OCR - Universidade de Coimbra
OCR - Universidade de Coimbra
OCR - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
BOLETIM<br />
DA<br />
SOCIEDADE BROTERIANA<br />
RED. — J. A. H e n r i q u e s<br />
PROF. DE BOTANICA E DIRECTOR DO JARDIM BOTANICO<br />
xx<br />
1903<br />
C O I M B R A<br />
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE<br />
1905
R.3:020
Á MEMORIA.<br />
DO<br />
CONDE DE FICALHO
CONDE DE FICALHO<br />
A .19 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1902 falleceu este professor distincto, tendo quasi<br />
completado o seu 65.° anniversario natalicio.<br />
Era dotado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> intelligencia e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> erudição.<br />
Cedo terminou com distincção o curso, que fez na Eschola Polytechnica<br />
<strong>de</strong> Lisboa, obtendo por concurso no anno immediato (1861) o logar <strong>de</strong><br />
substituto do professor <strong>de</strong> Botanica na mesma Eschola. Em 1890 foi nomeado<br />
professor proprietário pelo fallecimento do professor Andra<strong>de</strong> Corvo.<br />
Filho d'um dos mais respeitáveis homens da alta socieda<strong>de</strong> portugueza,<br />
occupou sempre logares elevados: par do reino, camarista dos paços reaes;<br />
conselheiro <strong>de</strong> Estado effcctivo, e encarregado por vezes <strong>de</strong> missões diplomáticas<br />
importantes.<br />
Com todas estas honrarias nunca ροζ <strong>de</strong> parte a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> professor,<br />
que conservou até morrer, embora a doença longa e penosa o tivesse por<br />
muito tempo afastado do serviço.<br />
Tinha predilecção especial pelos estudos historicos e d'isso se encontram<br />
valiosas provas em todas as suas publicações..<br />
Como professor <strong>de</strong> Botanica foi um dos primeiros que inaugurou o período<br />
<strong>de</strong> estudos da flora portugueza, que está correndo. Antes d'elle apenas<br />
o dr. Carlos Maria Gomes Machado se tinha occupado d'esse estudo.<br />
Seus primeiros trabalhos tiveram por objectivo a coor<strong>de</strong>nação e estudo<br />
dos exemplares, que se encontravam no rico herbario da Aca<strong>de</strong>mia Real<br />
das Sciencias, que tinha sido entregue á Eschola Polytechnica, o qual era formado<br />
principalmente pelas plantas colhidas em Portugal pelo dr. Welwitsch.<br />
Nos numeros XVII a XXVI do Jornal <strong>de</strong> sciencias malhemalicas, physicas<br />
e naiuraes, editado sob os auspicios da Aca<strong>de</strong>mia Real das Sciencias,<br />
publicou o Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho os catálogos das espécies das Labiadas, Asperifolias,<br />
Scrophulari<strong>de</strong>as e das Rosáceas. Outros catálogos chegaram a<br />
ser elaborados, mas não chegaram a ser publicados. Um "d'elles comprehendia<br />
as Leguminosas.
VI<br />
Em 1878 emprehen<strong>de</strong>u a publicação das Memorias sobre a influencia<br />
dos <strong>de</strong>scobrimentos dos portuguczes no conhecimento das plantas. Só a primeira<br />
foi impressa e teve por objecto o estudo historico-bolanico da Malagueta.<br />
Neila se manifestaram bem os vastos conhecimentos históricos que<br />
possuía, que tanto o auxiliaram na confecção do valioso estudo, que em<br />
1880 publicou por occasiâo do tricentenário da morte <strong>de</strong> Camões, com o<br />
titulo — A Flora dos Luziadas.<br />
Egual erudição se nota na introducção da reimpressão feita em 1884,<br />
<strong>de</strong> vários artigos publicados no Boletim da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Geographie, <strong>de</strong><br />
Lisboa, com o titulo <strong>de</strong> — Plantas úteis da Africa portugueza.<br />
De maior vulto é <strong>de</strong> certo a edição da celebre obra <strong>de</strong> Gorcia da Orta<br />
— Colóquios dos simples e drogas da índia — <strong>de</strong> que foi encarregado pela<br />
Aca<strong>de</strong>mia e que foi publicada em 1891. Nessa obra encontra-se o botanico,<br />
o historiador e o linguista.<br />
Helacionando-se com os estudos botanicos e ainda também com estudos<br />
históricos está a introducção escripta pelo Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho ao livro — Le<br />
Portugal au point <strong>de</strong> vue agricole — publicado por occasião da exposição<br />
universal <strong>de</strong> Paris <strong>de</strong> 1900.<br />
Como lilterato e como historiador fez publicações valiosas.<br />
Dedicando á memoria do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho o presente volume do Boletim<br />
da Socieda<strong>de</strong> Broleriana, que elle honrou com escriptos seus logo<br />
no seu inicio, cumpro um <strong>de</strong>ver sagrado.<br />
Julio Henriques.
