villosas somente<br />

na base, as do meio do caule com 1­7 cent, <strong>de</strong> largura; ligula arredondada<br />

<strong>de</strong> 1­3 mill, membranosa, ciliolada, pubescente no dorso. Inflorescencia<br />

em panicula mais ou menos composta apparecendo junto da parte superior<br />

da ultima bainha; eixos angulosos ásperos villosos; espiguetas 2 ou 3; glumas<br />

das espiguetas sensivelmente eguaes em comprimento, as da espigueta<br />

rente mais ou menos coriaceas com nervuras pouco distinctas, ligeiramente<br />

villosas, inseridas num pedicello muito curto villoso; glumella inferior quasi<br />

egual á gluma inferior, membranosa, levemente villosa, 2­nervea, ciliada<br />

na margem; glumella superior egual a quasi meta<strong>de</strong> da inferior, ovalobtusa,<br />

2­lobada, 1­nervea; pragana longa torcida na meta<strong>de</strong> inferior,<br />

o u<br />

geniculada; espiguetas pedicelladas tf neutras muito mais estreitas que<br />

as rentes, linear­lanceoladas e separáveis do pedicello; gluma inferior herbácea,<br />

5­9­nervea, nervuras escabras; gluma superior 3­5­nervea.<br />

Subesp. halepense Hackel, Monogr. phan. VI, p. 501. — Eixos secundários<br />

<strong>de</strong>sarticuláveis quando os fructos estão maduros, <strong>de</strong>ixando cicatriz<br />

nitida, circular. Espiguetas tf ou neutras quasi eguaes ás rentes ; pedicello<br />

egualando meta<strong>de</strong> ou um pouco mais d'estas.<br />

Var. a. halepensis. — Espiguetas rentes largamente lanceoladas ou subelliplicas<br />

com 4­5,5 mill, <strong>de</strong> comprimento. Gluma inferior mais ou menos<br />

distinctamente, 5­7 nervea.<br />

Subvar. 1. genuinus. Andropogon halepensis Brot. 1. c. p. 89. — Espiguetas<br />

rentes aristadas e irregularmente pubescentes; pragana com 10­15<br />

mill., <strong>de</strong> comprido.<br />

Subvar. 2.. mulicus.— Espiguetas rentes muticas.<br />

Subesp. salivus Hackel. — Eixos resistentes, em geral só divisíveis á<br />

força e <strong>de</strong>ixando cicatriz irregular; espiguetas pedicelladas neutras ou raras<br />

vezes tf e mais curtas que as rentes; pedicellos 4­5 vezes mais curtos<br />

que a espigueta rente.<br />

Var. technicus Koernicke, Syst. Ubers, d. Cereal, <strong>de</strong> Acad. Poppelsdorf,<br />

f. 20.•;—Panicula corymbiforme ; ramos numerosos, compridos <strong>de</strong> 30­50<br />

cent., sem espiguetas na parte (15­25 cent.) inferior, os inferiores mais<br />

compridos que o eixo principal. Espiguetas rentes ellipticas.<br />

Nome vulg. — Milho das vassouras.<br />

Var. saccharatus Koern. Handb. 1, ρ. 310. — Panicula obovada, eixo<br />

mais comprido que os ramos inferiores eguaes a ^/3 da panicula e sem<br />

espiguetas apenas nos 6­8 cent, inferiores.<br />

Nome vulg. — Sorgho saccharine.<br />

Var. vulgaris Hack. 1. c. p. 515, Holcus Sorghum L. ; Andropogon


6<br />

Sorghum, Brot. 1. c. p. 89. — Panicula mais ou menos <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> 12-20<br />

cent., ramos direitos, bastante juntos, muito ásperos nos ângulos, os inferiores<br />

menores que Vä <strong>de</strong> panicula, sem espiguetas apenas nos 2 cent, inferiores<br />

; espiguetas rentes irregularmente pilosas, e quando maduras quasi<br />

completamente glabras.<br />

Nome vulg. — Milho zaburro vermelho, milho da índia.<br />

Var. cernuus Koern. Handb. p. 314; Andropogon compactum Brot.<br />

1. c. p. 89. — Colmos fortes um pouco curvados logo abaixo da panicula,<br />

quasi ovada ou oval compacta <strong>de</strong> 8-15 cent, <strong>de</strong> comprido e 6-12 <strong>de</strong> largo<br />

obtusíssima; eixos subvillosos sem espiguetas só numa pequena parte inferior.<br />

Espiguetas <strong>de</strong>nsamente cobertas <strong>de</strong> pellos sedosos; pedicellos das espiguetas<br />

neutras ou tf muito curtos (0,5-0,8 mill.).<br />

Nome vulg. — Milho zaburro branco.<br />

Cultivadas em varias localida<strong>de</strong>s e a espécie halepense subspontanea nos<br />

logares indicados. — Fl. no verão.<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>.— Centro littoral: Thomar, nos terrenos húmidos<br />

(Brot.); Porto <strong>de</strong> Moz, Torres Novas (R. da Cunha); Odivellas e<br />

Lumiar, nas vinhas (Welw.) ; Friellas, nos campos, Cascaes (P. Coutinho).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: Arrábida, serra <strong>de</strong> S. Luiz (Daveau); O<strong>de</strong>mira<br />

(G. Sampaio). — Allo Alemtejo: Elvas (Senna). — Algarve: Faro (Guimarães).<br />

Em Cascaes encontrou o sr. Pereira Coutinho formas riviparas da subvarieda<strong>de</strong><br />

muticum associadas com a forma normal.<br />

Area geogr. — Europa austral e meridional, índia, China, Australia,<br />

Africa boreal e aclimada na America central.<br />

Andropogon Mríum L. Sp. ed. I, p. 1046.<br />

Var. genuinum Hackel, 1. c. p. 619; Brot. 1. c. p. 89; A. hirtum, var.<br />

longaristatum Willk. et Lange, 1. c. p. 47; Colmeiro, I. c. p. 271 ; Hackel,<br />

Cat. <strong>de</strong>s gram. p. 12.<br />

Exsic —Soc. Brot. n.° 26; Fl. lusit. exs. n.° 5.<br />

Planta perennal não estelhosa; colmo <strong>de</strong> 3-12 cent, direito; folhas glaucas,<br />

nervura central clara, longamente acuminadas; bainhas mais curtas<br />

que os entrenós; ligula <strong>de</strong> 1-3 mill, um pouco lacerada; limbo das folhas<br />

caulinares muito reduzido; folhas lloraes quasi reduzidas á bainha um<br />

pouco ampla e mais longa em geral que os ramos lloraes. Inflorescencia<br />

em panicula solta; ramificação dichotomica; espigas aos pares, uma rente,<br />

outra mais ou menos pedicellada; pedicellos e glumas cobertas <strong>de</strong> pellos<br />

mais ou menos longos. Glumas <strong>de</strong> flor rente quasi eguaes, obtusas, a inferior<br />

plurinervea, a superior 3-nervea; glumella inferior membranosa quasi<br />

egual ás glumas; glumella superior estreita bi<strong>de</strong>ntada, nascendo do angulo<br />

formado pelos <strong>de</strong>ntes uma pragana longa, torcida e <strong>de</strong> côr acastanhada.


7<br />

Espiguetas masculinas muito similhantes ás férteis; glumella superior mutica.<br />

Subvar. puòescens Vis. in Flora (1829) 1, Erg. BI. 3; A. hirlus, var.<br />

longearistalus Willk. et Lange, 1. c. p. 74.<br />

Diffère do tvpo em ter ligeiramente villosos os ramos que sustentam as<br />

espigas, glabrus as folhas que acompanham as espigas e na pragana que<br />

é em geral maior.<br />

Hab. as encostas áridas e especialmente nos terrenos calcareos.—Fl.<br />

março a novembro.<br />

Alemdouro trasmonlano: Moledo (D. Sophia da Silva). — Alemdouro<br />

littoral: visinhanças do Porto, nos montes (V. Nogueira). — Beira littoral:<br />

visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (R. da Cunha, Moller); Buarcos (Schmitz).<br />

— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Estoril, Cascaes, Olhalvo, Cabo<br />

da Boca, etc. (Welw., Daveau, R. da Cunha, P. Coutinho).—Beira meridional:<br />

S. Martinho, prox. <strong>de</strong> Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: Alfeite, serra <strong>de</strong> Palmella, Cezimbra (Daveau);<br />

Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja, serra <strong>de</strong> S. Luiz (Daveau).—<br />

Algarve: Faro (Guimarães); entre Salir, Besenfrin e Boliqueme<br />

(Moller); entre Silves e Portimão (Welw.); S. Braz dAlportel (Daveau).<br />

Area geogr. — Europa mediterrânea, Africa boreal e austral, Canárias,<br />

ilhas <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>, Asia menor, Persia occid. e austral.<br />

OBS.-—A varieda<strong>de</strong> encontra-se promiscuamente com a forma typica. Em<br />

alguns indivíduos o ramo que sustenta as espigas é bastante mais comprido<br />

que a bractea espathiforme que o involve na base. Em Cascaes encontrou<br />

o sr. P. Coutinho uma forma vivipara — apogamica'—análoga ά que na<br />

Morea tinha encontrado Bory <strong>de</strong> S.' Vincent. Vive entre os rochedos da<br />

praia e nos terrenos seccos em companhia da forma typica.<br />

Trib. III. P a n i c e a e<br />

Espiguetas com duas ou mais glumas, 1-(raras vezes 2)-floreas, sendo<br />

a segunda flor tf (raras vezes ζ ) inserida na axilla da terceira gluma e<br />

todas dispostas em espigas, racimos ou panicula ; eixo geralmente continuo.<br />

Glumellas <strong>de</strong> llor Ç muticas e mais consistentes do que as glumas.<br />

(Espiguetas sem appendices espinescentes ou setosos<br />

1 <<br />

... .2<br />

(Espiguetas com appendices espinescentes ou setosos na base.. Setaria.<br />

(Espiguetas com duas glumas e uma só<br />

2 <<br />

flor Paspalum L.<br />

Espiguetas com 3 glumas e 2 flores, a inferior $ ou neutra, e a superior<br />

I Panicum L.


PASPALUM 1 L. — Espiguetas 1­floreas dispostas em 2 ou 4 linhas,<br />

formando 2 (raras vezes 1 ou mais) espigas unilateraes; glumellas cartilagineas;<br />

3 estâmes; pistillo terminado por dois estyletes plumosos.<br />

Paspalum vaginatum Sw. Fl. ind. I, p. 135 (1757); Digitaria paspaloi<strong>de</strong>s<br />

Duby, Bot. Gall. p. 501; Willk. et Lange, 1. c. p. 45; Hackel,<br />

Cat. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 267.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1312.<br />

Planta perennal rhizomatosa; colmo remontante produzindo raizes na<br />

parte inferior; folhas planas acuminadas, levemente ásperas na margem<br />

e com pellos longos no principio da bainha; ligula curta; bainha um pouco<br />

dilatada, quasi egual e por vezes maior que os entrenós. Espigas 2, ao<br />

principio direitas, mais tar<strong>de</strong> afastadas. Espiguetas ovaes agudas dispostas<br />

em duas series. Glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior muito pequena triangular<br />

ou nulla, a segunda e a terceira quasi eguaes, 3­5 nerveas, um<br />

pouco menores que as glumas que são um pouco cartilagineas e <strong>de</strong> nervuras<br />

quasi imperceptíveis. Estyletes plumosos muito escuros.<br />

Hab. nos terrenos arenosos nas proximida<strong>de</strong>s da agua. — Fl. agosto e<br />

setembro.<br />

Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (G. Sampaio). — Beira<br />

littoral: <strong>Coimbra</strong>, no Choupal. Montemor, Ereira, nas margens do Mon<strong>de</strong>go<br />

(Ferreira). — Centro littoral: margens do Tejo (R. da Cunha).<br />

Area geogr. — França meridional, Península ibérica. (Carolina).<br />

OBS. — Nos exemplares que examinei é nulla a gluma inferior, <strong>de</strong> modo<br />

que parece que a espigueta tem duas glumas sensivelmente eguaes e duas<br />

glumellas mais resistentes e pouco menores que aquellas. Também a gluma<br />

superior é perfeitamente glabra e não pubescente, como é indicado em<br />

todas as <strong>de</strong>scripções.<br />

PANICUM 2 L. — Espiguetas 1­2­íloreas dispostas em espigas, racimos<br />

ou paniculas. Gluma inferior muito menor que a segunda, que é sensivelmente<br />

egual á terceira, que em muitos casos tem na axilla uma flor tf ;<br />

glumellas <strong>de</strong> flor fértil eguaes cartilagineas. Estâmes 3. Estyletes 2, terminaes,<br />

estigmas plumosos.<br />

2<br />

Inflorescencia em racimos (falsas espigas) unilateraes, agrupados na extremida<strong>de</strong><br />

do colmo (digitados) Sect, I. Digitaria (Pers.).<br />

Inflorescencia em panicula 2<br />

De -ασπάλος, nome dado por Hippocrates a uma gramínea.<br />

De panis, pão ; sementes nutritivas.


[Panicula <strong>de</strong> racimos (falsas espigas) alternos, solitários ou geminados, comespi-<br />

\ guetas curtamente pedunculadas Sect. II. Echinochloa (Beauv.).<br />

2 <<br />

JPanicula ampla muito ramosa; espiguetas todas nitidamente pedunculadas.<br />

( Sect. III. Eupanicum.<br />

Sect. I. Digitaria (Pers.)<br />

Gluma superior egual a meta<strong>de</strong> das glumellas P. sanguinale L.<br />

Gluma superior maior que as glumellas P. <strong>de</strong>bile Duf.<br />

Panicum sanguinale L. Sp. ed. I, p. 57; Paspalum sanguinale Brot.<br />

1. c. p. 83; Digitaria sanguinalis Scop. ; Willk. et Lange, 1. c. p. 45;<br />

Hackel, Cat. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 266.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1242, 1245, 1809; Soe. Brot. n.° 25.<br />

Planta aqnual multiculmea <strong>de</strong> caule rastejante na base e <strong>de</strong>pois direito;<br />

folhas planas acuminadas mais ou menos pelludas; bainhas pelludas, um<br />

pouco mais curtas que os entrenós; ligula curta truncada e levemente <strong>de</strong>nteada.<br />

Inflorescencia formada <strong>de</strong> 3-10 ou mais racimos na extremida<strong>de</strong> do<br />

caule num ou mais verticillos. Espiguetas aos pares, uma rente, outra pedunculada;<br />

gluma inferior muito pequena triangular ou nulla, gluma superior<br />

lanceolada estreita, 3-nervea ciliada egual a meta<strong>de</strong> da glumella<br />

inferior; terceira gluma da gran<strong>de</strong>za das glumellas, oblongo-lanceolada,<br />

5-nervea, nervuras salientes, as duas lateraes mais próximas da margem<br />

do que da nervura media, ciliada na margem e nas nervuras; glumellas<br />

eguaes em comprimento enerveas, <strong>de</strong>licadamente estrioladas, um pouco<br />

coriaceas.<br />

Hab. nos terrenos cultivados, logares um pouco húmidos em todo o<br />

reino. —• Fl. maio a agosto.<br />

Nome vulg. — Milha digitada.<br />

Alemdouro littoral: Espozen<strong>de</strong>, Braga (E. Sequeira) ; Cabeceira <strong>de</strong> Basto<br />

(D. M. Henriques); Vizella (W. Lima); Porto (Welw., Schmitz). — Beira<br />

central: Guarda, Serra da Estrella, na Senhora do Desterro (J. Daveau).<br />

— Beira littoral : <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller, R. da Cunha); Louriçal, Pinhal<br />

do Urso, Montemor (M. Ferreira); Buarcos (A. <strong>de</strong> Carvalho); Soure<br />

(Moller). — Beira meridional: Pampilhosa da Serra (J. Henriques); Sernache<br />

do Bom Jardim (M. <strong>de</strong> Barros); Castello Branco, Abrantes (R. da<br />

Cunha); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Centro littoral: Vallado, Santarém,<br />

Caldas da Rainha (R. da Cunha) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., J.<br />

Daveau, P. Coutinho, B. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Almeirim (R.<br />

da Cunha). — Algarve: Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (A. Guimarães).<br />

Area geogr. — Europa media e austral, regiões tropicaes e subtropicaes.


10<br />

Panicum débile Desf. Fl. atl. I, p. 89; Digitaria <strong>de</strong>bilis W. exs.<br />

p. 91; Willk. et Lange, 1. c. p. 45; Hackel, Cat. p. 12; Colmeiro, 1. c.<br />

p. 267.<br />

Exsic —Welw. in herb, da Escola Polytechnica.<br />

Planta annual multiculmea ; colmos muito <strong>de</strong>lgados, radicantes nos nós<br />

inferiores ; nós <strong>de</strong> côr escura ; folhas planas acuminadas, scabras nas margens<br />

e nas nervuras, mais ou menos pelludas; limbo curto; bainha mais<br />

longa do que os entrenós; ligula curta truncada. Inflorescencia formada <strong>de</strong><br />

3­7 racimos digitados ou em pequena panicula. Espiguetas aos pares, uma<br />

rente, outra pedunculada; gluma inferior muito curta, membranosa chanfrada;<br />

gluma superior estreita acuminada, 6­nervea, mais comprida do que<br />

as glumellas; terceira gluma 6­nervea, quasi egual á flor, ambas ciliadas<br />

nas margens, levemente villosas na base e nos intervallos das nervuras;<br />

glumellas quasi eguaes, um pouco cartilagineas e <strong>de</strong> côr clara; estâmes 3<br />

com antheras <strong>de</strong> côr violeta­escura ; estigmas plumosos <strong>de</strong> côr escura.<br />

Hab. nos terrenos arenosos incultos. — Fl. julho.<br />

Centro littoral: Pedrouços, nos areaes (Welw.).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, França meridional, Italia, Africa boreal.<br />

Sect. II. Echinochloa '<br />

Panicum crus-galli L. Sp. ed. 1, p. 56; Echinochloa crus­galli P.<br />

Beauv. apud R. et Sch. Syst. II, p. 477; Brot. 1. c. p. 82; Willk. et<br />

Lange, 1. c. p. 44; Hackel, Cat. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 264.<br />

Exsic. —Welw. n. os<br />

1240 e 1241; Soc. Brot, η. 03<br />

612 e 1273; Fl.<br />

lusit. exs. n.° 417.<br />

Planta annual <strong>de</strong> colmo ascen<strong>de</strong>nte comprimido; folhas largas glabras,<br />

ásperas nas margens; ligula nulla; bainha um pouco dilatada. Inflorescencia<br />

em panicula <strong>de</strong> espigas simples ou subramosas lateraes; espiguetas<br />

dispostas em grupos alternos, pedúnculos curtos, <strong>de</strong>seguaes e longamente<br />

setosos na base; gluma inferior muito mais curta que as superiores, 3nervea<br />

cordiforme ; a segunda e terceira quasi eguaes 5­nerveas e todas<br />

ciliadas na margem e nas nervuras; glumella superior <strong>de</strong> flor neutra membranacea<br />

ciliada nas margens; glumellas da flor fértil brancas, lustrosas,<br />

cartilagineas, a inferior mucronada. — Fl. junho a outubro.<br />

Var. Hostii (M. B.), Fl. taur. cauc. Ill, p. 57; Panicum stagninum Host.<br />

Gram. p. 51; Eriochloa crus­gallii, 3. aristata Rchb. Icon. fl. germ. fig.<br />

1412.<br />

Diffère da forma typica por ter principalmente a terceira gluma longamente<br />

aristada.


11<br />

Frequente em todo o paiz, entre as cearas <strong>de</strong> milho. — FL junho a<br />

agosto.<br />

Nome vulg. — Milha maior ou pé <strong>de</strong> gallo.<br />

Alemdouro trasmonlano: Bragança (P. Coutinho); Argozello, prox. <strong>de</strong><br />

Vimioso (J. Mariz); Chaves, na serra do Brunheiro (Moller); Villa Real<br />

(D. Monteiro). — Alemdouro littoral: Gerez (M. Ferreira); Espozen<strong>de</strong> (A.<br />

Sequeira); Cabeceiras do Basto (I). M. Henriques); Santo Thyrso (A. Valente)<br />

; Leça <strong>de</strong> Palmeira (S. da Silva); Porto (Schmitz); Vizella (W. Lima).<br />

— Beira littoral: Espinho, visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, S. Fagundo, Choupal,<br />

Fornos (Moller) ; Bussaco (F. Loureiro) ; — var. Hostii: Villa Franca, prox.<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ourentaní (A. <strong>de</strong> Carvalho); paul dArzilla, campos<br />

<strong>de</strong> Fôja (M. Ferreira).—Beira meridional: Idanha-a-Nova, Abrantes, Tramagal,<br />

Villa Velha do Ródão (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />

C. Zimmermann).—<br />

Centro littoral: Runa (R. e Cunha); Caldas da Rainha, Torres<br />

Novas, Santarém, Azambuja (B. da Cunha); Povoa, Collares, Cintra (Welw.);<br />

ilhéu d'Almorol (J. Perestrello) ;—var.: Santarém, Leziria d Azambuja,<br />

Thomar, nas margens do Nabão (R. da Cunha); Cintra (Welw.). — Baixas<br />

do Sorraia: Montargil (A. Cortezão); — var.: Coruche, nas margens do<br />

Sorraia (J. Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Coina; — var.: Pinheiro,<br />

prox. <strong>de</strong> Alcácer, nas marinhas (J. Daveau). — Algarve: Faro, no Espaldão<br />

(A. Guimarães).<br />

Area geogr. — Europa, Africa boreal, Asia, America e Nova Hollanda.<br />

Sect. III. Eiipanicum<br />

Planta rhizoraatosa P. repens L.<br />

Planta com raiz fibrosa P. miliaceum L.<br />

Panicum repens L. Sp. ed. II, p. 87; P. arenarium Brot. 1. c. p.<br />

82; P. coloratum Cav. Ic. 11, t. 110; Willk. et Lange, 1. c. p. 44; Hackel,<br />

1. c. p. 10; Colmeiro, 1. c. p. 263.<br />

Exsic —Welw. n. ps<br />

1244 a 1246; Soe Brot. n.° 295.<br />

Planta perennal, rhizomatosa; colmo <strong>de</strong>cumbente na base, ramoso; folhas<br />

disticadas planas ou parcialmente dobradas, ásperas nas margens,<br />

muito próximas nos colmos estereis; ligula formada por pellos; bainha mais<br />

curta que os entrenós e ciliada na margem. Inflorescencia em panicula formada<br />

<strong>de</strong> racimos direitos com espiguetas pequenas, oblongas agudas, pedunculadas,<br />

solitárias ou em pequenos grupos e distantes uns dos outros ;<br />

gluma inferior muito menor que as outras, suborbicular invaginante; a se-


12<br />

gunda lanceolada aguda 7-9-nervea; a terceira similhante a esta, um pouco<br />

mais larga; glumella <strong>de</strong> flor neutra membranosa, bilobada ; glumellas <strong>de</strong><br />

flor fértil mais curtas do que as glumas lusidias ovaes.<br />

Nome vulg. — Alcarnache ou Escalracho d'agua.<br />

Vulgarissimo nos terrenos arenosos e húmidos. — Fl. junho a outubro.<br />

Alemdouro littoral: Vianna do Castello, Moledo, Espozen<strong>de</strong> (R. da<br />

Cunha); Porto, em QuebrantÕes (Moller). — Beira littoral: Aveiro (E.<br />

Mesquita); <strong>Coimbra</strong>, S. Fagundo (Moller); Moinho do Almoxarife {A. <strong>de</strong><br />

Carvalho); Pinhal do Urso (M. Ferreira); Cabo Mon<strong>de</strong>go (J. Mariz); Albergaria,<br />

Soure, Pombal (Moller). — Centro littoral: Thomar, Caldas da<br />

Rainha. Vallado, Lisboa (R. da Cunha); Cascaes (P. Coutinho). — Baixo<br />

Alemtejo littoral: Alfeite, nas valias, Trafaria, Arrábida (Daveau); Coina,<br />

Setúbal (Welw., A. Luisier). — Algarve: Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />

(A. Guimarães) ; Tavira (Daveau); Lagos, Silves, Monchique (Welw.).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea, Africa boreal e austral, Syria.<br />

OBS. — Os exemplares colhidos por Welwitsch em Silves e em Monchique<br />

são bastante distinctos da forma typica, sendo caracterisados pelas folhas<br />

estreitas e enroladas. Nestes caracteres fundou a varieda<strong>de</strong> stenoplnjlla que<br />

não julgo legitima, pois esta forma está perfeitamente ligada áquella por<br />

formas intermediarias. Nos exemplares <strong>de</strong> Monchique encontram-se as<br />

folhas typicas e as da varieda<strong>de</strong> no mesmo individuo.<br />

Panicum miliacenm L. Sp. ed. I, p. 58; Rrot. 1. c. p. 82; Willk.<br />

et Lange, 1. c. p. 44; Hackel, 1. c. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 264.<br />

Planta annual <strong>de</strong> raiz fibrosa; colmo direito <strong>de</strong> 3-12 <strong>de</strong>c, ramoso na<br />

base; folhas planas bastante largas, longamente acuminadas, ásperas na<br />

margem ; bainha pelluda ; ligula formada por feixes <strong>de</strong> pellos. Panicula<br />

ampla <strong>de</strong> ramos mais ou menos recurvados; espiguetas pedunculadas<br />

oblongas acuminadas <strong>de</strong> 3-5 mill. ; gluma inferior 3-nervea, acuminada,<br />

um terço mais curta que as outras; a segunda e a terceira ovaes-acuminadas<br />

9-nerveas ; glumella <strong>de</strong> flor neutra meta<strong>de</strong> mais curta que a terceira<br />

gluma, membranosa quasi enervea ; glumellas <strong>de</strong> flor fértil mais curtas que<br />

as glumas cartilagineas, lustrosas e <strong>de</strong> côr clara.<br />

Cultivado em algumas localida<strong>de</strong>s. — Fl. julho a agosto.<br />

Nome vulg. — Milho meudo.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho).—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller). — Beira central: Guarda (Daveau).— Centro littoral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa, Lumiar (Welw.).<br />

Area geogr. — índia, subespontanea na França e Grécia.


13<br />

SETARIA 1<br />

P. Beauv. — Espiguetas caducas com uma ou duas flores<br />

(a inferior tf na axilla da terceira gluma) dispostas em longa panicula<br />

espiciforme, acompanhadas na base <strong>de</strong> appendices setosos; glumellas por<br />

fim rijas, lustrosas e mais ou menos rugosas.<br />

1<br />

3<br />

(Um a très appendices setosos na base <strong>de</strong> cada espigueta S. itálica P. B.<br />

(Muitos appendices 2<br />

ÍAppendices com pequenas pontas ou <strong>de</strong>ntes voltadas para baixo.<br />

S. verticillata P. B.<br />

Appendices com pequenas pontas voltadas para cima 3<br />

(Segunda gluma superior egualando as glumellas S. viridis P. Β.<br />

(Segunda gluma superior egualando meta<strong>de</strong> das glumellas S. glauca P. B.<br />

Setaria glauca (L.) P. Beauv. Agr. pi 51; Panicum glaucum L. Sp.<br />

ed. I, p. 56; Brot. 1. c. p. 81; Willk. et Lange, 1. c. p. 4­3; Hackel,<br />

1. c. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 260.<br />

Exsic —Welw. n.° 1271; Soe Brot, η. 03<br />

23 e 23 δ; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 414.<br />

Planta annual; colmo direito, nú em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior;<br />

folhas <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> claro, ásperas, limbo oblongo­lanceolado, com longos<br />

pellos na base, bainha geralmente mais curta que os entrenós, ligula formada<br />

<strong>de</strong> pellos curtos e <strong>de</strong>nsos. Panicula espiciforme, <strong>de</strong>nsa contínua, <strong>de</strong><br />

côr amarellada e com numerosos appendices mais compridos que as espiguetas;<br />

gluma inferior pequena, 3­nervea cordata, invaginante, a segunda<br />

5­nervea egualando meta<strong>de</strong> ou pouco mais da flor, terceira gluma 5­nervea,<br />

egualando em gran<strong>de</strong>za a llôr fértil, a superior menor e fina ; glumellas<br />

<strong>de</strong> llôr fértil coriaceas alouradas e sulcadas transversalmente e <strong>de</strong>licadamente<br />

pontuadas.<br />

Frequente em todo o paiz, nos terrenos cultivados e na proximida<strong>de</strong> da<br />

agua. — Fl. junho e julho.<br />

Nome vulg. — Milha glauca.<br />

Alemdouro trasmontano: Be<strong>de</strong>, prox. <strong>de</strong> Mezão Frio (S. Silva); Villa<br />

Real (D. Monteiro).—Alemdouro lilloral: Gerez (M. Ferreira); S. Pedro<br />

da Cova (E. Schinitz); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Vizelin<br />

(W. Lima). — Beira lilloral: Espinho (Moller); <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller,<br />

C. Freire, B. e Cunha); Pinhal do Urso (F. Loureiro). — Beira central:<br />

De sela, seda; allusão aos appendices sedosos da base das espiguetas.


Serra da Estrella, em Cêa e na Senhora do Desterro (Welw., J. Henriques);<br />

Fornos d'Algodres, Vizeu (M. Ferreira). — Beira meridional : Pampilhosa<br />

da Serra (J. Henriques); Castello Branco (B. da Cunha). — Centro<br />

littoral: Villa Nova d'Ourem (J. Daveau) ; Thomar, Santarém (R. da Cunha).<br />

— Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral:<br />

Setúbal (J. Daveau). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro-(A. Guimarães).<br />

Area geogr. — Cosmopolita.<br />

Setaria viridis (L.) P. Beauv.; Panicum viri<strong>de</strong> L. Syst. ed. X, p. 870;<br />

Brot. p. 81 ; Willk. et Lange, p. 43 ; Hackel, I. c. p. 11; Colmeiro, p. 261.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 415; Soe Brot. n.° 24.<br />

Planta annual; colmo e folhas similhantes ás da espécie anterior. Panicula<br />

espiciforme <strong>de</strong>nsa, formada <strong>de</strong> espiguetas ellipticas com appendices<br />

setosos longos <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> ou levemente roxa; gluma inferior curta 3nervea,<br />

longamente oval invaginante, a superior 5-nervea egual em gran<strong>de</strong>za<br />

ás flores; glumella inferior da flor tf 5-nervea, a superior meta<strong>de</strong><br />

mais curta lanceolada enervea; glumellas <strong>de</strong> flor fértil coriaceas ellipticas<br />

finamente ponctuadas.<br />

Frequente nas terras cultivadas.—Fl. junho e julho.<br />

Nome vulg. — Milha ver<strong>de</strong>.<br />

Setaria itálica (L.) P. Beauv.; Panicum italicum L. Sp. ed. I, p. 56;<br />

Brot. p. 81; Willk. et Lange, p, 44; Hackel, p. 11; Colmeiro, p. 262.<br />

Planta annual; colmo <strong>de</strong> 5-10 e mais <strong>de</strong>cimetros; folhas ver<strong>de</strong>s planas<br />

largas acuminadas; bainha longamente ciliada nas margens, estriada; ligula<br />

formada <strong>de</strong> pellos. Panicula espiciforme lobada <strong>de</strong> 2-3 cent, <strong>de</strong> diâmetro,<br />

e <strong>de</strong> 2-3 <strong>de</strong>c. <strong>de</strong> comprimento, racurvada ; espiguetas ellipticas obtusas,<br />

acompanhadas <strong>de</strong> appendices solitários, geminados ou ternados bastante<br />

longos; glumas membranosas, a inferior pequena, 3-nervea invaginante,<br />

nascendo a alguma distancia da superior, esta 5-nervea um pouco mais<br />

curta que a flor; glumella inferior <strong>de</strong> flor estéril 5-nervea elliptica, do<br />

mesmo comprimento que a flor fértil ; glumella superior nujla ; glumellas<br />

da llôr fértil coriaceas, finamente pontuadas. Caryopse suborbicular ou oval.<br />

Cultivado em algumas regiões, especialmente no norte do paiz.—


IS<br />

Setaria verticillata (L.) P. Beauv. ; Panicum vertieillatum L. Sp.<br />

ed. II, p. 82; Brot. p. 81; Willk. et Lange, p. 44; Hackel, p. 11; Colmeiro,<br />

p. 262.<br />

Planta annual; colmo <strong>de</strong>lgado ramoso na base; folhas planas acuminadas<br />

glabras; bainha em geral mais curta que os entrenós; ligula curta<br />

membranacea, pelluda na parte dorsal. Panicula espiciforme interrompida<br />

na parte inferior, ficando os grupos <strong>de</strong> espiguetas como verticillados ; espiguetas<br />

ellipticas pequenas; glumas membranosas, a inferior pequena, largamente<br />

oval invaginante, a superior 5­7­nervea, elliptica, <strong>de</strong> comprimento<br />

egual ao <strong>de</strong> llôr fértil; glumella inferior <strong>de</strong> flor estéril similhante á gluma<br />

superior; glumella superior um terço menor do que a inferior, lanceolada<br />

enervea ; glumellas <strong>de</strong> flor fértil ovaes obtusas finamente pontuadas.<br />

Frequente nos terrenos cultivados.—Fl. junho a agosto.<br />

Nome vulg. — Milha verlicillada.<br />

Alemdouro trasmonlano : Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. J. Ochoa); Bragança<br />

(P. d'OIiveira). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong> (Moller); Buarcos (Schmitz).—<br />

Beira meridional: Malpica, Castello Branco, Abrantes (R. da Cunha).—<br />

Centro littoral: Thomar, nas margens do Nabão, Caldas da Rainha, Villa<br />

Franca (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho, R. da<br />

Cunha). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro (A. Guimarães).<br />

Tribu IV. O r y z e a e<br />

Espiguetas hermaphrodites ou unisexuaes 1­floreas; flores apparenlemente<br />

terminaes e envolvidas pelas glumellas ordinariamente 1­nerveas;<br />

glumas pequenas ou nullas.<br />

Glumas pequenas e acompanhadas <strong>de</strong> pequenas escamas; glumellas muito comprimidas<br />

lateralmente Oryza L.<br />

Glumas nullas ou muito rudimentares; glumellas muticas Leersia Swartz.<br />

ORYZA 1<br />

L. — Espiguetas 1­lloreas muito comprimidas lateralmente;<br />

glumas quasi eguaes membranosas lanceoladas muito mais curtas que as<br />

glumellas, 1­nerveas. Glumellas coriaceas poncluadas com pellos rijos mais<br />

numerosos no vértice, a inferior mais larga que a superior, mutica ou aristada,<br />

S­nervea, a superior 3­nervea; estâmes 6; ovário glabro; estigmas<br />

2 plumosos; caryopse livre oblongo branco.<br />

1<br />

Do grego δριιζα, arroz.


1«<br />

Oryza sativa L. Sp. ed. I, p. 333; Brot. p. 596; Willk. et Lange,<br />

p. 36; Hackel, p. 7; Colmeiro, p. 242.<br />

Planta annual; colmo <strong>de</strong> 50 cent, a 1 metro e mais; folhas linearlanceoladas<br />

ásperas; ligula oblonga inteira ou laciniada, limbo auriculado<br />

na base e as auriculas pelludas. Panicula formada <strong>de</strong> espigas direitas.<br />

Cultivado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Estarreja até Grândola, nos terrenos mais ou menos<br />

pantanosos das regiões littoraes. — Fl. agosto.<br />

LEERSIA 2 Swartz. — Espiguetas 1-íloreas comprimidas lateralmente;<br />

glumas nullas; glumellas coriaceas carenadas quasi eguaes em comprimento,<br />

a inferior larga, 3-nervea, mutica, a superior muito estreita 1-nervea; estâmes<br />

3; ovário gíabro, estylete 2 com estigma <strong>de</strong> pellos ramosos; caryopse<br />

oblongo comprimido lateralmente, envolvido pelas glumellas, mas livre.<br />

Leersia oryzoi<strong>de</strong>s (L.) Swartz, Fl. Ind. occid. I, p. 132; Phalaris<br />

oryzoi<strong>de</strong>s L. Sp. ed. III; Willk. et Lange, p. 35; Colmeiro, p. 242.<br />

Planta perennal; colmo <strong>de</strong> 5-12 <strong>de</strong>c. rastejante na base e radicante<br />

nos nós; folhas planas linear-Ianceoladas <strong>de</strong> 4-8 mill, <strong>de</strong> largura ásperas<br />

com a nervura central branca; ligula munto curta obtusa. Panicula ampla<br />

<strong>de</strong> ramos ílexuosos <strong>de</strong>lgados e ásperos; espiguetas voltadas quasi todas<br />

para o mesmo lado <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> pardacenta e separando-se do eixo muito<br />

facilmente quando maduras; glumellas ciliadas nas margens e tendo na<br />

carena feixes <strong>de</strong> pellos <strong>de</strong>seguaes.<br />

Hab. nos logares pantanosos do centro do paiz. — Fl. julho a agosto.<br />

Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>, na ribeira <strong>de</strong> Coselhas, Barcoiço (M. Ferreira).<br />

— Beira meridional: Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Cenlro lilloral: valias<br />

da Azambuja (B. da Cunha).<br />

Area geogr. — Europa media, Itália, Peninsula ibérica, Africa boreal.<br />

Tribu V. JPlialaridLeae<br />

Espiguetas todas férteis 1-íloreas ou com 1-2 flores tf inseridas inferiormente<br />

á flor apparentemente terminal; glumas 4, <strong>de</strong>seguaes, sendo a<br />

terceira e quarta menores que as duas primeiras; glumellas eguaes comprimidas<br />

lateralmente, enerveas ou 1-nerveas muticas. Estyletes distinctos<br />

e os estigmas salientes no vértice da espigueta. Caryopse nú.<br />

z<br />

Dedicada a J. Daniel Leers <strong>de</strong> Herborn.


17<br />

Espiguetas comprimidas lateralmente, e primeira e segunda glumas dilatadas em<br />

forma <strong>de</strong> aza Phalaris L.<br />

Espiguetas não comprimidas lateralmente, primeiras glumas herbáceas <strong>de</strong>seguaes<br />

não dilatadas em aza. Anthoxanthum L.<br />

PHALARIS 1 L. — Inflorescencia em panicula espiciforme compacta<br />

ou mais ou menos interrompida; espiguetas comprimidas lateralmente com<br />

a primeira e segunda gluma <strong>de</strong> forma navicular, tëndo a carena mais ou<br />

menos dilatada em aza membranosa; glumellas luzidias e duras; glumel­<br />

lulas distinctas; estâmes 3.<br />

Panicula compacta •'. Sect. I. Euphalaris.<br />

Panicula interrompida ... Sect. II. Digrapbis Trin.<br />

Sect. I. Euphalaris<br />

ι Colmo bolboso na base 2<br />

1<br />

(Colmo não bolboso 3<br />

(Aza carenal larga; glumas internas muito pequenas ou nullas.. Ph. aquática L.<br />

9 )<br />

" )Aza carenal estreita; uma das glumas interna quasi egual a meta<strong>de</strong> da flor.<br />

( Ph. bulbosa L.<br />

4<br />

Panicula curta (pouco mais comprida do que larga) 4<br />

Panicula bem mais comprida do que larga S<br />

(Terceira e quarta glumas egualando meta<strong>de</strong> da flor Ph. canariensis L.<br />

(Terceira e quarta glumas muito pequenas Ph. brachystachis Link.<br />

(Muitas espiguetas estereis e algumas muito modificadas Ph. paradoxaL.<br />

S .<br />

(Espiguetas todas férteis 6<br />

b<br />

(Glumas interiores muito pequenas Ph. truncata Pari.<br />

jUma das glumas internas com um appendice egual a l<br />

/ 3 da glumella.<br />

( Ph. minor Retz.<br />

Phalaris canariensis L. Sp. ed. I, p. 84; Willk. et Lange, p. 36;<br />

Hackel, p. 7; Colmeiro, p. 243.<br />

Planta annual glabra; colmo simples ou ramoso direito; folhas planas,<br />

lineares­lanceoladas; ligula membranosa oblonga; bainha <strong>de</strong> folha supe­<br />

1<br />

De φαλός, brilhante; allusão ao brilho e côr das flores.<br />

2 XX<br />

1


18<br />

rior muito bojuda. Panicula distante da ultima folha, ovói<strong>de</strong> ou oblonga<br />

<strong>de</strong> côr esbranquiçada com linhas ver<strong>de</strong>s ; primeiras glumas eguaes 3-nerveas,<br />

ovaes carenadas, aza da carena larga e <strong>de</strong>nticulada na meta<strong>de</strong> superior<br />

e estreitando até ά base gradualmente ; glumas interiores linear-lanceolada.s<br />

brancas eguaes em comprimento a meta<strong>de</strong> da llôr; glumellas<br />

concavas cobertas <strong>de</strong> pellos amareliados, a inferior um pouco mais comprida<br />

e mais larga oval 5-nervea, a superior 2-nervea.<br />

Cultivada em pequena escala e muito rara fora das culturas.—Fl. maio<br />

a junho.<br />

Nome vulg. — Alpista.<br />

Area geogr. — Canárias, Europa.<br />

Phalaris brachystachys Link, in Schrad. .Tourn. I, 3, p. 134; Ph.<br />

canariensis Brot. p. 79; Willk. et Lange, p. 36; Hackel, p. 7; Colmeiro<br />

ρ, 244.<br />

Exsic —Welw. n.° 1264 e 1265.<br />

Planta bisannual, similhante ao Ph. canariensis, differindo d'esta por ter<br />

a bainha da folha superior muito menos bojuda e principalmente pela gran<strong>de</strong>za<br />

das glumas terceira e quarta, que são proximamente 6 vezes menores<br />

que a flor.<br />

Vulgar nas searas e ainda em terras incultas. — Fl. maio a junho.<br />

Nome vulg — Alpista.<br />

Alemdouro littoral: Porto (V. Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A.<br />

<strong>de</strong> Carvalho, Moller) ; Miranda do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello) ; Buarcos, Soure<br />

(Schmitz) ; Pombal (Moller) ; Seixo, prox. <strong>de</strong> Montemór­o­Velho (M. Ferreira).—<br />

Centro littoral : Villa Franca, Azambuja (R. da Cunha); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau) ; Cascaes (P. Coutinho). — Alto Alemtejo:<br />

Marvão, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha). — Baixas do Sorraia:<br />

Montargil (J. Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral: Montevil (Moller); Setúbal<br />

(A. Luisier).— Baixas do Guadiana: Alte (Moller). — Algarve:<br />

Faro, Lagos (Moller, A. Guimarães).<br />

Area geogr, — Região mediterrânea.<br />

Phalaris minor Retz. obs. ΠΙ, p. 8; Ph. aquática Brot. p. 80; Willk.<br />

et Lange, p. 36; Kackel, p. 7; Colmeiro, p. 244.<br />

Exsic—Soc. Brot. n.° 292.<br />

Planta annual; colmo direito ramoso na base; folhas lineares estreitas;<br />

ligula oblonga; bainha superior um pouco dilatada. Panicula oblonga ou<br />

oblongo­cylindrica <strong>de</strong> côr esbranquiçada com veios ver<strong>de</strong>s, compacta; glumas<br />

exteriores ovaes lanceoladas agudas, tendo na carena uma aza pouco larga,<br />

finamente <strong>de</strong>nteada na parle superior, <strong>de</strong>crescendo regularmente e terminando<br />

á distancia da base; terceira e quarta glumas em forma <strong>de</strong> escamas muito


19<br />

pequenas, tendo a quarta um appendice egualando o terço da flor; glumellas<br />

pelludas, <strong>de</strong>seguaes.<br />

Frequente nas terras cultivadas.—Fl. maio.<br />

Alemdouro lilloral: S. Pedro da Cova (Schmitz); Porto (V. Nogueira,<br />

G. Sampaio).—Beira lilloral: Aveiro (E. Mesquita); <strong>Coimbra</strong>, Soure,<br />

Pombal (Moller) ; Buarcos (Schmitz) ; Marinha Gran<strong>de</strong> (C. Pimentel). —<br />

Beira central: Bussaco (F. Loureiro). — Beira trasmontana: Almeida,<br />

Villar Formoso, Mido (R. da Cunha). — Beira meridional: Malpica (R. da<br />

Cunha). — Cenlro lilloral: Povoa e Meadas (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong><br />

Lisboa (D. S. Silva, Welw., Daveau). — Baixo Alemlejo littoral: Setúbal<br />

(A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Cazevel (Moller); Villa Fernando<br />

(R. Marçal). — Algarve: Faro (A. Guimarães); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />

(Daveau, Moller) ; Tavira (Welw.).<br />

Area geogr.—Região mediterrânea, Africa austral e boreal, Arabia.<br />

Pïialaris truncata Guss. Fl. sic. prod, suppl. p. 18; Ph. aquática<br />

Guss. Fl. sic. prod. 1, p. 67; Desfontaines, FI. atl. 1, p. 56; Hackel,<br />

ρ· 8 · , . :<br />

Planta perennal; colmo ramoso na^base; folhas lineares acuminadas, um<br />

pouco ásperas em ambas as faces; ligula oblonga um pouco dilacerada. Panicula<br />

compacta cylindrica não muito distante da folha superior, cuja bainha<br />

é dilatada. Glumas exteriores ovaes lanceoladas, tendo na carena uma aza<br />

Ironcada na parte superior; glumas interiores muito pequenas, quasi eguaes<br />

obtusas ; glumellas pelludas.<br />

Hab. nos terrenos cultivados, mas muito rara. — Fl. março e abril.<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no Choupal (G. Mesnier).<br />

Area geogr.—Italia, França meridional.<br />

Pïialaris paradoxa L. Amen. acad. IV, p. 264; Brot. p. 79; Willk.<br />

et Lange, p. 36; Hackel, p. 8; Colmeiro, p. 244.<br />

Exsic —Soe. Brot. n.° 293; Welw. n.° 1253 e 1256.<br />

Planta annual; colmo simples ou ramoso um pouco <strong>de</strong>itado na base;<br />

folhas lineares ásperas ; ligula lanceolada ; bainha da folha superior ampla<br />

e envolvendo parcialmente a panicula. Panicula oblongo­obovada compacta<br />

; espiguetas reunidas em grupos <strong>de</strong> 5­7, sendo uma fértil e as outras<br />

neutras, <strong>de</strong> comprimento egual ao dos pedúnculos; espiguetas inferiores<br />

mais ou menos <strong>de</strong>formadas; glumas exteriores quasi eguaes lanceoladas,<br />

as das espiguetas ferieis aristadas com 3­4 nervuras <strong>de</strong> cada lado da carena,<br />

que tem uma aza triangular na meta<strong>de</strong> superior; glumellas <strong>de</strong> espiguetas<br />

neutras 3­nerveas, com aza estreita mais ou menos Ironcada e <strong>de</strong>nticulada<br />

na parle superior; glumas interiores muito pequenas escamiformes ;<br />

glumellas lustrosas com poucos pellos.


20<br />

- Não rara no centro e na parte meridional do paiz.—-Fl. junho.<br />

Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (A. <strong>de</strong> Carvalho, Moller); Miranda<br />

do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello); Buarcos (Schmitz). — Centro littoral: Lezíria da<br />

Azambuja (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Monsanto (Welw., Daveau);<br />

Lumiar, Odivellas, Bemíica (Welw., Daveau); Cascaes (P. Coutinho);<br />

S. José <strong>de</strong> Ribamar (D. S. Silva). — Allo Alemtejo: Portalegre (R.<br />

da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal (A. Luisier).-—Baixas do<br />

Guadiana: Cuba (R. da Cunha); Cazevel (Moller). — Algarve: Lagos,<br />

Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio, Castro Marim (Moller).<br />

Area geogr. — Europa austral, Africa boreal, Syria e Canárias.<br />

OBS. — Os exemplares colhidos pelo sr. Daveau na serra <strong>de</strong> Monsanto,<br />

perto da Ponte Nova e no Valle d'Alcantara, são notáveis por terem todas<br />

as espiguetas estereis completamente <strong>de</strong>formadas e com as espiguetas centraes<br />

férteis rígidas. Devem correspon<strong>de</strong>r â varieda<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada por<br />

Schutes como espécie, que <strong>de</strong>signou com o nome <strong>de</strong> Ph. appendiculata.<br />

Phalaris aquática L. Amen. acad. IV, p. 264; Ph. coerulescens<br />

Desf. Fl. atl. I, p. 56; Ph. bulbosa Cav. Icon. I, t. 64; Brot. p. 79;<br />

Willk. et Lange, p. 37; Hackel, p. 7; Colmeiro, p. 245.<br />

Exsic. — Welw. n. os<br />

1251 e 1252; Soc. Brot. n.° 1272.<br />

Planta perennal; colmo simples ou ramoso e bulboso na base; folhas<br />

lineares; ligula oblonga; bainha superior um pouco dilatada. Panicula<br />

espiciforme <strong>de</strong>nsa, oblonga, muitas vezes violácea ou azulada; espiguetas<br />

um pouco mais compridas que os pedúnculos, todas férteis ou algumas<br />

estereis; glumas externas lanceoladas, acuminadas-aristadas 3-5 nerveas;<br />

carena com aza larga recortada-<strong>de</strong>nteada occupando meta<strong>de</strong> ou os dois<br />

terços da carena; glumas internas muito pequenas, escamiformes, terminadas<br />

por um pincel <strong>de</strong> pellos mais compridos do que ellas; glumellas<br />

lustrosas glabras ou com poucos pellos.<br />

Vulgar nos terrenos cultivados e ainda nos incultos. — Fl. na primavera.<br />

Alemdouro lilloral: Darque (B. da Cunha). — Beira littoral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Pousada (Moller) ; Montemór-o-Velho (M. Ferreira); —<br />

Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha). — Centro lilloral: Villa<br />

Franca, Lezíria d'Azambuja, Cascaes (B. da Cunha); serra <strong>de</strong> Monsanto,<br />

Bellas (Welw., Daveau); Olhalvo (Moller); Torres Vedras, Santarém,<br />

Porto <strong>de</strong> Moz (R. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão).<br />

— Allo Alemtejo: Portalegre (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral:<br />

O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio); Monlegil (Moller); Arrábida (A. Luisier).<br />

— Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha) ; Cazevel (Moller).—Algarve:<br />

Faro (Welw.).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea, Africa boreal, Canárias.<br />

í


21<br />

Phalaris »ulbosa L. Cent. pl. var. 1, p. 4; Ph. nodosa L Syst. ed.<br />

XV; Brot. p. 79: Willk. et Lange, p. 37; Colmeiro, p. 245.<br />

Planta perennal, similhante á espécie autece<strong>de</strong>nte da quai diffère principalmente<br />

pelas espiguetas, cujos pedúnculos são eguaes à quarta parte<br />

da espigueta; glumas quasi eguaes lanceoladas agudas com a aza carenal<br />

estreita finamente <strong>de</strong>nteada, occupando pouco mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do comprimento<br />

da nervura carenal ; glumas interiores pequenas tendo uma um appendice<br />

villoso egual ã terça parte da llôr; glumellas villosas.<br />

Hab. nos terrenos cultivados; rara. — Fl. maio a junho.<br />

Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>, em Alcarraques (M. Ferreira); Soure, em Urmar<br />

(Schmitz). — Baixas do Guadiana: Aljustrel (Daveau).<br />

Sect. II. Digraphis Trin.<br />

Phalaris arundinacea L. Sp. ed. I, p. 55; Digraphis arundinacea<br />

Trin. Fund. p. 130; Brot. p. 80; Willk. et Lange, p. 37; Hackel, p. 8;<br />

Colmeiro, p. 246.<br />

Exsic. — Fl. lusit. exs. n.° 1.<br />

Planta perennal; colmo direito <strong>de</strong> 8-15 <strong>de</strong>c com rhizoma rastejante;<br />

folhas compridas e largas, asperas nas margens; ligula oval. Panicula comprida<br />

ramosa <strong>de</strong> côr esver<strong>de</strong>ada ou violácea; espiguetas com pedúnculos<br />

eguaes á quarta parte da llôr; glumas externas quasi eguaes, ovaes agudas,<br />

a inferior 3-nervea, a superior 5-nervea; carena <strong>de</strong>licadamente sarrilhada,<br />

sem aza; glumas internas eguaes ao terço da flor, estreitas longamente<br />

ciliadas; glumellas membranosas, carenadas, quasi glabras, ciliadas<br />

nas margens. Fiôr.<br />

Não rara nos logares húmidos.—Fl. junho a agosto.<br />

Nome vulg. — Caniço malhado.<br />

Alemdouro littoral: Villa Nova'da Cerveira, Lanhellas, Valença (R. da<br />

Cunha).—Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller) ; Buarcos (Schmidt<br />

Goltz). — Beira central: visinhanças <strong>de</strong> Vizeu (M. Ferreira). — Alto Alemtejo:<br />

Redondo (Pitta Simões).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional, Asia, America boreal.<br />

ANTHOXAKTHÜM 1<br />

L. — Espiguetas com pedúnculos muito curtos<br />

1-íloreas, dispostas em panicula espiciforme oblonga, estreita; glumas exteriores<br />

muito <strong>de</strong>seguaes, carenadas, a primeira pequena lanceolada 1-ner-<br />

Do grego άνδο?, Qôr, e ξα^ός, amarello.


22<br />

vea, a segunda maior que as interiores; glumas interiores villosas alistadas;<br />

glumellas pequenas com a parte dorsal arredondada, mulicas; glumellulas<br />

nullas; estâmes 2.<br />

Glumas internas pouco maiores que a flor A. odoratum L.<br />

Glumas internas com o dobro da gran<strong>de</strong>za da ftôr A. aristatum Boiss.<br />

Antboxantbiim odoratum L. Sp. ed. 1, p. 28; Willk. et Lange,<br />

p. 37; Hachel, p. 8; Colmeiro, p. 247.<br />

Exsic —Soe. Brot. n.° 160; Welw. n.° 1263 e 1264.<br />

Planta perennal, cespitosa ; colmo erecto <strong>de</strong> 1­9 <strong>de</strong>c. ; folhas lineares<br />

planas; ligula oblonga. Panicula espiciforme oblongo­cylindrica, pouco compacta,<br />

amarellada e por vezes ramosa na base; glumas externas oval­lanceoladas<br />

cuspidadas, serrilhadas na carena; glumas interiores villosas côr <strong>de</strong><br />

castanha, ambas praganosas, nascendo a pragana da inferior no terço superior,<br />

e a da interior ou superior pouco acima da base, sendo esta pouco mais<br />

comprida do que as glumas externas; llôr fértil sempre maior que meta<strong>de</strong><br />

das glumas internas.<br />

ß. majus Hackel, 1. c. p. 8; A. amarum Brot. p. 32; Willk. et<br />

Lange, p. 38; Colmeiro, p. 249.<br />

Diffère do typo por ser mais robusta, folhas mais longas, mais ásperas,<br />

longamente ciliadas; espiguetas maiores; glumas mais acuminadas; glumas<br />

interiores mais compridas, quasi o dobro da ílór; pragana da superior<br />

muito geniculada.<br />

A planta colhida em Villa Nova <strong>de</strong>JMilfontes por Welwitsch, e por elle<br />

referida ao A. ovalum Lag., tem todos os caracteres do A. odoratum, com<br />

excepção da duração, pois parece annual.<br />

Hab. nos logares relvosos e mais ou menos frescos do centro e norte<br />

do paiz. — Fi. maio a junho.<br />

Nome vulg. — Feno <strong>de</strong> cheiro, β. Feno <strong>de</strong> cheiro amargoso.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Montesinho (Moller);<br />

Moncorvo (J. Mariz); Regoa (W. Lima); ß. Adorigo (Schmitz). — Alemdouro<br />

littoral: Ancora, Caminha, Valença, Monte­Dôr, Torporiz (R. da<br />

Cunha) ; Penedo, Gerez (J. Henriques, Moller) ; S. Pedro da Cova (Schmitz) ;<br />

Porto (V. Nogueira); β. Serra do Soajo (Moller); Villa Nova da Cerveira,<br />

Melgaço, Monsão, Ancora, Caminha (R. da Cunha); Braga (Welw.).—<br />

Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Choupal (C. Freire); β. Choupal<br />

(Moller); Ponte da Mucella (M. Ferreira). — Beira central: Serra da Estrella<br />

(Moller); β. Caramullo, Lobão (Moller); Côja, Vizeu, Sabugosa (M.<br />

Ferreira); S. Pedro do Sul, Vouzella (Schmitz). — Beira írasmontana:


23<br />

Almeida, Castello Mendo, Castello Bom (B. da Cunha). — Beira meridional:<br />

Alcai<strong>de</strong> (U. da Cunha); Figueiró dos Vinhos (V. <strong>de</strong> Freitas). — Centro<br />

littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: Villa<br />

Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.).<br />

Area geogr. — Europa, Asia e Africa boreal. A var. é propria da península<br />

ibérica.<br />

AntnoxantlHim aristatum Bois. Voy. bot. dans le midi <strong>de</strong> l'Esp. II,<br />

p. 638; A. odoratum Brot, (pro parle), p. 32; A. Puellii Lec. et Lam.<br />

Cat. pl. Anv. p. 385; Willk. et Lange, p. 38; Hackel, p. 9; Colmeiro,<br />

p. 248.<br />

Exsic. —Welw. n.° 1262 e 1265; Soc. Brot. n. cs<br />

15, 21 e 160.<br />

Planta annual ou bisannuel, mais pequena do que a espécie anterior.<br />

Panicula oblonga pouco <strong>de</strong>nsa; espiguetas geralmente menores; llôr fértil<br />

egual ou pouco maior que as glumas interiores; pragana da superior muito<br />

mais comprida que as glumas exteriores.<br />

Frequente nos logares relvosós especialmente nas montanhas da região<br />

central e boreal. — Fl. fevereiro a junho.<br />

Alemdouro trasmontano : Murça (M. Ferreira); Villa Real (D. Monteiro).<br />

— Alemdouro lilloral: Serra do Gerez (J. Henriques); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso<br />

(Couceiro); Valença, Caminha, S. Pedro da Torre, Villa Nova da Cerveira<br />

(R. da Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, entre Vallongo e S. Pedro da Cova<br />

(J. Henriques); Bougado (Padrão).— Beira littoral: Aveiro (J. Henriques);<br />

entre Oliveira <strong>de</strong> Bairro e Aveiro (M. Ferreira); vizinhanças <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong>, serra da Louzà, Miranda do Corvo (Moller); pinhal do Urso<br />

(M. Ferreira). — Beira trasmonlana: Villar Formoso, Trancoso (M. Ferreira).—<br />

Beira central: Serra da Estrella (Daveau, Moller); S.Roma,<br />

Cannas <strong>de</strong> Sabugosa, Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong>, entre Celorico e Fornos<br />

(M. Ferreira); Ton<strong>de</strong>lla, serra do Caramullo (Moller); Arganil, Ponte da<br />

Mucella (M. Ferreira). — Beira meridional: Pampilhosa da Serra (J. Henriques);<br />

Castello Branco, Alpedrinha, Malpica (R. da Cunha); Soalheira<br />

(P. e<br />

Zimmermann).— Centro littoral: Marinha Gran<strong>de</strong> (C. Pimentel); Pinhal<br />

d'Azambuja (Daveau); Cintra, Lumiar (Welw.); Estoril (P. Coutinho).—<br />

Baixo Alemtejo littoral: pinhaes da Amora (Welw.); entre S.<br />

Thiago <strong>de</strong> Cacem e S. Bartholomen (Daveau); Sines (Welw.). — Baixas<br />

do Guadiana: Beja (R. da Cunha).—Algarve: Nos pontos mais altos da<br />

Serra <strong>de</strong> Monchique, Foia e Picota (Welw., Bourgeau).<br />

Area geogr. — Europa austral e occi<strong>de</strong>ntal, Africa boreal.<br />

OBS. — É extremamento variável esta espécie com relação a gran<strong>de</strong>za.<br />

Exemplares colhidos nas altas regiões da Serra da Estrella e alguns colhidos<br />

por Welwitsch em Cintra, Foia e Sines, têm apenas 5-10 cent., ao


24<br />

passo que outros tem perto <strong>de</strong> 50 cent. Taes são alguns <strong>de</strong> Villar Formoso.<br />

Eguaes variações se po<strong>de</strong>m observar^ com relação á gran<strong>de</strong>za relativa<br />

das diversas parles das espiguetas, como bem notou o prof. Hackel.<br />

Wehvitsch tinha feito egual observação.<br />

Alguns exemplares approximam­se bastante do A. odoratum, com o<br />

qual Brotero <strong>de</strong> certo os confundiu. Estão neste caso, entre outros, os<br />

exemplares colhidos pbr Wehvitsch no Lumiar.<br />

j r o s t i d e a e<br />

Espiguetas em geral $5, 1­íloreas, com a rachilla muitas vezes prolongada<br />

para além da glumella superior; glumas 2, frequentes vezes <strong>de</strong>seguaes,<br />

geralmente tão longas ou mais do que as glumellas, raríssimas<br />

vezes nullas; glumella superior geralmente 2­nervea; caryopse não sulcado.<br />

!<br />

Glumella inferior tornando­se com a maturação mais rija que as glumas e envolvendo<br />

completamente a superior Subtribu Stipeae.<br />

Glumella inferior geralmente hyaliua ou membranosa, sempre mais <strong>de</strong>licada do<br />

que as glumas; semente livre ou levemente envolvida por ella 2<br />

Estigmas subplumosas, nascendo os pellos em todas as direcções e sahindo por<br />

entre os vertices das glumellas Subtribu Phleoi<strong>de</strong>ae.<br />

Estigmas nitidamente plumosos (pellos disticados), sahindo pelos lados das espiguetas<br />

ou ficando incluídos nas glumellas (raramente). Subtribu Euagrosteae.<br />

Subtribu Stipeae<br />

Glumella inferior estreita terminando por uma pragana persistente, torcida e geniculada<br />

Stipa L.<br />

Glumella inferior larga elliptica ou ovada terminando por uma pragana fina, caduca,<br />

logo <strong>de</strong>pois da floração Oryzopsis Mich.<br />

Glumellas sem pragana Milium L.<br />

STIPA 1<br />

L. — Espiguetas com uma única flor tj e pedicellada. Glumas<br />

estreitas mais compridas do que as glumellas e terminadas em ponta<br />

1<br />

De στύπη, filamentos; allusão ás barbas das flores.


25<br />

aguda e longa; glumella inferior terminada por uma pragana torcida na<br />

parte subjacente á curvatura, caduca. Folhas em geral estreitas, dobradas<br />

ou enroladas e muito consistentes, inflorescencia em panicula.<br />

(Glumella inferior 2­iida nascendo a pragana no angulo formado pelos lóbulos, a<br />

^ Ι, superior 2­cuspidada : ? a. Macrochloa Kunth. 2<br />

2<br />

3<br />

(Glumellas inteiras ß. Aristella Trinius. 3<br />

(Panicula ampla St. arenaria Brot.<br />

(Panicula longa estreita St. tenacíssima Kunth.<br />

(Panicula longa estreita com espiguetas muito distantes St. gigantea Lag.<br />

(Planta pequena; panicula <strong>de</strong>nsa por fim torcida... St. tortilis Duf.<br />

Stipa arenaria Brot. Fl. lusit. p. 86; St. gigantea Link, in Schrä<strong>de</strong>r,<br />

Jour. IV, p. 313; Macrochloa arenaria Kunth, Gram. I, p. 59; Willk. et<br />

Lange, p. 60; M. gigantea Hackel, p. 16; Colmeiro, p. 300.<br />

Exsic. —Fl. lusit.'exs. n.° 1251; Welw. n. os<br />

1268 e 1269.<br />

Planta perennal cespitosa; colmos <strong>de</strong> 50­150 cent.; folhas radicaes.<br />

lineares planas ou dobradas (folhas novas ou seccas) ásperas nas margens<br />

<strong>de</strong> 30­90 cent. ; bainha curta ; folhas caulinares com limbo curto e bainha<br />

muito comprida; ligula ora curta e truncada, ora allongada e pelluda na<br />

face dorsal. Panicula gran<strong>de</strong>, ramos pen<strong>de</strong>ntes afastados uns dos outros;<br />

espiguetas sustentadas por pedúnculos longos, capillares; glumas membranosas<br />

quasi eguaes, 3­nerveas, apiculadas; glumellas estreitas lanceoladas,<br />

a inferior 2­fida, cobertas <strong>de</strong> longos pellos sedosos excepto nas extremida<strong>de</strong>s,<br />

tendo uma longa pragana glabra torcida na meta<strong>de</strong> inferior articulada,<br />

inserida junto ao angulo formado pelas duas iacinias da glumella;<br />

glumella superior inteira ou 2­cuspidada com pellos na linha dorsal; caryopse<br />

longo estreito com um sulco longitudinal.<br />

Hab. nos terrenos seccos e arenosos, e com especialida<strong>de</strong> nas montanhas.—<br />

Fl. março a agosto.<br />

Nome vulg. — Baracejo.<br />

Alemdouro Irasmonlano: Miranda do Douro, Vimioso (J. Mariz).—Alemdouro<br />

littoral: Serra do Gerez (J. Henriques); Parafita (G. Sampaio).—<br />

Beira littoral: Loeirosa, Pinhal do Urso (F. Loureiro); Serra da Louzã<br />

(Moller). — Beira trasmonlana: Almeida, Trancoso (M. Ferreira); Mido<br />

(R. da Cunha). — Beira central: Serra da Estrella até 1400 <strong>de</strong> altura<br />

(J. Henriques, Daveau, Moller); Serra do Caramullo (Moller); entre Celorico<br />

e Fornos (M. Ferreira). — Beira meridional: Covilhã, Castello Branco<br />

(R. da Cunha).— Centro littoral: Estoril e Cascaes (P. Coutinho); Monta­


26<br />

chique (Welw.); Cintra (Hackel). — Baixo Alemtejo littoral: do Alfeite a<br />

Mouta, entre Grândola e Alcácer, S. Thiago <strong>de</strong> Cacem (Daveau); Coina<br />

(Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemtejo: proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Évora<br />

(Daveau); Portalegre (R. da Cunha).—Baixas do Guadiana: Beja (R.<br />

da Cunha); Villa Fernando (R. Larcher). — Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente<br />

(Welw.); Faro, nos pinhaes (Rourgeau, Moller).<br />

Area geogr. — Península ibérica.<br />

Stipa tenacíssima L. Amen. Acad. IV, p. 266; Brot. p. 86; Macrochloa<br />

tenacíssima Kunth, Gram. I, p. 59; Willk. et Lange, p. 60; Hackel,<br />

p. 16; Colmeiro, p. 229.<br />

Exsic —Welw. η. 03<br />

1266 e 1267.<br />

Diffère principalmente da espécie anterior pelas folhas mais curtas (40<br />

cent.), mais resistentes, enroladas­filiformes; pela panicula <strong>de</strong> 20­28 cent,<br />

<strong>de</strong> comprimento estreita com as espiguetas quasi rentes ; pela pragana menor<br />

e villosa em toda a parle torcida.<br />

Hab. nos terrenos áridos. — Fl. junho e julho.<br />

Nome vulg. — Esparto.<br />

Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Welw.); Olhão,<br />

Tavira (Guimarães).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, Africa boreal.<br />

Stipa tortilis Desf. Fl. atl. I, p. 99; St. humilis Brot. Phytogr. lusit.<br />

fase I, e Fl. lusit. p. 86; Willk. et Lange, p. 58; Hackel, p. 16; Colmeiro,<br />

p. 296.<br />

Exsic —Welw. n. 03<br />

1272, 1274 e 1275; Soe Brot. n.°,606.<br />

Planta annual ou bisannual, cespitosa; colmo <strong>de</strong> 7­40 cent, inclinado<br />

na base, <strong>de</strong>pois direito; folhas lineares­setaceas enroladas, um pouco glaucas;<br />

bainha mais curta que os entrenós e a superior dilatada, envolvendo<br />

a parte inferior da panicula; ligula muito curta troncada ciliada. Panicula<br />

espiciforme farta, mais ou menos compacta e por fim torcida; glumellas<br />

quasi eguaes linear­lanceoladas terminadas em ponta muito longa glabras,<br />

membranaceas transparentes, a inferior 1­nervea, a superior 3­nervea na<br />

parte inferior; glumellas muito mais curtas que as glumas, inseridas num<br />

pedúnculo egual a 1<br />

/3 das glumas achatado e com duas linhas <strong>de</strong> pellos;<br />

glumella inferior toda coberta <strong>de</strong> pellos curtos e articulando­se na parte<br />

superior com uma pragana <strong>de</strong> 5­10 cent, torcida e villosa na meta<strong>de</strong> inferior<br />

e áspera na meta<strong>de</strong> superior.<br />

Hab. os terrenos áridos e arenosos. — Fl. abril e julho.<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, em Santa Clara e nos arcos <strong>de</strong> S. Sebastião<br />

(M. Ferreira). — Beira meridional: Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).


·· 27<br />

— Centro littoral: Lisboa, na Tapada d'Ajuda, em Belém (Welw.); Monsanto<br />

(Daveau, P. Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Arrábida, Cezimbra,<br />

Setúbal (Moller).—Allo Alemtejo: Évora (Moller); Redondo (P. Simões).—<br />

Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Serpa (Daveau);<br />

Mértola (Moller).—Algarve: nas colunas seccas, entre Tavira e Castro<br />

Marim (Welw.) ; Faro, Olhão (Moller).<br />

Area geogr. — Europa austral.<br />

Stipa gigantea Lag. Gen. et sp. η. 27; Willk. et Lange, p. 59.<br />

Planta perennal cespitosa; colmo <strong>de</strong> 70 cent.; folhas filiformes enroladas<br />

pubescentes na face superior; ligula allongada troncada, pubescente<br />

no dorso; bainha das folhas radicaes curta, a das caulinares longa mas mais<br />

curta que os entrenós. Panicula envobida na base pela bainha superior,<br />

longa, estreita; espiguetas pedunculadas; glumas lanceolado­lineares membranosas<br />

3­nerveas, terminadas por uma ponta muito comprida ; glumellas<br />

muito mais curtas que as glumas, a inferior mais ou menos pelluda até<br />

pouco mais do meio, sendo os pellos dispostos em linhas e terminando por<br />

uma pragana torcida na parte inferior muito longa (26­30 cent.), levemente<br />

pubescente nos ângulos.<br />

Hab. nas terras fracas. — Fl. junho e julho.<br />

Beira trasmontana: Almeida e Castello Bom, nas margens do Côa (B.<br />

da Cunha).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, Sicilia, Grécia, Creta, Africa boreal.<br />

ORYZOPSIS 1<br />

Michaux. — Espiguetas 1­floreas em panicula; glumas<br />

mais compridas que a flor; glumella inferior coriacea luzidia envolvendo<br />

a superior pelas margens, tendo uma pragana articulada na base e muito<br />

caduca; estâmes 3; estyletes 2 terminaes muito curtos; estigmas plumosos<br />

salientes na base da ílôr; caryopse completamente envolvido nas<br />

glumellas.<br />

Oryzopsis miliaeea (L.) Richter, Plantae europ. p. 33 ; Agrostis miliacea<br />

L. Sp. ed. I, p. 61; Brot. Fl. lusit. p. 74; Phyt. t. 102 e 103;<br />

Piptatherum multiflorum P. Beauv. Agr. p. 18; P. miliaceum Coss. nol.<br />

p. 129; Willk. et Lange, p. 61; Hackel, p. 17; Colmeiro, p. 303.<br />

Exsic. —Welw. n.° 1239; Soc. Brot. n.° 451.<br />

Planta perennal rhizomatosa; rhizoma dando muitos colmos duros ra­<br />

De ορίιζα, arroz, e όφις, similhança.


28<br />

mosos <strong>de</strong> 12-50 cent.; folhas linear-lanceoladas a principio planas e por<br />

fim enroladas; ligula curta e troticada; bainha mais curta que os entrenós.<br />

Panicula ampla muito ramosa, mais inclinada para um lado, formada <strong>de</strong><br />

ramos <strong>de</strong> <strong>de</strong>segual gran<strong>de</strong>za agrupados nos nós; espiguetas pedunculadas<br />

pequenas ovói<strong>de</strong>s; glumas ovnes-lanceoladas, 3-nerveas na meta<strong>de</strong> inferior,<br />

scabras na meta<strong>de</strong> superior, a inferior apiculada um pouco maior que<br />

a superior; glumella inferior rija, clara, luzidia, glabra, tendo pouco abaixo<br />

da extremida<strong>de</strong> uma pequena pragana scabra, mais comprida que as glumas<br />

e muito caduca. Antheras pelludas na extremida<strong>de</strong> superior.<br />

Vulgar em todo o paiz, nas margens dos caminhos, nos muros, nos terrenos<br />

áridos. — FL durante quasi todo o anno.<br />

Nome vulg. — Talha-<strong>de</strong>nle.<br />

Beira littoral : <strong>Coimbra</strong>, Montemor (Moller); Buarcos (Schmitz). — Beira<br />

central: Serra da Estrella, em Manteigas (Daveau). — Centro littoral: Torres<br />

Novas (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau, O. Simões);<br />

Cascaes (P. Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Palmella (Daveau);<br />

Setúbal (A. Luisier) ; O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio). — Algarve: Faro (A.<br />

Guimarães); Portimão (Welw.).<br />

MILIUM L. — Espiculas 1-íloreas em panicula; glumas 2 eguaes, <strong>de</strong><br />

mesmo comprimento quj a flor, arredondadas, quasi eguaes, membranosas;<br />

glumella inferior coriacea luzidia sem pragana.<br />

Milium veniale Marsch. Bieb. FI. t. c. 53; Agrostis vernalis Poir.<br />

Encycl. Suppl. I, p. 259.<br />

b. scabrum (Bich.) in Merl. herb. Maine-et-Loire, p. 220; Milium<br />

confertum Mar. Fl. rom. I, p. 52.<br />

Planta annual; colmo pequeno e <strong>de</strong>lgado áspero e nú em gran<strong>de</strong> extensão<br />

na parte superior; folhas linear-lanceoladas planas <strong>de</strong> côr pallida;<br />

limbo curto; ligula allongada e troncada; bainha áspera muito menor que<br />

os entrenós. Panicula pequena, ramos distantes e curtos; espiguetas ovói<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> 2 Y2 mill.; glumas ovaes concavas 3-nerveas quasi eguaes e pouco<br />

maiores que a ílôr, com a superficie coberta <strong>de</strong> pequeníssimos tubérculos ;<br />

glumellas coriaceas muito lustrosas.<br />

Begiões frescas das montanhas.—Fl. maio.<br />

Alemdouro trasmontano : Cerviçães, perto <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong> Espada á Cinta<br />

(J. Mariz).<br />

Area geogr. — Sicilia e Península ibérica.


29<br />

Subtribu PMeoi<strong>de</strong>ae<br />

Espigas ou falsas espigas envolvidas em parte pela folha ou folhas superiores 1<br />

;<br />

. J espiguetas mutieas 2<br />

(Espigas ou falsas espigas não envolvidas pela folha superior 3<br />

[Espigas <strong>de</strong>nsas mais largas que compridas envolvidas peias bainhas das duas<br />

ι folhas superiores, cujo limbo é curto, duro e apiculado Crypsis Ait.<br />

2 l Espiga mais longa do que larga em parte envolvida pela bainha da folha supe­<br />

( rior (geralmente), cujo limbo é longo e flexível Heleochloa Hort.<br />

3<br />

4<br />

(Inflorescencia em falsa espiga, cvlindrica ou oval 4<br />

(Inflorescencia em espiga <strong>de</strong>licada Mibora Ádans.<br />

[Glumellas com pragana dorsal '. Alopecurus L. ·<br />

(Glumellas sem pragana .· Phleum L.<br />

CRYPSIS 2<br />

Ait. — Espiguetas pequenas mulicas; glumella 1­nervea;<br />

setames 2; caryopse adherindo á gluma e glumellas, mesmo algum tempo<br />

<strong>de</strong>pois das espiguetas se separarem.<br />

Crypsis aculeata Ait. Hort. Kew. I, p. 4­8; Schoenus aculeatus L.<br />

Sp. ed. I, p. 4­2; Agroslis aculeata Scop. Fl. car. I, p. 62; Willk. et Lange,<br />

p. 39; Hackel, p. 105; Colmeiro, p. 250.<br />

Exsic. —Fl. lusit. exs. n.° 13M; Welw. n.° 1249.<br />

Planta annual pequena ramosa na base ; colmos encostados â terra dispostos<br />

circularmente; folhas <strong>de</strong> limbo lanceolado­acuminado curto, <strong>de</strong><br />

ver<strong>de</strong> glauco; bainha meta<strong>de</strong> mais curta que os entrenós, as superiores<br />

dilatadas, as duas ultimas envolvendo a espiga, mais ou menos <strong>de</strong> côr violeta;<br />

ligula substituída por pellos. Panicula espiciforme quasi espherica;<br />

glumas mais curtas que a flor, carenadas e ciliadas na linha carenal, membranaceas,<br />

a superior um pouco mais comprida e larga; glumellas quasi<br />

eguaes, membranosas, a inferior ciliada na nervura dorsal e com uma lista<br />

ver<strong>de</strong>.<br />

Hab. nes terras arenosas e <strong>de</strong> preferencia nas proximida<strong>de</strong>s da costa<br />

maritima. — Fl. junho a agosto.<br />

1<br />

Na Heleochloa alopecuroi<strong>de</strong>s este caracter é menos distincto.<br />

* De κρύπτω, ou escondo; allusão ás folhas, que quasi occultam a espiga.


3d<br />

Alemdouro lilloral: Leça <strong>de</strong> Palmeira, nas margens do rio (G. Sampaio).<br />

— Centro littoral: Almeirim, eampos da Gollegã (R. da Cunha); Friellas,<br />

Povoa (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: Trafaria, nas areias (Daveau).<br />

Arca geogr. — Europa media e austral, Africa boreal e Asia.<br />

HELEOCHLOA 1<br />

Host. — Espiguetas pequenas brevemente pedunculadas,<br />

dispostas em pequenos grupos num eixo allongado. Glumella inferior<br />

2-nervea; estâmes 3.<br />

Heleochloa schoenoi<strong>de</strong>s (L.) Host. Gram. I, p. 23; Phleum schoenoi<strong>de</strong>s<br />

L. Sp. ed. I, p. 60; Crypsis schoenoi<strong>de</strong>s Lamk. 111. I, p. 166;<br />

Willk. et Lange, p. 39; Colmeiro, p. 250.<br />

Exsic.— Welw. n.° 1247 e 1248.<br />

Planta annual; colmo <strong>de</strong> 2-30 cent, <strong>de</strong>itados sobre a terra ou levantados;<br />

folhas curtas planas lanceolado-acuminadas glaucas; bainha dilatada<br />

e muito nas superiores, a ultima das quaes (por vezes as duas ultimas)<br />

envolve a base das panicula. Panicula allongada cylindro-conica ; ramos<br />

muito curtos, sustentando algumas espiguetas, que são pequenas agudas;<br />

glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes ciliadas na nervura media, menores que a flor;<br />

glumellas quasi eguaes, a inferior aguda ciliada na meta<strong>de</strong> superior da nervura<br />

media.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e húmidos. — Fl. junho a setembro.<br />

Beira meridional: Castello Branco, na ribeira da Lyra, Villa Velha,<br />

Abrantes, nas margens do Tejo (R. da Cunha). — Centro littoral: Lezíria<br />

d'Azambuja, Santarém, Valle <strong>de</strong> Figueira, margem do Tejo, prox. a Lisboa<br />

(R. da Cunha); Friellas e Povoa, Villa Nova da Rainha (Welw.);<br />

margens da ribeira d Alcantara (Daveau). — Baixas do Sorraia: Almeirim,<br />

Tramagal (R. da Cunha); Coruche, margens do Sorraia (Daveau).<br />

Area geogr.—Europa meridional, Africa boreal, Siberia altaica.<br />

Heleochloa alopecuroi<strong>de</strong>s Host. Gram. I, p. 29; Crypsis macrostachya<br />

Brot. p. 78; Cr. alopecuroi<strong>de</strong>s Schrad. Fl. germ. I, p. 167; Hackel,<br />

p. 10; Colmeiro, p. 251.<br />

Planta annual; colmo <strong>de</strong> 8-40 cent, geralmente muito ramoso; folhas<br />

<strong>de</strong> limbo curto plano um pouco glaucas; bainha cylindrica, a superior um<br />

pouco dilatada quando envolve a base da panicula ; ligula substituída por<br />

pellos. Panicula espiciforme cylindrica ou oval, <strong>de</strong> côr violácea, <strong>de</strong> 2 Yg-<br />

27 Ya cent, <strong>de</strong> comprimento distante da ultima folha ou com a base envol-<br />

De έλος, pântano, e xkóa, gramínea.