SUBSIDIO PARA O CONHECIMENTO DA FLORA PORTUGUEZA<br />
GRAMINEAS (Gramineae)<br />
POR<br />
J. Α.. Henriques<br />
Em 1880 o professor E. Hackel, publicou o catalogo das gramíneas<br />
colhidas em Portugal, servindose para essa publicação dos exemplares<br />
que colheu na viagem que tinha feito em Portugal, e dos que se encontravam<br />
no herbario da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. Não pou<strong>de</strong> examinar os<br />
exemplares contidos no herbario da Eschola Polytechnica <strong>de</strong> Lisboa, muitos<br />
dos quaes tinham sido colhidos pelo dr. F. Welwitsch.<br />
Depois d'aquella publicação as explorações feitas pelo pessoal tanto da<br />
Eschola Polytechnica como do Jardim Botanico da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> e pelos<br />
sócios da Socieda<strong>de</strong> Broteriana, <strong>de</strong>ram numerosos elementos para o conhecimento<br />
d'esla familia não com respeito ao numero <strong>de</strong> espécies, pois<br />
poucas são as que não foram mencionadas no catalogo do prof. Hackel,<br />
mas com respeito a distribuição geographica.<br />
Po<strong>de</strong>ndo consultar a rica collecção da Eschola Polytechnica <strong>de</strong> Lisbon,<br />
as collecções dos srs. E. Schmilz, que hoje se encontram na Eschola Normal<br />
do Porto, e G. Sampaio, naturalista adjunto á ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Botanica na<br />
Aca<strong>de</strong>mia Polytechnica do Porto, pareceume conveniente a publicação<br />
d'um novo catalogo: e atten<strong>de</strong>ndo ά importância da familia das gramíneas<br />
e á falta <strong>de</strong> elementos para a <strong>de</strong>terminação das espécies, entendi que <strong>de</strong>via<br />
dar a <strong>de</strong>scripção <strong>de</strong> todas as espécies, servindo-me <strong>de</strong> auxiliares principalmente<br />
a Flore <strong>de</strong> France <strong>de</strong> Grenier et Godron, a obra <strong>de</strong> Husnot *, cujas<br />
<strong>de</strong>scripções frequentemente copiei.<br />
1<br />
Graminées — Descriptions, figures et usages <strong>de</strong>s graminées spontanées et cultivées<br />
<strong>de</strong> France, Belgique, Iles brilaniques, Suisse.
VIII<br />
Em mais d'um caso complicado tive o valioso auxilio do prof. Hackel,<br />
a quem confesso por tudo a minha gratidão.<br />
Nas diversas publicações relativas á flora portugueza se faz menção <strong>de</strong><br />
varias espécies <strong>de</strong> gramíneas, como era natural.<br />
A primeira publicação que enumerou bom numero <strong>de</strong> gramíneas <strong>de</strong><br />
Portugal foi o Viridariurh lusilanicum publicado em 1650 por G. Grisley,<br />
que viveu em Portugal por algum tempo, e do qual a Aca<strong>de</strong>mia Real das<br />
Sciencias fez uma edição em 1779 sob a direcção do dr. Van<strong>de</strong>lli.<br />
No pequeno livro, editado pela Aca<strong>de</strong>mia, Van<strong>de</strong>lli auxiliado por Linneu<br />
tentou referir as espécies enumeradas ás espécies linneanas, mas na maioria<br />
dos casos não o pou<strong>de</strong> conseguir. Tal obra pois poucos elementos po<strong>de</strong> fornecer<br />
para o conhecimento das gramíneas portuguezas. Pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
Grysley (1688) herborisou em Portugal o celebre botanico francez Tournefort.<br />
Apesar <strong>de</strong> ter percorrido quasi todo este paiz e <strong>de</strong> nelle 1er feito<br />
fartas colheitas <strong>de</strong> plantas 1<br />
mencioua no catalogo rnanuscripto apenas cinco<br />
espécies.<br />
As explorações mais fructuosas são as feitas em fins do século 18.° e<br />
princípios do século 19.° pelos naturalistas allemães o prof. Link, e Con<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Hoffmansegg e pelo dr. F. d'A. Brotero. No Neues Journal für die Botanik<br />
<strong>de</strong> Schrä<strong>de</strong>r (1779) <strong>de</strong>u o prof. Link noticia das espécies novas ou<br />
interessantes que tinha colhido em Portugal, e o dr. Brotero <strong>de</strong>screveu na<br />
Flora lusitanica 124 espécies, algumas das quaes lhe tinham sido communicadas<br />
pelo prof. Link. Depois d'esta publicação é <strong>de</strong>certo quasi a<br />
única e a mais importante o Catalogue raisonné <strong>de</strong>s graminées du Portugal<br />
publicado em 1880 pelo prof. Hackel. Nesse catalogo são enumeradas 189<br />
espécies. Mais tar<strong>de</strong> o professor hespanhol D. M. Colmeiro na Enumeracion<br />
y revision <strong>de</strong> las planlas <strong>de</strong> la peninsula hispano-lusitana fundando-se<br />
no catalogo do prof. Hackel e nas diversas publicações feitas no Boletim<br />
da Socieda<strong>de</strong> Broleriana menciona 224 espécies. Algumas porém, taes<br />
como o Lygeum sparlum, não tem sido encontradas pelos herborisadores<br />
portuguezes.<br />
O presente catalogo comprehen<strong>de</strong> 200 espécies.<br />
2<br />
Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broleriana, vol. VIII.
#<br />
Comparando o numero <strong>de</strong> gramíneas até hoje encontradas em Portugal<br />
com as indicadas em Hespanha no Prodromus florae hispanicae <strong>de</strong> Willkomm<br />
et Lange nota-se uma differença que não é proporcional á extensão dos<br />
dois paizes. Hespanha contém 98 géneros com 378 espécies; Portugal tem<br />
66 géneros com 200 espécies. Especialisando a distribuição geographica<br />
das gramíneas portuguezas nota-se que 57 espécies são <strong>de</strong> larga distribuição<br />
tanto na Europa como noutros paizes; 25 encontram-se ainda na<br />
Europa media e meridional; da região mediterrânea no sentido lato 48;<br />
quasi exclusivas da peninsula ibérica 51 ; proprias a Portugal só 7: Agroslis<br />
litigam, Deschampsia slricta, Arrhenalherum pallens, Avena Hackelii, Fesluca<br />
païens, F. Heni'iquesii, Daclylis glomerala, var. maritima, Chaelurus<br />
proslratus.<br />
Examinando a distribuição das espécies <strong>de</strong> gramíneas em Portugal, em<br />
vista dos dados até hoje obtidos, vé-se que a maior parte d'essas espécies<br />
se encontram espalhadas por todas as regiões, como era <strong>de</strong> esperar. Algumas<br />
têm distribuição mais reslricla.<br />
Assim, a Aira Cupaniana só foi encontrada no Baixo e Alto Alemtejo;<br />
a Slipa giganlea na Beira trasmontana; o Panicum <strong>de</strong>bile no Centro littoral;<br />
o Triticum triaristalum nas Baixas do Guadiana; o Holcus Gayanus<br />
e a Festuca ovina no Alemdouro littoral e na Beira central, nas montanhas;<br />
a Heliochloa schoenoi<strong>de</strong>s na Beira meridional, no Centro e nas Baixas<br />
do Sorraia.<br />
São communs ao Alemtejo e Algarve o Sphenopns Gouani, Atropis convoluta,<br />
Spartina versicolor.<br />
O Alopecurus brachyslachys encontra-se nas Beiras meridional e central<br />
e no Alemdouro Irasmontano.<br />
No Alemdouro littoral encontram-se: o Alopecurus agreslis c a Apera<br />