31<br />

vida nella; glumas lanceoladas membranosas <strong>de</strong>seguaes, scabras ou ciliadas<br />

na carena; glumellas membranosas um pouco maiores que as glumas, a<br />

inferior um pouco scabra na mela<strong>de</strong> superior.<br />

Hab. na margem dos rios e em terrenos húmidos. — Fl. junho a setembro.<br />

Alemdouro trasmontano: margens do Douro, perto da Regoa (Link.);<br />

perto da Estação do Ferrão (Schmilz). — Beira meridional: Abrantes, na<br />

margem do Tejo (R. da Cunha). — Centro littoral: Leziria d'Azambuja<br />

(R. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Almeirim, na margem do Tejo (R.<br />

da Cunha); Coruche, nas margens do Sorraia (Daveau).<br />

Area geogr.—Europa meridional.<br />

PHLE1M 1<br />

L. — Inflorescencia em panicula espiciforme ou em espiga<br />

cylindrica, não envolvida pela bainha da ultima folha ; glumas carenadas,<br />

sendo a carena prolongada em ponta ou curta pragana ; glumella inferior<br />

mutica; glumella superior 2­nervea; estâmes 3.<br />

Espiguetas com prolongamento da rachila acima da flor. Glumellas troncadas<br />

transversalmente e bruscamente aristadas ,... Sec. Euphleum.<br />

I Ph. praiense. 1<br />

2<br />

3<br />

Espiguetas sem prolongamento da rachila. Glumas acuminadas obliquamente e<br />

em geral insensivelmente Sec. Chilochloa P. Beauv. 2<br />

1 Glumas com a carena ciliada. Ph. arenarium L.<br />

(Glumas com a carena glabra ou áspera .' 3<br />

1 Glumas fortemente troncadas Ph. asperum Jaq.<br />

(Glumas insensivelmente acuminadas Ph. Boehmeri Wib.<br />

See. Euphleum<br />

Phleum praiense L. Sp. ed. I, p. 59.<br />

b. nodosum (L.) ; Ph. nodosum Brot. p.­77; Willk. et Lange, p.<br />

39; Hackel, p. 10; Colmeiro, p. 252.<br />

Exsic —Soc. Brot. n.° 294.<br />

Planta perennal cespitosa; colmo bolboso na base um pouco inclinado<br />

De Φλ;'ως, nome da tabûa com cuja espiga se assimilha á d'estas plantas.


e <strong>de</strong>pois direito, geralmente sem folhas próximas da inflorescencia; folhas<br />

lineares planas não muito compridas com as margens ásperas ; bainha mais<br />

curta que os entrenós; ligula oval um pouco <strong>de</strong>nteada. Espiga cylindrica<br />

compacta comprida ; glumas eguaes, oblongas troncadas quasi um angulo<br />

recto e prolongadas num bico que quasi eguala ]<br />

/í do comprimento total<br />

da gluma, carenadas e ciliadas na carena ; glumellas membranosas quasi<br />

do mesmo comprimento, meta<strong>de</strong> mais curtas que as glumas; a inferior<br />

mais larga oval-arredondada, mais ou menos recortada; a superior 2-carinada.<br />

Hab. nos terrenos húmidos, relvosos. — Fl. junho a julho.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, nos lameiros e searas (P. Coutinho);<br />

Ricafé, prox. a Bragança (Moller) ; Miranda do Douro (J. Mariz); Pinhão<br />

(M. Ferreira).—Beira trasmonlana: Mido (R. da Cunha). — Beira littoral:<br />

<strong>Coimbra</strong> (Moller, C. Freire); Urmar, prox. <strong>de</strong> Soure (Schmitz).—<br />

Centro littoral: Serra <strong>de</strong> Min<strong>de</strong>, Porto <strong>de</strong> Moz (R. da Cunha) ; Pinheiro,<br />

Oli<strong>de</strong>s, visinhança <strong>de</strong> Lisboa (Daveau). — Alto Alemtejo: Villa Franca (R.<br />

Larcher). — Baixo Alemtejo littoral: Arrábida (Daveau).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

Sec. Ghilochloa P. Beauv.<br />

Phleum Boebmeri Wib. Prim. 11. Werth, p. 128; Willk. et Lange,<br />

p. 39; Colmeiro, p. 283.<br />

Planta perennal cespitosa dando numerosos fascículos <strong>de</strong> folhas; colmo<br />

direito attingindo SO cent. ; folhas caulinares curtas lineares <strong>de</strong> margens<br />

ásperas; bainha <strong>de</strong> folha superior muito comprida acompanhando a panicula.<br />

Panicula espiciforme muito comprida (10-14 cent.) estreita; ramos<br />

curtos sustentando muitas espiguetas; espiguetas pequenas esver<strong>de</strong>adas;<br />

glumas quasi eguaes troncadas muito obliquamente, quasi eguaes ciliadas<br />

ou scabras na carena, que se prolonga numa curta ponta; glumellas membranosas<br />

<strong>de</strong>seguaes, a inferior parcamente villosa, quasi eguaes a meta<strong>de</strong><br />

das glumas.<br />

Hab. nos logares húmidos e relvosós. — Fl. maio a julho.<br />

Alemdouro trasmontano: Freixo <strong>de</strong> Espada á Cinta, em Carviçaes (J.<br />

Mariz).<br />

Area geogr. — Europa media e oriental, Asia.<br />

Phleum arenarium L. Sp. ed. Ï, p. 60; Willk. et Lange, p. 40;<br />

Hackel, p. 10; Colmeiro, p. 283; Crypsis arenaria Brot. p. 77.<br />

Exsic —Soc. Brot. n.° 1173.<br />

Planta annual ; colmo ramoso direito curto (2-8 cent.) ; folhas <strong>de</strong> limbo


33<br />

curio linear plano; bainha mais comprida que os entrenós, a superior dilatada<br />

e frequentemente envolvendo a base da inflorescencia ; ligula obtusa<br />

<strong>de</strong>nticulada. Panicula espiciforme compacta ellipsoidal; ramos muito curtos<br />

com muitas espiguetas pequenas; glumas lanceolado­lineares coriaceas na<br />

parte dorsal, membranosas na parte marginal, longamente ciliada na meta<strong>de</strong><br />

superior da parte dorsal e nas margens; glumellas menores que meta<strong>de</strong><br />

das glumas, levemente villosas. Prolongamento da rachila pequeno e<br />

muito fino.<br />

Hab. na terra arenosa nas margens dos rios. — Fl. maio e junho.<br />

Alemdouro littoral: Vianna do Castello (R. da Cunha); Villa do Con<strong>de</strong>,<br />

visinhanças do Porto (C. Barbosa). — Beira e centro littoral: margens do<br />

Mon<strong>de</strong>go (Brot.).—Baixo Alemtejo lilloral: Trafaria (Brot.).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

ALOPECURUS 1 L. — Inflorescencia espiciforme cylindrica ou oval.<br />

Glumas mulicas ordinariamente ciliadas na carena; glumella única com<br />

pragana dorsal.<br />

2<br />

(Planta perennal com panicula ovoi<strong>de</strong>­oblonga A. bracbystachys M. B.<br />

íPlanta annual com panicula espiciforme longa e estreita 2<br />

ι Colmos direitos; glumas ligadas apenas na base A. agrestis L.<br />

(Colmo gcniculado­ascen<strong>de</strong>nle; gluma ligada até ao meio — A. geniculates L.<br />

Alopecurus brachystacliys Mars, el Bieb. FI. laur. cauc. Ill, p. 56;<br />

Hackel, p. 10; A. caslellanus Bss. et Reut. Diagn. p. 26; Willk. et Lange,<br />

p. 40; Colmeiro, p. 225.<br />

Exsic—­Fl. lusit. exs. n.° 819.<br />

Planta perennal rhizomatosa; colmo ascen<strong>de</strong>nte; folhas inferiores mais<br />

estreitas que as caulinares planas; bainha da folha superior um pouco dilatada<br />

e em geral bastante maior que o limbo; ligula curta mais ou menos<br />

ciliada. Panicula espiciforme <strong>de</strong>nsa ovoi<strong>de</strong>­oblonga, felpuda esver<strong>de</strong>ada;<br />

espiguetas pequenas; glumas eguaes lanceolado­agudas 3­nerveas com as<br />

nervuras lateraes mais próximas das margens do que da nervura media,<br />

longamente ciliadas na carena e villosas nas nervuras, ligadas até pouco<br />

acima da base; glumella troncada obliquamente, villosa na parte superior,<br />

curtamente ciliada mais curta que as glumas, e tendo uma pragana '/g<br />

De «λιυπ>|ξ, raposa, e υίφα, cauda; allusão á forma da espiga.<br />

3 XX


34<br />

mais comprida que as glumas, inserida quasi na quarta parle inferior da<br />

glumella.<br />

Hab. nos logares relvosos. — Fl. junho e julho.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, no valle <strong>de</strong> Prados e cm Bicafé<br />

(Moller); entre França e Babai, Sabor (M. Ferreira); Figueira do Castello<br />

Bodrigo (G. Sampaio).—Beira trasmonlana: Almeida, Villar Formoso,<br />

no Valle Fundo, Trancoso (M. Ferreira); Mido, nos lameiros, na Moita do<br />

Carvalho (R. da Cunha). — Beira meridional: Castello Branco, na ribeira<br />

da Farripinha (R. da Cunha).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, Africa boreal, Transilvaria, Thracia.<br />

Alopecurus agresíis L. Sp. ed. I, p. 89; Willk. et Lange, p. 41;<br />

Colmeiro, p. 255.<br />

Planta annual; colmo ascen<strong>de</strong>nte ou direito um pouco áspero na parte<br />

superior; folhas lineares acuminadas, ligula oblonga, bainha superior levemente<br />

dilatada e em geral baslante distante da inflorescencia. Panicula<br />

espiciforme cylindrica, estreita e comprida mais ou menos violácea; pedicellos<br />

terminados em disco; espiguetas compridas; glumas lánceoladoacuminadas<br />

ligadas até ao meio, com estreita aza carenal, 3-nerveas,<br />

ciliadas tanlo na carena, como na parte inferior das nervuras lateraes;<br />

glumella oblonga egual ou um pouco menor que a gluma com pragana<br />

geniculada um pouco acima da base da glumella e com o dobro do comprimento<br />

d'esta.<br />

Hab. nas terras cultivadas. — Fl. julho a outubro.<br />

Alemdouro lilloral: Vizella (Schmitz).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

Alopecurus geniculatus L. Sp. ed. I, p. 60; Willk. et Lange, p. 41;<br />

Hackel, p. 11; Colmeiro, p. 256.<br />

Planta annual ou perennal, cespitosa; colmo geniculado na base e por<br />

vezes radicante nos nós inferiores; folhas planas lineares acuminadas mais<br />

ou menos ásperas no limbo, ligula oblonga ; bainha superior um pouco<br />

mais comprida e levemente dilatada. Panicula espiciforme cylindrica estreita<br />

<strong>de</strong>nsa felpuda; glumas eguaes 3-nerveas oblongas, ligadas só junlo da base<br />

e longamente ciliadas na carena; glumella 5-nervea oblongo-suboblusa glabra<br />

quasi do comprimento das glumas, com pragana fina dweila inserida<br />

na quarta parte inferior da glumella e egual ao dobro d'esta.<br />

Hab. nos terrenos húmidos, margens dos rios, etc.—Fl. no estio.<br />

Beira littoral: Formoselha (Schmitz); Foja (Moller); Moinho do Almoxarife<br />

(A. Carvalho).<br />

Area geogr. — Europa, Asia extratropical, America boreal.


35<br />

OBS. — Na Fl. lusit. Brotero cita por informação do con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Höffmansegg<br />

duas espécies: A. pratensis L. e A. cilialus AH. Esta espécie correspon<strong>de</strong><br />

ά Koeleria phleoi<strong>de</strong>s Pers. que se encontra em Traz-os-Montes. Do<br />

A. pratensis nenhum exemplar encontrei em todos quantos examinei <strong>de</strong><br />

Traz-os-Montes, e creio que correspon<strong>de</strong>rá ao A. brachyslachys ao qual<br />

se assemelha bastante.<br />

Nyman e Richter citam o A. pratensis var. lasioslachys Lk. d'uma maneira<br />

vaga, dizendo um 1er sido encontrado na Extremadura, outro em<br />

Portugal por Schousboe. Mo<strong>de</strong>rnamente tal varieda<strong>de</strong> não tem sido encontrada.<br />

MIBOKA Adanson. — Inflorescencia em espiga; espiguetas 1-floreas;<br />

glumas quasi eguaes mais compridas que a llôr, arredondadas^no dorso,<br />

muticas; glumellas 2, muticas, a superior 2-nervea; estâmes 3; estyletes<br />

2 ; stigmas plumosos salientes no vértice da flor.<br />

Minora minima (L.) Desv. Fl. dAnj. p. 46; Agrostis minima L. Sp.<br />

ed. I, p. 69; Brotero, p. 76 ;M. verna P. B. Agr. p. 29; Willk. et Lange,<br />

p". 38; Çhamagrostis minima Borkl. Fl. v. Catzenelb, Hackel, p. 10; Colmeiro,<br />

p. 249.<br />

Exsic —Soe. Brot. n.° 161.<br />

Planta annual pequena; colmos aglomerados, direitos, muito finos, nús<br />

na parte superior; folhas curtas linear-canaliculadas, liguia oblonga. Espiga<br />

<strong>de</strong>licada filiforme violácea; espiguetas pequenas glabras com pedicello muito<br />

curto; glumas 1-nerveas, quasi eguaes, maiores que as flores, oblongas<br />

arredondadas e recortadas na parte superior; glumellas quasi eguaes, membranosas<br />

fimbriadas na extremida<strong>de</strong> muito villosas, a inferior 5-nervea, a<br />

superior 2-nervea.<br />

form, elalior Kneucker Gram, exsic. n.° 311. — Diffère do typo<br />

em ter os colmos 4-6 vezes maiores que as folhas.<br />

var. Desvauxii (Lamp. Pup. I, p. 24); Çhamagrostis Desvauxii Nyman<br />

Syllog. Suppl. p. 75; Ch. minima, β. elongata Hackel,<br />

p. 10.<br />

Diffère do typo em ter as folhas <strong>de</strong> comprimento quasi egual a meta<strong>de</strong><br />

do caule e pela côr mais pálida e pelos entrenós da espiga maiores, ficando<br />

assim as espiguetas distantes umas das outras.<br />

Hab. nos terrenos arenosos.—· Fl. janeiro e junho.<br />

Alemdouro trasmontano : Montesinho, prox. <strong>de</strong> Bragança (M. Ferreira);<br />

Bragança (P. Coutinho).—Alemdouro littoral: Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio);<br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); visinhanças <strong>de</strong> Braga (A.


36<br />

Sequeira); Bougado (Padrão); S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira trasmontana:<br />

Lamego (G. Pereira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller, Ferreira); Pampilhosa (Daveau); Ponte da Mucella (Ferreira).—<br />

Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann).—<br />

Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., B. da Cunha).<br />

— Baixo Alemtejo littoral : Alfeite, areaes <strong>de</strong> Tróia (Daveau); Setúbal (A.<br />

Luisier).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, França meridional.<br />

OBS. — Entre muitos exemplares que examinei nenhum representava<br />

claramente a var. Desvauxii. Um ou outro, e com especialida<strong>de</strong> alguns<br />

colhidos por Wehvitsch, com alguns dos quaes fez uma varieda<strong>de</strong>—pallescens<br />

— nas visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, e um colhido na Pampilhosa pelo<br />

sr. Daveau, tèem em parte os caracteres da varieda<strong>de</strong> — folhas maiores<br />

e alguns (os inferiores) entrenós da espiga maiores, ficando as espiguetas<br />

correspon<strong>de</strong>ntes sem se sobreporem. Estas formas intermediarias foram<br />

também encontradas pelo prof. Hackel nas visinhanças do Porto. A forma<br />

elatior foi colhida nas visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

Subtribu Euagrosteae<br />

(Ligula substituída por pellos; semente com pericarpo déhiscente.<br />

, j Sporobolus Brown.<br />

2<br />

4<br />

(Ligula membranosa; semente com pericarpo adhérente 2<br />

( Glumas praganosas 3<br />

( Glumas não praganosas · S<br />

(Glumellas muticas • Chaeturus Link.<br />

(Glumellas praganosas 4<br />

(Pragana dorsal Lagurus L.<br />

(Pragana terminal na chanfradura da glumella ou um pouco abaixo.<br />

( Polypogon Desf.<br />

1 Glumella não praganosa, quando muito mucronada 6<br />

5 <<br />

(Glumella praganosa '. 8<br />

ilnflorescencia em panicula 7<br />

6<br />

(Inflorescencia em thyrso <strong>de</strong>nso Gastridium Beauv,


37<br />

[Panicula espiciforme; glumella inferior 2-<strong>de</strong>ntada mucronada. Ammophila Host.<br />

7<br />

(Panicula mais ou menos ampla 1<br />

[Agrostis L.<br />

[Pragana curta quassi terminal )<br />

8<br />

(Pragana muito mais comprida do que a espigueta...'. Apera Adans.<br />

SPOROBOLUS 1<br />

Β. Brown. — Espiguetas pequenas 1­floreas; glumas<br />

carenadas <strong>de</strong>seguaes agudas, glumellas eguaes, a inferior aguda pelluda<br />

na base, a superior 2­carenada. Caryopse com pericarpo membranoso que<br />

abre logo que está terminada a maturação.<br />

Spoi-obolu* pungens (Schreb.)' Kunth. Gram. I, p. 68 ; Enumeratio<br />

plant, p. 210; Willk. et Lange, p. 56; Agrostis pungens Schreb. Graes.<br />

II, p. 46.<br />

Planta perennal estolhosa; colmos ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>nsamente envolvidos<br />

nas bainhas das folhas ; folhas curtas rijas, por fim enroladas, ligula substituída<br />

por uma orla <strong>de</strong> pellos. Panicula curla oval contrahida antes e<br />

<strong>de</strong>pois da floração; espiguetas pequenas (3 mill.); glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas<br />

1­nerveas, a inferior quasi­egual a meta<strong>de</strong> da superior, que é do<br />

comprimento da flor; glumellas eguaes hyalinas, a inferior 3­nervea, a<br />

superior 2­carenada.<br />

Hab. nas costas marítimas. — Fl. junho a outubro.<br />

Baixo Alemtejo lilloral : Trafaria, nas areias marítimas, em gran<strong>de</strong> abundância<br />

(P. Coutinho).<br />

Area geogr. — Begião mediterrânea.<br />

CHAETURUS 2 Link. — Espiguetas 1­íloreas; glumas quasi eguaes,<br />

a inferior com pragana longa ; glumellas mais curtas que as glumas, a<br />

inferior muito maior que a superior.<br />

1<br />

2<br />

Pragana egual ou maior que o dobro da gluma Ch. fasciculatus Lk.<br />

Pragana egual ao comprimento da gluma. Ch. prostatus Hack, et Lange.<br />

Chaeturus fasciculatus Link, in Sclírad. Journ. II, p. 312; Agrostis<br />

articulala Brot. p. 73; Willk. Illustrât, tab. LXXVII, G; Hackel, p. 16;<br />

Colmeiro, p. 294.<br />

De σπορά, semente, e βόλος, lançar, atirar; allusão á <strong>de</strong>hiscencia do pericarpo.<br />

De χαίλγ, juba, e ουρά, cauda; allusão á espiga.


38<br />

Exs. — Welw. n.° 10S1; Soc. Brot. n. cs<br />

614, 1174 e 1174".<br />

Planta annual multiculmea; colmos direitos <strong>de</strong> 5 a 20 cent.; folhas filiformes<br />

mais ou menos planas, <strong>de</strong> limbo curto; ligula allongada­ovada.<br />

Panicula estreita mais ou menos interrompida, violácea; glumas eguaes<br />

3­nerveas, escabras na carena e nas nervuras lateraes, a inferior prolongada<br />

numa pragana escabra com o dobro da gran<strong>de</strong>za da gluma; glumella inferior<br />

pouco mais curta que as glumas hyalines, duas ou très vezes maior do<br />

que a superior.<br />

Hab. nos terrenos fracos mais ou menos areientos. — Fl. abril a junho.<br />

Alemdouro littoral: Monte­Dòr, Vianna do Castello (B. da Cunha).—<br />

Beira littoral: Pombal (Brot.) ; entre Luso e Pampilhosa (M. Ferreira);<br />

Miranda do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello); Pinhal do Urso (F. Loureiro); Foja<br />

(Moller).— Centro littoral: Bellas, Mafra (Welw.); Cascaes (P. Coutinho).—<br />

Allo Alemtejo: Extremoz, Évora, serra d'Ossa (Daveau); Marvão<br />

(B. da Cunha).—Baixo Alemtejo littoral: Seixal, no pinhal da Trinda<strong>de</strong><br />

(R. da Cunha); Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.); Setúbal (A. Luisier).<br />

— Baixas do Guadiana: entre Carregueiro e Castro Ver<strong>de</strong>, entre Ourique<br />

e Castro Ver<strong>de</strong>, Casevel (Daveau); Beja (B. da Cunha). — Algarve:<br />

entre Faro e S. João da Venda, Faro, perlo do mar (Welw.) ; Olhão,<br />

nos terrenos salgados (Melier, A. Guimarães); Faro (Moller).<br />

Area geogr. — Península ibarica e itálica.<br />

Chaeturus prostratus Hack, et Lange in Vi<strong>de</strong>nsk. ; Möd<strong>de</strong>l, f. d.<br />

naturh. Foren.; Kopenhagen, 1877; Hackel, p. 16.<br />

Exsic —Welw. n.° 1052; Soc. Brot. n.°742; Fl. lusit. exs. n.° 1509.<br />

Diffère da espécie antece<strong>de</strong>nte pelos colmos mais rijos e mais curtos<br />

(3­5 cent.) mais ou menos prostrados pelas folhas, que são setaceas enro­<br />

ladas, pelo thyrso curto estreito espiciforme, pelas praganas do comprimento<br />

das glumas ou pouco mais compridas.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e húmidos. — Fl. maio a agosto.<br />

Alemdouro lilloral: Maltosinhos, na esplanada <strong>de</strong> Bouças (G. Sampaio).—<br />

Centro lilloral: Mafra e Bellas, em abundância (Welw.); Cintra<br />

(Hackel) ; Cabo da Bocca, Berlengas (Daveau). — Baixo Alemtejo lilloral:<br />

do Poceirão aos Pegões, Pinhal Novo, nas areias (Daveau).<br />

Arca geogr. — Portugal, na região littoral.<br />

POLYJPOGiOíV 1<br />

Dcsf. — Panicula espiciforme contrahida interrompida;<br />

espiguetas compridas. Glumas eguaes muito mais compridas do que<br />

De πογΰς, muilo, e πώγων, barba; allusão ás praganas da espiga.


39<br />

a flôr e praganosas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior com pragana quasi<br />

terminal e a superior muito menor 2-carenada.<br />

Glumas inteiras ou levemente chanfradas P. monspeliense Desf.<br />

Glumas profundamente chanfradas P. maritimum Willd.<br />

Polypogon monspeliense (L.) Desf. Fl. all. I, p. 67; Agrostis<br />

monspeliensis L. Sp. ed. I, p. 61; A. panicea Bröl. p. 72; Willk. et<br />

Lange, p. 57; Hackel, p. 16; Colmeiro, p. 292.<br />

Exsic —Welw. n.' s<br />

1297 e 1299; Soe Brot. n.° 302; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 9.<br />

Planta annual multiculmea; colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes; folhas planas<br />

lanceoladas escabras, ligula oblongo-lanceolada. Panicula quasi sempre<br />

distante da ultima folha espiciforme lobada nos exemplares bem <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

contínua nos pequenos, se<strong>de</strong>osa ; espiguetas pequenas sustentadas<br />

por um pedúnculo articulado, sendo a parle superior do pedúnculo longa<br />

e muito mais curta que a inferior; glumas eguaes oblongas inteiras ou<br />

ligeiramente chanfradas escabras, pubescentes e ciliadas com pragana quasi<br />

terminal ou nascendo no angulo da chanfradura; glumellas quasi <strong>de</strong> egual<br />

comprimento, hyalinas <strong>de</strong>nteadas na parte superior com uma fina pragana<br />

terminal, eguaes a meta<strong>de</strong> das glumas.<br />

Frequente nas terras cultivadas e frescas. — Fl. maio a julho.<br />

Nome vulg. — Rabo <strong>de</strong> Zorra macio (Alemtejo).<br />

Beira lilloral: Aveiro, na costa <strong>de</strong> S. Jacintho (E. Mesquita); <strong>Coimbra</strong><br />

(A. Carvalho, Moller); Figueira da Foz (F. Loureiro); Galla, pinhal do<br />

Urso, Montemór-o-Velho (M. Ferreira).—Beira meridional: Castello<br />

Branco, Idanha-a-Nova, Villa Velha do Bodão (B. da Cunha). — Centro<br />

lilloral: praia da Nazareth (Padrão); Santarém (Welw.); Lisboa, lezíria<br />

d'Azambuja, Villa Franca (B. da Cunha); Odivellas, Bemfica, Lumiar<br />

(Welw.). — Alto Alemtejo: Évora (V. da Esperança); Elvas (Senna);<br />

Portalegre (R. Larcher). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal (A. Luisier).<br />

— Baixas do Guadiana: Beja, no valle d'Aguilhão (R. da Cunha). — Algarve:<br />

Castro Marim (Moller).<br />

Area geogr. — Begiao mediterrânea, Inglaterra, França.<br />

Polypogon maritimum Willd. in Verh. d. Ver. Nat. Fr. in Berl.<br />

VI, p. 443; Willk. et Lange, p. 55; Hackel, p. 16; Colmeiro, p. 293.<br />

Exsic —Welw. n.° 1298; Soe Brot. n. os<br />

381 e 381 a<br />

; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 613.<br />

Diffère dá espécie antece<strong>de</strong>nte por ter a panicula mais compacta e principalmente<br />

pelas glumas profundamente lobadas, com os lóbulos ciliados e


40<br />

com a pragana inserida no angulo formado pelos lóbulos, e pelas escamas<br />

ou pellos espiniormes que se encontram na parte inferior das glumas, .e<br />

pelas glumellas que são très vezes menores que as glumas.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e frescos.— Fl. maio a julho.<br />

Alemdouro trasmontano: Adorigo (Schmilz). — Alemdouro littoral: Villa<br />

Nova da Cerveira, Caminha, Vianna do Castello, Ancora (R. da Cunha).<br />

— Beira lilloral: entre o Furadouro e Arção (E. Mesquita); visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Figueira, Vermoil, Pombal (Moller); entre Montemor e Ereira<br />

(M. Ferreira). — Beira meridional: Castello Branco (R. da Cunha).—<br />

Centro lilloral: Berlenga (Daveau); Tancos, Santarém (B. da Cunha);<br />

Lisboa, Lumiar, Povoa e Friellas, Beiern (Welw.); Cascaes (Daveau).—<br />

Alto Alemtejo: Serra d'Ossa (Daveau); entre Elvas e Badajoz (Schmitz).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: Trafaria, nas areias marítimas, Moita, nas salinas<br />

(Daveau); Alfeite, nos pinhaes (R. da Cunha); Setúbal (A. Luisier);<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.). — Baixas do Guadiana: Beja, na charneca<br />

do Quernal (R. da Cunha); entre Carrasqueiro e Castro Ver<strong>de</strong> (Daveau).—<br />

Algarve: Tavira (Welw., Moller); Faro (Moller); Lagoa (S. da<br />

Silva); Olhão (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />

Area geogr.—Região mediterrânea, Asia.<br />

AGROSTIS 1 L. — Espiguetas 1-floreas; glumas carenadas ou comprimidas<br />

mais compridas que a flor; glumella inferior membranosa 5-nervea,<br />

mutica ou praganosa no dorso; glumella superior 2-carenada, menor<br />

que a inferior e em algumas espécies nulla; 2 estyletes lerminaes, estigmas<br />

salientes na base da espigueta; caryopse com hilo punctiforme.<br />

(Glumellas 2 Sec. Enagroslis. 2<br />

1 (Glumella superior nulla See. Trichodium. 8<br />

2<br />

3<br />

4<br />

(Ligula curta trancada 3<br />

(Ligula oblonga 5'<br />

(Panicula esireita não contínua A. Juressi Lk.<br />

(Panicula <strong>de</strong> ramos patentes pelo menos <strong>de</strong>pois da floração 4<br />

(Glumellas eguaes entre si A. stolonifera L.<br />

(Glumella inferior egual ás glumas, a superior (igual a meta<strong>de</strong>. A. vulgaris With.<br />

De íjp-k, campo


41<br />

/Folhas mais ou menos planas 6<br />

Κ J<br />

(Folhas convoluto­setaceas; panicula ampla, ramúsculos capillares.<br />

( A. truncatula Pari.<br />

6<br />

(Glumellas quasi eguaes A. Reuteri Bss.<br />

(Glumellas bastante <strong>de</strong>seguaes 7<br />

[Glumella inferior obtusa, mulica ou praganosa quasi no vértice A. alba L.<br />

' (Glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior 2­setosa no vértice, mutica ou com pragana<br />

( no dorso A. Castellana Bss.<br />

8<br />

9<br />

10<br />

(Glumella mutica A. elegans Thoré.<br />

(Glumella praganosa 9<br />

(Folhas planas, glumella com pragana dorsal A. pallida DC. •<br />

(Folhas todas ou pelo menos as inferiores convoluto­setaceas 10<br />

(Glumella troncada; folhas superiores mais ou menos planas A. canina L.<br />

(Glumella 2­setosa na parte superior; folhas convoluto­setaceas. A. setacea Curt.<br />

Sect. I. Euagrostis<br />

Espécies perennaes<br />

Agrostis stoloitifera L. Sp. ed. I, p. 62; A. verticillata Vill. PI. du<br />

Dauph. II, p. 77; A. rivularis Bröl. p. 75; Willk. et Lange, p. 53;<br />

Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 284.<br />

Exsic —Welw. n.° 1270; Soe Brot. n.° 28; Fl. lusit. exs. n. os<br />

8 e<br />

612.<br />

Planta perennal estolhosa ; colmos geniculado­ascen<strong>de</strong>ntes ; folhas planas<br />

pubescentes um pouco glaucas; ligula curta troncada. Panicula lobulada<br />

esbranquiçada com ramos muito <strong>de</strong>seguaes formando muito verticillios ;<br />

espiguetas <strong>de</strong> 2 mill, com pedúnculo muilo curto; glumas quasi eguaes<br />

oblongas obtusas mucronadas e pelludas; glumellas eguaes, meta<strong>de</strong> menores<br />

que a gluma, a inferior 3­5­nervea <strong>de</strong>nteada na'extremida<strong>de</strong> larga, a superior<br />

2­nervea e 2­<strong>de</strong>nteada.<br />

Frequente nas margens dos ribeiros e logares húmidos. — Fl. maio a<br />

setembro.<br />

Alemdouro lilloral: Vianna do Castello (R. da Cunha); Porto, na Corticeira<br />

(G. Sampaio).—Beira central: Villa <strong>de</strong> Moinhos, prox. <strong>de</strong> Vizeu


42<br />

(M. Ferreira); Bussaco (Moller).—Beira littoral : <strong>Coimbra</strong>, Figueira da<br />

Foz, Lavos, Pombal (Moller); Buarcos (Schmitz, Moller). — Centro littoral:<br />

Thomar, nas margens do Nabão, Villa Franca, Torres Novas, Moita<br />

(B. da Cunha); Meca (Moller); margens da lagoa d'Obidos (Welw.); Caldas<br />

da Bainha, Alhandra, Cintra, Queluz (Daveau); Odivellas (Welw.);<br />

BemGca (S. Silva): — Allo Alemtejo: Portalegre (B. Larcher). — Baixo<br />

Alemtejo lilloral: Seixal, prox. do pinhal da Trinda<strong>de</strong> (B. da Cunha);<br />

Coina (Daveau); Alfeite, nos terrenos arenosos (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha); <strong>de</strong> Beja a Albornôa<br />

(Daveau). — Algarve: Villa do Bispo, junto a fonte publica (Welw.).<br />

Area geogr.—Europa meridional.<br />

Agrostis alba L. Sp. ed. I, p. 63; A. gigantea Brot. p. 75; Willk.<br />

et Lange, p. 52; Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 282.<br />

Planta perennal geralmente estolhosa; colmos <strong>de</strong> 2­10 <strong>de</strong>c. direitos ou<br />

<strong>de</strong>cumbentes e radicanles; folhas planas curtas e agudas; ligula oblonga<br />

saliente. Panicula oblonga lobulada muito ramosa e contrahida antes e<br />

<strong>de</strong>pois da floração; glumas lanceoladas eguaes ásperas na parte dorsal;<br />

glumellas <strong>de</strong>seguaes membranosas, a inferior um pouco mais curta que as<br />

glumas, obtusa <strong>de</strong>nticulada mutica ou com uma pequena pragana dorsal<br />

inserida pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> superior; glumella superior estreita<br />

egual proximamente a meta<strong>de</strong> da inferior.<br />

É espécie extremamente polymorpha e que po<strong>de</strong>rá ser subdividida nas<br />

subespécies seguintes:<br />

Subesp. coarclata (Hoffm. d. Fl. ed. 2, I, p. 37). — Panicula estreita,<br />

unida; espiguetas quasi rentes.<br />

Subesp. vinialis (Schreb. Epic. p. 44). — Colmo direito; folhas largas;<br />

panicula mais larga.<br />

Subesp. scabriglumis (Bss. et Beut. Pugil. p. 125); A. Welwitschii<br />

Steud. Syn. pl. 1, p. 168.— Planta estolhosa; folhas planas duras ásperas;<br />

ligula oblonga troncada; panicula muito contrahida com os ramos e<br />

pedúnculos ásperos; glumas lanceoladas muito ásperas em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem<br />

cobertas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> pequenos tubérculos.<br />

Subesp. maritima (Lamk. Ene. I, p. 61); A. alba, var. maritima Gren.<br />

et Godr. Fl. fr. III, p. 481. — Colmos direitos e finos; folhas curtas, estreitas<br />

enroladas, duras e glaucas; panicula muito estreita, espiciforme compacta.<br />

ß. Langei Hackel in litt.; A. vulgaris, β. frondosa Lange in Exc.<br />

hisp. p. 32 e Pug. I, p. 32. — Colmos e estolhos cobertos<br />

pelas bainhas das folhas, que são próximas, e cujo limbo é<br />

perfeitamente patente enrolado agudíssimo ; panicula estreita.


43<br />

Subesp. gadilana (Bss. et Beut. Pug. p. 125, sub Sporobolo; Nyman.<br />

Syll. p. 408). — Planta <strong>de</strong>cumbente e radicanle; folhas <strong>de</strong> limbo curto<br />

enrolado e rijo; panicula muito <strong>de</strong>nsa, formando os ramos inferiores glomerulus<br />

compactos <strong>de</strong> modo a nào se ver o eixo ; espiguetas <strong>de</strong> côr<br />

esbranquiçada; glumella inferior um pouco cuculada, escabrosa na nervura<br />

dorsal, quasi egual á gluma; glumella superior egual a quasi meta<strong>de</strong><br />

da inferior.<br />

Subesp. filifolia (Link, in Schlad. Jour If, p. 313). — Planta ramosa<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; ramos quasi eguaes, que se ramificam dando ramos envolvidos<br />

nas bainhas das folhas e apparecendo na parte superior d'estas formando<br />

um pincel <strong>de</strong> folhas curias e finas; folhas rijas, enroladas­íiliformes,<br />

asperas na face inferior; panicula compacta espiciforme; glumas quasi<br />

eguaes, a inferior áspera na carena e pontuada­escabra na parte dorsal;<br />

glumella inferior mais curta que as glumas com alguns pellos na base;<br />

glumella superior egualando o terço da superior.<br />

β. narbonensis Malinvaud. — Diffère da filifolia em não apresentar<br />

os pincéis <strong>de</strong> folhas e ter as glumas só scabras na carena.<br />

Hab. nos terrenos arenosos mais ou menos húmidos e nas colunas próximas<br />

do mar. — Fl. junho a agosto.<br />

Subesp. coarctada. — Alemdouro trasmontano: Murça (M. Ferreira);<br />

serra do Marão (J. Henriques). — Alemdouro lilloral: serra do Gerez<br />

(Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Ermesin<strong>de</strong> (G. Sampaio);<br />

S. Pedro da Cova (E. Schmitz).—Beira central: Guarda (M. Ferreira);<br />

serra da Estrella, na Lapa (J. Henriques); Valezim, Sabugueiro<br />

(Daveau); Mello, Algodres, Figueiró (M. Ferreira). — Beira trasmonlana:<br />

Trancoso (M. Ferreira). — Beira littoral: Aveiro, perlo das salinas<br />

(J. Henriques); <strong>Coimbra</strong> (Moller); S. Facundo (M. Ferreira); pinhal do<br />

Urso (F. Loureiro); Buarcos, Pombal (Moller); entre Galões e Fôja (M.<br />

Ferreira).<br />

Subesp. vinialis. — Alemdouro trasmontano: Murça, Pinhão (M. Ferreira).—<br />

Alemdouro lilloral: serra do Gerez, nas Caldas e no Marajal<br />

(Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques). — Beira central: serra<br />

da Estrella, Bussaco (Moller). — Beira littoral: Fôja, <strong>Coimbra</strong> (Moller).<br />

•—Centro lilloral: visinhança <strong>de</strong> Lisboa (Welw.). — Alto Alemtejo: Portalegre<br />

(R. da Cunha).<br />

Subesp. scabriglumis (ßoiss. et Beut.). — Centro lilloral: Cascaes, prox.<br />

da ribeira <strong>de</strong> Capari<strong>de</strong> (P. Coutinho). — Alemtejo lilloral: entre Coina e<br />

•Vendas, nos logares húmidos (Welw.); Seixal, na fonte <strong>de</strong> Fernão Ferro<br />

(Daveau).


Subesp. maritima (Lamk.).— Alemdouro littoral: Vianna do Castello,<br />

(β.) Ganfei, na margem do Minho (R. da Cunha); Maltosinhos, Leça,<br />

Boa Nova (Welw., R. da Cunha, G. Sampaio); Beira littoral: pinhal do<br />

Urso, (3.) Bom Successo, prox. <strong>de</strong> Mira, junto a lagoa dos Braços (M.<br />

Ferreira).<br />

Subesp. filifolia (Link.). — Alemdouro littoral: Moledo, Monte­Dôr (R.<br />

da Cunha). — Beira littoral: (3.) pinhal do Urso (Moller). — Centro littoral:<br />

S. Martinho do Porto, Óbidos, nas collinas (Daveau); Óbidos, nos<br />

salgados, entre as Salicorncas, Bellas, Queluz, Pedrouços (Welw.).—<br />

Baixo Alemtejo littoral: serra <strong>de</strong> S. Luiz, nas margens do Almelão (Daveau);<br />

(3.) perlo do rio Ju<strong>de</strong>u, nos sítios húmidos, entre Coina e Vendas<br />

(Welw.); Setúbal, nas marinhas (A. Luisier).<br />

Subesp. Gadilana (Boiss. et Beut.). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong><br />

Mira, entre o Furadouro e Arção (E. Mesquita); Buarcos, nas areias<br />

marítimas (A. Carvalho, J. Henriques).<br />

Area geogr.»—Europa; subesp. a. peninsula ibérica; subesp. b. peninsula<br />

ibérica e França austral; subesp. 6?. peninsula ibérica e França meridional.<br />

OBS. — Na coor<strong>de</strong>nação das diversas subespécies da A. alba segui a<br />

opinião auctorizada do prof. Hackel. Já na carta dirigida ao sr. Malinvaud,<br />

e por este publicada no Boi. da Soe. Bot. <strong>de</strong> França (1888, pag.<br />

376), aquelle professor, referindo­se á A. filifolia Link., dizia: «Quant à<br />

la question <strong>de</strong> savoir si l'A. filifolia doit rester spécifiquement séparé <strong>de</strong><br />

l'A. alba dans un sens un peu étendu, j'en donte beaucoup. Les formes <strong>de</strong><br />

l'A. alba sont si variées et si intrinquées que Y A. filifolia me parait pouvoir<br />

reutrer dans ce cadre. Il y formerait une sous­espèce à côté <strong>de</strong> la<br />

sous­espèce maritima. . . ». Numa carta que me era dirigida lô­se o seguinte:<br />

«Quant aux Agrostis, je suis parvenu à l'opinion qu'il n'y a <strong>de</strong>s<br />

limites certains entre l'A. filiformis, marítima et enfin A. alba. U y a permis<br />

vos échantillons quelqu'une que je ne saurai bien renger dans ce cadre<br />

et qui semblent rompre les limites <strong>de</strong> ces prétendues espèces».<br />

Éfféctivamente entre outros exemplares os colhidos pelo sr. Daveau em<br />

S. Martinho do Porto, nas collinas d'Obidos, e muito especialmente um<br />

exemplar colhido pelo sr. G. Sampaio nos areaes marítimos da Boa Nova,<br />

mostram bem as relações entre as A. filifolia e maritima, no qual apparecem<br />

já pequenos pincéis <strong>de</strong> llolhas bem similhantes aos da subespécie filifolia.<br />

Agrostis Iteuteri Boiss. Voy. II, p. 645; Willk. et Lange, p. 52;<br />

Colmeiro, p. 282.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1286 e 1289; Fl. lusit. exs. n.° 222; Soe. Brot.<br />

n.° 405.


45<br />

Espécie perennal estolhosa; colmos ascen<strong>de</strong>ntes; folhas com limbo plano<br />

escabroso; ligula oblonga saliente. Panicula oval ou oval­oblonga <strong>de</strong> ramos<br />

patentes finos flexuosos trichotomos; glumas eguaes lanceoladas, a inferior<br />

levemente escabrosa na carena; glumellas quasi eguaes, a inferior troncada<br />

e egual ou pouco maior do que meta<strong>de</strong> das glumas.<br />

Hab. nos terrenos arenosos húmidos arrelvados.­—FL junho a agosto.<br />

Beira lilloral: entre Pombal e Ancião (Daveau). — Centro lilloral: Villa<br />

Franca, no Monte Gordo, Torres Novas, no pinhal <strong>de</strong> Santo Antonio (K.<br />

da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar (Welw.); Bemfica (Daveau e<br />

O. David); Ajuda (R. da Cunha); Cascaes, na ribeira <strong>de</strong> Capari<strong>de</strong> (P.<br />

Coutinho). — Baixo Alemtejo lilloral: serra


46<br />

piliares flexuosos; glumas lanceolado­agudas quasi eguaes, escabras na<br />

carena; glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais curta que as glumas<br />

com as duas nervuras laleraes prolongadas formando duas pontas salientes<br />

e muticas ou com pragana dorsal inserida a alturas diversas com pincéis<br />

<strong>de</strong> pellos na base; glumella superior profundamente chanfrada na parte<br />

superior.<br />

a. genuína Kackel, Cat. <strong>de</strong>s gr. p. 14.— Gluma inferior terminando<br />

por duas pontas <strong>de</strong> 0,4'" m<br />

e lendo na base um pequeno pincel<br />

<strong>de</strong> pellos curios e com pragana dorsal angulosa inserida pouco<br />

acima da base e <strong>de</strong> comprimento egual ao dobro da glumella.<br />

b. mixta Hack. — Espiguetas alistadas e muticas e em alguns casos<br />

eguaes as da varieda<strong>de</strong> c.<br />

c. hispânica (Boiss. et Beut. Pugil. p. 120). — Pragana inserida ao<br />

meio da parte dorsal da glumella, direita e pouco mais comprida<br />

do que a glumella, algumas vezes nulla.<br />

d. mutica: Hack. — Todas as espiguetas mulicas; glumella inferior<br />

com as ties nervuras prolongadas em très pontas muito curtas<br />

m m<br />

(0,l ), em alguns casos apenas visíveis.<br />

Em qualquer d'estas varieda<strong>de</strong>s encontram­se ainda as formas seguintes<br />

:<br />

a. planifolia Hack. 1. c. (Agr. tricuspidata Hack, in Oe. Bot. Zeit.<br />

1877). — Todas as folhas estreitas, mas planas.<br />

ß. heterophylla Hack. — Folhas inferiores planas, as superiores enroladas.<br />

γ. selifolia Hack. — Todas as folhas enroladas, setaceas, quasi capillares.<br />

Hab. tanto nos terrenos áridos como nos frescos. — Fl. junho a agosto.<br />

a. Alcmdoin'o trasmontano : Chaves (Moller).—Alemdouro lilloral : Penafiel,<br />

areias do Douro, prox. do Porto (G. Sampaio); Villa Nova da Cerveira<br />

(B. da Cunha). — Beira littoral: serra da Louzã, <strong>Coimbra</strong>, no Choupal,<br />

pinhal <strong>de</strong> Marrocos, Zombaria, Pombal (Moller); pinhal do Urso (F.<br />

Loureiro); Figueira da Foz (M. Ferreira). — Centro lilloral: Torres Vedras,<br />

na Venda do Pinheiro (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Monsanto<br />

(P. Coutinho); Bellas (O. David). — Baixas do Sorraia: Alcochete (P.<br />

Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Cazevel (Moller). — Baixas do Guadiana:<br />

Aljustrel, entre Corte Figueira e Almodovar (Daveau). — Algarve:<br />

Cabo <strong>de</strong> S. Vicente (Welw.); Faro (Moller).


47<br />

6. Alemdouro littoral: Darque (R. da Cunha).—Beira trasmontana:<br />

Villar Formoso (11. da Cunha). — Beira central: serra da Estrella, junto<br />

á Lagoa Escura, em Vallezim (Daveau, Welw.); Vizeu, Mangual<strong>de</strong>, Oliveira<br />

do Con<strong>de</strong>, Caldas <strong>de</strong> S. Gemil (Möller). — Beira meridional : Castello<br />

Branco, Malpica, Villa Velha do Rodào (R. da Cunha).—Beira littoral:<br />

Louzã (Moller); entre Gatões e Montemor (M. Ferreira). — Centro<br />

littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (P. Coutinho); Caldas da Bainha, Tancos<br />

(Daveau). — Baixas do Sorraia: Salvaterra, Valle da Roza (Daveau).—<br />

Allo Alemtejo: Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong>, Marvão, Portalegre (R. da Cunha).—<br />

Baixo Alemtejo littoral: Seixal (Welw.).—Baixas do Guadiana: Castro<br />

Ver<strong>de</strong>, nas margens da ribeira Maria Delgada, entre Corte Figueira e<br />

Almodovar (Daveau); Beja (R. da Cunha).<br />

c. Alemdouro lilloral: Serra do Soajo, em Bouças e na Peneda (Moller).—<br />

Beira centred: Serra da Estrella, na Lagoa Redonda (Welw).—<br />

Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (R. da Cunha). —r Centro lilloral: Montejunto<br />

(Welw.). — Allo Alemtejo: visinhanças <strong>de</strong> Évora (Daveau).<br />

d. a. Alemdouro trasmontano: Villa Beal (D. Monteiro). — Alemdouro<br />

lilloral: Serra do Soajo, na Portella do Lagarto (Moller); Melgaço, Gondarem,<br />

nas margens do Minho (R. da Cunha); Porto, na Corticeira, (G.<br />

Sampaio). — Beira littoral: Cabo Mon<strong>de</strong>go (Möller).­—Beira trasmontana:<br />

Ponte <strong>de</strong> Mouro (R. da Cunha); Almeida (M. Ferreira); Taboaço<br />

(C. <strong>de</strong> Lima). — Beira central: Serra da Estrella, em Manteigas, Guarda<br />

(Daveau). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (R. da Cunha).— Centro littoral:<br />

Torres Novas, no pinhal <strong>de</strong> Santo Antonio (Daveau); Lumiar (Welw.).—<br />

Allo Alemtejo : Portalegre (Moller). — Baixo Alemtejo lilloral: Alfeite, Trafaria<br />

(Daveau).— Baixas do Giíadiana: <strong>de</strong> Beja a Albornôa, Castro Ver<strong>de</strong>,<br />

nas margens da Ribeira Maria Delgada (Daveau).—­Algarve: Serra da Picota,<br />

nos pontos maia altos entre os Rhododrendos (Welw.).<br />

β. Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro); Chaves, na serra<br />

do Brunheiro (Moller). — Alemdouro lilloral: Serra do Soajo, Serra do<br />

Gerez (Moller); Monte­Dôr, Ancora (R. da Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

(D. M. Henriques). —• Beira trasmontana: Almeida, Villar Formoso, Mido<br />

(R. da Cunha); Aguiar da Beira (M. Ferreira). — Beira central: Serra da<br />

Estrella (Daveau, Moller); Gouveia (M. Ferreira); Bussaco (Moller).—<br />

Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (M. Padrão); Cabo Mon<strong>de</strong>go (Moller).—<br />

Centro littoral: Porto <strong>de</strong> Moz (Daveau); Bellas, nas valias seccas<br />

(Welw., Daveau); Cascaes (P. Coutinho); Tancos (Daveau). — Baixo<br />

Alemtejo lilloral: perto do Bio Ju<strong>de</strong>u e Casal da Marca, Seixal (Welw.);<br />

Fernão Ferro, prox. <strong>de</strong> Seixal (Daveau).—Baixas do Guadiana: Aljustrel<br />

(Daveau).<br />

γ. Alemdouro littoral: Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Santo<br />

Thyrso (R. Valente). — Beira central: Serra da Lapa e Matta da Vi<strong>de</strong>


4­8<br />

(M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong>, Caldas <strong>de</strong> S. Gemil, Bussaco (Möller).<br />

— Baixas do Guadiana: Beja (H. da Cindia); Aljustrel (Moller).<br />

Area geogr. Begiâo mediterrânea.<br />

OBS. — Ε espécie extremamente polymorphe, sendo por vezes assaz<br />

difficil discriminar as varieda<strong>de</strong>s, que estão ligadas por numerosas formas<br />

<strong>de</strong> transição. As varieda<strong>de</strong>s b e d quasi só po<strong>de</strong>m ser distinguidas pela<br />

forma dominante das espiguetas aristadas ou muticas, pois que tanto numa<br />

como na outra ha sempre, ou na maioria dos casos, espiguetas aristadas e<br />

muticas. A varieda<strong>de</strong> c é mais rara, e nos exemplares que examinei, colhidos<br />

em Melgaço, encontra­se apenas vestígio <strong>de</strong> pragana situada um<br />

pouco acima do meio da parle dorsal da glumella. Constitue verda<strong>de</strong>ira<br />

transição para a varieda<strong>de</strong> d.<br />

Com relação ás subvarieda<strong>de</strong>s a, 3 e γ da varieda<strong>de</strong> d notam­se as<br />

mesmas transições, e portanto a mesma difficulda<strong>de</strong> na discriminação<br />

d'elles. É notável a forma colhida pelo sr. Daveau na Trafaria. É evi<strong>de</strong>ntemente<br />

perennal, ramosa, e apresente similhança gran<strong>de</strong> com a A. filifolia.<br />

Os caracteres das folhas d'estas subvarie<strong>de</strong><strong>de</strong>s não são privetivos, pois<br />

que em alguns exemplares das outras varieda<strong>de</strong>s se encontram também,<br />

embora menos frequentes.<br />

A subvarie<strong>de</strong><strong>de</strong> — raripila— que nos exemplares examinados pelo prof.<br />

Hackel se referia ά var. mulica, encontra-se também na var. genuína e<br />

mixta. Um exemplar colhido na Serra da Estrella (Welw. n.° 127") pô<strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rar-se como representando a var. c, tendo comtudo as praganas<br />

quasi rudimentares e os carecteres da subvar. raripila. Na mesma localida<strong>de</strong><br />

foram colhidos exemplares das varieda<strong>de</strong>s bed.<br />

No exemplar distribuído pela Socieda<strong>de</strong> Broteriana com o n.° 296 e<br />

com o nome <strong>de</strong> A. alba L. var. compressiuscula Hack, e que refiro ά A.<br />

Castellana var. mulica u. nas espiguetas muticas, mal se distinguem os<br />

caracteres d'esta espécie; os pellos <strong>de</strong> bese <strong>de</strong> glumella são nullos ou<br />

quasi nullos; a glumella é levemente troncada e nem apresente o prolongemento<br />

<strong>de</strong>s nervures. Nes raras espiguetas aristadas porém encontram-se<br />

nitidamente os carecteres da A. caslellana.<br />

Nas margens do Douro, perto do Porto, nos rochedos da Corticeira,<br />

colheu o sr. G. Sampaio uma forma da subespécie d, notável por apresentar<br />

no grupo inferior dos ramos flori feros alguns ramos curtos e sem<br />

ílores.<br />

Espécies annuaes<br />

Agrostis Jfuressi Link, in Schrad. Journ. 1799, IV, p. 312; Willk. et<br />

Lange, p. 51; Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 281; Trinius Icon. III, t. 29.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1316; Soe Brot. n.° 298.


Colmo geniculado­erecto geralmente nú em gran<strong>de</strong> extensão na parle superior<br />

<strong>de</strong> 30­74 cent, <strong>de</strong> altura; folhas planas largas (4­6 mill.) levemente<br />

ásperas nas margens, bainha mais curta que os entrenós, ligula muito curta.<br />

Panicula longa estreita interrompida principalmente na base; espiguetas<br />

brevemente pedunculadas, solitárias ou agrupadas oblongas, pedúnculos<br />

escabrosos, glumas carenadas quasi eguaes escabrosas na carena e mais<br />

ou menos pelludas, glumella inferior quasi egual ás glumas levemente<br />

ciliada nas nervuras, ligeiramente chanfrada e com duas pequeníssimas<br />

pontas prolongamente das nervurasiateraes, glumella superior muito curta<br />

membranosa transparente; estyllete nullo, estigmas plumosos.<br />

Hab. nos prados e terrenos, húmidos. — Fl. junho e julho.<br />

Alemdouro littoral: Serra do Gerez (Link.); Vallongo, nas margens do<br />

rio Ferreira (E. Schmitz); Crestuma, na foz do Souza (G. Sampaio).—<br />

Beira trasmontana: Castello Mendo (R. da Cunha). — Beira lilloral: entre<br />

a Pampilhosa e Luzo (M. Ferreira); Foja, no pinhal e nas margens das<br />

valias (Moller); pinhal do Urso (F. Loureiro); muito abundante entre a<br />

lagoa dos Linhos e o Juncal Gordo. — Centro lilloral: Colares (Welw.).<br />

— Baixo Alemtejo lilloral: Fernão F"erro, prox. do Seixal (Daveau).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica.<br />

OBS. — Depois do prof. Link, nunca mais foi esta espécie encontrada<br />

no Gerez.<br />

Agi­ortis írumcatula Pari. Fl. ital. I, p. 185; A. hispida Brot. p. 75;<br />

Willk. et Lange, p. 55; Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 288.<br />

Exsic — Welw. n. os<br />

1291 e 1292; Soe Brot. n. os<br />

163 e 163"; Fl.<br />

lusit. exs. n.° 7.<br />

Planta multiculmea, colmos mais ou menos geniculados na base com<br />

folhas até á. panicula; folhas enroladas­setaceas escabrosas, bainha superior<br />

muito mais comprida do que o limbo, ligula oblonga <strong>de</strong>nticulada.<br />

Panicula ampla ovói<strong>de</strong>, ramos capillares lisos ramificados em geral dichotomicamente,<br />

pedúnculos das espiguetas muito mais compridos do que<br />

estas e dilatados na extremida<strong>de</strong>; espiguetas pequenas solitárias mais ou<br />

menos violáceas, glumas eguaes troncadas muito abertas na floração, glumellas<br />

troncadas­<strong>de</strong>nticuladas, a inferior egual a meta<strong>de</strong> das glumas e<br />

egual ao dobro da superior.<br />

b. Duriaei (Bss. et Reut, ms.) Nyman Consp. Fl. europ. ρ 802;<br />

A. capillaris J. Gay, Pl. art. exsic. ; limbo das folhas (pelo<br />

menos das inferiores) mais longo e sensivelmente plano.<br />

Hab. nos terrenos áridos e estereis. — Fl. junho a agosto.<br />

4 XX


50<br />

Nome vulg. — Linho ou barbas <strong>de</strong> rapoza.<br />

Alemdouro trasmontano: Alfaião, prox. <strong>de</strong> Bragança, Murça (M. Ferreira);<br />

Vimioso (Mariz); Chaves, na serra do Brunheiro (Moller); Villa<br />

Beal, Bornes (S. Silva). — Alemdouro lilloral: Serra do Gerez até às<br />

maiores altitu<strong>de</strong>s (Moller) ; Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, margens do rio Sousa (G.<br />

Sampaio); Valladares, Caminha, Monsào, Barcellos (Β. da Cunha); 6. Cabeceiras<br />

<strong>de</strong> Basto (J. Henriques) ; Vizella (W. Lima) ; Soajo (Moller) ;<br />

entre S. Pedro da Cova e Vallongo (E. Schmitz). — Beira trasmontana:<br />

Villar Formoso (B. da Cunha); Trancoso (M. Ferreira); Taboaço (Lima);<br />

serra da Lapa (M. Ferreira). — Beira central: Serra da Estrella até aos<br />

pontos mais elevados (Moller, Daveau, M. Ferreira); Guarda, b. Fornos,<br />

Celorico (Daveau); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller); Vizeu, Ton<strong>de</strong>lla, Bussaco<br />

(A. Carvalho, M. Ferreira). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong> (Moller); Vaca<br />

ri ça (C. Botelho). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (B. da Cunha); Sernache<br />

do Bom Jardim (M. e Barros). — Allo Alemtejo: Portalegre (B. Larcher);<br />

Povoa e Meadas (B. da Cunha). — Baixas do Guadiana: <strong>de</strong> Beja a Albornòa<br />

(Daveau).<br />

OBS. — O exame dos exemplares colhidos por Bourgeau e classificados<br />

por Cosson, como A. Duriaei Bss. et Reut., e distribuídos com o n.° 2714­,<br />

fizeram­me conhecer que esta não é espécie distincta, mas apenas varieda<strong>de</strong><br />

da A. truncalula, como já tinha reconhecido Nyman (Consp. Fl.<br />

europ. p. 802) distincta da forma typica pelas folhas, que na varieda<strong>de</strong><br />

são planas (pelo menos as inferiores) e <strong>de</strong> limbo bastante comprido.<br />

São porém numerosas as formas intermédias entre o typo e a varieda<strong>de</strong>.<br />

Um exemplar colhido em Monsão pelo sr. R. da Cunha tem a glumella<br />

inferior aristada.<br />

Sect. II. Trichodium Schrad.<br />

Agrostis canina L. Sp. pi. ed. I, p. 62; Willk. et Lange, p. 54;<br />

Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 286.<br />

Perennal, cestipitosa; colmos ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 5­6 <strong>de</strong>c; folhas inferiores<br />

estreitas enroladas quasi setaceas, ligula oblonga. Panicula quasi sempre<br />

<strong>de</strong> côr violeta, contrahida <strong>de</strong>pois da floração, ramos capillares escabrosos;<br />

espiguetas <strong>de</strong> 2 mill., glumas quasi eguaes escabrosas na carena,<br />

lanceoladas, glumella inferior mais curta que as glumas, troncada e <strong>de</strong>nteada<br />

com pragana geniculada inserida um pouco acima do meio da glumella,<br />

maior do que esta e muito mais longa que as glumas; glumella superior<br />

nulla ou muito pequena.<br />

a. Allionii Richter Pl. europ. ; A. canina, γ. mutica Gaud. Fl.


51<br />

helv. p. 172; A. capillares Allioni Fl. ped. II, p. 233.—<br />

Glumella mulica.<br />

b. -humais Willk. et Lange, p. 55. — Muito menor que o typo e<br />

panicula mais contrahida.<br />

Hab. nos prados, terrenos relvosos quer cultivados quer incultos. — Fl.<br />

junho a agosto.<br />

Alemdouro trasmontano : Λ Τ<br />

'\\\Ά Real (D. Monteiro). — Alemdouro lilloral:<br />

Montalegre (Moller); Gerez (6); serra do Soajo (Moller). — Beira<br />

lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller); Fôja (M. Ferreira).—<br />

Baixas do Sorraia: Montargil (.1. Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral:<br />

(6) Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemlelo: Évora (V. da Esperança).<br />

Area geogr. — Europa e Siberia.<br />

OBS. — Parece que a forma typica não é vulgar em Portugal; é a forma<br />

mutica (a) que domina. A varieda<strong>de</strong> humilis não é vulgar também, pois só<br />

a conheço <strong>de</strong> duas localida<strong>de</strong>s (serra do Gerez e Setúbal).<br />

Agrostis setacea Gentis Fl. lond. f. VI, tab. 12; A. selifolia Brot,<br />

p. 74; Willk. et Lange, p. 54; Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 286.<br />

Exsic —Welw. n. 05<br />

1283-1285; Soe Brot. n. os<br />

30 e 30 íl<br />

; Fl. lusit.<br />

exs. n.° 6.<br />

Perennal cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 2-7 <strong>de</strong>c. ; folhas glaucas enroladas setaceas,<br />

ligula allongada. Panicula mais ou menos violácea ou amarellada<br />

contrahida <strong>de</strong>pois da floração, ramos escabrosos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceolado-acuminadas<br />

escabrosas na carena; glumella inferior mais curta<br />

que as glumas, Ironcada com quatro pequenas pontas (prolongamento das<br />

nervuras, sendo as externas maiores), pincéis <strong>de</strong> pellos na base e com<br />

pragana geniculada inserida pouco acima da base da glumella.<br />

Hab. nos terrenos incultos, áridos, nos pinhaes, ele Vulgarissima. —<br />

Fl. junho a agosto.<br />

Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro). — Alemdouro lilloral:<br />

serra do Gerez até aos logares mais altos, serra do Soajo (Moller);<br />

serra da Cabreira (G. Sampaio); S. Gregorio, prox. <strong>de</strong> Melgaço (Moller);<br />

Valença, Ponte <strong>de</strong> Moura (R. da Cunha); S. Pedro da Cova (Schmitz).<br />

— Beira central: serra da Estrella (R. da Cunha); Ponte <strong>de</strong> Jugães, serra<br />

da Lapa (M. Ferreira) ; Gouveia (R. da Cunha) ; Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong><br />

(Moller); Vacariça (A. <strong>de</strong> Carvalho); Bussaco (F. Loureiro). — Beira littoral:<br />

visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller, C. Freire); S. Paulo, S.<br />

João do Campo (M. Ferreira); serra da Louzã, Foja, pinhal do Urso<br />

(Moller). — Beira meridional: Covilhã, Castello Branco, Malpica (R. da<br />

Cunha); Abrantes (Daveau).— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Bel-<br />

P »<br />

»i BUO r f C: A


52<br />

-las, Montejunto, Cintra (Daveau); Estoril (Welw.); Tancos (Daveau).—<br />

Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão). — Allo Alemlejo: Castello <strong>de</strong><br />

Wi<strong>de</strong> (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo lilloral: entre Coina e Vendas<br />

(Welw.); Alfeite, Barreiro, Seixal (R. da Cunha); Setúbal (A. Luisier).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, França, Relgica, Inglaterra.<br />

Agrostis elegans Thore ap. Loiseleur Not. p. 15; Willk. et Lange,<br />

p. 55; Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 288.<br />

Exsic. —Welw. n.° 1293; Bourgeau PI. d'Esp. et <strong>de</strong> Port. n. os<br />

2066<br />

e 2068; Soe. Brot. n.° 1087.<br />

Annual; colmos muito finos <strong>de</strong> 5-30 cent.; folhas canaliculadas setaceas,<br />

ligula comprida irregularmente lacerada. Panicula oval <strong>de</strong> ramos<br />

lisos rapillares afastados do eixo <strong>de</strong>pois da floração, dispostos por 2 a 3<br />

em semiverticilios ; espiguetas muito pequenas quasi sempre violáceas<br />

bem separadas umas das outras; glumas eguaes oblongas obtusiirsculas,<br />

lisas; glumella inferior mais curta que as glumas troncada <strong>de</strong>nticulada,<br />

glumella superior nulla.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e áridos. — Fl. junho e julho.<br />

Nome vulg. — Linho <strong>de</strong> rapoza.<br />

Alemdouro littoral: Monte-Dôr (B. da Cunha). — Beira lilloral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Mesnier, M. Ferreira) ; pinhal <strong>de</strong> Fôja (Moller)<br />

; pinhal do Urso (F. Loureiro).— Centro lilloral: Caldas da Bainha<br />

(S. da Silva); Santarém, nas margens do Tejo (B. da Cunha); pinhal <strong>de</strong><br />

Leiria (C. Pimentel). — Beira meridional: Covilhã, Malpica (R. da Cunha).<br />

— Allo Alemlejo: serra d'Ossa (Daveau). — Baixo Alemlejo lilloral: do<br />

Seixal a Arrentela, do Poceirão a Pegões (Daveau, R. da Cunha); Vendas,<br />

entre Meli<strong>de</strong>s e Cabo <strong>de</strong> Sines (W r<br />

elw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha).—Algarve: Olhão, nos mattos<br />

húmidos, Faro, S. João da Venda (Welw.); Monchique, nos terrenos are^<br />

nosos (Bourgeau).<br />

Area geogr. — Península ibérica, França meridional, Sicilia?<br />

Agrostis litigans Steud. Syn. gl. I, p. 162; Hackel, 15.<br />

Baixo Alemtejo littoral: serra dArrabida (Welw.).<br />

Diffère da espécie anterior por ter na parte inferior da panicula alguns<br />

ramúsculos muito curtos flexuosos, e pela glumella com 3-5 <strong>de</strong>nticulos e<br />

quasi egual a meta<strong>de</strong> das glumas.<br />

OBS. — Relativamente a esta espécie posso repetir o que escreveu o<br />

prof. Hackel no Catalogo das gramíneas <strong>de</strong> Portugal, acerescentando que<br />

nenhum exemplar dos colhidos por Wehvitsch e que se encontram no


53'<br />

herbario da Escola Polytechnica <strong>de</strong> Lisboa, nem dos colhidos pelos srs.<br />

Daveau e Ricardo da Cunha, e ultimamente pelo sr. A. Luisier, na Arra­;<br />

bida e em localida<strong>de</strong>s próximas, representa esta espécie.<br />

Nào será apenas uma varieda<strong>de</strong> ou antes uma forma da espécie antece<strong>de</strong>nte<br />

na qual alguns ramos do semiverticilio inferior ficassem sem espiguetas?<br />

Ha um exemplo d'esta disposição em exemplares da Agroslis,<br />

caslellana, colhidos nas margens do Douro pelo sr. G. Sampaio. Essa<br />

forma não se conservou no Jardim Botanico em indivíduos obtidos <strong>de</strong> sementes.<br />

Agrostis pallida DC. Fl. fr. VI, p. 251; Willk. et Lange, p. 55;<br />

Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 289.<br />

Exsic. —Welw. n. os<br />

1280 e 1281; Bourgeau PI. d'Esp. et <strong>de</strong> Port.<br />

η. 03<br />

2067 e 2067 bis; Soc. Brot. n.° 299.<br />

Espécie annual mulliculmea, colmos <strong>de</strong> 1­80 cent, ascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />

longas acuminadas planas um pouco caniculadas quando seccas, ligula<br />

oblonga. Panicula oblonga, contrahida <strong>de</strong>pois da floração, <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong><br />

amarellada ou pallida, em alguns exemplares violácea, ramos capillares<br />

escabrosos; espiguetas pequenas reunidas em grupos na extremida<strong>de</strong> dos<br />

ramos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas escabrosas na carena,<br />

glumella inferior membranacea meta<strong>de</strong> mais curta que a gluma troncada<br />

biaristada pelo prolongamento das duas nervuras lateraes, com dois per<br />

quenos pincéis <strong>de</strong> pellos na base e pragana dorsal geniculada inserida no<br />

meio do dorso e muito saliente para fora das glumas.<br />

Hab. os terrenos arenosos, húmidos, searas, etc. — Fl. abril a junho.<br />

Alemdouro trasmontano: Adorigo (E. Schmitz). — Alemdouro lilloral:<br />

Villa Nova da Cerveira, praia <strong>de</strong> Moledo, Ancora (B. da Cunha). — Beira<br />

trasmontana: Villar Formoso (B. da Cunha). — Beira central: visinhanças<br />

<strong>de</strong> Vizeu, Ton<strong>de</strong>ila (M. Ferreira); Bussaco (J. Henriques). — Beira littoral:<br />

Agueda (J. Henriques); entre Oliveira do Bairro e Aveiro (M. Ferreira);<br />

serra da Louzã (J. Henriques); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller,<br />

Padrão, C. Freire); Fôja (B. Carreiro); Montemôr­o­Velho (M. Ferreira).<br />

— Beira meridional: Alcai<strong>de</strong>, Fundão, Castello Branco, Malpica (R. da<br />

Cunha); <strong>de</strong> Constança até Abrantes (Daveau); Soalheira (C. Zimmermann).—<br />

Centro lilloral: Torres Novas (R. da Cunha); Relias (Daveau).<br />

­^­Alto Alemlejo: serra d'Ossa, Évora (Daveau); Povoa e Meadas, Portalegre,<br />

Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong>, Marvão, Niza (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo<br />

littoral: Alfeite (B. da Cunha); Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />

Beja (B. da Cunha); Cazevel (Moller). — Algarve: Foia, nos logares<br />

mais al(os (forma humilis), Faro e Olhão, nas searas, Estoi, Loulé<br />

(Welw.); serra da Picota (Bourgeau).<br />

Area geogr. — Península ibérica, França e Africa boreal.


54<br />

GASTRIDIUM 1<br />

P. Beauv. — Panicula espiciforme; espiguetas com<br />

curtos pedúnculos comprimidas lateralmente globosas na base, contendo<br />

uma flor hermaphrodite ; glumas bastante <strong>de</strong>seguaes cartilagineas muito<br />

mais compridas do que a flor; glumellas quasi eguaes, a inferior 5­nervea<br />

com pragana inserida um pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> superior, a superior<br />

2­nervea ; estyletes muito curtos ; caryopse envolvido pelas glumellas<br />

separando­se d'ellas difficilmente.<br />

Gastritlium lencligerum (L.) Gaud. Fl. belv. I, p. 176; Milium<br />

lendigerum L. Sp. ed. II, p. 91; Agrostis lendigera Brot. p. 73; Willk.<br />

et Lange, p. 56; Colmeiro, p. 291; Hackel, p. 15.<br />

Exsic. — Welw. n. os<br />

1294­1296; Soe. Brot. n.° 164; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 1137; Bourgeau PI. d'Esp. et Port. n.° 2071.<br />

Espécie annual uni ou multiculmea, colmos direitos ou geniculados na<br />

base; folhas um pouco glaucas, planas, estreitas acuminadas e escabrosas<br />

nas margens, ligula lanceolada. Panicula d'um ver<strong>de</strong> esbranquiçado aberta<br />

durante a floração e <strong>de</strong>pois contrahida espiciforme ; espiguetas <strong>de</strong> 3­4 mill,<br />

com a base dilalada­globosa ; glumas 1­nerveas <strong>de</strong>seguaes cartilagineas<br />

lustrosas carenadas lanceoladas escabrosas na carena muito mais comprida<br />

do que a llôr, glumellas quasi eguaes, a inferior 5­nervea troncada­<strong>de</strong>nteada<br />

pelluda com pragana inserida pouco abaixo do vértice e que attinge<br />

ou ultrapassa a extremida<strong>de</strong> das glumas.<br />

b. laxum (Boiss. et Beut.) Pug. p. 126. — Diffère do typo pelos<br />

colmos muito mais curtos, pela panicula menos <strong>de</strong>nsa, pelas<br />

espiguetas mais pepuenas e pela pragana que quasi não ultrapassa<br />

as glumas.<br />

Frequente tanto nas terras cultivadas como nas incultas e mesmo em<br />

altitu<strong>de</strong>s superiores a 500.metros. — Fl. no verão.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Murça (M. Ferreira);<br />

Adorigo (Schmitz). — Beira littoral : <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ourentam (A. <strong>de</strong><br />

Carvalho); Pombal (Moller). — Beira central: Penalva do Castello (M. Ferreira),<br />

—r­ Beira meridional: Covilhã, Malpica, Castello Branco, Villa Velha<br />

do Bodâo (R. da Cunha).— Centro lilloral: Alemquer (Moller); Lezíria<br />

d'Azambuja, Villa Franca, Torres Novas (B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong><br />

Lisboa, Bellas, serra <strong>de</strong> Monsanto, Valle d'Alcantara, Cintra (Daveau, B.<br />

da Cunha); b. Tapada d'Ajuda (Welw. n.° 1294). — Allo Alemlejo: Portalegre,<br />

nos terrenos siliciosos (L. Marçal).—Baixo Alemlejo lilloral: Ca­<br />

1<br />

De γαστήρ, ventre; allusão á forma das espiguetas.


55<br />

lhariz, serra d'Arrabida (Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />

Beja, na charneca do Bato e na Boa Vista (R. da Cunha); Cazevel<br />

(Moller) ; entre Carregueiro e Castro Ver<strong>de</strong>, entre Corte Figueira e Mú<br />

(Daveau). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Portimão e <strong>de</strong> Faro,<br />

nas terras fracas (Welw.); serra da Picota (E. Bourgeau).<br />

Area geogr. -»- Região mediterrânea.<br />

AMMOPHILA 1<br />

Host. — Panicula espiciforme; espiguetas relativamente<br />

gran<strong>de</strong>s; glumellas rígidas e muticas. Prolongamento da rachilla<br />

bastante longo. Base da glumella inferior e prolongamento da rachila com<br />

pellos longos.<br />

AmmopMla arenaria (L.) Link. H. ber. I, p. 105; Arundo arenaria<br />

L. Sp. pl. ed. I, p. 82; Calamag'rostis arenaria Both. Brot. p. 87;<br />

Psamma arenaria B. et S.; Willk. et Lange, p. 51; Colmeiro, p. 280;<br />

Hackel, p. 13.<br />

-Exsic —Welw. n, os<br />

1300 e 1301; Soc. Brot. n. os<br />

27 e 27"; Fl. lusit.<br />

exs. n.° 1315.<br />

Planta perennal rhizomatosa; colmos <strong>de</strong> 5-10 <strong>de</strong>c; folhas glaucas, enroladas<br />

junciformes, duras, terminando em ponta vulnerante, ligula muito<br />

comprida bifida. Panicula espiciforme longa e estreita compacta com ramos<br />

curtos e escabrosos, como os pedúnculos das espiguetas; espiguetas<br />

<strong>de</strong> um centímetro; glumas lanceoladas agudas ou subobtusas, escabrosas<br />

na carena, a inferior asymetrica ; glumella inferior bi<strong>de</strong>ntada na extremida<strong>de</strong><br />

e tendo uma curta ponta escabrosa egual ou pouco maior que os<br />

<strong>de</strong>ntes; pellos da base egualando o terço da glumella. Prolongamento da<br />

rachilla (llôr neutra d'alguns auctores) egualando meta<strong>de</strong> da glumella e<br />

vestido <strong>de</strong> longos pellos.<br />

Hab. nas costas maritimas arenosas, on<strong>de</strong> é muito frequente.<br />

Alemdouro lilloral: Lanhellas, Caminha, Ancora, Vianna (R. da Cunha);<br />

da Foz até á Boa Nova (J. Johnston, G. Sampaio); Min<strong>de</strong>llo (V. Nogueira).<br />

— Beira lilloral: Figueira da Foz, Buarcos (Schmitz, Moller); pinhal do<br />

Urso (M. Ferreira).— Centro lilloral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, na praia do<br />

Mar Novo (B. da Cunha); Cabo da Boca, Ericeira (Welw.); Trafaria (P.<br />

Coutinho). — Baixo Alemlejo lilloral: ilha do Pecegueiro (Daveau). — Algarve:<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Welw.); Villa Beal <strong>de</strong> Santo Antonio<br />

(Moller).<br />

Area geogr. — Praias arenosas da Europa e da America boreal.<br />

De άρ,μος, areia, e οίλη, amante; allusão ao terreno em que vivo.


56<br />

APERA 1<br />

Adanson. — Panicula ramosa aberta ou contrahida; espiguetas<br />

comprimidas lateralmente com uma única flor; gluma inferior menor<br />

que a superior e menor ainda do que a flor; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes,<br />

a inferior aguda inteira cercada na base <strong>de</strong> pellos curtos e tendo<br />

uma pragana bastante comprida inserida pouco abaixo da extremida<strong>de</strong><br />

superior. Prolongamento .da rachila sem pellos.<br />

Apera Interrupta (L.) P. Beauv. Agr. p. 31; Agrostis interrupta L.<br />

Svst. ed. X, p. 872; Brot. p. 73; Willk. et Lange, p. 55; Colmeiro,<br />

p" 290; Hackel, p. 15.<br />

Mulliculmea, colmos finos ; folhas planas lineares, ligula lanceolada.<br />

Panicula espiciforme estreita interrompida principalmente na base, ramos<br />

capillares escabrosos, semiverticillados, os maiores com espiguetas na meta<strong>de</strong><br />

superior, os menores com espiguetas quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas<br />

pequenas; glumas <strong>de</strong>seguaes, escabrosas na carena, a inferior 1-nervea,<br />

a superior mais larga 3-nervea; glumella inferior egual em gran<strong>de</strong>za ou<br />

um pouco maior que a gluma superior, escabrosa principalmente nas nervuras<br />

e com uma pragana muito longa escabrosa inserida pouco abaixo<br />

do vértice, glumella superior menor membranosa; rachila muito curta.<br />

Hab. nos terrenos arenosos da região inferior.<br />

Alemdouro lilloral: margens arenosas do Douro, perto do Porto (Link.);<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Gaya, nos areaes do Douro (Schmitz).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

LAGURITS 2<br />

L. — Espiguetas 1-floreas formando em thyrso compacto<br />

oval-oblongo ; glumas eguaes prolongando-se numa pragana longa plumosa;<br />

glumellas menores que as glumas, a inferior villosa na base longamente<br />

2-setosa e com longa pragana enrolada na parte inferior inserida um pouco<br />

acima do meio, rachila longamente villosa egualando quasi meta<strong>de</strong> da glumella<br />

inferior.<br />

I.as uru s ovalas L. Sp. ed. I, p. 81; Brot. p. 88; Willk. et Lange,<br />

p. 58; Colmeiro, p. 295; Dackel, p. 16.<br />

Exsic —Welw. n. 03<br />

1207 e 1208; Soe Brot. n.° 165.<br />

Planta annual, geralmente pluriculmea; colmo <strong>de</strong> 1-6 <strong>de</strong>c; folhas curtas,<br />

villosas, <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada, lineares ou linear-lanceoladas,<br />

1<br />

De ά, negativo, e πηρός, truncado, cortado, porque o eixo da espigueta (rachila)<br />

se prolonga além da ultima llôr.<br />

2<br />

De λαγός, lebre, e σύρ«, cauda; allusão á forma da espiga pelluda.