inlerrnpla.<br />
No Alemdouro e Beira liltoraes a Agroslis alba, .var. maritima, e o<br />
Agropyrum pungens.<br />
Ao norte do Douro ficam a Deschampsia caespitosa, D. media, Triselum<br />
flavescens e Avena pubesecns.<br />
São communs ao Centro e ao Baixo Alemtejo a Agrostis cuba, var. scabriglumis,<br />
Aira Cupaniana, Arrhenalherum pallens e Atropis disions.<br />
Na Beira littoral encontram-se: a Phalaris truncala, Alopecurus geniculatus,<br />
Agroslis alba, var. Gadilana, Avena Loduviciana, Poa nemoralis,<br />
Bromus macr anther us.<br />
IX
No Algarve a Slipa tenacíssima, Trisetum Dufourei, Avena longiglumis<br />
e Atropis tenuifolia.<br />
O Phalaris paradoxa, Fesluca uniglumis e Melica ciliala encontram-se<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Beira littoral até ao Alemtejo.<br />
A Avellinia Mitchelii e a Melica minuta vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Centro até ao Algarve.<br />
Do norte até ao Tejo encontram-se: a Heliochloa alopecuroi<strong>de</strong>s e a<br />
Agrostis selacea.<br />
Do Alemdouro littoral até ao Alemtejo a Glyceria fluitans, Phalaris<br />
arundinacea, Chaelurus proslratus e Phragmites communis.<br />
No Baixo Alemtejo littoral vivem o Sporobulus pungens, a Agrostis litigans,<br />
Avena Hackeiii, Spartina versicolor e Brachypodium ramosum.<br />
Proprias da região littoral são 14: Crypsis aculeata, Ammophila arenaria,<br />
Sparlina slricta, S. versicolor, Atropis dislans, A. lenuifolia, A. maritima,<br />
A. convoluta, Catapodium loliaceum, Leplurus incurvatus, L. filiforme,<br />
Agropyrum pungens, A. junceum, Hor<strong>de</strong>um maritim um, Sporobulus<br />
pungens.<br />
Próprias das montanhas são as seguintes, algumas das quaes numa parte<br />
ou noutra apparecem nas regiões inferiores ou no norte: Slipa arenaria,<br />
Molineria involucrata, Deschampsia media, Fesluca ovina, F. Henriquesii,<br />
F. rubra, F. elegans, Nardus slricta, Holcus Gayatms, Trisetum hispidum.<br />
Em gran<strong>de</strong> cultura encontram-se : o Zea Mays, Oriza saliva, Triticum<br />
sativum, Secale cereale. O primeiro é quasi exclusivo do Alemdouro littoral,<br />
das Beiras e do Centro littoral. O trigo é principalmente cultivado<br />
em parte do Centro littoral, nas Baixas do Sorraia e Baixas do Guadiana,<br />
e ainda no Baixo Alemtejo littoral. O centeio é mais cultivado no Alemdouro<br />
e Beira trasmontana, nas regiões altas. O arroz é da Beira littoral<br />
e <strong>de</strong> poucos terrenos do Centro e do Baixo Alemtejo littoral. É cultura<br />
hoje bastante reduzida em razão das medidas hygienicas.<br />
No Alemdouro littoral é frequente a cultura da Selaria itálica e do<br />
Panicum miliaceum. A cultura da aveia é frequente bem como a das gramíneas<br />
forraginosas, Lolium perenne, ilalicum e mulliflorum, espécies dos<br />
géneros Poa, Daclylis, Holcus e Bromus, e ainda algumas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Sorghum.<br />
Como abrigo é cultivada em algumas localida<strong>de</strong>s a canna vulgar [Arundo<br />
Donax). Esta tem ainda largo emprego na agricultura para estacarias, para<br />
fabricação <strong>de</strong> cestos, etc.<br />
O sorgho, que é empregado como forragem, tem npplicação especial<br />
para a fabricação <strong>de</strong> vassouras. D'ahi lhe vem o nome <strong>de</strong> —milho das<br />
vassouras —. O Phragmites communis tem também algumas applicações,<br />
embora limitadas.
No Algarve o emprego da Stlpa tenacíssima indígena está quasi abandonado.<br />
Nas regiões próximas da serra da Estrella empregam-se muito<br />
as folhas do baracejo (Stipa arenaria) na confecção <strong>de</strong> ceiras para os lagares<br />
<strong>de</strong> azeite, e com ellas em algumas localida<strong>de</strong>s fazem-se capachos e<br />
bonitas esteiras, não inferiores ás feitas <strong>de</strong> junco.<br />
Das gramíneas exóticas são hoje cultivadas algumas espécies <strong>de</strong> bambus,<br />
cuja utilida<strong>de</strong> é gran<strong>de</strong> tanto sob o ponto <strong>de</strong> vista agrícola como<br />
industrial, e ainda como plantas ornamentaes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> merecimento.<br />
Algumas espécies adquirem no nosso clima magnifico <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
começam a entrar já para variadas applicaçôes.<br />
Tem-se tentado ainda, e com regulares resultados, o arroz <strong>de</strong> montanha,<br />
que bem merecia a attenção dos agricultores.<br />
As gramíneas têm raízes fibrosas e gran<strong>de</strong> numero d'elles produzem<br />
com frequência raizes adventícias. É o que se observa no milho. O caule<br />
(colmo) é em geral ôco, dividido em entrenós. O caule do milho e <strong>de</strong> algumas<br />
poucas gramíneas é compacto. As folhas são em geral disticadas e<br />
tem bainha longa, muitas vezes mais compridas que os entrenós, um limbo<br />
plano, dobrado longitudinalmente ou enrolado. Na base do limbo ha a<br />
ligula em geral membranosa, por vezes reduzida a pellos, <strong>de</strong> forma e dimensões<br />
variadas. A estructura das folhas por vezes pô<strong>de</strong> auxiliar na <strong>de</strong>terminação<br />
das espécies, tão distincta é. A epi<strong>de</strong>rme é homogénea na<br />
maior parte d'estas plantas ; em algumas porém ha linhas <strong>de</strong> cellulas<br />
gran<strong>de</strong>s dispostas em forma <strong>de</strong> leque (cellulas bulliformes) nos intervallos<br />
das nervuras e que têm <strong>de</strong>cidida influencia sobre a maneira por que se<br />
apresenta o limbo. As cellulas epidérmicas são um pouco irregulares,<br />
muitas vezes dando origem a pellos, impregnadas <strong>de</strong> silica em muitas espécies<br />
e com estornas geralmente dispostos regularmente em linhas longiludinaes.<br />
Em muitas espécies as cellulas subjacentes á epi<strong>de</strong>rme, todas<br />
ou por grupos, são esclerosas e em geral vão até aos fascículos liberolenhosos.<br />
A disposição d'estas cellulas esclerosas é perfeitamente característica<br />
em certas espécies. É o que se observa nas espécies do género<br />
Fesluca; é ainda por tal disposição que facilmente se distingue das espécies<br />
affins a Avena Hackelii.<br />
Além do tecido escleroso ha na folha o parenchyma chloropbyllino e<br />
porções <strong>de</strong> parenchyma incolor junto dos fascículos. As nervuras são geralmente<br />
<strong>de</strong> duas or<strong>de</strong>ns: as primarias mais completas, sendo a media<br />
muito mais forte, e contêm todas um fascículo libero-lenhoso e são ligadas<br />
XI
XII<br />
á epi<strong>de</strong>rme pelo tecido incolor ou escleroso; as secundarias, interpostas<br />
ás primarias, são menos <strong>de</strong>senvolvidas, faltando mesmo em algumas o<br />
fascículo libero-lenhoso. As nervuras são dispostas quasi paralleles.<br />
As gramíneas têm flores unisexuaes ou hermaphroditas, mas nesta ultima<br />
forma o hermaphroditismo é apparente em muitas espécies por que<br />
nellas se dá a dichogamia. As flores são dispostas em inflorescencias <strong>de</strong><br />
formas muito diversas e que em muitas espécies variam durante as phases<br />
por que passam as flores.<br />
As flores nunca nascem directamente do eixo principal, mas sim <strong>de</strong><br />
ramificações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m diversa. Cada flor correspon<strong>de</strong> a um ramo (p) <strong>de</strong><br />
entrenós extremamente curtos e no qual ha diversas folhas profundamente<br />
modificadas (bracteas) cm geral disticadas. Algumas d'estas bracteas nada<br />
produzem na axilla; outras porém dão um pequeníssimo ramo no qual se<br />
forma uma bractea do lado do eixo do qual <strong>de</strong>riva e que termina pela flor<br />
propriamente dita.<br />
A's bracteas inferiores estereis dá-se o nome <strong>de</strong> glumas (g). Em geral<br />
são duas e são <strong>de</strong>signadas — gluma inferior e gluma superior; se ha mais<br />
são <strong>de</strong>signadas pelo numero d'or<strong>de</strong>m a contar da inferior.<br />
As bracteas em cuja axilla nasce o ramo florifero, e ainda á que nasce<br />
neste ultimo, dá-se o nome <strong>de</strong> glumellas inferior (i) e superior (s). Alguns<br />
<strong>de</strong>signam a glumella inferior (i) gluma florifera e a superior (s) palea.<br />
Esta apresenta em geral duas carénas a que em geral correspon<strong>de</strong>m nervuras<br />
mais <strong>de</strong>senvolvidas sem que haja uma nervura central. Por isso alguns<br />
a consi<strong>de</strong>ravam como proveniente da soldadura <strong>de</strong> duas bracteas.<br />