57<br />

bainha da folha superior ventricosa; ligula curta pubescente troncada e<br />

laciniada. Panicula <strong>de</strong> côr clara sedosa ovói<strong>de</strong> ou subglobosa; espiguetas<br />

<strong>de</strong> 8 mill.<br />

var. nanus Guss. — Colmos <strong>de</strong> 4-6 cent, muito ramosos.<br />

Hab. na região inferior e frequente nas terras próximas do mar.<br />

Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira, Caminha, Gandara <strong>de</strong> Monte-<br />

Dôr (R. da Cunha). — Beira littoral: Buarcos, Galla (Moller); praia da<br />

Vieira (B. Gomes). — Centro littoral: Berlengas (Daveau); Villa Franca<br />

(B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, colunas d'Alcantara, Cova da Pieda<strong>de</strong>,<br />

Tapada d'Ajuda, Cintra (Welw., R. da Cunha, P. Coutinho).—<br />

Baixo Alemtejo littoral: Trafaria (Daveau); nos pinhaes do Seixal e da<br />

Amora (Welw.); Azeitão, Setúbal, Lagoa d'Albufeira (Moller); Setúbal<br />

(A. Luisier). — Algarve: Faro, nos pinhaes arenosos, var. Ferragudo,<br />

prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Portimão; Tavira, nos caminhos arenosos e húmidos,<br />

Fuzeta (Welw.); Loulé, nas barreiras brancas (Daveau); Villa Real<br />

<strong>de</strong> Santo Antonio (Moller).<br />

Area geogr.—-Região mediterrânea.<br />

Tribu VII. Avenaeas<br />

Espiguetas 2-oo-flóreas ; inflorescencia em panicula, raras vezes em<br />

espiga, todas as flores hermaphroditas ou uma masculina; glumas muitas<br />

vezes persistentes, em geral mais compridas do que as glumellas, das quaes<br />

a inferior em-geral tem pragana dorsal ou terminal; pragana geralmente<br />

geniculada; glumella superior 2-carinada; estylete curto ou nullo; estigmas<br />

plumosos sahindo perto da base ou do meio das espiguetas.<br />

(Espiguetas separando-se inteiras Holcus L.<br />

1 (Glumellas caducas; glumas persistentes 2<br />

2<br />

(Espiguetas com 2 flores e rachilla não prolongada 3<br />

(Espiguetas 2-oo-flóreas; rachilla prolongada além da flor superior 6<br />

Glumas semiglobosas; panicula espiciforme Airopsis Desv.<br />

! Glumas não semiglobosas; panicula ampla 4<br />

(Glumas mais compridas que as flores g<br />

4 j<br />

( Glumas mais curtas que as flores Molineria Pari.


S<br />

6<br />

10<br />

11<br />

i2<br />

58<br />

[Glumella inferior troncada, mutica e levemente 3­<strong>de</strong>nteada Antinoria Pari.<br />

(Glumella inferior 2­<strong>de</strong>nteada, praganosa Aira L.<br />

ι Pragana dorsal 7<br />

jPragana terminal entre as divisões da glumella; flores 2­6, sendo a superior<br />

( estéril Danthonia DC.<br />

IInflorescencia em espiga simples com espiguetas distichadas.. Gaudinea Beauv.<br />

/ - f><br />

(Inflorescencia em panicula ampla 8<br />

(Flor superior hermaphrodita, a inferior masculina praganosa.<br />

1 Arrhenatherum Beauv.<br />

(Flores todas hermaphroditas.ou algumas superiores masculinas ou estereis . · 9<br />

(Semente involucrada, geralmente adhérente ás glumellas; glumella inferior S­9­<br />

) nervea, chegando ao vértice só 2 nervuras Avena L.<br />

(Semente livre; espiguetas pequenas (menos <strong>de</strong> um centímetro) 10<br />

ÍGlumellas <strong>de</strong>licadamente eroso­<strong>de</strong>nteadas ou 2­lobadas, ou com margens intei­<br />

ras · II<br />

Glumella inferior 2­fida ou 2­<strong>de</strong>nteada; <strong>de</strong>ntes por vezes ligeiramente arista­<br />

dos.. 12<br />

(Pragana articulada, terminada em forma <strong>de</strong> massa Corynephorus Beauv.<br />

(Pragana não articulada, terminada cm ponta fina Deschampsia Beauv.<br />

(Flores inferiores muticas; glumas


­89<br />

(Glumas aeuminadas­mucronadas; pragana genieulada H. mollis L.<br />

2 I<br />

(Glumas longamente acuminadas; pragana flexuosa H. Gayanus Bss.<br />

3<br />

(Glumas lanceoladas quasi eguaes H. lanatus L.<br />

(Glumas acuminadas­aristadas H. setiglumis Bss. et Reut.<br />

Holcus lanatus L. Sp. pl. I, 1048; Willk. et Langé, p. 74; Brot,<br />

p. 97; Hackel, p. 21; Colmeiro, p. 327.<br />

Exsic. — Welw. n. os<br />

1287­1260; Soc. Brot. n.° 452; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 21.<br />

Planta perennal; colmo erecto pubescente nos nós; folhas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong><br />

esbranquiçada e bainhas com pellos finos; ligula curla, troncada e mais<br />

ou menos laciniada. Panicula oval oblonga com eixo e ramos pelludos <strong>de</strong><br />

cór ver<strong>de</strong> clara ou arroxada, espiguetas mais compridas que os pedúnculos;<br />

glumas quasi eguaes, pelludas ou só ciliadas na nervura, a inferior<br />

1­nervea lanceolada, a superior oval­oblonga 3­nervea, nervuras mais próximas<br />

das margens do que da nervura central, mucronadas ou muito curtas,<br />

pragana inserida pouco abaixo do vértice, ligeiramente fendida ; glumellas<br />

glabrae, as da flor inferior quasi eguaes em comprimento, as da superior<br />

bastante <strong>de</strong>seguaes, com alguns pellos na base na maior parte dos casos;<br />

gluma inferior da flor superior com pragana recurvada em forma <strong>de</strong> gancho,<br />

mais curta que as glumas.<br />

Frequente nos lameiros, pastagens e nos terrenos cultivados.<br />

Nome vulg. — Herva mollar.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller, M. Ferreira);<br />

Sarapicos (C. Lobo); Caldas do Moledo (W. Lima); Chaves, Montalegre<br />

(Moller); Villa Real (D. Monteiro), — Alemdouro littoral: serras do Gerez<br />

e do Soajo (Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. L. Henriques); Santo<br />

Thyrso (A. B. Valente); Villa Nova da Cerveira, Mido, nos lameiros, Caminha,<br />

Valença, Melgaço, Monsão, Vianna do Castello, nas margens do<br />

Lima (B. da Cunha); Porto (Hackel, V. Nogueira).­—Beira littoral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller, W. Lima); Louzã (J. Henriques);<br />

pinhal do Urso (F. Loureiro) ; Buarcos (Moller); Montemor, entre Fôja e<br />

Gatões \M. Ferreira); pinhal <strong>de</strong> Leiria (Pimentel); Albergaria, Pombal,<br />

Soure (Moller). — Beira trasmontana: Almeida (B. da Cunha); Taboaço<br />

(C. <strong>de</strong> Lima); Trancoso, serra da Lapa (M. Ferreira). — Beira central:<br />

serra da Estrella, Guarda, S. Romão (Daveau, M. Ferreira); Penalva do<br />

Castello, Vizeu, Ton<strong>de</strong>ila (M. Ferreira); Lobão, S. Pedro do Sul (Moller).<br />

— Beira meridional: Fundão, Castello Branco, Malpica, Villa Velha do<br />

Ródão (R. da Cunha); Sernache do Bom Jardim (P. e<br />

M. <strong>de</strong> Barros); Pampilhosa<br />

(J. Henriques); Soalheira (Ρ. θ<br />

C. Zimmermann). — Centro littoral:


60<br />

Porto <strong>de</strong> Moz, Alfeiseirão, Caldas da Rainha, Óbidos (R. da Cunha); Berlengas,<br />

Farilhões (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau).—<br />

Baixas do Sorraia: Montargil (Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite,<br />

Pinheiro, nos arrozaes (Daveau); Calhariz (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Allo Alemlejo: Marvão (R. da Cunha). — Baixas do Guadiana:<br />

entre Almodovar e Ourique, Cercal, nas collinas calcareas (Daveau); Beja,<br />

na ribeira da Boa Vista (B. da Cunha). — Algarve: serra da Picota, nos<br />

soutos <strong>de</strong> castanheiros, Monchique, Cabo <strong>de</strong> S. Vicente (Welw., Moller).<br />

Area geogr. — Europa, Africa e America boreal.<br />

OBS. — A forma predominante po<strong>de</strong>rá ser referida á varieda<strong>de</strong> ou antes<br />

forma — argenteus— pela côr cinzenta <strong>de</strong> toda a planta e pela côr clara<br />

da panicula. A gran<strong>de</strong>za da pragana varia bastante até no mesmo indivi-><br />

duo, <strong>de</strong> modo que mal pô<strong>de</strong> servir como caracter especifico distinctivo.<br />

Holcus mollis L. Syst. ed. X, 1305; Brot. p. 98; Willk. et Lange,<br />

p. 74; Colmeiro, p. 328; Hackel, p. 21.<br />

Exsic. — Welw. n.° 1261 (sub H. rigida Höchst); Fl. lusit. exs. n.°<br />

1407.<br />

Planta rhizomatosa perennal <strong>de</strong> folhas planas acuminadas, ao principio<br />

pubescentes e por fim glabras, ásperas nas margens; ligula oblonga lacH<br />

niada na margem. Panicula estreita oblonga <strong>de</strong> ramos separados durante<br />

a anthese e <strong>de</strong>pois unidos, <strong>de</strong> côr clara; espiguetas mais compridas que<br />

os pedicellos, proximamente <strong>de</strong> 5 mill.; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes,<br />

acuminadas, mais ou menos pubescentes ou só ciliadas nas nervuras, a<br />

inferior uninervea, a superior 3-nervea, sendo as nervuras laleraes mais<br />

próximas da central do que das margens; llôr superior cercada <strong>de</strong> pellos<br />

abundantes na base; glumellas glabras, <strong>de</strong>seguaes, as inferiores obtusas e<br />

a da llôr superior tendo uma pragana ge7iiculada inserida um pouco abaixo<br />

do vértice mais longa que as glumas.<br />

Encontra-se nos terrenos relvosos em geral.<br />

Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Bebordães, Vimioso (J. Mariz); Villa<br />

Real (D. Monteiro). — Alemdouro littoral: Porto (G. Sampaio); Melgaço,<br />

Barcellos (R. da Cunha); S. Pedro da Cova, Vallongo (E. Schmitz).—<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, na Baleia, Choupal, Fôja (Moller). — Beira central:<br />

Celorico, nas margens do Mon<strong>de</strong>go (R. da Cunha); serra da Estrella,<br />

na região mais alta (Welw., Daveau, Moller); visinhanças <strong>de</strong> Vizeu, Oliveira<br />

do Con<strong>de</strong> (Moller).—Beira trasmontana: Almeida, Castello Bom,<br />

Torre das Vargens, Villar Formoso (B. da Cunha); Taboaço (C. <strong>de</strong> Lima).<br />

— Beira meridional: Covilhã, Alcai<strong>de</strong>, Castello Branco (R. da Cunha);<br />

Soalheira (P. e<br />

C. Zimmermann). — Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa,<br />

Bellas (Daveau); Cintra, Cofiares, Cabo da Roca (Welw.); Torres Vedras


61<br />

(Moller); Santarém (R. da Silva).'—Alto Alemtejo: Marvão (Ε. Schmitz);<br />

^Portalegre (Pi. da Cunha). — Baixo Alemtejo lilloral: Alfeite (Daveau).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

Holcus Gtayanus Boissier Voy. II, p. 637; Willk. et Lange, p. 74;<br />

Colmeiro, p. 329.<br />

Planta annual multiculmea <strong>de</strong> 14 a 30 cent, d'altura; folhas com limbo<br />

plano pubescente muito curto nas superiores, bainhas glabras, nitidamente<br />

estriadas, as superiores venlricosas, ligula allongada troncada com a margem<br />

<strong>de</strong>nticulada. Panicula pequena, ramúsculos <strong>de</strong>nsamente ciliados; espiguetas<br />

bem mais longas que os pedicellos; glumas <strong>de</strong>seguaes longamente<br />

acuminadas (especialmente a superior), a inferior uninervea, a superior<br />

3­nervea, com as nervuras laleraes bem mais próximas da central do que<br />

das margens, curtamente ciliadas nas nervuras e com as faces cobertas <strong>de</strong><br />

pellos curtos; flor superior cercada <strong>de</strong> numerosos pellos na base; glumellas<br />

quasi eguaes em comprimento, as inferiores glabras e luzidias, a da llôr<br />

superior acuminada e tendo pargana geniculada­flexuosa muito mais longa<br />

que ella e do que as glumas, inserida um pouco abaixo do vértice.<br />

Espécie das montanhas e d'algumas partes da região baixa.<br />

Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira (R. da Cunha); serra do<br />

Soajo (Moller). — Beira central: serra da Estrella, no Covão da Meta<strong>de</strong><br />

e do Urso (Daveau, M. Ferreira).<br />

Area geogr.—­Península ibérica.<br />

Holcus setiglumis Bss. et Beut. Diagn. pl. hisp. p. 27; Willk. et<br />

Lange, p. 74; Colmeiro, p. 330.<br />

Planta annual, uni ou pluriculmea, colmo pelludo nos nós; folhas <strong>de</strong><br />

limbo curto e bainhas subventricosas e pubescentes, bainhas superiores<br />

longas attingindo quasi a panicula, ligula membranosa curta troncada.<br />

Panicula oblonga contrahida, ramúsculos pelludos; espiguetas bem mais<br />

longas que os pedicellos; glumas <strong>de</strong>seguaes ciliadas na carena e muitas<br />

vezes todas pelludas, a inferior uninervea, a superior 3­nerva, as nervuras<br />

lateraes a egual distancia da dorsal e da margem ou mais próximas<br />

daquella, ambas praganosas, sendo a pragana da superior quasi do comprimento<br />

da gluma; ílores pedicelladas attingindo o meio das glumas, sem<br />

pellos; glumellas da llôr inferior <strong>de</strong> comprimento egual; glumella superior<br />

da flor superior pouco maior do que meta<strong>de</strong> da glumella inferior,<br />

que tem pragana recurvada quasi da gran<strong>de</strong>za da glumella e não saliente<br />

para fora das glumas.<br />

Hab. nos prados e terrenos relvosos da região inferior.<br />

Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Beira meridional:<br />

Castello Branco (R. da Cunha). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no


'62<br />

Choupal (Moller). — Alto Alemtejo: Barretos, prox. <strong>de</strong> Marvão (Ε. Schmitz);<br />

Evora (Moller); Villa Fernando (R. Larcher). — Baixas do Guadiana:<br />

Cazevel (Moller).<br />

OBS.—Muitos exemplares são no aspecto geral muito semelhantes ao<br />

H. lanatus. A forma porém das glumas distinguem sem dificulda<strong>de</strong> as<br />

duas espécies. Comtudo é <strong>de</strong> notar que em muitas formas do H. lanatus<br />

é fácil <strong>de</strong> reconhecer tendência para o H. setiglumis, pois que as duas<br />

glumas são praganosas, embota a pragana seja <strong>de</strong> menores dimensões.<br />

Nos exemplares colhidos por Wehvitsch no Lumiar, em Cintra, que distribuiu<br />

com o n.° 1259, assim como nos colhidos pelo sr. R. da Cunha em<br />

Castello Branco e em Villa Nova da Cerveira, observa­se isso. Os caracteres<br />

das flores são sensivelmente eguaes nas duas espécies. A posição<br />

relativa das nervuras da gluma superior é que é mais constante e distinctive.<br />

AIROPSIS 1<br />

Desv. — Panicula pequena direita; espiguetas subglobosas<br />

contendo duas flores hermaphroditas rentes; glumas quasi eguaes hemisphericas<br />

obtusas 3­nerveas e tendo quasi o dobro do comprimento das<br />

flores; glumellas quasi eguaes, a inferior 3­lobada, villosa e ciliada, mutica,<br />

a superior plana arredondada na extremida<strong>de</strong>, glabra e sem nervuras;<br />

estâmes 3, antheras quasi tão largas como compridas. Caryopse convexo<br />

na face externa e plano na interna, perfeitamente envolvido pelas<br />

glumellas, mas não adhérente.<br />

Airopsis globosa Desv. Journ. du Bot. I, p. 200; Aira globosa Thore;<br />

Milium tenellum Cav. Ic. t. 274·; Willk. et Lange, p. 62; Hackel, p. 17;<br />

Colmeiro, p. 305.<br />

Exsic. —Welw. n.° 1193; Soc. Brot. n.° 1524; Fl. lusit. exs. n.° 615.<br />

Espécie annual, mulliculmea, <strong>de</strong> pequenas dimensões; raiz fibrosa, colmos<br />

finos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes; folhas <strong>de</strong> limbo plano ou enrolado, <strong>de</strong><br />

côr violácea, bainha sulcada, a superior subventricosa e longa, ligula longa<br />

lanceolada. Panicula espiciforme <strong>de</strong> 1­4 cent., compacta, <strong>de</strong> côr violácea<br />

ou esverdinhada ; espiguetas subglobosas pequenas, lustrosas e 2­floreas;<br />

glumas eguaes carenadas muito concavas ovaes suborbiculares ciliadas na<br />

carena 3­ner\eas, sendo as nervuras lateraes muito pouco distinctas; flores<br />

rentes dispostas quasi a par; glumellas quasi da mesma gran<strong>de</strong>za, a inferior<br />

concava 3­lobada e ciliada, uninervea.<br />

Vegeta nos terrenos mais ou menos arenosos e áridos.<br />

De αφα, aira (nome grego das espécies <strong>de</strong> Lolium), e οψ'.ς, semelhança.


63<br />

Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova, na ribeira da Murta (E. Schmitz).<br />

— Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, no Choupal, S. Jorge, matta do<br />

Rangel (Moller); serra da Louzã (J. Henriques); pinhal do Urso (F. Loureiro);<br />

Ponte da Murcella, na Moura Morta (M. Ferreira).— Centro littoral:<br />

Estoril, nos pinhaes do Livramento (P. Coutinho).—Alto Alemlejo:<br />

S. Simão (Daveau); Portalegre (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo littoral:<br />

O<strong>de</strong>seixe, Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes, nas areias marítimas (Welw.). — Baixas<br />

do Guadiana: serra do Cercal (Welw.). — Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente,<br />

perto do Convento (Welw.).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, França austral, Sicilia, Africa boreal<br />

e occi<strong>de</strong>ntal.<br />

AIRA L. — Panicula muito ramosa, direita com ramos horizontaes<br />

ou divaricados, distantes uns dos outros; ramos trichotomicos, ru<strong>de</strong>s; espiguetas<br />

comprimidas lateralmente, contendo duas flores hermaphrodites<br />

rentes ou a superior levemente pedicellada; glumas quasi eguaes uninerveas<br />

carenadas membranosas e maiores que as dores; glumellas inferiores<br />

geralmente praganosas e então acuminadas e bífidas; pragana inserida no<br />

dorso da glumella, torcida na parte inferior e ru<strong>de</strong> na parte superior;<br />

caryopse convexo na face externa e sulcado longitudinalmente na face interna,<br />

adhérente às glumellas, especialmente ά superior.<br />

(Panicula contrahida, espiciforme A. precox L.<br />

1 (Panicula mais ou menos larga .- 2<br />

2<br />

(Glumellas inferiores sem pincéis <strong>de</strong> pellos A. Cupaniana Guss.<br />

(Glumellas inferiores com dois pincéis <strong>de</strong> pellos 3<br />

[Pedicellos maiores ou pelo menos eguaes ás espiguetas A. caryophyllea L.<br />

3 1<br />

j Pedicellos pequenos, quando muito eguaes as espiguetas, formando estas grupos<br />

( <strong>de</strong>nsos na extremida<strong>de</strong> dos ramos A, multiculmis Desm.<br />

Aira caryophyllea L. Sp. ed. I, p. 66; Brot. p. 93; Willk. et Lange,<br />

p. 65; Hackel, p. 19; Colmeiro, .p. 309.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1173, 1175, 1178 a 1784 e 1817; Soe Brot.<br />

n.° 29; Fl. lusit. exs. n.° 15; Bourgeau, n. 09<br />

200 bis e 200 tris.<br />

Planta annual uni ou multicaule <strong>de</strong> raiz fibrosa. Folhas radicaes curtas<br />

enroladas-filiformes, as caulinares dobradas longitudinalmente, bainhas lisas<br />

ou um pouco ásperas; ligula longa lanceolada. Panicula trichotomo-ramosa,<br />

pedicellos <strong>de</strong> comprimento egual ou duplo das espiguetas ru<strong>de</strong>s na parte<br />

superior; espiguetas isoladas ou aproximadas aos pares, <strong>de</strong> quasi 3 mill.;


64<br />

glumas quasi eguaes lanceoladas agudas ou brevemente acuminadas ásperas<br />

na carena; flores rentes egualando pelo menos 3<br />

/i das glumas, glumellas<br />

inferiores <strong>de</strong> côr acastanhada com pellos curtos na base, acuminadas e divididas<br />

em duas pontas, pontuadas­escabras na parte superior e tendo inserida<br />

abaixo do meio da parte dorsal uma pragana geniculada mais comprida<br />

que as glumas.<br />

a. divaricata Loisel. Fl. gall. t. 23.— Diffère do typo por ter<br />

menores dimensões, formar tufos mais compactos e principalmente<br />

por ter por fim os ramos divaricados em todos os<br />

sentidos.<br />

Vulgar nos terrenos arenosos e fracos, nas vinhas, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Moncorvo (J. Mariz); Bragança (M. Ferreira).<br />

— Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira, Caminha, Valença (R. da<br />

Cunha); Gerez (Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J, Henriques); Porto (E.<br />

Schmitz). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Choupal, Santo Antonio<br />

dos Olivaes, etc. (Moller, C. Freire, Β. e Cunha); Miranda do Corvo<br />

(Β. <strong>de</strong> Mello); Ourentam (A. <strong>de</strong> Carvalho); Taveiro (B. e Cunha); pinhal<br />

do Urso (F. Loureiro); serra da Louzã (Moller). — Beira central: Bussaco<br />

(W. Lima); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira trasmontana: Almeida<br />

(M. Ferreira). — Beira meridional : Castello Branco, Alcai<strong>de</strong> (B. da Cunha).<br />

— Centro lilloral: pinhal d Azambuja (Daveau) ; Torres Novas (B. da Cunha) ;<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, na Pieda<strong>de</strong>, serra do Alfarnel (Daveau); entre Bellas<br />

e Mafra, Cintra (Welw.); <strong>de</strong> Almargem até Cascaes (Daveau). — Allo<br />

Alemlejo: Portalegre (Moller). — Baixo Alemlejo lilloral: Seixal, nos pinhaes,<br />

entre Meli<strong>de</strong>s e Sines, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes até Cercal<br />

(Welw.); Caparica, do Poceirão até Pegões (Daveau); Arrábida (Link.).<br />

­^­Algarve : Monchique, entre Faro e S. João das Vendas (Welw. e Moller);<br />

no alto da Foia, Cabo <strong>de</strong> S. Vicente (Welw.); mattos, perto <strong>de</strong> Faro<br />

e nas terras arenosas <strong>de</strong> Lagos (Bourgeau).<br />

Aira multiculmis Dumort. Agrost. p. 121; Willk. et Lange, p. 64;<br />

Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 308.<br />

Exsic. — FI. lusit. exs. n.° 1617.<br />

Planta annual, multiculmea <strong>de</strong> raiz fibrosa, differindo da espécie aulece<strong>de</strong>nte<br />

apenas pela gran<strong>de</strong>za dos pedicellos, que são curtos, egualando<br />

quando muito as espiguetas, ficando estas em grupos bastante <strong>de</strong>nsos na<br />

extremida<strong>de</strong> dos ramos.<br />

Frequente nas colunas áridas, nas vinhas e pinhaes.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira). — Alemdouro lilloral:<br />

Villa Nova da Cerveira, Caminha (R. da Cunha). — Beira lilloral: Bussaco


ι<br />

65<br />

(W. Lima); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira, B. e Cunha);<br />

Ourentam (A. <strong>de</strong> Carvalho); pinhal do Urso (F. Loureiro). — Baixo Alemlejo<br />

lilloral: Alfeite (R. da Cunha); Seixal'(Welw.).<br />

Area geogr. — Bélgica, França e Peninsula ibérica.<br />

Aira Cupaaiana Guss. Syn. I, p. 145; Willk. et Lange, p. 65; Colmeiro,<br />

p. 309.<br />

Planta annual differindo da espécie antece<strong>de</strong>nte por não ter os pincéis<br />

<strong>de</strong> pellos na base das glumellas. A forma typica tem uma só espigueta<br />

com pragana.<br />

Centro lilloral: Alverca (Daveau); Cascaes (P. Coutinho). — Baixo Alemtejo<br />

littoral: Alfeite (B. da Cunha); Grândola, <strong>de</strong> S. Thiago <strong>de</strong> Cacem até<br />

S. Bartholomen (Daveau). — Alto Alemlejo: visinhanças <strong>de</strong> Évora, nos granitos<br />

<strong>de</strong>saggregados (Daveau).<br />

OBS. — Estas très espécies têm gran<strong>de</strong> semelhança entre si e com justa<br />

razão, me parece, os srs. G. Bonnier e G. <strong>de</strong> Layens nos Tableaux synoptiques<br />

<strong>de</strong>s plantes vasculaires <strong>de</strong> la Flore <strong>de</strong> la France as agruparam sob<br />

a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> A. caryophyllea L. A gran<strong>de</strong>za relativa dos pedicellos<br />

e das espiguetas varia não pouco tornando­se por vezes difricil a distincçâo.<br />

A falta <strong>de</strong> pellos na base das glumellas na A. Cupaniana nem sempre é<br />

absoluta, mas por vezes alguns apparecem muito curtos e reduzidos.<br />

Dos exemplares da A. caryophyllea alguns, taes como os colhidos pelo<br />

sr. Moller em Monchique e os colhidos pelo dr. Wehvitsch em Meli<strong>de</strong>s,<br />

Cabo <strong>de</strong> S. Vicente e em Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes, parecem formar transição<br />

para a A. precox. Alguns exemplares, como os <strong>de</strong> Foia, Cintra e<br />

Bellas são multicaules e <strong>de</strong> dimensões muito reduzidas. Os exemplares <strong>de</strong><br />

Foia, Valença e Alcai<strong>de</strong> pertencem ά var. divaricata.<br />

Aira precox L. Sp. pi. ed. I, p. 65; Brot. p. 93; Willk. et Lange,<br />

p. 64; Colmeiro, p. 308; Hackel, p. 19.<br />

Exsic —Welw. n.° 1174; Fl. lusit. exs. n.° 821.<br />

Planta annual <strong>de</strong> 5-20 cent., <strong>de</strong> raiz fibrosa, colmos fasciculados, folhas<br />

setaceas, bainhas estriadas um pouco ru<strong>de</strong>s, ligula comprida, lanceolada<br />

e um pouco lacerada. Panicula pequena espiciforme contrahida oval ou<br />

oblonga; pedicellos menores ou egualando as espiguetas; glumas ru<strong>de</strong>s<br />

na carena, agudas; glumella inferior <strong>de</strong> côr castanha clara pontuada-ru<strong>de</strong><br />

acuminada em duas pontas finas e claras, com dois pincéis <strong>de</strong> pellos na<br />

base e com pragana direita, maior do que as glumas, inserida no terço<br />

inferior.<br />

Hab. nos terrenos arenosos, gandaras e pinhaes.<br />

Alemdouro littoral: serra do Gerez (Murray); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J.<br />

5 XX


66<br />

Henriques). — Beira central: serra do Cárnmullo, em Macieira, Bussaco<br />

(J. Henriques). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ourentam<br />

(A. <strong>de</strong> Carvalho); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel). — Baixo Alemtejo:<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.). — Algarve: serra <strong>de</strong> Monchique,<br />

nas fendas dos rochedos, na parte mais alta (Welw.).<br />

Area geogr. — Europa media e septentrional, menos vulgar no mediterrâneo.<br />

AJfTINORIA 1<br />

Pari. — Espiguetas 2­floreas, flores hermaphrodites,<br />

uma rente outra pedicellada; glumas 2, herbáceas carenadas quasi eguaes<br />

muticas e maiores que as flores; glumellas muticas hyalino­membranaceas,<br />

eguaes em comprimento, a inferior larga concava troncada subtrilobada,<br />

a superior estreita 2­carenada troncada­emarginada ; glumellulas 2­lateraes,<br />

mais compridas do que o ovqrio, inteiras glabras; estigmas plumosos<br />

rentes subterminaes ; caryopse subpiriforme, muito obtuso plano na<br />

face interna e envolvido nas glumellas.<br />

Antinoria agrosti<strong>de</strong>a (DC.) Pariatore El. palerm. I, p. 9o; Airopsis<br />

agrosti<strong>de</strong>a DC; Willk. et Lange, p. 62; Hackel, p. 17; Colmeiro, p. 305.<br />

Exsic —Welw. n.° 1176 (var. β.).<br />

Planta perennal estolhosa com colmos redicantes <strong>de</strong> 5­30 cent. ; folhas<br />

planas glabras; ligula lanceolada. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea oval <strong>de</strong> ramos<br />

ao principio levantados, mais tar<strong>de</strong> divaricados capillares quasi lisos;<br />

espiguetas com longos pedicellos ovaes lustrosas 2­floreas <strong>de</strong> 1,5 mill.;<br />

glumas quasi eguaes naviculares levemente ásperas na carena e maiores<br />

que as llores <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong>­violacea, a inferior 1­nervea, a superior 3­nervea;<br />

glumellas quasi eguaes em comprimento <strong>de</strong> côr clara, a inferior larga<br />

troncada e subtrilobada glabra, 3­nervea, mulica, a superior 2­carenada e<br />

2­lobada ; antheras com comprimento egual ao dobro da largura.<br />

ß. natans Hackel Cat. <strong>de</strong>s gram, <strong>de</strong> Port. p. 17. — Colmos muito<br />

compridos; folhas caulinares fluctuantes largas 1,5 mill, è <strong>de</strong><br />

7 cent, <strong>de</strong> comprido, na parte inferior formam uma espécie<br />

<strong>de</strong> peciolo quasi capillar com 10­15 cent. As folhas superiores<br />

que estão fora da agua têm o limbo curto.<br />

Hab. nos terrenos húmidos da região inferior e a var. nas lagoas da<br />

serra da Estrella.<br />

Dedicado ao marquez V. Antinori.


Alemdouro littoral: Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J. Henriques); Amarante, has"<br />

margens do Tâmega (G. Sampaio). — Beira trasmontana: Villar Formoso<br />

(B. da Cunha); Almeida (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella,<br />

nas lagoas (var. S.) (Welw., C. Machado, Daveau, R. da Cunha, Moller).<br />

— Beira littoral: Ourentam (A. <strong>de</strong> Carvalho). — Beira meridional: Covilhã<br />

(R. da Cunha). — Algarve: entre Faro e S. João da Venda, em terrenos<br />

inundados no inverno (Welw.).<br />

. Area geogr. — Peninsula ibérica, Franco, Bélgica, Italia.<br />

OBS. — Os exemplares colhidos em Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, Villar Formoso<br />

e Almeida representam bem o typo. Os do Algarve (Welw. n.° 1177)<br />

pequenos, não estolhosos e talvez annuaes, e ainda os colhidos pelo sr. Daveau<br />

perto da Lagoa Escura, na serra da Estrella, e talvez ainda o <strong>de</strong> Ourentam,<br />

apresentam um aspecto'bastante différente. Welwitsch nos rótulos<br />

respectivos indica que talvez sejam pertencentes à A. peninsularis Tod.<br />

Comludo a relação da largura para o comprimento da anthera, que nesta<br />

ultima espécie são sensivelmente eguaes, leva-me a referil-os todos ά A.<br />

agrosli<strong>de</strong>a na qual o comprimento da anthera é egual ao dobro da largura.<br />

A varieda<strong>de</strong> natans, escripta pelo prof. Hackel, já tinha chamado a<br />

attenção do dr. Welwitsch, que a <strong>de</strong>nominou nos rótulos, que acompanham<br />

os exemplares por elle colhidos — Aira Herminii— accrescenlando<br />

— Species msignis, omni respectu singularis, forsan novi generis typus.<br />

Noutro rotulp <strong>de</strong>nomina-a — Antinoria Herminii — e <strong>de</strong>screve-a — Foliis<br />

radicalibus <strong>de</strong>nse fasciculalo-ccspilosis, abreviatis caulinis longissimis, laminam<br />

anguste lineari-lanceolalam inter el vaginam quasi capillaceo-pedunculatis.<br />

MOLINERIA 1<br />

Pari. — Género muito semelhante ao anterior, differindo<br />

em 1er as glumas mais curtas que as flores, que são por isso um<br />

pouco salientes, pelas anlheras que são pequenas e pelo caryopse que é<br />

elliptiço, canaliculado na face interna.<br />

1<br />

Panicula acompanhada na hase <strong>de</strong> ramos estereis.. M. involucrata (Gav.) Rich.<br />

Panicula sem ramos estereis 2<br />

Glumolla inferior sem pragana M. minuta (L.) Pari.<br />

Glumella inferior com pragana M. laevis (Brot.) Hackel.<br />

Dedicado a J. Molineri, director do Jardim Botanico <strong>de</strong> Turin.


68<br />

Molineria involucrata (Cav.) Rieht. Pl. europ. I, p. 54; Aira involucrata<br />

Cav. Ic. I, p. 33; Rrot. p. 90; Periballia hispânica Trin. Fund,<br />

p. 133; Willk. et Lange, p. 63; Hackel, p. 17; Colmeiro, p. 306.<br />

Exsic. — Fl. lusit. exs. n.° 13.<br />

Planta annual, raiz fibrosa multiculmea, colmos finos direitos; folhas<br />

muito estreitas, bainhas estriadas, levemente dilatadas, umas e outras escabrosas<br />

nas nervuras; ligula bastante longa lanceolada. Panicula pouco larga<br />

com os ramos verticillados, sendo os dois verticillos inferiores formados <strong>de</strong><br />

ramos capillares estereis; pedicellos em geral mais compridos que as espiguetas;<br />

espiguetas ovaes, glumas quasi eguaes agudas um pouco menores<br />

que ás flores, membranaceas levemente escabrosas e mais particularmente<br />

na carena; glumellas quasi eguaes em comprimento levemente escabrosas<br />

em toda a superficie, as inferiores com pellos curtos na base não carenadas<br />

obtusas, a da llôr superior tendo por vezes uma pequena pragana recurvada<br />

inserida não longe da base, glumellas superiores 2-carinadas e<br />

sub<strong>de</strong>nteadas; estâmes 3, antheras compridas.<br />

Hab. nos terrenos arenosos, áridos das regiões altas ou raríssimas vezes<br />

da região inferior.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, Murça (M. Ferreira); Vimioso (J.<br />

Mariz); Adorigo (Schmitz). — Alemdouro lilloral: Gerez (Brot.). — Beira<br />

trasmontana: Villar Formoso, Almeida, Pinhel, Linhares (B. da Cunha,<br />

M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella (J. Henriques, Daveau);<br />

Guarda (Daveau); Celorico (B. da Cunha); Fornos d'Algodres (M. Ferreira);<br />

serra <strong>de</strong> S. Macário (J. Henriques). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>,<br />

em Villa Franca, nas margens do Mon<strong>de</strong>go (Moller). — Allo Alemlejo:<br />

Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (B. da Cunha).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica.<br />

Molineria minuta (L.) Pari. Fl. ital. I, p. 237; Aira minuta L. Sp.<br />

ed. I, p. 64; Brot. p. 90; Willk. et Lange, p. 63; Hackel, p. 17; Colmeiro,<br />

p. 305.<br />

Exsic —Welw. n.° 1175.<br />

Planta annua! multiculmea, colmos <strong>de</strong> 7-20 çent. nús na parte superior;<br />

folhas <strong>de</strong> limbo estreito e curto, bainha estriada, ligula oblonga;<br />

panicula oval pouco <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> ou violácea, ramos capillares lisos.<br />

Espiguetas muito pequenas em pedicellos muito compridos, ovói<strong>de</strong>s, 2-floreas;<br />

glumas eguaes um pouco mais curtas que as flores, lanceoladas, lisas<br />

sub<strong>de</strong>nteadas na extremida<strong>de</strong>, a inferior uninervea, a superior 3-nervea,<br />

sendo as nervuras lateraes pouco distinctas; glumellas quasi eguaes muticas,<br />

a inferior com pellos na base, oval oblusa-arredondada e irregularmente<br />

<strong>de</strong>nteada, 5-7-nervea e pontuada-escabrosa nas nervuras, a superior<br />

bicarenada e chanfrada ou bilobada.


69<br />

Hab. nos terrenos arenosos, frescos é húmidos.<br />

Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz). — Centro littoral: visi— ·<br />

nhanças <strong>de</strong> Lisboa, em Queluz (Welw.). — Alto Alemtejo: Arroyolos (Brot.).<br />

— Baixas do Guadiana: Serpa, nas margens do Guadiana (Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho<br />

e Daveau).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, Córsega, Itália, Grécia.<br />

Molineria laevis (Brot.) Hackel, Cat. p. 17; Aira laevis Brot. p. 90;'<br />

Willk. et Longe,,p. 65; Colmeiro, p. 310.<br />

Exsic —Soe. Brot. n. os<br />

166 e 1348; Fl. lusit. exs. n.° 12.<br />

Planta annual multiculmea <strong>de</strong> raiz fibrosa; folhas 2­3 <strong>de</strong> limbo plano<br />

muito pequeno na folha superior, quasi egual á ligula; bainha da folha superior<br />

muito longa levemente dilatada, ligula comprida lanceolada. Panicula<br />

ovada ver<strong>de</strong> ou violácea <strong>de</strong> ramos patentes capillares lisos semiverticillados<br />

e tripartidos, pedicellos muito mais longos que as espiguetas;<br />

espiguetas oblongas, glumas lanceoladas quasi eguaes mais curtas que as<br />

flores glabras e lisas, a inferior uninervea, a superior 3­nervea, sendo as<br />

nervuras lateraes distinctas só na parte inferior; flores tendo na base um<br />

pequeno annel <strong>de</strong> pellos brancos curtos, glumellas quasi eguaes em comprimento,<br />

a inferior oblonga obtusa 5­nervada <strong>de</strong>nticulada na parte superior<br />

lisa ou levemente pontuada­escabrosa, praganosa, sendo a pragana<br />

pequena, inserida na parte superior, a superior emarginada.<br />

ß. glabrala Hackel, Aira glabrata Brot. p. 91.<br />

Pouco distincta do typo, differindo pela côr das espiguetas, que em<br />

geral sào violáceas, pelas flores que mal passam além das glumas, pela<br />

bainha da folha superior, que é muito comprida, e pelas llores sem o annel<br />

<strong>de</strong> pellos na base.<br />

Frequente nos terrenos seccos tanto das regiões baixas como altas.<br />

Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Bebordãos, Bragança (Moller, P. Coutinho);<br />

Montesinho, Montalegre (Moller). — Alemdouro littoral: serra do<br />

Gerez (J. Henriques, Moller); Caminha (R. da Cunha); Bougado (Padrão);<br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Baslo (,T. Henriques). — Beira trasmontana: Villar Formoso,<br />

Almeida (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella, nos sitios<br />

mais altos (Daveau, Moller); serra da Freita (J. Henriques); Vizeu (M.<br />

Ferreira); serra do Caramullo, Bussaco (J. Henriques). — Beira littoral:<br />

visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira, Β. <strong>de</strong> Freitas, Castro Freire);<br />

Ponte da Mucella, Fôja iM. Ferreira). — Beira meridional: Figueiró dos<br />

Vinhos (V. Freitas); Soalheira (C. Zimmermann). — Allo Alemtejo: Redondo<br />

(P. Simões); Casa Branca, Évora (Daveau); Marvão (B. da Cunha),<br />

— Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha).<br />

Area geogr.—Peninsula ibérica, meio dia <strong>de</strong> França?


70<br />

OBS. — Além da forma typica duas formas bastante distinctas apparecem;<br />

uma — mixta — tendo espiguetas muticas ou só com uma pragana,<br />

e d'esta só vi um exemplar colhido em Villar Formoso, pelo que me parece<br />

rara; outra notável pela gran<strong>de</strong>za das espiguetas, que sào pelo menos<br />

Vs maiores que as <strong>de</strong> forma typica. São do Gerez os exemplares d'esta<br />

forma, que po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong>nominado — grandiflora.<br />

A var. glabrala, por Brotero lida como espécie, diffère bem pouco do<br />

typo, A falta <strong>de</strong> annel <strong>de</strong> pellos especialmente na flor superior nem sempre<br />

é completa, mas apenas reduzida. O pequeno pedicello que a sustenta<br />

pareceu­me sempre glabro, mesmo no typo, mas mais ou menos coberto<br />

pelos pellos da base da flor inferior.<br />

CORÏMPHOMS 1<br />

P. Beauv. — Panicula direita <strong>de</strong> ramos escabros<br />

e patentes durante a anthese; espiguetas 2­floreas, longamente pedicelladas<br />

comprimidas lateralmente; glumas muito mais compridas que as<br />

flores quasi eguaes membranosas, carenadas, a inferior uninervea, a superior<br />

3­nervea; eixo da espigueta com feixes <strong>de</strong> pellos junto á inserção<br />

das flores; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior aguda inteira enervea<br />

tendo inserida pouco acima da base uma pragana articulada no meio<br />

e ahi com um annel <strong>de</strong> pequenos pellos, finos para cima da articulação e<br />

terminada em massa, a superior pedicellada um pouco mais curta, 2­nervea,<br />

3­4­lobada na parte superior, sendo o lóbulo medio chanfrado; caryopse<br />

oblongo levemente sulcado na face anterior e separando­se difficilmente<br />

das glumellas.<br />

Planta perennal; panicula <strong>de</strong> ramos curtos contrahida, espiciforme.<br />

C. canescens (L.) P. Beauv.<br />

Planta annual; panicula <strong>de</strong> ramos longos ampla; antheras pequenas.<br />

C. gracilis (Guss.) Pari.<br />

Corympnornm canescens (L.) P. Beauv.; Aira canescens L. Sp. pl.<br />

ed. I, p. 65; Brotero, p. 93; Willk. et Lange, p. 63; Hackel, p. 18;<br />

Colmeiro, p. 307.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

.1182 e 1184; Soe Brot, η. 05<br />

607 e 607"; Fl.<br />

lusit. exs. n. 03<br />

14 e 1570.<br />

Planta perennal <strong>de</strong> raiz fibrosa, multiculmea formando tufos <strong>de</strong> 10­40<br />

cent.; folhas a principio planas e por fim enrolado­setaceas <strong>de</strong> côr glauca ou<br />

avermelhada, as inferiores muito juntas, limbo <strong>de</strong>crescendo successivamenle<br />

De κόρυνη, massa, e cpspáv, trazer, sustentar; allusão á forma da pragana.


71<br />

nas folhas superiores escabras, bainha em geral <strong>de</strong> côr rosada successivamente<br />

mais comprida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as folhas inferiores até ás superiores estriada,<br />

ligula oblonga. Panicula <strong>de</strong> côr clara esver<strong>de</strong>ada ou avermelhada mais ou<br />

menos lustrosa, lanceolada estreita e compacta <strong>de</strong>pois da floração, ramos<br />

curtos escabros, pedicellos mais curtos que as espiguetas on eguaes a ellas;<br />

espiguetas oblongas; glumas quasi eguaes mais compridas do que as flores,<br />

lanceoladas agudas escabras na carena, a inferior uninervea, a superior<br />

3-nervea, sendo as nervuras lateraes curtas; flores cercadas na base por<br />

um annel <strong>de</strong> pellos curtos ( 1<br />

/c da glumella); glumellas membranosas, a<br />

inferior lanceolada, enervea tendo inserida pouco acima da base uma pragana<br />

articulada e com um annel <strong>de</strong> pellos ao meio, sendo a parte inferior<br />

relativamente grossa <strong>de</strong> côr castanha e a parte superior <strong>de</strong> côr clara engrossando<br />

regular e insensivelmente, terminando em forma <strong>de</strong> massa, a<br />

superior um pouco mais curta 2-carenada 4-lobada na parte superior;<br />

anlheras 3 a 4 vezes mais longas do que largas.<br />

Frequente nas areias e nos terrenos arenosos arrelvados.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira); Figueira e Castello<br />

Bodrigo (G. Sampaio). — Alemdouro littoral: Lanhellas, na Murraceira,<br />

Carreço, no littoral, Caminha (B. da Cunha); entre a Foz e Mattosinhos<br />

(Ë. Schmitz). — Beira trasmontana: Villar Formoso, na ribeira dos Trovões<br />

(B. da Cunha); no Prado (M. Ferreira); Castello Bom (R. da Cunha);<br />

Trancoso (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella, no alto (Welw.);<br />

na vertente <strong>de</strong> Manteigas, Guarda (Daveau); Gouveia (M. Ferreira); Celorico<br />

(R. da Cunha); Taboa (Moller). — Beira lilloral: Aveiro (E. Mesquita)<br />

; visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller) ; S. João do Campo, Cantanhe<strong>de</strong>,<br />

Montemor (M. Ferreira); pinhal do Urso, Galla (Moller); Marinha Gran<strong>de</strong><br />

(C. Pimentel). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong>, Castello Branco, Villa Velha<br />

do Ródão (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Centro littoral:<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.); S. Martinho do Porto, Caldas da Rainha<br />

(Daveau). — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão); Alcochete (P.<br />

Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Dunas <strong>de</strong> Caparica, Trafaria (Daveau);<br />

Seixal (R. da Cunha); Grândola, Tróia, nas areias marítimas<br />

(Welw., Luisier).—Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, Faro (Welw.); S. Braz<br />

dAlportel (A. Santos); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (A. Guimarães).<br />

Area geogr. — Europa, exceptuando as partes boreaes.<br />

OBS. — Duas formas bastantes distinctas <strong>de</strong>vem ser notadas, uma —<br />

alpina — colhida primeiro pelo dr. Welwitsch nos logares mais altos da<br />

serra da Estrella, e mais tar<strong>de</strong> pelo sr. Daveau na região do Juniperus,<br />

na vertente <strong>de</strong> Manteigas. Forma pequenos tufos <strong>de</strong> folhas aciculares e<br />

com a panicula muito reduzida. Exemplares ha em que o lufo <strong>de</strong> folhas<br />

não tem mais <strong>de</strong> 2 cent., o colmo 4 cent, e a panicula apenas 1 cent.


72<br />

Entre os exemplares colhidos pelo sr. Daveau alguns se aproximam da<br />

forma vulgar, completando-se a transição com exemplares colhidos na<br />

Guarda e Celorico.<br />

A outra forma é <strong>de</strong>signada com o epitheto—pungens — pelo dr. Welwitsch<br />

nos rótulos que acompanham os exemplares por elle colhidos na peninsula<br />

<strong>de</strong> Tróia perto <strong>de</strong> Setúbal. D'estes alguns foram distribuídos por<br />

este botanico com o n.° 1184. Outros exemplares são do Cabo <strong>de</strong> S. Vicente.<br />

A esta forma po<strong>de</strong>m ser referidos os exemplares colhidos pelo sr.<br />

Daveau nas dunas húmidas da costa <strong>de</strong> Caparica. São caracterisados pelas<br />

folhas aciculares rijas quasi vulnerantes. A gran<strong>de</strong>za da panicula, que é<br />

bastante reduzidas, bem como a forma ligeiramente geniculada do colmo,<br />

levam a consi<strong>de</strong>rar esta forma como transição para a var. marítima. Os<br />

exemplares colhidos no Carreço assemelham-se bastante aos colhidos no<br />

Cabo <strong>de</strong> S. Vicente. Exemplares colhidos pelo dr. Wehvitsch nas proximida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Faro são nitidamente geniculados, mas a panicula é muito<br />

<strong>de</strong>senvolvida dando i<strong>de</strong>ia da do C. gracilis.<br />

Coi'jmpliorus gracilis (Guss.) Richter Plantae europ. p. 85; Aira<br />

articulata, 3. gracilis Guss. Fl. sic. prodr. 1, p. 149; C. fasciculatus Rss.<br />

et Reut. Pugilus p. 123; Willk. et Lange, p. 64; Hackel, p. 18; Colmeiro,<br />

p. 308.<br />

Exsic—-Welw. n.° 1183; Bourgeau, PI. d'Esp. et du Port. n.° 2069;<br />

Fl. lusit. exs. n.° 1614.<br />

Espécie próxima da anterior, differindo por não ter as folhas inferiores<br />

fasciculadas e principalmente pela panicula cujos ramos são muito compridos<br />

trichotomos, estando as espiguetas em curtos pedicellos aglomeradas<br />

na extremida<strong>de</strong> das ramificações. As glumas são em geral mais estreitas<br />

e compridas, coradas <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> ou violete na parte dorsal e escariosas na<br />

parte superior bastante aguda e pelas antheras que são muito menores<br />

sendo pouco mais compridas do que largas.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e nas charnecas.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, perto <strong>de</strong> Murça, no alto do Cadaval<br />

(M. Ferreira). — Alemdouro littoral: Ponte <strong>de</strong> Mouro, Villa Nova da Cerveira,<br />

Moledo, Vianna do Castello (R. da Cunha) ; Maltosinhos, entre Parafita<br />

e Boa Nova (G. Sampaio). — Beira trasmontana: Castello Mendo<br />

(R. da Cunha). — Beira central: visinhanças <strong>de</strong> Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong><br />

(M. Ferreira). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>, em Villa Franca, no pinhal <strong>de</strong><br />

Fôja (B. Carreiro, Moller).—Beira meridional: Covilhã (B. da Cunha).<br />

— Centro littoral: Tancos, Barquinha, Caldas da Rainha (Daveau).—<br />

Baixo Alemlejo lilloral: Arrentella, Seixal (R. da Cunha); Setúbal, nos<br />

areaes (A. Luisier). — Allo Alemtejo: Povoa e Meadas (B. da Cunha).—<br />

Baixas do Guadiana: Mertolla (Moller). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro


73<br />

(Welw., Daveau, Moller) ; entre Faro e Olhão, nas searas <strong>de</strong> trigo (Welw.) ;<br />

Lagoa (S. Silva); Lagos (Bourgeau).<br />

Area geogr. — Begião mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal.<br />

OBS. — É gran<strong>de</strong> a affinida<strong>de</strong> entre estas duas espécies e algumas formas<br />

ha <strong>de</strong> transição. Assim os exemplares colhidos no Algarve pelo dr.<br />

Welwitsch e que referi ao C. canescens, bem como outros colhidos em<br />

Mértola pelo sr. Moller e que referi ao C. gracilis, mostram formas intermédias<br />

nem sempre fáceis <strong>de</strong> distinguir.<br />

O sr. Boissier e Reuter formavam uma outra espécie que <strong>de</strong>nominaram<br />

C. macranlherus caracterisada principalmente pela gran<strong>de</strong>za das antheras<br />

que são 3 a 4 vezes maiores do que as do C. arliculalus, mas sensivelmente<br />

eguaes ás do C. canescens e pela panicula <strong>de</strong> ramos mais curtos<br />

e <strong>de</strong> flores menos juntas do que no C. arliculalus e mais especialmente do<br />

C. gracilis.<br />

Entre as plantas portuguezas, que examinei, encontrei poucos aos quaes<br />

po<strong>de</strong>sse ser applicada esta <strong>de</strong>nominação. São os colhidos na Povoa e Meadas<br />

e em Villa Nova da Cerveira pelo sr. R. da Cunha, e alguns colhidos em<br />

Fôja pelo sr. Β. Carreiro. A não ser pela gran<strong>de</strong>za das antheras e pelos<br />

ramos da panicula um pouco mais curtos, mal se po<strong>de</strong>m separar dos outros.<br />

Não será apenas uma forma <strong>de</strong> transição do C. canescens para o C. gracilis?<br />

DESCHAMPSIA 1<br />

P. Beauv. — Panicula ramosa <strong>de</strong> ramos patentes<br />

durante a anthese e <strong>de</strong>pois erectos. Espiguetas pedicelladas, comprimidas<br />

lateralmente com 2­3 flores cercadas <strong>de</strong> pellos na base, praganosas, a inferior<br />

rente, as outras pedicelladas, a 3. a<br />

rudimentar; glumas quasi eguaes<br />

carenadas membranosas mais curtas que as flores, a inferior 1­3­nervea,<br />

a superior 3­nervea; glumellas membranosas, a inferior concava Ironcada<br />

e irregularmente 3­5-<strong>de</strong>nleada com pragana dorsal não articulada, a superior<br />

2­carenada, 2­fida na extremida<strong>de</strong> e lendo por vezes um pequeno<br />

lóbulo <strong>de</strong> cada lado; glumellulas 2 inteiras, <strong>de</strong>nticuladas ou lobuladas<br />

lanceoladas glabras; caryopse livre não sulcado na face anterior.<br />

(Pragana geniculada (secção Avenella)... 2<br />

1 I<br />

(Pragana sensivelmente direita (secção Campelia) 3<br />

2<br />

(Pedicellos do comprimento das espiguetas , D. flexuosa Griseb.<br />

1<br />

(Pedicellos quatro vozes menores que as espiguetas D. stricta Hach.<br />

Dedicada ao botanico francez Deschamps.


74<br />

(Pragaua inserida na base ou pouco acima; folhas planas... D. caespitosa P. B.<br />

) Pragana inserida no meio da glumella ou um pouco abaixo; folhas enroladas.<br />

( D. media R. et Sch.<br />

Sect. I. Campelia Link.<br />

Deschampsia caespitosa (L.) P. Beauv. Agrost. p. 91; Aira caespitosa<br />

L. Sp. pi. ed. I, p. 64; Brot. p. 91; Willk. et Lange, p. 66;<br />

Hackel, p. 18; Colmeiro, p. 311.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 822; Soe Brot. n.° 1349.<br />

Planta <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50 cent, <strong>de</strong> rhizoma cespitoso, colmo direito; folhas<br />

radicaes numerosas, muito compridas planas muito ásperas na pagina superior,<br />

bainha muito mais curta do que o limbo, a da folha caulinar superior<br />

muito mais comprida do que o limbo; ligula comprida lanceolada.<br />

Panicula ampla violácea ou <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada, <strong>de</strong> ramos finos<br />

escabros patentes durante a anthese, <strong>de</strong>seguaes, os menores tendo espiguetas<br />

quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas com eixo villoso com duas flores<br />

férteis e uma terceira reduzida a um pequeno filamento villoso; flores<br />

cercadas <strong>de</strong> pellos na base; glumas quasi eguaes em geral mais curtas<br />

do que a segunda flor, lanceoladas escabrosas na carena; glumellas eguaes,<br />

a inferior com 3 a 5 <strong>de</strong>ntes e com pragana egual ou mais comprida do que<br />

a gluma inserida na base ou pouco acima e quasi recta.<br />

var. parviflora (Thuill.). — Espiguetas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada<br />

e menores (3 mill.).<br />

var. monlana (Bchb.). — Diffère do typo em ser <strong>de</strong> menores dimensões<br />

e por ter as folhas relativamente curtas e a côr da<br />

panicula mais carregada.<br />

Hab. nos arrelvados húmidos das montanhas e ainda nas regiões inferiores.<br />

Alemdouro trasmontano: Campeã (Brot.). — Alemdouro littoral: Montalegre<br />

(var. monlana), serra do Soajo (Möller); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G.<br />

Sampaio); Monsão, Valladares, nas margens do Moinho, Ancora (R. da<br />

Cunha).<br />

OBS. — Os exemplares colhidos pelo sr. R. da Cunha em Monsão, e os<br />

colhidos na Povoa <strong>de</strong> Lanhoso pelo sr. G. Sampaio, correspon<strong>de</strong>m regularmente<br />

ã var. parviflora, notando-se que nestes os dois <strong>de</strong>ntes lateraes<br />

das glumas inferiores são maiores do que os dois internos, caracter que<br />

pertence á D. media, estabelecendo assim transição entre as duas espe-


75<br />

cies, que confirma a opinião dos que tomam esta espécie como varieda<strong>de</strong><br />

da D. caespitosa. Os exemplares colhidos em Valladares têem as<br />

folhas com o limbo enrolado.<br />

Deschampsia media (Gouan) R. et Sch. Syst. II, p. 687; Willk. et<br />

Lange, p. 66; Hackel, p. 18; Colmeiro, p. 311.<br />

Diffère da espécie anterior pelas folhas mais curtas <strong>de</strong> limbo enrolado<br />

setaceas rijas glaucas, pela panicula <strong>de</strong> côr clara ou levemente violácea,<br />

pela glumella inferior terminada em 4 ou 5 <strong>de</strong>ntes, sendo os exteriores<br />

em geral mais compridos do que os interiores, e pela pragana fixa ao<br />

meio da glumella ou pouco abaixo, e raras vezes ultrapassando a glumella.<br />

Hab. nas regiões montanhosas.<br />

Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Rebordãos (M. Ferreira).<br />

Sect. II. Avenella Pari.<br />

Deschampsia ilexuosa (L.) Griseb. Sp. II, p. 457; Aira flexuosa L.<br />

Sp. pi. ed. I, p. 65; Rrot. p. 92; Willk. et Lange, p. 66; Hackel, p. 18;<br />

Colmeiro, p. 312.<br />

Exsic —Welw. n.° 1172; Soe Brot. n.° 167.<br />

Planta rhizomatosa <strong>de</strong> caules <strong>de</strong> 30 a 60 cent., folhas radicaes fasciculadas<br />

direitas ou recurvadas enroladas-setaceas, limbo e bainhas mais<br />

ou menos ásperas. Panicula ampla não muito farta <strong>de</strong> côr clara ou violácea,<br />

ramos muito compridos a principio patentes, mais tar<strong>de</strong> aproximados,<br />

o inferior mais comprido do que meta<strong>de</strong> da panicula, pedicellos capillares<br />

maiores que as espiguetas; espiguetas com duas (lores férteis cercadas <strong>de</strong><br />

pellos na base e uma terceira reduzida quasi só a um pequeno pincel <strong>de</strong><br />

pellos; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores lanceoladas escabras<br />

na carena, a inferior 1-nervea, a superior 3-nervea na parte inferior; glumellas<br />

eguaes ou a superior da segunda flôr mais comprida do que a inferior<br />

escabras na carena e nas nervuras, as inferiores 5-nerveas levemente<br />

<strong>de</strong>nteadas, com pragana fixa mais ou menos geniculada, torcida na<br />

parte inferior, muito mais comprida do que a glumella, na parte inferior<br />

da qual é inserida, a superior um pouco mais comprida 2-<strong>de</strong>nteada.<br />

Hab. em terrenos arrelvados tanto da região inferior como das montanhosas.<br />

Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Marão, perto da Ermida (J. Henriques).—<br />

Alemdouro littoral: serra do Gerez (Brot.); no Borrageiro (Moller);<br />

Gaya, entre Crestuma e Amelias (G. Sampaio). — Beira littoral:<br />

entre Seixo e Barrios da Torre, nos pinhaes (M. Ferreira) ; Fôja (Moller) ;


76<br />

pinhal do Urso (F. Loureiro). — Beira central: serra da Estrella até aos<br />

logares mais altos (J. Henriques, Moller, M. Ferreira).<br />

Area geogr. — Europa, Oriente, America boreal e autarctica.<br />

OBS. —Duas formas d'esta espécie se po<strong>de</strong>m observar, distinctas pela<br />

gran<strong>de</strong>za das flores e que por isso o sr. Hackel as <strong>de</strong>signou — grandiflora<br />

e parviflora— sendo as flores da primeira maiores Vs do que as da segunda.<br />

As espiguetas da varieda<strong>de</strong> parviflora sào <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada<br />

e uniforme.<br />

Deschampsia stricte Hack. Cat. rar. <strong>de</strong>s gram, du Port. p. 18;<br />

Aira monlana Brot. p. 93 ; Deschampsia flcxuosa, var. slricta Gay? Willk.<br />

et Lange, p. 64; Colmeiro, p. 312.<br />

Diffère da espécie anterior pelas folhas enrolado-setaceas rijas terminadas<br />

em ponta aguda vulnerante levemente ásperas, pela panicula bastante<br />

comprida lanceolada um pouco contrahida, sendo o ramo inferior em<br />

geral mais curto do que meta<strong>de</strong> da panicula, sendo os pedicellos das espiguetas<br />

subterminaes mais curtos do que estas.<br />

Hab. principalmente na região inferior, nos pinhaes.<br />

. Alemdouro littoral: serra do Gerez (Brot.). — Beira littoral: pinhal do<br />

Urso (M. Ferreira).— Centro lilloral: serra <strong>de</strong> Cintra (Hackel, Mendia);<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Bellas (Daveau). — Allo Alemtejo: Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong><br />

(B. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite (B. da Cunha); charneca<br />

do Valle da Bosa, Fernão Pero, prox. do Seixal (Daveau); Coina,<br />

nos pinhaes e na charneca próxima, pinhaes do Valle do Zebro (Welw.).<br />

— Baixas do Sorraia: Alcochete (Welw.).<br />

Area geogr. — Portugal.<br />

OBS.—O prof. Brotero referindo-se na Flora lusit. a esta espécie, diz<br />

parecer-lhe apenas varieda<strong>de</strong> da D. flexuosa. O sr. Colmeiro na Enumeration<br />

y revision <strong>de</strong> las plantas <strong>de</strong> la peninsula ibérica consi<strong>de</strong>ra-a também<br />

com simples varieda<strong>de</strong>.<br />

Os caracteres que o prof. Hackel julgou distinclivos são tirados das<br />

folhas e da inflorescencia. A dureza e a terminação em ponta aguda contrastam<br />

com o que se observa nas folhas das formas typicas da D. flexuosa.<br />

A panicula longa, estreita com espiguetas maiores do que as da D. flexuosa<br />

e o ramo inferior menor do que meta<strong>de</strong> da panicula são caracteres que,<br />

ao que me parece, nem sempre se encontram em combinação com os das<br />

folhas. Com relação á gran<strong>de</strong>za das flores duas formas—-parviflora e<br />

grandiflora — <strong>de</strong>vem ser admittidas, como succè<strong>de</strong> com a D. flexuosa.<br />

Por tudo me parece que mais justo será consi<strong>de</strong>rar-se esta planta como<br />

varieda<strong>de</strong> da D. flexuosa.


77<br />

TRISETUM 1<br />

Pers. — Panicula ramosa <strong>de</strong> ramos curtos, patentes ou<br />

levantados e em alguns casos espiciforme; espiguetas pedicelladas comprimidas<br />

lateralmente tendo 2-6' flores hermaphrodilas e algumas vezes uma<br />

rudimentar, a inferior quasi rente, as outras mais ou menos distinclamente<br />

pedicelladas; glumas mais ou menos <strong>de</strong>seguaes, mais curtas que as flores,<br />

ou egualando-as, carenadas 1-3-nerveas; glumella inferior membranosa<br />

concava brevemente bicuspidada ou biarislada, 5-nervea com pragana<br />

dorsal geralmente geniculada ; glumella superior 2-carenada e bi<strong>de</strong>nlada;<br />

glumellulas 2-lobuladas; estylele curto, estigmas plumosos; caryopse com<br />

as faces lateraes planas e não sulcado na face interna.<br />

(Panicula thyrsoi<strong>de</strong> '. 2<br />

1 (Panicula espiciforme •. 4<br />

(Glumella inferior longamente 2-euspidada T. Dufourei Bss.<br />

2 (Glumella curtamente 2-cuspidada 3<br />

3<br />

(Pragana inserida perto da extremida<strong>de</strong> da glumella T. paniceum Pers.<br />

(Pragana inserida pouco acima da glumella T. flavescens P. B.<br />

ÍPragana inserida muito proximo da extremida<strong>de</strong>; panicula estreita e comprida.<br />

T. hispidum Lange.<br />

Pragana inserida pouco acima do meio da glumella; panicula curta <strong>de</strong>nsa ovói<strong>de</strong>.<br />

T. ovatum Pers.<br />

Espécies perennaes<br />

Trisetum flavescens (L.) P. Beauv. Agr. p. 88; Avena flavescens<br />

L. Sp. ed. I, p. 80; Willk. et Lange, p. 71; Hackel, p. 20; Colmeiro,<br />

p. 323.<br />

Planta rhizomatosa, colmos direitos <strong>de</strong> 3-7- <strong>de</strong>cimetros nus na parte<br />

superior; folhas planas villosas nas duas faces bem como nas bainhas<br />

inferiores, ligula curta Ironcada. Panicula cylindrico-oblonga lobada <strong>de</strong><br />

ramos finos ásperos nus na parte inferior, patentes durante a anlhese e<br />

<strong>de</strong>pois erectos; espiguetas lustrosas <strong>de</strong> côr amarellada ou com partes violáceas,<br />

brancas e amarellas, 2 ou 3 flores hermaphroditas, eixo villoso e<br />

prolongado para cima da ultima llôr ; glumas <strong>de</strong>seguaes acuminadas ru<strong>de</strong>s<br />

na carena, a inferior estreita 1-nervea, a superior 3-nervea oblongo-lanceolada<br />

quasi toda escariosa, egualando quasi as flores; glumellas da llôr<br />

1<br />

De ires e seta, très sedas na glumella inferior.


7S<br />

inferior <strong>de</strong>seguaes, as das flores superiores sensivelmente eguaes, todas<br />

mais ou menos pontuado-escabras e mais ou menos escariosas, a inferior<br />

oblongo-Ianceolada terminada por dois cilios curtos e com pragana flexuosa<br />

escabra, maior do que a glumella, a superior 2-carenada e 2-<strong>de</strong>nteada, a<br />

da llôr superior por vezes inteira.<br />

Hab. nos prados e terrenos arrelvados.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, nos terrenos proximo ao Sabor (M.<br />

Ferreira).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

Trisetum hispidum Lange, Pug. p. 42; Descrip. ic. illust. t. XXXV;<br />

Avena hispida Nyman, Syll. Suppl. p. 71; Willk. et Lange, p. 72; J. Henriques,<br />

Exped. scient, na serra da Estrella, p. 40; Colmeiro, p. 324.<br />

Planta cespitosa, colmos geniculado-ascen<strong>de</strong>nles <strong>de</strong> 4-70 cent, nús na<br />

parte superior; folhas inferiores <strong>de</strong> limbo canaliculado villosas, bainhas<br />

villosas mais curtas do que-o limbo, as superiores <strong>de</strong> limbo plano villosas<br />

bem como a bainha ou simplesmente poutuado-escabras, ligula lanceolada<br />

villosa mais ou menos dilacerada. Panicula <strong>de</strong>nsa longa estreita lobada,<br />

ramos curtos escabros, pedicellos muito mais curtos que as espiguetas;<br />

espiguetas com duas flores hermaphi'oditas muito próximas e com o eixo<br />

prolongado além da inserção da segunda flor, <strong>de</strong> côr amarellada; glumas<br />

pubescentes ovaes-acuminadas 3-nerveas <strong>de</strong>seguaes e um pouco dissemetricas,<br />

um pouco mais compridos do que as flores; glumellas eguaes, a inferior<br />

pubescente oval-lanceolada terminada por duas curtas pontas e com<br />

pragana curvada pára fora mais curta qué a glumella e inserida pouco<br />

abaixo da extremida<strong>de</strong>, 3-nervea, sendo as nervuras lateraes pouco distinctas,<br />

a superior membranosa branca 2-carenada ciliada nas margens e nas<br />

carenas mais ou menos profundamente 2-<strong>de</strong>nteada.<br />

Hab. nas encostas das altas montanhas.<br />

Beira central: serra da Estrella, na <strong>de</strong>scida da Candieira (J. Henriques);<br />

na encosta do Cântaro Gordo (R. da Cunha).<br />

Area geogr. — Península ibérica.<br />

Espécies annuaes<br />

Trisetum paniceum (Lamk.) Pers. Syn. I, p. 97; Avena panicea<br />

Lamk. 111. I, p. 202; Bromus candatus Brot. Phyt. lusit. II, p. 57; Dactylis<br />

candata Brot. Fl. lusit. I, p. 100; T. negleclum R. et Sch.; Willk.<br />

et Lange, p. 72; Hackel, p. 20; Colmeiro, p. 32Í.<br />

Exsic. —Wehv. n. 05<br />

1218-1220; Soc. Brot. n.° 32; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 224; Bourgeau Pl. d'Esp. et Port. n.° 2055.


79<br />

Multiculmea; raiz fibrosa; colmos <strong>de</strong>lgados <strong>de</strong> 1-5 <strong>de</strong>c., por vezes ramosos<br />

na base, nús na parte superior; folhas <strong>de</strong> limbo linear plano, molles<br />

e villosas, bainha em alguns indivíduos glabra, ligula obliqua curta e lacerada.<br />

Panicula direita cylindrico-oblonga lobada <strong>de</strong>nsa, <strong>de</strong> ramos curtos<br />

ru<strong>de</strong>s muito divididos e com espiguetas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base, patentes durante a<br />

anthese, <strong>de</strong>pois erectos; espiguetas pequenas com duas ílores hermaphro-'<br />

ditas e uma terceira rudimentar, eixo levemente pubescente; glumas <strong>de</strong>seguaes,<br />

escabrosas na nervura, a inferior 1-nervea estreita a superior<br />

3-nervea oval-lanceolada ; glumellas quasi eguaes, a inferior levemente<br />

escabra na carena, com as margens escariosas, terminada por duas sedas<br />

muito curtas em alguns casos quasi imperceptíveis, e com pragana erecta<br />

e flexuosa do comprimento da flor e inserida abaixo do vértice a y 4 do<br />

comprimento total da glumella, glumella superior membranosa 2-carenada,<br />

mais ou menos profundamente 2-cuspidada.<br />

Frequente nas terras cultivadas, na margem das estradas, etc.<br />

Alemdouro littoral: Porto (V. Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, na<br />

Baleia, Santo Antonio dos Olivaes, lapa <strong>de</strong> S. Jorge (Moller, M. Ferreira);<br />

Buarcos (Schmitz). — Beira meridional: Castello Branco, Villa Velha <strong>de</strong><br />

Bodão (B. da Cunha). — Centro littoral: Santarém, Óbidos (Daveau); lezíria<br />

d'Azambuja, Villa Franca, Lumiar, tapada d'Ajuda (Welw.); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa (B. da Cunha, P. Coutinho); Olhalvo (Moller). — Allo<br />

Alemtejo: Villa Fernando (B. Marçal); Évora (Daveau).—Baixas do Guadiana:<br />

entre Castro Ver<strong>de</strong> e Carrasqueiro (Daveau); entre Elvas e Badajoz<br />

(Schmitz). — Algarve: Cabo <strong>de</strong> S.Vicente, Portimão (Welw.); Faro (Welw.,<br />

Guimarães, Moller); Loulé (J. Fernan<strong>de</strong>s); Tavira, Salir (Moller); Lagos,<br />

nas terras incultas (E. Bourgeau).<br />

Area geogr. — Begião mediterrânea, Africa boreal, Canárias.<br />

OBS. — Os exemplares colhidos pelo sr. P. Coutinho em Santarém, e<br />

os colhidos em Faro e alguns dos <strong>de</strong> Tavira colhidos pelo sr. Moller, differem<br />

da forma typica por terem as glumellas inferiores hirsutas. Approximam-se<br />

da var. cilialum Willk. da qual differem por terem as glumas<br />

apenas escabras na parte media dorsal, e não longiciliala.<br />

Trisetum ovatum (Cav.) Pers. Syn. 1, p. 98; Bromus ovatus Cav.<br />

Ic. VI, p. 67; Willk. et Lange. p. 72; Hachel, p. 20; Colmeiro, p. 325.<br />

Exsic —Welw. n.° 1056; Fl. lusit. exs. n.° 20.<br />

Planta multiculmea <strong>de</strong> raiz fibrosa; colmos <strong>de</strong> 6-30 cent, geniculados<br />

na base, nús na parte superior em gran<strong>de</strong> extensão ; folhas <strong>de</strong> limbo plano<br />

linear-lanceolado acuminadas pelludas, bainha estriada e levemente dilatada<br />

pelluda, ligula curta troncada ciliada. Panicula ovói<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsa espiciforme<br />

curta, pedúnculos e pedicellos muito curtos com pellos raros e


80<br />

curios; espiguetas com 3 flores completas cercadas <strong>de</strong> pellos na base e<br />

uma quarta reduzida a um filamento na extremida<strong>de</strong> do eixo prolongado<br />

acima da 2." ílôr; glumas ovaes­lanceoladas longamente acuminadas 2~nerveas<br />

asymetricas longamente ciliadas na meta<strong>de</strong> superior da carena e do lado<br />

mais <strong>de</strong>senvolvido, egualando em comprimento as flores; glumellas quasi<br />

eguaes em comprimento, a inferior 3­nervea pontuada com pellos finos e<br />

curtos em toda a superfície e longos na parte superior longagamente 2­acuminada<br />

com pragana rija, inserida na quarta parte superior e como <strong>de</strong>currente<br />

na carena; glumella superior escariosa 2­fida e levemente ciliada.<br />

Hab. nos terrenos arenosos das mdntanhas e é raro na região inferior.<br />

Alemdouro trasmontano: Montesinho, perlo <strong>de</strong> Castro Folgueira, Ricafé<br />

(Moller); Bragança (M. Ferreira). — Beira trasmontana: Almeida (M. Ferreira);<br />

Villar Formoso, Castello Mendo (R. da Cunha). — Beira central:<br />

serra da Estrella, Valle da Candieira, Fraga da Cruz, Valezim, Sabugueiro<br />

(Welw., Daveau, Moller, Β. da Cunha); Guarda (Daveau); Carregães,<br />

prox. <strong>de</strong> Celorico (R. da Cunha); Aguiar da Beira (M. Ferreira).<br />

Area geogr. — Península ibérica.<br />

Trisetum Dufourei Bss. Pug. p. 122; Avena Dufourei Nyman Syll.<br />

p. 414; Willk. et Lange, p. 73; Hackel, p. 20; Colmeiro, p. 326.<br />

Exsic—Bourgeau PI. d'Esp. et du Port. n.° 2068; Welw. n.° 1206.<br />

Planta <strong>de</strong> 15­40 cent.; colmos direitos <strong>de</strong>lgadas nús na parte superior;<br />

folhas <strong>de</strong> limbo linear­lanceolado curto, bainhas menores que os entrenós,<br />

ligula quasi reduzida a uma série <strong>de</strong> pellos longos, colmo, folhas e bainha<br />

com pellos longos e finos. Panicula oblongo­ovada sublobada, ramos e<br />

pedicellos curtos e pelludos; espiguetas lateraes rentes, a terminal pedicellada,<br />

2­floreas; glumas ovaes­lanceoladas acuminadas um pouco <strong>de</strong>seguaes<br />

1­nerveas <strong>de</strong> côr alourada ou com a parte dorsal violácea glabras<br />

ou villosas egualando as flores; eixo das flores villoso; glumellas glabras<br />

ou pubescentes, a inferior linear­lanceolada cercada na base por um annel<br />

<strong>de</strong> pellos longos longamente 2­setosa e com pragana geniculada, torcida<br />

na base mais comprida que a gluma inserida acima do meio da gluma, a<br />

superior escariosa e mais curta do que a inferior, 2­<strong>de</strong>nleada.<br />

Hab. nos areaes da costa maritima.<br />

Algarve: Faro, nas areias marítimas (Welw.); nos campos (Bourgeau,<br />

Moller) ; Lagoa (D., Sophia da Silva).<br />

Area geogr. — Península ibérica.<br />

AVENA 1<br />

L. — inflorescencia em panicula, espiguetas com 2­6 flores<br />

De amo, eu <strong>de</strong>sejo; por ser muito apetecida pelos gados.


í<br />

81<br />

(raras vezes uma só); glumas <strong>de</strong>seguaes, membranosas multinerveas; glu­<br />

mellas arredondadas no dorso, 5-9-nerveas e por vezes 2-<strong>de</strong>nteadas com<br />

pragana dorsal geniculada torcida na parle inferior (falta por vezes nas<br />

varieda<strong>de</strong>s cultivadas); eixo das espiguetas e base das glumellas pelludas;<br />

ovário todo pelludo ou só na parte superior; caryopse fusiforme com um<br />

sulco na face interna, livre ou envolvido pelas glumellas.<br />

I<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

(Espécies annuaes. Glumellas com 7 nervuras ou mais. Espiguetas pen<strong>de</strong>ntes. 2<br />

(Espécies perennaes. Glumellas com S nervuras. Espiguetas levantadas 9<br />

(Flores não articuladas com o eixo e por isso persistentes 3<br />

( Flor inferior ou todas articuladas e por isso caducas S<br />

(Espiguetas 2-floreas; glumas maiores do que as flores 4<br />

(Espiguetas 2-4-floreas; glumas menores do que as flores A. nuda L.<br />

(Glumella inferior 2-dcnteada A. sativa L.<br />

(Glumella inferior 2-aristada A. strigosa Schreb.<br />

(Flor inferior só articulada 6<br />

(Flores todas articuladas 7<br />

(Espiguetas 3-4-floreas; glumella inferior 2-<strong>de</strong>nteada A. sterilis L.<br />

(Espiguetas 2-floreas; glumella inferior 2-mucronada — A. Ludoviciana Desv.<br />

(Panicula pyramidal A. fátua L.<br />

7 j<br />

(Panicula subimilateral 8<br />

8 <<br />

•9<br />

10<br />

(Glumas eguaes 7-9-nerveas; eixo da espigueta pelludo A. barbata Brot.<br />

jGlumas 9-11-nerveas; eixo da espigueta glabro na parte inferior.<br />

( A. longiglumis Desv.<br />

[Folhas filiformes A. Hackeli J. H.<br />

(Folhas mais ou menos planas 10<br />

(Glumellas pubescentes até á inserção da pragana A. albinervis Bss.<br />

(Glumellas glabras 11<br />

(Pellos do eixo junto da base da glumella quasi eguaes a Vä da glumella.<br />

^ I A. pubescens L.<br />

(Pellos muito mais curtos do que a glumella A. sulcata Gay.<br />

6 XX


82<br />

Sect. I. Chrite Griseb.<br />

Avena sativa L. Sp. pi. ed. I, p. 79; A. agraria mutica Brot. p. 106;<br />

Willk. et Lange, p. 67; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 313.<br />

Colmo <strong>de</strong> 5-20 <strong>de</strong>c. simples ou ramoso na base glabro; raiz fibrosa;<br />

folhas <strong>de</strong> bainha glabra ou com alguns pellos compridos, limbo largo<br />

agudo escabroso, ligula curta troncada. Panicula pyramidal formada <strong>de</strong><br />

ramos muito <strong>de</strong>seguaes escabrosos e patentes em lodos os sentidos, os inferiores<br />

semi-verticillados por 4-8 ; espiguetas pen<strong>de</strong>ntes ou algumas horizontaes<br />

<strong>de</strong> 2 cent, com duas flores hermaphroditas e uma rudimentar;<br />

glumas quasi eguaes mais compridas <strong>de</strong> que as flores lanceolado-acuminadas<br />

glabras 7-9-nerveas ; llôr inferior quasi rente, a segunda pedicellada<br />

com ou sem pragana; eixo da espigueta glabro ou com alguns pellos em<br />

volta da base da flor inferior; glumellas quasi eguaes, a inferior coriacea<br />

escabrosa na parte superior lustrosa, lanceolada 2-5-<strong>de</strong>nleada ou brevemente<br />

2-fida na parte superior, 7-nervea, nervuras salientes na parle superior<br />

e pouco distinctas na inferior, mutica ou com pragana robusta geniculada<br />

torcida na parte inferior mais comprida do que as glumas; glumella<br />

superior mais curta linear ciliada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio das nervuras; caryopse incluído<br />

nas glumellas.<br />

b. orientalis (Schreb.). — Diffère do typo por ter a panicula mais<br />

compacta unilateral, ramos curtos e pragana arqueada ou<br />

flexuosa e não torcida.<br />

Cultivada e quasi espontânea em todo o paiz.<br />

Nome vulg.—Aveia.<br />

Avena strigosa Schreb. Sp. p. 52; A. agraria Brot. p. 105; Hackel,<br />

p. 19 ; Colmeiro, p. 314.<br />

Colmo e folhas similhantes ás da espécie antece<strong>de</strong>nte. Panicula a principio<br />

direita e por fim subunilateral; espiguetas horizontaes ou pen<strong>de</strong>ntes,<br />

estreitas 3-floreas; flores pedicelladas, a superior rudimentar; eixo da<br />

espigueta glabro ou só com raros pellos junto á base da flor inferior, pelludo<br />

abaixo da 2." flor; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas<br />

quasi lisas, 7-9-nerveas ; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

coriacea 5-nervea longamente 2-cuspidada, mutica ou com pragana robusta<br />

geniculada e torcida, mais comprida que as glumas, inserida acima<br />

do meio do dorso. Caryopse estreito e envolvido nas glumas.