Oppostas a esta ha em geral duas pequenas membranas dispostas a par<br />
e por vezes soldadas em maior ou menor extensão. Foram consi<strong>de</strong>radas<br />
como elementos rudimentares d'um invólucro floral. O prof. Hackel consi<strong>de</strong>ra-as<br />
como uma bractea similhante á palea mas dividida na maior<br />
parte dos casos.<br />
Estes elementos nem sempre se <strong>de</strong>senvolvem regularmente, abortando<br />
até alguns. A forma e nervação é muito variada e característica e a superficie<br />
pô<strong>de</strong> ser lisa, áspera, felpuda ou pelluda, e é frequente o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
d'uni appendice <strong>de</strong>lgado, direito ou torcido em parte, contínuo<br />
ou articulado, conhecido com o, nome <strong>de</strong> pragana (arisla). Por vezes junto<br />
da base das glumas ou das glumellas apresenta-se uma espécie <strong>de</strong> callo;
<strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento dos tecidos nessa região. A verda<strong>de</strong>ira flor termina<br />
o curto eixo e 6 formada <strong>de</strong> 1-6 estâmes (em geral 3) <strong>de</strong> longos<br />
f<strong>de</strong>tes e <strong>de</strong> anthèras em geral compridas, versáteis, com connectivo muito<br />
estreito. O pistillo é formado d'um ovário uniovulado com 1-3 estyletes<br />
tendo cada um 1 estigma. O estylete falta em algumas espécies. Os estigmas<br />
são em geral cobertos <strong>de</strong> pellos dispostos ou em todos os sentidos<br />
(estigmas aspergilliformes) ou em dois só (estigmas plumosos).<br />
Da fecundação resulta uma semente perfeitamente ligada em geral com<br />
as pare<strong>de</strong>s do ovário (caryopse) repleto <strong>de</strong> matérias albuminói<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />
amido com o embryão lateral e com o hilo no lado opposto punctiforme<br />
ou linear. São raros os casos <strong>de</strong> ser déhiscente o fructo (Sporobolus) ou<br />
carnosos (algumas Bambuseae).<br />
Estas flores são anemophyllas.<br />
Como os ramúsculos floriferos são extremamente curtos, se se consi<strong>de</strong>rar<br />
a flor como composta da gluma florifera, da palea e da flor propriamente<br />
dita, como em muitos livros <strong>de</strong>scriptivos se faz, e como no presente catalogo<br />
fiz, po<strong>de</strong>m as flores ser consi<strong>de</strong>radas rentes formando uma pequena<br />
espiga. É o que significa os termos — espiguetas e espiguilhas— por que<br />
são conhecidas. Ao eixo, que as sustenta, dá-se o nome <strong>de</strong> rachila.<br />
A disposição d'estas espiguetas <strong>de</strong>termina a forma da inflorescencia. Se<br />
as espiguetas são rentes a inflorescencia é uma espiga composta, como no<br />
trigo; se 6 pedunculada forma um racimo ou cacho; se ha gran<strong>de</strong> ramificação<br />
<strong>de</strong> modo a ficarem as espiguetas em eixos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns diversas, ha<br />
a panicula, como na aveia. Esta é a forma mais vulgar.<br />
Os caracteres fornecidos pelas flores ou antes pelas espiguetas são os<br />
<strong>de</strong> maior valor na classificação das gramíneas.<br />
XII
XIV<br />
* *<br />
No catalogo presente tomei por guia o trabalho sobre as gramíneas<br />
feito pelo professor E. Hackel, publicado na gran<strong>de</strong> obra — Die natürli<br />
chen Pflanzenfamilien — dirigida pelos professores A. Engler e Prantl,<br />
transcrevendo parte das tabeliãs relativas ás subdivisões d'esta gran<strong>de</strong><br />
familia.<br />
CLAVE DAS TRIBUS<br />
A. Espiguetas com uma única flor; raras vezes com duas sendo a inferior imperfeita,<br />
separandose quando maduras inteiras ou acompanhadas <strong>de</strong> parte do<br />
ràehis. A rachilla nunca se prolonga além das flores. Entrenós entre as diversas<br />
glumas ou flores muitíssimo reduzidos.<br />
a. Hilo punctiforme. Espiguetas não comprimidas lateralmente, mas sim pelo<br />
dorso em algumas espécies ou perfeitamente cylindricas.<br />
a. Glumellas hyalinas. Glumas membranosas ou coriaceas ou cartilagineas;<br />
as inferiores mais largas e involvendo as superiores. Inflorescencia<br />
dividindose <strong>de</strong>pois da maturação.<br />
I. Espiguetas $ e $ em infloresceneias separadas.<br />
I. May<strong>de</strong>ae (pag. 1).<br />
II. Espiguetas todas $ ou umas S outras $ mas próximas umas das<br />
outras II. Andropogoneae (pag. 2).<br />
β. Glumellas mais ou menos cartilagineas ou coriaceas. Glumas mais <strong>de</strong>licadas,<br />
quasi sempre herbáceas e a primeira menor que a segunda.<br />
Espiguetas <strong>de</strong>stacandose cada uma <strong>de</strong> per si, e tendo uma flor hermaphrodita<br />
e uma masculina ou neutra III. Paniceae (pag. 7).<br />
b. Hilo linear; espiguetas comprimidas lateralmente. IV. Oryzeae (pag. IS).<br />
B. Espiguetas Iooflóreas; a rachilla geralmente articulada acima das glumas<br />
pelo que estas ficam quando cáe a parte que sustenta as glumellas e a flor.<br />
A rachilla em muitos casos passa além das flores. Nas espiguetas 2ooflóreas<br />
são distinctos os entrenós entre as flores.
a. Colmo herbáceo annual; limbo da folha rente e não articulado com a<br />
bainha.<br />
«. Espiguetas pedicelladas dispostas em paniculas normaes ou espiciformes<br />
ou racimos (sem <strong>de</strong>ntes ou excavações no eixo central).<br />
I. Espiguetas unifloreas.<br />
XV<br />
1. Glumas 4; glumella superior uninervea.<br />
V. Phalari<strong>de</strong>ae (pag. 16).<br />
2. Glumas 2; glumella superior binervea.<br />
VI. Agrosti<strong>de</strong>ae (pag. 24).<br />
II. Espiguetas 2oofioreas.<br />
1. Glumellas geralmente mais curtas que as glumas com pragana<br />
torcida dorsal, raras vezes terminal ou nulla. Se falta a pragana<br />
a rachilla não passa além das flores e ha na extremida<strong>de</strong><br />
duas pequenas flores quasi oppostas.<br />
XII. Avenaceae (pag. 57).<br />
2. Glumellas geralmente mais compridas que as glumas muticas ou<br />
com pragana direita terminal.... VIII. Festuceae (pag. 97).<br />
β. Espiguetas dispostas em duas linhas formando uma espiga ou racimo<br />
unilateral com eixo não articulado IX. Chlori<strong>de</strong>ae (pag. 95).<br />
γ. Espiguetas dispostas em duas séries (raras vezes uma só) oppostas formando<br />
uma espiga equilátera (raras vezes unilateral).<br />
X. Hor<strong>de</strong>ae (pag. 156).<br />
&. Colmo lenhoso pelo menos na base; limbo da folha frequentes vezes com<br />
um curto peciolo articulado com a bainha da qual por fim se separa.<br />
XI. Bambuseae (pag. 180).
GRAMÍNEAS (Gramineae)<br />
Plantas annuaes, bisannuaes ou vivazes, herbáceas ou lenhosas, <strong>de</strong> caule<br />
sensivelmente cylindrico, em geral ôco e distinctamente nodoso (colmo);<br />
folhas alternas, frequentemente distichadas, <strong>de</strong> limbo inteiro, parallelinerveo,<br />
com bainha completa fendida longitudinalmente e como que prolongada<br />
além da base do limbo, formando uma pequena membrana <strong>de</strong><br />
forma e gran<strong>de</strong>za variada (ligula), por vezes substituída por pellos ; inflorescencia<br />
em espiga ou panicula; flores dispostas em pequenos eixos <strong>de</strong><br />
entrenós muito curtos com folhas bracteiformes, distichadas, formando pequenas<br />
espigas (espiguetas), as inferiores estereis (glumas) em algumas<br />
espécies nullas ou uma só, as seguintes (glumas floraes ou glumellas inferiores)<br />
tendo na sua axilla um ramunculo muito curto com uma bractea<br />
(glum.ella superior) <strong>de</strong> dorso voltado para o eixo da espigueta e terminando<br />
pela ílòr. Do lado opposto á glumella superior encontram-se frequentes vezes<br />
duas pequenas escamas (glumellulas, lodiculos) em algumas espécies mais ou<br />
menos ligadas entre si. A ílôr é formada <strong>de</strong> 1-3 estâmes hypogynicos <strong>de</strong><br />
longos filetes e com antheras biloculares dorsifixas, e d'um pistillo composto<br />
d'um ovário unilocular com um ou dois estyletes e dois estigmas plumosos<br />
ou pubescentes. Fructo secco, indéhiscente com uma única semente<br />
completamente ligada ao ovário (caryopse) e com albumen amylaceo collocado<br />
ao lado do embryâo.<br />
Trib. I. M a v a d o a o<br />
Espiguetas <strong>de</strong> flores unisexuaes, as masculinas superiores ás femininas.<br />
Grão arredondado com embryào gran<strong>de</strong> envolvido pelas glumas. Albumen<br />