83<br />

β. sesquialtera Α. agraria sesquialtera Brot. p. 106; A. strigosa,<br />

var. uniflora Hackel, Oest. bot. zeit. 1877, p. 125. — Diffère<br />

do typo por ter só a flor inferior fértil, a segunda<br />

rudimentar.<br />

Cultivada e subespontanea em quasi todo o paiz.<br />

Nome vulg.—Aveia ordinária.<br />

Area geagr. — Europa.<br />

Avena nada L. Amen. acad. Ill, p. 401; Brot. p. 107; Hackel,<br />

p. 19.<br />

Diffère da A. sativa por ter as espiguetas com 2­4 flores, pelas glumas<br />

mais curtas que as dores, pelas glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, sendo a inferior<br />

similhanle as glumas, <strong>de</strong> 7­11 nervuras distinclas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base, 2­fida<br />

mutica ou com pragana não torcida na parte inferior; pelo caryopse levemente<br />

envolvido pelas glumas separando­se d'elles facilmente.<br />

Cultivada nas províncias <strong>de</strong> Alemdouro littoral e trasmontano, segundo<br />

Brotero.<br />

Não examinei exemplares d'esta espécie, o que me faz crer que é rara<br />

e talvez já mesmo não cultivada no paiz.<br />

Avena sterilis L. Sp. pi. ed. II, p. 118; Brot. p. 108; Willk. et<br />

Lange, p. 67; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 314.<br />

Exsic —Welw. n.° 1200.<br />

Planta <strong>de</strong> raiz fibrosa e caule <strong>de</strong> 6­12 <strong>de</strong>c, com folhas largas linearlanceoladas<br />

glabras e escabrosas, ligula curta troncada. Panicula a principio<br />

pyramidal e mais tar<strong>de</strong> unilateral recurvada; ramos longos escabrosos;<br />

espiguetas gran<strong>de</strong>s (3­4 cent.) muito abertas, com 3­4 flores hermaphroditas<br />

e uma quarta rudimentar; eixo pelludo sô na parte inferior; flores<br />

1." e 2." pelludas e praganosas até meio, 3. a<br />

e 4." glabras e muticas;<br />

glumas mais compridas do que as flores, 7­11­nerveas ; glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />

a inferior brevemente 2­flda escabrosa e com alguns pellos na<br />

parte superior, as inferiores da 1." e 2." llôr com pellos longos <strong>de</strong> côr<br />

castanha clara ou loura até meio e com pragana dorsal geniculada, torcida<br />

na parte inferior á curvatura, muito mais comprida do que as glumas,<br />

inserida quasi ao meio do dorso ; caryopse obtuso na base.<br />

Frequente nas cearas e mesmo em terras incultas.<br />

Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira littoral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller) ; Ourentam (A. Carvalho) ; Buarcos (Schmitz).<br />

— Centro littoral: Santarém (B. da Silva); Azambuja (R. da Cunha); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto (Welv., Daveau, R. da Cunha).—


84<br />

Baixo Alemtejo littoral: Lavradio (Welw.). — Baixas do Guadiana: Beja<br />

(Β. da Cunha). — Algarve: Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.<br />

Avena Ludoviciana Desv. in Act. Soc. lin. <strong>de</strong> Bor<strong>de</strong>aux, XX, p. 41;<br />

Willk. et Lange, p. 67; Colmeiro, p. 315.<br />

Espécie muito similhante â anterior, distinguindo­se pelas espiguetas<br />

menores só com duas flores hermaphrodites e uma terceira rudimentar,<br />

pelo eixo das espiguetas pelludo na parle superior, pelas glumellas inferiores<br />

2­mucronadas, e pelo caryopse terminado em bico aguçado e recurvado.<br />

Beira lilloral: Figueira da Foz (Bruno Carreiro).<br />

Area geogr. — França meridional occi<strong>de</strong>ntal; peninsula ibérica.<br />

m<br />

Avena bai bata Brot. Fl. lusit. I, p. 108; Willk. et Lange, p. 60;<br />

Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 315.<br />

Exsic —Welw. n.° 1201; Soc. Brot. n. os<br />

30 e 30"; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 17.<br />

Planta <strong>de</strong> raiz fibrosa, colmo <strong>de</strong> 6­15 <strong>de</strong>c ; folhas planas, as inferiores<br />

pubescentes especialmente nas bainhas, ligula curta troncada. Panicula<br />

geralmente subunilateral, ramos muitos finos escabrosos; espiguetas horizontaes<br />

ou pen<strong>de</strong>ntes 2­3­floreas hermaphrodites e uma rudimentar, bastante<br />

abertas; eixo das espiguetas pelludo; glumas egualando ou ultrapassando<br />

pouco as flores 7­9­nerveas e um pouco escabrosas na carena ;<br />

flores todas articuladas muito caducas; cicatriz na base da llôr ovói<strong>de</strong>;<br />

glumella inferior amarellada, escabrosa, tendo a base obliqua orlada com<br />

um annel espesso escuro coberto <strong>de</strong> pellos alourados longos, e coberta <strong>de</strong><br />

pellos finos e longos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base até ao meio e escabrosa na parte superior<br />

que termina em duas praganas direitas menores do que a glumella<br />

(Yg da glumella) e com pragana dorsal <strong>de</strong> comprimento egual ou maior<br />

do que o dobro da glumella, <strong>de</strong> côr escura, geniciilada e torcida na parte<br />

inferior; glumella superior menor do que a inferior 2­<strong>de</strong>nteada e ciliada<br />

na margem.<br />

Vulgar nos terrenos cultivados e ainda nos incultos.<br />

Nome vulg. — Balanço.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller); serra do Brunheiro,<br />

perto ne Chaves (Moller); Villa Beal (D. Monteiro). — Alemdouro ^<br />

littoral: Valladares e Lanhellas, nas insuas, Darque (B. da Cunha); S. Pedro<br />

da Cova (E. Schmitz). — Beira trasmontana: Taboaço (C. <strong>de</strong> Lima);<br />

Mido (B. da Cunha). — Beira central: Guarda^ Nespereira, Vizeu (M. Ferreira)<br />

; Lobão, Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller) ; Celorico (B. da Cunha) ; Bussaco<br />

(J. Henriques). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. da Cunha);<br />

1


85<br />

entre Seixo e Gatões, Ponte da Mucella (M. Ferreira) ; visinhanças da Figueira,<br />

Buarcos (J. Henriques). — Beira meridional: Malpica (B. da Cunha).<br />

— Centro littoral: Santarém (P. Coutinho); Torres Novas (B. da Cunha);<br />

Torres Vedras, Berlengas (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, nos favaes e<br />

nas vinhas, Paço d'Arcos e Cruz Quebrada (Welw.); Queluz (Daveau e<br />

O. David); serra <strong>de</strong> Monsanto (B. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Montargil<br />

(J. Cortezão). — Allo Alemlejo: Portalegre (B. da Cunha e Moller).<br />

— Baixo Alemtejo lilloral: entre Poeeirão e Pegões, Alfeite, Moita (Daveau);<br />

pinhal do Valle do Zebra, entre Barreiro e Lavradio (Moller) ; Setúbal<br />

(A. Luisier); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio). — Baixas do Guadiana: Beja<br />

(B. da Cunha); Cazevel (Moller). — Algarve: Portimão, Faro (Welw.,<br />

Moller) ; entre Salir e Bensafrin (Moller).<br />

Area geogr. — Regão mediterrânea.<br />

OBS. — A forma mais vulgar é aquella cujas espiguetas têem duas flores<br />

hermaphrodites e uma terceira rudimentar: é mais rara a forma com<br />

quatro flores e encontram­se exemplares mixtos. Os exemplares colhidos<br />

pelo sr. Schmitz téem a glumella inferior ou completamente glabra ou<br />

com alguns pellos longos perto da inserção da pragana. Faz lembrar a<br />

A. falua, var. intermedia, e servem <strong>de</strong> termo <strong>de</strong> transição entre as duas<br />

espécies.<br />

Avena fátua L. Sp. pi. ed. I, p. 80; Willk. et Lange, p. 68; Hackel,<br />

p. 19; Colmeiro, p. 316.<br />

Espécie muito similhante á anterior, distinguindo­se principalmente pela<br />

terminação das glumas que é em dois <strong>de</strong>ntes agudos e não em duas praganas<br />

direitas e longas. A panicula não é unilateral.<br />

b. intermedia (Lindgr. bot. not. 184­1, p. 151). — Diffère da forma<br />

typica em très pellos só na base da glumella.<br />

Encontra­se nas searas a ainda nas terras incultas, mas rara.<br />

Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira littoral: Pombal<br />

(Moller), f. typica. — Centro littoral: Villa Franca, Azambuja nas lezírias<br />

(R. da Cunha).<br />

Avena longiglumls Durieu in Duch. Revue hört. 1, p. 359; Exped.<br />

scient. d'Algérie, tab. 41; Willk. et Lange. p. 68; Hackel, p. 19; Colmeiro,<br />

p. 315.<br />

Exsic. — Ε. Bourgeau, Pl. d'Esp. et du Port. n.° 2065.<br />

Colmo bastante alto ; limbo e bainha um pouco pelludos ; ligula curta<br />

troncada ciliado­fimbriada. Panicula sublateral, ramos longos finos ásperos;


86<br />

espiguetas com duas flores hermaphrodites e uma terceira rudimentar,<br />

todas articuladas; eixo glabro na parte inferior á llôr inferior fino, <strong>de</strong> 2-3<br />

mill, <strong>de</strong> comprido; cicatriz na base da flor estreita e longa; glumas 7-9nerveas<br />

maiores que as flores; glumella inferior 7-nervea coberta <strong>de</strong><br />

longos pellos amarellados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base até mais <strong>de</strong> meio, áspera e terminada<br />

por duas praganas finas direitas quasi eguaes em comprimento ao resto<br />

da glumella e com pragana geniculada torcida na parte inferior inserida<br />

pouco acima do meio do dorso e mais comprida que as glumas, glumella<br />

superior linear 2-<strong>de</strong>nteada e um pouco mais curta ; caryopse envolvido<br />

pelas glumellas.<br />

Algarve: campos incultos das visinhanças <strong>de</strong> Faro (Bourgeau) ; Sines<br />

(Hackel).<br />

Area geogr. — Península ibérica, Argelia occi<strong>de</strong>ntal.<br />

OBS. — No aspecto geral é similhante á A. barbala, mas facilmente se<br />

distingue pelo comprimento das duas praganas que terminam as glumellas<br />

inferiores e pelo comprimento da parte do eixo que fica para baixo da llôr<br />

inferior e ainda pela forma da cicatriz que apresenta a base da flor quando<br />

esta é <strong>de</strong>sarticulada.<br />

Um exemplar colhido por Welwitsch nos outeiros áridos perto <strong>de</strong> Faro,<br />

parece ser um intermédio entre esta espécie e a barbota. Atten<strong>de</strong>ndo-se<br />

ao comprimento das praganas das glumellas não é fácil separar as<br />

duas espécies.<br />

Sect. II. Avenastrum Kock.<br />

Avena sulcata Gay in Del. Fl. <strong>de</strong> Vienne, p. 477; A. pratensis Brot,<br />

p. .110; Willk. et Lange, p. 69; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 317.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1204, 1205 e 1811; Soc. Brot. n. os<br />

31 e 31 a<br />

.<br />

Planta cespitosa, colmos fasciculados; folhas lineares planas ou dobradas,<br />

as radicaes distichadas corn as margens e a nervura dorsal callosas brancas,<br />

serrilhadas nas margens, bainha curta membranosa, ligula* curta lanceolado-triangular.<br />

Panicula <strong>de</strong> 7-20 cent, amarellada ou violácea direita;<br />

ramos escabros, os inferiores em grupos <strong>de</strong> 2 ou 3, os superiores aos pares<br />

(em exemplares fracos um só em cada nó) simples ou ramosos ; espiguetas<br />

<strong>de</strong> 15 mill, <strong>de</strong> 3-7 flores articuladas, eixo pelludo e com pellos mais longos<br />

junto á base das flores; glumas mais curtas que as flores <strong>de</strong>seguaes<br />

quasi totalmente escariosas linear-lanceoladas 3-nerveas (nervuras lateraes<br />

da glumella inferior pouco distinctas) ; glumellas <strong>de</strong>seguaes ponluado-escabrosas,<br />

a inferior escariosa na parte superior e terminada em quatro <strong>de</strong>ntes<br />

longos e finos, os interiores mais compridos, com 5-7 nervuras salientes


87<br />

que a tornam nitidamente sulcada especialmente na meta<strong>de</strong> inferior, pragana<br />

longa, geniculada, levemente torcida inserida ao meio do dorso; glumella<br />

superior egualando os 2<br />

/3 da inferior escariosa ciliada nas carenas.<br />

Hab. nos logares áridos mais ou menos assombrados.<br />

Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Rebordãos, Bragança no Cabeço <strong>de</strong><br />

S. Bartholomen (Moller); Felgueiras, prox. <strong>de</strong> Moncorvo (Mariz). — Alemdouro<br />

lilloral: serra do Gerez (Moller); Monte-Dôr, na gandara, Vianna<br />

do Castello, no pinhal do Cabe<strong>de</strong>llo (R. da Cunha); Foz do Douro, nos<br />

montes (G. Sampaio); S. Pedro da Cova (Schmitz).—Beira lilloral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Tentúgal (A. Guimarães); Pombal (Moller).<br />

— Beira meridional: Castello Rranco. Malpica, nas margens do Tejo (R.<br />

da Cunha). — Alto Alemtejo: Portalegre, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: pinhaes <strong>de</strong> Caneças, do Poceirão a Pegões<br />

(Daveau); serra d'Arrabida, Villa Formosa, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes<br />

(Welw.). — Algarve: Foia, nos arrelvados dos logares mais altos'<br />

(Welw.).<br />

Area geogr. —• França e peninsula ibérica.<br />

Avena albinervis Bss. Voy. II, p. 656; A. pratensis Brot, pro parte?<br />

p. 110; Willk. et Lange, p. 69; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 318.<br />

Exsic —Welw. n.° 1202; Fl. lusit. exs. n.° 16; Soe Brot. n.° 31.<br />

Espécie muito similhante á anterior, differindo apenas por ter as glumellas<br />

infeHores menos nitidamente sulcadas e pubescentes até quasi ao<br />

meio, pelos <strong>de</strong>ntes terminaes das glumellas mais longos (por vezes 5) e<br />

ainda pelas folhas quasi todas dobradas e mais pronunciadamente callosas.<br />

Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz).—Beira littoral: Agueda,<br />

junto á ponte <strong>de</strong> Alfusqueiro, Aveiro (J. Henriques); Vacariça, Ourentam<br />

(A. Carvalho); serra da Louzã (J. Henriques); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller). — Beira central: Bussaco (F. Loureiro). — Centro littoral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa, Bellas (Daveau) ; Cascaes (P. Coutinho). — Baixo Alemtejo<br />

lilloral: pinhal <strong>de</strong> Caneças, serra <strong>de</strong> Cercal, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong><br />

Milfontes (Welw.). — Algarve: charneca <strong>de</strong> Espiche e entre Catalans e<br />

Bensafrin (Daveau). i<br />

Area geogr.—França e peninsula ibérica.<br />

Avena Hackeli J. Henriq. sp. nov.<br />

Exsic —W T<br />

elw. n.° 1053.<br />

Planta <strong>de</strong>nsamente cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 40-70 cent, <strong>de</strong>lgados direitos,<br />

nús na meta<strong>de</strong> superior; entrenós inferiores muito curtos, o ultimo<br />

muito longo tendo duas ou très partes do comprimento total (não comprehen<strong>de</strong>ndo<br />

a panicula); folhas filiformes resistentes quasi lisas ciliadas<br />

e levemente pubescentes perto da base <strong>de</strong> 6-45 cent., bainhas curtas


88<br />

estriadas auriculadas levemente pontuadas-escabras, as exteriores <strong>de</strong> côr<br />

amarellada, as interiores violáceas; folha superior <strong>de</strong> limbo muito curto<br />

(1-3,5 cent.), bainha muito comprida (18-31 cent.); ligula curta lanceolada<br />

levemente escabra na linha media. Panicula <strong>de</strong> 7-20 cent, contrahida,<br />

quasi espiciforme, formada <strong>de</strong> ramos <strong>de</strong>lgados escabros sulcados<br />

um em cada nó ou dois simples, um muito curto e outro quasi egual ao<br />

anterior com a espigueta, ou divididos havendo em cada nó um ramúsculo<br />

curto ou dois, um curto e outro bastante comprido; espiguetas <strong>de</strong> 18 mill.<br />

5-6-floreas sendo a ultima llôr imperfeita ; rachis coberto <strong>de</strong> pellos brancos<br />

finos longos, mas mais curtos que as glumellas ; glumas bastante <strong>de</strong>seguaes<br />

escariosas nas margens e na parte superior longamente apiculadas, 3-nerveas,<br />

as nervuras lateraes da inferior não chegando a mais do terço da gluma,<br />

as da superior passando um pouco além do meio; glumella inferior (a da<br />

llôr inferior <strong>de</strong> 12 mill.) lanceolada longamente acuminada escariosa na<br />

meta<strong>de</strong> superior quasi sulcada na meta<strong>de</strong> inferior pontuada-escabra terminada<br />

em duas ou quatro pontas finas, duas mais curtas, com pragana<br />

comprida (18-20 mill.) geniculada torcida na parte inferior ciliada e inserida<br />

a meio da parte dorsal; glumella superior egual a meta<strong>de</strong> ou pouco<br />

mais da glumella inferior escariosa ciliada nas nervuras; ovário villoso;<br />

estigmas plumosos.<br />

Hab. em terrenos incultos e áridos.<br />

Alemlejo littoral: Villa Formosa, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes<br />

(Welw.).<br />

Pela forma geral da panicula assemelha-se ãs A. filifolia Lag., A. setacea<br />

Vill. e A. sulcata Gay.<br />

Diffère da primeira pela ligula não curta nem longamente villosa ; pelo<br />

numero <strong>de</strong> flores das espiguetas que é quasi sempre duplo e ainda pela<br />

estructura da folha.<br />

Diffère da A. setacea pela nervação das glumas, pelas folhas mais curtas<br />

que o colmo, pelas bainhas glabras e pela gran<strong>de</strong>za da ligula.<br />

Da A. sulcata diffère essencialmente pela forma e estructura das folhas.<br />

OBS. — Dedico esta espécie ao prof. Hackel, um dos botanicos mais<br />

conhecedores das gramíneas e <strong>de</strong> quem sempre tenho recebido o máximo<br />

auxilio, quer no estudo das especries porluguezas, como das colhidas nas<br />

colónias.<br />

Avena pubescens Huds. Fl. Angl. ed. 1, p. 46; L. Sp. pl. ed. 2,<br />

p. 1665; Colmeiro, p. 320.<br />

Raiz fibrosa; colmo <strong>de</strong> 4-10 <strong>de</strong>c, direito, ml na parte superior; folhas<br />

<strong>de</strong> limbo plano lineares subobtusas molles, as inferiores mais ou menos<br />

pelludas na face superior, as superiores <strong>de</strong> limbo curto lanceolado, bainhas,


89<br />

I as inferiores pelo menos, cobertas <strong>de</strong> pellos voltados para baixo, ligula<br />

oblongo­acuminada glabra. Panicula oblonga direita ou um pouco curva<br />

na parte superior, <strong>de</strong> côr clara e brilhante, em algumas um pouco violácea;<br />

ramos finos <strong>de</strong> <strong>de</strong>segual comprimento ásperos, os inferiores dipostos<br />

em grupos <strong>de</strong> 3­5, os superiores aos pares, todos terminados por uma<br />

única espigueta; espiguetas <strong>de</strong> 12­15 mill. 3—i­(loreas, eixo pelludo prolongado<br />

além da llôr superior, pellos junto da base das flores superiores<br />

quasi eguaes a meta<strong>de</strong> da glumella; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas<br />

escariosas, a maior do comprimento das flores ou um pouco mais<br />

curta, a inferior 1­nervea, a superior 3­nervea <strong>de</strong>licadamente pontuada;<br />

glumellas pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior 5­nervea. escariosa pontuada­escabra,<br />

terminada em quatro <strong>de</strong>ntes bastante compridos e com pragana dorsal<br />

geniculada torcida na parle inferior e inserida um pouco acima do meio<br />

do dorso, glumella superior escariosa branca 2­<strong>de</strong>nteada.<br />

Hab. nos terrenos arrelvados e <strong>de</strong> floresta.<br />

Alemdouro Irasmonlano: serra <strong>de</strong> Eebordãos (Moller).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

ARRIIElVATHERlíM 1<br />

P. Beauv. — Espiguetas pedicelladas, 2­floreas,<br />

a inferior ordinariamente masculina, compridas convexas nas duas<br />

faces alternas e dispostas em panicula ramosa ; glumas <strong>de</strong>seguaes 1­3nerveas,<br />

carenadas; glumella inferior herbácea carenada S­fida, tendo a<br />

da flor inferior pragana dorsal geniculada; glumella superior 2­carenada,<br />

2­<strong>de</strong>nteada; estâmes 3, estigmas terminaes, plumosos gran<strong>de</strong>s salientes<br />

para fora da flor. Caryopse pelludo na parte superior, comprimido no dorso<br />

e caniculado na face interna, livre.<br />

Espécies perennaes estolhosas.<br />

(Pragana inserida pouco acima da base da glumella 1<br />

1 (Pragana inserida pouco abaixo do vértice da glumella A. Thorei Desm.<br />

2<br />

3<br />

(Glumellas sensivelmente glabras A. elatius Mert. et Koch.<br />

(Glumella da flor superior sensivelmente villosa 2<br />

(Folhas planas E. erianthum Bss. et Reut.<br />

(Folhas enroladas, setaceas E. pallens Link.<br />

ι De αρρην, masculino, e αθ^ρ, barba da espiga; referencia á pragana da flor masculina.


90<br />

Arrnenatherum elatius (L.) Mert. et Koch. in Röhl. D. Fl. I, p.<br />

546; Avena elatior L. Sp. ed. I, p. 79; Holcus avenaceus Scop. fl. earn.<br />

Π, p. 276; Brot. p. 98; Willk. et Lange,­ p. 70; Hackel, p. 20; Colmeiro,<br />

p. 320.<br />

Exsic. — Soc. Brot. n.° 303; Fl. lusit. exs. n.° 1318.<br />

Planta robusta <strong>de</strong> 6­20 <strong>de</strong>c. <strong>de</strong> rhizoma radicante e colmo direito<br />

apenas recurvado na hase pelludo nos nós; folhas planas lineares acuminadas<br />

ásperas nas margens e mais ou menos pelludas na face superior,<br />

bainha longa sulcada, ligula curta ciliada frequentemente fendida. Panicula<br />

longa <strong>de</strong> 5­35 cent, interrompida principalmente na base, contrahida<br />

<strong>de</strong>pois da anthese, <strong>de</strong> côr branca ou violácea brilhante, ramos <strong>de</strong>seguaes<br />

escabros finos; espiguetas rentes ou pedicelladas, pedicellos mais<br />

curtos do que as espiguetas, lanceoladas direitas 3­floreas, flor inferior<br />

masculina, a segunda hermaphrodita quasi rente, e a terceira extremamente<br />

rudimentar, eixo glabro na parte que termina com a llôr rudimentar,<br />

e pelludo no resto, pellos formando um invólucro curto na base da<br />

l. a<br />

e 2. a<br />

flor; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas levemente ásperas nas nervuras,<br />

a inferior geralmente 1­nervea, algumas vezes 3­nervea, sendo as<br />

nervuras lateraes curtas, a superior 3­nervea quasi do comprimento das<br />

flores; glumellas quasi eguaes, a inferior 7­nervea, a da flor inferior glabra<br />

pontuada 2­<strong>de</strong>nteada ou 2­fida com pragana dorsal geniculada e torcida<br />

e mais comprida do que a espigueta, inserida perto da base do dorso,<br />

a da flor superior mais ou menos pelluda com pragana quasi terminal direita<br />

ou sem pragana ; glumellas superiores escariosas ciliadas na margem<br />

e nas carenas.<br />

•β. bulbosum (W.) Pr. Cyp. et gram. sic. p. 29.—Distincta da<br />

forma typica por ter o rhizoma formando dois ou très tubérculos<br />

arredondados.<br />

Vulgar nos campos cultivados, nos prados e nos montes.<br />

Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Bebordãos (J. Mariz); Villa Beal (D.<br />

Monteiro). — Alemdouro littoral: serra do Soajo (Moller); Vizella (W.<br />

Lima) ; Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Coura (G. Sampaio) ; S. Pedro da Cova, Vallongo<br />

(Schmitz); Gondarem, nas margens do Minho, Vianna do Castello (B. da<br />

Cunha).—'Beira trasmontana: Villar Formoso, no Valle d'Alpicào (R. da<br />

Cunha). — Beira central: serra da Estrella (Moller, M. Ferreira); Guarda<br />

(M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira meridional: Malpica,<br />

nos pinhaes (R. da Cunha). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller, Castro Freire); serra da Louzã (J. Henriques); Ourentam (A.<br />

Carvalho). — Centro lilloral: Caxarias, nos pinhaes, Cintra (Welw.).—<br />

Baixas do Sorraia: Alcochete (P. Coutinho). — Baixo Alemlejo lilloral:


1<br />

Caneças (Daveau); entre Palmella e Setúbal, nas collinas (Welw.); Setúbal<br />

(A. Luisier); Alfeite (Daveau). — Algarve: Monte Figo, nos sítios<br />

áridos e subrelvosos (Welw.); Monchique (Moller).<br />

Area geogr. — Europa e Asia meridional.<br />

OBS. — A var. bulbosum é quasi tão vulgar como a forma typica. Os<br />

exemplares da varieda<strong>de</strong> colhidos em Alfeite, em Portalegre e em Caneças<br />

são bastante distinctos pela pequeníssima largura do limbo da folha. .<br />

Arrhenathernm crianllium Bss. et Reut. Pug. pl. nov. p. 121 ;<br />

Avena hispânica Lange, Pug. p. 41; Willk. et Lange, p. 70; Hackel,<br />

p. 20; Colmeiro, p. 322.<br />

Exsic —Welw. n.° 1195.<br />

Espécie muito similhante â var. bulbosum da espécie anterior, differindo<br />

por ter a panicula mais comprida e principalmente por ter a llôr superior<br />

nitidamente pedicellada (pedicello <strong>de</strong> 2 mill.), pela gluma inferior da flor<br />

inferior coberta <strong>de</strong> pequenos pelos hirtos e com as margens longamente<br />

ciliadas e pela glumella da flor superior coberta <strong>de</strong> longos pellos excepto<br />

no vértice.<br />

Hab. os terrenos áridos e ainda os relvosos da região inferior.<br />

Alemdouro trasmontano : Bragança, nos lameiros e nos campos (P. Coutinho,<br />

Moller); serra do Marão, nos pontos mais altos (J. Henriques).—<br />

Alemdouro lilloral: Melgaço (Moller). — Beira trasmontana: Villar Formoso,<br />

nos lameiros <strong>de</strong> Bodanaes, Trancoso, Almeida (M. Ferreira).—<br />

Beira central: serra da Estrella, no Covão das Vaccas (Daveau); Celorico<br />

(B. da Cunha). — Beira meridional: Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Beira<br />

littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); S. João do Campo, Ponte da<br />

Cidreira (M. Ferreira). — Centro littoral: Torres Novas (R. da Cunha);<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Daveau, B. da Cunha). — Allo Alemtejo: Évora<br />

(Moller); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral: Cabo Espichel,<br />

pinhal do Valle <strong>de</strong> Zebro (Moller); pinhaes <strong>de</strong> Coina, Lavradio e Fornos<br />

d'El-Rei (Welw.). — Baixas do Guadiana: Reja (R. da Cunha); Mértola<br />

(Moller).- — Algarve: Tavira (Welw.) ; nos areaes da lagoa d'Albufeira, na<br />

charneca do Espiche, perto <strong>de</strong> Lagos (Daveau).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, Argelia.<br />

Arrhenatheium pallens Link. Hut. Rerol. p. 124; Avena pallens<br />

Link, in Schrad. Journ. bot. (1779), p. 314; Avena setifolia Brot. p. 108.<br />

Exsic —Welw. n.° 1199.<br />

Planta cespitosa, colmos finos <strong>de</strong> 30-70 cent, completamente glabros;<br />

folhas perfeitamente setaceas, <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> glauco, bainhas estriadas glabras,<br />

as caulinares bastante compridas, ligula curta troncada sendo a parte pro-


92<br />

xima do limbo coberta <strong>de</strong> curla pubescencia; panicula estreita <strong>de</strong> 5-12 cent,<br />

<strong>de</strong> côr clara, ramos escabrosos em geral dispostos aos pares em cada nó,<br />

um quasi egual á espigueta, outro, bastante mais comprido; espiguetas<br />

3-lloreas, sendo a llôr superior muito rudimentar, eixo villoso abaixo das<br />

duas flores inferiores e glabro acima da segunda llôr, llôr inferior articulada;<br />

glumas ovaes-lanceoladas <strong>de</strong>seguaes, a inferior 1-nervea mais curta<br />

do que as flores, a superior 3-nervea egualando quasi as flores, levemente<br />

escabrosas nas nervuras; glumellas inferiores 6-nerveas sulcadas principalmente<br />

na parte superior, escariosas na margem, villosas na meta<strong>de</strong> inferior,<br />

levemente escabrosas nas nervuras apiculadas, a da flor inferior<br />

com pragana dorsal geniculada torcida inserida pouco acima da base, a<br />

da flor superior mutica; glumellas superiores escariosas ciliadas nas duas<br />

carenas 2-apieuladas ; 3 estâmes, ovário pelludo, estylete curto, estigmas<br />

ramosos.<br />

Hab. nos logares seccos.<br />

Centro littoral: colunas <strong>de</strong> Trancoso, entre Alhandra e Arruda (Daveau).<br />

•—Baixo Alemtejo littoral: serra d'Arrabida (Link.); na encosta do lado<br />

<strong>de</strong> Setúbal (Welw.); visinhanças <strong>de</strong> Setúbal (A. Luisier).<br />

Area geogr.—Portugal, na região central.<br />

Arrheiíat herum Thorei (Duby) Desm. Cat. Dord. p. 153; Avena<br />

montana Brot. p. 109; Avena Thorei Duby Bot. gal. p. 512; Willk. et<br />

Lange, p. 71, sub Arrhenalherum pallens; Hackel, p. 20; Colmeiro, p.<br />

322, sub Arrhenalherum pallens.<br />

Exsic —Soe. Brot. n. os<br />

168 e 168 a<br />

; Fl. lusit. exs. n.° 19.<br />

Planta cespitosa formando pequenos grupos; colmo attingindo por vezes<br />

mais <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong>c, pubescente nos nós; folhas linear-acuminadas <strong>de</strong> limbo<br />

plano ou enrolado, o das inferiores por vezes bastante comprido com pellos<br />

longos pelo menos na face superior, bainha estriada e com pellos longos e<br />

reflectidos per<strong>de</strong>ndo-se um pouco com a eda<strong>de</strong>, ligula curta troncada mais<br />

ou menos dividida e finamente ciliada. Panicula <strong>de</strong> 10-20 cent, em geral<br />

bastante farta, ramos finos escabrosos semiverticillados <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas diversas,<br />

alguns ramificados (simples todos nas formas fracas); espiguetas<br />

ovaes <strong>de</strong> 5-6 mill., 3-lloreas, sendo a inferior por vezes fértil, sendo a<br />

superior rudimentar, eixo villoso na parte inferior ás flores inferiores,<br />

glabro na parte superior á segunda ílôr, segunda llôr quasi rente ; glumas<br />

3-nerveas <strong>de</strong>seguaes, a superior egual ou mais comprida do que as flores<br />

levemente escabrosa na nervura dorsal ; glumellas 5-7-nerveas bastante<br />

resistentes cobertas <strong>de</strong> longos pellos finos, excepto na parte superior,<br />

2-<strong>de</strong>nteadas, a inferior da flor inferior com pragana dorsal geniculada e<br />

torcida bastante comprida e inserida pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> da glumella,.<br />

a superior mutica; glumellas superiores escariosas, menores do que


93<br />

as inferiores, ciliadas nas carenas; glumellulás longas estreitas agudas;<br />

ovário pelludo, estylete muito curto, estigmas plumosos.<br />

Frequente nos logares incultos e nos pinhaes.<br />

Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro).:—Aienidouro littoral:<br />

serra do Gerez (J. Henriques, Moller, M. Ferreira); serra do Soajo<br />

(Moller); Melgaço, Caminha, Valença, Ancora, Vianna do Castello (R. da<br />

Cunha); Monte <strong>de</strong> S. Gens, prox. do Porto (G. Sampaio). — Beira central:<br />

serras do Caramullo, da Freita, Castro Daire (J. Henriques)'•;: Bussaco<br />

(F. Loureiro); Lobão (Moller).—Beira lilloral: Aveiro, Agueda (J.<br />

Henriques); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller, ;B. e Cunha);<br />

pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); serra da Louzã (J. Henriques). — Baixo<br />

Alemlejo littoral: Caneças (Daveau); serra <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> (Moller).<br />

Area geogr.—França e peninsula ibérica.<br />

OBS. — O prof. Willkomm consi<strong>de</strong>ra como uma única espécie o A.<br />

Thorei e A. pallens. O aspecto das duas espécies só <strong>de</strong> per si será bastante<br />

para as distinguir. A primeira é planta mais forte, <strong>de</strong> folhas planas<br />

e quando enroladas bastante grossas; o A. pallens tem as folhas radicaes<br />

numerosas e perfeitamente setaceas é <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> esbranquiçado. A pubescencia<br />

dos nós, as villosida<strong>de</strong>s da bainha e do limbo das folhas e mais<br />

nitidamente a inserção da pragana separa sem dificulda<strong>de</strong> o A. Thorei do<br />

A. pallens. Até mesmo a distribuição geographica as distingue, pois que<br />

o A. pallens, até hoje pelo menos, não tem sido encontrado muito fora<br />

do logar clássico, isto é, da parte central e littoral <strong>de</strong> Portugal, ao passo<br />

que a outra é vulgar nas partes centraes, distantes da costa.<br />

GAUD INI A 1<br />

P. Beauv. — Espiga estreita, articulada, fragil; eixo da<br />

espiga cavado alternadamente d'um lado e d'oulro; espiguetas disticadas<br />

rentes comprimidas lateralmente, com 4—10 flores, sendo a superior muitas<br />

vezes rudimentar; glumas membranosas muito <strong>de</strong>seguaes, 3-9-nerveas;<br />

glumellas membranosas quasi eguaes, a inferior praganosa inequilatera,<br />

2-cuspidada; ovário pelludo na extremida<strong>de</strong>; estigmas 2 plumosos salientes<br />

pelos lados da flor ; caryopse livre linear-oblongo, convexo sobre uma face,<br />

levemente canaliculado na outra e contraindo na parte superior em um pequeno<br />

pé sustentado com pequena cupula ciliada.<br />

Gauuinia fí-agilis (L.) P. Beauv. Agr. p. 95; Avena fragilis L. Sp.<br />

1<br />

Dedicada a Gaudin, botanico suisso.


94<br />

pl. ed. I, p. 80; Brot. p. 110; Hackel, p. 30; Willk. et Lange, p. 114;<br />

Colmeiro, p. 41 S.<br />

Exsic —Welw. n.° 1127; Soc. Brot. n.° 43; Fl. lusit. exs. n.° 44;<br />

Bourgeau PI. d'Esp. et du Port. n.° 2054.<br />

Espécie annual; raiz fibrosa; colmos agrupados, direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes;<br />

iolbas molles pelludas tanto na bainha como no limbo, ligula curta<br />

troncada e levemente <strong>de</strong>nticulada. Espiguetas disticadas, rentes com a parte<br />

inferior encaixada nas excavações do eixo da espiga, 3-10-floreas, a flor<br />

inferior rente, as outras pedicelladas, pedicellos achatados e mais grossos<br />

e levemente pubescentes logo por baixo das flores ; eixo prolongado para<br />

além da inserção da flor superior quasi egual a esta; glumas muito <strong>de</strong>seguaes,<br />

a inferior 3-nervea asymetrica, pouco maior do que 73 da superior,<br />

que é membranosa 5-7-nervea, ambas escabrosas pelo menos nas<br />

nervuras; glumellas quasi eguaes, a inferior oval-acuminada terminada em<br />

duas pontas curtas e finas, um pouco asymetrica, 5-7-nervea coberta <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>licadas pontuações brilhantes, áspera na carena e com pragana geniculada<br />

e levemente torcida e flexuosa, mais longa que a flor e inserta um<br />

pouco acima do meio do dorso, a superior escariosa mais curta 2-<strong>de</strong>nteada<br />

ciliada nas nervuras.<br />

Frequente nos arrelvados tanto dos montes como da região inferior.<br />

Alemdouro trasmontano: Moncorvo (Mariz); Bragança (Moller); Murça<br />

(M. Ferreira); serras <strong>de</strong> Mosteiro e <strong>de</strong> Brunheiro, perto <strong>de</strong> Chaves (Moller).—<br />

Alemdouro littoral: Valença, Villa Nova <strong>de</strong> Cerveira, Lanhellas,<br />

Vianna do Castello (R. da Cunha) ; Porto, Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio).—<br />

Beira trasmontana: Villar Formoso (B. da Cunha). — Beira central:<br />

serra da Estrella, em Vallezim (J. Henriques); Penalva do Castello<br />

(M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong>, Lobão, Bussaco (Moller). — Beira littoral:<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Gaya (C. Barbosa); Aveiro (J. Henriques); visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, serra da Louzã (Moller); Ourentam (A. Carvalho);<br />

Formoselha (A. Barjona) ; Carapinheira, Cabo Mon<strong>de</strong>go, Pombal, Vermoil<br />

(Moller).—Beira meridional: Castelfo Branco, Malpica, nas margens do<br />

Tejo (R. da Cunha).— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.,<br />

Daveau); Alverca, Azambuja (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite,<br />

Moita (Daveau) ; Coina, nos terrenos salgados das margens do Tejo (Welw.);<br />

Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemtejo: Marvão, Portalegre (R. da Cunha);<br />

Évora (Daveau); Almodovar (S. da Silva). — Baixas do Sorraia: Alcochete<br />

(P. Coutinho). — Baixas do Guadiana: entre Corte Figueira e Mú,<br />

<strong>de</strong> Ourique a Garvão (Daveau); Beja (R. da Cunha). — Algarve: nas pastagens<br />

das regiões mais altas da Picota (Welw.) ; Monchique (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.


98<br />

Tribu VIII. O h l o r i d e a e<br />

Espiguetas com uma ou muitas flores dispostas em duas séries no lado<br />

exterior do eixo da espiga; glumas quasi sempre persistentes; glumellas<br />

caducas com o fructo; glumella superior 2­nervea ; estyletes distinctos;<br />

estigmas salientes dos lados e raras vezes perto do vértice das espiguetas;<br />

caryopse livre e não envolvido na gluma.<br />

Espiguetas <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>ndo­se do eixo inteiras Spartina Schreb.<br />

Glumas persistentes; inflorescencia digitada formada por 2­6 espigas.<br />

Cynodon Pers.<br />

CYBÍODOIV 1<br />

Pers. — Espiguetas pequenas rentes com uma llôr completa<br />

e com outra redimentar ou incompleta dispostas em espigas <strong>de</strong>lgadas<br />

partindo todas do mesmo ponto divergentes, glumas quasi eguaes, glumellas<br />

mais compridas largas e ciliadas na margem.<br />

Cynodon Dactylon (L.) Pers. Syn. I, p. 85 ; Panicum Dactylon L.<br />

Sp. pi. ed. I, p. 58; Paspalum Dactylon DC; Fl. fr. III, p. 16; Brot,<br />

p. 83; Willk. et Lange, p. 46; Hackel, p. 12; Colmeiro, p. 268.<br />

Planta perennal, <strong>de</strong> 1­3 <strong>de</strong>c, cespitosa rhizomatosa; colmos geniculados<br />

na,parte inferior, <strong>de</strong>pois ascen<strong>de</strong>ntes, os estereis rastejantes; folhas disticadas<br />

bastante juntas ver<strong>de</strong>­glaucas planas acuminadas quasi glabras; ligula<br />

formada <strong>de</strong> pellos. Panicula formada <strong>de</strong> muitas espigas compridas simples<br />

lineares digitadas; espiguetas solitárias dispostas em duas linhas, comprimidas<br />

lateralmente; glumas 1­nerveas carenadas e escabrosas na carena,<br />

a inferior um pouco menor que a superior; glumellas maiores que as<br />

glumas, membranosas muticas ciliadas na carena, a inferior mais larga<br />

3­nervea, a superior 2­carenada e terminada em dois pequenos <strong>de</strong>ntes;<br />

glumellulas 2 glabras; ovário glabro; estyletes 2 terminaes, estigmas plumosos.<br />

Vulgar nas terras cultivadas e incultas, nos caminhos, etc. — Fl. no<br />

verão.<br />

Nome vulg. — Grama das boticas.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho). — Alemdouro lilloral:<br />

1<br />

De κύων, cão, e ύδόύς, <strong>de</strong>nte; planta mastigada pelos cães.


96<br />

Areosa, na praia (R. da Cunha); S. Pedro da Cova (E. Schmitz); Villa<br />

Nova <strong>de</strong> Gaya, no Cabe<strong>de</strong>llo (G. Sampaio). — Beira central: visinhanças<br />

<strong>de</strong> Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong>, Nespereira (Moller). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller); Buarcos (E. Schmitz, Moller); Pombal, Fornos (Moller).—<br />

Beira meridional: Covilhã, Castello Branco, Villa Velha <strong>de</strong> Bodão, Malpica<br />

(B. da Cunha); Abrantes (Daveau).— Centro littoral: Torres Vedras (J.<br />

Perestrello) ; Peniche, nas areias (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.,<br />

Daveau, C. Machado). — Alto Alemtejo: Niza (B. da Cunha). — Baixo<br />

Alemtejo littoral: Trafaria, Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier); O<strong>de</strong>mira<br />

(G. Sampaio). —Algarve: Faro (A. Guimarães).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

OBS. — Os exemplares colhidos pelo dr. Welwitsch na Povoa e pelo<br />

sr. Daveau no Dafundo, são extremamente villosos.<br />

SPARTI1YA 1<br />

Schreb. — Duas ou mais espigas em geral direitas e<br />

próximas; espiguetas comprimidas quasi distichadas; glumas <strong>de</strong>seguaes,<br />

a superior egualando ou ultrapassando a llôr; glumella inferior comprimida<br />

carenada e mais curta que a superior; embryâo <strong>de</strong> comprimento<br />

quasi egual ao fructo.<br />

Espigas rentes ou as superiores levemente pedunculadas S. stricta Roth.<br />

Espiga terminal longamente pedunculada S. versicolor Fabre.<br />

Spartina versicolor Fabre in Ann. sc. nat. III, 13, p. 123.<br />

Exsic —Soc. Brot. n. os<br />

1414 e 1414 a<br />

.<br />

Planta rhizomatosa; caule ílorifero direito, os estereis remontantes; folhas<br />

quasi tão compridas como o caule, estreitas enroladas junciformes e<br />

terminadas em ponta aguda estriadas, ligula formada <strong>de</strong> pellos finos curtos<br />

e <strong>de</strong>nsos. Panicula formada <strong>de</strong> 3­5 espigas <strong>de</strong> côr violácea, as inferiores<br />

rentes ou levemente pedunculadas, a superior longamente pedunculado;<br />

espiguetas unifloreas dispostas em duas linhas completamente imbricadas;<br />

glumas com a carena <strong>de</strong>nticulada­ciliada, a inferior estreita 2­nervea, a<br />

superior egual ao dobro da inferior lanceolada obtusiuscula, concava e sem<br />

nervuras apparentes aa parte interna e do outro lado com duas nervuras<br />

contíguas á nervura dorsal; glumellas carenadas obtusas ou chanfradas na<br />

extremida<strong>de</strong>.<br />

1<br />

De σπαρτον, esparto, pela similhança com as folhas d'esta gramínea.


97<br />

Hab. nos terrenos areientos da costa maritima.<br />

Baixo Alemlejo lilloral: Trafaria (Daveau). — Algarve: Fuzeta (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />

Area geogr. — França meridional, Córsega, Argelia.<br />

Spartina stricta (Ait.) Rth. Cat. bot. III, p. 9 ; üactylis cynosuroi<strong>de</strong>s<br />

L. Sp. pl. ed. I, p. 71; Paspalum cynosuroi<strong>de</strong>s Brot. p. 83; P. strictum<br />

Brot. Phyt. I, p. 13, tab. 8; Willk. et Lange, p. 46; Hackel, p. 12;<br />

Colmeiro, p. 269.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1191 e 1192; Soc. Brot. n.° 1469; Fl. lusit.<br />

exs. n.° 1313.<br />

Planta rhizomatosa <strong>de</strong> colmos direitos; folhas curtas um pouco enroladas,<br />

as superiores próximas da inflorescencia, ligula curla membranosa<br />

laciniada. Panicula formada <strong>de</strong> 2-4 espigas <strong>de</strong> côr amarellada rentes ou<br />

levemente pedunculadas, espiguetas uniíloreas em duas linhas um pouco<br />

sobrepostas; bracteas mais ou menos felpudas, ciliadas na carena, a inferior<br />

estreita uninervea egualando pelo menos dois terços da superior, que<br />

é 2-lobada e mucronada; glumellas similhantes ás glumas.<br />

Frequente nas areias da costa maritima.<br />

Nome vulg. — Murraça.<br />

Beira lilloral: Figueira da Foz (Moller). — Centro littoral: Villa Franca,<br />

nos terrenos salgados do Tejo; Sacavém, Alhandra (Welw.); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa, na praia da Cruz Quebrada (B. da Cunha).—Baixas do Sorraia:<br />

Alcochete (P. Coutinho). — Baixo Alemtelo littoral: Barreiro (B. da<br />

Cunha); Alfeite (Daveau); Trafaria (Welw.). — Algarve: Faro (A. Guimarães,<br />

J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />

Area geogr. •— Costas marítimas do Atlântico e do Mediterrâneo.<br />

Tribu IX. Festuceae<br />

Inflorescencia em panicula ou racimos (similhando espigas em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> serem muito curtos os pedúnculos); espiguetas 2-oo-flóreas, raras<br />

vezes 1-floreas, em geral Ç ; glumas em geral mais curtas que as glumellas<br />

mais próximas; glumellas muticas ou praganosas com pragana em<br />

geral terminal, raras vezes dorsal e raríssimas vezes geniculada; glumella<br />

superior 2-carenada; embryão em geral pequeno; grânulos amylaceos<br />

quasi sepre compostos.<br />

Pertencem a este grupo as melhores hervas praienses das zonas temperadas,<br />

assim como as espécies dominantes das altas montanhas.<br />

7 XX


i<br />

2<br />

3<br />

4<br />

98<br />

I Raehilla ou glumella inferior com pellos longos Subtribu Arundineae.<br />

(Raehilla ou glumella sem pellos ou com pellos curtos 2<br />

IPedicello articulado; glumella inferior 2-3-<strong>de</strong>nteada Subtribu Triodieae.<br />

(Pedicello não articulado 3<br />

(Glumella inferior 3-nervea; fiores todas férteis .... Subtribu Eragrosteae.<br />

( Glumella inferior 5 - co - nervea · 4<br />

[Algumas espiguetas ou sò algumas flores estereis 5<br />

(Flores todas férteis 6<br />

Flores superiores <strong>de</strong> cada espigueta estereis e glumellas enroladas uma na outra,<br />

o Subtribu Meliceae.<br />

Espiguetas estereis com espiguetas férteis )<br />

ISubtribu Festuceae.<br />

(Espiguetas com 2-13 flores (ou mais em algumas Fesluca). \<br />

6<br />

(Espiguetas com mais <strong>de</strong> 15 flores Subtribu Brachypodieae.<br />

Subtribu Arundineae<br />

Glumellas inferiores cobertas <strong>de</strong> pellos finos e compridos; raehilla nua.<br />

Arundo L.<br />

Glumellas inferiores nuas; raehilla com pellos longos . Phragmites Triri.<br />

ARÏJ1VDO 1<br />

L. — Panicula gran<strong>de</strong> composta <strong>de</strong> espiguetas pedicelladas<br />

com 2-7 flores hermaphroditas; glumas quasi eguaes e quasi do compri­<br />

mento das flores; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior com longos pellos finos<br />

brancos, a superior 2-carenada, ciliada e egualando meta<strong>de</strong> da inferior;<br />

ovário glabro, estâmes 3, estyletes 2, estigmas 2 plumosos.<br />

Arando Donax L. Sp. pi. ed. I, p. 81; Brot. p. 104; Willk. et<br />

Lange, p. 49; Hackel, p. 12; Colmeiro, p. 277.<br />

Exsic — Welw. n.° 1302; Soc. Brot. n.° 604.<br />

Planta rhizomatosa ; caule <strong>de</strong> 2-5 metros; folhas largas, glaucas lan-<br />

ceoladas acuminadas auriculadas na base; ligula muito curta ciliada tron-<br />

cada. Panicula ampla amarellada ou violácea muito ramosa compacta;<br />

1<br />

Nome dado por vários auctores latinos á canna.


99<br />

espiguetas <strong>de</strong> 12 mill.; glumas um pauco distantes uma da outra, quasi<br />

eguaes levemente carenadas lanceolado­acuminadus glabras ; glumellas<br />

membranosas hyalinas, a inferior egualando quasi as glumas 3­fida e coberta<br />

<strong>de</strong> pellos brancos tão longos como ella, 3­5­nervea, a superior<br />

egualando quasi meta<strong>de</strong> d'esta, 2­carenada e curtamente ciliada.<br />

Expontânea e cultivada era quasi todo o paiz. — Fl. agosto e setembro.<br />

Hab. <strong>de</strong> preferencia os logares húmidos, margens dos rios, etc.<br />

Nome vulg. —• Canna.<br />

Area geogr. — Europa austral, Africa e Asia mediterrânea.<br />

PHRAGMITES 1<br />

Trinius. — Panicula gran<strong>de</strong> ramosa composta <strong>de</strong><br />

espiguetas pedicelladas com 3­7 flores distantes umas das outras, a inferior<br />

masculina e as outras hermaphroditas; rachis com pellos longos brancos,<br />

excepto por baixo da flor masculina; glumas <strong>de</strong>seguaes e menores que<br />

as flores; glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais comprida que as glumas,<br />

a superior muito mais curta 2­carenada hyalina; ovário glabro, estâmes<br />

3; estyletes 2 livres, estigmas plumosos.<br />

Phragmites communis Trinius Fund. p. 154; Arundo Phragmites<br />

L. Sp. pi. ed. I, p. 81; Brot. p. 105; Willk. et Lange, p. 50; Hackel,<br />

p. 12; Colmeiro, p. 278.<br />

Exsic.— Welw. n.° 1303,<br />

Planta rhizomatosa; colmo direito <strong>de</strong> 1­4 metros; folhas planas linearlanceoladas<br />

acuminadas glaucas, ásperas nas margens; ligula formada <strong>de</strong><br />

pellos. Panicula violácea ou amarellada formada <strong>de</strong> ramos subverticillados<br />

pelludos perto da inserção e ásperos; espiguetas pedicelladas <strong>de</strong> 10­12<br />

mill. ; glumas inteiras agudas 3­5­nerveas, a inferior egualando apenas<br />

meta<strong>de</strong> da superior; glumella inferior mais comprida que as glumas, longamente<br />

acuminada­subulada 3­nervea, a superior 3­4 vezes mais curta<br />

estreita bi<strong>de</strong>nteada.<br />

b. flavescens Cust. in Gaud. helv. VI, p. 341. — Espiguetas amarelladas<br />

plurifloreas.<br />

Frequente nos terrenos húmidos, margens dos rios e das valias.<br />

Nome vidg. — Caniço d'agua.<br />

Alemdouro lilloral: Caminha (B. da Cunha). — Beira lilloral: campos<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Penedo da Sauda<strong>de</strong> (6), Buarcos (Moller, Ε. Schmitz); Fi­<br />

De φραγμίτης, <strong>de</strong> φράγμα, sebe, por ser empregada para formar sebes vivas.<br />

» a i B i i o r e c A -* Jl


100<br />

gueira da Foz, na Salmanha (G. <strong>de</strong> Carvalho). — Beira meridional: Villa<br />

Velha do Ródão (R. da Cunha). — Centro littoral: Sacavém (Welw.);<br />

Alcobaça, Gollegã (R. da Cunha); entre Santarém e Villa Nova da Rainha<br />

(Welw.); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, nas areias, entre o Estoril e Cae­Agua<br />

(P. Coutinho).—Baixo Alemlejo littoral: serra d'Arrabida, na encosta maritima;<br />

Pinheiro, nos arrozaes (Daveau); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

Subtribu Triodieae<br />

TRIODIA Brown. — Panicula em geral nào contrahida; glumellas coriaceas<br />

arredondadas na parte dorsal, pelludas na base e nas margens.<br />

Triodia <strong>de</strong>cumbens (L.) P. Beauv. Agr. p. 76 ; Festuca <strong>de</strong>cumbens<br />

L. Sp. pi. ed. I, p. 7S ; Poa <strong>de</strong>cumbens Scop.; Brot. p. 102; Willk. et<br />

Lange, p. 89; Hackel, p. 21; Colmeiro, p. 360.<br />

Colmo <strong>de</strong> 2­5 <strong>de</strong>c. <strong>de</strong>cumbenle na base; folhas lineares acuminadas<br />

levemente villosas, um pouco duras e ásperas na margem, planas e por<br />

fim enroladas nas margens, ligula formada por pellos. Panicula em geral<br />

contrahida quasi espiciforme mais ou menos simples; espiguetas 5­15 longamente<br />

pedicelladas ver<strong>de</strong>s levemente violáceas, 3­5­íloreas, flores com<br />

pedicello articulado, sendo a parte superior mais grossa; glumas quasi<br />

eguaes ás flores em comprimento 3­nerveas escariosas ásperas na nervura<br />

dorsal lanceoladas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior oval <strong>de</strong> margens escariosas<br />

ciliada na meta<strong>de</strong> inferior com dois pincéis <strong>de</strong> pellos na base e<br />

terminadas por très <strong>de</strong>ntes quasi eguaes, a superior menor levemente<br />

ciliada nas nervuras e levemente chanfrada; caryopse <strong>de</strong> cor escura, oval.<br />

a. breviglumis Hackel in Oest. bot. Zeit. 1877, p. 123. — Glumas<br />

egualando as flores ou mais curtas.<br />

ß. longiglumis Hackel, 1. c. — Glumas mais compridas que as<br />

flores.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e em terras incultas mais ou menos relvosos.<br />

Exsic —Welw. n. cs<br />

1186 e 1187; Fl. lusit. exs. n.° 1109; Soe. Brot.<br />

n.° 744.<br />

Alemdouro lillloral: (*.) Penedo, perto do Gerez (T. Henriques); Povoa<br />

<strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio) ; serra do Soajo, Penso, nas margens do Minho,<br />

Valença, Velinha, Monte­Dôr, Barcellos (R. da Cunha); (3.) serra do Gerez<br />

(Moller); Monsão (R. da Cunha). — Beira littoral: (α.) Villa Nova <strong>de</strong> Gaya


101<br />

(G. Sampaio); entre Oliveira <strong>de</strong> Bairro e Aveiro, visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller e M. Ferreira); (3.) serra da Louzã (Moller); Ourentam (A. <strong>de</strong><br />

Carvalho); Ponte da Mucella (M. Ferreira). — Beira central: serra da Lapa<br />

(M. Ferreira); serra do Caramullo (Moller). — Centro littoral : (α. β.) Torres<br />

Novas (Β. da Cunha); entre Lourinhã e Torres Vedras ; visinhanças <strong>de</strong><br />

Lisboa, Bellas (Welw., Daveau, O. David); (3.) Caldas da Rainha (Daveau).—<br />

Baixo Alemtejo littoral: Calhariz (Welw., Daveau); (a.) Arrábida,<br />

Aguas do Mouro, nos logares pantanosos (Welw.); S. Thiago <strong>de</strong><br />

Cacem, Sines (Daveau); entre Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes e O<strong>de</strong>seixe, nos<br />

matagaes húmidos e nos montados d'azinheiras (Welw.) ; Setúbal (A. Luisier).—<br />

Algarve: («.) no alto da serra da Picota e <strong>de</strong> Foia (Welw.).<br />

Área geogr. — Europa media e mediterrânea.<br />

OBS. — A varieda<strong>de</strong> dominante é a breviglumis e apenas se encontram<br />

raros exemplares intermédios ás duas varieda<strong>de</strong>s.<br />

Subtribu Eragrosteae<br />

Espiguetas com 2­3 flores sendo a ultima estéril Molinia Schrank.<br />

Espiguetas com 6­25 flores muticas Eragrostis P. Beauv.<br />

MOLDíIA 1<br />

Schrank. — Panicula ramosa, contrahida <strong>de</strong>pois da anthese<br />

; espiguetas pedicelladas 2­5­floreas, sendo a superior em geral<br />

estéril; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores membranosas lanceoladas<br />

agudas carenadas e ásperas na carena 1­nerveas; glumellas um<br />

pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior concavo­cylindrica lanceolada acuminada mutica<br />

ou levemente mucronada 3­5­nervea glabra, a superior 2­carenada<br />

emarginada; glumellulas 2 bilobadas cunéiformes; estigmas plumosos salientes<br />

pelos lados da flor; caryopse livre, oblongo­cylindrico sulcado na<br />

face interna.<br />

Molinia coernlea (L.) Mnch. Meth; p. 183; Aira coerulea L. Mautina<br />

II, p. 235; Rrot. p. 94; Willk. et Lange, p. 88; Hackel, p. 12;<br />

Colmeiro, p. 360.<br />

Exsic —Welw. n.° 1003; Fl. lusit. exs. n.° 1409; Soe. Brot. n.°<br />

1714.<br />

1<br />

Dedicada ao jesuíta J. I. Molina, auctor d'uma obra sobre a historia natural do<br />

Chili.<br />

»I8UOTEC<br />

'* Λ 'Γΐτυ.ΓΙ e«>


102<br />

Planta cespitosa; rhizoma com raizes grossas; colmo <strong>de</strong> 3­12 <strong>de</strong>c. direito<br />

nú em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior, com dois a 1res nós perto<br />

da base; folhas duras planas lineares acuminadas ásperas nas margens e<br />

com alguns pellos longos na parte inferior; bainhas lisas; ligula formada<br />

<strong>de</strong> pellos curtos. Panicula violácea ou esverdinhada muito comprida direita<br />

por vezes interrompida na parte inferior; ramos arrastados uns dos outros<br />

durante a anthese e <strong>de</strong>pois contrahidos, dando o aspecto espiciforme, solitários<br />

ou aos pares divididos quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base, finos ásperos ílexuosos ;<br />

espiguetas com pedicello longo, ovaes ou oblongas 2­5­floreas, flores caducas.<br />

Glumas e glumellas indicadas na <strong>de</strong>scripçào do género.<br />

Hab. nos terreno^ húmidos relvosos tanto das montanhas como da região<br />

inferior.<br />

Alemdoiiro littoral: Gerez (D. M. Henriques); serra da Cabreira, entre<br />

Ruivães e Espindo (G. Sampaio); Valença (R. da Cunha); Vallongo, S.<br />

Pedro da Cova (E. Schmitz). — Beira trasmontana : Villar Formoso (R. da<br />

Cunha). — Beira central: Bussaco (M. Ferreira).—Beira littoral : Pampilhosa<br />

(M. Ferreira); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>; Fôja, pinhal do Urso (Moller).—<br />

Centro littoral: Caldas da Rainha, Alfeizeirão, Óbidos, nas margens<br />

da lagoa (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo littoral: Fernão Ferro, perto<br />

do Seixal, Pinheiro, perto <strong>de</strong> Alcácer nos arrozaes, Alfeite, nos sítios pantanosos<br />

(Daveau).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

ERAGROSTIS 1<br />

Host. — Panicula ramosa; espiguetas pedunculadas<br />

lineares <strong>de</strong> 4­25 flores imbricadas muticas; glumas quasi eguaes; glumella<br />

inferior mutica ou praganosa, a superior não caduca; estigmas terminaes;<br />

caryopse ovói<strong>de</strong> ou globoso. Espécies annuaes.<br />

i<br />

[Ramos da panicula solitários ou aos pares curtos 2<br />

(Ramos da panicula subverticillados pelo menos na base E. pilosa P. R.<br />

[Espiguetas longas e estreitas E. poaeoi<strong>de</strong>s P. B.<br />

2 (Espiguetas gran<strong>de</strong>s E. multiflora (Forsk.) Aschers.<br />

Eragrostis pilosa P. Beauv. Agr. p. 71; Poa pilosa L. Sp. pi. ed. I,<br />

p. 68; Poa verticillata Cav. Icon. I, p. 63, tab. 93; Brot. p. 103; Willk.<br />

et Lange, p. 83; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 347.<br />

1<br />

De ερω?, amor, e αγρός, campo; allusão á forma elegante d'estas plantas.


103<br />

Exsic —Welw. n.° 1227; Soe. Brot. n.° 1088; Fl. lusit. exs. n.° 1620.<br />

Cespitosa; colmos <strong>de</strong> 1­6 <strong>de</strong>c. nús na parle superior; raizes fibrosas;<br />

folhas lineares acuminadas estreitas sem tubérculos nas margens, ásperas<br />

nas margens e na face superior, lisas na face inferior; ligula formada <strong>de</strong><br />

pellos curtos com pellos longos nas extremida<strong>de</strong>s. Panicula oblonga <strong>de</strong> côr<br />

violácea <strong>de</strong> ramos direitos antes da anthese e <strong>de</strong>pois patentes, os inferiores<br />

pelo menos subverticillados capillares flexuosos, levemente ásperos e com<br />

alguns pellos longos na base; espiguetas lineares com 4 e δ flores não<br />

muito approximadas entre si; glumas lanceoladas uninerveas muito <strong>de</strong>seguaes,<br />

a inferior egual a meta<strong>de</strong> da superior; glumellas quasi eguaes, a<br />

inferior 3­nervea oval subaguda, a superior <strong>de</strong>nticulada na extremida<strong>de</strong>;<br />

caryopse oblongo.<br />

Hab. nos terrenos arenosos.<br />

Alemdouro tilíorol: Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, Ponte da Barca, Ponte <strong>de</strong> Lima<br />

(G. Sampaio); Braga (S. da Silva); S. Pedro da Cova (E. Schmitz).—<br />

Beira central: visinhanças <strong>de</strong> Vizeu (M. Ferreira); S. Pedro do Sul (Moller)..—<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller); Montemor (A. Carvalho).<br />

— Beira meridional: Castello Branco, Malpica, Abrantes, Praia, Belver<br />

(B. da Cunha); Pampilhosa da Serra (J. Henriques); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann).—<br />

Centro littoral: Valle <strong>de</strong> Figueira, Santarém (R. da Cunha).<br />

— Baixas do Sorraia: Coruche, Samora (Daveau).<br />

Area geogr.—Europa meridional, Bélgica, Allemanha austral, Itália,<br />

Hungria e Grécia.<br />

Eragrostis poaeoi<strong>de</strong>s P. Beauv. Agr. p. 71; Poa Eragrostis L. Sp.<br />

pl. I, p. 68; Willk. et Lange, p. 83; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 346.<br />

Exsic —Soc. Brot. p. 1470.<br />

Cespitosa; raiz fibrosa; colmos <strong>de</strong> 5­40 cent, mais ou menos geniculados<br />

na base e afastados uns dos outros; folhas planas acuminadas com<br />

numerosos e pequenos tubérculos nas margens, bainha com longos pellos<br />

finos, ligula formada por pellos curtos. Panicula oblonga, ramos alternos<br />

finos ramosos, ramúsculos capillares mais curtos que as espiguetas, ásperos;<br />

espiguetas lineares <strong>de</strong> 8­20 flores não muito juntas; glumas um pouco<br />

<strong>de</strong>seguaes uninerveas lanceoladas; glumella inferior obtusa 3­nervea e com<br />

pequenas asperezas perto da extremida<strong>de</strong>, a superior pouco menor ciliada<br />

nas carénas ; caryopse quasi espherico.<br />

Hab. nos terrenos arenosos cultivados.<br />

Alemdouro littoral: Porto, no Areinho (G. Sampaio).— Centro littoral:<br />

Santarém (B. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Almeirim (R. da Cunha).<br />

— Algarve: Fuzeta (J. Bran<strong>de</strong>iro); Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio,<br />

nas hortas (A. Guimarães).<br />

Area geogr.—Europa media e mediterrânea.


104<br />

Eragrostis multiflora (Forsk.) Aschs. Cat. serb. p. 10; Briza Eragrostis<br />

L. Sp. pi. ed. I, p. 70; E. megastachia Link. Herb. ber. I, p.<br />

187; Poa Eragrostis S. Sm. Prod. I, p. 54; Brot. p. 103; Willk. et<br />

Lange, p. 73; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 345. 1<br />

Exsic —Welw. n.° 1238; Fl. lusit. exs. n.° 226; Soc. Brot. p. 34.<br />

Espécie semelhante à anterior differindo por ter as bainhas glabras,<br />

a panicula oval, as espiguetas lineares oblongas largas na base perto <strong>de</strong><br />

3 mill, muito mais compridas que os pedicellos, dispostas em feixes e<br />

tendo 4-40 flores <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> e violeta, a glumella inferior em geral<br />

levemente miicronada.<br />

Hab. nas terras arenosas cultivadas e incultas.<br />

Alemdouro Irasmonlano: Bragança (P. Coutinho); Moledo (D. S. Silva);<br />

Chaves (Moller). — Alemdouro littoral: Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio);<br />

S. Pedro da Cova (E. Schmitz); Porto (V. Nogueira). — Beira littoral:<br />

Ajuda (G. Sampaio); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Montemor (M.<br />

Ferreira); Buarcos (A. Carvalho); Soure (Moller). — Beira meridional:<br />

Castello Branco, Malpica, Abrantes (R. da Cunha).— Centro littoral : Thomar,<br />

nas margens do Nabão, Barquinha, Villa Franca, lezíria d'Azambuja,<br />

Santarém, Algés (R. da Cunha; Loures, Povoa, Lumiar (Welw.). — Baixas<br />

do Sorraia: Coruche 1<br />

(Daveau). — Baixo Alentejo liltural: Alfeite,<br />

nos campos, Almelão, na Arrábida (Daveau); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio).—<br />

Allo Alemlejo: Elvas (J. Senna). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro (A. Guimarães).<br />

Area geogr. — Europa meridional.<br />

AVELIINIA 1<br />

Pari. — Espiguetas sub-4-fIoreas, sendo as flores distantes<br />

umas das outras e a ultima imperfeita ; glumas 2 membranaceas<br />

muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior menor muito estreita lanceolado-subulada, a<br />

superior 3-nervea oval oblonga mucronada ; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

lanceolado-linear, dividida no vértice em duas lacinias agudas setosas<br />

com pragana curta entre as lacinias, a superior hyalina terminada em duas<br />

lacinias agudas e ciliolada nas carenas; glumellulas 2 ovaes obtusas meta<strong>de</strong><br />

mais curtas que o ovário; ovário elliptico glabro; estigmas subsesseis<br />

plumosos; caryopse linear muito estreito.<br />

Avellinia Michelii (Savi) Pari. PI. nov. p. 59; Bromus Michelli Savi<br />

Bot. etr. I, p. 78; Vulpia Michelli Rchb. Fl. exs. p. 140; Willk. et Lange,<br />

p. 32; Hackel, p. 20; Colmeiro, p. 369.<br />

1<br />

Dedicada a 6. Avellino, um dos auctores da flora medica <strong>de</strong> Nápoles.


105<br />

Colmos <strong>de</strong> 1-3' <strong>de</strong>c. direitos; folhas planas linear-acuminadas puberulas,<br />

assim como a bainha, ligula curta troncada laciniada. Panicula espiciforme<br />

envolvida na hase pela folha superior.<br />

Hab. nos terrenos arenosos próximos do mar.<br />

Centro littoral: serra <strong>de</strong>-Cintra (Hackel). — Baixo Alemtejo littoral:<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.) ; Formosinho, na Arrábida (A. Luisier).<br />

— Algarve: Portimão (Hackel).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal, Argelia.<br />

KOELERïA 1<br />

Pers.—Panicula ramosa espiciforme; espiguetas comprimidas<br />

lateralmente com 2-8 flores hermaphroditas e ordinariamente<br />

uma muito incompleta, a inferior rente, as outras levemente pedicelladas;<br />

glumas quasi eguaes egualando as flores ou pouco menores, a inferior uninervea,<br />

a superior 3-nervea; glumella inferior inteira 3-nervea e mutica<br />

ou 2-<strong>de</strong>nteada tendo entre os <strong>de</strong>ntes uma pragana direita não torcida e<br />

mais curta que a glumella, a superior 2-carenada, 2-<strong>de</strong>nteada ou 2-fida;<br />

ovário glabro; estyletes 2 muito curtos; estigmas plumosos salientes dos<br />

lados da flor ; cariopse oblongo glabro não sulcado.<br />

Sect. I. Airochloa<br />

Espécies vivazes. Glumella inferior inteira mutica.<br />

lioeleria caudata (Link.) Steud. Syn. gl. I, p. 293 ; Airochloa caudata<br />

Link, in Linn. XVII, p. 405; Koeleria crassipes Lange Pug. p. 43;<br />

Willk. et Lange, p. 76; Hackel, p. 21; Colmeiro, p. 333.<br />

Cespitosa ; rhizoma tuberiforme formado pela aglomeração <strong>de</strong> muitas<br />

folhas velhas, colmo <strong>de</strong> 2-6 <strong>de</strong>c. fino; folhas radicaes muito curtas estreitas<br />

glaucas duras obtusas com longos pellos na base ; ligula curta troncada.<br />

Panicula espiciforme cylindrica <strong>de</strong>nsa quasi continua <strong>de</strong> 4-9 cent.;<br />

espiguetas quasi rentes com 2-3 flores e uma flor terminal muito imcompleta<br />

; glumas muito <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores, a inferior estreita<br />

uninervea, a superior largamente lanceolada-3-nervea levemente áspera na<br />

parte superior da nervura media ; glumellas quasi eguaes, a inferior memhranacea<br />

pubescente, a superior hyalina.<br />

Hab. nos logares áridos tanto nas montanhas como da região inferior.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, na serra <strong>de</strong> Rebordâos (Moller, J.<br />

1<br />

Dedicada ao prof. G. L. Koeler, auetor da Deseriptio graminum Gall, et Germ.


106<br />

Mariz); nò Cabeço <strong>de</strong> S. Bartholomen, margens do Sabor (M. Ferreira).<br />

— Alemdouro littoral: praia <strong>de</strong> Mattosinhos (R. da Cunha).—Beira central:<br />

serra da Estrella, no Arieiro (Moller); em Manteigas (Daveau).<br />

Area geogr.—Região mediterrânea austral.<br />

Sect. II. Lophochloa<br />

Espécies annuaes. Glumella inferior 2-<strong>de</strong>ntada e com pragana.<br />

Koeleria pnleoï<strong>de</strong>s Pers. Syn. I, p. 97; Festuca cristata L. Sp.<br />

pi. ed. I, p. 76; Dactylis cylindracea Brot. p. 99; Bromus cylindraceus<br />

Brot. Phyt. II, p. 54; Willh. et Lange, p. 74; Hackel, p. 21; Colmeiro,<br />

p. 330.<br />

Exsic. — Welw. n. os<br />

1214 e 1217; Soe. Brot. n.° 304; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 22.<br />

Cespitosa; colmos <strong>de</strong> 1-5 <strong>de</strong>c. geniculados na base; folhas planas molles<br />

linear-acuminadas pelludas, bainhas pelludas pelo menos nas margens,<br />

ligula curta laciniada. Panicula espiciforme, ver<strong>de</strong> e branca quasi cylindrica,<br />

em algumas plantas lobada, ramos curtos ásperos; espiguetas pequenas<br />

com 3-8 dores hermaphroditas, a inferior rente, as outras curtamente<br />

pedicelladas e mais ou menos distantes; eixo da espigueta com uma<br />

linha <strong>de</strong> pellos na direcção <strong>de</strong> cada flor; glumas mais curtas que as flores<br />

<strong>de</strong>seguaes lanceolado-agudas glabras ou pubescentes 3-nerveas e extensamente<br />

escariosas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior pelluda na flor inferior<br />

e glabra nas outras ordinariamente, chanfrada e com pragana muito curta<br />

ao meio da chanfradura, a superior muito estreita e profundamente 2-fida.<br />

Frequente tanto nas terrenos cultivados como nos incultos.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (M.Ferreira). — Alemdouro littoral:<br />

Villa Nova da Cerveira, Valença (R. da Cunha); Porto (V. Nogueira).—<br />

Beira littoral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya (E. Schmitz); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller, A. Carvalho, J. Mariz, B. e Cunha); Lavos (M. Ferreira).—<br />

Beira meridional: Covilhã (R. da Cunha).— Centro littoral: Otta (Welw.);<br />

Torres Novas, Porto <strong>de</strong> Moz (R. da Cunha) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar,<br />

Cascaes, Campo Gran<strong>de</strong> \Welw., P. Coutinho, Daveau); serra <strong>de</strong><br />

Monsanto (Moller). — Baixas da Guadiana: Beja (R. da Cunha); Cazevel<br />

(Moller). — Allo Alemtejo: Portalegre, Villa Fernando (R. Larcher, Moller);<br />

Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral: Salinas da Moita<br />

(Daveau); Alcácer do Sal (Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Algarve: Lavos,<br />

Beliqueme (Moller); Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, Faro, Tavira (Welw., Daveau).<br />

Area geogr.—Região mediterrânea.


107<br />

SPIIENOPUS 1<br />

Trin. — Panicula pequena trichotoma, espiguetas muito<br />

pequenas comprimidas lateralmente com 2­6 ílores; glumas muito mais<br />

curtas que as ílores muito <strong>de</strong>seguaes ovaes obtusas 1­3­iierveas, glumellas<br />

um tanto <strong>de</strong>seguaes, a inferiar oval­oblonga obtusa carenada mutica 3­nervea,<br />

a superior 2­carenada 2­lobada ru<strong>de</strong> nas carenas; glumcllulas 2­lobadas;<br />

ovário glabro, estyletes 2 muito curtos, estigmas plumosos; caryopse<br />

livre pequeno linear oblongo convexo na parte dorsal e concavo na face<br />

inferior.<br />

Sphenopns Gouani Trin. Fund. p. 13δ ; S. divaricatus Rchb. il. us.<br />

p. 4­5; Willk. et Lange, p. 86; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 354.<br />

Exsic. —Welw. n.° 1031; FI. lusit. exs. n.° 422; Soc. Brot. n.° 35.<br />

Colmo <strong>de</strong> 2­25 cent, geniculado­ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>lgado; raiz fibrosa; folhas<br />

lineares obtusas um pouco enroladas, ligula comprida lanceolada.<br />

Panicula <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> arnarellada ou violácea direita a principio contrahida<br />

e <strong>de</strong>pois aberta repetidas vezes trichotoma, ramos muito <strong>de</strong>lgados e<br />

um pouco grossos junto das ramifiações, pedicellos um pouco mais compridos<br />

que as espiguetas e regularmente dilatados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base até á inserção<br />

das espiguetas, muito pequenas com 2­6 Ílores muito pequenas.<br />

Hab. nos terrenos arenosos mais ou menos húmidos e salgados.<br />

Baixo Alemtejo littoral: salinas da Lavradia, Ancora, Villa Nova <strong>de</strong><br />

Milfontes (Welw.); salinas da Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Algarve: Faro, Olhão, Tavira (Welw., Daveau); Castro Marim (Moller).<br />

^Area geogr. — Begião mediterrânea.<br />

Subtribu Melioeae<br />

MELICA 2<br />

L.—· Panicula ramosa ou racimo; espiguetas pedicelladas<br />

comprimidas lateralmente com 3­5 flores, uma ou duas inferiores hermaphrodites,<br />

as superiores rudimentares estereis, sendo maior a inferior que<br />

envolve as outras muito reduzidas; glumas <strong>de</strong>seguaes muticas concavas<br />

5­7­nerveas; glumellas mais ou menos <strong>de</strong>seguaes, a inferior cartilaginea,<br />

mutica, 7­15­nervea, a superior 2­carenada 2­<strong>de</strong>ntada; caryopse elliptico<br />

quasi plano na face interna, na qual ha um sulco longitudinal. Espécies<br />

perennaes.<br />

1<br />

De σφήν, margem, e πούς, pé, pelos pedicellos das espiguetas serem dilatados na<br />

parte superior.<br />

2<br />

Nome dado por Cesalpinio a uma espécie <strong>de</strong> Andropogon; talvez <strong>de</strong> Meiga, nome<br />

lombardo do A. Sorghum.


1<br />

2<br />

3<br />

108<br />

(Glumella inferior ciliada M. ciliata L.<br />

I Glumella inferior glabra 2<br />

(Uma única flor fértil M. uniüora Retz.<br />

(Duas flores férteis 3<br />

(Folhas planas; espiguetas gran<strong>de</strong>s M. major Sibth.<br />

(Folhas enroladas; espiguetas estreitas M. minuta L.<br />

Melica ciliata L. Sp. pl. ed. T, p. 66.<br />

subesp. Magnolii Gren. et Godr. Fl. fr. III, p. 350; M. ciliata<br />

Vill. Pl. dauph. II, p. 89; Brot. p. 94; Willk. et Lange,<br />

p. 85; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 352.<br />

Exsic — Welw. n.° 1189; Soc. Brot. n.° 306; Fl. lusit. exs. n.° 25.<br />

Colmos <strong>de</strong> 4-10 cent, agrupados ou solitários; folhas planas por fim<br />

enroladas nas margens lineares acuminadas glabras, ligula oblonga e mais<br />

ou menos lacinada. Panicula allongada lobada quasi branca por vezes interrompida<br />

na base compacta na parte superior formada <strong>de</strong> ramos agrupados<br />

nos nós e algumas vezes um pouco afastados do eixo ; glumas quasi<br />

brancas ovaes-acuminadas, a inferior 5-nervea mais curta que a superior,<br />

sendo esta 7-nervea e mais comprida que as flores ; glumella inferior da flor<br />

inferior lanceolada-aguda longa e abundantemente ciliada nas margens com<br />

as nervuras salientes e sobre ellas pontuada-escabra ; glumellas das flores<br />

neutras lisas ; caryopsé muito liso.<br />

Hab. nas encostas áridas, nos muros.<br />

Beira trasmonlana: Castello Bom (R. da Cunha). — Beira central:<br />

Guarda (M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira littoral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (C. Freire, B. e Cunha, Moller); Figueira da Foz<br />

(F. Loureiro); Buarcos (E. Schmitz). — Centro Ull07*al: Óbidos (Daveau);<br />

Caldas da Rainha, Villa Franca (R. da Cunha); Lisboa, na Tapada d'Ajuda,<br />

Belém (Welw.); serra <strong>de</strong> Monsanto (Daveau); Cascaes (P. Coutinho).<br />

— Allo Alemtejo: Morvão, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (B. e Cunha). — Baixas do<br />

Guadiana: Beja, na Senhora das Neves (R. da Cunha).<br />

Area geogr. — Europa meridional.<br />

Melica major L. Sm. Prod. il. gr. I, p. 51; M. nutans Savi Fl. pis.<br />

p. 92; Brot. I, p. 94; Willk. et Lange, p. 84; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />

p. 350.<br />

Exsic. — Fl. lusit. exs. n.° 26; Soc. Brot. n.° 880.


109<br />

Colmo <strong>de</strong> 4-10 <strong>de</strong>c. ; folhas planas ou canaliculadas lineares acuminadas<br />

hainhas ásperas, ligula troncada curta com duas pontas mais salientes<br />

lateralmente. Panicula <strong>de</strong> 6-25 cent, ramosa unilateral multiflorea <strong>de</strong> ramos<br />

muito abertos durante a anthese, ramos ásperos aos pares ou por très<br />

nos nós inferiores; espiguetas curtamente pedicelladas, glumas <strong>de</strong>seguaes<br />

escariosas na parte superior, a superior <strong>de</strong> comprimento egual ou um pouco<br />

menor que as flores; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior da flor inferior ovaloblonga<br />

escariosa na parte superior levemente pontuada-escabra com nervuras<br />

muito salientes, a superior levemente chanfrada ciliada na parte<br />

superior das Carenas.<br />

Hab nas mattas, sebes e em logares mais ou menos sombrios.<br />

Alemdouro trasmontano: Assureira, prox. <strong>de</strong> Moncorvo (J. Mariz).—<br />

Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (G. Sampaio). — Beira<br />

central: Bussaco (F. Loureiro). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(A. Carvalho, Moller); Buarcos (E. Schmitz). — Centro littoral: Porto <strong>de</strong><br />

Moz, Villa Franca, Torres Novas, Azambuja (B. da Cunha). — Baixas do<br />

Guadiana: Aljustrel (Daveau).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.<br />

Melica minuta L. Mont. I, p. 32; Melica nutans Brot, pro parte;<br />

Willk. et Lange, p. 84; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 351.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1188 e 1190; Fl. lusit.'exs. n.° 618.<br />

Colmos <strong>de</strong> 1-4 <strong>de</strong>c. ramosos na parte inferior muito finos; folhas muito<br />

estreitas enroladas-setaceas acuminadas, asperas na face inferior* ligula longa<br />

e lacerada. Panicula ramosa pyramidal unilateral com poucas flores, ramos<br />

finos lisos pelludos na parte superior aos pares nos nós inferiores patentes<br />

durante a anthese; espiguetas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> violácea e amarellada com pedicello<br />

curvo na extremida<strong>de</strong>; glumas <strong>de</strong>seguaes ovaes-lanceoladas escariosas<br />

na parte superior com pequeníssimas pontuações 5-7-nerveas; glumellas<br />

<strong>de</strong>seguaes e semelhantes ás da espécie anterior.<br />

Hab. nos matagaes arenosos e áridos.<br />

Centro littoral: Otta, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar, Tapada d Ajuda<br />

(Welw.). — Baixo Alemlejo littoral: Cezimbra, nos outeiros calcareos (Daveau);<br />

Arrábida, nos logares mais altos (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Algarve: no alto do Monte Figo (Welw.); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão, Loulé<br />

(Moller); Silves, nas charnecas (Daveau).<br />

Area geogr.—Begiâo mediterrânea.<br />

Melica uniflora Beiz. Obs. I, p. 10; W'illk. et Lange, p. 85; Colmeiro,<br />

p. 352.<br />

Colmos <strong>de</strong> 3-8 <strong>de</strong>c. um pouco arqueados na base <strong>de</strong>lgados ; folhas planas<br />

lineares acuminadas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> clara villosas, bainhas quasi com-


110<br />

pletamente fechadas, com alguns pellos, ligula muito curta e com a parte<br />

da margem quasi opposla ao limbo prolongada numa lamina estreita e aguda.<br />

Panicula <strong>de</strong> côr violácea ou avermelhada ramosa com poucos ramos e com<br />

poucas flores, os inferiores compridos; espiguetas pouco numerosas com<br />

pedicellos direitos finos e ásperos, com uma única flor fértil; glumas um<br />

pouco <strong>de</strong>seguaes ovaes oblongas escariosäs na extremida<strong>de</strong>; glumellas quasi<br />

eguaes, a inferior da flor fértil oval concavo­cuculada na parte superior<br />

glabra 7­nervea e estreitamente escariosa, a superior levemente emarginada<br />

no vértice.<br />

Hab. nos logares sombrios, nas mattas.<br />

Beira central: Faia, prox. da Guarda (M. Ferreira).<br />

Area geogr. — Europa e Oriente.<br />

Subtribu Eufesfruceae<br />

Β RIZA 1<br />

L. — Panicula ramosa em geral; espiguetas pedicelladas suborbiculares,<br />

ovaes ou triangulares, comprimidas lateralmente com 5­15<br />

flores imbricadas e a superior muitas vezes estéril ; glumas mais curtas<br />

que as flores quasi eguaes concavas ovaes suborbiculares muticas 3­9­nerveas;<br />

glumellas membranosas, a inferior concava suborbicular ou oval cordiforme<br />

na base obtusa plurinervea, a superior menor troncada e algumas<br />

vezes levemente emarginada; glumellulas 2 ovaes­lanceoladas glabras ;<br />

ovário glabro, estyletes 2 terminaes curtos, estigmas plumosos salientes<br />

pelos lados da flor; caryopse adhérente á glumella superior oboval ou suborbicular<br />

convexo na parte dorsal e plano ou concavo na parte central,<br />

glabro.<br />

i<br />

2<br />

[Panicula simples; espiguetas gran<strong>de</strong>s<br />

(Panicula ramosa<br />

B. major L.<br />

mBm<br />

(Ramos da panicula pouco divididos; espiguetas cordiformes B. media L.<br />

(Ramos muito ramificados; espiguetas triangulares B. minor L.<br />

Briza maxima L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Brot. p. 101 ; Willk. et Lange,<br />

p. 84; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 349.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1224 e 1225; Soc. Brot. n.° 169; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 24.<br />

1<br />

De βρίθω, oscular; allusão á mobilida<strong>de</strong> das espiguetas.


Ill<br />

Espécie annual. Colmo direito <strong>de</strong> 2­5 cent.; folhas planas lineares<br />

acuminadas .asperas, bainha um pouco dilatada na parte superior; ligula<br />

comprida lanceolada. Panicula simples ordinariamente <strong>de</strong> côr branca ou<br />

avermelhada, ramos aos pares no nó inferior em geral, capillares ásperos<br />

flexuosos tendo quasi sempre uma única espigueta ; espiguetas pouco numerosas<br />

muito gran<strong>de</strong>s ovaes­triangulares com 5­15 flores muito imbricadas;<br />

glumas quasi eguaes concavas purpurinas na meta<strong>de</strong> inferior, glumella<br />

inferior cordiforme oval­suborbicular, a superior oboval e levemente<br />

chanfrada; caryopse suborbicular estreitando na base concavo na face interna.<br />

Frequente nos terrenos tanto cultivados como incultos.<br />

Nome vulg. — Bolle-­bolle maior.<br />

Alemdouro trasmontano: Maçores, prox. <strong>de</strong> Moncorvo (J. Mariz); Bragança<br />

(P. Coutinho); Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Alemdouro littoral:<br />

Caminha, Seixas, Villa Nova <strong>de</strong> Cerveira, Monte­Dôr (B. da Cunha);<br />

serra do Gerez (Moller); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (Couceiro); Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto (J. Henriques) ; Braga (A. Sequeira) ; visinhanças do Porto (V. Nogueira).—<br />

Beira littoral: Feira, entre Oliveira <strong>de</strong> Bairro e Aveiro (M.<br />

Ferreira) ; <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha) ; serra da Louzã, Goes (J. Henriques);<br />

Fôja, pinhal do UJSO, Albergaria (Moller); Ponte da Mucella (M.<br />

Ferreira); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); Buarcos (E. Schmitz).—Beira<br />

central: serra da Estrella, Lobão, Oliveira do Con<strong>de</strong>, serra do Caramullo<br />

(Moller); Bussaco (J. Henriques); Vizeu, Mangual<strong>de</strong> (M. Ferreira).—<br />

Beira meridional: Castello Branco (R. da Cunha); Figueiró dos Vinhos<br />

(V. <strong>de</strong> Freitas); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Centro littoral: visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa (Welw., B. da Cunha); Cascaes (P. Coutinho); Villa Franca<br />

(B. da Cunha); entre Almargem e Odivellas (Daveau); Cintra (S. Silva).<br />

— Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão); Alcochete (P. Coutinho).<br />

— Alto Alemtejo: Portalegre, Évora (Moller); Redondo (P. Simões).—<br />

Baixo Alemtejo littoral: Santa Clara, nas margens <strong>de</strong> Mira '(A. Costa);<br />

Setúbal (A. Luisier).—-­Baixas do Guadiana: Ferreiros, entre Cazevel e<br />

Messegana (Moller) ; Beja, na charneca da Bata (B. da Cunha). — Algarve:<br />

Faro, Olhão, Monchique, no alto <strong>de</strong> Foia (Welw., Moller).<br />

Area geogr. — Europa meridional, Africa austral e Asia ecci<strong>de</strong>ntal.<br />

Briza media L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Willk. et Lange, p. 84; Hackel,<br />

p. 22; Colmeiro, p. 348.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1408.<br />

Perennal. Colmo direito, folhas planas linear­lanceoladas curtas ásperas,<br />

bainha <strong>de</strong> folha superior muito comprida, ligula curta troncada. Panicula<br />

ramosa, ramos compridos finos 2­3­chotomos dispostos aos pares perfeitamente<br />

patentes; espiguetas pequenas com pedicello muito fino áspero mais


112<br />

compridos do que ellas, mais largas que compridas orbiculares­subcordiformes<br />

com 5­9 flores; glumas afastadas horizontalmente quasi eguaes<br />

concavas em forma <strong>de</strong> capús,' escariosas nas margens e mais ou menos<br />

violáceas em parte; glumellas quasi eguaes, a inferior oval­cordiforme<br />

concava comprimida lateralmente pluninervea; caryopse oboval.<br />

var. lulescens Foucault, Jour. bot. Ill, p. 24, fig. 3. — Diffère da<br />

forma typica pela côr clara das espiguetas.<br />

Hab. como a anterior, nos terrenos cultivados e nos incultos arrelvados.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, nos lameiros (P. Coutinho, M. Ferreira);<br />

Rebordãos (J. Mariz). — Beira central: Bussaco (M. Ferreira).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional; Asia mediterrânea.<br />

Briza minor L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Briza media Brot. p. 101;<br />

Willk. et Lange, p. 84; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 367.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

121, 122 e 123; Soc. Brot. n.° 170; Fl. lusit.<br />

exs. n.° 617.<br />

Annual. Diffère da espécie antece<strong>de</strong>nte pela ligula comprida e mais ou<br />

menos aguda; pela panicula muito ramosa e multiílorea; pelas espiguetas<br />

triangulares; pelo caryopse suborbicular.<br />

Frequente como as espécies anteriores.<br />

Nome vulg. — Bolle­bolle menor.<br />

Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa); Régua (W.<br />

Lima); Bragança, nos lameiros (P. Coutinho). — Alemdouro littoral : Gerez<br />

(Moller) ; Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (Couceiro, G. Sampaio); Valladares, Vallença,<br />

Monsão, Caminha, Vianna do Castello, Mido (R. da Cunha) ; Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto (J. Henriques); Porto (V. Nogueira); S. Pedro da Cova (E. Schmitz).<br />

— Beira central: serra da Estrella, em Manteigas, Celorico (R. da Cunha);<br />

Vizeu, Mello, Lobão, Taboa, Carregal do Sal, Olveira do Con<strong>de</strong>, Caramullo<br />

(Moller); Bussaco (F. Loureiro). — Beira littoral: Gafanha, prox. d'Aveiro<br />

(Ε. Mesquita); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Louzã (Moller); Cantanhe<strong>de</strong>, Ponte<br />

da Mucella (M. Ferreira); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); Mira (Th. dos<br />

Reis). — Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Arrenlella (Welw., Daveau,<br />

R. da Cunha).—Alto Alemtejo: Marvão, Portalegre (R. da Cunha);<br />

Évora (Moller); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal<br />

(Welw., A. Luisier); do Cercal a O<strong>de</strong>mira (Daveau). — Baixas do Guadiana:<br />

Cazevel (Moller); Elvas (Senna, R. Larcher). — Algarve: nos matagaes<br />

áridos <strong>de</strong> Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, S. João da Venda, alto da Foia<br />

(Welw.); Faro (A. Guimarães); Monchique (Moller).<br />

Area geogr. — Europa meridional.


113<br />

DACTYLiIS ' L. — Panicula unilateral ramosa; espiguetas em feixes<br />

na extremida<strong>de</strong> dos ramos com pedicellos muito curtos comprimidas lateralmente<br />

com 2­5 flores hermaphrodites ; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas<br />

que as flores 1­5­nerveas lanceoladas mucronadas e ru<strong>de</strong>s na carena;<br />

glumellas quasi eguaes, a inferior lanceolada atenuada ou chanfrada no<br />

vértice carenada praganosa ru<strong>de</strong> na carena ou com pellos rijos e longos<br />

5­nervea, a superior dividida em dois lóbulos agudos, ru<strong>de</strong> ou ciliada<br />

nas carenas; glumellulas carnosas ovaes <strong>de</strong>segualmente bilobadas; ovário<br />

glabro, estyletes 2 curtos, estigmas plumosos salientes aos lados da flor;<br />

caryopse oblongo sulcado na face interna.<br />

Dactylis glomerata L. Sp. pi. ed. I, p. 71; Brot. p. 99; Willk. et<br />

Lange, p. 88; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 358.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1167 a 1171 e 1786; Soe Brot. n.° 171; Fl.<br />

lusit. exs. n. 03<br />

28 e 1138.<br />

Perennal. Colmo <strong>de</strong> 4­15 <strong>de</strong>c. um pouco arqueado na base ou nú parte<br />

superior; folhas planas carenadas linear­acuminadas ru<strong>de</strong>s e glabras, bainhas<br />

levemente comprimidas, as superiores fendidas só em parte, ligula<br />

um pouco longa laciniada. Panicula ramosa mais ou menos violácea unilateral,<br />

ramos inferiores longos ásperos solitários, os superiores curtos,<br />

patentes durante a anthese; espiguetas agglomeradas na extremida<strong>de</strong> dos<br />

ramos curtamente pecioladas ovaes ou oblongas 2­5­floreas; glumella inferior<br />

inteira ou chanfrada, divisões em geral agudas, apiculada.<br />

1<br />

b. hispânica (Both. Cat. bot. I, p. 8); D. cylindracea Brot. p. 99;<br />

D. glomerata, 3. australis Willk. et Lange, p. 88; Hackel,<br />

p. 23; Colmeiro, p. 358. — Diffère da forma typica por ter<br />

a panicula com ramos muito curtos e pelas glumellas, em<br />

geral apiedadas e quando chanfrada, as divisões são obtusas.<br />

c. maritima Hackel, Cat. p. 23. — Colmos curtos (15­30 cent.),<br />

rhizoma por vezes rastejante, folhas glaucas e conduplicadas.<br />

Panicula ovói<strong>de</strong> quasi espiciforme não lobada, glumella inferior<br />

muito levemente mucronada.<br />

d. Juncinella Bss. como espécie. —Folhas muito estreitas glaucas.<br />

Panicula muito pequena ovói<strong>de</strong> não lobada, glumella inferior<br />

com o apieulo bastante mais longo do que nas outras varieda<strong>de</strong>s.<br />

De δάκτυλος, <strong>de</strong>dos; allusão á disposição das espiguetas.<br />

8 XX


114<br />

A forma typica e a hispânica habita tanto nos terrenos cultivados como<br />

nos incultos; a var. maritima vive nas areias da costa maritima; a var.<br />

Juncinella nos logares áridos mais ou menos montanhosos.<br />

b. hispânica.—Alemdouro trasmontano: Caldas <strong>de</strong> Moledo (W. Lima);<br />

Villa Real (D. Monteiro); Bragança (Moller); Moncorvo (J. Mariz); Alfan<strong>de</strong>ga<br />

da Fé (D. M. Ochoa).—Alemdouro littoral: <strong>de</strong> Melgaço a Vianna<br />

do Castello (R. da Cunha) ; Gerez e Suajo (Moller) ; Santo Thyrso (R. Valente)<br />

; Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Vizella (W. Lima); Porto<br />

(V. Nogueira). — Beira trasmontana: Trancoso, Aguiar da Beira (M. Ferreira);<br />

Castello Bom, Villar Formoso, Castello Mendo (R. da Cunha);<br />

Taboaço (C. Lima). — Beira central: Caramullo, Lobão, Vizeu, Gouveia,<br />

Oliveira do Con<strong>de</strong>, Fornos (Moller); serra da Estrella (Daveau). — Beira<br />

littoral: serra da Louzã (J. Henriques); Miranda do Corvo (B. Mello);<br />

visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Sernache (Moller) ; Zombaria (J. Henriques) ;<br />

Ponte da Mucella (M. Ferreira); Figueira da Foz (F. Loureiro); costa<br />

<strong>de</strong> S. Jacintho (E. <strong>de</strong> Mesquita). — Beira meridional: Fundão, Castello<br />

Branco (R. da Cunha); serra da Pampilhosa (J. Henriques).— Centro<br />

littoral: Porto <strong>de</strong> Moz, Alemquer, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Alfeite (Welw.,<br />

Daveau). — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão); Alcochete (P.<br />

Coutinho). — Alto Alemtejo: Portalegre (R. Larcher); Redondo (P. Simões).—<br />

Baixo Alemtejo littoral: entre Barreiro e Lavradio (Moller);<br />

Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha).—<br />

Algarve: Monchique, Portimão (Daveau).<br />

c. maritima.—Alemdouro littoral: Monte­Dôr (R. da Cunha). — Beira<br />

littoral: Buarcos, Cabo Mon<strong>de</strong>go (Moller).— Centro littoral: ilhas Berlengas<br />

(Daveau); Óbidos, Peniche, Cabo da Roca, Ericeira, praia das<br />

Maçãs (Welw.).<br />

d. Juncinella.—Beira meridional: Castello Rranco (R. da Cunha).—<br />

Beira littoral: Sernache (Moller); Soure (Schmitz). — Centro littoral: Obidos<br />

(Welw.); Villa Franca, Alhandra, pinhal d'Azambuja, serra <strong>de</strong> Monsanto<br />

(R. da Cunha); entre Alemquer e Otta (Welw.).—Allo Alemtejo:<br />

Portalegre (R. Marçal). — Baixo Alemtejo littoral: Arrábida (Welw.);<br />

pinhal do Manchai, prox. do Alfeite (R. da Cunha). — Algarve: entre<br />

Lagos e Alvor (Welw.); Lagos, no valle da Luz (Daveau).<br />

OBS. — Ε não pouco difficil a distincção das varieda<strong>de</strong>s d'esta espécie,<br />

e razão tem Parlatori em não as separar, pois é gran<strong>de</strong> o numero <strong>de</strong> formas<br />

intermédias, as quaes não poucas vezes se torna quasi impossível<br />

<strong>de</strong>terminar.<br />

Como pertencendo á forma typica, consi<strong>de</strong>rando como distinctivo a panicula<br />

<strong>de</strong> ramos inferiores compridos, apenas encontrei pouquíssimos exem­


115<br />

piares. Um dos melhor caracterisados é da serra do Gerez. Não me parece<br />

ter gran<strong>de</strong> valor a forma da extremida<strong>de</strong> da glumella inferior, porque<br />

tendo examinado gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> exemplares encontrei variantes numerosas,<br />

observando na mesma planta e até na mesma espigueta a terminação<br />

aguda ou chanfrada, sendo as divisões agudas (forma geral da D.<br />

glomerala typica) ou arredondadas (forma geral da var. hispânica). Eguaes<br />

variantes se encontram na aresta, que como continuação da nervura media,<br />

termina as glumellas. Na var. hispânica alguns exemplares examinei em<br />

que esta aresta é mesmo mais longa do que é normal na var. Juncinella.<br />

CYNOS1JRUS 1<br />

L. — Panicula espiciforme unilateral com espiguetas<br />

férteis e espiguetas estereis entremeadas. Espiguetas férteis com 2­7 flores<br />

hermaphrodites comprimidas lateralmente; glumas mais curtas que as flores<br />

eguaes ou pouco <strong>de</strong>seguaes univerveas aristadas; glumellas eguaes ou quasi<br />

eguaes, a inferior concava lanceolada 2­<strong>de</strong>ntada 5­nervea e aristada partindo<br />

a aresta do meio da chanfradura ; glumellulas membranosas ovaes ou<br />

lanceoladas, inteiras ou 2­lobadas glabras. Espiguetas estereis sem glumas<br />

e reduzidas ás glumellas inferiores distichadas linear­lanceoladas. Ovário<br />

glabro; estyletes curtos, estigmas plumosos; caryopse glabro oblongo ligado<br />

á glumella superior e envolvido pelas glumellas.<br />

Glumellas das espiguetas estereis mucronadas e aladas na carena.<br />

Sect. I. Eucynosurus.<br />

Glumelias das espiguetas estereis longamente aristadas e não aladas.<br />

Sect. II. Phalona.<br />

Sect. I. Eucynosurus<br />

Cynosurus cristaíus L. Sp. pi. ed. I, p. 72; Brot. p. 96; Willh. et<br />

Lange, p. 89; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 361.<br />

Exsic —Welw. n.° 1211; Soe. Brot. n. os<br />

36 e 36 a<br />

.<br />

Perennal. Colmo direito <strong>de</strong> 3­8 <strong>de</strong>c.'; folhas estreitas lineares planas,<br />

ligula curta troncada. Panicula espiciforme comprida unilateral <strong>de</strong>lgada<br />

compacta, ramos alternos muito curtos ásperos ou pubescentes; espiguetas<br />

férteis com 3­7 flores brevemente aristadas; glumas quasi eguaes uninerveas<br />

mais curtas que as flores lanceoladas acuminadas mucronadas: glumellas<br />

eguaes, a inferior lanceolada pontuada­aspera, ás vezes pubescente<br />

1<br />

De κύων, cão, e ουρά, cauda; allusão á forma da espiga.


116<br />

na parte superior chanfrada e com uma aresta muito mais curta que a<br />

glumella; espiguetas estereis formadas <strong>de</strong> glumellas disticadas linearesacuminadas-mucronadas<br />

e com uma aza escabrosa na carena.<br />

Hab. nos terrenos relvosos, lameiros, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller, M. Ferreira);<br />

Miranda do Douro (J. Mariz); Chaves (Moller); Villa Real (D. Monteiro).<br />

— Alemdouro littoral: entre a Roa-Nova e Pampoli<strong>de</strong> (G. Sampaio).—<br />

Beira trasmonlana: Villar Formoso, Mido, Castello Mendo (R. da Cunha);<br />

Trancoso (M. Ferreira).—Beira central: Guarda (M. Ferreira). — Beira<br />

littoral: Formoselha, Santo Varão (A. Barjona); entre Gatões e Fôja (M.<br />

Ferreira). — Baixo Alemtejo littoral: Valle do Zebro, Coina e Barreiro<br />

(Welw.).—Allo Alemtejo: serra d'Ossa (Daveau).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

Sect. II. Phalona<br />

Cyiiosurus echinatus L. Sp. pi. ed. I, p. 72; Brot. p. 96; Willk.<br />

et Lange, p. 89; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 362.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1212 e 1213; Fl. lusit. exs. n.° 30; Soc. Brot,<br />

p. 37.<br />

Annual. Colmo direito <strong>de</strong> 3-10 cent.; folhas lineares acuminadas planas<br />

asperas na face inferior e nas margens, ligula oblonga <strong>de</strong>nteada na extremida<strong>de</strong><br />

e soldada á folha, numa curta extensão. Panicula curla ovói<strong>de</strong> compacta<br />

unilateral; ramos alternos ramificados ásperos; espiguetas fasciculadas,<br />

as ferieis oblongo-lanceoladas com 2-3 flores longamente aristadas;<br />

glumas mais curtas que as flores uninerveas linear-lanceoladas longamente<br />

acuminadas, glumellas quasi eguaes, a inferior lanceolada áspera na parte<br />

superior com uma pragana egual á glumella ou ao dobro; espiguetas estereis<br />

formadas só <strong>de</strong> glumellas distichadas lanceoladas longamente acuminadas,<br />

as superiores menos acuminadas e ás vezes férteis.<br />

Frequente nos logares relvosos, sebes, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, nos lameiros, á beira dos caminhos<br />

(P. Coutinho) ; Villa Real (D. Monteiro) ; Murça (M. Ferreira).—Alemdouro<br />

littoral: Santo Thyrso (R. Valente); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio).—•<br />

Beira trasmonlana: Villar Formoso, Mido (H. da Cunha); Almeida (M.<br />

Ferreira).—Beira central: Guarda, Oliveira do Con<strong>de</strong>, Castendo, Vizeu,<br />

Gouveia (M. Ferreira). — Beira littoral: serra da Louzã, visinhanças <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong> (Moller); Bemcanta (J. Mariz). — Beira meridional: Covilhã,<br />

Castello Branco (U. da Cunha). — Centro littoral: Albergaria, Porto <strong>de</strong><br />

Moz, Alhandra, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho, Daveau, R.<br />

da Cunha). — Alto Alemtejo: Évora (Moller); Portalegre (R. da Cunha,


117<br />

Moller). — Algarve: Olhão, á beira das estradas (Welw.); Alcoutim (Mul-<br />

Area geogr.— Europa meridional.<br />

Cynosurus elegans Duf. Fl. atl. I, p. 82; C. effusus Link, in Schrad.<br />

J'. bot. II, p. 315; C. polybracteatus Gr. et Godr. FI. fr. III, p. 563;<br />

Willk. et Lange, p. 90; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 363.<br />

Exsic.— Welw. n. os<br />

1209, 1210, 1787 e 1810.<br />

Annual. Diífere da espécie anterior particularmente pela panicula, quasi<br />

oval ou allongada, formada <strong>de</strong> ramos mais compridos e distantes, pelas<br />

espiguetas férteis com a glumella muito mais longamente aristada, pelas<br />

espiguetas estereis nas quaes as glumellas inferiores são linear-subuladas<br />

distantes umas das outras, as superiores oval-lanceoladas muito juntas e<br />

menos aristadas.<br />

Hab. nos logares emsombrados.<br />

Alemdouro Irasmonlano: Bragança (M. Ferreira); Moncorvo, Freixo <strong>de</strong><br />

Espada á Cinta (J. Mariz); Adorigo (E. Schmitz).—Beira trasmontana:<br />

Castello Mendo (R. da Cunha). — Beira central: serra da Estrella, em<br />

Manteigas (Daveau); Bussaco (Moller). — Centro littoral: Caldas da Rainha,<br />

Cintra (Link.); Tancos, Mafra, Bellas (Welw., Daveau); Cabo da<br />

Roca (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal (A. Luisier). — Algarve:<br />

Monchique (Bourgeau, Moller).<br />

LAMARCIUA * Mnch. — Panicula unilateral oblonga composta <strong>de</strong> espiguetas<br />

férteis e estereis muito différentes entre si; espiguetas férteis<br />

2-floreas, uma flor fértil, a outra rudimentar, ambas longamente aristadas;<br />

glumas quasi eguaes, do comprimento das flores não contando a aresta,<br />

uninerveas lanceolado-lineares acuminada-aristadas e escabrosas na carena;<br />

flores pedicelladas, a inferior um pouco acima das glumas; glumellas eguaes,<br />

a inferior 5-nervea oval-lanceolada hispida na parte superior brevemente<br />

chanfrada e tendo uma pragana inserida ao meio da chanfradura muito<br />

mais comprida do que o limbo; espiguetas estereis com duas glumas<br />

quasi eguaes lanceolado-lineares e <strong>de</strong> glumellas distichas imbricadas ovaes,<br />

arredondadas e <strong>de</strong>nticuladas no vértice; caryopse sulcado na face interior,<br />

intimamente envolvido pelas glumellas.<br />

Lamarckia áurea Moench. Pariatore Fl. ital. p. 333; Chrysurus au-<br />

1<br />

Dedicada a J. B. Antoine Pierre Monnet, cavalleiro <strong>de</strong> la Marek, naturalista<br />

francez.


118<br />

reus Spreng. Cynosurns aureus L. Sp. pi. ed. I, p. 80; Brot. p. 95 ; Willie,<br />

et Lange, p. 90; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 363.<br />

Exsic— Welw. n. os<br />

1214 e 1215; Soc. Brot, η. 03<br />

38 e 38 b<br />

; FI. lusit.<br />

exs. n.° 29.<br />

Annual. Colmos cespitosos em geral; folhas planas glabras acuminadas<br />

bastante largas e <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada ou amarellada, liguja comprida<br />

e lacerada na extremida<strong>de</strong>. Panicula unilateral oblonga ou lanceolada,<br />

a principio ver<strong>de</strong>, mais tar<strong>de</strong> d'um amarello dourado; ramos curtos<br />

divididos em ramúsculos pelludos terminados pelas espiguetas agglomeradas.<br />

Frequente nas terras arenosas, nas pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Caldas <strong>de</strong> MoleJo (J. Henriques). — Alemdouro<br />

littoral: Villa do Con<strong>de</strong> (C. Barbosa); Porto (G. Sampaio).—Beira trasmontana:<br />

Almeida (M. Ferreira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller, B. e Cunha, A. Carvalho). — Beira meridional: Castello Branco<br />

(R. da Cunha). — Centro littoral: Torres Novas (R. da Cunha); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa (Welw.). — Baixas do Sorraio : Montargil (J. Cortezâo).— Alto<br />

Alemtejo: Portalegre (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal<br />

(A. Luisier); Cezimbra (Moller); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio). — Baixas do<br />

Guadiana: Beja (R. da Cunha); Serpa (Daveau); Cazevel (Moller).—<br />

Algarve: Faro, nos muros (Welw., A. Guimarães); Silves (Daveau); Tavira,<br />

na Fuzeta (A. Guimarães); Castro Marim (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea, Abyssinia, California.<br />

• POA 1<br />

L. — Panicula ramosa; espiguetas pedicelladas com 2­8 flores<br />

hermaphroditas e uma terminal rudimentar, com pellos longos na base<br />

(em algumas espécies) ; glumas mais curtas que as flores quasi eguaes<br />

escariosas nas margens carenadas, ambas 3­nerveas ou a inferior uninervea;<br />

glumellas eguaes, ou quasi eguaes, a inferior carenada mutica<br />

5­nervea, algumas vezes ciliada na meta<strong>de</strong> inferior da carena e nas nervuras<br />

próximas das margens, a superior 2­carenada emarginada ou subbilobada;<br />

glumellulas membranosas livres entre si mais ou menos irregularmente<br />

2­lobadas ou inteiras ou 3­lobadas; ovário glabro; estyletes 2<br />

muito curtos, estigmas plumosos salientes aos lados da flor; caryopse livre,<br />

glabro oblongo ou subcylindrico trigoneo com uma macula punctiforme no<br />

hilo.<br />

1<br />

Colmo comprimido, 2­anguloso...<br />

Colmo cylindrico ou subcylindrico<br />

ι De ποα, relva.<br />

P. compressa L.<br />

2


119<br />

[Raiz fibrosa Γ1 ; 3<br />

2<br />

(Raiz reptante P. pratensis L.<br />

3<br />

4<br />

5<br />

( Colmo tuberiforme na base P. bulhosa L.<br />

(Colmo não tuberiforme 4<br />

(Nervuras lateraes das glumellas salientes P. trivialis L.<br />

(Nervuras lateraes das glumellas pouco distinctas 5<br />

(Ligula quasi nulla P. nemoralis L.<br />

(Ligula das folhas superiores oblonga P. annua L.<br />

Poa annua L. Sp. pi. ed. I, p. 66; Brot. p. 104; Willk. et Lange,<br />

p, 80; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 338.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1252, 1254, 1255 e 1257; Fl. lusit. exs. n.°<br />

225; Soe Brot. n. os<br />

305 e 305«.<br />

Annual. Colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 5­20 cent, um pouco comprimidos<br />

e por vezes radicantes na base ; folhas planas lineares bruscamente<br />

acuminadas ásperas nas margens, ligula das folhas superiores oblonga.<br />

Panicula unilateral, ramos solitários ou aos pares em angulo recto ou reflectidos;<br />

espiguetas ovaes <strong>de</strong> 3­6 flores nuas na base; glumas quasi eguaes<br />

lanceoladas agudas hyalinas nas margens muito mais curtas que as flores,<br />

a inferior uninervea, a superior 3­nervea; glumellas quasi eguaes, a inferior<br />

5­nervea oval obtusa hyalina nas margens, glabra ou ciliada na meta<strong>de</strong><br />

inferior da carena e das margens, a superior emarginada e ciliada<br />

nas carenas.<br />

Hab. nos terrenos cultivados e nas terras húmidas.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Villa Beal (D. Monteiro).—<br />

Alemdouro littoral: Gerez até ao Borrageiro, Melgaço, serra do<br />

Soajo (Moller); Caminha, Valença, Porto (R. da Cunha); Bougado (Padrão);<br />

S. Pedro da Cova (E. Schmitz). — Beira trasmontana: Villar Formoso<br />

(B. da Cunha, M. Ferreira); Taboaço (C. Lima). — Beira central:<br />

serra da Estrella, Vizeu (M. Ferreira) ; serra do Caramullo (Moller) ; Bussaco<br />

(F. Loureiro). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho,<br />

Moller, Β. e Cunha); Louzã (J. Henriques); Buarcos (G. <strong>de</strong> Carvalho);<br />

Lavos (M. Ferreira); Soure (Moller).—'Beira meridional: Figueiró dos<br />

Vinhos (V. Freitas); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann).— Centro littoral: Gollegã,<br />

Azambuja, Torres Vedras (B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa<br />

(Welw., P. Coutinho, Daveau). — Alto Alemlejo: Portalegre (R. da Cunha,<br />

R. Larcher); Évora (Moller). — Baixo Alemlejo littoral: entre Barreiro e<br />

Lavradio (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.); Setúbal (A. Luisier).


120<br />

— Baixas do Guadiana : Beja (R. da Cunha) ; Cazevel (Moller) ; Serpa<br />

(Daveau). — Algarve: Foia (Welw.); Monchique (Moller); Faro (A. Guimarães).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

Poa bulbosa L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Brot. p. 104; Willk. et Lange,<br />

p. 81; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 341.<br />

Exsic —Welw. η. 09<br />

123S e 1236; Soc. Brot. n.° 33.<br />

Colmos cespitosos direitos dilatados na base, formando uma espécie <strong>de</strong><br />

bolbo, nús na parte superior; folhas curtas estreitas planas ou canaliculadas<br />

e um pouco enroladas linear­acuminadas, bainhas lisas, a superior<br />

muito mais comprida que o limbo, que é muito curto; ligula oblonga aguda.<br />

Panicula compacta oval ou oblonga, ver<strong>de</strong> ou violácea; ramos escabros<br />

curtos erectos e dispostos aos pares nos nós inferiores; espiguetas ovaes<br />

com 4­6 flores ligadas por pellos lomentosos longos e abundantes; glumas<br />

quasi eguaes menores que as flores ovaes­lanceoladas agudas ásperas na<br />

carena 3­nerveas; glumellas quasi eguaes, a inferior oval­ciliada com a<br />

meta<strong>de</strong> inferior coberta <strong>de</strong> longos pellos.<br />

forma vivipara. —• Diffère do typo em ter as espiguetas vivipares.<br />

Hab.<br />

nhosas.<br />

nos terrenos férteis tanto das regiões baixas, como monta­<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); serra <strong>de</strong> Rebordãos<br />

(Moller); Moncorvo (J. Mariz); Foscôa (G. Sampaio).­—Alemdouro littoral:<br />

Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, Vallongo, Porto (G. Sampaio). — Beira trasmontana:<br />

Pinhel (J. M. da Costa); Almeida (M. Ferreira). — Beira central:<br />

serra da Estrella (M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong> (A. Carvalho); Bussaco<br />

(J. Henriques). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ponte<br />

da Mucella (M. Ferreira). — Beira meridional: Covilhã, Castello Branco<br />

(R. da Cunha); Figueiró dos Vinhos (V. Freitas); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann).—<br />

Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho, Daveau,<br />

R. da Cunha). — Alto Alemtejo: Portalegre (C. Machado, B. Larcher).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: pinhal da Pieda<strong>de</strong> (Daveau); O<strong>de</strong>mira<br />

(E. Schmitz); Setúbal (A. Luisier).—Baixas do Guadiana: Serpa (Daveau);<br />

Beja (R. da Cunha). — Algarve: Monchique (Moller).<br />

Area geogr. — Europa, Africa boreal, Asia extratropical.<br />

Poa trivialis L. Sp. pi. ed. I, p. 67; Brot. p. 103; Willk. et Lange,<br />

p. 82; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 341.<br />

Exsic. — Soe. Brot. n.° 1350; Fl. lusit. exs. n. 03<br />

23 e 823.


121<br />

Colmos <strong>de</strong> 4­10 cent, um pouco recurvados na base e radicantes nús<br />

e ás vezes ásperos na parte superior; folhas planas lineares longamente<br />

acuminadas; bainhas ásperas quasi sempre; ligula das folhas superiores<br />

oblonga e muito comprida. Panicula pyramidal gran<strong>de</strong> direita e não compacta<br />

ver<strong>de</strong> ou violácea; ramos inferiores, dispostos por 4­6 em cada nó,<br />

finos ásperos patentes ou levantados; espiguetas ovaes com 2­4 flores reunidas<br />

na base por pellos lanosos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas muito<br />

agudas ásperas na carena, a inferior uninervea, a superior 3­nervea; glumellas<br />

eguaes, a inferior 5­nervea oval aguda tendo a meta<strong>de</strong> inferior da<br />

carena e das margens avelludada­ciliada.<br />

Vulgar nos terrenos cultivados e incultos.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (Moller, P. Coutinho). — Alemdouro<br />

littoral: Gerez (Moller); <strong>de</strong> Valença a Caminha (B. da Cunha); Vallongo<br />

(Ë. Schmitz).—Beira trasmontana: Villar Formoso (B. da Cunha).—<br />

Beira central: serra da Estrella, nas proximida<strong>de</strong>s das lagoas, Celorico<br />

(R. da Cunha); Manteigas (Daveau); Bussaco (F. Loureiro). — Beira littoral:<br />

serra da Louzã (J. Henriques); Miranda do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello);<br />

<strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha, M. Ferreira); Ponte da Mucella (M. Ferreira);<br />

Lavos (Moller). — Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha).<br />

— Centro littoral: Santarém (B. da Cunha); Alverca (Daveau); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau, B. da Cunha); Cintra (Daveau, D. S. Silva).<br />

— Alto Alemtejo: Villa Viçosa, Évora (Moller); Villa Fernando (R. Larcher);<br />

Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo littoral: serra<br />

d'Arrabida, pinhal Novo (Daveau); Seixal (R. da Cunha); Calhariz (Welw.) ;<br />

Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha). — Algarve:<br />

Monchique, Lagos, lagoa d'Albufeira (Moller).<br />

Area geogr.—Europa, Africa boreal, Asia extratropical.<br />

Poa pratensis L. Sp. pl. ed. I, p. 67; Brot. p. 104; Willk. et Lange,<br />

p. 82; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 343.<br />

Exsic. —Welw. n. os<br />

1228 e 1229; Soc. Brot. n.° 609.<br />

Bhizoma longo ; colmo um pouco curvo na base e <strong>de</strong>pois direito, nú na<br />

parte superior; folhas planas ou as radicaes canaliculadas lineares agudas<br />

com margens ásperas; bainha superior muito mais comprido que o limbo;<br />

ligula curta troncada. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea pyramidal ; ramos ásperos<br />

finos, os inferiores dispostos por 4­5 em cada nó; espiguetas ovaes com<br />

3­5 flores ligadas por pellos longos tomentosos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas<br />

ásperas na carena, a inferior uninervea, a superior 3­nervea;<br />

glumellas eguaes, a inferior oval aguda escariosa na extremida<strong>de</strong> 5­nervea<br />

longamente ciliada na parte inferior da carena e das margens.<br />

var. angustifolia, P. angustifolia L. — Diffère do typo por ter as


122<br />

folhas radicaes compridas canaliculado­enroladas muito mais<br />

estreitas que as caulinares, ás vezes setaceas.<br />

var. humilis Ehr.—.Colmo curto; folhas mais largas e mais curtas<br />

que no typo ; panicula compacta com os ramos inferiores geminados<br />

ou ternados.<br />

Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Rebordãos, Bragança (Moller, P. Coutinho);<br />

Freixo d'Espada á Cinta (J. Mariz); Moledo (W. Lima). — Alemdouro<br />

littoral: Melgaço, Caminha, Vianna do Castello (R. da Cunha); Porto<br />

(V. Nogueira). — Beira trasmontana: Villar Formoso (R. da Cunha, M.<br />

Ferreira). — Beira central: Bussaco (F. Loureiro, W. Lima). — Beira<br />

littoral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya, em Quebrantões (G. Sampaio); <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller).<br />

Area geogr. — Europa, Oriente, Siberia, Africa boreal.<br />

Poa nemoralis L. Sp. pi. ed. I, p. 69; Willk. et Lange, p. 81; Colmeiro,<br />

p. 339.<br />

Colmos <strong>de</strong> 2­8 <strong>de</strong>c. erectos ou ascen<strong>de</strong>ntes e por vezes radicantes na<br />

base ; folhas planas estreitas linear­agudas ; bainha da folha superior mais<br />

curta que o limbo; ligula muito curta, nas folhas inferiores quasi nulla.<br />

Panicula <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> amarellado ou violácea direita ou inclinada subunilateral<br />

oblonga, a principio aberta, mais tar<strong>de</strong> contrahida; ramos finos ásperos<br />

agrupados por 2­5; espiguetas pedicelladas, ovaes­lanceoladas com 2­5<br />

flores; glumas mais curtas que as flores, quasi eguaes lanceoladas acuminadas<br />

3­nerveas; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior oval emarginada<br />

ciliada na meta<strong>de</strong> inferior da carena e das margens e acompanhada<br />

<strong>de</strong> longos pellos lanosos na parte contigua á base das flores.<br />

var. rigidula Koch Syn. ed. II, p. 929. — Espiguetas maiores com<br />

3­7 flores; planta alta e mais rigida.<br />

Hab. nos terrenos húmidos e sombrios.<br />

Beira littoral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya esteiro d'Avintes (G. Sampaio).<br />

Area geogr. — Europa, Siberia, Hymalaia, America árctica.<br />

GrLYCERIA 1<br />

Brown. — Panicula ramosa aberta ou racemiforme; espiguetas<br />

a principio cylindricas e <strong>de</strong>pois comprimidas lateralmente com<br />

4­14 flores hermaphroditas e por vezes uma terminal rudimentar; glumas<br />

De γλνπερός, doce ; allusão ao sabor das sementes.


123<br />

<strong>de</strong>seguaes menores que as flores concavas obtusas muticas uninerveas;<br />

glumellas eguaes ou quasi eguaes, a inferior membranosa subherbacea<br />

escariosa na extremida<strong>de</strong> concava semicylindrica ordinariamente obtusa,<br />

por vezes crenada na extremida<strong>de</strong> mutica com 7­11 nervuras salientes<br />

e ásperas, a superior membranosa 2­carenada e 2­fida na extremida<strong>de</strong>;<br />

glumellulas muito curtas membranosas e ligadas entre si; ovário glabro;<br />

estyletes 2 terminaes bastante longos, estigmas plumosos salientes pelos<br />

lados das ílores ; caryopse glabro oblongo convexo na face externa e plano<br />

na interna levemente sulcado e terminado pelos estyletes persistentes e divaricados.<br />

Glumellas inferiores inteiras na extremida<strong>de</strong> G. fluitans R. Br.<br />

Glumellas inferiores crenadas G. spicata Guss.<br />

Gtlyceria fluitans (L.) R. Rr. Prod. I, p. 179; Festuca fluitans L.<br />

Sp. pi. ed. I, p. 75; Poa fluitans Brot. p. 102; Willk. et Lange, p. 78;<br />

Colmeiro, p. 334.<br />

Perennal. Colmos <strong>de</strong>cumbentes e radicantes; folhas planas largas agudas<br />

e um pouco ásperas, as inferiores muitas vezes fluctuantes e mais compridas;<br />

bainhas comprimidas sulcadas abertas só na parte superior; ligula<br />

obtusa ou aguda por vezes lacerada e bastante comprida. Panicula <strong>de</strong> 1­4<br />

<strong>de</strong>c. subunilateral <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> pallida, ordinariamente direita; ramos geminados<br />

ou ternados nos nós inferiores muito patentes durante a anthese<br />

e <strong>de</strong>pois encostados ao eixo muito <strong>de</strong>seguaes, o mais comprido tendo bastantes<br />

espiguetas; espiguetas subsesseis ou pedicelladas, frageis <strong>de</strong> 15­20<br />

mill. ; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, muito menores que as flores, lanceoladas<br />

obtusas uninerveas, a superior chanfrada ou 3­lobada; glumellas eguaes,<br />

a inferior semicylindrica oblongo­lanceolada 7­nervea, nervuras bem salientes,<br />

escariosa e subaguda no vértice, a superior 2­lobada.<br />

Hab. nos terrenos mais ou menos inundados.<br />

Alemdouro littoral: Porto (G. Sampaio).—Beira trasmontana: Villar<br />

Fermoso (B. da Cunha). —Beira central: Celorico (B. da Cunha). — Beira<br />

littoral: Fôja, nas valias (Moller); Gaya, na Alfurada (G. Sampaio).—<br />

Beira meridional: Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Baixas do Sorraia:<br />

Coruche (Daveau). — Alto Alemtejo: Évora (Daveau)..— Baixo Alemtejo<br />

littoral: Beja (B. da Cunha).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

Glyceria spicata Guss. Syn. II, p. 784; G. plicata Fr. β. spicata<br />

Willk. et Lange, p. 78; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 335.<br />

Exsic —Welw. n.° 1226; Fl. lusit. exs. n.° 421.


124<br />

Diffère da espécie prece<strong>de</strong>nte em ter em geral dois ramos em quasi<br />

todos nós, um muito curto terminado por uma espigueta, outro comprido<br />

nú na parte inferior e com as espiguetas laleraes rentes, e por ter as glumellas<br />

inferiores escariosas crenadas no.vértice.<br />

Hab. nós terrenos inundados ou muito húmidos.<br />

Alemdouro trasmontano : Bragança (P. Coutinho); Moncorvo, Miranda<br />

do Douro (J. Mariz) ; Chaves, na serra do Brunheiro (Moller) ; Villa Real<br />

(I). Monteiro). — Alemdouro littoral: Darque, Arão (R. da Cunha); Cabeceiras<br />

<strong>de</strong> Basto (J. Henriques); Vallongo (E. Schmitz). — Beira trasmonlana<br />

: Castello Bom (R. da Cunha) ; Trancoso. Almeida (M. Ferreira).<br />

— Beira central: V;zeu (M. Ferreira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller); Buarcos (Moller) ; entre Gatões e Montemor<br />

(M. Ferreira); Pombal (Moller). — Beira meridional: Castello Branco (R.<br />

da Cunha). — Centro littoral: Óbidos, na lagoa, S. Martinho do Porto, na<br />

ribeira (Daveau); Mafra, Bellas (Welw.). — Algarve: Lagos (Moller).<br />

ATROPIS 1<br />

Rupr. — Diffère do género anterior principalmente pelas<br />

glumellulas, que são bastante gran<strong>de</strong>s e completamente livres, e pelos estyletes<br />

nullos ou muito curtos.<br />

1<br />

2<br />

3<br />

(Colmos estereis <strong>de</strong>eumbentes e radicantes .­ A. marítima Griseb.<br />

Colmos direitos e não radicantes 2<br />

[Folhas planas ou dobradas a meio A. distans Griseb.<br />

(Folhas enroladas 3<br />

[Panicula oblonga; ramos patentes A. convoluta Griseb.<br />

(Panicula muito estreita, ramos erectos A. tenuifolia R. Rr.<br />

Atropis distans (L.) Griseb. in Led. Fl. ross. IV, p. 388; Poa distans<br />

L. Mant. I, p. 32; Glyceria distans Whlbg. Fl. Ups. p. 36; Willk.<br />

et Lange, p. 79; Colmeiro, p. 336.<br />

Exsic — Soc. Brot. n.° 608.<br />

Colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes com a cavida<strong>de</strong> central larga; folhas<br />

planas ou dobradas a meio ver<strong>de</strong>s lineares rapidamente acuminadas; ligula<br />

curta obtusa. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea pyramidal; ramos finos ílexuosos<br />

ásperos e nús na parte inferior, os inferiores dispostos em 3­5 em cada<br />

De a, privativo, e τροπις, carena; allusão á forma não carenada das glumellas.


125<br />

nó; espiguetas com 4-6 ílores, frageis <strong>de</strong> 4-5 mill.; glumas muito <strong>de</strong>seguaes,<br />

<strong>de</strong>nticuladas na meta<strong>de</strong> superior, a inferior uninervea e chegando<br />

apenas ao terço da ílôr que lhe fica próxima, a superior oval, 3-nervea;glumellas<br />

eguaes ou a superior um pouco mais comprida, a inferior ovaloblonga<br />

<strong>de</strong>nticulada na extremida<strong>de</strong> ou largamente mucronada 5-nervea<br />

pubescente na base, a superior 2-fida e brevemente ciliada nas nervuras.<br />

Hab. nas costas marítimas.<br />

Centro lilloral: praia <strong>de</strong> Belém (P. Coutinho).<br />

Area geogr. — Europa media e mediterrânea, Africa boreal, Siberia<br />

altaica.<br />

Atropis convolute (Kth.) Griseb. in Led. Fl. ross. IV, p. 389; Festuca<br />

convoluta Kth. En. I, p. 313; Glyceria convoluta Fr. Mont. III, p.<br />

173; Willk. et Lange, p. 79; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 336.<br />

Exsic. — El. lusit. exs. p. 1008.<br />

Colmos <strong>de</strong> 2-6 <strong>de</strong>c. direitos com a cavida<strong>de</strong> central muito reduzida ;<br />

folhas ver<strong>de</strong>-glaucas enroladas e subuladas lisas glabras; bainhas completamente<br />

fendidas lisas glabras. Panicula unilateral ver<strong>de</strong> ou violácea direita<br />

<strong>de</strong> 10-15 cent.; ramos a principio erectos, mais tar<strong>de</strong> patentes ou reflectidos,<br />

os inferiores flcxosos ásperos reunidos aos 2 ou 5 ; espiguetas pedicelladas<br />

<strong>de</strong> 8-10 mill., frageis estreitas com 5-10 flores; glumas bastante<br />

<strong>de</strong>seguaes oval-lanceoladas obtusas escariosas 3-nerveas; glumellas eguaes<br />

ou a superior mais curta, a inferior oblonga obtusa pubescente nas nervuras<br />

e no terço inferior, obscuramente 5-nervea.<br />

Hab. nas proximida<strong>de</strong>s do mar e do salinas.<br />

Baixo Alemlejo lilloral: Coina, perto das salinas (Welw.).—Algarve:<br />

Faro (Moller); na foz do Guadiana (Welw.).<br />

Area geogr.—Begiâo mediterrânea.<br />

Atropis tenuifolia (Bss. et Beut.) Bichter Plantae europ. I, p. 92;<br />

Glyceria tenuifolia Bss. et Reut. Pug. p. 127: Gl. leptophylla Steud. Syn.<br />

gl. I, p. 286; Willk. et Lange, p. 79; Colmeiro, p. 336.<br />

Exsic —Soc. Brot. n.° 1176; Fl. lusit. exs. n.° 616.<br />

Diffère da espécie anterior pelas folhas filiformes, pela bainha das folhas<br />

superiores muito comprida envolvendo por vezes a base da panicula, pela<br />

panicula unilateral contrahida e muito estreita sendo os ramos sempre erectos<br />

e com espiguetas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base e pelas glumellas inferiores pubescentes<br />

até ao terço ou meio das glumellas.<br />

Hab. nas proximida<strong>de</strong>s do mar.<br />

Algarve: Faro (Welw.); Olhão (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (B.<br />

da Cunha).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica, Africa boreal.


126<br />

Atropis maritima (Huds.) Griseb. in Led. FI. ross. IV, p. 389; Glyceria<br />

maritima Mk. in Röhl. D. il. I, p. 588; Willk. et Lange, p. 79;<br />

.Colmeiro, p. 336.<br />

Exsic. —Welw. n. os<br />

1230 e 1231; Soc. Brot. n. os<br />

1175 (sub Gl. convoluta)<br />

e 1325; Fl. lusit. exs. n.° 1319.<br />

Colmos férteis <strong>de</strong> 1-5 <strong>de</strong>e. ascen<strong>de</strong>ntes ou direitos <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>lgadas;<br />

colmos estereis <strong>de</strong>itados-radicantes; folhas ver<strong>de</strong>s ou glaucas mais ou<br />

menos enroladas estreitas, ligula curta arredondada. Panicula <strong>de</strong> cores<br />

ver<strong>de</strong> e violeta direita ; ramos flexuosos ásperos ordinariamente encostados<br />

ao eixo da panicula <strong>de</strong>pois da floração, os inferiores geralmente dispostos<br />

aos pares; espiguetas em 4-7 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes oval-lanceoladas<br />

inteiras 3-nerveas; glumellas eguaes, a inferior oval-oblonga subtrilobada<br />

e obscuramente 5-nervea e pubescente na base.<br />

Hab. nas proximida<strong>de</strong>s do mar.<br />

Beira littoral: Figueira da Foz (Moller, M. Ferreira). — Centro littoral:<br />

S. Martinho do Porto (Daveau); Villa Franca <strong>de</strong> Xira (P. Coutinho).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: Alfeite, na ponta do Matto (Daveau); nos juncaes<br />

salgados do Valle do Zebro, Coina, nas salinas abandonadas (Daveau).<br />

— Algarve: Bom Retiro, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Portimão, nos terrenos<br />

salgados, Tavira e Castro Marim (Welw.); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />

(Moller).<br />

Area geogr. — Costas marítimas da Europa.<br />

FESTUCA 1<br />

L. — Panicula ramosa patente ou contrahida; espiguetas<br />

pedicelladas, pedicellos mais ou menos dilatados sob as espiguetas; espiguetas<br />

ovaes ou lanceoladas comprimidas lateralmente 2-multifloreas ; glumas<br />

bastante <strong>de</strong>seguaes, a inferior uninervea, a superior 3-nervea; glumella<br />

inferior membranosa ou coriacea 5-nervea aguda ou fusiforme subulada<br />

terminada por uma pragana curta ou egual pelo menos em comprimento<br />

ao da glumella ; glumella superior 3-<strong>de</strong>ntada ou 2-fida ; ovário glabro ou<br />

mais ou menos hispidulo, estigmas terminaes plumosos e salientes pelos lados<br />

da flor; caryopse allongado sulcado na face e adhérente á glumella superior.<br />

[Espiquetas quasi rentes Subgen. III. Nardurus Rch.<br />

1 J<br />

(Espiguetas nitidamente pedicelladas 2<br />

2<br />

(Antheras e estigmas salientes na floração Submeti. I. Eufestuca.<br />

(Antheras e estigmas inclusos na floração Subgen. II. Vulpia.<br />

De festuca, palha, colmo.


ι<br />

1<br />

2<br />

3<br />

127<br />

Subgen. Eufcstuca<br />

Bainha das folhas radicaes tuberiformes na base ...... Seet. III. Subbulbosae.<br />

Bainhas não tuberiformes 2<br />

Folhas radicaes em geral planas e com prefoliação convolutosa. Sect. II. Bovinae.<br />

Folhas radicaes em geral não planas e com prefoliação conduplicativa 3<br />

Caryopse livre ou apenas ligado á base da glumella superior. Sect. IV. Variae.<br />

Caryopse ligado á glumella superior Sect. I. Ovinae.<br />

(Espécies intravaginaes 1<br />

Sect. I. Ovinae<br />

(Espécies extra vaginaes F. rubra.<br />

(Bainhas multinerveas (20­23 e mais); foihas planas F. Henriquesii Hack.<br />

(Bainhas 3­9­nerveas 3<br />

(Folhas todas conformes, mais ou menos dobradas a meio F. ovina.<br />

(Folhas das innovações dobradas a meio, as do colmo planas F. ampla.<br />

Festuca ovina L. Sp. pi. ed. I, p. 73; Willk. et Lange, p. 93;<br />

Hackel, Monogr. Festucarum europ. p. 82; Colmeiro, p. 369.<br />

Exsic. —Fl. lusit. exs. n.° 35; Soe. Brot. n.° 1577.<br />

Perennal. Colmos <strong>de</strong>nsamente cespitosos direitos ou inclinados na base;<br />

folhas todas conformes mais ou menos dobradas a meio, pelo menos na<br />

extremida<strong>de</strong>, na secção transversal ovaes ou suborbiculares ou oblongas<br />

3­9­nerveas; ligula muito curta nitidamente 2­auricidada; bainha das fo­<br />

lhas das innovações 3­8­nerveas, nervuras todas ou pelo menos as margi­<br />

naes peneirando no limbo; ovário completamente glabro.<br />

1<br />

Dizem­se intravagineas aquellas espécies nas quaes os ramos novos (innovações)<br />

se <strong>de</strong>senvolvem na axilla das bainhas das folhas inferiores e por ellas são envolvidas<br />

até tar<strong>de</strong>. Dizem­se eœtravagineas quando esses ramos rompendo cedo as bainhas, ou<br />

pela <strong>de</strong>struição d'estas, ficam completamente a <strong>de</strong>scoberto.<br />

2


128<br />

var. duriuscula (L.) Hackel, Mon. Fest. p. 89; F. duriuscula L.<br />

Sp. ed. 1, p. 74.<br />

subvar. genuína Hackel, Mon. Fenr. p. 90 ; F. duriuscula genuína<br />

Godr. Fl. Low. III, p. 172.<br />

Colmos <strong>de</strong> 25-40 cent, angulosos na parte superior bino<strong>de</strong>os, folhas<br />

mais ou menos cylindricas por vezes recurvadas muito lisas e só ásperas<br />

nas margens enroladas, ligula glabra, bainhas glabras lisas inteiras na parte<br />

inferior. Panicula curta oval-oblonga direita bastante <strong>de</strong>nsa, ramos ásperos<br />

ou um pouco lisos, espiguetas elliptico-oblongas (6-8 mill.) ver<strong>de</strong>s ou levemente<br />

rajadas <strong>de</strong> côr violácea, glumas <strong>de</strong>seguaes, glumellas eguaes glabras,<br />

a inferior lanceolado-Iinear com pragana em geral menor que meta<strong>de</strong> da<br />

glumella.<br />

Hab. nos terrenos arenosos, mais ou menos seccos.<br />

Alemdouro littoral: serra do Marão (J. Henriques, G. Sampaio); serras<br />

do Gerez, nos pontos mais altos, Soajo, na Portella do Bentinho (Moller).<br />

— Beira central: serra da Estrella, nas regiões mais altas (Welw., Daveau,<br />

Moller).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

Festuca ampla Hackel, Cat. <strong>de</strong>s gram, du Port. p. 26; Monogr. F.<br />

eur. p. 125; F. ovina Brot. p. 114? F. duriuscula, ß. elatior Bss. Voy.<br />

II, p. 670; Willk. et Lange, p. 93; Colmeiro, p. 371.<br />

Exsic. — Soc. Brot, n.' 3<br />

310 e 310 a<br />

; Fl. lusit. exs. n.° 34.<br />

Cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 60-90 cent, <strong>de</strong>lgados com 2-3 nós, sendo o superior<br />

no 1<br />

/3 ou no V4 superior do colmo, lisos obtusangulos na parte<br />

superior; folhas basilares dobradas a meio mais ou menos setaceas 7-nerveas<br />

e com 5 linhas salientes na face interna, as caulinares planas multinerveas<br />

com muitas linhas salientes na face interna, todus agudas mais ou<br />

menos ásperas e <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> clara, ligula das innovações quasi nulla sem<br />

auriculas, as dos colmos muito curtas brevemente 2-auriculadas e mais ou<br />

menos glabras, bainhas divididas até á base 9-multincrveas consistentes <strong>de</strong><br />

longa conservação. Panicula gran<strong>de</strong> ampla (12-20 cent.) um pouco inclinada<br />

na parte superior, ramos inferiores isolados ou dispostos aos très filiformes<br />

nús até ao meio ou mais e com muitas espiguetas na parte extrema;<br />

espiguetas linear-oblongas com pedicello bastante longo com 4-9 llores <strong>de</strong><br />

ver<strong>de</strong> pallido; glumas quasi eguaes, a inferior linear-lanceolada aguda mutica<br />

ou mucronada com nervuras mal distinctas glabra, glumella superior<br />

linear-oblonga levemente 2-<strong>de</strong>ntada no vértice e áspera nas carenas; antheras<br />

<strong>de</strong> 3,5 mill.; ovário obovalo-oblongo glabro.<br />

Hab. nos terrenos arrelvados tanto da região inferior como da montanhosa.


129<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, em Bicafé (Moller); Villa'Real (D.<br />

Monteiro).— Alemdouro littoral: serra do Gerez (B. e Cunha); serra do<br />

Soajo (Moller).—Beira trasmontana: Almeida (M. Ferreira). — Beira<br />

central: Celorico (B. da Cunha). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller, Padrão). — Beira meridional: Villa Velha do Bodão, Malpica,<br />

Constança (Daveau, B. da Cunha). — Alto Alemlejo: Marvão, Castello <strong>de</strong><br />

Vi<strong>de</strong>, Portalegre (B. da Cunha). — Baixas do Guadiana; Beja (R. da<br />

Cunha) ; Castro Ver<strong>de</strong>, nas margens da Ribeira Maria Delgada (Daveau).<br />

Area geogr. — Peninsula ibérica.<br />

Festuca Henríquesii Hackel, Monogr. F. europ. p. 126.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1320.<br />

Cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 20-25 cent, recurvados ou geniculado-ascen<strong>de</strong>ntes<br />

na base 2-no<strong>de</strong>os cylindricos e lisos na parte superior; folhas lineares<br />

obtusas duras <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> glauca <strong>de</strong> margens brancas cartilagineas 7-9nerveas<br />

com 5-7 linhas salientes na face interna, planas quando vivas, dobradas<br />

a meio quando seccas ; bainhas das innovações completamente inteiras<br />

multinerveas dividindo-se em gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> fibras diversamente<br />

interlaçadas e envolvendo a base das innovações; ligulas muito curtas troncadas<br />

sem auriculas ou (nas dos colmos) levemente auriculadas. Panicula<br />

curta <strong>de</strong>nsa oblonga, rachis áspero, ramos inferiores dispostos aos pares,<br />

os primários com 3-4- espiguetas, os secundários com 1-2; espiguetas <strong>de</strong><br />

8 mill, levemente pedicelladas lanceoladas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> e violácea, glumas<br />

quasi eguaes, a superior 3-nervea, glumella inferior <strong>de</strong> 5 mill, obovatolanceolada<br />

e carenada na extremida<strong>de</strong> glabra com pragana egualando<br />

meta<strong>de</strong> da glumella, glumella superior oblonga brevemente 2-<strong>de</strong>ntada e<br />

muito áspera nas carenas; glumellulas quasi egualmente 2-fidas; ovário<br />

obovado glabro com os estyletes inseridos um pouco abaixo do vértice e<br />

na face anterior.<br />

Hab. nos terrenos arrelvados das altas montanhas.<br />

Beira central: serra da Estrella, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Lapa dos Dinheiros até ao<br />

Covão do Boi e lagoa Escura (J. Henriques, Moller, M. Ferreira).<br />

Area geogr. — Portugal.<br />

Festuca rubra L. Sp. pi. ed. I, p. 74; Willk. et Lange, p. 95; Colmeiro,<br />

p. 373; F. rubra, subesp. IV, eu-rubra Hackel Monogr. F. europ.<br />

p. 138.<br />

Cespitosa. innovações extravaginaes rastejantes ou apenas recurvadas<br />

na base; folhas obtusas em geral biformes, umas (as das innovações) em.<br />

geral mais ou menos selaceas obtusangulares 5-7-nerveãs, as dos colmos<br />

mais largas quasi sempre planas multinerveas. Panicula em geral direita<br />

oblonga subunilateral; espiguetas lanceoladas ou elliptico-lanceoladas, ou<br />

9 XX


130<br />

linear­lanceoladas ; glumas <strong>de</strong>seguaes, a superior 3­nervea lanceolada, glumella<br />

inferior lanceolada mutica ou com pragana.<br />

var. genuína Hackel. — Innovações extravaginaes cobertas <strong>de</strong> bainhas<br />

escarni formes escuras na parte subterrânea mais ou menos<br />

longa.<br />

subvar. grandi flora Hackel. — Diffère do typo em ter as espiguetas<br />

maiores (10 mill, ou mais), a glumella inferior <strong>de</strong> 6­7 mill,<br />

e pragana mais longa.<br />

subvar. barbata Hackel, F. barbata Schrank, F. villosa M. et Κ.—<br />

Diffère do typo em ter as espiguetas pubescentes.<br />

var. fallax Hackel, F. fallax Thuil. — Densamente cespitosa; innovações<br />

extravaginaes (mais numerosas que as intravaginaes),<br />

tendo a parte rhizomatosa muito curta ou mesmo nulla.<br />

Hab. nos terrenos arrelvados com especialida das regiões altas.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, searas <strong>de</strong> Rebordão e <strong>de</strong> Montezinho<br />

(Moller); Miranda do Douro (Mariz); Murça, Regoa (M. Ferreira).—<br />

Alemdouro littoral: serra da Cabreira (G. Sampaio); Montalegre (Moller);<br />

Torporiz, Valladares (R. da Cunha); Castello do Queijo (subvar. grandiflora)<br />

(G. Sampaio). — Beira littoral: Aveiro (J. Henriques); Galla (Moller).—<br />

Beira central: serra da Estrella (var. fallax), Sabugueiro (Moller).<br />

— Beira meridional: Villa Velha do Ródão (subvar. barbata) (R. da Cunha).<br />

Area geogr. — Europa, Siberia, America boreal.<br />

Sect. II. Bovinae<br />

Festuca elatior L. Sp. pi. ed. I, p. 75; F. elatior, subesp. II. arundinacea<br />

Hackel, Monogr. F. europ. p. 152.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1008 e 1009.<br />

Folhas <strong>de</strong> limbo duro, enroladas quando novas, <strong>de</strong>pois planas, auriculadas<br />

na base com numerosas linhas salientes na face superior, sendo essas<br />

saliências umas maiores que as outras. Panicula ramosa, ramo primário inferior<br />

com gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> espiguetas, o secundário com 3­2Ò frequentemente<br />

com 5­8 espiguetas; espiguetas ellipticas ou elliptico­oblongas com<br />

4­8 flores; glumella inferior lanceolada e quasi sempre com linhas salientes.<br />

Caryopse oblongo.<br />

var. genuína Hackel.<br />

Colmos <strong>de</strong> 70­110 cent.; folhas das innovações <strong>de</strong> 25­70 cent, planas


131<br />

um pouco duras asperas na face superior e nas margens. Panicula ampla<br />

com mais <strong>de</strong> 20 cent, oval-oblonga ás vezes inclinada na extremida<strong>de</strong>,<br />

ramos ásperos patentes na floração, os inferiores dispostos por dois ou très<br />

filiformes, o inferior egualando o terço ou meta<strong>de</strong> da panicula, o segundo<br />

com espiguetas quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas <strong>de</strong> 8-12 mill, ver<strong>de</strong>s ou<br />

variegadas <strong>de</strong> violeta; glumas quasi eguaes agudíssimas, a superior lanceolada<br />

ou oblonga, ou subulado-lanceolada, mais ou menos aguda; glumella<br />

inferior lanceolada muito aguda com o vértice inteiro ou 2-<strong>de</strong>nticulado<br />

mutica ou com pragana apical ou subapical, carenada até ao meio<br />

com 3-5 linhas salientes mal distinctas, as exteriores mais pronunciadas<br />

muitas vezes ásperas.<br />

subvar. mediterrânea Hackel; F. elatior Brot. p. 117; Willk. et<br />

Lange, p. 97.<br />

Folhas <strong>de</strong> 3-4 mill, duras enroladas quando seccam mais ou menos agudas.<br />

Panicula <strong>de</strong> 20-30 cent, mais estreita, os ramos abertos em angulo 1<br />

recto durante a floração, o primário egualando quasi o terço da panicula ;<br />

espiguetas ellipticas <strong>de</strong> 8-9 mill., glumas lanceoladas, glumella inferior<br />

largamente lanceolada escariosa na parte anterior com pragana egual a<br />

meta<strong>de</strong> da glumella.<br />

Hab. nos prados, gandaras, etc.<br />

Alemdouro littoral: <strong>de</strong> Caminha até Vianna do Castello, Gondarem (R.<br />

da Cunha); entre a Boa Nova e Pampoli<strong>de</strong> (G. Sampaio). — Beira trasmontana:<br />

Almeida (R. da Cunha). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no Choupal,<br />

Figueira, na Galla (Moller); S. Facundo, Quinta do Rol (M. Ferreira).—<br />

Centro littoral: Caldas da Rainha, margens da Lagoa d'Qbidos (Daveau);<br />

Cascaes, Estoril (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: serra dArrabida, S.<br />

Thiago <strong>de</strong> Cacem (Daveau). — Algarve: em Valle Bom, perto do Cabo <strong>de</strong><br />

S. Vicente (Welw.).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea, Argelia, Marrocos.<br />

A subvarieda<strong>de</strong> mediterrânea é a única que até hoje tem sido encontrada<br />

em Portugal.<br />

Sect. III. Subhulbosae<br />

Festuca spadicea L. Syst. ed. 12, Add. II, p. 732; F. rubra Brot,<br />

p. 117; Willk. et Lange, p. 36.<br />

var. Durandii Hackel, F. Durandii Clauson in Billot Annot. 1865",<br />

p. 163; Hackel, Cat. <strong>de</strong>s gram, du Port. p. 27.


132<br />

Exsic — Welw. n.° 1010; Soc. Brot. n.° 745; Fl. lusit. exs. n.°<br />

824.<br />

Cespitosa ; colmos fortes <strong>de</strong> 50-100 cent., com 2 ou 3 nós, levemente<br />

estriados, semibulbosos na base; folhas das innovações estreitas dobradas<br />

a meio em todo o comprimento ou semiabertas no vértice, as do colmo <strong>de</strong><br />

2 mill, em largura, quasi sempre planas rígidas ásperas na pagina superior<br />

e nas margens; ligula das innovações muito curta, a das folhas do<br />

colmo um pouco maiores glabras e troncadas. Panicula ovada ou ovadooblonga<br />

curvada na parte superior aberta, ramos filiformes lisos ordinariamente<br />

aos pares, o primeiro nú até ao meio e com 4-6-9 espiguetas, o<br />

secundário com 3-4-6 espiguetas variegadas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> escura e violácea<br />

subterminaes e com curtos pedicellos; glumas quasi eguaes (7-8 mill.)<br />

terminadas em ponta subulada; glumella inferior lanceoloda aguda mutica<br />

carenada, com 5 linhas salientes e com a superficie pontuada-ru<strong>de</strong>, a superior<br />

lanceolada subherbacea dividida em dois <strong>de</strong>ntes agudos; ovário obovado,<br />

estyletes inseridos um pouco abaixo do vértice; caryopse oblongo<br />

levemente sulcado, adhérente á glumella superior na base ou até ao meio.<br />

Frequente nas florestas e matagaes das montanhas.<br />

Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Rebordãos (Moller, M. Ferreira);<br />

Moncorvo (Mariz).-—-Alemdouro littoral: serra do Gerez (Moller); Vallongo<br />

(E. Schmitz). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (B. da Cunha).— Centro<br />

littoral: Bellas (Daveau).—Alto Alemtejo: Portalegre (B. da Cunha).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: Villa Formosa (Welw.); entre Cercal e O<strong>de</strong>mira<br />

(Daveau); entre Azeitão e serra d'Arrabida (Möller).<br />

Area geogr. — Portugal e Argelia.<br />

Sect. IV. Variae<br />

Festuca elegans Bss. Elench. p. 65; Willk. et Lange, p. 95; Hackel,<br />

Monogr. F. europ. p. 182; Colmeiro, p. 374.<br />

Innovações direitas <strong>de</strong>nsamente fasciculadas com 3-4 folhas. Colmos <strong>de</strong><br />

60-90 cent, direitos bino<strong>de</strong>os ásperos na parte seperior; folhas sensivelmente<br />

eguaes subsetaceas glaucas 5-nerveas muito asperas e um pouco<br />

duras, bainha fendida até á base áspera por vezes violácea, quando morta<br />

côr <strong>de</strong> palha, ligula das innovações <strong>de</strong> 3-4 mill, lanceolada aguda, a das<br />

folhas do colmo mais curta truncada e umas e outras levemente 3-nerveas.<br />

Panicula 8-14 cent, oblonga um pouco contrahida, ramos e eixo principal<br />

ásperos, os inferiores as vezes aos 1res; espiguetas pedicelladas 'pedicello<br />

do triplo da espiguela) pequenas <strong>de</strong> 4-6 flores muito juntas, ellíplico-oblongas<br />

ver<strong>de</strong>s ou variegadas <strong>de</strong> violeta; glumas <strong>de</strong>seguaes largamente lanceo-


133<br />

ladas agudas uninerveas ou a superior 3-nervea só na base, carenadas e<br />

ásperas na carena ; glumella inferior obovada-oblonga oblusissima mutica<br />

com 5 linhas salientes escariosa na quarta parte superior, a superior<br />

egual ou um pouco maior oblongo-lanceolada levemente 2-<strong>de</strong>nticuIada<br />

no ápice; glumellulas <strong>de</strong>segualmente bífidas; ovário obovado; caryopse<br />

quasi livre.<br />

Hab. nas montanhas.<br />

Alemdouro trasmontano: serras <strong>de</strong> Montesinho, <strong>de</strong> Rebordãos, Cabeço<br />

<strong>de</strong> S. Bartholomeu (Moller, Mariz). — Alemdouro littoral: serra do Gerez<br />

(M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella (J. Henriques).<br />

Area geogr.—Península ibérica.<br />

Subgen. Vulpia<br />

Influresceneia racemosa; espiguetas quasi rentes.<br />

Sect. I. Pseudocynosurus Willk.<br />

Inflorescencia em panicula; espiguetas pedicelladas.. Sect. II. Euvulpia Willk.<br />

Sect. I. Pseudocynosurus Willk.<br />

Festuca <strong>de</strong>licatula (Lk.) Lag. Var. an. II, p. 39; Vulpia <strong>de</strong>licatula:<br />

Link. H. berol. I. p. 148; Willk. et Lange, p. 90; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />

p. 364.<br />

Annual, multiculmea, colmos muito finos <strong>de</strong> 8-22 cent, levemente curvos<br />

na base nús em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior; folhas curtas dobradas<br />

a meio finas, ligula muito curta; racimo unilateral formado <strong>de</strong><br />

10-20 espiguetas; espiguetas <strong>de</strong> 5-6 mill, lanceoladas mais ou menos<br />

abertas um pouco levantadas com 5-7 flores, rachis com uma linha <strong>de</strong><br />

pellos curtos por baixo <strong>de</strong> cada flor; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

aguda <strong>de</strong> 1 mill , a superior 3-nervea <strong>de</strong> 4-6 mill, lanceolada obtusa ou<br />

apiculada e levemente áspera no apiculo, glumellas inferiores lanceoladas<br />

<strong>de</strong> nervuras indistinctas terminadas por uma pragana ciliada nas superiores,<br />

mais comprida que a glumella, a superior membranacea levemente 2-<strong>de</strong>nteada;<br />

antheras gran<strong>de</strong>s (2 mill.).<br />

Hab. nos terrenos incultos, áridos. .<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira). — Alemdouro lilloral :<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Gaya, no Areinho (G. Sampaio). — Beira trasmontana: Almeida<br />

(M. Ferreira).<br />

Area geogr. —• Peninsula ibérica.


1<br />

2<br />

3<br />

134<br />

Sect. II. Euvulpia Willk.<br />

[ Antheras gran<strong>de</strong>s cahindo <strong>de</strong>pois da fecundação 2<br />

(Antheras pequenas ficando involvidas nas glumellas 3<br />

(Gluma inferior muito pequena F. Alopecurus.<br />

( Gluma inferior 2<br />

/ 3 da superior F. geniculate.<br />

(Estâmes 3 F. uniglumis.<br />

(Estâmes 1 4<br />

(Glumellas eiliadas F. ciliata.<br />

4 ( Glumellas não eiliadas 3<br />

Panicula curta e distante da ultima folha F. hromoi<strong>de</strong>s.<br />

! Panicula longa e muito próxima da folha superior F. Myuros.<br />

Festuca Alopecurus Schousb. Maroc. I, p. 281; F. ciliata Brot. p.<br />

115; F. barbata Brot. Phyt. lusit. II, p. 82; Vulpia Alopecurus Link.<br />

Herb. ber. I, p. 144; Willk. et Lange, p. 92; Hackel, p. 25; Colmeiro,<br />

p. 368.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1018 e 1019; Bourgeau, PI. d'Esp. et du Port.<br />

n.° 2057; Soc. Brot. n.° 410.<br />

Annual, multiculmea, colmos <strong>de</strong> 20­30 cent, direitos; folhas estreitas<br />

lineares canaliculadas e enroladas quando seccas, ligula curta troncada.<br />

Panicula simples ou ramosa na base, pedicellos comprimidos bigumeos;<br />

espiguetas gran<strong>de</strong>s cunéiformes com 6­10 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

muito pequena, a superior lanceolada­acuminada do comprimento<br />

das flores (não contando a pragana), trinervea levemente carenada áspera<br />

na carena escariosa nas margens e levissimamente ciliada; glumellas bastante<br />

<strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada­subulada carenada escariosa nas<br />

margens e longa e <strong>de</strong>nsamente ciliada e terminada por uma pragana tão<br />

comprida como as glumellas ou mais ainda, áspera na carena e na pragana,<br />

glumella superior 2­carenada 2­cuspidada e ciliada nas carenas;<br />

antheras <strong>de</strong> 3­5 mill.<br />

β. glabrata Lge. Pugilus, p. 50. — Diffère da forma typica principalmente<br />

por ter as glumellas inferiores perfeitamente glabras.


δ. lanata Bss.— É caracterisada pelas glumellas mais où menos<br />

villosas.<br />

Hab. nos areaes marítimos.<br />

Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira, Caminha, Monte­Dôr, Darque,<br />

Ancora (3.), Vianna do Castello (ß.), Mattosinhos (B. da Cunha);<br />

Foz, Leça (G. Sampaio). — Beira littoral: Buarcos (Schmitz); Figueira da<br />

Foz (F. Loureiro); Lavos (3.). — Centro littoral: Lisboa, Estoril (P. Coutinho);<br />

Collares (ß.) (Welw).—Baixas do Sorraia: Alcochete (&.) (P.<br />

Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: do Seixal a Arrenlella (£.) (Daveau,<br />

R. da Cunha); perto da Lagoa d'Albufeira, Trafaria (Daveau); Moita (R.<br />

da Cunha); nos areaes <strong>de</strong> Coina (Welw.). — Algarve: Faro (£.) (Bourgeau,<br />

Moller, Guimarães); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio, Lagos (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal; Africa boreal.<br />

Festuca geniculata (L.) Brot. Fl. lusit. p. 118; Bromus geniculates<br />

L. Mant. I, p. 33; Vulpia geniculate Link. H. her. I, p. 148; Willk. et<br />

Lange, p. 92; Hackel, p. 24; Colmeiro, p. 367.<br />

Exsic. —Welw. n. os<br />

120 e 123; Soc. Brot. n. os<br />

308 e 308 11<br />

; Bourgeau,<br />

PI. d'Esp. et <strong>de</strong> Port. n.° 2053.<br />

Annual, multiculmea, colmos <strong>de</strong> 15­20 cent, geniculados na base, folhas<br />

planas molles pubescentes na pagina superior planas acuminadas,<br />

ligula curta. Panicula <strong>de</strong> 5­15 cent, bastante ramosa, ramos distantes patentes<br />

durante a anthese reunidos em 3­5 nos nós inferiores, pedicellos dá<br />

gran<strong>de</strong>za das espiguetas comprimidos bigumeos mais estreitos na parte inferior;<br />

espiguetas cunéiformes <strong>de</strong> 3­5 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

muito estreita egual, pelo menos, a meta<strong>de</strong> da superior, a superior do comprimento<br />

das flores; glumella inferior acuminada e prolongada numa pragana<br />

ru<strong>de</strong> do mesmo comprimento da glumella, com alguns pellos perto das<br />

margens, 5­nervea, a superior 2­<strong>de</strong>nteada ; 3 estâmes, antheras <strong>de</strong> 3 mill.';<br />

ovário com alguns pellos; caryopse comprido e coroado pela parte superior<br />

do ovário.<br />

Hab. nos terrenos áridos, beira dos caminhos, dos campos, etc.<br />

Alemdouro littoral: Monte­Dôr, Ponte <strong>de</strong> Mouro (R. da Cunha); Porto<br />

(Schmitz, V. Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Castro Freire);<br />

Buarcos (Schmitz); Ourentam (A. Carvalho); Figueira, Pombal (Moller);<br />

Marinha Gran<strong>de</strong> (C. Pimentel). — Centro littoral: Porto <strong>de</strong> Moz (R. da<br />

Cunha) ; Barquinha, Tancos, Cascaes, Arrentella (Daveau) ; Lisboa (P. Coutinho);<br />

serra <strong>de</strong> Monsanto, Pedrouços, Lumiar (Welw.). — Baixo Alemtejo<br />

littoral: serra d'Arrabido, Porto Brandão (Daveau); Seixal, no pinhal da<br />

Trinda<strong>de</strong> (B. da Cunha); Setúbal (A. Luisier).—Allo Alemtejo: Évora<br />

(Daveau); Portalegre, Marvão (B. da Cunha); Elvas (Schmitz); Villa Fer­


136<br />

nando (Larcher). — Baixas do Guadiana: Beja, Cuba (B. da Cunha);<br />

Cazevel (Moller).—Algarve: Olhão (Welw., Moller); Faro (Bourgeau,<br />

Moller); entre Sehr e Benafim (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal.<br />

Festuca uniglmnis Sol. in Ait. H. Kew. ed. 1, p. 108; Vulpia merabranacea<br />

Link. H. berol. I, p. 147; Willk. et Lange, p. 92; Hackel, p.<br />

24; Colmeiro, p. 367.<br />

Exsic; — Welw.,η. 08<br />

1011 e 1012.<br />

Annual, multiculmea, colmos <strong>de</strong> 12­20 cent, quasi sempre geniculados<br />

na base; folhas estreitas enroladas, ligula muito curta, bainhas longas, a<br />

superior involvendo a base da panicula. Panicula espiciforme unilateral <strong>de</strong><br />

côr amarellada compacta e por vezes ramosa na base; pedicellos comprimidos<br />

dilatados na parte superior ásperos articulados com o rachis; espiguetas<br />

gran<strong>de</strong>s com 4­6 flores; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior muito<br />

pequena, quasi nulla, a superior quasi do comprimento da glumella que<br />

lhe fica superior terminada por uma pragana tão comprida como ella ciliada<br />

nas margens escariosas na linha dorsal e na pragana; glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />

a inferior carenada, áspera na carena e prolongada em pragana ciliada tão<br />

comprida ou mais do que ella, a superior membranacea 2­fida e ciliada<br />

nas carenas; antheras pequenas (1­1,5 mil!.).<br />

Hab. nos terrenos estereis e nos areaes próximos do mar.<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Mesnier, Moller). — Centro littoral: pinhal <strong>de</strong><br />

Leiria (Pimentel); Lisboa, na Tapada d'Ajuda (Welw.). — Baixo Alemtejo<br />

littoral: Barreiro (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes, Grândola (Welw.);<br />

Sines, nos terrenos arenosos (Hackel).<br />

Area geogr. — Inglaterra, França, região mediterrânea.<br />

Festnca longiseta Brot. Fl. lusit. I, p. 116; Vulpia longiseta Hackel,<br />

p. 24; Colmeiro, p. 368.<br />

Espécie muito semelhante á anterior. Diffère nos colmos mais finos nús<br />

na parte superior, nas folhas mais <strong>de</strong>lgadas, na panicula menos <strong>de</strong>senvolvida,<br />

espiguetas mais distantes não articuladas com o rachis c não separáveis<br />

facilmente e nas praganas bastante mais compridas.<br />

Hab. nas colunas áridas e nas charnecas.<br />

Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Moncorvo (J. Mariz). — Beira<br />

littoral: <strong>Coimbra</strong> (Barjona, Moller). — Allo Alemtejo: Portalegre (Moller).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: entre Coina e Vendas, nas charnecas arenosas<br />

(Welw.).<br />

Area geogr. — França, Bélgica, Peninsula ibérica.<br />

Festnca ciliata Brot. Fl. lusit. I, p. 115; Pers. Syn. I, p. 94; Vulpia


137<br />

ciliata Link. H. ber. I, p. 147; Willk. et Lange, p. 91;. Hackel, p. 24;<br />

Colmeiro, p. 366. ­<br />

Exsic. —Welw. n.° 1016; Soc. Brot. n.° 1351.<br />

Annual; colmos direitos finos; folhas estreitas a principio planas, mais<br />

tar<strong>de</strong> enroladas, ligula muito curta troncada, bainhas cobrindo todo ou<br />

quasi todo o entrenó, e a superior um pouco dilatada e involvendo a base<br />

da panicula. Panicula unilateral comprida estreita e direita; pedicellos<br />

curtos hispidos; espiguetas pequenas <strong>de</strong> 4­6 flores, as superiores estereis;<br />

glumas <strong>de</strong>seguaes lanceolado­subuladas glabras, a inferior egual a meta<strong>de</strong><br />

da superior ou muito pequena, a superior bastante mais curta que a glumella<br />

que lhe fica superior sem a pragana; glumellas <strong>de</strong>seguaes prolongadas<br />

numa longa pragana, a inferior da tlôr inferior com cílios raros e<br />

longos no dorso, todas longamente ciliadas nas margens; 1 estame, an­><br />

thera muito pequena.<br />

Hab. nos terrenos áridos.<br />

Alemdouro trasmontano : entre França e Babai (M. Ferreira); Adorigo<br />

(Schmitz). — Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (Link., V.<br />

Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha, A. Carvalho).<br />

— Centro littoral: Cascaes, Capari<strong>de</strong> (P. Coutinho); Lisboa, na Tapada<br />

dAjuda (Welw.). — Alto Alemlejo: Marvão (B. da Cunha). — Baixo Alemtejo<br />

littoral: serra dArrabida (Moller). — Baixas do Guadiana: Beja (R.<br />

da Cunha).<br />

Area geogr. — Europa austral.<br />

Festuca Myurus L. Sp. pi. ed. I, p. 74; Brot. p. 115; Vulpia Myurus<br />

Gm. Fl. bad. I, p. 8; Willk. et Lange, p. 91; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />

p. 365.<br />

Exsic. — Welw. n.° 1017; Soc. Brot. n.° 309; Fl. lusit. exs. n.° 33.<br />

Annual; colmos direitos <strong>de</strong> 15­40 cent.; folhas estreitas planas e mais<br />

tar<strong>de</strong> enroladas, ligula curta troncada, bainha da folha superior muito longa<br />

e involvendo a base da panicula. Panicula muito comprida unilateral estreita<br />

e curva na parte superior, ramos numerosos encostados ao eixo principal;<br />

pedicellos das espiguetas lateraes muito curtos; espiguetas pequenas oblongocuneiformes<br />

com 4­6 dores; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior egual ao<br />

V3 da superior, esta lanceolada acuminada egual a Va da glumella que lhe<br />

fica superior sem a pragana ; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior não ciliada e<br />

prolongada numa pragana mais comprida do que ella ; 1 estame, raras vezes<br />

2 ou 3, anthera 1<br />

/a ­<br />

l mill.<br />

Hab. nos logares áridos, pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Rebordâos, Bragança (P. Coutinho,<br />

Moller); Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Alemdouro littoral: serra do<br />

Gerez (M. Ferreira); <strong>de</strong> Valença até Vianna do Castello (B. da Cunha);


138<br />

serra do Soajo, Melgaço, na serra <strong>de</strong> S. Gregorio (Moller) ; S. Pedro da<br />

Cova, Vizella (E. Schmitz). — Beira trasmonlana: Villar Formoso (R. da<br />

Cunha). — Beira central: Guarda (Daveau); Caramullo, Vizeu (Moller).—<br />

Beira meridional: Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Beira littoral : Aveiro<br />

(J. Henriques, E. Mesquita); Louzà (J. Henriques); <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho,<br />

Moller) ; Ponte da Mucella, Oliveira <strong>de</strong> Bairro (M. Ferreira). — Centro<br />

littoral: Berlengas, Caldas da Rainha (Daveau); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel);<br />

Lisboa, na Tapada d'Ajuda, Alcantara (Welw.); Bemfica (O.<br />

David). — Allo Alemtejo: Évora (Daveau); Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong>, Marvão (R.<br />

da Cunha); Villa Fernando (R. Larcher). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite<br />

(R. da Cunha); do Poceirâo até aos Pegões, serra <strong>de</strong> S. Luiz, Grândola,<br />

na serra da Caveira (Daveau) ; entre Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes e Cercal,<br />

nos mattos (Welw.). — Algarve: Monchique (Moller).<br />

Area geogr.-.-Europa media e austral.<br />

Festuca foromoi<strong>de</strong>s L. Sp. pi. ed. Ï, p. 75.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1013 e 1015; Soe. Brot. n.° 881.<br />

Annual; colmos <strong>de</strong> 6-30 cent, finos direitos, nús em gran<strong>de</strong> extensão<br />

na parte superior; folhas estreitas enroladas, ligula curta troncada. Panicula<br />

<strong>de</strong> 5-10 cent, direita unilateral; espiguetas com 3-5 flores com pedicellos<br />

curtos (2 mill.), glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior egual ao terço ou<br />

meta<strong>de</strong> da superior uninervea, a superior 3-nervea aguda subulada e egual<br />

ou um pouco menor que as flores; glumellas quasi eguaes, a inferior com<br />

a nervura dorsal distincte lanceolada e prolongada numa pragana mais comprida<br />

do que ella hispidula principalmente na meta<strong>de</strong> superior e na pragana,<br />

a superior membranosa hispidula nas carenas levemente 2-<strong>de</strong>nteada;<br />

1 estame, anthera muito pequena.<br />

ß. Broten (Bss; et Reut.); Festuca hibrida Brot. p. 115; Vulpia<br />

Broteri Bss. et Reut. Pug. p. 128; V. sciuroi<strong>de</strong>s Gm. var.<br />

logearistata Willk. et Lange, p. 91; Hackel, p. 24; Colmeiro,<br />

p. 366. — Diffère.da forma typica em .ser mais vigorosa,<br />

em ter a panicula maior mais compacta ramosa, nas<br />

espiguetas com 5-8 flores e na pragana muito mais comprida.<br />

Hab. nos Jogares áridos, caminhos, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro); serra <strong>de</strong> Montesinho<br />

(Möller); Moncorvo (Mariz); Adorigo (Schmitz). — Alemdouro littoral: serra<br />

do Gerez (Moller); Mattosinhos, Seixas (R. da Cunha); S. Pedro da Cova<br />

(Schmilz). —Beira trasmonlana: Villar Formoso (R. da Cunha); Trancoso<br />

(M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella, do Caramullo, Vizeu,


139<br />

Lobão, Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller); Bussaco (J. Henriques).—Beira meridional:<br />

Alcai<strong>de</strong>, Covilhã (R. da Cunha); Figueiró dos Vinhos (V. Freitas).<br />

— Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Barjona); Louzã (J. Henriques); Lavos<br />

(M. Ferreira). — Centro littoral: Torres Vedras (B. e Cunha); collinas <strong>de</strong><br />

Alverca e Arruda (Daveau) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.) ; Monsanto<br />

(Moller). — Alto Alemlejo: Marvão (B. da Cunha); Montemór­o­Novo (Daveau);<br />

Redondo (P. Simões); Portalegre (Moller).—Baixo Alemtejo lilloral:<br />

Azeitão (Welw.); Barreiro (Moller); Alfeite (R. da Cunha); Grândola,<br />

na serra da Caveira (Daveau); Formosinho, na Arrábida, Setúbal (A. Luisier).—<br />

Algarve: serra <strong>de</strong> Foia, Tavira (Welw.); <strong>de</strong> Faro a S. João da<br />

Venda, nos pinhaes (Daveau); Olhão (Moller).<br />

Area geogr. — Europa media e mediterrânea, Africa boreal.<br />

Subgen. Nardurus Reichb.<br />

Espiguetas sempre encostadas ao eixo da espiga<br />

Espiguetas afastadas do eixo durante a anthese<br />

Festuca Lachenalii Spen. Fl. frib. HI, p. 1050; Triticum tenellum<br />

L. Syst. ed. X, p. 880; Nardurus Lachenalii Godr. Fl. lor. III, p. 187;<br />

Willk. et Lange, p. 115; Colmeiro, p. 416.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1024 e 1028; Soc. Brot, η. 05<br />

1526 e 1526";<br />

Fl. lusit. exs. n.° 228.<br />

Annual, multiculmea; colmos direitos <strong>de</strong> 1­5 <strong>de</strong>c, nós violáceos; folhas<br />

curtas estreitas, glabras ou pubescentes na face superior planas, enrolando­se<br />

quando seccas, ligula curta prolongando­se pelos lados da bainha.<br />

Espiga direita estreita rígida disticada simples, raras vezes ramosa na<br />

base, eixo cavado nos pontos <strong>de</strong> inserção das espiguetas; espiguetas quasi<br />

rentes com 5­8 ílores sempre encostadas ao eixo da espiga; glumas quasi<br />

eguaes, 3­nerveas, a superior oval­obtusa; glumellas eguaes, a inferior<br />

oval­lanceolada mais ou menos obtusa levemente ciliada na parte inferior<br />

5­nervea mutica.<br />

b. tenuicula (Lois.), Triticum tenuicolum Lois. Not. p. 27; F. Lachenalii,<br />

γ. aristata Koch; Narduros Lachenalii, ß. aristatus<br />

Bss. Voy. II, p. 667. —Diffère da forma typica por ter a<br />

glumella inferior com pragana tão longa como a glumella ou<br />

um pouco mais curta.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e cultivados.<br />

F. Lachenalii Spen.<br />

F. patens (Brot.).


140<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, no cabeço <strong>de</strong> S. .Bartholomen (M.<br />

Ferreira); no valle do Chorido, Montesinho iMoller); Adorigo (Schmitz).;<br />

Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa) ; serra do Marão (J. Henriques). — Alemdouro<br />

littoral: Monte­Dôr (R. da Cunha); Amarante (G. Sampaio); Porto<br />

(G. Sampaio); Vallongo (Schmitz). — Beira trasmontana: Villar Formoso,<br />

Ponte do Mouro, Mido (R. da Cunha); Trancoso (M. Ferreira).— Beira<br />

meridional: Castello Branco (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann).­<br />

— Beira central: serra da Estrella (R. da Cunha); Bussaco, Caramullo,<br />

Lobão (Moller); Vizeu (M. Ferreira).­—Beira littoral: serra da Louzã,<br />

<strong>Coimbra</strong> (Moller); Ponte da Mucella (M,. Ferreira). — Allo Alemtejo: Évora<br />

(Daveau); Portalegre (Moller). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite (P. GOUT<br />

tinho, R. da Cunha); Setúbal, nos pinhaes (Daveau); Coina, Fornos d'El­<br />

Rei, Fontarinha, entre Composta e Meli<strong>de</strong>s (Welw.); Setúbal (A. Luisier).<br />

— Algarve: serra <strong>de</strong> Foia (Welw.); Monchique (Moller).<br />

Area geogr. — Europa meridional.<br />

Festuca patens (Brot.) Κ. Richter Pl. europ. p. 110; Triticum patens<br />

Brot. p. 120; Nardurus Lachenalii, γ. maximus Lange Pug. p. 58;<br />

Willk. et Lange, p. 115; N. patens Hackel, p. 31; Colmeiro, p. 416.<br />

Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 229; Soc. Brot. n.° 173.<br />

.Espécie próxima da anterior da quai diffère principalmente pela gran<strong>de</strong>za<br />

do colmo (50­90 cent.), pela espiga mas comprida (19­24 cent.), e<br />

especialmente pela posição das espiguetas durante a anthese e mesmo antes<br />

afastadas do eixo formado em angulo <strong>de</strong> 45°­70°.~<br />

Hab. nos terrenos arenosos em geral das regiões aitas.<br />

Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa); Bragança<br />

(M. Ferreira). — Alemdouro littoral: Penafiel, nas searas, Mourisca, perto<br />

do Porto (G. Sampaio). — Bejra trasmontana: Almeida (M. Ferreira).—<br />

Beira central: serra da Estrella (Moller); Vallezim (J. Henrique). — Beira<br />

meridional: Castello Branco (R. da Cunha). — Beira littoral : <strong>Coimbra</strong> (C.<br />

Men<strong>de</strong>s); Louzã, Miranda (Brotero); Bussaco (Hackel).<br />

Area geogr. — Portugal.<br />

CATAPODIUM 1<br />

Lk. — Espiga simples, raras vezes ramosa, dislicada;<br />

espiguetas mais estreilas na ponta encostadas ao eixo excavado com<br />

pedicellos muito curtos grossos, glumas quasi eguaes, a superior obtusa;<br />

glumellas eguaes, a inferior concava oblusa; caryopse oblongo concavo ou<br />

mais ou menos canaliculado na face interna.<br />

1<br />

De κατά, em baixo, e πόδιον, pesinho; allusão á pequena ligação na base das espiguetas.


141<br />

Catapodiuin loliaceum (Huds.) Link. H. ber. Ï, p. 145; Poa löliaeea<br />

Huds..'FL. angl. p. 43; Desmaseria loliacea Nym. Syl. p. 426; Willk.<br />

et Lange, p. 112; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 410.<br />

Exsic. —Welw. n.° 1020; Soc. Brot. n.° 1352; Fl. lusit. exs. n.°<br />

1141.<br />

Multiculmea; colmos <strong>de</strong> 5­10 cent, <strong>de</strong>itado ou ascen<strong>de</strong>nte duro; folhas<br />

•ver<strong>de</strong>s ou violáceas lineares planas glabras, a ultima próxima da espiga<br />

e involvendo­a por vezes, ligula comprida troncada laciniada. Espiga simples<br />

rígida; espiguetas disticadas com pedicello curto e grosso <strong>de</strong> 5­11<br />

flores encostadas ao eixo da espiga ílexuoso e escarioso junto <strong>de</strong> cada<br />

espigueta, frequentes vezes imbricadas; glumas quasi eguaes lanceoladas,<br />

a superior 3­nervea subobtusa; glumellas eguaes, a inferior oval ou suborbicular<br />

obtusa glabra 5­nervea, sendo bem distinctas a media e as duas<br />

próximas da margem; antheras muito pequenas; caryopse oblongo levemente<br />

canaliculado na face interna.<br />

Hab. nas areias marítimas.<br />

Alemdouro lilloral: Foz do Douro (Schmitz); areaes do Douro, prox.<br />

do Porto (G. Sampaio); Molledo, Areosa, Carriço (B. da Cunha). — Beira<br />

lilloral: Buarcos (Schmitz, Moller). — Centro littoral: Berlengas e Fari­<br />

Ihões, Cascaes (Daveau). — Baixo Alemtejo lilloral: Setúbal, Barreiro<br />

(Welw.). — Algarve: Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Hackel).<br />

SCLEROPOA 1<br />

Gris. — Espiguetas <strong>de</strong> 5­11 flores, estreitas, bastante<br />

compridas, umas quasi rentes, outras com pedicellos curtos e grossos, dispostos<br />

em espiga ou panicula, rígidas; glumas quasi eguaes carenadas<br />

linear­lanceoladas obtusas mais curtas que as flores; glumellas quasi eguaes,<br />

a inferior oval­lanceolada carenada 3­5­nervea mutica ou mucronulada, a<br />

superior 2­<strong>de</strong>nteada ; caryopse adhérente á glumella superior.<br />

Scleropoda rigida (L.) Gris. Spie. II, p­ 431; Poa rígida L. Am.<br />

açad. IV, p. 365; Brot. p. 103; Willk. et Lange, p. 87; Hackel, p. 23;<br />

Colmeiro, p. 354.<br />

Exsic —Welw. n. 09<br />

1004 a 1006; Soc. Brot. n. 0s<br />

307 e 307«; Fl.<br />

lusit. exs. p. 23.<br />

Multiculmea; colmos <strong>de</strong> 5­30 cent, geniculado­ascen<strong>de</strong>ntes rigidos lisos;<br />

folhas lineares acuminadas a principio planas, mais tar<strong>de</strong> enroladas, ligula<br />

um pouco comprida troncada lacerada. Panicula direita ver<strong>de</strong> ou violácea<br />

subunilateral, raras vezes simples, os ramos inferiores com muitas espi­<br />

1<br />

De σκληρός, duro, e r.ía, herva; allusão á rigi<strong>de</strong>z d'estas plantas.


142<br />

guetas, as superiores com uma só, direitos grossos trigonos ru<strong>de</strong>s nos ângulos,<br />

os maiores tendo espiguetas quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas lateraes<br />

linear­oblongas com 5­12 llores distantes umas das outras pequenas com<br />

pedicello direito grosso e trigono; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes lanceoladas<br />

subobtusas com uma estreita margem escariosa 1­3­nerveas; glumellas<br />

eguaes, a inferior oval­lanceolada subobtusa raras vezes levemente<br />

mucronada concavo­carenada 3­5­nervea; caryopse oblongo­cylindrico achatado<br />

e levemente convexo na face externa.<br />

var. patens Duval­Jouve; S. patens Presl. — Diffère do typo por<br />

ter a panicula maior e patente.<br />

Hab. nos terrenos áridos, pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Alemdouro<br />

littoral: Barcellos (R. da Cunha); Paranhos (G. Sampaio). — Beira central:<br />

Bussaco (M. Ferreira). — Beira meridional: Castello Branco (R. da<br />

Cunha). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, A. Carvalho); Mira, Lavos<br />

(M. Ferreira). — Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto,<br />

Lumiar, Campo Gran<strong>de</strong>, Paço d'Arcos (Welw., Daveau, R. da<br />

Cunha). — Allo Alemtejo: Portalegre (R. da Cunha, Moller); Redondo (P.<br />

Simões).—Baixo Alemtejo littoral: Barreiro, nas areias salgadas (Welw.);<br />

Setúbal (A. Luisier).—Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Mértola<br />

(Moller).—Algarve: Faro, nos terrenos arenosos e nas beiras dos<br />

caminhos ; entre Olhão e Fuzeta (Welw.) ; Silves (Daveau) ; Tavira, Monchique<br />

(Moller).<br />

Area geogr.—Região mediterrânea.<br />

Subtribu Brachypo<strong>de</strong>ae<br />

BBOMÜS 1<br />

L. — Panicula simples ou ramosa na parte inferior; espiguetas<br />

pedicelladas multifloreas, flores superiores rudimentares; glumas<br />

<strong>de</strong>seguaes membranosas carenadas, a inferior uninervea mais pequena, a<br />

superior 5­nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior fusiforme subulada<br />

carenada 2­<strong>de</strong>nteada ou 2­fida com pragana maior que ella na maior<br />

parte das espécies e inserida um pouco abaixo do vértice, raras vezes mucronada<br />

ou mutica, a superior ciliada nas carenas; glumellulas oblongas,<br />

1<br />

De βρωυο;, alimento; allusão ás proprieda<strong>de</strong>s nutritivas das espécies d'esté género.


143<br />

inteiras; ovário villoso na parle superior, estigmas rentes ou quasi rentes<br />

nascendo sobre a face dorsal do ovário e um pouco abaixo da extremida<strong>de</strong>;<br />

caryopse adhérente ás glumellas oblongo com macula hilar comprida<br />

e appendiculado e villoso na extremida<strong>de</strong> superior.<br />

Gluma inferior 1­nervea Subgen. Stenobromus.<br />

Gluma inferior 3­3­nervea Subgen. Zeobromus.<br />

Subgen. Stenobromus<br />

(Panicula unilateral B. tectorum L.<br />

1 (Panicula não unilateral 2<br />

(Praganas sempre direitas mais ou menos parallelas 3<br />

2 (Praganas divergentes em forma <strong>de</strong> leque <strong>de</strong>pois da floração... · 3<br />

3<br />

S<br />

(Praganas duas vezes mais compridas do que as glumellas 4<br />

(Praganas quando muito <strong>de</strong> 3 cent Β. sterilis L.<br />

(Antheras muito pequenas; panicula <strong>de</strong>nsa B. maximus Desf.<br />

(Antheras gran<strong>de</strong>s B. macrantherus Hack.<br />

(Panicula não compacta oblonga Β madritensis L.<br />

(Panicula compacta obovada B. rubens L.<br />

Bromas sterilis L. Sp. pi. ed. I, p. 77; Brot. p. 112; Willk. et<br />

Lange, p. 98; Hackel, p. 27; Colmeiro, p. 378.<br />

Annual; colmos direitos glabros lustrosos; folhas compridas lineares<br />

planas pubescentes ásperas nas margens, ligula oval­oblonga laciniada.<br />

Panicula inclinada <strong>de</strong> ramos distantes e mais ou menos patentes, ramos<br />

finos ásperos compridos em geral com uma única espigueta; espigueta <strong>de</strong><br />

3­5 cent, oblongo­cuneiformes glabras com 6­11 flores, glumas muito<br />

<strong>de</strong>seguaes acuminadas muito agudas escariosas nas margens, glumellas<br />

<strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada acuminada 2­fida escariosa na margem e<br />

no vértice muito áspera no dorso com 7 nervuras muito dislinctas e com<br />

pragana ru<strong>de</strong> direita mais comprida do que ella inserida pouco abaixo do<br />

vértice, a superior longamente ciliada.<br />

Hab. nos terrenos incultos, margens dos caminhos, muros, etc.<br />

Alemdouro trasmontano : visinhanças <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong> Espada á Cinta, Moncorvo<br />

(Mariz)..— Alemdouro littoral: Monsão (R. da Cunha); Porto, na


14*<br />

Povoa <strong>de</strong> Cima (G. Sampaio); S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira trasmontana:<br />

Villar Formoso (R. da Cunha).­—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller,<br />

Β. Carreiro); Louzã (J. Henriques).— Centro littoral: Torres Vedras<br />

(B. e Cunhu) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Daveau).­—Algarve: Monchique<br />

(Welw.).<br />

Area geogr. — Begião mediterrânea.<br />

Bromas maxiinns Duf. Fl. atl. I, p. 95 ; B. madritensis Brot. p.<br />

113; Willk. et Lange, p. 98; Hackel, p. 27; Colmeiro, p. 379.<br />

Exsic —Welw. n.° 1035; Soe. Brot. n. os<br />

39 e 39 a<br />

; FI. lusit. exs.<br />

n.° 1140.<br />

Annual; colmos <strong>de</strong> 3­6 <strong>de</strong>c. direitos ou inclinados na base pubescentes<br />

na parte superior; folhas lineares planas villosas nas duas faces, bainha<br />

villosn, ligula oblonga laciniada. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea direita, curta<br />

oblonga compacta, ramos ásperos curtos direitos dispostos por 2­3 nos nós<br />

% inferiores em geral simples pubescentes; espiguetas <strong>de</strong> 5­7 cent, oblongocuneiformes<br />

glabras ásperas com 4­9 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes acuminadas<br />

escariosas nas margens ásperas na carena, glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

profundamente 2­fida com pragana forte direita duas vezes mais comprida<br />

do que ella com 5 nervuras bem distinctas, duas <strong>de</strong> cada lado próximas<br />

das margens, a superior ciliada nas carenas.<br />

b. Gussoni Pari. PI. rar. fase. II, p. 8.—Panicula muito maior<br />

menos compacta, inclinada e ramos um pouco compridos, os<br />

maiores divididos e reunidos por 4­6 nos nós inferiores.<br />

• Hab. nos Jogares áridos.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, Pinhão (Moller); Alfan<strong>de</strong>ga da Fé<br />

(D. M. Ochoa); Villa Beal (D. Monteiro); Moledo (W. Lima).—Alemdouro<br />

littoral: Seixas, Ponte do Mouro (B. da Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto (D. M. Henriques); Porto, Vallongo (Schmitz). — Beira trasmontana:<br />

Almeida, Mido (R. da Cunha). — Beira central: S. Romão (M. Ferreira);<br />

Caramullo, Oliveira do Con<strong>de</strong>, Celorico, Lobão, Bussaco (Moller).<br />

— Beira littoral: Aveiro, na Gafanha (E. Mesquita); Louzã (B. Carneiro);<br />

<strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira, Β. Carneiro); Ponte da Mucella, entre Montemor<br />

e Seixo <strong>de</strong> Gatões (M. Ferreira). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong>, Castello<br />

Branco (B. da Cunha); Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Centro littoral:<br />

Marinha Gran<strong>de</strong>, nos pinhaes (G. Pimentel); Torres Vedras (B. e<br />

Cunha); Berlengas (Daveau); Azambuja, nos pinhaes (Welw.); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau); Cintra (D. S. Silva). — Allo Alemtejo: Portalegre<br />

(L. Marçal); Marvão, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha) ; Évora (Daveau,<br />

Moller); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo lilloral: Costa da


Caparica, Alfeite, nos pinhaes, Barreiro, Seixal, na praia (R. da Cunha) ;<br />

entre Almada e Trafaria (P. Coutinho); S. Thiago <strong>de</strong> Cacem, ilha do Pecegueiro<br />

(Daveau); Villar Formoso (Welw.). — Baixas do Guadiana: Serpa<br />

(Daveau); Beja (R. da Cunha). — Algarve: Olhão, Santo Antonio do Alto<br />

(Welw.).<br />

Area geogr.—Begiâo mediterrânea.<br />

Bromns maerantherns Hackel in litt.<br />

Espécie muito próxima da antece<strong>de</strong>nte e especialmente da var. Gussonii,<br />

differindo principalmente pela gran<strong>de</strong>za das antheras que têm 6 mill.<br />

Hab. nos logares relvosos das margens dos rios.<br />

Beira lilloral : margens do Mon<strong>de</strong>go, em Villa Franca (B. Carneiro).<br />

Area geogr. — Portugal e Argélia.<br />

O prof. Hackel <strong>de</strong>screve esta espécie do modo seguinte:<br />

Annuus; culmis circ. 50­70 cm. altus, teres, sub panicula scaber vel<br />

puberulus. Vaginae ad oras pilosae; ligula 2­3 mm. longa, retusa, glabra,<br />

<strong>de</strong>ntata, <strong>de</strong>mum lacera. Laminae lineares, longe acutatae, utrinque scaberrimae,<br />

praeterea supra pilis raris adspurae. Panicula ovala, laxa vel<br />

<strong>de</strong>nsiuscula, subnutans, 12­20 cm. longa, rachis scaberrima, ramis inferioribus<br />

2­5 mm. superioribus saepi.us solitariis, omnibus fdiformibus, patulis<br />

vel plus minus nulantibus, modo scaberrimis modo hirtulis, plerumque<br />

unispiçulatis. Spiculae laterales extremae breviter pedicellatae, basilares<br />

pedicel!is 2­4 cm. longis fultae, omnes linéari­oblongae, post anlhesin ápice<br />

parem dilatatae, multillorae, absque arislis circ. 2 cm. longae, viri<strong>de</strong>s vel<br />

levitei ­<br />

violaceo­suffusae. Glumae steriles parum inaequales (12:15­16:19<br />

mm. longae) ; I. ma<br />

subulato­lanceolata uninervis, Π lanceolata 3­nervjs, in<br />

acumen tenuissimum protraclae, carinatae, carina scabra, II. da<br />

a m<br />

IV.<br />

(<strong>de</strong>mpta<br />

arista) aequans. Glumae fertiles lanceolalae, 12­15 mm. longae, 5­nerves,<br />

scabro­punctatae, infra apicem subuluto­bi<strong>de</strong>nticulatum aristam emitens rectam<br />

validam scaberrimam 45­60 mm. longam, glumam suam ergo quádruplo<br />

plusve superantem, basi callo maturitatis tempore obtusiusculo<br />

cicatrice oblongo­elliplica notata. Palea gluma V6 _1<br />

/4 brevior. Lodiculae<br />

pusillac, integrae. Stamina 3 antheris magnis (6 mm. longis), angusle<br />

linearibus áureo­llavis. Proximum B. máximo Desf. cui forsan subspecies<br />

serins (dum omnes hujus speciei polymorphae formae notae atque monographice<br />

dispositae sint) habendus. Inter B. maximi varietates v. subespécies<br />

praecipue B. Gussonii Pari. noslro B. macranlhero proximus, diílert<br />

tarnen (ul reliquae) spiculis multo majoribus, gluma fertili circ. 3 cm.<br />

longa, arista sua non nisi duplo superata, praecipue vero antheris minimis<br />

vix ultra 1 mm. longis.<br />

OBS. — Cultura constantissimus manet.<br />

ÍO XX


14-6<br />

Bi'omus teetorum L. Sp. pi. ed. I, p. 77; Willk. et Lange, p. 98;<br />

Hachel, p. 27; Colmeiro, p. 26.<br />

Annual; colmos <strong>de</strong> 2-4 <strong>de</strong>c. direitos ou um pouco recurvados na base<br />

pubescentes na parte superior; folhas planas lisas pubescentes, <strong>de</strong> limbo<br />

relativamente curto, ligula truncada laciniada, bainha pubescente. Panicula<br />

<strong>de</strong> còr ver<strong>de</strong> clara ou violácea estreita compacta unilateral e inclinada,<br />

ramos flexuosos finos pubescentes semiverlicillados os maiores ramosos;<br />

espiguetas <strong>de</strong> 3 cent, com as praganas, oblongo-cuneiformes pubescentes<br />

ou pilosas, raras vezes glabras, lisas com 6-12 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes,<br />

acuminadas escariosas nas margens, a inferior uninervea, a superior 3-nervea,<br />

nervuras nào chegando até a ponta; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

lanceolada acuminada 2-fida na extremida<strong>de</strong> escariosa nas margens e na<br />

extremida<strong>de</strong> com 7 nervuras pouco distinctas a central prolongando-se<br />

numa pragana áspera do comprimento da glumella ou mais longa, a superior<br />

ciliada nas carenas; antheras muito pequenas.<br />

Hab. nos terrenos arenosos, sobre as pare<strong>de</strong>s velhas, nos telhados,<br />

etc.<br />

Alemdouro lansmonlano: Bragança (P. Coutinho, Müller); Miranda do<br />

Douro, Freixo <strong>de</strong> Espada â Cinta (J. Mariz); Adorigo (Schmitz); Alijó<br />

(A. <strong>de</strong> Sousa). — Alemdouro littoral: Porto, no Areinho (G. Sampaio).<br />

— Beira trasmonlana: Villar Formoso (B. da Cunha).—Beira central:<br />

Guarda (M. Ferreira); Celorico da Beira (R. da Cunha). — Beira littoral:<br />

<strong>Coimbra</strong> (M. Ferreira). — Beira meridional : Castello Branco (R. da Cunha).<br />

— Allo Alemtejo: Évora (Moller) ; Portalegre (C. Machado). — Baixo Alemtejo<br />

littoral: Santarém (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da<br />

Cunha, Moller).<br />

Area geogr. — Europa, Asia, Africa boreal.<br />

OBS.—Encontram-se as formas glabra e pubescente sendo a primeira<br />

mais frequente.<br />

Bromas madritensis L. Am. acad. p. 265; B. varius Brot. p. 113;<br />

Willk. et Lange, p. 99; Hachel, p. 17.<br />

Exsic. — Welw. n. 09<br />

1033, 1038 e 1040; Fl. lusit. exs. n.° 37; Soe.<br />

Brot. n.° 1276.<br />

Annual; colmos <strong>de</strong> 1-6 <strong>de</strong>c. direitos ou levemente curvados perto da<br />

base, glabro ou levemente pubescente na parte superior; folhas planas<br />

acuminadas mais ou menos pubescentes; ligula oblongo-lanceolada laciniada,<br />

bainha pubescente. Panicula violácea oblonga pouco compacta a principio<br />

direita mais tar<strong>de</strong> um pouco inclinada na parte superior, ramos semiverticillados<br />

lisos ou levemente ásperos direitos ou um pouco patentes, os<br />

maiores em geral com mais <strong>de</strong> uma espigueta; espiguetas oblongo-cunei-


147<br />

formes abertas na extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois da floração com 8­12 flores; glumas<br />

<strong>de</strong>seguaes estreitas longamente acuminadas escariosas nas margens ;<br />

glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior estreita linear lanceolada acuminata pubescente<br />

2­fida com uma orla escariosa estreita na margem 7­nervea, sendo<br />

as duas nervuras externas marginaes e a media prolongando­se numa pragana<br />

<strong>de</strong> comprimento egual ao da gluma, a superior egual a 2<br />

/ä da inferior<br />

pubescente e ciliada na carena.<br />

3; cilialus Guss. Syn. Fl. sic. I, p. 78. — Panicula um pouco mais<br />

<strong>de</strong>nsa e tanto as glumas como as glumellas pubescentes especialmente<br />

sobre as nervuras.<br />

Hab. nos terrenos áridos, nas margens dos campos, etc.<br />

Alemdouro trasmontano : Bragança (P. Coutinho, Moller) ; Adorigo<br />

(Schmitz); Moncorvo (J. Mariz). — Alemdouro littoral: Porto, em Lor<strong>de</strong>lio<br />

(G. Sampaio). — Beira trasmontana: Trancoso (M. Ferreira).—<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha); Louzã (J. Henriques);<br />

Ponte da Mucella (M. Ferreira).— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa,<br />

Perna <strong>de</strong> Pau (Daveau); Amora (Welw.); Capari<strong>de</strong> (P. Coutinho); Villa<br />

Franca (B. ­da Cunha) ; Meca (Moller) ; pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel) ;<br />

Torres Novas (B. da Cunha); Cintra (Welw.). — Alto Alemtejo: Portalegre,<br />

Crato (B. da Cunha); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral:<br />

Alfeite (P. Coutinho). — Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha);<br />

Ficalho, Castro Ver<strong>de</strong> a Carrasqueiro (Daveau) ; Cazevel (Moller). — Algarve:<br />

Olhão (Welw.); Silves (Daveau); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio,<br />

Faro (Guimarães, Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.<br />

Bromas rutoens L. Am. acad. IV, p. 265; Willk. et Lange, p. 99;<br />

Colmeiro, p. 380.<br />

Espécie muito semelhante á anterior, differinclo principalmente pela<br />

panieula mais curta <strong>de</strong>nsa pouco ramosa e mais ou menos violácea, espiguetas<br />

com 4­8 flores. O colmo é pubescente na parte superior.<br />

Hab. nos terrenos áridos e incultos, nas pare<strong>de</strong>s e nos.caminhos.<br />

Alemdouro trasmontano: Barca d'Alva (G. Sampaio). — Beira trasmontana:<br />

Almeida (M. Ferreira).—Allo Alemlejo: Portalegre, Marvão (R. da<br />

Cunha).— Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha); entre Carrasqueiro<br />

e Castro Ver<strong>de</strong> (Daveau); Mértola (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.


i<br />

148<br />

Subgen. Zeobromus (Serrafalcus Pari.)<br />

(Glumellas com as margens enroladas e não imbricadas B. secalinus.<br />

(Glumellas não enroladas e inteiramente imbricadas 2<br />

(Praganas sempre direitas 3<br />

2 (Praganas torcidas e divarieadas <strong>de</strong>pois da floração 4<br />

3<br />

4<br />

(Gluma inferior Snervea B. mollis.<br />

( Gluma inferior 3­nervea B. racemosus.<br />

(Espiguetas gran<strong>de</strong>s com 10­20 flores B. macrostachys.<br />

(Espiguetas uão gran<strong>de</strong>s 5<br />

1Panicula muito <strong>de</strong>nsa; praganas divarieadas B. scoparius.<br />

Panicula não <strong>de</strong>nsa, algumas praganas divarieadas B. molliformis.<br />

Bromns secaliiras L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Brot. p. 111 ; Serrafalcus<br />

secalinus Bab. Man. ofbrit. bol. ρ 374; Willk. et Lange, p. 100; Hackel,<br />

p. 28; Colmeiro, p. 382.<br />

Annual; colmos glabros lustrosos <strong>de</strong> 5­10 <strong>de</strong>c; folhas planas acuminadas<br />

mais ou menos pelludas na face superior, bainha quasi sempre glabra,<br />

ligula curta truncada. Panicula a principio direita, <strong>de</strong>pois inclinada<br />

unilateral, ramos ásperos <strong>de</strong>seguaes os inferiores semiverticillados; espiguetas<br />

oval­oblongas ou lanceoladas com 5­15 flores a principio imbricadas<br />

por fim quasi cylindricos e não imbricadas; glumas <strong>de</strong>seguaes, a<br />

inferior lanceolada aguda, a superior oval obtusa; glumellas quasi sempre<br />

eguaes, a inferior oval­oblonga com estreita margem escariosa com 7 nervnras<br />

pouco dislinctas, mutica ou com pragana curta inserida abaixo do<br />

vértice chanfrado; caryopse profundamente canaliculado na face interna.<br />

Hab. nas searas e nos prados.<br />

Centro littoral: Lisboa (P. Coutinho); serra <strong>de</strong> Monsanto (R. da Cunha).<br />

— Baixo Alemtejo littoral: Costa <strong>de</strong> Caparica (Daveau). — Baixas da Guadiana:<br />

Beja (D. S. Silva).<br />

Area geogr.—Europa boreal, media e meridional.<br />

OBS. — O dr. Brotero indica esta espécie como vegetando especialmente<br />

no norte <strong>de</strong> Portugal. Não tem porém sido encontrada nas mo<strong>de</strong>rnas explorações.<br />

Alguns exemplares colhidos pelo sr. Daveau na costa <strong>de</strong> Caparica<br />

po<strong>de</strong>m ser referidos á varieda<strong>de</strong> ou forma microstachis Godr.


149<br />

Bromas commntatns Schrad. Fl. germ. I, p. 353 ; Serrafalcus commutatus<br />

Bab. p. 374; Willk. et Lange, p. 100; Colmeiro, p. 383.<br />

Annual; colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes glabros <strong>de</strong> 3-10 <strong>de</strong>c; folhas<br />

planas lineares acuminadas pubescentes, assim como as bainhas, ligula<br />

curta lacerada. Panicula inclinada subunilateral simples ou ramosa, ramos<br />

curtos finos flexuosos ásperos do comprimento da espigueta ou um pouco<br />

mais compridos; espiguetas oval-lanceoladas agudas um pouco compridas<br />

glabras ou algumas vezes pelludas ver<strong>de</strong>s ou mais ou menos violáceas,<br />

com 8-10 ílores; glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada, a superior ovallanceolada<br />

obtusiuscula ou mucronada; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />

elliptico-oblonga obscuramente 7-nervea emarginada no vértice com pragana<br />

direita <strong>de</strong> comprimento egual ao da glumella.<br />

Hab. nos prados e searas.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho). — Beira trasmontana :<br />

Almeida (M. Ferreira); Castello Bom, Villar Formoso (R. da Cunha).—<br />

Beira littoral: Aveiro (T. Lebre); Louzã (J. Henriques); <strong>Coimbra</strong>, no<br />

Choupal (Moller).<br />

Area geogr. — Europa e Africa boreal.<br />

Bromas mollis L. Sp. pi. ed. II, p. 112; Brot. p. Ill; Serrafalcus<br />

mollis Pari. Pl. rar. Sic. far. U, p. 11; Willk. et Lange, p. 100; Hackel,<br />

p. 28; Colmeiro, p. 384.<br />

Exsic. —Welw. n.° 1037; Fl. lusit. exs. n.° 38; Soc. Brot. n. os<br />

312<br />

e 312 a<br />

.<br />

Annual; colmos direitos pubescentes na parte superior; folhas lineares<br />

acuminadas molles pubescentes, ligula curta troncada e muitas vezes laciniada.<br />

Panicula oblonga contrahida <strong>de</strong>pois da floração direita., ramos subverlicillados<br />

<strong>de</strong>seguaes, os mais compridos com mais <strong>de</strong> uma espigueta;<br />

espiguetas ovaes oblongas pubescentes, raras vezes glabras, com 6-10 flores,<br />

glumas lanceoladas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais estreita aguda<br />

5-nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior obovada com 7-9 nervuras muito<br />

pronunciadas escariosa na parte superior 2-fida e com pragana direita um<br />

pouco mais curta que a glumella.<br />

Hab. nos lameiros, nos terrenos cultivados, nas terras cascalhentas, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Bicafé, serra <strong>de</strong> Rebordãos<br />

(Moller); Freixo d'Espada á Cinta, Moncorvo (Mariz); Adorigo<br />

(Schmitz); Moledo (W. Lima); Villa Real (D. Monteiro); Chaves, na<br />

serra do Brunheiro (Moller).—• Alemdouro lilloral: serras do Gerez, <strong>de</strong><br />

S. Gregorio, do Soajo, Melgaço (Moller); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (Couceiro);<br />

<strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Cerveira a Vianna do Castello (B. da Cunha); Paranhos<br />

(G. Sampaio). — Beira trasmontana: Villar Formoso, Almeida (R. da<br />

Cunha, M. Ferreira); Aguiar da Beira, Trancoso (M. Ferreira). — Beira


150<br />

central: Guarda, Gouveia, Vizeu (M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong>, Fornos,<br />

Caramullo, em S. João do Monte, Lobão, serra da Estrella (Moller) ; Celorico<br />

(R. da Cunha); Bussaco (F. Loureiro). — Beira meridional: Castello<br />

Branco (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />

C. Zimmermann). — Beira littoral:<br />

<strong>Coimbra</strong>, Eiras, Brasfemes, Pombal, Galla (Moller); Taveiro (Β. e Cunha);<br />

Ponte da Mucella (M. Ferreira); Louzã (J. Henriques); Buarcos (Schmitz).<br />

— Centro littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); lezíria d'Azambuja, Villa<br />

Franca (U. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., R. da Cunha, Daveau);<br />

Cintra (Daveau); prox. <strong>de</strong> Cascaes (P. Coutinho); Carni<strong>de</strong> (D. S.<br />

Silva). — Allo Alemtejo: Redondo (P. Simões); Évora, Portalegre (Moller,<br />

R. da Cunha); Montemor­o­Novo (Daveau). — Baixas do.Guadiana: Serpa<br />

(Daveau); Beja (R. da Cunha): Cazevel (Moller). — Algarve: Foia, Faro,<br />

nas vinhas (Welw.); Olhão, nos terrenos salgados, Portimão, Villa Real <strong>de</strong><br />

Santo Antonio, Castro Marim (Moller).<br />

Area geogr.•—• Europa media e meridional, Asia occi<strong>de</strong>ntal, Africa boreal.<br />

Bromns molliformis Lloyd. Fl. du Loir. inf. p. 315; Serrafalcus<br />

Lloydianus Gr. et Godr. Fl. fr. Ill, p. 591; Willk. et Lange, p. 101;<br />

Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 385.<br />

Annual; colmos direitos <strong>de</strong> 2­4 <strong>de</strong>c. cespitosos com pubescencia fina,<br />

folhas linear­acuminadas molles villosas <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> pallida, ligula oval<br />

dilacerada. Panicula oval ou oval­oblonga compacta e sempre contrahida<br />

direita pouco ramosa, ramos muito curtos lisos, pelludos, quasi todos mais<br />

curtos que as espiguetas, poucos com duas espiguetas; espiguetas oblongolanceoladas<br />

um pouco comprimidas pelludas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> pallida com 8­10<br />

flores; glumas lanceoladas agudas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior ellipticaoblonga<br />

com nervuras muito distinctas escariosa na parte superior 2­fida,<br />

praganas tão compridas como as glumellas a principio direitas por fim todas<br />

ou algumas torcidas e divarieadas.<br />

Hab. nos terrenos incultos e nas proximida<strong>de</strong>s do mar.<br />

Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Beira trasmontana:<br />

Villar Formoso, no Valle Fundo (M. Ferreira).—Beira littoral:<br />

<strong>Coimbra</strong> (Moller).— Centro littoral: serra <strong>de</strong> Monsanto (Moller). — Algarve:<br />

Lagos (Daveau).<br />

Area geogr. — França, Bélgica, Istria, peninsula ibérica.<br />

'Stromas scoparius L. Ann. acad. IV, p. 266; Serrafalcus scoparius<br />

Pari. Fl. pal. I, p. 174; S. Cavanillesii Willk. et Lange, p. 101; Hache!,<br />

p. 28; Colmeiro, p. 385.<br />

Annual; colmos <strong>de</strong> 1­2 <strong>de</strong>c. direitos glabros; folhas estreitas lineares<br />

com pellos longos na face superior e nas bainhas, ligula curla troncada e


151<br />

irregularmente <strong>de</strong>nteada. Panicula <strong>de</strong>nsa oval ou oval-oblonga direita;<br />

espiguetas glabras ou pubescentes oblongo-lanceoladas com 6-* 10 Ílores<br />

muito imbricadas; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada, a<br />

superior oval-oblonga obtusa escariosa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio, glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />

a inferior oblonga escariosa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio, levemente 2-fida, praganas da<br />

gran<strong>de</strong>za das glumellas torcidas e divaricadas.<br />

Hab. nos terrenos incultos e areientos, nos caminhos e nos lameiros.<br />

Alemdouro Irasmonlano: Bragança, Ricafé (P. Coutinho, Moller); Freixo<br />

<strong>de</strong> Espada a Cinta (Mariz); Adorigo (Schmitz). — Beira trasmontana: Almeida<br />

(Li. da Cunha). —Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha).<br />

— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto (R. da Cunha,<br />

Moller); Valle d'Alcantara (Daveau); entre Bemfica e Porcalhota (P. Coutinho).—<br />

Baixo Alemlejo littoral: In graminosis tans Tagum rarior (Welw.).<br />

•—Allo Alemtejo: Villa Fernando (L. Marçal); entre Elvas e Badajoz<br />

(Schmitz).<br />

Area geogr.—Begiào mediterrânea.<br />

Bromas macrostaehys Duf. Fl. atl. I, p. 96; Br. squarrosus Brot,<br />

p. 112; Serrafalcus macrostaehys Pari. Fl. it. I. p. 397; Willk. et Lange,<br />

p. 102; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 386.<br />

Exsic. —Welw. n. os<br />

1001 e 1002; Soc. Brot. n.° 311; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 423.<br />

Annual; colmos direitos ou paniculados na parte inferior <strong>de</strong> 2-8 <strong>de</strong>c.<br />

glabros; folhas linear-agudas planas quasi glabras ou pelludas na face superior<br />

bem como nas bainhas, ligula curta laciniada. Panicula oblonga direita<br />

sempre contrahida quasi simples; ramos semiverticillados nos nós<br />

inferiores um pouco grossos ásperos ou pclludos, mais curtos que as espiguetas;<br />

espiguetas <strong>de</strong> 3-5 cent, direitas lanceoladas agudas um pouco<br />

comprimidas glabras com 8-15 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes com margens<br />

escariosas, a inferior lincar-lanceolada 3-5 nervea, a superior oval-oblonga<br />

7-nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior elliptica-oblonga com margens<br />

escariosas com 7-9 .nervuras muito salientes com pragana quasi do comprimento<br />

da glumella torcida e divaricada.<br />

Hab. nos terrenos incultos, margens dos caminhos, etc.<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller); estrada d'Eiras (M. Ferreira);<br />

Urmar (Schmitz). — Centro littoral: entre Lourinhã e Torres Vedras;<br />

<strong>de</strong> Carcavellos a Oeiras (Daveau); Villa Franca, Sacavém, serra <strong>de</strong><br />

Monsanto (R. da Cunha, Moller); tapada dAjuda, Lumiar, Monsanto<br />

(Welw.). — Alto Alemlejo: Marvão (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral:<br />

nas salinas da Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier). — Algarve:<br />

Portimão (Welw.).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.


152<br />

OBS. — Tanto o prof. Willkomm, como o sr. Colmeiro, citam como<br />

encontrando-se em Portugal o Br. squamosus L., firmando-se <strong>de</strong> certo<br />

na indicação <strong>de</strong> Brolero ria Fl. lusit. Ahi diz Brolcro: «Variât panicula<br />

erecla aut suhnutante s. veie mitante». Esta ultima parte parece referir-sc<br />

realmente ao Br. squamosus. O exame <strong>de</strong> numerosos exemplares colhidos<br />

em localida<strong>de</strong>s bem diversas, faz-me crer que a <strong>de</strong>scripção da Fl. lusit. se<br />

refere unicamente ao Br. macrostachys.<br />

BKACHÏTPODÏ5JBI 1<br />

Beauv. — Espiga quasi sempre simples; espiguetas<br />

quasi renies disticadas e encostadas ao eixo multiíloreas, linearlanceoladas<br />

comprimidas; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores,<br />

a inferior lanceolada acuminada concava com 5-7 nervuras, glumellas<br />

eguaes, a inferior lanceolada acuminada concava com 7-9 nervuras bem<br />

distinctas na parte superior, a superior Ironcada-emarginada ciliada nas<br />

caronas; glumellulas oblongas inteiras e eiliadas; antheras compridas;<br />

ovário pelludo na parte superior, estigmas 2 terminaes salientes pela base<br />

das espiguetas; caryopse adhérente ά glumella superior linear-oblongo<br />

canaliculado na face interna, pubescente na externa, macula do hilo comprida.<br />

(Folhas planas 2<br />

1 (Folhas enroladas 4<br />

(Pragana egual á glumella ou mais comprida 3<br />

2 (Pragana egual a meta<strong>de</strong> da glumella B. pinnatum P. B.<br />

3<br />

(Espécie annual, raiz fibrosa B. distachyum R. et Sch.<br />

(Espécie perennal B. silvaticum R. et Sch.<br />

[Colmo muito ramoso, folhas curtas subuladas B. ramosum S. et Sch.<br />

4 l<br />

(Colmo simples, folhas longas glaucas B. phoenicoi<strong>de</strong>s R. et Sch.<br />

Bracbypodium silvaticum (Huds.) R. et Sch. Syst. p. 741 ; Festuca<br />

silvatica Huds. Fl. angl. ed. I, p. 38; Triticum gracile Brot. p. 121;<br />

Willk. et Lange, p. Ill; Hackel, p. 29; Colmeiro, p. 406.<br />

Exsic —Welw. n.° 1058; Soc. Brot. n. os<br />

40, 40 6<br />

e 41; Fl. lusit.<br />

exs. n.° 426.<br />

D j βραχύς curto, e πόδιον, pé; allusão ao curto pedicello das espiguetas.


I S3<br />

Perennal, colmos fasciculados <strong>de</strong> 5­10 <strong>de</strong>c. direitos ou geniculados pubescentes<br />

nos nós; Tolhas <strong>de</strong> ver<strong>de</strong>­escuro planas linear­lanceoladas mais<br />

ou menos pelludas bem como as bainhas, ligula curta. Espiga disticada<br />

um pouco inclinada; espiguelas quasi rentes linear­oblongas distantes umas<br />

das outras <strong>de</strong> 5­15 dores; glumas 7­nèrveãs lanceolado­agudaspraganosas<br />

avelludadas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada acuminada pelluda<br />

9­nervea com pragana mais comprida que ella nas ílores superiores, a superior<br />

troncada ciliada.<br />

Hab. nas mattas, sebes, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, no monte <strong>de</strong> S. Bartholomeu (Mariz);<br />

Mesão Frio, na Be<strong>de</strong> (i). Si Silva). — Alemdouro littoral: Caminha,<br />

Lanhellas, Villa Nova da Cerveira, Barcellos (Β. da Cunha); Vizella (W.<br />

Lima); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J. Henriques).—Beira central: entre Celorico<br />

e Fornos, Penalva do Castello, Oliveira do Barreiro (Moller); Bussaco<br />

(Moller, Mariz). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller, Barjona);<br />

Gatões (M. Ferreira); Buarcos (Moller). — Beira meridional : serra da Pampilhosa<br />

(J. Henriques); Alcai<strong>de</strong>, Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).<br />

— Centro littoral: Thomar, nas margens do Nabão, Caldas da Rainha (R.<br />

da Cunha); Torres Vedras (J. Perestrello) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Odivellas<br />

(O. David); Cascaes (P. Coutinho); Almocegema, Bemíica, Cintra (Daveau).—<br />

Algarve: Monchique (Wehv., Moller).<br />

Area geogr.—Europa media e meridional.<br />

Brachyponräm pinnatum (L.) P. Beauv. Agr. p. 101; Bromus pinnatus<br />

L. Sp. pl. p. 78; Triticum pinnatum Brot. p. 121; W r<br />

illk. et Lange,<br />

p. 111; Hachel, p. 29; Colmeiro, p. 406.<br />

Perennal, cespitosa; colmos direitos duros e bastante grossos pubescentes<br />

nos nós nús em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior; folhas direitas rijas<br />

glaucas mais ou menos pelludas, ligula curta arredondada. Espiga direita<br />

comprida; espiguetas quasi rentes alternas glabras ou pelludas linearoblongas<br />

com 8­24 ílores; glumas <strong>de</strong>seguaes muticas 5­7­nerveas; glumella<br />

inferior mais curta que a superior ou da mesma gran<strong>de</strong>za lanceolada<br />

plurinervea glabra ou pelluda e com pragana 2­3 vezes mais curta<br />

que ella.<br />

Hab. nos terrenos incultos, montanhosos, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança, no Cabeço <strong>de</strong> S. Bartholomeu (M.<br />

Ferreira); serra do Marão (J. Henriques). — Alemdouro lilloral: serras<br />

do Gerez, do Soajo, <strong>de</strong> S. Gregorio, Melgaço (Moller); Carrascal (R. da<br />

Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Vallongo (Schmitz).—<br />

Beira central: S. Pedro do Sul, margens do Dão, Lobão, Ton<strong>de</strong>lla (Moller).—<br />

Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (B. e Cunha).<br />

Area geog. — Europa media e meridional.


154<br />

Bracbypodium pboenlcol<strong>de</strong>s (L.) Roem. et Sch. Syst. II, p. 740;<br />

Festuca phoenicoi<strong>de</strong>s L. Mant. I, p. 33 ; Triticum phoenicoi<strong>de</strong>s Brot. p.<br />

121; Br. pinnatum, β. australe Gren. et Godr. Fl. <strong>de</strong> Fr. Ill, p. 610;<br />

Hackel, p. 29 ; Colmeiro, p. 407.<br />

Exsic — Soc. Brot. n. os<br />

41, 41" e 172.<br />

Diffère da espécie anterior, da qual alguns a consi<strong>de</strong>ram como subespécie,<br />

em ter as folhas glaucas enrolando­se quando seccas, com nervuras<br />

salientes e eguaes, pela glumella inferior um pouco mais comprida<br />

do que a superior tendo uma pragana 4­5 vezes mais curta do<br />

que ella.<br />

var. mucronatum, Br. mucronatum Willk. in Prod. p. Ill; Illustr.<br />

Fl. Hisp. ins. Bal. p. 61, tab. XLI. — Diffère do typo pela<br />

ausência da pragana,<br />

var. macropodum, Br. macropodum Hackel, Oest. bot. Zeitschr,<br />

1877, p. 48. — Diffère do typo em ter as espiguetas, pelo<br />

menos a inferior, com um pedicello bastante gran<strong>de</strong> (4­11<br />

mill.) e pela espiga mais comprida.<br />

Hab. nas terras seccas e nas areias marítimas.<br />

Alemdouro trasmontano: Villa Beal (D. Monteiro). — Alemdouro littoral:<br />

serra do Gerez (J. Henriques); visinhanças do Porto (G. Sampaio);<br />

Santo Thyrso (B. Valente).—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller,<br />

M. Ferreira); Buarcos (Schmitz); Seixo, prox. <strong>de</strong> Montemor (M. Ferreira);<br />

Pombal, Albergaria, Vermoil, Tentúgal (Moller).— Beira central:<br />

Oliveira do Con<strong>de</strong>, Caramullo (Moller).— Centro littoral : Lumiar e Telheira<br />

(Welw.); entre Almocegune e a Praia das Maçãs, Cintra (Daveau);<br />

Merceana (Moller); Villa Franca, Torres Novas (R. da Cunha); Torres<br />

Vedras, Caldas da Rainha (Daveau); Cintra (Hackel).—Baixas do Sorraia:<br />

Montargil (J. Cortezâo). — Allo Alemtejo: Redondo (P. Simoes);<br />

Portalegre (R. da Cunha); Évora (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral:<br />

entre Cezimbra e Cabo Espichel (Daveau); Moita, nos pinhaes (R. da<br />

Cunha) ; Valle <strong>de</strong> Pixaleiros, na Arrábida (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />

Beja (B. da Cunha); Cercal, Castro Ver<strong>de</strong> (Daveau); Cazevel,<br />

Messejana (Moller). — Algarve: Tavira (Daveau); entre Alte e S. Barlholomeu<br />

(Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Hackel).<br />

Area geogr. — França e peninsula ibérica.<br />

OBS. — Segui a opinião do prof. Hackel consi<strong>de</strong>rando a Br. mucronatum<br />

e Br. macropodum como varieda<strong>de</strong> do Br. phoenicoi<strong>de</strong>s. São numerosos<br />

os exemplares intermediários, que bem <strong>de</strong>moustram que todos pertencem<br />

a uma só espécie. A var. mucronatum é vulgarissima em Portugal ;


155<br />

a vär. macropodum foi fundada em exemplares colhidos pelo prof. Hackel<br />

em Cintra.<br />

Brach j podium ramosom (L.) Roem. et Sch. Syst. II, p. 737; Bromus<br />

ramosus L. Mant. I, p. 34; Willk. et Lange, p. 111; Colmeiro,<br />

p. 408.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1062 e 1063.<br />

Perennal, <strong>de</strong>nsamente cespitoso; colmos <strong>de</strong> 2­4­ <strong>de</strong>c. ascen<strong>de</strong>ntes, rijos,<br />

filiformes ramosos lanlo na base como acima d'ella nús na parte superior<br />

pubescentes nos nós ; folhas disticadas muito estreitas perfeitamente enroladas<br />

e patentes; ligula curta troncada. Espiga direita curta; espiguetas<br />

pouco numerosas quasi rentes alternas próximas glabras linear­oblongas<br />

com 6­12 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes plúninerveas lanceoladas mucronadas;<br />

glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais comprida que a superior obtusa ou<br />

aguda com pragana muito mais curta que a flor.<br />

Hab. nos terrenos áridos proximo do mar.<br />

Baixo Alemlejo lilloral: Cezimbra (Moller); serra d'Arrabida (Welw.);<br />

entre o Casal do Pimenta e o Convento (Moller); Caparica, na Charneca<br />

(R. da Cunha).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.<br />

Brachypodium distachyon (L.) Roem. et Sch. Syst. II, p. 741;<br />

Bromus distachyos L. Am. acad. IV, p. 304; Triticum distachyon Brot,<br />

p. 119; Willk."et Lange, p. 112; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 409.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1066, 1067, 1068 e 1799; Soe Brot. n.° 172;<br />

Fl. lusit. exs. n.° 425.<br />

Annual; colmos solitários ou agrupados <strong>de</strong> 1­3 <strong>de</strong>c. não ramosos ou<br />

pouco ramosos na base nús e por vezes ásperos na parte superior; folhas<br />

<strong>de</strong> ver<strong>de</strong>­pallido linear­acuminadas molles planas villosas e ásperas, ligula<br />

curta troncada. Espiga direita curta <strong>de</strong> 1­5 espiguetas; espiguetas quasi<br />

rentes alternas próximas lincar­lanceoladas ásperas e pontuadas com 6­12<br />

flores; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas com muito curta pragana<br />

multinerveas ; glumellas eguaes, a inferior aguda com pragana mais comprida<br />

que ella. Ν<br />

β. pumilum Willk. — Espiga com uma ou duas espiguetas e estas<br />

com 5­10 flores,<br />

γ, mulliflorum Willk. — Espiga <strong>de</strong> 4­5 espiguetas e estas com<br />

12­24 flores.<br />

Hab. tanto os logares áridos como os cultivados.


156<br />

Alemdouro trasmontano : Murça (M. Ferreira) ; Moledo (J. Henriques)". —<br />

Alemdouro littoral: Darque (R. da Cunha); visinhanças do Porto (Schmitz<br />

e G. Sampaio). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (C. Freire, Moller); Buarcos<br />

(Schmitz). — Beira meridional: Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).<br />

— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar, serra <strong>de</strong> Monsanto, Cascaes,<br />

Odivellas (Welw.); Tapada d'Ajuda (Daveau); Villa Franca (R. da<br />

Cunha); Cascaes (P. Coutinho). — Baixas do Sorraia: Alcochete (P. Coutinho).—<br />

Allo Alemtejo : Marvão, Portalegre (R. da Cunha).—Baixo Alemtejo<br />

littoral: Alfeite (R. da Cunha); Trafaria (P. Coutinho); Cezimbra<br />

(Moller); serra d'Arrabida (Welw.). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da<br />

Cunha).—Algarve: Estoi, Moncarapaxo, Faro, nas collinas áridas (Welw.);<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Moller).<br />

Area geogr. — Europa meridional, Abyssinia, Affghnistan.<br />

Tribu X. H o r d e a e<br />

Inflorescencia em espiga formada <strong>de</strong> espiguetas com uma a muitas flores<br />

rentes inseridas em <strong>de</strong>ntes ou <strong>de</strong>pressões do eixo. Havendo muitas flores<br />

a superior é imperfeita.<br />

i<br />

3<br />

[Glumas 0 Subtribu Nar<strong>de</strong>ae.<br />

( Glumas 1 ou 2 2<br />

(Espiguetas solitárias 3<br />

(Espiguetas 2 ou 3 em cada <strong>de</strong>nte do rachis Subtribu' Elymae.<br />

(Espiguetas com o dorso voltado para o rachis; gluma 1 Subtribu Lolieae.<br />

(Espiguetas transversaes, isto é, com uma das faces voltada para o rachis 4<br />

j Espiguetas anichadas em <strong>de</strong>pressões do rachis Subtribu Leptureae.<br />

(Espiguetas não anichadas nas <strong>de</strong>pressões do eixo Subtribu Triticeae.<br />

[Subtribu Nar<strong>de</strong>ae<br />

NARDUS 1<br />

L.—Espiguetas rentes unifloreas em espiga unilateral<br />

<strong>de</strong>lgada; glumas nullas; glumella inferior linear­subulada carenada com<br />

De νάίδσς, nome d'uma raiz odorífera cuja forma se assemelha a uma espiga.


1<br />

187<br />

pragana, a superior inteira glabra 2-carenada; glumellulas nullas; um só<br />

estylete terminal continuando-se num estigma filiforme pubeseente; caryopse<br />

livre glabro linear-trigono canaliculado na face interna.<br />

Nardus stricía L. Sp. pi. ed. I, p. 83; Brot. p. 89; Willk. et Lange,<br />

p. 118; Hackel, p. 32; Colmeiro, p. 420.<br />

Exsic —Welw. n. u<br />

1048; Fl. lusit. exs. n.° 48; Soe. Brot. n.° 746. .<br />

Perennal, cespitosa; colmos <strong>de</strong> 1-2 <strong>de</strong>c. direitos, rijos; folhas glaucas<br />

enroladas-subuladas rijas um pouco ásperas, as radicaes muito juntas e<br />

numerosas direitas ou um pouco curvas; espiga direita unilateral; espiguetas<br />

lineares distantes umas das outras violáceas a principio encostadas<br />

ao eixo, <strong>de</strong>pois afastadas d'elle; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior 3-nervea<br />

coriacea linear-lanceolada carenada áspera no dorso terminada por uma<br />

ponta longa muito coberta <strong>de</strong> asperesas com as margens membranosas<br />

dobrando-se sobre a glumellas superior; esta é muito curta inteira membranosa.<br />

Hab. nos logares arrelvados das montanhas altas.<br />

Alemdouro trasmonlano: serra <strong>de</strong> Bebordãos (Mariz); <strong>de</strong> Montesinho<br />

(Moller e M. Ferreira); Bragança, no Sabor (M. Ferreira); Freixo <strong>de</strong><br />

Espada á Cinta (Mariz). — Alemdouro lilloral: serra do Gerez (M. Ferreira).<br />

— Beira trasmonlana: Almeida, Villar Formoso, Trancoso (M. Ferreira).—<br />

Beira central: serra da Estrella, na região superior (J. Henriques,<br />

Daveau, Moller); serra da Lapa, no Corgo do rio Côja, em Quintella<br />

e Matta da Vi<strong>de</strong> (31. Ferreira); serra do Caramullo, em Dornas (J. Henriques).<br />

Area geogr. — Europa, Asia borerl, Graenlardia.<br />

Subtribu Lolieae<br />

Rachis ,não articulado Lolium L.<br />

Rachis articulado Monerma P. B.<br />

ΪΛΜΪΙΟΙ 1<br />

L. — Espiga com espiguetas rentes oblongas comprimidas<br />

e encostadas ao eixo por uma das margens, dislicadas; uma única gluma<br />

nas espiguetas lateraes, duas na terminal, bastante consistentes mullinerveas<br />

lanceoladas arredondadas no dorso muticas; glumella inferior oblonga<br />

De loloa, nome céltico d'estas plantas.


188<br />

concava equilátera comprimida pela parte dorsal muticas ou praganosas, a<br />

superior 2-<strong>de</strong>nteada 2-carenada e ciliada nas carenas; glumellulas oblongas<br />

agudas inteiras ou <strong>de</strong>nteadas glabras; estâmes 3; antheras lineares,<br />

estigmas terminaes plumosos e afastados um do outro; caryopse oblongo<br />

canaliculado com um appendice branco arredondado glabro. ,<br />

.1<br />

1 Glumella mutica - 2<br />

(Glumella com pragana 3<br />

(Espiguetas sempre encostadas ao rachis. Espécie perennal E. perenne L.<br />

2 < Espiguetas encostadas ao rachis <strong>de</strong>pois da floração. Espécie annual.<br />

L. rigidum Gaud.<br />

3<br />

4<br />

i Gluma menor que as flores 4<br />

(Gluma egual ou maior que as flores L. temulentum L.<br />

I Gluma apenas mais curta que as flores L. italicum Eram.<br />

(Gluma i-2 vezes mais çurta que as flores L. multiflorum Lamk.<br />

Lolinm perenne L. Sp. pi. ed. I, p. 83; Brot. p. 122; Willk. et<br />

Lange, p. 113; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 411.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

987, 999 e 1000.<br />

Perennal; colmos <strong>de</strong> 2-5 <strong>de</strong>c. direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes lisos nús na parte<br />

superior acompanhados <strong>de</strong> innovações; folhas planas lineares acuminadas<br />

dobradas a meio quando novas; ligula curta obtusa; espigas direitas formadas<br />

<strong>de</strong> espiguetas lanceoladas comprimidas com 3-11 flores e sempre<br />

encostadas ao eixo da espiga; gluma mais curta que as flores linear-lanceolada<br />

obtusiuscula com nervuras muito distinctas; glumella inferior 5nervea,<br />

sendo as duas lateraes muito distinctas e ásperas.<br />

Hab. nos terrenos cultivados, nos lameiros, bordas dos caminhos, etc.<br />

Nome vulg. — Azevém, Raigras dos inglezes; herva da semente; herva<br />

gallega.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, M.Ferreira). — Alemdouro<br />

littoral: serra do Gerez (M. Ferreira); Espozen<strong>de</strong> (A. Sequeira;;<br />

Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, Porto iG. Sampaio). — Beira trasmonlana: Villar Formoso,<br />

Almeida (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella (Daveau);<br />

Vizeu (M. Ferreira^. — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira); Foja<br />

(M. Ferreira); serra da Louzã (Moller). — Centro littoral: Olhalvo (Moller);<br />

Villa Franca, Alhos Vedros, Azambuja, Porto <strong>de</strong> Mós (R. da Cunha);<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho). — Allo Alemtejo: Évora (Moller);<br />

Portalegre (R. da Cunha).— Baixo Alemtejo littoral: Seixal, no pi-


159<br />

nhal da Trinda<strong>de</strong>, Alfeite (R. da Cunha); Lavradio, nas searas, Arrábida<br />

(Welw.); Setúbal (A. Luisier).­—Baixas do Guadiana: Cazevel (Moller);<br />

Aeja (D. S. da Silva). — Algarve: Tavira, nas searas; entre Lagos e Alvor,<br />

nas areias marítimas (Welw.); Monchique, Olhão, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />

(Moller).<br />

Area geogr. — Europa, Africa boreal, Asia temperada.<br />

OBS. — Po<strong>de</strong>rão ser referidos á var. lenue os exemplares colhidos em<br />

Portalegre e em Cascaes.<br />

Loi in su italiciim Braun, in Flora (1834), p. 241 ; L. perenne, γ. aristatum<br />

Coss. et Germ. Fl. paris. p. 656; Willk. et Lange, p. 113; Colmeiro,<br />

p. 412.<br />

líspecie muito semelhante a anterior, differindo pelos colmos maiores,<br />

pelas folhas mais largas e enroladas pelas margens quando novas; pelas<br />

espiguetas afastadas do eixo formando quasi angulo recto durante a anthese;<br />

pelas glumellas inferiores todas ou as das ílores superiores com<br />

pragana quasi do comprimento das glumellas; e pela glumella superior<br />

com cílios mais compridos.<br />

Hab. nos prados e terrenos cultivados, margens dos rios.<br />

Alemdouro Irasmontano : Villa Real (D. Monteiro). — Alemdouro lilloral:<br />

serra do Soajo, Melgaço (Moller); Torporim, Vianna do Castello, Barcellos<br />

(Β. da Cunha); S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira Irasmonlana: Trancoso<br />

(M. Ferreira); Villar Formoso, Almeida (B. da Cunha). — Beira<br />

central: Mido, Celorico (R. da Cunha); Cannas <strong>de</strong> Sabugosa, Vizeu, Caramullo<br />

(Moller). — Beira lilloral: Louzã (J.Henriques).— Centro lilloral:<br />

Villa Franca, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar (Welw.); Porto Brandão<br />

(B. da Cunha). — Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha). — Baixo<br />

Alemlejo lilloral: Ilha Pcrcegueira (Daveau); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio); Setúbal<br />

(A. Luisier).—Algarve: Villa Beal <strong>de</strong> Santo Antonio (Moller).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

I oliuiii multiflovum Lamk. Fl. fr. III, p. 621 ; L. Gaudini Pari. Fl.<br />

ital. I, p­ 532; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 412.<br />

Espécie muito próxima da anterior. Annual, não produzindo innovações,<br />

colmos <strong>de</strong> 5­12 <strong>de</strong>c; folhas linear­acuminadas glabras. Espiga direita <strong>de</strong><br />

2­5 <strong>de</strong>c; espiguetas lanceolado­lineares com 10­25 flores um pouco distantes<br />

umas das outras com pragana ou sem ella; gluma 1­2 vezes mais<br />

curta que as ílores linear­lanceolada obtusa 7­nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />

a inferior lanceolada 2­<strong>de</strong>nteada com pragana egual ao comprimento da<br />

glumella, raras vezes mutica.<br />

Hab. nas terras cultivadas e nos lameiros.


160<br />

Alemäouro trasmontano: Alijó'(Amílcar <strong>de</strong> Sousa)'; Moledo (W. Lima).<br />

­—Alemäouro littoral: Caminha, Melgaço, Villa Nova da Cerveira, Lanhellas<br />

(R. da Cunha). — Beira trasmonlana: Trancoso (M. Ferreira).—<br />

Beira central: Caramullo (Moller); Bussaco (F. Loureiro). — Beira meridional:<br />

Soalheira (P. e<br />

Zimmermann). — Beira littoral: Louzã (J. Henriques);<br />

Ponte da Mucella, Alfarellos (M. Ferreira); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

(Moller, M. Ferreira) ; Figueira da Foz (F. Loureiro) ; Paul <strong>de</strong> Fôja, Galla<br />

(Moller); Ponte <strong>de</strong> Vagos (A. Carvalho). — Beira meridional: Figueiró<br />

dos Vinhos (V. <strong>de</strong> Freitas).— Centro littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel);<br />

Lisboa (P. Coutinho). — Alto Alemtejo: Portalegre (L. Marçal).<br />

— Baixo Alemtejo: Setúbal (A. Luisier).<br />

Area geogr. — Europa meridional.<br />

Γ,οϋαιη rigidum Gaud. Agr. Ι,,ρ. 334; L. strictum Presl. Gram, et<br />

Cyp. sic. p. 49; Willie, et Lange, p. 113; Hackel, p. 30; Colmeiro,<br />

p. 413.<br />

Exsic — Soc. Brot. n.° 42.<br />

Annual; colmos <strong>de</strong> 2­4 <strong>de</strong>c. direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes agrupados; folhas<br />

planas glabras e lisas; ligula curta troncada. Espiga comprida estreita direita<br />

ou um pouco curva; espiguetas mais compridas que os entrenós na<br />

parle superior da espiga, encostadas ao eixo <strong>de</strong>pois da floração oblongolanceoladas<br />

com 3­9 flores ; gluma quasi tão longa como a espigueta ou<br />

egualando 1res quartos d'esta linear­lanceolada obtusa inteira ou chanfrada<br />

subaguda nas flores superiores 5­7­nervea ; glumella inferior lanceolada<br />

chanfrada escariosa na extremida<strong>de</strong> mutica 5­nervea, sendo mais salientes<br />

a nervura media e as lateraes.<br />

$.. marilimum Gr. et Godr. Fl. <strong>de</strong> Fr. 111, p. 613. — Planta robusta;<br />

espiga subulada.<br />

y. tenue Gr. et Godr. 1. c. — Colmos finos; espiga subulada; espiguetas<br />

com 3­5 flores.<br />

Ilab. nas terras cultivadas, e a var. β. nas areias marítimas.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira); visinhanças <strong>de</strong> Vimioso<br />

(Mariz); Caldas <strong>de</strong> Moledo (W. Lima). — Alemdouro littoral: S.<br />

Pedro da Cova (Schmilz). •—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, Pombal (Moller);<br />

Formoselha (A. Barjona). — Centro littoral: Caldas da Rainha (Daveau);<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Monsanto (R. da Cunha); Bellas (Daveau); Cascaes<br />

(P. Coutinho). — Alto Alemtejo : Marvão (R. da Cunha); Elvas (Senna).<br />

—:Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); entre Almodovar e Ourique<br />

(Daveau); Cazevel (Moller). — Baixo Alemtejo littoral: Coina (Welw.);<br />

Setúbal (A. Luisier).—Algarve: nos areaes, prox. da Lagoa d'Albufeira,


161<br />

Castro Marim, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão<br />

(Hackel); Lagos (Vinckler); Faro (A. Guimarães).<br />

Lolium temulenttun L. Sp. pi. ed. I, p. 83; Brot. p. 122; Willk.<br />

et Lange, p. 113; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 4­14.<br />

Exsic — Welw. n.° 998; Soe Brot. n.° 42.<br />

Annual; colmo duro direito <strong>de</strong> 5­10 <strong>de</strong>c; folhas planas largas resistentes<br />

lisas ou ásperas glabras, ligula curta troncada. Espiga direita em<br />

geral comprida e forte com o eixo grosso; espiguetas sempre encostadas<br />

ao eixo eguaes ou um pouco maiores que os entrenós na parte superior<br />

da espiga oblongas obtusas com 4­10 flores; gluma tão comprida ou mais<br />

que as flores linear lanceolada subobtusa ou levemente aguda escariosa<br />

na margem ; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior coriacea oval ou oblonga escariosa<br />

nas margens e na extremida<strong>de</strong> mutica ou com pragana mais comprida<br />

do que ella, a superior mais comprida que a inferior quando o fructo<br />

está maduro; caryopse grosso oval oblongo um pouco concavo na face interior.<br />

a. macrochaetum A. Braun, in Fl. 1834. — Espiguetas com 3­5<br />

flores com a pragana mais comprida que a glumella.<br />

β. leptochaetum A. Br. 1. c­—Espiguetas <strong>de</strong> 6­8 flores com as<br />

flores muticas ou levemente praganosas.<br />

Hab. nas cearas e noutras terras ­cultivadas.<br />

Nome vulg. — Joio.<br />

Alemdouro trasmontano : Bragança (P, Coutinho). — Beira trasmontana:<br />

Mido (B. da Cunha). — Beira central: Celorico (R. da Cunha); Oliveira<br />

do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller); Formoselha (A.<br />

Barjona). — Centro lilloral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho,<br />

Daveau, B. da Cunha); Berlengas (Daveau). — Allo Alemlejo: Évora (Moller);<br />

Bedondo (P. Simões); Villa Fernando (L. Marçal). — Baixo Alemtejo<br />

lilloral: Cazevel (Moller); Beja (R. da Cunha); Setúbal (A. Luisier).<br />

­—Baixas do Guadiana: Elvas (Senna). — Algarve: Monchique (Welw.).<br />

Area geogr. — Europa, Siberia voralense.<br />

OBS.—A var. a. é a mais vulgar e com ella anda associada em muitos<br />

logares a var. 3.<br />

MOIERMA 1<br />

P. Beauv. — Espiga <strong>de</strong>lgada direita simples fragil; espi­<br />

h De [j.óvoí, um só, e έ'ςμα, supporte; allusão á unlca glumella das espiguetas.<br />

11 XX


162<br />

guetas unifloreas rentes escondidas nas escavações do rachis encostada a<br />

ella pelo lado dorsal e cobertas por uma única gluma mais comprida que<br />

a tlôr; a espigueta terminal com duas glumas quasi eguaes; glumellas 2<br />

eguaes membranosas, a inferior lanceolada uninervea, a superior 2­carenada,<br />

2 <strong>de</strong>nteada; ovário glabro ou levemente pelludo; estigmas 2 plumosos<br />

; caryopse livre oblongo com um pequeno appendice villoso.<br />

Monerma cylindriea Coss. et Dur. Expl. d'Alg. p. 214; Rottboellia<br />

cylindrica W. Sp. 1, p. 464; R. adscen<strong>de</strong>ns Brot. p. 8i; Lepturus cylindricus<br />

Trin. Fund. p. 123; Willk. et Lange, p. 177; Hackel, p. 32;<br />

Colmeiro, p. 419.<br />

Exs. — Welw. n. os<br />

1044 a 10046; Soc. Brot. n.° 45; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 621.<br />

Annual; colmos fasciculados direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes ramosos na base,<br />

folhas planas, estreitas agudas lisas glabras e por vezes enroladas, ligula<br />

curta troncada. Espiga como esta <strong>de</strong>scripta para o género.<br />

Hab. nos terrenos arenosos cultivados ou incultos.<br />

Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (G. Sampaio).—<br />

Beira littoral: visinhanças ne <strong>Coimbra</strong> (Moller); Lavos (M. Ferreira);<br />

Urmar, Buarcos (Schmitz).— Centro littoral: Torres Vedras (Daveau);<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Cintra (Welw., Daveau). — Baixas do Guadiana:<br />

Beja (R. da Cunha). — Algarve: Lagos, nas colunas marítimas.<br />

Area geogr. — Europa meridional e Cabo da Boa Esperança.<br />

Subtribu Leptureae<br />

Glumas 2 Lepturus.<br />

Glumas 1 nas espiguetas lateraes Psilurus.<br />

UEPTURUS — Espiga cylindrica simples fragil composta <strong>de</strong> espiguetas<br />

rentes unifloreas meltidas em excavações do eixo e encostadas a<br />

elle pelo lado da flor; glumas 2 muito proxirna uma da outra, oppostas<br />

na espigueta terminal, quasi eguaes coriaceas linear­lanceoladas escariosas<br />

nas margens; glumellas quasi eguaes membranosas, a inferior aguda uninervea,<br />

a superior 2­carenada 2­<strong>de</strong>nteada; ovário glabro, estigma 2 plumosos<br />

quasi rentes; caryopse livre subcylindrico glabro ou levemente hispido<br />

no vértice.<br />

De λδ-ός, <strong>de</strong>lgado, e ούςά, cauda; allusão á forma da espiga.


163<br />

Lepíiirus liicurvatus (L.) Trin. Feud. p. 123; Aegilops incurvata L.<br />

Sp. pi. ed. Ií, p. 1490; Roltboellia incurvata L. fil. Supl. p. 114; Brot,<br />

p. 84; Willk. et Lange, p. 117; Hackel, p. 32; Colmeiro, p. 419.<br />

Exsic —Welw. n." 1042 e 1043.<br />

Annual ; colmos fasciculados ramosos ascen<strong>de</strong>ntes ou <strong>de</strong>cumbentes ; folhas<br />

planas, dobrando-se ou cnrolando-se por vezes, estreitas lineares glabras<br />

mas um pouco asperas na face superior, ligula curta troncada. Espiga<br />

rígida subulada arqueada, espiguetas próximas umas das outras metlidas<br />

nas excavações do eixo, glumas coriaceas acuminadas mucronadas escariosas<br />

nas margens 3-7-nerveas mais compridas que as flores; glumellas<br />

eguaes membranosas, a inferior lanceolada uninervea, a superior 2-<strong>de</strong>nteada.<br />

Hab. nas searas, nos terrenos arenosos e com especialida<strong>de</strong> nas proximida<strong>de</strong>s<br />

da costa maritima.<br />

Alemdouro lilloral: Caminha (R. da Cunha); Porto (V. Nogueira).—<br />

Beira lilloral: Buarcos (J. Henriques) ; Figueira, no Vizo, Galla (Moller).<br />

•—Cenlro lilloral: Villa Franca, visinhasças <strong>de</strong> Lisboa, em Porto Rrandão<br />

(R. da Cunha); serra <strong>de</strong> Monsante (Welw.); praia das Maçãs (Daveau);<br />

praia <strong>de</strong> Belém (P. Coutinho). — Baixo Alemlejo lilloral: Trafaria, nas<br />

areias marítimas, nas salinas da Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Algarve: Tavira, nas searas; Faro, nas areias marítimas (Welw.); Villa<br />

Beal <strong>de</strong> Santo Antonio, Sagres, Olhão, nos terrenos salgados (Daveau).<br />

Area geogr.—Begião mediterrânea.<br />

Lepturus ÍUifonnis (Both.) Trin. Fund. p. 123*; Bottboellia filiformis<br />

Both. Cat. II, p. 21; Willk. et Lange, p. 117; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />

p. 420.<br />

Exsic. — Welw. n.° 1041; Soc. Brot. n.° 1279; Fl. lusit. exs. n. os<br />

1623 e 1624.<br />

Annual; colmos muito <strong>de</strong>lgados fasciculados ascen<strong>de</strong>ntes ou direitos<br />

ramosos; folhas molles muito estreitas asperas na face superior, ligula<br />

curla troncada. Espiga <strong>de</strong>lgada direita; espiguetas meltidas nas excavações<br />

do eixo; glumas eguaes as Ílores.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e áridos.<br />

Alemdouro lilloral : Carreço (R. da Cunha). —Beira lilloral: Galla (Moller).—<br />

Cenlro lilloral: Peniche (Daveau) ; Santarém (R. da Cunha); visinhanças<br />

<strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto (B. da Cunha); Cascaes (Welw.).<br />

— Baixo Alemlejo lilloral: Alfeite, na praia (R. da Cunha); Palmella, nas<br />

collinas relvosas (Welw.); costa <strong>de</strong> Caparica (Daveau); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Algarve: Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio, Sagres, Olhão, nos terrenos<br />

salgados (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.


164.<br />

P.SITXRU.'S 1<br />

Triri. — Espiga direita, ílexuosa ou recurvada muito<br />

comprida filiforme fragil; espiguetas incluídas na excavaçào do eixo distantes<br />

umas das outras lanceolado­subuladas com 1­3 flores, a inferior<br />

aguda glabra ou levemente ciliada; glumellas eguaes, a inferior coriacea<br />

<strong>de</strong> côr violácea ou esver<strong>de</strong>ada com pragana uninervea, a superior membranosa<br />

2­<strong>de</strong>nleada; glumellulas 2 oval­lanceoladas <strong>de</strong>segualmente 2­Iobadas;<br />

estâmes 1; ovário glabro; estigmas subsesseis plumosos.<br />

Psilurus aristatus (L.) Lor. et Bar. Fl. monsp. ed. 2, p. 580; Ν ardus<br />

aristatus L. Sp. pi. ed. II, p. 78;· Psilurus nardoi<strong>de</strong>s Trin. Fund. p.<br />

93; Willk. et Lange, p. 117; Colmeiro, p. 420.<br />

Exsic. — Welw. n. os<br />

1032 e 1047; Soe. Brot. n.° 1472; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 1010.<br />

Annual; colmos filiformes direitos, folhas curtas enroladas setaceas,<br />

ligula curta troncada, bainha superior involvendo a base da espiga.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e nas collinas áridas.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (Moller); Barca d'Alva (G. Sampaio).<br />

•—Beira trasmonlana: Almeida, nas margens do Côa (M. Ferreira).—<br />

Beira meridional: Castello Branco, no Monte Lombardo (R. da Cunha).<br />

— Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no pinhal <strong>de</strong> Marrocos (Moller); Ponte da Mucella<br />

(M. Ferreira). — Centro littoral: Azambuja, nos pinhaes (Daveau);<br />

Lisboa, na Tapada d^Ajuda (Welw.). — Alto Alemtejo: Extremoz, na serra<br />

d'Ossa (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite (Daveau). — Algarve:<br />

Castro Marim, nas searas (Welw.).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea até ao Afghanistan.<br />

1<br />

2<br />

Subtribu Triticeae<br />

Espiguetas eom 5­10 flores Agropyrum.<br />

Espiguetas com 2­5 flores 2<br />

Glumas ovadas com 3 ou mais nervuras Tri tic um.<br />

Glumas subuladas 1­nerveas Secale­<br />

De οιλόζ, <strong>de</strong>lgado, fino, e oupa, cauda; allusao á forma da espiga.


165<br />

AGROPYRUM 1<br />

Gaertn. — Espiga simples dística mais ou menos<br />

compacta ; espiguetas rentes solitárias nas excavações do eixo encostadas<br />

a elle por uma das faces muito comprimidas com 3­10 flores, sendo a<br />

superior ou as duas superiores ordinariamente masculinas; glumas mais<br />

curtas que as flores um pouco coriaceas quasi eguaes lanceoladas ou oblongas<br />

3­plurinerveas ; glumellas eguaes ou quasi eguaes, a inferior lanceolada<br />

ou lanceolada­linear aguda ou obtusa ou chanfrada ou mucronada ou<br />

com pragana 5­nervea, a superior obtusa troncada ou chanfrada levemente<br />

ciliada na extremida<strong>de</strong> e nas carenas; glumellulas 2 ciliadas; ovário muito<br />

pelludo na parte superior; estigmas plumosos rentes; caryopse adhérente<br />

ás glumellas canaliculado na face interna.<br />

[Plantas rhizomatosas '.· 2<br />

1 (Plantas não rhizomatosas A. elongatum P. Beauv.<br />

2<br />

3<br />

4<br />

(Nervuras das folhas finas e próximas A. repens P. Beauv.<br />

(Nervuras grossas e distantes 3<br />

(Folhas pubescentes na face superior, rachis fragil A. junceum P. Beauv.<br />

(Folhas asperas na face superior, rachis não fragil 4<br />

(Glumas troncadas obliquamente A. glaucum P. Beauv.<br />

(Glumas não troncadas 5<br />

(Folhas planas A. campestre P. Beauv.<br />

(Folhas canaliculadas A. acutum P. Beauv.<br />

' Agropyrum repens (L.) P. Beauv. Agr. p. 102; Triticum repens L.<br />

Sp. pi. ed. Ï, p. 86; Brot. p. 121 (pro parte); Willk. et Lange, p. 110;<br />

Hackel, p. 29; Colmeiro p. 404.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

1058 e 1060.<br />

Perennal; colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes; rhizomas longos brancos;<br />

folhas quando seccas muito estreitas planas linear­acuminadas ásperas<br />

na face superior com nervuras nítidas, finas e pouco dislinclas quando<br />

não seccas ; ligula curta. Espiga direita ou levemente recurvada na<br />

ponta, rachis não fragil, ordinariamente escabroso nas margens; espiguetas<br />

dísticas imbricadas um pouco mais compridas que os entrenós<br />

De αγ?ιοί, bravio, e πν;ός, trigo.


166<br />

cunéiformes ou ovaes corn 4­6 flores; glumas mais curtas que as flores<br />

quasi eguaes lanceolado­acuminadas raras vezes mucronadas ou aristadas,<br />

èscáriosas nas margens 5­7­nerveas; glumellas eguaes, a inferior lanceolada<br />

sempre aguda mutica ou mucronada e por vezes aristada.<br />

Hab. nos terrenos cultivados, nas sebes, ele.<br />

Nome vulg. — Grama das boticas.<br />

Alemdouro littoral: Porlo, na margem do Douro (G. Sampaio). — Beira<br />

littoral: Buarcos (Schmilz). — Centro littoral: Villa Franca (R. da Cunha);<br />

Povoa (Welw.); Cascaes (P. Coutinho).­—Alto Alemtejo: Elvas (Senna).<br />

— Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Aljustrel (Daveau).—Algarve:<br />

Villa Nova <strong>de</strong> Portimão, nos terrenos incultos da costa, Lagos<br />

(Welw.).<br />

Area geogr. — Europa, Asia, America.<br />

Agropyrum campestre Gren. et Godr. Fl. fr. 1Π, p. 607; Triticiim<br />

campestre Nymaii, Syll. Suppl. p. 74;


167<br />

niellas eguaes, a inferior obtusa ou emarginada mutica ou com pragana,<br />

a superior troncada subemarginada ciliada nas carénas.<br />

b. athericufn (Link.); Triticum alhericum Link, in Lin. p. 397<br />

(1843); A. pungens, var. longcaristatum Hack. p. 29.—<br />

Praganas compridas, as das glumas <strong>de</strong> 2 mill., as das glumellas<br />

<strong>de</strong> 6­8 mill.<br />

Hab. nos terrenos arenosos da beiramar.<br />

Alemdouro littoral: Porto (G. Sampaio). — Beira lilloral: Buarcos<br />

(Schmitz); Aveiro (J. Henriques).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

Agropyrum elongatum (Host.) P. (<br />

Beauv. Agr. p. 102; Triticum<br />

elongalum Host. Gram. il. p. 18; Tr. rigidum Schrad. Fl. germ. I, p.<br />

392; Willk. et Lange, p. 100; Colmeiro, p. 403.<br />

Exsic —Welw. η. 05<br />

1064 e 106S.<br />

Perennal; cespiloso sem rhizoma, colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes, folhas<br />

glaucas a principio planas mais tar<strong>de</strong> enroladas subuladas na extremida<strong>de</strong><br />

um pouco asperas na face superior, bainhas estreitas glabras lisas, auriculas<br />

longas lineares, ligula muito curta. Espiga <strong>de</strong>lgada direita rigida;<br />

espiguetas distantes umas das outras na parte inferior da espiga, eguaes<br />

aos entrenós ou um pouco maiores no resto da espiga, comprimidas ovaes<br />

com 4­8 ílores encostadas ao eixo ; glumas quasi eguaes e eguaes a meta<strong>de</strong><br />

das ílores oblongas obtusas arredondadas ou nitidamente troncadas<br />

com margens escariosas 7­9­nerveas; glumellas quasi eguaes, a inferior<br />

lanceolada obtusa troncada ou emarginada, a superior curtamente ciliada<br />

nas carenas.<br />

Hab. nos terrenos da beiramar.<br />

Alemdouro lilloral: Porto (G. Sampaio). — Baixo Alemlejo lilloral:<br />

Coina, nas terras salgadas (Welw.). — Algarve: Silves (Welw.).<br />

Area geogr. ­Europa meridional.<br />

Agropyrum juncenm (L.) P. Beauv. Agr. p. 102; Triticum junceum<br />

L. Amen. acad. IV, p. 266; Brot. p. 121; Brot. Phyt. lusit. II, p. 51;<br />

Willk. et Lange, p. 109; Hackel, p. 29; Colmeiro, p. 403.<br />

Exsic —Welw. n.° 1057; Soc. Brot. n.° 884.<br />

Perennal', cespitoso rhizomaloso, colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 2­8<br />

<strong>de</strong>c; folhas glaucas a principio planas, mais tar<strong>de</strong> enroladas subuladas<br />

cobertas na face superior d'uma pubescencia curta e muito <strong>de</strong>nsa, nervuras<br />

salientes, ligula curta troncada. Espiga direita rigida com o eixo<br />

fragil, espiguetas perfeitamente encostadas ao eixo mais curtas que os


168<br />

entrenós na parte inferior da espiga e mais compridas na parte superior<br />

3-5-lloreas, glumas quasi eguaes e eguaes a 2<br />

/g das flores obtusas na<br />

ponta arredondadas no dorso, nervuras salientes umas fortes alternando<br />

com outras mais finas, glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada carenada<br />

e mucronada, a superior bastante menos ciliada nas carénas; caryopse<br />

gran<strong>de</strong>.<br />

Hab. nas areias marítimas.<br />

Alemdouro littoral: Monte-Dôr (R. da Cunha); Foz do Douro (G. Sampaio).—<br />

Beira littoral: Aveiro (E. Mesquita); Buarcos, Figueira da Foz,<br />

Galla (A. Carvalho, Moller, Schmitz, F. Loureiro).— Centro littoral: Pinhal<br />

<strong>de</strong> Leiria, nas dunas (A. Pimentel); praia da Nazareth (D. Peres);<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Pedrouços (Welw.); Cascaes, Estoril (P. Coutinho).<br />

—-Baixo Alemtejo littoral: Trafaria (Welw., Daveau); Collares (Daveau);<br />

Coina, Valle do Zebro, nos pinhaes (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />

Algarve: Portimão (Welw.); Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />

(Moller).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional. Africa boreal.<br />

SECAUE 1<br />

L. — Espiga direita; espiguetas com 2 flores férteis com<br />

pragana longa e uma incompleta, encostadas ao eixo por uma das faces;<br />

glumas mais curtas que as flores quasi eguaes lineares uninerveas acuminadas;<br />

glumellas quasi eguaes, a inferior lanceolada carenada incquilalera<br />

ciliada na carena e na parle superior' da margem externa 5-nervea com<br />

longa pragana, a superior ciliada na parle superior das carenas; glumellulas<br />

membranosas ovaes-oblongas inteiras ou com um <strong>de</strong>nte num dos<br />

lados; estigmas terminaes rentes plumosos salientes logo acima da base<br />

da flor; caryopse livre oblongo sulcado na face interna pelludo na parte<br />

superior.<br />

Secale cereal e L. Sp. pi. ed. I, p. 84·; Brot. p. 95; Willk. et Lange,<br />

p. 105; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 392.<br />

Annual ou bisannual; colmo direito alto; folhas planas asperas na face<br />

superior e inferior glaucas. Espiga a principio direita mais tar<strong>de</strong> um pouco<br />

inclinada; espiguelas com a organização indicada para o género.<br />

Cultivado especialmente no norte e nas montanhas. Na serra da Estrella<br />

é cultivado ainda a 1000 m<br />

.<br />

Nome vulg. — Centeio.<br />

Area geogr.—Europa austral e região mediterrânea.<br />

1<br />

Do céltico sega, foicinha; planta que é cortada com este instrumento.


169<br />

TRITICUM 1<br />

L. — Espiguetas rentes formadas <strong>de</strong> 3-5 flores sendo as<br />

superiores ordinariamente masculinas plano-convcxas rentes alternas inseridas<br />

em excavações do rachis encostadas a elle pela face plana e dispostas<br />

em espiga longa mais ou menos compacta tetragonal ou comprimida; glumas<br />

largas ovaes ou oblongas ventricosas muitas vezes inequilateraes inteiras<br />

ou 2-<strong>de</strong>nteadas ou praganosas mais curtas que as Ílores; glumella<br />

inferior mutica ou praganosa muito concava equilátera; glumella superior<br />

2-<strong>de</strong>nteada 2-carenada ciliada nas carenas; glumellulas pequenas ovaloblongas<br />

ciliadas na parte superior; estâmes 3; estigmas terminaes rentes<br />

plumosos; caryopse oblongo obtuso com um sulco longitudinal estreito na<br />

face interior villoso na parte superior e sem appendices.<br />

Glumas equiláteras não carenadas; glumella inferior não comprimida lateralmente<br />

no verlice Sect. I. Aegilops.<br />

Glnmas inequilateias carenadas; glumella inferior comprimida lateralmente no<br />

vértice Sect. II. Sitopyros.<br />

Sect. I. Aegilops<br />

(Espiga oval; 3-i praganas nitidamente patentes T. ovatum Gr. et Godr.<br />

(Espiga mais ou menos alongada; 2-3 praganas mais ou menos direitas 2<br />

(Espiga formada <strong>de</strong> 4-6 espiguetas T. triaristatum Gr. et Godr.<br />

2 I<br />

. (Espiga linear-alongada do ΰ-7 espiguetas T. triuncialis Gr. et Godr.<br />

Triticum ovatum (L.) Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 601; Aegilops<br />

ovata L. Sp. pi. ed. I, p. 105·; Bröl. p. 97; Willk. et Lange,' p. 107;<br />

Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 398.<br />

Exsic. —Welw. n.° 105; Fl. lusit. exs. n.° 1411; Soc. Brot. n. os<br />

453<br />

e 453".<br />

Annual; colmos muitas vezes cespitosos geniculados ascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />

planas molles glabras ou pelludas e asperas nas margens. Espiga curta<br />

oval formada <strong>de</strong> 3-4 espiguetas baslante juntas e muilo fragil na base<br />

quando madura; rachis grosso e villoso na face externa; espiguetas inferiores<br />

ovói<strong>de</strong>s dilatadas no meio com 3-4 flores, as duas superiores masculinas;<br />

espiguetas superiores bastante menores 2-floreas estereis; glumas<br />

1<br />

Detritus, moído; allusão á moedura. porque passa o trigo.<br />

I


170<br />

eguaes ovaes <strong>de</strong> dorso arredondado mais estreitas na base multinerveas<br />

com as nervuras cobertas <strong>de</strong> pequenas pontas agudas, glabras ou levemente<br />

pelludas troncadas e com 3­4 praganas <strong>de</strong>seguaes, a do meio maior, ásperas<br />

em todo o comprimento e inclinadas para fora quasi em angulo<br />

recto; glumella inferior oblonga 3­nervea com 2­3 praganas <strong>de</strong>seguaes;<br />

caryopse linear­oblongo plano­convexo pelludo na extremida<strong>de</strong>.<br />

Hab. nos terrenos arenosos e calcareos incultos.<br />

Nome vulg. — Trigo <strong>de</strong> perdiz.<br />

Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller); Miranda do<br />

Douro (J. Mariz). — Alemdouro littoral: Porto (Schmitz). — Beira littoral:<br />

visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. Carneiro); Miranda do Corvo<br />

(B. <strong>de</strong> Mello); Ourentam (A. Carvalho); Montemór­o­Velho, Seixo e<br />

Barros da Torre (M. Ferreira); Buarcos (Schmitz, Moller). — Beira meridional:<br />

Castello Branco (R. da Cunha). — Centro littoral: Cabeço <strong>de</strong><br />

Santa Quitéria <strong>de</strong> Meca {Moller); Villa Franca, nas margens do Tejo,<br />

Monsanto (R. da Cunha); Tapada d'Ajuda (Welw., Daveau). —Alto Alemtejo:<br />

Évora (Moller, V. da Esperança); Redondo (P. Simoes); serra d'Ossa<br />

(Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Calhariz (Welw.); Gezimbra (Moller);<br />

Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Serpa,<br />

Albornoa, Cercal (Daveau); Cazevel (Moller). — Algarve: entre Olhão e<br />

Moncarrapaxo, nas cearas (Welw.); Portimão, Loulé (Moller).<br />

Área geogr. — Região mediterrânea.<br />

Triticum triaristatum (Willd.) Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 602;<br />

Aegilops triaristata Willd. Sp. IV, p. 943; Willk. et Lange, p. 107;<br />

Colmeiro, p. 331.<br />

Affim do T. ovalum distinguindo­se d'elle por ter a espiga mais comprida<br />

bruscamente attenuada na extremida<strong>de</strong> formada <strong>de</strong> 4­6 espiguetas,<br />

as inferiores maiores com 2­3 praganas lizas no terço inferior e sempre<br />

direitas mais compridas, as lateraes mais compridas do que a media.<br />

Hab. nos terrenos estereis.<br />

Baixas do Guadiana: Cazevel (Moller).<br />

Area geogr. — Região mediterrânea.<br />

Triticum triunciale (L.) Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 602; Aegilops<br />

triuncialis L. Sp. pl. ed. I, p. 1051; Brot. p. 97; Willk. et Lange, p.<br />

107; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 400.<br />

0 3<br />

Exsic —Welw. n.° 1049; Soc. Brot, η.<br />

983 e 983 a<br />

.<br />

Annual; colmos um pouco geniculados ascen<strong>de</strong>ntes cespitosos ; folhas<br />

lineares planas villosas ou glabras ásperas nas margens e na face superior.<br />

Espiga linear­allongada atlenuada na parte superior muito fragil pela base<br />

quando madura, formada <strong>de</strong> 5­7 espiguetas bastante juntas; espiguetas


171<br />

inferiores férteis ovoi<strong>de</strong>­ohlongas não dilatadas com 3­4 flores, as inferiores<br />

hermaphrodilas, as superiores masculinas; espiguetas superiores<br />

mais estreitas e estereis; glumas eguaes oblongas multinerveas ásperas<br />

nas nervuras com 3 praganas quasi direitas, a media maior que as lateraes<br />

e todas maiores nas espiguetas superiores; glumella inferior linearoblonga<br />

3­S­nervea 3­<strong>de</strong>nteada mutica ou praganosa ; caryopse mais comprido<br />

que o do T. ovatum.<br />

Hab. nos logares áridos e incultos.<br />

Alemdouro trasmontano : Pinhão, nas margens do Douro (M. Ferreira);<br />

Bragança (Moller). — Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro<br />

(G. Sampaio). — Beira littoral: Gaya, no Areinho d'Avintes (G. Sampaio,<br />

V. Nogueira). — Beira meridional: Castello Branco, Malpica (B. da Cunha).<br />

— Cenlro littoral : Villa Franca (B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, serra<br />

<strong>de</strong> Monsanto (P. Coutinho, B, da Cunha); Odivellas (O. David); entre<br />

Queluz e Ajuda (Welw.); Alhambra, nas colunas áridas, Bellas (Daveau).<br />

— Baixas do Sorraia: Montargil (Cortezão). — Alto Alemlejo: Montemóro­Novo<br />

(A. Barjona); Évora (Moller, Daveau); Bedondo (P. Simoes);<br />

Portalegre, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (B. da Cunha). — Baixo Alemlejo lilloral:<br />

Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha); entre<br />

Corte Figueira eMú (Daveau). — Algarve: entre Salir e Bensafrim (Moller).<br />

Area geogr.—Bcgião mediterrânea.<br />

Sect. Π. Sitopyros<br />

Triticum sativum Lam. Encycl. U, p. 554.<br />

Baiz fibrosa; colmos <strong>de</strong> 10­15 cent, direitos,solitários ou pouco numerosos<br />

ocos ou cheios; folhas lineares planas. Espiga mais ou menos tetragonal;<br />

espiguetas ovói<strong>de</strong>s imbricadas nas duas faces do rachis com 3­5<br />

ílores sendo a superior estéril ; glumas mais curtas que as flores quasi<br />

eguaes largas ovaes itiequilateraes carenadas total ou parcialmente troncadas<br />

muticas ou com pragana ; glumellas quasi eguaes, a inferior ovalarredondada<br />

carenada mucronada ou praganosa com nervuras <strong>de</strong>licadas na<br />

parte inferior, a superior 2­carenada ; caryopse livre e fácil <strong>de</strong> separar.<br />

Tr. sativum tenax Hackel in Pflanzenfamilien.<br />

Bachis não articulado nem fragil; caryopse não totalmente coberto pelas<br />

glumas e glumellas quando maduro.<br />

l.° Glumas carenadas na parte superior:<br />

a. Tr. sativum vulgare. — Espigas compridas mais ou menos e um<br />

pouco comprimidas dorsalmente.


β. Tr. sativum compactem. — Espiga curta <strong>de</strong>nsa e nitidamente<br />

tetragonal.<br />

2.° Glumas carenadas na base:<br />

γ. Tr. sativum turgidum. — Caryopse curto grosso não comprimido<br />

e truncado.<br />

Tr. sativum durum. — Caryopse oblongo um pouco estreito e<br />

comprimido lateralmente e acuminado.<br />

As diversas raças <strong>de</strong> trigos cultivadas em Portugal foram estudadas em ­<br />

1862 pelos professores do Instituto agrícola ,Τ. I. Ferreira Lapa e Andra<strong>de</strong><br />

Corvo. Examinaram 502 amostras do trigos cultivados em diversas partes<br />

<strong>de</strong> Portugal e verificaram que apenas havia em cultura as raças Tr. sativum<br />

vulgare, turgidum e durum, representadas por não pequeno numero<br />

<strong>de</strong> subraças ou varieda<strong>de</strong>s. São as seguintes as varieda<strong>de</strong>s e caracteres<br />

distinctivos que se encontram no Relatório 1<br />

apresentado por aquelles professores.<br />

TR. SATIVUM VULGARE. — Palha ôca; grão macio e mediano.<br />

a. Hibernum, muticum. — Espiga geralmente longa, pyramidal<br />

mais larga na face que no perfil. Espiguetas chatas e fia—<br />

belliformes. Glumas ligeiramente chanfradas abaixo da ponta<br />

que é curta. Carena saliente e visível na sua meta<strong>de</strong> superior.<br />

Casulo maior que o grão e aberto nó cume. Grão alongado<br />

oval.<br />

# Espiga compacta, espiguetas apertadas e pegadas ao eixo quasi a angulo<br />

recto. Pontas das glumas curtas e como que roídas. Palha<br />

muito grossa, aeanellada em cima. Planta toda glauca.<br />

I. Trigo mocho ou rapado.<br />

* Eixo da espiga grosso e apparente. Espigueta alongada. Glumas alongadas<br />

afiladas muito rijas. Grão vermelho compndo. Palha rija. curvada<br />

semi­cheia II. Tr. gallego rapado.<br />

b. Aeslivum, barbatum. — Espiga mais larga na face que no perfil,<br />

geralmente tombada no sentido da face e nunca no das<br />

Relatório do estudo industrial e chimico dos trigos portuguezes. Lisboa, 1862.


173<br />

espiguetas. Baibas divergentes no plano das espiguetas e per-<br />

. sistentes.<br />

* Espiga meio fechada. Espiguetas com 3 flores alongadas na base. Barbas<br />

muito divergentes finas. Palha fina, curvada, ôca e flexível.<br />

#* Espiga mediana; grão miúdo alaranjado, palha fina.<br />

III. Tr. ribeiro.<br />

IV. Tr. portuguez.<br />

## Grão mais arredondado e avermelhado V. Tr. egypcio.<br />

## Espiguetas em leque. Gião gran<strong>de</strong> e muito solto.<br />

VI. Tr. barbella.<br />

«* Espiguetas èm leque. Grão pardcnto VII Tr. <strong>de</strong> terra.<br />

## Espiguetas muito <strong>de</strong>sunidas. Espiga gran<strong>de</strong>, barbas muito divergentes<br />

VIII. Tr. gallego.<br />

Ta. SATIVUM TURGIDUM. — Palha ôca em parte; grão semi-tenro gran<strong>de</strong><br />

grosso.<br />

a. simplex. — Espiga quadrada ou achatada no sentido do perfil.<br />

Espiguetas curtas mais grossas que altas e entumecidas. Glu­<br />

mas barrigudas. Carena saliente curvada na base. Glumellas<br />

barrigudas, curtas colladas ao grão. Barbas compridas paral­<br />

leles ao eixo da espiga. Grão grosso arqueado. Palha dura<br />

cheia e curvada na meta<strong>de</strong> superior.<br />

# Espiga branca mais larga no perfil. Glumas glaucas involvendo estreitamente<br />

as glumellas. Palha cheia curvada. Grão polido.<br />

IX. Tr. canoco.<br />

* Espiga grossa quadrada branca. Glumas e glumellas villosas. Barbas<br />

divergentes. Grão grosso polido X. Tr. Alexandre.<br />

* Espiga grossa quadrada, mais larga na face das espiguetas. Barbas<br />

muita*s vezes caducas. Palha muito grossa tombada.<br />

*# Espiguetas serradas; barbas curtas XI. Tr. Secilia.<br />

## Espiguetas <strong>de</strong>sunidas acamadas contra o rachis.<br />

XII. Tr. pombinho.<br />

# Espiga quadrada mais larga na face, pyramidal. Glumas e glumellas<br />

villosas. Barbas ás vezes caducas. Grão polido.<br />

## Espiga <strong>de</strong> côr arruiviscada XIII. Tr. rubião.<br />

## Espiga esbranquiçada XIV. Tr. cascalva,


6. Compositum.<br />

174<br />

' Eixo ramificado. Espiga composta. Grão tenro. Palha cheia ondulada ao<br />

pé da espiga XV. Tr. caxudo.<br />

SATIVUM DUHUM. — Palha cheia; grão alongado, duro e vítreo.<br />

a. Espiga quasi pyramidal ou achatada no perfil. Espiguetas es­<br />

treitas e alongadas. Glumas duras, muito pouco barrigudas<br />

e terminadas por um <strong>de</strong>nte agudo; carena saliente em todo<br />

o comprimento da gluma, curvada uilorme e ligeiramente.<br />

Barbas muito compridas, muito fortes e divergentes. Grão<br />

comprido triangular, quasi sempre vítreo.<br />

# Espiga alongada amarella ou vermelha. Palha tombada. Plantas villosas.<br />

*# Espiguetas <strong>de</strong>sunidas; glumellas bojudas: grão semi-duro.<br />

XVI. Tr. durazio molar.<br />

*# Espiguetas acamadas em trança; glumellas achatadas; grão duro.<br />

# Espiga chata <strong>de</strong> perfil; barbas muito compridas.<br />

** Barbas brancas.<br />

XVII. Tr. durazio rijo.<br />

#*# Espiga e barbas gran<strong>de</strong>s brancas; erão branco.<br />

XVIII. Tr. candial.<br />

*## Espiga amarellada; barbas onduladas na base.<br />

XIX. Tr. amarello barba branca.<br />

## Barbas pretas.<br />

«## Barbas pretas na base XX. Tr. anafil.<br />

*«* Barbas todas pretas XXI. Tr. mongia. ·<br />

*## Espiga maior; barbas todas pretas.<br />

XXII. Tr. amarello barba preta.<br />

#** Barbas todas pretas; glumellas raiadas <strong>de</strong> preto.<br />

XXIII. Tr. javardo.<br />

### Espiga muito larga no perfil; glumellas avermelhadas; barbas<br />

todas pretas XXIV. Tr. aza <strong>de</strong> Corvo.<br />

#* Barbas ruivas.<br />

### Espiga e barbas muito gran<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> côr arruivada.<br />

XXV.. Tr. vermelejoilo.


175<br />

### Espiga menor; barba anegrada XXVI. Tr. mourisco.<br />

**# Espiga avermelhada XXVII. Tr. vermelho fino.<br />

*** Espiga avermelhada; grão vítreo cor <strong>de</strong> canella.<br />

XXVIII. Tr. amarello Santa Martha.<br />

#* Glumellas muito adhérentes ao grão XXIX. Tr. lobeiro.<br />

A cultura das diversas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trigos está limitada perfeitamente<br />

a regiões distinctas, po<strong>de</strong>ndo todo o paiz ser dividido sob este ponto <strong>de</strong><br />

vista em duas gran<strong>de</strong>s regiões: uma ao sul do Tejo, na qual sào cultivados<br />

os trigos durazios; e outra ao norte, na qual são cultivados os mollares.<br />

Ainda nesta ultima região algumas varieda<strong>de</strong>s dos durazios são cultivadas<br />

em terras altas.<br />

Subtribu Elymeae<br />

HORDEUM 1<br />

L.—Espiguetas unifloreas dispostas ás duas ou por<br />

très em cada <strong>de</strong>nte do rachis; 2 glumas em cada espigueta quasi eguaes<br />

subuladas e praganosas collocadas do lado <strong>de</strong> fora e no mesmo plano, contíguas<br />

e dando i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> meio invólucro <strong>de</strong> 6 foliolos em cada nó; glumella<br />

inferior lanceolada <strong>de</strong> dorso arredondado acuminada praganosa ou mutica,<br />

glumella superior 2­carenada 2­<strong>de</strong>nteada ciliada nas carenas; estigmas 2<br />

rentes plumosos inseridos um pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> do ovário;<br />

caryopse adhérente ás glumellas, plano e ligeiramente sulcado na face<br />

interna.<br />

Rachis articulado (não nas espécies cultivadas) separando­se cada parte com as<br />

ι espiguetBS que ne.Ila estão inseridas; espigueta media fértil, as lateraes quasi<br />

sempre pedicelladas e só férteis nas espécies cultivadas; espigueta terminal<br />

abortada; glumas não caducas Subgen. Zeocriton P. B.<br />

Rachis contínuo; espiguelas todas férteis dispostas em duas ou très linhas; glumas<br />

pedicelladas e caducas na maturação; espigueta terminal com duas glumellas<br />

oppostas no plano medio da glumella Subgen­ Cuviera Kol.<br />

Subgen. Zeocriton P. B.<br />

(Espiguetas todas férteis H. sativum Jessen.<br />

1 •<br />

(Espiguetas lateraes estereis 2<br />

1<br />

De horridus, eriçado; allusão ás praganas das espigas.


176<br />

1 Glumas todas eguaes setaceas H. secalinum Schreb.<br />

2 ]<br />

( Glumas <strong>de</strong>seguaes, umas largas, outras setaceas 3<br />

(Glumas exteriores das espiguetas làteraes setaceas H. murinum L'.<br />

JGlumas da espigueta media e as exteriores das espiguetas lateraes setaceas.<br />

( H. maritimum With.<br />

S ίο rd eu in sativum Jessen, Samenkalal. d. El<strong>de</strong>naer bot. Gartens.<br />

Annual. Colmo direito <strong>de</strong> 6­10 <strong>de</strong>c.; folhas lineares auriculadas largas.<br />

Espiga inclinada quando madura; espiguetas dispostas por 3 em cada <strong>de</strong>nte<br />

do rachis e todas férteis ou só a do meio.<br />

Todas as 3 espiguetas férteis apresentando a espiga 6 linhas <strong>de</strong> sementes.<br />

As 6 linhas perfeitamente distinctas H. sativum hexastichon.<br />

Só hem distiucta a linha central H. sativum vulgare.<br />

Só fértil a espigueta media H. sativum distichon.<br />

Espécie cultivada e com especialida<strong>de</strong> a subespécie H. sativum hexastichon.<br />

Nome vulg. — Cevada.<br />

Hor<strong>de</strong>um murinum L. Sp. pi. ed. I, p. 8S ; Brot. p. 85; Willk. et<br />

Lange, p. 103; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 388.<br />

Annual; colmos <strong>de</strong> 1­5 cent, fasciculados geniculados­ascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />

molles um pouco pelludas asperas nas margens planas largas lineares<br />

agudas, bainhas glabras, a superior um pouco dilatada muito próxima da<br />

espiga, involvendo a base d'esta por vezes. Espiga quasi direita gran<strong>de</strong> um<br />

pouco comprimida oblonga ou subcylindrica, rachis fragil e ciliado nos<br />

lados; espiguetas dispostas por 3, unifloreas, a media rente hermaphrodita,<br />

as lateraes pedicelladas masculinas ou neutras, todas com longa pragana;<br />

glumas <strong>de</strong>seguaes terminadas por praganas, as da espigueta media<br />

linear­lanceoladas eiliadas nas margens, a interna das espiguetas lateraes<br />

da mesma forma muitas vezes ciliada só d'um lado, as externas setaceas;<br />

glumellas quasi oguaes, a inferior <strong>de</strong> dorso arredondado terminado por<br />

uma pragana 3 vezes mais comprida do que ella e muito maior que a das<br />

glumas, 5­nervea um pouco áspera no dorso e por vezes pubescente interiormente<br />

nas flores estereis.<br />

var. leporinum; H. leporinum Link, in Linn. IX, p. 133; H. minimum,<br />

β. major Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 595. — Planta


177<br />

mais forte, espiga maior; gluma interna das espiguetas lateraes<br />

ciliadas <strong>de</strong> dois lados.<br />

Exsic —Welw. n. os<br />

992 e 993; Soc. Brot. n.° 1273.<br />

Hab. nos terrenos áridos, sobre as pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />

Nome vulg. ­— Cevàda <strong>de</strong> rato.<br />

Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa); Moncorvo<br />

(J. Mariz); Chaves (Moller); Villa Real (D. Monteiro); Caldas <strong>de</strong> Moledo<br />

(W. Lima); Adorigo (Schmitz). — Alemdouro littoral: Gerez, Soajo (Moller);<br />

Caminha (R. da Cunha); Porto (G. Sampaio).—Beira trasmontana:<br />

Castello Bom (R. da Cunha); Trancoso (M. Ferreira). — Beira central:<br />

Guarda, Sabugueiro, Vizeu, Oliveira do Cou<strong>de</strong>, Lobão, Bussaco (Moller).<br />

— Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Lavos, Pombal, Figueira (Moller);<br />

Ponte da Mucella, S. Martinho da Cortiça, Fornos (M. Ferreira).—<br />

Beira meridional: Soalheira (P. e<br />

C. Zimmermann). — Centro littoral: Nazareth<br />

(Padrão); Óbidos, Senhora da Luz, entre a Povoa e Friellas (Welw.);<br />

Lisboa (J. <strong>de</strong> Mendonça); serra <strong>de</strong> Monsanto (B. da Cunha).—Baixo<br />

Alemlejo lilloral: Alfeite (R. da Cunha); Barreiro (Moller).—Alto Alemlejo:<br />

Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha); Estremoz, Villa Fernando (Daveau);<br />

Redondo (P. Simões); Évora, Portalegre (Moller). — Baixas do Guadiana:<br />

Beja (R. da Cunha) ; Cazevel, Monte Gil (Moller). — Algarve: Faro (Welw.) ;<br />

Lagos (Daveau); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (Möller).<br />

Area geogr. — Europa, Africa boreal, Canária e America.<br />

Mor<strong>de</strong>ram secalinum Schreb. Spec. p. 148; H. maximum β. L. Sp.<br />

pl. ed. I, p. 85; H. pratense Huds. Fl. angl. ed. 2, p. 56; Rrot. p. 85;<br />

Willk. et Lange, p. 103; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 389.<br />

Exsic. — Welw. n.° 1785; Soc. Brot. n.° 883; Fl. lusit. exs. n.° 39.<br />

Perennal ; colmos <strong>de</strong>lgados direitos <strong>de</strong> 4­8 <strong>de</strong>c. ; folhas planas lineares<br />

acuminadas estreitas; bainhas inferiores­pelludas, ligula curta troncada.<br />

Espiga estreita um pouco comprimida; espiguetas ternadas unifloreas, a<br />

media rente hermaphrodita .e com praganas bastante compridas, as lateraes<br />

pedicelladas menores que a media masculinas ou neutras com pragana<br />

curta; glumas todas setaceas mais compridas que as flores ásperas;<br />

glumellas eguaes, a inferior <strong>de</strong> flor media terminada por uma pragana <strong>de</strong><br />

comprimento egual ao d'ella, a pragana das flores lateraes mais curtas que<br />

as glumellas.<br />

Hab. nos prados, margens dos caminhos, etc.<br />

Alemdouro trasmontano: Ricafé, prox. <strong>de</strong> Bragança (Moller); Moncorvo<br />

(J. Mariz). — Beira trasmontana: Villar Formoso (B.,da Cunha); Trancoso<br />

(M. Ferreira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Brot.);<br />

Cellas "(Möller) ; Miranda do Corvo.(B; <strong>de</strong> Mello); Montemór­o­Velho (M.<br />

12 XX


m<br />

Ferreira); Moinho do Almoxarife (Schmilz); Ponte da Mucella (M. Ferreira).—<br />

Centro littoral: Villa Nova da Rainha (Welw.); Villa Franca<br />

(R. da Cunha).<br />

Area geogr. — Europa media e meridional.<br />

OBS. — Brotero consi<strong>de</strong>ra esta espécie como annual. Alguns exemplares<br />

que examinei parecem provar isso. É possível que só d'estes elle examinasse.<br />

Hor<strong>de</strong>nm maritimuni Witlh. Bot. arr. p. 172; II. rigidum Roth.<br />

Cat. II, p. 24; Willk. et Lange, p. 103; Hackel, p. 28; Colmeiro,<br />

p. 390.<br />

Exsic — Welw. n.° 995.<br />

Annual; colmos solitários ou cespitosos geniculados ascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />

lineares planas mais ou menos pubescentes, bainhas inferiores pubescentes,<br />

a superior glabra um pouco dilatada involvendo em alguns casos a<br />

base da espiga, ligula curla troncada. Espiga curta um pouco comprimida;<br />

espiguetas ternadas unilloreas, a media rente, as lateraes pedicelladas masculinas<br />

ou neutras; glumas <strong>de</strong> forma diversa, as duas <strong>de</strong> espigueta media<br />

e a externa das lateraes setaceas, a interna das lateraes alada d'um lado<br />

semilanceolada subulada, Iodas com pragana; glumellas eguaes, a inferior<br />

glabra, a da espigueta media com pragana mais comprida que as glumas,<br />

as das lateraes mais curtas que as glumas.<br />

c. Gassonianum; H. Gussonianum Pari. FI. pal. p. 526; H. secalinum<br />

Guss. FI. sic. Prod. I, p. 143 ; H. secalinum annuum<br />

Willk. et Lange, p. 103; Coimeiro, p. 390. — Espiga fragil,<br />

espiguetas separando-se com facilida<strong>de</strong>; gluma interna das<br />

espiguetas lateraes um pouco infunada; pragana da flor media<br />

pouco mais comprida que as glumas setaceas, a das flores<br />

lateraes muito curtas.<br />

Hab. nos logares húmidos e com especialida<strong>de</strong> não longe das costas<br />

marítimas.<br />

Alemdouro littoral: Porto, nos areaes das margens do Douro (G. Sampaio).—<br />

Beira littoral: Buarcos (Schmilz, A. Carvalho); entre Seixo e<br />

Gatões, Montemôr-o-Velho, Lavos (M. Ferreira). — Centro littoral: Alverca,<br />

nas pastagens salgadas (Daveau); Azambuja, Leiria, Villa Franca,<br />

visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (R. da Cunha); entre Sacavém e Povoa, nos terrenos<br />

salgados (Welw.); Bellas (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Alcácer<br />

do Sal (Daveau); Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemtejo: Évora (Daveau).


179<br />

— Algarve: Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio', Olhão, nos terrenos salgados,<br />

Castro Marim (Moller).<br />

Area geogr. — Europa.<br />

OBS. — Os exemplares colhidos em Castro Marim mostram claramente<br />

a transição da forma typica para a varieda<strong>de</strong>, justificando a opinião dos<br />

que não consi<strong>de</strong>ram o H. Gussonianum como espécie distincta, o que o<br />

sábio botanico Parlatore, auctor do nome especifico, julga justo na Fl. italiana,<br />

1, p. 523. A varieda<strong>de</strong> é talvez mais vulgar que a forma typica em<br />

Portugal.<br />

Subgen. Cariera Kol.<br />

nor<strong>de</strong>nin caput-Mednsae (L.) Coss. Expl. Alg. p. 198; Elymus<br />

caput-Medusae L. Sp. pi. ed. I, p. 84; Brot. p. 95; Willk. et Lange,<br />

p. 104; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 391.<br />

Exsic —Welw., n.° 996; Soe Brot., n. os<br />

313 e 313"; Fl. lusit. exs.<br />

n.° 424.<br />

Annual; colmos ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>lgados; folhas estreitas molles quasi sempre<br />

pelludas na face superior ou pouco enroladas quando seccas, bainhas<br />

pelludas, ligula muito curta. Espiga curta <strong>de</strong>nsa, espiguetas aos pares ou<br />

as inferiores, solitárias contendo em geral duas Ílores, uma hermaphrodita<br />

e a outra rudimentar, glumas similhantes ligaclas na base subuladas e terminadas<br />

por praganas muito compridas patentes ou réfractas quando a espiga<br />

eslft madura, glumellas eguaes, a inferior lanceolada lisa ou áspera<br />

5-nervea e terminada por uma longa pragana <strong>de</strong> 8-10 cent, curvada para<br />

o lado <strong>de</strong> fóra.<br />

Hab. tanto nos terrenos cultivados, como nos incultos.<br />

Alemdouro trasmontano : visinhanças <strong>de</strong> Vimioso (J. Mariz); Bragança,<br />

nas margens do Sabor (M. Ferreira); Barca dAlva (G. Sampaio). — Beira<br />

trasmontana: Almeida, nas proximida<strong>de</strong>s do Côa (M. Ferreira).—Beira<br />

meridional: Castello Branco (A. Bicardo).—Alto Alemtejo: Alvito (D. S.<br />

da Silva); Portalegre (Moller) ; entre Elvas e Badajoz (Schmitz) ; Villa<br />

Fernando (B. Larcher).— Baixo Alemtejo littoral: nas colunas, entre<br />

Azeitão e Cnlhariz (Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />

<strong>de</strong> Beja a Albornoa, entre Carrasqueiro, Castro Ver<strong>de</strong> e Mú (altitu<strong>de</strong><br />

560'"), entre Corte Figueira (Daveau); Cazevel (Moller). — Algarve:<br />

Portimão, nas margens dos campos, Castro Marim (Welw.); Ferreiros<br />

(Moller).<br />

Area geogr. — Península ibérica, Africa boreal.


180,<br />

Tribu XL B a m b u s e a e<br />

Gramíneas <strong>de</strong> colmo lenhoso pelo menos na base; Tolhas na maior parle<br />

.das espécies articuladas com o peciolo. Inflorescencias <strong>de</strong> formas diversas;<br />

flores em geral com 6 estâmes.<br />

As bambtiseas são plantas das regiões quentes, muitas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões.<br />

Ha em cultura muitas espécies. Em Portugal vegetam bem o<br />

Phyllostachis mitis dando colmos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 8 melros, o Ph. nigra, Ph.<br />

violascens, e são cultivados como plantas Ornanyentaes o Ârundinaria falcata,<br />

A. Forlunei e outros.<br />

NOTAS Ε ADDIÇOES<br />

JJfTHOXANTHIIM L. (pag. 21). — Segui com relação ás espécies<br />

d'esté género a opinião auctorisada dô prof. Hackel. O sr. Rouy não concorda<br />

e nas notas sobre algumas gramíneas <strong>de</strong> Portugal 1<br />

insiste na distincção<br />

das espécies — A. odoralum, amaram, ovaium, arislalum, Puellii —<br />

e consi<strong>de</strong>ra o A. Lloydii como varieda<strong>de</strong> do A. arislalum, e para a <strong>de</strong>terminação<br />

d'estas espécies dá a seguinte clave :<br />

. (Plantas vivazes " 2<br />

i '<br />

(Plantas annuaes : 3<br />

/Colmos finos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za mediana: panicula èspiciforme, pouco dura. não contínua<br />

e attenuada na base , A. odoratum L.<br />

Glumas glabras var. genuinum.<br />

Glumas pelludas var. villosum Lois.<br />

Colmos <strong>de</strong> 6­10 cent, robustos; panicula subcylindrica, quasi egual, ordinariamente<br />

trancada na base, um pouco arredondada na extremida<strong>de</strong>, dura; folhas<br />

\ largas (7­10 mill.) A. amarum Brot.<br />

1<br />

Matériaux pour servir à la revision <strong>de</strong> la flore portugaise.'Bol. <strong>de</strong> la Soc. Bot. <strong>de</strong><br />

France, XXVIII (1881).


181<br />

[Panicula pouco <strong>de</strong>nsa comprida; colmos ramosos com os ramos crusados entre si.<br />

1 ' A. Puelii Lec. et Lamotte.<br />

(Panieula bastante <strong>de</strong>nsa; colmos pouco ou nada ramosos 4<br />

/Panicula ovói<strong>de</strong> ou cylindrica mais ou menos <strong>de</strong>nsa; glumas ordinariamente gla-.<br />

bras; colmos finos, simples ou pouco ramosos A. aristatum Boiss.<br />

(A. Carrenianum Pari.).<br />

J Colmo curto (S-15 cent); paniculs curta, bastante <strong>de</strong>nsa, subovoi<strong>de</strong>.<br />

\ A. aristatum, var. nanum Reut.<br />

J (A.Lloydii Jord.).<br />

Panicula oval ou subovoi<strong>de</strong>, muito <strong>de</strong>nsa; glumas pelludas; colmos simples, pouco<br />

\ altos, robustos A. ovatum Lag.<br />

Avena Hackelii (pag. 87). — Esta espécie já encontrada pelo dr.<br />

Wehvitsch associada com a A. sulcata, A. albinervis, Drosophyllum lusitaniens,<br />

Simethis planifolia e outras plantas, assemelha-se muito pelos<br />

caracteres externos á A. filifolia e tem certa similhança com a A. sulcata<br />

e albinervis. D'estas porém facilmente se distingue pela forma das folhas,<br />

que são relativamente largas. Se atten<strong>de</strong>rmos aos caracteres anatómicos é<br />

perfeitamente distincta e não confundível com qualquer das outras. Ha<br />

apenas <strong>de</strong> commum o numero <strong>de</strong> nervuras principaes, que; são très <strong>de</strong><br />

cada lado da nervura central. Nas A. sulcata e albinervis as folhas são <strong>de</strong><br />

superfície plana e apenas têm sclerenchyma nas margens e na parte dorsal<br />

junto da nervura media..<br />

Na A. filifolia a superfície da folha tem quatro sulcos longitudinaes<br />

d'um e d'outro lado da nervura media, sendo o que fica junto a esta nervura<br />

ainda parcialmente dividido por uma pequena elevação. A cada parte<br />

saliente correspon<strong>de</strong> um fascículo libero-lenhoso ligado com a epi<strong>de</strong>rme<br />

por tecido scleroso, que se prolonga por baixo da epi<strong>de</strong>rme mais <strong>de</strong>senvolvidamente<br />

na face ventral. Ao fundo <strong>de</strong> cada sulco correspon<strong>de</strong> um<br />

grupo <strong>de</strong> cellulas bulliformes.<br />

"A A. Hackelii tem as folhas com a superficie não siäcada e dobradas<br />

a meio. Notam-se apenas umas pequenas <strong>de</strong>pressões em face dos feixes<br />

libero-lenhosos, mais accentuadas d'um e d'outro lado da nervura media.<br />

Só ahi ha cellulas bulliformes. Por baixo da epi<strong>de</strong>rme dorsal corre em toda<br />

a folha uma camada bastante espessa <strong>de</strong> sclerenchyma. Na parte correspon<strong>de</strong>nte<br />

á face ventral observam-se pequenos grupos <strong>de</strong> cellulas sclérosas<br />

por baixo da epi<strong>de</strong>rme em frente dos fascículos com os quaes ficam ligados<br />

por tecido incolor. A nervura media e bem assim as nervuras secundarias<br />

estão ligadas por sclerenchyma só com as cellulas sclérosas subjacentes<br />

á epi<strong>de</strong>rme da face dorsal. É, como se vê, uma estructura inteiramente<br />

diversa da que se observa na A. filifolia e muito mais ainda das


182<br />

t • •<br />

da A. sulcata e albinervis. Esta estructura só por si bastava para bem caractériser<br />

esta nova espécie.<br />

Subtribu Eragrosteae (pg. 101)<br />

(Espiguetas corn 6-25 flores; panicula com ramos patentes ou levantados; gluj<br />

J niella superior persistente sobre o eixo Eragrostis.<br />

(Espiguetas com 2-8 flores 2<br />

(Glumas quasi eguaes; panicula espiciforme Koeleri'a.<br />

- \<br />

(Glumas <strong>de</strong>seguaes 3<br />

3<br />

4<br />

(Gluma superior eeualanûo as flores. Avelinea.<br />

(Ambas as glumas mais curias que as flores 4<br />

(Panicula ramosa conlrahida Molinea.<br />

(Panicula iricholoma .. .. Sphenopus<br />

Subtribu Eufestuceae (pag. MO)<br />

(Inflorescencia em espiga simples ou ramosa Catapodium.<br />

1 j<br />

(Inflorescencia em panicula ampla ou espiciforme '. 2<br />

(Panicula com espiguetas ferieis c estéreis 3<br />

2 ) .<br />

(Panicula <strong>de</strong> flores férteis com ou sem flores rudimentares 4<br />

4<br />

5<br />

ÍPanicula espiciforme; espiguetas férteis com 2 flores, ama fértil ouïra estéril;<br />

espiguetas estereis com flores reduzidas a 2 glumas Lamarckia.<br />

Espiguetas férteis com 2-7 flores; espiguestas estéreis com as flores reduzidas<br />

ás glumas inferiores disticadàs Cynosurus.<br />

(Glumas eeuaes ou quasi eguaes ' 5<br />

(Glumas perfeitamente <strong>de</strong>seguaes 7<br />

(Glumas concavas; espiguetas em pedicellos longos e finos Briza.<br />

(Glumas estreitas ovaes ou lanceoladas G<br />

iPanicula ramosa; ramos cyliudricos Poa.<br />

^ iPanicula <strong>de</strong> espiguetas, umas quasi rentes, outras pedicelladas; ramos trigonos.<br />

( ' Scleropoa.


183<br />

l Espiguetas em glomerulus compactos na extremida<strong>de</strong> dos ramos Dactylis.<br />

7<br />

(Espiguetas não em glomerulus 8<br />

[Espiguetas ovaes ou lanceoladas; pedicellos dilatados sob as espiguetas.<br />

I ­ Festuca.<br />

8<br />

/Espiguetas compridas, a principio cylindricas, por ultimo comprimidas lateral­<br />

[ mente 9<br />

9<br />

IGlumellulas ligadas entre si Glyceria.<br />

(Glumellulas livres Atropis.<br />

Fesluca ovina (pag. 127). — O prof. Hackel tendo examinado exemplares<br />

colhidos pelo sr. A. Moller no Alto Alemtejo consi<strong>de</strong>rou­os como<br />

formando uma subespécie cuja <strong>de</strong>scripçào me enviou. Ε a seguinte:<br />

F. ovina L. subspec. transtagana Hackel. — Vaginae innovationum non<br />

nisi ima basi integrae, ceterum fissae, firmulae, laminas emortuas retinentes,<br />

<strong>de</strong>mum minutatim dilabentes. Laminae omnes tenuiter setaceae, flacciolae,<br />

obtusiusculae extus (in sicco) angulatae, 7­nerves, intus costis 5<br />

prominentibus, sub quovis nervo fascículo sclerenchymatico tenui instructae,<br />

quorum medianus et lateralis primarius cum nervo confluunt, reliqui<br />

ab eo parenchymate separantur, sino cellulis bulliformibus. Spiculae mulicae.<br />

Descript. Culmi ténues, 30­40 cm. alti, bino<strong>de</strong>s, laeves. Folia innovationum<br />

ad 20 cm. longa, diâmetro 0.5 mm. scaberulae, viri<strong>de</strong>s. Panicula­<br />

circ. 17 cm. longa, oblonga, laxa, ílaccida, rachi gracillimo, ramis<br />

soli tari is scaberulis. inferioribus 3­5­spiculatis basi breviter nudis, spiculae<br />

m m<br />

oblongae 4­5­llores 8 longae, palli<strong>de</strong> virentes. Glumae steriles acutiusculae,<br />

laeves, If" ad medium IV ae<br />

pertinens. Glumae fertiles lineari­lanceolatae,<br />

acutae, muticae, 4­5 mm. longae, dorso rotundatae, minute scaberulae.<br />

Palea bi<strong>de</strong>ntula, carinis scabra. Ovarium glabrum.<br />

Alte (Moller, VI, 1884).<br />

Alunis F. ovinae subsp. eu­ovinae, 'atamen satis distincta omnibus hujus<br />

varietalibus structura foliorum, salis similis structurae foliorum F. rubrae.


184<br />

SUBSÍDIOS para o estudo da flora portugueza<br />

SUPPLEMENTO ÁS CRASSULACEAS 1<br />

POR<br />

Joaquim <strong>de</strong> Mariz<br />

Depois que foi publicado em 1888, no Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broteriana,<br />

o meu estudo sobre a or<strong>de</strong>m das Succulenteas da Hora portugueza,<br />

muito progrediram as explorações botanicas no paiz em or<strong>de</strong>m nào só a<br />

augmenter o numero <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s das espécies ahi enumeradas, como<br />

também pelo apparecimento <strong>de</strong> espécies novas para a Hora.<br />

Das quatro famílias que comprehen<strong>de</strong> essa or<strong>de</strong>m na Peninsula, nas<br />

quaes também dividi o trabalho a que me reporto, <strong>de</strong>staca-se uma d'ellas :<br />

a família das Crassulaceas, que, além da distribuição geographica das suas<br />

espécies ter augmentado muito nos 14 annos <strong>de</strong>corridos e <strong>de</strong> apparecerem,<br />

neste período, algumas espécies novas para a nossa flora, realizou-se<br />

o facto importante <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dar-se a verda<strong>de</strong>ira significação a duas espécies<br />

criticas do género Umbilicus que foram mal interpretadas no primeiro<br />

estudo, por falta <strong>de</strong> elementos sufficientes para o seu cabal conhecimento.<br />

Estas espécies criticas, <strong>de</strong>sdobradas do chamado U. horizontalis do meu<br />

estudo referido, são o U. praeallus (Brot.) e o U. Coulinhoi que, <strong>de</strong>stacados<br />

da synonymia pouco precisa que então citei, representam respectivamente<br />

o Cotyledon umbilicus L., var. praealta Brot., e o Umbilicus horizontalis<br />

Mar. non DC.<br />

Para fundamentar esta apreciação e para mencionar as novas <strong>de</strong>scobertas<br />

sobre a família das Crassulaceas portuguezas, eis os motivos assaz justificáveis<br />

que <strong>de</strong>terminaram a publicação do presente Supplemento.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1902.<br />

Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broleriana, VI, pag. 17.


185<br />

CRASSULACEAE DC.<br />

• I. Umbilicus DC.<br />

1. U. praeallus (Brot.) Mariz [U. horizontalis (ex p.) Wk. Prodr. Fl.<br />

Hisp. II, p. 132; Cutanda, morfte <strong>de</strong> Batres exsic. 4­92; Mariz, Bol. Soc.<br />

Brot. VI, p. 17 non DC; U. erecttis,.ß. praealtus Colm. Enum. y Bev.<br />

Pl. Penins. Hisp.­Lusit. II, p. 447; TJ. pendulinus, β. praealtus (ex p.)<br />

Wk. Suppl. Prodr. Fl. Hisp. p. 213; Cotyledon umbilicus L., var. praealta<br />

Brot. Fl. Lusit. II, p. 204; Cotyl. maximum, Lusitanum Grisl. Virid.<br />

Lusit. n. 402; Tournefort Topogr. bot. p. 121; Cotyl. major, Lusitana<br />

Tourn. Inst. 5, p. 90].<br />

Glaber, caule robusto, 60­80 cent, longo, redo simplici subangulato;<br />

folds inferioribus petiolatis reniformi­subrotundis, grosse repando<strong>de</strong>ntatis,<br />

petiolis excentrice aut margine insertis, superioribus multo minoribus<br />

late­petiolatis cunealis 3­vel 5­<strong>de</strong>ntatis; racemo terminali longo<br />

subllexuoso, floribus bracteatis numerosissimis pedúnculo longo bra<strong>de</strong>is<br />

duplo brevieri suffullis, superioribus erectiusculis, reliquis palulis aut obliquis;<br />

calyce fere ad basin 5­partito corolla 4­plo breviore; corolla cylindraceo­angulala<br />

5­costata lutea, lobis 5 lia vis longis undulatis triangulariacuminalis<br />

termihata; squamis hypogynis minutissimis infundibulimorphis ;<br />

frudu fere dimidium floris aequanti, carpellis ruffis in stylum brevem attenuatis.<br />

Terrenos sombrios e húmidos, sebes e mail as <strong>de</strong> castanheiros da região<br />

montanhosa. — Alemdouro trasmontano: Vimioso (J. Mariz); — Beira trasmontana:<br />

arredores <strong>de</strong> Almeida: Junca (M. Ferreira); — Alto Alemtejo:<br />

Marvão (Brot., A. Moller), arredores <strong>de</strong> Portalegre (Brot.); serra <strong>de</strong> S.<br />

Mame<strong>de</strong> (A. Moller); — Baixas do Sorraia? entre Vendas Novas e Montemór­o­Novo?<br />

(Tournefort). — peren. Maio­Jun. (v. v.).<br />

Hab. na Hesp. (Batres, prov. <strong>de</strong> Madrid).<br />

OBSEHV. — No trabalho a que acima me refiro, publicado no Boletim<br />

da Socieda<strong>de</strong> Broleriana sobre as Crassulaceas portugnezas, agrupei sob a<br />

<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Umbilicus horizontalis DC. duas espécies différentes m'fes


186<br />

muito próximas entre si : uma da região montanhosa boreal e media do<br />

paiz, que ao tempo da publicação d'esse trabalho (começos <strong>de</strong> 1888) ainda<br />

não tinha sido por mim examinada <strong>de</strong> Portugal; e outra que cresce nos<br />

terrenos salgados e arenosos da beira­mar da zona media do paiz.<br />

Na observação com que fiz acompanhar no indicado trabalho o chamado<br />

U. horizontalis, ao mesmo tempo que agrupei uma á outra (mas erradamente)<br />

aquellas duas formas, referi­as também ao exemplar hespanhol,<br />

existente no herbario <strong>de</strong> Willkomm, proveniente do monte <strong>de</strong> Batres,<br />

prov. <strong>de</strong> Madrid, colhido pelo sr. Cutanda e <strong>de</strong>terminado pelo sr. Willkomm<br />

com o nome <strong>de</strong> U. horizontalis DC. Examinei esse exemplar no herbario<br />

do Mediterrâneo do mesmo auctor, collado em frente <strong>de</strong> exemplares do<br />

verda<strong>de</strong>iro U. horizontalis DC. provenientes da prov. <strong>de</strong> Granada, colhidos<br />

pelo mesmo botanico nos arredores <strong>de</strong> Mqlaga, on<strong>de</strong> é abundante.<br />

Porque foi que, para representar este Umbilicus, somente me referi,<br />

na observação citada, ao exemplar <strong>de</strong> Cutanda n.° 4­92, e não mencionei<br />

os <strong>de</strong> Willkomm coitados na mesma folha do seu herbario?<br />

Foi porque o primeiro tinha maiores affinida<strong>de</strong>s com os exemplares da<br />

nossa região littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria e Alcochete, únicos que eu nessa<br />

epocha conhecia, do que com os exemplares <strong>de</strong> Willkomm colhidos em<br />

Malaga.<br />

Quando .em 1888 realizei a minha segunda exploração botanica pela<br />

província <strong>de</strong> Traz­os­Montes, colhi nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Vimioso um Umbilicus<br />

que me pareceu possuir todos os caracteres dos da região littoral<br />

do paiz, ja encontrados. Consi<strong>de</strong>rei­o, pois, como pertencente ao U. horizontalis<br />

DC, e tanto mais que este <strong>de</strong> Vimioso tinha maiores affinida<strong>de</strong>s<br />

com a forma <strong>de</strong> Cutanda, colhida no monte <strong>de</strong> Batres (Madrid), do que<br />

mesmo os da região littoral.<br />

Fazendo, portanto, um estudo comparativo mais miúdo dos exemplares<br />

<strong>de</strong> ­Vimioso, agora encontrados, com os do Pinhal <strong>de</strong> Leiria e Alcochete,<br />

vi que havia entre elles differenças apreciáveis não só na disposição das<br />

flores, no comprimento e robustez dos caules, como na forma das escamas<br />

hypogynicas, etc.; por on<strong>de</strong> concluí que o Umbilicus <strong>de</strong> Vimioso me pareceu<br />

pertencer ao verda<strong>de</strong>iro U. horizontalis DC. que correspon<strong>de</strong> perfeitamente<br />

á forma <strong>de</strong> Cutanda do monte <strong>de</strong> Batres, e o Umbilicus do Pinhal<br />

<strong>de</strong> Leiria e <strong>de</strong> Alcochete se po<strong>de</strong>ria consi<strong>de</strong>rar como pertencentes a<br />

uma espécie nova ainda não <strong>de</strong>scripta.<br />

Ε esta a razão da Nota final ao n.° 240 da Synonymia do sr. dr. Julio<br />

Henriques proposta ás phrases do Catalogo <strong>de</strong> Tournefort*.<br />

1<br />

Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broteriana, VHF, pag. 262.


187<br />

Ficou, por consequência, assente e averiguado que o Umbilicus <strong>de</strong> Trazos-Montes<br />

é espécie différente, ainda que próxima, dos <strong>de</strong> Pinhal <strong>de</strong> Leiria<br />

e Alcochete.<br />

Resta agora saber se a var. praealla do Cotyledon umbilicus Brot, pertence<br />

a alguma d'estas espécies, e a qual d'ellas?<br />

Na referida Nota ά phrase η.° 24­0 da Synonymia <strong>de</strong> Tournefort, agrupei<br />

a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero aos exemplares <strong>de</strong> Leiria e Alcochete, <strong>de</strong>vendo<br />

com elles constituir uma espécie nova; mas para po<strong>de</strong>r tirar uma conclusão<br />

segura era indispensável examinar exemplares da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero,<br />

colhidos em Marvão e Portalegre seu logar clássico.<br />

Effectivamente em 1891 o sr. Moller, em exploração botanica naquella<br />

região do Alemtejo, pon<strong>de</strong> obter bons exemplares <strong>de</strong> um Umbilicus <strong>de</strong><br />

porte elevado, cujos caracteres se coadunavam muito bem com os da curla<br />

diagnose <strong>de</strong> Brotero, e comparados com os elementos já existentes no herbario<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, chegou­se ao conhecimento pleno <strong>de</strong> que o Cotyledon<br />

umbilicus, var. praealla Brot, representa a mesma forma do exemplar por<br />

mim colhido em Vimioso no anno <strong>de</strong> 1888, e d'aquelle que o empregado<br />

M. Ferreira colheu, em 1890, perto <strong>de</strong> Almeida; e como se reconheceu<br />

que o habitat d'este Umbilicus não se esten<strong>de</strong> á região marítima, é <strong>de</strong><br />

presumir que seja lambem o mesmo dos arredores <strong>de</strong> Montemór­o­Novo<br />

colhido por Tournefort, única localida<strong>de</strong> que resta por verificar.<br />

Por isto fica corroborada a conclusão <strong>de</strong> que os exemplares <strong>de</strong> Alcochete<br />

e Pinhal <strong>de</strong> Leiria são différentes da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero, e portanto<br />

representam uma espécie nova a que na referida Nota <strong>de</strong>i provisoriamente<br />

o nome <strong>de</strong> U. lusitaniens.<br />

Falta averiguar um ponto importante. Pertencerá effectivamente ao U.<br />

horizontalis DC. o exemplar <strong>de</strong> Traz­os­Montes e com elle os da Beira<br />

trasmontana e Alto Alemtejo? \<br />

O sr. Willkomm no seu Supph ao Prodr. Fl. Hisp. p. 213 consi<strong>de</strong>ra<br />

o Umbilicus pendulinus DC, 3. praealla Brot, como synonymo do U. horizontalis<br />

DC. como que reforçando a opinião que expendi no meu primeiro<br />

trabalho sobre as Crassulaceas portuguezas. Esta opinião, porém,<br />

não é exacta porque examinando os exemplares do verda<strong>de</strong>iro U. horizontalis<br />

DC. do seu logar clássico da Sicilia, Argelia e mesmo da Hespanha<br />

(Exsic. <strong>de</strong> Willk. 1845, n.° 875) vê­se que este mais se coaduna<br />

com o aspecto do U. pendulinus DC, <strong>de</strong> que é muito affim e talvez simples<br />

varieda<strong>de</strong>, do que com os exemplares portuguezes do Umbilicus em<br />

discussão a que se julgava pertencer. O sr. Willkomm, dando como synonymo<br />

do U. horizontalis a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero, quiz aproximar a espécie<br />

<strong>de</strong> Cutanda colhida no monte <strong>de</strong> Batres, que representa sem contestação<br />

alguma a varieda<strong>de</strong> praealla <strong>de</strong> Brot., dos exemplares por elle mesmo<br />

colhidos em Malaga, e talvez os <strong>de</strong> Perez y Lara e Beverchon da mesma


188<br />

provinda hespanhola 1<br />

e que evi<strong>de</strong>ntemente se referem ao verda<strong>de</strong>iro U.<br />

horizontalis DC.<br />

Temos portanto simplificada a questão relativa a estas diversas formas<br />

<strong>de</strong> Umbilicus pela maneira seguinte:<br />

1.° O U. horizontalis DC. não é espécie portugueza, mas existe no sul<br />

da Hespanha, além do seu logar clássico: Italia e Argelia, e também nas<br />

Canárias e Açores: liba <strong>de</strong> S. Miguel (Bruno).<br />

2.° O Cotyledon umbilicus, var. praealta Brot, <strong>de</strong>ve constituir uma espécie<br />

perfeitamente autónoma e distincta do U. pcndulinus D.C. e <strong>de</strong> seus<br />

affins. Para a <strong>de</strong>signar proponho que se conserve o nome da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Brotero, que é característico, mas elevado á categoria <strong>de</strong> espécie, chamando­se­lhe<br />

U. praeallus (Brot.). Também existe na região media da<br />

Hespanha.<br />

3.° Os exemplares do Umbilicus da região littoral, Alcochete e Pinhal<br />

<strong>de</strong> Leiria, embora representando uma forma affim do U. praeallus Brot,<br />

<strong>de</strong>vem constituir uma espécie nova <strong>de</strong>scripta no numero seguinte.<br />

Com relação ao U. erectus DC. <strong>de</strong> cuja affinida<strong>de</strong> provável com alguma<br />

espécie portugueza tratei também na referida observação à espécie n.° 1<br />

das Crassulaceas portuguezas 2<br />

, ficam <strong>de</strong> pé as consi<strong>de</strong>rações que então<br />

expendi, e que estão <strong>de</strong> accordo com a observação 2." da Flora Lusitanica<br />

<strong>de</strong> Brotero, vol. II, p. 204­, isto é, que o L. erectus DC. synonymo<br />

<strong>de</strong> Cotyledon Lusitanica Lam. não é espécie portugueza nem talvez da<br />

peninsula hispânica embora o sr. Perez y Lara assim o queira significar<br />

na sua Florida Gaditana, consi<strong>de</strong>rando o U. horizontalis DC. como varieda<strong>de</strong><br />

do U. erectus DC.<br />

1 bis. U. Coutinboi Mariz ["U. horizontalis Mar. Boi. Soe Brot. I. c. (ex<br />

p.); P. Coutinho exsic. Soe. Brot. 1883, η. 326, non DC; U. lusitaniens<br />

Mar. (pro int.), non Lam. 1. c. VIII, p. 262). — Diff'ert a prece<strong>de</strong>nti radiée<br />

plus minusve tuberöse, caule paulo breviori 4­5­70 cent, longo, ex<br />

cárneo rubente; foliis inferioribus ovali­subrotundis, sinuato­<strong>de</strong>ntatis; Ho—<br />

ribus pedúnculo breviori arcuatô­reflexis spicam longam rectam <strong>de</strong>nsissimam<br />

formantibus ; corolla ovoi<strong>de</strong>a lobis brevioribus triangulari­subcordatis<br />

rufescentibus coronata ; squamis hypogynis hypocraterimorphis.<br />

Terrenos salgados da região inferior, campos e areaes perto das marinhas.—<br />

Beira littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria (Carlos Pimentel) ; — Alemtejo littoral:<br />

arredores <strong>de</strong> LisÈoa: Alcochete (P. Coutinho). — peren. Junho (v. s.).<br />

1<br />

Supplemento Fro Ar. Fl. Hispanicae, pàg. 213.<br />

* Boletim da Socieda<strong>de</strong> Brolerianà, vol. VI, pag. 18.


189<br />

OBSERV. — Esta espécie, como facilmente se <strong>de</strong>prehen<strong>de</strong> da comparação<br />

das diagnoses prece<strong>de</strong>ntes, é próxima do U. praealtus Brot.; pertence<br />

á região littoral. Foi <strong>de</strong>scoberta pelo sr. Pereira Coutinho a quem tenho<br />

o subido prazer <strong>de</strong> a <strong>de</strong>dicar por este motivo e pelo justo titulo <strong>de</strong> botanico<br />

distincto, pondo <strong>de</strong> parte a provisória <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> U. lusitaniens<br />

que lhe <strong>de</strong>i, por facilmente po<strong>de</strong>r dar logar a confusões com o Cotyledon<br />

lusitanica <strong>de</strong> Lamarck que, como em outro logar disse, não é espécie<br />

portugueza, e com o Cotyledon maximum ou major Lusitana <strong>de</strong> Grisley e<br />

Tournefort que representam a espécie antece<strong>de</strong>nte.<br />

"O U. Coutinhoi nob. foi a primeira vez encontrado pelo seu <strong>de</strong>scobridor,<br />

em 1883, perto das marinhas <strong>de</strong> Alcochete nos arredores <strong>de</strong> Lisboa, margem<br />

esquerda do Tejo, tendo sido distribuído na Socieda<strong>de</strong> Broteriana<br />

com o nome <strong>de</strong> U. horizontalis DC. <strong>de</strong> que apenas tem o caule levantado<br />

e a forma das folhas inferiores ovaes­arredondadas com os peciolos inseridos<br />

na margem ou excentricamente. A mesma espécie foi no anno seguinte,<br />

em 1884, encontrada nas areias do Pinhal <strong>de</strong> Leiria pelo sr. Carlos<br />

Pimentel, e até agora não tornou a ser encontrada noutras localida<strong>de</strong>s do<br />

paiz, <strong>de</strong>vendo por isso consi<strong>de</strong>rar­se como uma planta rara.<br />

2. U. pendulinus DC. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa<br />

(D. M. C. Ochoa);—Alemdouro lilloral: serra do Soajo: Senhora da Peneda<br />

(A. Moller); — Beira trasmontana: Villar Formoso e arredores: lameiros<br />

do Valle <strong>de</strong> Pervejo (M. Ferreira), Trancoso (M. Ferreira), serra<br />

da Lapa, prox. a Quintella (M. Ferreira); — Beira central: S. Pedro do<br />

Sul e serra <strong>de</strong> S. Macário (J. Henriques), serra do Caramulo: Campo (J.<br />

Henriques), Ponte da Murcella : Moura Morta, S. Martinho da Cortiça:<br />

Valle do Alamo (M. Ferreira), Gouveia (M. Ferreira);—Beira lilloral:<br />

<strong>Coimbra</strong>: estrada <strong>de</strong> Entre Muros (A. S. Paiva), Valle <strong>de</strong> Coselhas (A.<br />

Santiago); — Beira meridional: Figueiró dos Vinhos (.1. V. <strong>de</strong> Freitas),<br />

Soalheira: S. Fiel (C. Zimmermann); — Cenlro lilloral: arredores <strong>de</strong><br />

Abrantes (P. Coutinho); — Allo Alemtejo: Marvão, Portalegre (A. Moller);—<br />

Baixas do Guadiana: Mértola, Cazevel (A. Moller); — Algarve:<br />

arredores <strong>de</strong> Faro: Santo Antonio do Alto (J. d'A. Guimarães).<br />

Hab. na Hesp., em toda a Europa mediterrânea e Açores.<br />

3; li. hispidus DC. (Cotyledon Mucizonia Ort., β. hispida Per. Lara 1. c,<br />

Wk. Suppf. Prod. Fl. Hisp. 1. c.). — Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Alemlejo lilloral: arredores <strong>de</strong> Setúbal: Quinta da Commenda, rochedos<br />

d'Outäo e da serra d'Arrabida, ά beira mar (A. Luisier, Boi. Soe.<br />

Brot. XIX, pag. 243); — Algarve: arredores <strong>de</strong> Monchique: Sinceira e<br />

Allerce (J. Bran<strong>de</strong>iro).


190<br />

4·. U. sedoi<strong>de</strong>s DC. — Crescit quoque :<br />

— Beira central: serra da Estrella, sítios mais elevados: Lagoacho dos<br />

Cântaros (M. Ferreira: Fl. Lusit. exsic. 189Í-. n.° 1373).<br />

II. Pistorinia DC.<br />

5. P. Hispânica DC.— Ad<strong>de</strong> locum:<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Vimioso: prox. a S. Pedro da<br />

Silva: Pedriça (J. Mariz: Fl. Lusit. exsic. 1888, n.° 522). —Jun. (v. v.).<br />

III. Sempervivum L.<br />

7. S. arboreum L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Alemtejo littoral: Palmella, rochedos abaixo do Castello, serra d'Arrabida<br />

: Convento, Setúbal: muros velhos, junto á Fonte Nova (A. Luisier,<br />

1. c).<br />

IV. Seclum L. .<br />

8. S. amplexicaule DC.—·Crescit quoque:<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Jenisio e<br />

Miranda (J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa (D. M.<br />

C. Ochoa); — Beira trasmontana: Taboaço (C. J. <strong>de</strong> Lima), arredores <strong>de</strong><br />

Almeida: Junca (M. Ferreira);—Allo Alemlejo : Évora (A. Moller); —<br />

Ba-ixas do Guadiana: Mértola. (A. Moller).<br />

9. S. pruinatum Brot. — Occurrit etiam :<br />

— Beira trasmontana: Sanatório da Covilhã (J. da Silva Tavares); —<br />

Beira central: arredores <strong>de</strong> Castro Daire: rio Paiva, Grijó (J. Henriques),<br />

arredores <strong>de</strong> S. Pedro do Sul: Covas do Bio: Pena (M; Ferreira); —<br />

Beira meridional: serra da Pampilhosa, encosta fronteira á Povoação (J.<br />

Henriques, M. Ferreira).<br />

OBSERV.— Vê-se que esta espécie^ que a principio se julgava limitada<br />

somente a uma área muito restricla da região montanhosa <strong>de</strong> entre Douro<br />

e Minho, tem um habitat mais amplo esten<strong>de</strong>ndo-se até quasi á zona media<br />

do paiz.<br />

10. S. altissimum Poir. — Crescit etiam :<br />

— Beira lilloral: arredores <strong>de</strong> Aveiro: areaes da Gafanha (E. <strong>de</strong> Mes-


191<br />

quita), arredores do Louriçal: Pinhal do Urso (A. Moller); — Alemlejo<br />

littoral: Trafaria: areaes marítimos (J. Daveau), arredores da serrada<br />

Arrábida (J. D. dos Santos), Setúbal, serras <strong>de</strong> S. Luiz e d'Arrabida<br />

(A. Luisier, 1. c.); — Baixas do Guadiana: Castro Ver<strong>de</strong> (A. Moller).<br />

11. S. elegans Lej. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Âlemdoxiro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Bragança: serra <strong>de</strong> Bebordãos<br />

(J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Malhadas (J. Mariz),<br />

arredores <strong>de</strong> Vimioso: Santulhão (J. Mariz);— Alemdouro littoral: Castro<br />

Laboreiro: Alcobaça (A. Moller); — Beira trasmonlana: Trancoso (A. <strong>de</strong><br />

S. Couceiro), arredores <strong>de</strong> Almeida: Junca (M. Ferreira); — Beira central:<br />

arredores <strong>de</strong> S. Pedro do Sul: Covas do Rio (J. Henriques), Ponte<br />

da Murcella (M. Ferreira); — Beira littoral: Porto: serra do Pilar (J. C.<br />

Barbosa), <strong>Coimbra</strong>, Santa Clara (Filippe <strong>de</strong> Vilhena) ;— Beira meridional:<br />

Alpedrinha (C. Zimmermann), Sernache do Bom Jardim (Marcellino <strong>de</strong><br />

Barros);—Centro lilloral: arredores <strong>de</strong> Alemquer: Santa Quitéria <strong>de</strong><br />

Meca (Barros e Cunha), entre Cascaes e o Cabo da Roca (J. Daveau) ; —<br />

Allo Alemtejo: Marvão (A. Moller); — Alemlejo lilloral: Setúbal, serra <strong>de</strong><br />

S. Luiz (A. Luisier, 1. c);—Baixas do Guadiana: Ourique (A. Moller).<br />

12. S. acre L. — Crescit quoque:<br />

— Beira lilloral: arredores <strong>de</strong> Aveiro, areaes da Gafanha (E. <strong>de</strong> Mesquita:<br />

Fl. Lusit. exsic. 1893, n.° 1460).<br />

13. 8. brevifolium DC. (S. dasyphyllum.Brot: Fl. Lusit. II, p. 210 non<br />

L.). — Ad<strong>de</strong> loca :<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Conslnntim,<br />

Duas Egrejas (J. Mariz: Fl. Lusit. exsic. 1888, n.° 525); — Beira<br />

trasmonlana: serra da Lapa: Corgo do rio Côja (M. Ferreira);—Beira<br />

centred: arredores <strong>de</strong> S. Pedro do Sul: serra <strong>de</strong> S. Macário (J. Henriques),<br />

serra do Caramulo: Campía (M. Ferreira), Ponte da Murcella:<br />

Moura Morta, S. Martinho da Cortiça (M. Ferreira); — Beira meridional:<br />

serra da Pampilhosa (J. Henriques) ; — Alto Alemlejo: Portalegre<br />

(A. Moller).<br />

14. S. Anglicum Huds.<br />

α. Raji Lge. — Crescit etiam :<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Vimioso: Angueira (J. Mariz),<br />

arredores <strong>de</strong> Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa (D. M. C. Ochoa); — Alemdouro<br />

lilloral: Amarante: Gatão (Taveira <strong>de</strong> Carvalho); — Beira trasmon­


192<br />

íana: Aguiar da Beira: Poço Negro (M. Ferreira), Almeida: Junca, Villar<br />

Formoso: lameiros <strong>de</strong> Bodanaes (M. Ferreira); — Beira central: arredores<br />

<strong>de</strong> Castro Daire : Covas do Bio (J. Henriques), Ponte da Murcella, S. Martinho<br />

da Cortiça: Valle dò Alamo (M. Ferreira);— Beira meridional: arredores<br />

<strong>de</strong> Alpedrinha: Orra (J. Galvão), Soalheira: S. Fiel (C. Zimmermann);—<br />

Alto Alemtejo: serra <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> (A. Moller), Bedondo (Pitta<br />

Simões), Évora (A. Moller). . · .<br />

β. pyrenaicum Lge. — et quoque:<br />

— Alemdouro littoral: serra do Soajo: Soajo (A. Moller), serra do<br />

Gerez: Borrageiro, etc. (A. Moller, Ε. <strong>de</strong> Mesquita); — Beira central:<br />

serra da Estrella: Senhora do Desterro, Penhas Douradas, etc. (A. Moller).—<br />

peren. Maio­Agost.<br />

14 bis. S.' micranthum Bast. ap. DC. Fl. fr. VI, p.­523; Gr. Godr. Fl.<br />

fr. I, p. 623; Wk. Lge. I. c. p. 141 et Suppl. p. 215; Nym. Consp. Fl.<br />

Europ. p. 262; G. Sampaio, An. Sc. Nat. Port. VI, p. 146 (S. album,<br />

β. micranthum DC. Prodr. 1. c. p. 406; Csta Fl. catai. p. 89).<br />

Sitios pedregosos das regiões infer, e montan., frequente na região littoral.—<br />

Alemdouro littoral: Mattosinhos: aieaes marítimos (G. Sampaio).<br />

— peren. Maio­Julho (v. s.).<br />

Hab. na Hesp., Fr. e Sicilia.<br />

OBSERV. — Esta espécie é nova para a nossa flora.<br />

15. S. album L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa (D. M. C.<br />

Ochoa), arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Picote e Miranda (J. Mariz); —<br />

Beira littoral: Pombal (A. Moller); — Centro lilloral: arredores <strong>de</strong> Torres<br />

Vedras: Buna (Barros e Cunha) ; — Alto Alemlejo: Portalegre, Marvão (A.<br />

Moller); — Alemtejo lilloral: arredores <strong>de</strong> Setúbal, serra <strong>de</strong> S. Luiz (A.<br />

Luisier, 1. c); — Baixas do Guadiana: Castro Ver<strong>de</strong> (A. Moller);—Algarve:<br />

serra da Picota (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />

16. S. hirsutum Ali. — Crescit quoque:<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Bragança: serra <strong>de</strong> Bebordãos<br />

(J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Vimioso: S. Martinho d'Angueira, campo<br />

<strong>de</strong> Víboras (J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Picote (J. Mariz);<br />

— Alemdouro littoral: Melgaço, serra do Soajo: Soajo (A. Moller), serra<br />

do Gerez: Leonte (A. Moller), arredores <strong>de</strong> Vizella, S. Thiago <strong>de</strong> Lor<strong>de</strong>llo<br />

(A. Velloso);—Beira trasmontana: Trancoso, Aguiar da Beira (M.


,193<br />

Ferreira), arredores <strong>de</strong> Almeida: Junca (M. Ferreira);—Beira central:<br />

arredores <strong>de</strong> Castro Daire : Covas do Rio (J. Henriques, M. Ferreira),<br />

serra do Caramulo: Alcofra (J. Henriques);—Beira littoral: arredores<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>­ Ceira (M. Ferreira);—Allo Alemlejo: Portalegre (A. Moller)<br />

;— Algarve : arredores <strong>de</strong> Monchique: serra do Alferce (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />

17. S. villosum L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Athenor<br />

(J. Mariz); — Beira trasmonlana: serra da Lapa: prqx. a Quintella (M.<br />

Ferreira);—Beira central: entre Vouzella e Campía (J, Henriques);'—<br />

Beira meridional: arredores do Fundão: Monte Barriga (C. Zimmermann),<br />

Polygono <strong>de</strong> Tancos (J. Guimarães), Tejo: Ilhéu d'Almourol (J. Perestrello);—Allo<br />

Alemtejo: Portalegre (Pitta Simões).<br />

18. S. pedicellatum Bss. Reut., β. lusitanicum Wk. Boi. Soe. Brot. 1. c.<br />

p. 27. — Occurrit etiam:<br />

,— Beira trasmonlana: Aguiar da Beira : lameiros do Poço Negro, serra<br />

da Lapa: prox. a Quintella (M. Ferreira).<br />

OBSERV. — Esta espécie continua a ser representada em Portugal pela<br />

sua varieda<strong>de</strong>. A espécie typo não pou<strong>de</strong> ainda ser encontrada.<br />

19. S. An<strong>de</strong>yavense DC. — Crescit etiam:<br />

— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Para<strong>de</strong>lla<br />

(J. Mariz).<br />

OBSERV. —Este exemplar colhido por mim no ponto mais oriental do paiz,<br />

junto <strong>de</strong> um marco divisório <strong>de</strong> Portugal e Hespanha ?., representa ainda a<br />

forma <strong>de</strong> flores tetrameras já encontrada nas Berlengas pelo sr. Daveau.<br />

19 bis.' S. caespitosum DC. 1. c. p. 405; Gr. Godr. 1. c. p. 620; Wk.<br />

Lge. 1. c. p. 144; Nym. 1. c. p. 265 (Crassula Magnolii DC. Fl. fr. VI,<br />

p. 522; Crass, caespitosa Cav. Ic. t. 69, f. 2).<br />

Terrenos­arenosos das regiões infer., montan, e subalpin. — Centro littoral:<br />

arredores <strong>de</strong> Lisboa (P. Coutinho).—ann. Maio (v. s.).<br />

Hab. na Hesp., Fr., Sard., Cors., Ital., Sicil., Dalm., Tauria.<br />

OBSERV. — Esta espécie é nova para a flora portugueza.<br />

1<br />

Uma Excursão Botanica era Traz­os­Montes — Boi. Soe. Brot. VII, 1889, p. 11.<br />

13 XX


194<br />

20. S. rubens L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Beira littoral: arredores <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>: Bemcanta, Casas Novas (J.<br />

Mariz, M. Ferreira);—Cenlro littoral: arredores <strong>de</strong> Lisboa: entre Algés<br />

e Cruz Quebrada: Senhora da Bocha (Α. Β. Jorge);—'Alemlejo littoral:<br />

montes <strong>de</strong> Setúbal (A. Luisier, 1. c).—Maio (v. v.).<br />

V. Tillaea Mich.<br />

22. T. muscosa L. — Crescit quoque:<br />

— Alemdouro littoral: Porto: monte Pedral (G. Sampaio).—Beira central:<br />

serra <strong>de</strong> Freita (J. Henriques), arredores <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>lla: Lobão (A.<br />

Moller).<br />

Hab. também nos Açores.<br />

YI. Bulliarda DC.<br />

23. Β. Vaillanlii DC —Ad<strong>de</strong> loca:<br />

— Beira lilloral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya : Lavadores (G. Sampaio); —<br />

Baixas do Guadiana: Torrão: margens do Xarrama (G. Sampaio).<br />

OBSERVAÇÃO. — Não foi sem bom fundamento que formulei no Boi. da<br />

Soc. Broteriana, VI, 1888, pag. 29, no final do estudo sobre a familia<br />

das Crassulaceas porluguezas, a previsão seguinte:— «E provável que em<br />

trabalhos <strong>de</strong> herborisações successhas venham a <strong>de</strong>scobrir­se novos representantes<br />

d'esta familia, <strong>de</strong>sconhecidos até agora do paiz».<br />

Effectivamente, <strong>de</strong>corridos 14 annos, durante os quaes continuaram<br />

com toda a assiduida<strong>de</strong> as explorações botanicas por gran<strong>de</strong> parte do solo<br />

portuguez, obtiveram­se resultados notáveis, e com relação á presente familia<br />

os <strong>de</strong>scriptos neste Supplemento que recapitulamos, a saber : — 1.°<br />

augmento <strong>de</strong> muitas localida<strong>de</strong>s novas <strong>de</strong> quasi todas as espécies indicadas<br />

em Portugal; — 2.° apparecimenlo <strong>de</strong> duas espécies novas para a flora<br />

portugueza: o Sedum micranthum Bast, e S. caespilosum DC, e a confirmação<br />

d'uma espécie nova para a sciencia que se fica chamando Umbilicus<br />

Coulinhoi Mar.; — 3.° conhecimento da verda<strong>de</strong>ira interpretação a<br />

dar ά var. praealla do Cotyledon Umbilicus Brot, a qual constitue uma


198<br />

excellente espécie portugueza, rara na Hespanha, e que fica <strong>de</strong>scripta com<br />

o nome <strong>de</strong>. Umbilicus praeallus (Brot.) Mar.<br />

Este resultado não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser muito valioso e que affirma, d'um modo<br />

real, a boa orientação dada mo<strong>de</strong>rnamente aos trabalhos <strong>de</strong> botanica <strong>de</strong>s-<br />

cripliva em o nosso paiz.<br />

Segue uma chave para a <strong>de</strong>terminação dos géneros e espécies das Cras-<br />

sulaceas portuguezas que faltava no primitivo estudo sobre esta família.<br />

1<br />

5<br />

CHAVE PARA A DETERMINAÇÃO DAS CRASSULACEAS PORTUGUEZAS<br />

Chave dos géneros<br />

(Corolla gamopetala :.. 2<br />

[Corolla polypetala 4<br />

Corolla tubulosa ou campanulada eom o limbo, <strong>de</strong> 5 divisões, 2 a 5 vezes mais<br />

curto do que o tubo 3<br />

Corolla <strong>de</strong> 6 a 20 divisões apenas ligadas na base entre si e os estâmes.<br />

Sempervivum L.<br />

/Tubo da corolla curto, limbo erecto ou convergente. Estâmes 10 inseridos na col<br />

rolla. Escamas hypogyneas ovaes ou em cunha. Flores em cacho ou cymeira.<br />

1 Umbilicus DC.<br />

JTubo da corolla'muito comprido, limbo patente. Estâmes 10 ligados á corolla em<br />

I gran<strong>de</strong> extensão. Escamas hypogyneas oblongas. Flores em corymbo ou cymeira.<br />

( Pistorinia DC.<br />

Estâmes em numero duplo do das divisões dos invólucros floraes. Pétalas e sepalas<br />

5, raro 4' a 8. Escamas hypogyneas ovaes. Hervas succulentas. Sedum L.<br />

Estâmes em numero egual ao das divisões dos invólucros floraes. Hervas pequenas<br />

ou anãs S<br />

(Pétalas,- sepalas e estâmes 3-4. Escamas hypogyneas mínimas ou nullas. Folículos<br />

\ com 2 sementes Tillaea Mich.<br />

Pétalas, sepalas e estâmes 4. Escamas lineares. Folículos com muitas sementes.<br />

! Bulliarda DC.


196<br />

Umbilicus DC.<br />

Hervas perennes com a raiz tuberosa ou grossa. Folhas basilares e caulinares<br />

inferiores arro<strong>de</strong>ladas ou subreniformes muito pecioladas. Flores bracteadãs<br />

dispostas em cacho cylindrieo mais ou menos <strong>de</strong>nso. Corolla tubulosa 2<br />

Hervas annuaes. Folhas convexas, oblongas, quasi rentes. Flores não. bracteadãs<br />

dispostas em cymeira ou cabeça. Corolla campanulada ? 4<br />

Folhas inferiores orbiculares, ombilicadas com o peciolo inserido no centro do<br />

limbro. Caule ascen<strong>de</strong>nte erecto ordinariamente simples. Flores dispostas em<br />

comprido cacho terminal, com o pedúnculo arqueado, pen<strong>de</strong>ntes; bracteas do<br />

comprimento do pedúnculo; corolla oval <strong>de</strong> côr esver<strong>de</strong>ada ou amarello-pallida,<br />

limbo curto. Escamas hypogyneas planas em forma <strong>de</strong> cunha.<br />

Ü. pendulinus DC.<br />

Folhas inferiores reniforrnes ou ovaes-arredondadas com o peciolo inserido excentricamente<br />

ou na margem. Caule erecto, simples com as flores em cacho<br />

frouxo ou serrado. Bracteas muito mais compridas do que o pedúnculo. Corolla<br />

ovói<strong>de</strong> ou cylindrica <strong>de</strong> côr amarella e o limbo <strong>de</strong> divisões mais compridas<br />

muito apicuíadas <strong>de</strong> côr alourada ou ruiva. Escamas hypogyneas polyedricas<br />

: '. ..... : : 3<br />

Caule robusto comprido, amarello-esver<strong>de</strong>ado. Flores muito numerosas, muito<br />

pedunculadas, em cacho frouxo, as superiores erectas, as restantes patentes<br />

ou pen<strong>de</strong>ntes ; corolla cylindrica com o costas salientes. Escamas hypogyneas<br />

em forma <strong>de</strong> funil .... Ü. praealtus (Brot) Mar.<br />

Caule menos robusto, amarello-arruivado. Flores numerosas com o pedúnculo<br />

arqueado, todas reflectidas sobre o caule formando uma espiga comprida recta<br />

e <strong>de</strong>nsíssima; corolla cylindrico-ovoi<strong>de</strong> com as costas apenas apparentes. Escamas<br />

hypogyneas em forma da taça ti. Coutinhòi Mar.<br />

Planta glandulosa pubescente. Caule humil<strong>de</strong> diffuso ramoso. Folhas medíocres<br />

roliças obtusas. Flores pedunculadas, dispostas em cachos terminaes ou lateraes,<br />

frouxos, escorpioi<strong>de</strong>s; corolla avermelhado-esver<strong>de</strong>ada com os lobos ovados<br />

venosos U. hispidus DC.<br />

Planta glabra. Caule muito curto quasi simples purpurino. Folhas muito pequenas<br />

imbricadas convexas. Flores quasi rentes terminaes em cymeiras <strong>de</strong>nsas; corolla<br />

roseo-escarlate com os lobos ovaes acuminados U. sedoi<strong>de</strong>s DC.<br />

Pistormia DC.<br />

Planta muito pubescente com a cymeira e pedúnculos glanduloso-viscosos. Flores<br />

numerosas pouco pedunculadas erectas. Cálix 10 vezes mais curto do que o<br />

tubo da corolla, divisões do limbo ovado-lanceoladas agudas purpurinas com<br />

estrias ver<strong>de</strong>s por fora, e côr <strong>de</strong> carne por <strong>de</strong>ntro P. hispânica DC.


s<br />

S. altissimum Poir.<br />

! Folhas <strong>de</strong>spegadas na base e prolongadas inferiormente em esporão 6<br />

6<br />

197<br />

Sempervivum L.<br />

Planta glabra arbustiva; caule grosso redondo ramoso cicatricoso Folhas cunéiformes<br />

<strong>de</strong>nsamente rosetadas até ao ápice dos ramos estereis; ramos fioriferos<br />

inferiormente imbricado-folheosos com as folhas em forma <strong>de</strong> escamas, superiormente<br />

paniculado-ramosos. Cymeiras escorpioi<strong>de</strong>s 2-partidas formando panicula.<br />

Flores amarellas pedunculadas, cálix 10-partido, pétalas e carpellos 10.<br />

S. arboreum L.<br />

Sedum L.<br />

[Espécies perennes, renovos folheosos vivazes, caules fioriferos annuaes 2<br />

(Espécies sem renovos ; 11<br />

1 Pétalas douradas, louras ou amarellas 3<br />

(Pétalas brancas, rosadas ou azuladas 7<br />

(Folhas assovelladas; folículos erectos 4<br />

jFolhas obtusas, folículos divergentes, pétalas abertas em estrella. Planta <strong>de</strong> sabor<br />

( picante ,.··.· S. acre L.<br />

(Folhas do caule e dos renovos com duas formas: as do caule cylindricas linearassoveladas,<br />

as dos renovos callosas e agudíssimas no ápice e dilatadas na base<br />

muna membrana larga branca abraçando o ramo S. amplexicaule DC.<br />

(Folhas do caule e dos ramos com uma só forma. Pétalas abertas em estrella. S<br />

Folhas <strong>de</strong>spegadas na base, erectas cylindricas dilatadas no meio. Caule robusto.<br />

/Planta glauco-farinhosa. Folhas carnosas plano-convexas, as dos renovos erectas<br />

nas extremida<strong>de</strong>s dos ramos. Cymeiras curtas 2-partidas, simples com poucas<br />

flores. Flores gran<strong>de</strong>s, invólucros floraes consistentes com 6 divisões.<br />

S. pruinatum Brot.<br />

jPlanta ver<strong>de</strong> glabra. Folhas comprimidas quasi planas, as dos renovos patentes<br />

ou reflectidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base dos ramos. Cymeiras compridas 2-partidas com<br />

muitas flores formando corymbo composto. Flores medíocres, invólucros floraes<br />

tenues com 6 divisões S. elegans Laj.<br />

(Folhas subglobosas ou ovói<strong>de</strong>s 8<br />

7<br />

(Folhas cylindricas ou claviformes 9


10<br />

198<br />

(Planta ás vezes purpurina com rhizoma sublcnhoso. Folhas do caule quasi oppostas,<br />

as dos renovos imbricadas glaucas quasi esphericas. Flores pedicelladas<br />

em cymeiras 2­partidas, pétalas brancas ou alvo­rosadas com uma lista purpurinas<br />

no dorso S. brevifolium DC.<br />

JPlanta ver<strong>de</strong> com raiz tenue ou grossa. Folhas do caule alternas, as dos renovos<br />

imbricadas ovói<strong>de</strong>s ver<strong>de</strong>s. Flores quasi rentes em cymeiras 2­partidas ëscorpioi<strong>de</strong>s;<br />

pétalas brancas ou roseo­pallidas S. anglicum Huds.<br />

/Planta toda glabra 10<br />

]Planta inteiramente glanduloso­puhescente, subviscosa. Folhas meio eylindricas<br />

<strong>de</strong>nsamente rosetadns nn apico dos renovos e imbricadas no caule. Cymeiras<br />

escorpioi<strong>de</strong>s 2­partidas frouxas. Flores pedicelladas; pétalas oblongas terminadas<br />

em ponta aguda, rosadas e percorridas por uma íita purpurea.<br />

S. hirsutum All. ><br />

[Folhas dos renovos erectas. Cymeiras muito floridas. Flores medíocres; corolla<br />

branca ou ás vezes rosada ­ou purpureo­venosas S. micranthum Bast.<br />

[Folhas dos renovos patentes maiores. Cymeiras muito floridas formando um corymbo<br />

compacto; flores duas vezes maiores, corolla branca ou rosada.<br />

S. album L.<br />

[Espécies annuaes ou bisannuaes 12<br />

., lEspecies perennes. Caule robusto, folhas largas planas, arredondadas na base,<br />

1<br />

crenuladas. Cymeiras muito compactas reunidas num eorymbo quasi hemispherico<br />

: Pétalas purpurinas ou brancas patentes recurvadas.<br />

S. purpurascens Koch<br />

12<br />

13<br />

14<br />

l Pétalas 5­5, estâmes 10­12 13<br />

(Pétalas e estâmes 5, raro 4 14<br />

/Planta bisannual glandulqso­pubescente. Caule erecto, corymboso­ramoso <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o meio ou do ápice. Folhas ver<strong>de</strong>s meio cyliudricas. Flores muito pedicelladas<br />

em cymeiras escorpioi<strong>de</strong>s formando um eorymbo frouxo. Pétalas ovaes agudas<br />

2 a 3 vezes mais­ compridas do que o cálix, brancas ou azuladas percorridas<br />

por uma lista purpurina ou esver<strong>de</strong>ada S. villosum L.<br />

JPlanta annual inteiramente glabra, anã. Caule muito ramoso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio. Folhas<br />

glauco­farinhosas, ovoi<strong>de</strong>­cylindricas. Flores muito pedicelladas as mais novas<br />

pen<strong>de</strong>ntes. Pétalas ellipticas acuminadas quasi 2 vezes mais compridas do que<br />

o cálix, brancas' percorridas por uma fita. rosada.<br />

S. pedicellatum Bss. Reut., β. lusitanicum Wk.<br />

/Carpellos erectos. Planta anã. Caule ramoso­subdichotomo no meio ou no ápice.<br />

I Folhas globosas. Cymeiras escorpioi<strong>de</strong>s curtas. Flores pouco pedicelladas, pe­<br />

] talas ovaes apiculadas róseas S. An<strong>de</strong>gavense DC.<br />

ICarpellos disvaricados. Planta avermelhada. Caule em regra ramosissimo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a base. Folhas obovadas ou eylindricas. Cymeiras aforquilhadas curtas copadas.<br />

Flores rentes pétalas lanceoladas 15


199<br />

Pétalas e carpellos glabros. Caule pequeno glabro; ramos cauliformes copados<br />

formando eespjte. Folhas obovadas grossas. Pétalas acuminadas alvo-rosadas.<br />

Carpellos pouco apiculados S. caespitosum DC.<br />

Pétalas e carpellos gíandulo-pubescentes. Caule mais alto ramoso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio,<br />

ramos pubescentes muito copados. Folhas meio cylindricas lineares. Pétalas<br />

muito acumiiiadas alvo-rosadas com a quilha purpurina. Carpellos muito apiculados.<br />

S. rubens L.<br />

Tillaea Mich.<br />

Planta pequena, glabra, simples raras vezes ramosa, crescendo junto a outras semelhando<br />

musgo. Folhas oppostas ligadas na base, ovado-acuminadas. Flores<br />

axillares rentes pouco visíveis; corolla branca T. muscosa L.<br />

Bulliarda DG.<br />

Planta anã, glabra, com muitos caules débeis ramosos. Folhas oppostas ligadas<br />

na base, lineares grossas obtusas. Flores dispostas em cymeira subescorpioi<strong>de</strong>,<br />

pedicelladas pouco visíveis; corolla branca. B. Vaillantii DC.


200<br />

LE GAGEA DELLA FLORA PORTOGHESE<br />

N O T A<br />

<strong>de</strong>l Prof. Dott. Achille Terracciano<br />

I<br />

Col nome impróprio e colletivo di Ornilhogalum luteum Brotero indico<br />

tutte le Gagea viventi nella flora portoghese. Quelli, che lo seguirono, non<br />

tennero da conto l'aver egli distinta la forma tipica da una varietas minor ;<br />

epperciò per quasi un secolo altra specie non riconoscemmo di questo<br />

importante dominio florislico che G. polymorplia Boissier. Ignoro chi per<br />

primo ve l'abbia riferila, ma certo è che con tale nome viene pubblicata<br />

nella magistrale opera di Henriques sulla flora <strong>de</strong>lia Serra da Estrella<br />

e nella Monografia di Pereira Coutinho sulle Gigliacee portoghesi,<br />

e venne distribuita da numerosi botanici colletlori (Daveau, Moller, Β. da<br />

Cunha).<br />

È strano però che nel 1883 Henriques in nu catalogo aggiunto al<br />

pregevole lavoro di Pereira Coutinho «Apontamentos para o estudo da<br />

flora trasmontana» sotto il n.° 146 dà per Bragança la G. saxalilis A. et<br />

H. Schuhes; mentre tale specie, veramente oltirna, il Pereira Coutinho<br />

non rammenla nemmeno nella sua Monografia <strong>de</strong>i 1896.<br />

Intanlo nel 1890 Bichler «Plantae curopeae, vol. I» attribuisce al<br />

Portogallo due specie, e con nomi affatto different! dai piece<strong>de</strong>nli; cioè<br />

G. foliosa A. et H. Schubes (oui dà per sinonimo G. polymorplia Boiss.)<br />

e G. Soleirolii Schultz (<strong>de</strong>lia quale fa sinonimo G­ rteva<strong>de</strong>nsis Boiss.). Ma<br />

egli non ebbe un'esatta nozione <strong>de</strong>l loro valore, epperciò restano come<br />

un ricordo puramente storico.<br />

Inédito nell'erbario di Berlino è un Ornilhogalum tenue di Link!, cui<br />

l'autore appose questa nota: «in montosis glareosis Lusilaniae borealis,<br />

G. chrysantha Schultz, Ornithogalum chrysanthum Jan.». Però neppure


201<br />

Link, cosi sagace osservatore, die<strong>de</strong> rid segno, spettando G. chrysantha<br />

ad un gruppo affato différente.<br />

Devo alla cortesia' e generosità <strong>de</strong>ll'Illustre e benemérito prof. Henriques,<br />

che mi procuro poi la gradita e generosa relazione col prof. Pereira<br />

Coutinho, se mi sia stato concesso di esaminare i ricchi erbarii <strong>de</strong>gli orti<br />

botanici di <strong>Coimbra</strong> e di Lisbona, e se oggi possa riferire con piena coscienza<br />

sul valore e sul numero <strong>de</strong>lle specie di Gagea esistenti nel Portogallo.<br />

A loro due quindi ed al Signor Sampaio, che mi comunico una bella<br />

forma da lui raccolta in Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, vadano ora i miei sinceri ringraziaménti.<br />

II<br />

Innanzi tutto <strong>de</strong>vo premettere, che, malgrado ciò, siamo ben lungi dal<br />

ritenere il Portogallo come completamente noto nei riguardi <strong>de</strong>i genere<br />

Gagea, poichè appare ben strano che non vi si trovino parecchie specie<br />

abbastanza diffuse nei circostanti monti compresi nella flora spagnuola :<br />

quali, ad esempio, G. Liotardi, G. lutea, G. Granatelli, G. foliosa. In ciò,<br />

credo, abbiano concorso due fatti : Yupo, che generalmente non si ha un<br />

concetto preciso <strong>de</strong>l valore di G. polymorpha, sotto il cui nome complessivo<br />

riesce molto cómodo compren<strong>de</strong>re forme abbastanza diverse, — 1'altro,<br />

che i botanici sogliono ricercare le Gagea in stagione molto avanzata, mentre<br />

sono piante di fioritura precoce (marzo ed aprile) ed anche fugace.<br />

Sperando quindi in ulleriori e più accurate ricerche, sono ben sicuro che<br />

il numero <strong>de</strong>lle specie verra di gran lunga accresciuto.<br />

In fatti nell'Alemdouro transmontano vive G. pygmaea, a Bragança<br />

(41° 50' tat. Ν. —2 o<br />

10' long. Or.) ed a Serra do Marão (41° 10' lat. Ν.<br />

— I o<br />

20' long. Or.), e nella Beira meridional G. lusitanica a monte Brito<br />

e Castello Branco (39° 50' lat. Ν.—I o<br />

30' long. Or.); Ia seconda proveniente<br />

certamente dai monti <strong>de</strong>lia Spagna centrale, dove è diffusissima<br />

G. foliosa che discen<strong>de</strong> sino alie parti più meridional! orientali ed occi<strong>de</strong>ntal!<br />

di quel vasto domínio lloristico, e la prima in rapporto con le<br />

forme <strong>de</strong>i Monti cantabrici e <strong>de</strong>lle Asturie, dove pur si ritrovano G. Liotardi,<br />

G. foliosa, G. Soleirolii. La maggiore diffusione è per G. tenuis,<br />

che occupa i monti <strong>de</strong>lia Beira transmontana e central, cioè Moimenta da<br />

Beira, Guarda, Trancoso, Serra da Estrella (Sabugueiro, Valle d'Eguas,<br />

prox. da Lagoa Comprida, Fonte do Canariz), etc., e quindi in diretta comunicazione<br />

con la distribuzione di G. guadarramica dalla Sierra <strong>de</strong> Guadarrama<br />

a quella <strong>de</strong> Gredos in Spagna. Restano come habitat isolati per<br />

G. tenuis le due località <strong>de</strong> Serra do Gerez e do Marão, ma ancor esse si<br />

collegano a quelli di G. guadarramica mediante l'habitat settentrionale di


202<br />

Trancoso e di Beira. Sieche menlre G. tenuis è diffusa nelle parti orientali<br />

e centrali da 40° 10' lat. N. e I o<br />

50' long. Or. a 41°43' lat. N. e<br />

I o<br />

5'long. Or., G. pyginaea è assolutamenle setlentrionale e G. lusilanica<br />

méridionale, ambedue con area sinora ristrettissima. La quale cosa,<br />

dati i caratteri generali che <strong>de</strong>terminano la distribuzione geográfica <strong>de</strong>l<br />

génère Gagea, non è conforme al vero.<br />

Ad ogni modo, alio stato attuale, le Gagea portoghesi ci si presentano<br />

con un caraltere locale tutto affatto peculiare, cioè <strong>de</strong>i tipo con scapo<br />

provvisto di foglie alterne, e con foglie per lo più strette e filiformi. Del<br />

resto è qui che esse, quale che ne sia il centro originário di diffusione,<br />

toccano il loro limite occi<strong>de</strong>ntale, epperciò le variazioni assumono il più<br />

alto valore morfológico nei rapporti con la fitogeografia. Una discussione<br />

al riguardo, oltre all'essere prematura, non trova certamente qui la sua<br />

se<strong>de</strong> più opportuna; epperciò mi limito alla sola <strong>de</strong>scrizione délie specie,<br />

compren<strong>de</strong>ndole entro tre stirpi fondamental!.<br />

1. Stirps foliosa.— Bulbi duo; folia radicalia bina, crassiuscula, lineari-lanceolata,<br />

caulina alterna a lanceolata basi longe acuminata; perigonii<br />

segmenta lanceolata plus minusve obtusata. — Vi appartengono la vera<br />

G. foliosa A. et H. Schultes di Spagna, Africa boréale, Sicilia, Sar<strong>de</strong>gna,<br />

Grecia; G. Billardieri Kunth di Grécia e Creta; G. lalifolia n. sp. di Sicilia;<br />

G. lusilanica n. sp. di Portogallo. Quest'ultima, — contraddistinta<br />

per le foglie radicali lineari e crassette, eguali o sino al doppio più lunghe<br />

<strong>de</strong>llo scapo, per le 2 o 3 foglie cauline inferiori lanceolate dalle base al<br />

mezzo e quindi lineari, ora eguali ed ora più lunghe <strong>de</strong>llo scapo, a volte<br />

bulbillifere nelle ascelle cou bulbilli foveolati, per le foglioline alla base<br />

<strong>de</strong>i peduncoli lanceolate brevi e cigliate, peripeduncoli villosi —, appare<br />

come l'estremo differenziamento délia G. foliosa, che già in Spagna, ove<br />

normalmente è a foglie più anguste, nella Sierra <strong>de</strong> Guadarrama sopra<br />

Navacerrada présenta una varietà angustifolia similissima all'aspetto generale<br />

con la G. lusilanica.<br />

2. Stirps saxatilis.— Bulbi duo; folia radicalia bina filiformia, canaliculata,<br />

caulina alterna, basi late lanceolata, a medio longe acuminata,<br />

ciliata; scapus apice villosus; perigonii segmenta spathulata, v. oblongolanceolata,<br />

obtusa, dorso pilosula. — Spettano ad essa tutte le forme che<br />

furono <strong>de</strong>scritte per G. saxalilis Koch (sensu latiore) <strong>de</strong>ll'Europa centrale,<br />

G. bohemica A. et H. Schultes <strong>de</strong>lia Boemia, G. Szovilsii Besser di O<strong>de</strong>ssa,<br />

e poi per G. Corsica Jordan di Sar<strong>de</strong>gna, G. nebro<strong>de</strong>nsis e busambarensis<br />

Pari, di Sicilia, G. pygmaea A. et H. Schultes di Spagna. La forma che<br />

trovasi nel Portogallo è quest'ultima, tanto bene <strong>de</strong>scritta <strong>de</strong> Will<strong>de</strong>now<br />

per «Ornilhogalum pygmaeum, foliis radicalibus geminis, lineari-filiformi-


203<br />

bus, canaliculars, floralibus allernis subcilialis, pedunculis gracilibus subternis<br />

villosis, petalis obtusis globosis», e poi per G. pygmaea riportata <strong>de</strong><br />

A. et H. Schultes (da esclu<strong>de</strong>re il sinonimo 0. pedunculare Presl., e la<br />

<strong>de</strong>scrizione). Io ne ho a lungo parlato in altro lavoro sulle «Gagea <strong>de</strong>lia<br />

flora Spagnuola», là dimostrando come erroneamente l'In<strong>de</strong>x Kewensis la<br />

faceia sinonimo di ér. foliosa A. et H. Schultes, e come Pascher «Uebers.<br />

Art. Gatt. Gagea, p. 3 et 8» non ne abbia compreso il valore. Ad ogni<br />

modo per bene inten<strong>de</strong>re quanto da G. pygmaea di Spagna essa varii,<br />

occorrono esemplari abbondanti; laddove non potetti ve<strong>de</strong>rne che due,<br />

l'uno raccolto nel 1874 a Bragança da P. d'Oliveira, l'altro nel 1896 a<br />

Serra do Marão da Sampaio.<br />

3. Stirps Soleirolii. — Bulbi duo; folia radicalia anguste linearia, gracillima,<br />

caulina alterna ovato­lanceolata, plus minusve longa et attenuata;<br />

perigonii segmenta lanceolata, acuta. — Compren<strong>de</strong> un piccolo numero<br />

di forme che sono intimamente collegate fra loro, quali la tipica G. Soleirolii<br />

Schultz di Corsica e <strong>de</strong>i Pirenei con una peculiare forma diffusa<br />

nei monti délia Spagna centrale cui diedi il nome di G. guadarramica,<br />

G. neva<strong>de</strong>nsis Boiss. e G. ibérica η. sp. ambedue délia Spagna méridionale.<br />

In Portogallo trovasi G. tenuis η. sp., che ci appare corne l'estremo<br />

differenziamento occi<strong>de</strong>ntale di G. guadarramica nella sua diffusione da<br />

Sierra <strong>de</strong> Guadarrama, <strong>de</strong> Gredos e Gala, a Serra da Estrella (Beira<br />

central), ad Alemdouro littoral, a Beira trasmontana. I fusticini sono più<br />

rigidi ed eretti, le foglioline alla base <strong>de</strong>i peduncoli ed i peduncoli stessi<br />

scarsamente pelosetti, i fiori più grandi e quasi ombrellati cou lacinie <strong>de</strong>l<br />

perigonio lanceolato­ovate. leggermente acute.<br />

Per tale modo le specie portoghesi si riducono, per ora, a G. lusilanica<br />

n. sp., G. tenuis η. sp., G. pygmaea A. et H. Schultes, <strong>de</strong>lle quali ecco<br />

la <strong>de</strong>scrizione e l'habitat.<br />

III<br />

1. G. lusitanica n. sp.<br />

G. bulbis duobus, altero minore, laterali, superiore, minute et irregulariter<br />

foveolato, tunica communi hyalina indutis et extus squamis coriaceis,<br />

castaneis, apice fîssis circumdatis, fibris radicalibus crassis paucis<br />

auctis, — foliis radicalibus duobus, lineari­Ianceolatis, angustis, crassiusculis,<br />

longe flores superantibus, raro subaequalibus, ultra tertium superiorem<br />

subfistulosis, caulinis alternis lanceolalis sed a medio angustatis et<br />

<strong>de</strong>in subfistulosis, inferiore longíssimo floribus longiore et basi intus plerumque<br />

bulbillifero, bulbillis nigricantibus foveolatis, reliquis exacte lairceolatis,<br />

laeviter ciliatis, — scapo erecto, brevi (10­11 cm. cum floribus)


204<br />

intra folia parce piloso, pedicellis ad apicem 1­2, rarius 3­4, villosis, ad basi<br />

m foliosis, foliolis parvis Ianceolato­acutis, margine pilosis, floribus mediocribus<br />

(1 cm. circa), e viri<strong>de</strong>­Iuteolis, perigonii segmentis lanceolato­oblongis,<br />

obtusiusculis v. parce acutatis, exterioribus dorso pilosis, staminibus perigonio<br />

terlio brevioribus, filaméntis filiformibus sed a basi ad medium vix<br />

dilatatis, antheris ovatis v. obovatis, breviter apiculutis, ovário obovatotrigono,<br />

basi conlraclo, superne subdilatato, stylo antheras süperante et<br />

ápice late stigmaloso terminato, capsula ovata, trigona, angulis rotuhdis.<br />

G. lusitanica Terrace. Α., Gagearum novarum diagnoses, p. 8 (Palermo,<br />

septembri 1904). · • •<br />

ícones. — Nulla.<br />

Varialiones. — Variât longitudine foliorum radicalium, folio caulino inferiore<br />

nunc solitário nunc binis suboppositis, conformibus, bulbillifero<br />

v. bulbillos et pedunculum cum floribus gerente, pedunculis plus minusve<br />

villosis, erectis v. interdum cernuis. Tota planta intense viridis, raro glaucescens.<br />

Habitat. — Specimina vidi: ad Castello Branco, prov. da Beira, junio<br />

1885, legit Daveau! (n.° 1145 in herbariis conimbricensi, ulyssiponensi,<br />

parisiensi, monspeliensi, Boissier, Burnat), et ad Castello Branco, monte<br />

Brito, junio 1881, legit B. da Cunha! (in herbario ulyssiponensi).<br />

2. Gt. pygmaea (Willd.) A. et H. Schubes.<br />

G. bulbis duobus, parvis, altero minore, laterali et subbasilari, laeviusculo<br />

v. laxe undulato, tunica fusca inclusis et extus squamis paucis et fibrillis<br />

radicalibus lenuibus vix intereextis cindis, — foliis radicalibus duobus,<br />

lineari­filiformibus, dorso exquisite carinulalis, superne subcanaliculatis,<br />

scapo longioribus, caulinis alternis late Ianceolato­acutis, divaricatis v. a médio<br />

arcuatis, raro erectis, superioribus ciliatis, — scapo brevi (5­7 cm. cum<br />

floribus), 1­2 v. 3­floiO, ápice et cum pedicellis pubescente, floribus pro<br />

specie magnis (1 1 /i~I Vã cm.), perigonii segmentis oblongo­subspathulatis,<br />

obtusis, dorso multinervibus, basi tantum v. ad nervos pilosis, staminibus<br />

dimidio v. ultra perigonio brevioribus, filaméntis subulatis, antheris<br />

parvis, rotundatis, ovário obovato­lrigono, ápice parce impresso, stylo basi<br />

gracili et sensim usque ad apicem dilatato antheras aequante terminato.<br />

G. pygmaea A. et H. Schubes, Syst. veget., VII, p. 517 (exclusa <strong>de</strong>scriptione<br />

et varietate 3. ad pag. 1705), non Salisbury (Ann. of bot. II,<br />

p. 557), non Pascher (Uebers. Art. Gatt. Gagea, p. 3 et 8).<br />

Ornilhogalum pygmaeum Will<strong>de</strong>now, Enum. bort, berol., I, p. 367.<br />

— Poiret, Encycl. method. Bot. IV, Suppl. p. 191.<br />

? 0. luteum var. minor Broterus, Fl. lusit. I, p. 529.<br />

G. saxatilis Henriques, in Bolet. Ann. Socied. Brot. II, (1883), p. 138,<br />

n. 146. .


205<br />

G. foliosa c. pygmaea Richter, Fl. europ. I, p. 197 (excl. syn. Presl.).<br />

hones. — Nulla.<br />

Habitat. — Specimina vidi: Bragança, 1874, legit M. Paulino d'Oliveira!<br />

(in herbario conimbricensi), Serra do Marão, maio 1896, legit<br />

Sampaio! (in herb, conimbricensi).<br />

Observaliones. — Specimen e Bragança forma val<strong>de</strong> peculiaris, nihil ab<br />

ill is quae sub nomine Ornithogali lutei (Hispânia, ex herb. Pavon) in herbario<br />

Boissier servantur; alterum quam maxime migrât ad G. saxatilem,<br />

cujus parva species et endémica peninsulae Hispano-lusitanicae haec nostra<br />

G. pygmaea vi<strong>de</strong>lur.<br />

3. G. tenuis n. sp.<br />

G. bulbis duobus, minore laterali, superiore et exquisite reticulato, tunica<br />

hyalina tenuissima indutis et extus squamis gracilibus, numerosis,<br />

fuscis, apice fissis circumdatis, — loiîis radicalibus duobus, longissimis, capillaceis<br />

v. filiformibus, venosis, planis, longe (lores superantibus, caulinis<br />

alternis, lanceolatis, gracilibus, inferiore longíssimo, caeteris sensim minoribus<br />

et hue illuc ciliatis, — scapo gracili, cylindrico, rigidiusculo (10-17<br />

cm. v. ultra), ad apicem plus minusve ramoso-corymbos,o, raro 1-2-floro,<br />

glabro, rarissime pilis scarsis praedito, pedunculis gracillimis, longissimis,<br />

interdum cernuis, foliatis, floribus parvis, luteolis, perigonii segmentis ovatolanceolatis,<br />

acutiusculis, dorso viri<strong>de</strong>-trinervibus, interioribus latioribus et<br />

albo-hyalino marginatis, starninibus a dilatata basi parce, Vi circiter, perigonio<br />

brevioribus. anlheris parvis, rotundis, ovario ovalo-ellyptico, trigono,<br />

basi laeviter constricto, stylo apice sligmatoso-triquetro terminato.<br />

G. polymorpha Henriques, Relat. Exp. Sc. á Serra da Estrella, p. 52.<br />

— Pereira Coutinho, Liliac. <strong>de</strong> Portugal, p. 57 (exclusis speciminibus ex<br />

Alemdouro transmontano quae ad G. pygmaeam et ex Beira meridional<br />

ad G. lusilanicam referenda sunt).<br />

Ornithogalum luteum ßroterus, Fl. lusit. 1, p. 529 (exciusa varietate,<br />

quam ad G. pygmaeam retuli).<br />

0. tenue Link.! nomine tantum et inaeditum in herbario berolinensi.<br />

ícones. — Nulla.<br />

Varialiones. — Summopere variât longitudine et gracilitate foliorum et<br />

scapi, pedicellis et foliolis semper glabris sed haud raro scarse pilosulis,<br />

bulbo minori interdum sublaevi.<br />

Habitat. — Specimina vidi, jam partim a Pereira Coutinho indicate;<br />

Serra do Gerez, Borrageiro, junio 1890, legit Moller! (Fl. lusit. exsic.<br />

n. 861, in herbariis conimbricensi, monspeliensi, berolinensi, meo, et sub<br />

n. 1291 in herbariis monspeliensi et conimbricensi), — arred. <strong>de</strong> Moimenta<br />

da Beira, martio 1866, legit Ferreira ! (in herbario conimbricensi),


206<br />

Guarda, aprili 1892, legit Rodr. da Costa! (in herbario conimbriçensi),<br />

Trancoso, aprili 1885, legit A. <strong>de</strong> Couceiro! (in herbario conimbriçensi),<br />

Serra da Estrella, legit Fonseca! (junio 1881 in herbario Boissier, et<br />

junio 1877 sub ri. 925 in herbario conimbriçensi), Lagoa, maio 1883,<br />

legit Fonseca ! (in herbario conimbriçensi) et ad Lagoa Comprida, junio<br />

1882, legit Ferreira! (in herbariis meo et conimbriçensi), Sabugueiro,<br />

aprili 1883, legit Fonseca! (in herbario conimbriçensi), Valle d'Eguas,<br />

junio-julio 1882, legit B. da Cunha! (in herbariis conimbriçensi et ulyssiponensi),<br />

* Fonte do Canariz, junio 1882, legit Ferreira! (in herbario conimbriçensi),<br />

* Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, nos rochedos e montes, 28 mai 1893,<br />

legit Sampaio! (in herbario meo), «Serra do Marão, maio 1896, legit<br />

Sampaio! (in herbario conimbriçensi), * Soalheira, junio 1900, legit Zimmermann!<br />

(in herbario conimbriçensi).<br />

Observaliones. — Loca natalia asterisco notata hactenus haud a Pereira<br />

Coutinho indicata fuerunt; bis ad<strong>de</strong> «in montibus glareosis Lusitaniae borealisï<br />

e schedula manu Will<strong>de</strong>now ! in herbario berolinensi. Specimen<br />

hoc parce ab aliis antheris oblongis differt, ramosius vi<strong>de</strong>tur et omnibus<br />

partibus gracilius; simul cum specimine e Guarda a Bodr. da Costa lectum<br />

vix ad meam G. ibericam transit. In Hispânia quoque ad «Sierra <strong>de</strong> Guadarrama»<br />

formae occurrunt vix lusitanicis affines, sed spécifiée distinctae.<br />

B. Orto botanico di Palermo, 10 marzo, 1905.


207<br />

OBSERVAÇÕES PHAENQLOGiCAS<br />

FEITAS NO JARDIM BOTÂNICO DE COIMBRA<br />

NO ANNO DE 1903<br />

A. K. Möller


208


E R R A T A<br />

Pagina Linhas Erros Emendas<br />

49 22 Agrortis Agrostis<br />

65 27 precox praecox<br />

70 12 Corymphorus<br />

» 28 Corymphorum Corynephorus<br />

72 17 Corymphorus<br />

78 33 candatus caudatus<br />

» 34 candata caudata<br />

87 » Hackeli Hackelii<br />

141 28 Scleropoda Scleropoa<br />

148 7 B. racemosus B. commulatus<br />

150 36 Rromus Bromus<br />

158 8 E. perenne L. perenne


209<br />

INDICE.<br />

PELOS NOMES DOS AUCTOB.ES D'ESTE VOLUME<br />

Henriques (Dr. J. A.) — Gramíneas <strong>de</strong> Portugal vu e 1<br />

Mariz (B. el<br />

» — Noticia biographiea do Cou<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho' v<br />

J. <strong>de</strong>) — Subsídios para o estudo da flora portugueza — Crassulaceae<br />

.'. - 185<br />

» — Clave para a <strong>de</strong>terminação das Crassulaceas portu-<br />

Pag.<br />

guezas 195<br />

Moller (A. F.) — Observações phaenologieas 207<br />

Terraceiano (Dr. Ach.) — Le Gagea <strong>de</strong>lia flora portoghese 200<br />

14 xx


21 1<br />

INDICE ALPHABETICO<br />

DAS<br />

FAMÍLIAS E GENEROS CONTIDOS N'ESTE VOLUME<br />

Pag.<br />

Aegilops L 169<br />

Agropyrum Beauv 165<br />

Agrosti<strong>de</strong>ae 24, 182<br />

Agrostis L 40<br />

Aira L 63<br />

Airopsis Desv 62<br />

Alopecurus L 33<br />

Ammophilla Host 55<br />

Andropogon L 3<br />

Andropogoneae 2<br />

Anthoxanthum L 21, 180<br />

Antinoria Pari 66<br />

Apera Adans 56<br />

Arrhenatherum Beauv 89<br />

Arundo L 98<br />

Atropis Bupr 124<br />

Avellinia Pari 104<br />

Avena L 80, 181<br />

Avenaceae 57<br />

Bambuseae 180<br />

Brachypodieae •'· 142<br />

Brachypodium Beauv 152<br />

Briza L 110<br />

Bromus L 142<br />

Bulliardia DC 194<br />

Oatapodium Link 140<br />

Chaeturus Link 37<br />

Chlori<strong>de</strong>ae ; 95<br />

Corynephorus Beauv 70<br />

Crypsis Ait 29<br />

Pag.<br />

Cynodon Pers 95<br />

Cynosurus L H5<br />

Dactyl is L U3<br />

Deschampsia Beauv 73<br />

Eragrostis Host 102<br />

"Festuca L 126, 183<br />

Festuceae 97,182<br />

Gagea Salisb 200<br />

Gastridium Beauv 54<br />

Gaudinia Beauv 93<br />

Glyceria Brown 122<br />

Gramineae · ' 1<br />

Ueleochloa Host. 30<br />

Holcus L 58<br />

Hor<strong>de</strong>ae ,. 156<br />

Hor<strong>de</strong>um L 175<br />

Imperata. Cyr 3<br />

Koeleria Pers. 105<br />

Lamarckia Mnch H7<br />

Lagurus L 56<br />

Leersia Sw 16<br />

Lepturus Brown .162<br />

Lolium L 157


Pag.<br />

Maya<strong>de</strong>ae 1<br />

Melica L 107<br />

Mibora Adans 35<br />

Milium L · 28<br />

Molinea Schrank... '. 101<br />

Molineria Pari 67<br />

Monerma Beauv 161<br />

Nardurus Reichb 139<br />

Narduus L 156<br />

212 2<br />

Oryza L 13<br />

Oryzeae "<br />

Orysopsis Mx 27<br />

Paniceae 7<br />

Panicum L 8<br />

Paspalum L »<br />

Phalari<strong>de</strong>ae 16<br />

Phalaris L 17<br />

Phleum L 31<br />

Phragmites Trin 99<br />

Pistorina DC 190<br />

Poa L 118<br />

Pag.<br />

Polypogon Desf 33<br />

Psilurus Trin 164<br />

Scleropoa Gris 141<br />

Seeale L 168<br />

Sedum L · 190<br />

Sempervivum L »<br />

Setaria Beäuv 13<br />

Spartina Schreb 96<br />

Sphoenopus Trin 107<br />

Sporobolus Beauv 37<br />

Stipa L 24<br />

Tillaea Mich 194<br />

Triodia Brown 100<br />

Triselura l'ers '· • • 77<br />

Trilicum L 169<br />

Umbilicus DC 185<br />

Vulpia Gmelin 133<br />

Zea L 2


213<br />

INDICE DAS MATERIAS<br />

CONTIDAS NOS VOLUMES I­XX PELOS NOMES DOS AUCTORES<br />

J Agardht (Dr. G.), Nordsle<strong>de</strong>t, Dr. HàuCk, Ch. Flahault:<br />

•Raker (J. G.):<br />

Vol. β pag.<br />

— Algas da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 217<br />

• —Filiees da Africa occi<strong>de</strong>ntal Ht, 226<br />

• —Filiees da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 149<br />

— Loganiaceae africanas XI, 86<br />

Brasadola (J.) :<br />

— Contributions à la flore mycologique <strong>de</strong> l'ile <strong>de</strong> St. Thomé. IX, 38<br />

— Fungi lusitani IX, 29<br />

Brasadola et C Roumeguère :<br />

— Nouvelles contributions à la Flore mycologique <strong>de</strong>s îles<br />

do St. Thomé et du Prince ' VIL 159<br />

Brotero :<br />

— Cartas <strong>de</strong> Correia da Serra e <strong>de</strong> F. Manuel do Nascimento. III, 227<br />

Brotherus (V. F.) :<br />

— Musei novi insularam guineensium VIII, 173 ·<br />

— Musgos <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> XIII, 131 •<br />

• Candolle (C. <strong>de</strong>):<br />

— Begoniacea'e <strong>de</strong> S. Thomé X, 152<br />

— Piperaceae : X, 122<br />

Castro­(J. da Silva) :<br />

— Quelques observations sur la technique <strong>de</strong>s diatomées XVI, 144<br />

Cogniaux (A.) :<br />

— Cucurbitaceae e Melastomuleae africanas VII, 226<br />

— Cucurbitaceae <strong>de</strong> S. Thomé X, 119<br />

— Melastomaeeae africanas X, 118; XI, 88


214<br />

Colmeiro (M.) :<br />

Vol. e pag.<br />

— Resumen <strong>de</strong> los datos estatísticos concerni entes á la vegetation<br />

espontânea <strong>de</strong> la Peninsula hispano-lusitana.. IX, 9<br />

Costa Lobo (Dr. F. M. da) :<br />

— Papilionaceas das visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> II. 124<br />

Coutinho (D. Antonio X. Pereira) :<br />

— Acerineae XII, 12<br />

— Apontamentos para o estudo da flora transmontana II, 129; lli, 48<br />

— Berberi<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal X, 87<br />

— Campanulaceae » XVIII, 22<br />

— Cappari<strong>de</strong>ae » X, 42<br />

— Clave diehotomica das espécies <strong>de</strong> Salix XII, 32<br />

— Droseraceae <strong>de</strong> Portugal X, 39<br />

— Elatineae » , XII, 34<br />

— Empetraeeae » XII, 6<br />

— Frankeniaceae » X, 22<br />

— Fraxineae » XII, 14<br />

— Fumariaceae » X, 54<br />

— Hypericineae • Nil, 16<br />

— Juncaceas » VIII, 72, 255<br />

— Liliaceae » XIII, 71<br />

— Malvaceae » · XI, 101<br />

— Monocotyledoneas -· XV, 6<br />

— Notas acerca <strong>de</strong> duas espécies do género Allium, novas<br />

•para a flora portugueza XVIII, 45<br />

— Nymphaeeae <strong>de</strong> Portugal X, 89<br />

— Os Quereus » VI, 47<br />

— Papaveraceae » X, 44<br />

— Polygalaceae » ; X* 68<br />

— Resedaeeae » : X, 75<br />

— Rubiaceae » XVII, 7<br />

— Rutaceae » XII, .7<br />

— Salicaceas » XVI, 5<br />

— Tamariscinea » XII, 32<br />

— Virlarieae » X, 25<br />

— Zygophylleae » XII, 10<br />

Coutinho e Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho :<br />

Daveau (J.) :<br />

— Rosáceas <strong>de</strong> Portugal XVI, 88<br />

— Cistinées du Portugal IV, 15<br />

— Cyperacées » IX, 5s<br />

— Excursion botanique aux îles ßerlengas et Farilhões il, 3<br />

— Euphorbiacées du Portugal III, 5<br />

— Géographie botanique du Portugal XIX, 3; XIV, 4<br />

— Helminthia spinosa XVIIt, 137<br />

— Note sur l'Herniaria maritima X, 91<br />

— Note sur quelques espèces <strong>de</strong> Scrofulaire X, 166<br />

— Notes sur quelques plantes critiques ou rares .. VIII, 56<br />

— Plumbaginées du Portugal · · VI, 145


Ficalho (Con<strong>de</strong> <strong>de</strong>) :<br />

215<br />

Vol. e pag.<br />

— Notas sobre algumas espécies <strong>de</strong> Linaria I, 48<br />

Flahault (Ch.) :<br />

Freyn (J.) :<br />

— Project <strong>de</strong> nomenclature phytogeographique XVIII, 3<br />

— Liste <strong>de</strong>r für Herrn dr. 0. Buchtien bestimmten Pflanzen<br />

aus Portugal XVI, 216<br />

Géneau <strong>de</strong> Lamarlíère (L.) :<br />

— Quadro synoptyco das Ustilagineas e Uredineas portuguezas<br />

XI, 210<br />

Gomes da Silva (J.) :<br />

— Plantas <strong>de</strong> Macau II, III, 141<br />

Guimarães '(J. d'Ascensao) :<br />

— Orchi<strong>de</strong>ographia portugueza V, 17<br />

Hackel (Prof. E.) :<br />

Hauck (F.) :<br />

— Gramineae da Africa occi<strong>de</strong>ntal Iii, 135; V, 228<br />

— Gramineae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé · V, 228<br />

— Gramineae da Zambezia VI, 140<br />

— Algues marines du Nord <strong>de</strong> Portugal VII, 136<br />

Henriques (Dr. A. J.) :<br />

— Á memoria <strong>de</strong> Affonso <strong>de</strong> Cândole XI, 3<br />

— A Socieda<strong>de</strong> Broteriana em 1895 HI, 242<br />

— Additamento ao catalogo das Amarylli<strong>de</strong>as VI, 45<br />

— Amarylli<strong>de</strong>as <strong>de</strong> Portugal V, 159<br />

— Apontamentos sobre a flora da Zambezia VI, 133<br />

— Armeria Langeana V, 7<br />

— Bibliographie IV, 252; V, 175; IX. 256; X, 254; XVI, 221<br />

— Clave para a <strong>de</strong>terminação das cryptogarnicas vasculares. XII, 85<br />

— Clave para a <strong>de</strong>terminação das famílias das pbanerogamicas,<br />

por F. Thonner (tradueção) XIV, 82<br />

— Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho • XX, ν<br />

— Contribuições para o estudo da flora da Africa... X, 97; XVI, 35, XVII, 43<br />

— Contribuições para­o estudo da flora <strong>de</strong> S. Thomé IV, 129; V, 196<br />

— Cryptogarnicas vasculares XII, 57<br />

— Ed". Boissier (Noticia biograpbica) III, 230<br />

— Excursão botanica na serra do Caramulo IV, d 13<br />

— Excursões botanicas — Da serra da Estrella á da Louzã .. V, 192<br />

— Exploração boianica em Portugal, por Tournefort VIII, 191<br />

— Exploração botanica nas possessões portuguezas III, 232; IV, 250<br />

— Fundação Muller­Argau XIV, 174<br />

— Gramíneas do Portugal · XX, 1<br />

— Gynmospermaeae <strong>de</strong> Portugal '.­ XIII, 60<br />

— Hepáticas colhidas em Portugal IV, 234


Henriques (Dr. J. A.) :<br />

216<br />

Vol. e pag.<br />

— Instituto botanico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> Χ, 3<br />

— Instruccões para a colheita e preparação <strong>de</strong> productos botânicos<br />

1/8.; IV, 252; VI, 253<br />

— John Lange XVI, 3<br />

— Musgos Vif, 181<br />

— Nota sobre a proveniência do Cvpressus glauça IV, 124­<br />

— Notas sobre algumas planlas da Hora portugueza I, 49<br />

— Notas biògraphicas, neurológicas e bibliographicas. V. 180; VI. 25; VII, 241,<br />

242; IX, 5; X, 206; XI. 268; XIII, o, 204; XIV, 213; XV, 3, 206 : XVI, 222;<br />

XVI11, 179.<br />

— Noticia d'alguns trabalhos ten<strong>de</strong>ntes a fazer conhecida a<br />

flora portugueza I, 53<br />

— O Jardim Botanico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. XV, 208: XVI, 126: XVII, 198; XVIII, 175<br />

— Plantaginaceas <strong>de</strong> PortugaP XIV, 67<br />

— Plantas novas para a flora portugueza ' XVIII, 177<br />

— Vegetação expontânea <strong>de</strong> Bussaco. Ill, 109<br />

— Vegetação da serra do Gerez III, 155<br />

— Vegetação da serra do Marão Ill, 38<br />

. — W. Nylan<strong>de</strong>r XVII, 7<br />

— Regras <strong>de</strong> nomenclatura do jardim e museu <strong>de</strong> Berlim ... XIV, 200<br />

Hoffman (Dr.) :<br />

Ihne (E.) :<br />

— Plantas africanas IV, 222 ; VII, 224<br />

— Compostas da Africa portugueza . X, 170; XIII, 11<br />

— Compositae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé X, 134<br />

— Zur Phänologie von <strong>Coimbra</strong> XV, 75<br />

Lagerheim (G. <strong>de</strong>) :<br />

— Contributions à la Flore myeologique <strong>de</strong> Portugal VIII, 128<br />

— Révision <strong>de</strong>s Ustilaginées et <strong>de</strong>s Uredinées contenues dans<br />

l'herbier <strong>de</strong> Wehvitsch VII, 126<br />

— Uber ein neuen phosphoresciron<strong>de</strong>n Polyporus VII, 178<br />

Lindau (Dr. G.) :<br />

— Acanthaceae <strong>de</strong> S. Thomé X, 145<br />

Luisier (Alph.) :<br />

Mariz (B. el<br />

— Apontamentos sobre a flora da região <strong>de</strong> Setúbal XIX, 172<br />

Joaquim <strong>de</strong>) :<br />

— Caprifoliaceas XVIII. 90<br />

— Caryophyllinarum (Urdo) V, 85<br />

— Cheiiopodiaceae — Amarantaceae XIV, 175<br />

— Compositae <strong>de</strong> Portugal IX, 144; X, 196; XI, 132<br />

— Convolvulaceae ." XVII, 164<br />

— Crassulaceae VI, 17; XX, 185<br />

— Cruciferae Ill, 72<br />

— Cuscutaceae •···, XVII, 173<br />

— Ericaceae XVIII, 104<br />

— Gruinalium (Ordo) VI11, 159


Mariz (ß. el<br />

Joaquim <strong>de</strong>) :<br />

Moller (Α. F.) :<br />

217<br />

Vol. c pag.<br />

— Observaçõesphaenologicas. VII, 87; IX, 129; XI,271 ; XVI,219; XVII, 196;<br />

XVIII, 173; XX, 207<br />

Murray (Rev. R."P.): ,<br />

Muller (C.) :<br />

Nobre (A.) :<br />

— Monotropeae XVffl, 102<br />

— Nota acerca d'um Anagallis <strong>de</strong> Mattosinhos XIX, 153<br />

—.Papilionaeeae II, 59<br />

— Plantas colhidas em Traz­os­Montes · VII, 45<br />

•— Polygonaceae <strong>de</strong> Portugal XIII, 176<br />

— Primuiaceae e Gencianaceao XVI, 156<br />

— Ranunenlaceae .... • IV, 81<br />

­Solaneae XVII, 179<br />

— Succulentarum (Ordo) VI, 16<br />

— Supplemente ás Crassulaceas XX, 184<br />

— Uma excursão botanica em Traz­os­Montcs XII, 3, 35<br />

— Umbelliferae <strong>de</strong> Portugal >. .....' ΧΠ, 171<br />

­Vaccineae XVIII, 100<br />

— Valerianeae, Dipsaceae e Ambrosiaceae XV, 175<br />

Masters (Dr. M. F.) :<br />

— O cedro <strong>de</strong> Goa (traducção). .*. ΧΠ, 46<br />

— Notes on the Botany of the serra <strong>de</strong> Gerez V, 186<br />

— Musgos da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 159<br />

— Recherches histologiques sur le Podocarpus Mannii VII, 115<br />

Nordsted, Flahault e Wittrock:<br />

— Algae da Africa occi<strong>de</strong>ntal III, 131<br />

Nylan<strong>de</strong>r (Dr. W.) :<br />

— Lichenes africanos III, 130; XII, 102<br />

— Lichenes Azorici XII, 98<br />

— Lichenes <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> XIII, 131<br />

— Lichenes da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 205<br />

— Lichenes du nord <strong>de</strong> Portugal VI, 198<br />

Pereira da Fonseca (Α. Α. M. V. Alves) :<br />

— Estudo comparativo da estructura do peciolo d'algumas<br />

espécies <strong>de</strong> Quercus XIII, 48<br />

• Ridley — Cvperaceae da Africa occi<strong>de</strong>ntal , V, 230<br />

• — Cvperaceae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé V, 208<br />

• — Cyperaeeae da Zambezia VI, 144<br />

Rolfe (R. A.) :<br />

— Ochnaceae, Ampelli<strong>de</strong>ae, Apocynaceae, Verbenaecae, Labiatae<br />

africanas ' XI, 84<br />

— Orchi<strong>de</strong>as africanas VII, 236


218<br />

Saccardo (P. Α.) :<br />

Vol. e pag.<br />

— Conspectus fungorum hucusque in Lusitanica observatorum<br />

XI, 30<br />

— Florae mycologicae Lusitanicae contributio duodécima ... XIX, 156<br />

— Fiorula niycologica lusitanica XIX, 9<br />

Saccardo (P. A.) et Berleze (A. N.) :<br />

— Myeetes aliquot guineenses VII, 110<br />

Sampaio (G.) :<br />

— Nota sobre as espécies do genero Mentha dos arredores<br />

do Porto XVIII, 126<br />

— Um passeio botanico ao Torrão XVIII, 18<br />

Schumann (Dr. Κ.) :<br />

— Marantacoae africanas XI, 83<br />

— Rubiaceae <strong>de</strong> S. Thomé Χ, 126<br />

Stephani (T.) :<br />

— Hepaticae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 170­<br />

— Hepaticae do Principe ' V, 224­<br />

— Hepaticae da Zambezia VI, 137­<br />

Stizenbergr (Dr. E) :<br />

— Lichenes insulae Ma<strong>de</strong>rae V, 123<br />

Terracciano (Dr. Achille) :<br />

Toni (J. B.) :<br />

Tournefort :<br />

— Le Gagea délia flora portoghese XX, 200 (<br />

— Manipulo <strong>de</strong> Algas portuguezas VI, 187, 193<br />

— Plantas colhidas em Portugal VIII, 191<br />

— Plantas colhidas em Hespanha XV, 108<br />

Trotter (Dr. Al.) :<br />

— Prima communicazione inlorno aile galle <strong>de</strong>l Portugal lo .. XVI, 196<br />

— Seconda communicazione XVII, 155<br />

— Terza communicazione XVIII, 152<br />

Willkomm (M.):<br />

— Daveaua, novum Chrysanthemarum genus IX, 243<br />

— Estatística da vegetação das steppes e da beira­mar na<br />

Peninsula ibérica. XII, 106<br />

Winter (Dr. G.):<br />

— Contributiones ad floram mycologicam lusitanicam II, 32; III, 50<br />

— Fungos da Africa occi<strong>de</strong>ntal Ill, 129<br />

— Fungos da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 157


219<br />

INDICE DAS MATERIAS<br />

E X P O S T A S N O S V O L U M E S I - X X 1<br />

Vol. e pag.<br />

Aeantliaceae <strong>de</strong> S. Thomé · X, 145<br />

Acerineae <strong>de</strong> Portugal ΧΠ, 12<br />

Algas » VI, 187, 193; VII, 136<br />

Allium — Duas espécies novas para Portugal XVIII, 45<br />

Amarylli<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal V,. 150<br />

Ambrosiaceae » XV, 203<br />

Anagallis — Nota acerca <strong>de</strong> um A. <strong>de</strong> Mattosinhos XIX, 159<br />

Armeria Langeana V, 7<br />

Begoniaeeae <strong>de</strong> S. Thomé X, 152<br />

Berberi<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal X, 87<br />

oampanulaceae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 22<br />

Cappari<strong>de</strong>äe <strong>de</strong> Portugal • X, 42<br />

Caprifoliaceae » XVIII, 90<br />

Carvophvllaceae<br />

Cedro dê Goa<br />

» v..... V, 85<br />

ΧII, 46<br />

Chenopodiaceae <strong>de</strong> Portugal XIX, 175<br />

Cistinées du Portugal '· IV, 15<br />

Colheita e preparação <strong>de</strong> plantas I, 5; IV, 252<br />

Compositae <strong>de</strong> Portugal IX, 144; X, 196; XI, 132<br />

Compositae <strong>de</strong> S. Thomé X, 134<br />

Compositae da Africa portugueza X, 170 ; XIII, 11<br />

Convolvulaceae <strong>de</strong> Portugal XVII, 164<br />

Crassulaceae 1<br />

» : VI, 17; XX, 184<br />

Cruciferae » '·• •·••· III, 72<br />

Cryptogarnicas vasculares <strong>de</strong> Portugal _ XI, 57<br />

Cucurbitaceae africanae VII, 227; X, 129<br />

Cupressus glauca III, 124<br />

Cuscutaceae <strong>de</strong> Portugal XVII, 173<br />

1<br />

Não são indicadas as famílias o especies distribuídas pela Socieda<strong>de</strong> Broteriana,<br />

nem as que fazem parte da Flora lusilanica exsiccata.


220<br />

Vol. e pag.<br />

Cyperäceae da Africa occi<strong>de</strong>ntal V, 230<br />

Cyperaeeae <strong>de</strong> S. Thomé r V, 208<br />

Cyperaceae <strong>de</strong> Portugal.. • IX, 58, 255<br />

Daveaua Willk : IX, 249<br />

Diatomées —Quelques observations sur la technique <strong>de</strong>s XVI, 144<br />

Dipsaceae <strong>de</strong> Portugal . XV , r 190<br />

Droseraceae » X, 39<br />

"Elatineae <strong>de</strong> Portugal XII, 34<br />

Empetraceae » XH, 6<br />

Ericaceae » XVIII, 104<br />

Euphorbiaceae » .. ID. S<br />

Excursions bot. dans le Bas Alemtejo V, 148<br />

Ficoi<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal Vf|16<br />

Filices do Principe V, 225<br />

Filicineae da Zambezia VI, 137<br />

Filinto Elysio — Cartas a Brotero ' ΠΙ. 240<br />

Flora a*Africa — Contribuições para o estudo da Χ, 97: XVII, 42<br />

Flora da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 129; Χ, 97<br />

Flora mycologica <strong>de</strong> Portugal. 11,32; ΠΙ,50; VIII, 128; IX, 29; XI, 9, 30,67; XIX, 150<br />

Flora mycologica <strong>de</strong> S. Thomé e do Principe IV, 157; VII, 159 ; IX, 38<br />

Flora dos arredores <strong>de</strong> Setúbal XIX.· 172<br />

Flora da Zambezia VI, 133<br />

Flora trasmontana II, 129; III, 38<br />

Flore littorale du Portugal ΧΠ, 14<br />

Frankeniaceae <strong>de</strong> Portugal X, 22<br />

Fraxineae » ··· XII, 14<br />

Fumariaceae » · · X, 54<br />

Gagea délia flora portoghese XX, 200<br />

Gencianaeeae <strong>de</strong> Portugal ­, XVI, 177<br />

Geraniaeeae » ·­ VIII, 161<br />

Gerez — Vegetação do III, 155; V, 183<br />

Gramineae da Africa occi<strong>de</strong>ntal V, 216, 228<br />

Gramineae <strong>de</strong> Macau I, 55; II, 164<br />

Gramineae <strong>de</strong> Portugal .' XX, 1<br />

Gramineae da Zambezia .. • .' VI, 140<br />

Gruinalium Ordo VIII, 159<br />

Gymnospermeae <strong>de</strong> Portugal XIII, 60<br />

Gymuospermeae <strong>de</strong> S. Thomé V, 197<br />

Helminthia spinosa XVIIÎ, 137<br />

Hepaticae <strong>de</strong> S. Thomé IV, 170<br />

Hepaticae <strong>de</strong> Portugal IV, 241<br />

Hepaticae do Principe V, 224<br />

Hepaticae da Zambezia · VI, 137<br />

Hypericineae <strong>de</strong> Portugal — ΧΠ, 16<br />

instituto botanico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> .... Χ, 3; XV, 208; XVI, 126: XVII, 198: XVIII, 175<br />

Juncaceae <strong>de</strong> Portugal VIII, 72


221<br />

Vol. c pag.<br />

Lichenes azorici · XII, 28<br />

Lichenes africäni XV, 102<br />

Lichenes <strong>de</strong> Portugal VI, 198<br />

Lichenes da ilha do Principe V, 221<br />

Lichenes <strong>de</strong> S. Thomé IV, 205<br />

Lichenes insulae Ma<strong>de</strong>rae V, 123<br />

Lineae <strong>de</strong> Portugal VIII, 169<br />

Loganiaceao africanae XI, 86<br />

Lycopodiaceae <strong>de</strong> S. Thomé IV, 157<br />

Malvaceae <strong>de</strong> Portugal XI, 101<br />

Marantaeeae africanae · XI, 83<br />

Melastomaceae africanae VII, 226; X, 118; XI, 88<br />

Mentha —Notas sobre as espécies dos arredores do Porto XVIII, 126<br />

Mollugineae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 126<br />

Monocotyledoneas <strong>de</strong> S. Thomé V, 198<br />

Monotropeae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 102<br />

Musci novi insularum guineensium VIII, 173<br />

Musgos <strong>de</strong> Portugal VII, 181<br />

Musgos <strong>de</strong> S. Thomé IV, 159<br />

Mycetes guineenses , VII, 110<br />

Nomenclatura botanica · · XIV, 209<br />

Nomenclature phytogeographique XVIII, 3<br />

Nymphaeaeeae <strong>de</strong> Portugal X, 89<br />

Ochnaceae africanae XI, 84<br />

Orchi<strong>de</strong>ae africanae VII, 236; V, 231<br />

Orchi<strong>de</strong>ographia portugueza V, 17, 241<br />

Papilionaceae da Africa IV, 226<br />

Papilionaceae <strong>de</strong> Portugal II, 58<br />

Papilionaeeae das visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> II, 124<br />

Papaveraceae <strong>de</strong> Portugal X, 44<br />

Paronychiaeeae » VI, 29<br />

Passeio botanico ao Torrão XVIII, 49<br />

Peninsula iberica —Estatística da vegetação XII, 106<br />

Phenologicas­ Observações VII, 87; IX, 129; XI, 271 ; XIII, 202; XV, 75, 90;<br />

XVI, 219; XVII, 196; XVIII, 173 ; XX, 207<br />

Piperaeeae <strong>de</strong> S. Thomé<br />

Plantaeinaceae <strong>de</strong> Portugal XIV, 6/<br />

Plantas da Africa ? III, 129, 226 ; IV, 222 ; VII, 224<br />

Plantas <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> ΧΙΠ. 130<br />

Plantas criticas ou raras VIII, 56<br />

Plantas novas para Portugal XVIII, 177<br />

Plantas <strong>de</strong> Traz­os­Montes VII, 45<br />

Plumbaginées <strong>de</strong> Portugal VI, 145<br />

Podoearpos M,annii — Recherches histologiques . VII, 115<br />

Polygalaeeae <strong>de</strong> Portugal X,68<br />

Polygonaceae » ·. XIII, 176<br />

Portulacaceae » VI, 43<br />

Primulaceae » XVI, 156<br />

Quercus <strong>de</strong> Portugal VI, 47<br />

Quercus » • — Estudo anatómico do peciolo XIII, 48


222<br />

Vol. e pag.<br />

Ranunculaceae <strong>de</strong> Portugal . ^>ΛΙ<br />

Resedaceae <strong>de</strong> Portugal X, 75; XIX, 272<br />

Rhodo<strong>de</strong>ndron baeticum I, pj<br />

Rosáceas <strong>de</strong> Portugal XVI, 88<br />

Rubiaceae » ν Λ>«<br />

Rubiaceae <strong>de</strong> S. Thomé .· ' τ π<br />

Rutaceae <strong>de</strong> Portugal ΧΠ, 7<br />

Salicaeeas <strong>de</strong> Portugal<br />

Salicaceas » ' —Clave para a <strong>de</strong>terminação das espécies. XVI, 32<br />

Solanaceae » XVII, 179<br />

Tamariscineae <strong>de</strong> Portugal ΧΠ, 32<br />

Thomé (S.) ­ Flora da ilha <strong>de</strong> IV, 129 ; V, 198 ; X, 97<br />

Traz­os­Montes — Excursões botanicas VII, 3, 3o<br />

TJmbelliferae <strong>de</strong> Portugal » ΧΠ, 171<br />

"Vaeeineae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 100<br />

Valerineae » XV, 178<br />

Vegetação do Russaco ΠΙ, 109<br />

Vegetação do Gerez ΠΙ, 155<br />

Violariêae <strong>de</strong> Portugal X, 25<br />

XJstilagineas e Uredineas <strong>de</strong> Portugal — • ·> VII, 126 ; XI, 210<br />

JZoocecidi <strong>de</strong>l Portugalio XVI, 196; XVII, 158; XVIII, 112<br />

Zygophylleae <strong>de</strong> Portugal XII, 10

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!