com grãos amylaceos simples polyedricos. Colmo vigoroso não ôco; folhas<br />
longas.<br />
I XX
2<br />
ΖΕΑ 1<br />
L. — Planta vigorosa <strong>de</strong> 0"',502 m<br />
<strong>de</strong> altura; colmo compacto;<br />
folhas largas. Flores unisexuaes, as masculinas em panicula terminal 2<br />
', as<br />
femininas em espiga axillar revestida <strong>de</strong> numerosas bracteas longas e membranosas,<br />
dispostas em series sobre um eixo grosso; pislillo com 1520<br />
cent, <strong>de</strong> comprido 3<br />
. Sementes geralmente amarellas, com algumas varieda<strong>de</strong>s<br />
brancas, vermelhas ou rajadas, acompanhadas pelas glumas e glumellas.<br />
Zea Mays 4<br />
L. Sp. pi. ed. I, p. 971; Brot. Fl. Lusit. I, p. 60;<br />
Willk. et Lange, Prod. Fl. Hisp. I, p. 35; Colmeiro, Enum. y Rev. <strong>de</strong><br />
las pl. <strong>de</strong> la peninsula hispanolusit. V, p. 240.<br />
Espécie cultivada em quasi todo o paiz, mas com mais intensida<strong>de</strong> ao<br />
norte do Tejo. Nas montanhas a cultura fazse ainda em altitu<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ráveis<br />
(1000 m<br />
na Estrella). A varieda<strong>de</strong> cultivada é a commum da qual<br />
ha subvarieda<strong>de</strong>s, sendo as mais distinctas a do porte elevado, cultivada<br />
no norte, e a anã, cultivada no centro e mais especialmente nas regiões<br />
próximas da beiramar.<br />
A varieda<strong>de</strong> — <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> cavallo — é pouco cultivada.<br />
Nome vulg.—Milho, milho grosso, milhão.<br />
Trib. II. A n d r o p o g o n e a e<br />
Espiguetas dispostas em racimos espiciformes, geminadas, uma rente,<br />
contendo cm geral uma flor hermaphrodite, outra ou outras pedicelladas<br />
com flor masculina ou neutra. Gluma externa mais rija do que a glumella,<br />
frequentemente com pragana dorsal. Glumellas mais curtas do que as glumas<br />
ou nullas. Estâmes 13; estylele livre com estygmas plumosos. Grão<br />
nú; embryâo quasi egual a meta<strong>de</strong> do grão.<br />
A. Espiguetas homogamicas· articulações do eixo das inflorescencias parciaes<br />
pouco grossas, ou quasi nullas, sem excavações, nas quaes estejam incluídas<br />
as espiguetas Subtribu Sacchareae.<br />
Espiguetas 1flóreas, muticas pedicelladas, dispostas aos pares (raras'vezes<br />
ás 1res), com longos pellos sedosos, formando panicula cspiciforme<br />
estreita Imperata Cyr.<br />
1<br />
Do grego ζήν, vida, por allusão ás proprieda<strong>de</strong>s nutritivas das sementes.<br />
2<br />
Vulgarmente chamada ban<strong>de</strong>ira.<br />
3<br />
O conjuncto <strong>de</strong> pistillos <strong>de</strong> cada espiga é conhecido com o nome <strong>de</strong> barbas do<br />
milho.<br />
4<br />
Mais, mays ou malúz, nome peruano do milho.
3<br />
Β. Espiguetas heterogamicas; a rente $ (raras vezes Ç), 1florea; apedicellada $<br />
imperfeita ou reduzida só ao pedieello; glumella inferior das espiguetas<br />
pedicelladas mutica. Eixo dos raeimos articulados.<br />
Subtribu Euandropógoneae.<br />
Eixo das inflorescencias parciaes distinctamente articulado; glumella inferior<br />
das espiguetas férteis praganosa Andropogon L.<br />
Subtribu Saocnareae<br />
IMPERATA 1<br />
Cyrillo, PI. rar. neapol., fase. II, p. 26.<br />
Espiguetas com uma única flor, cercadas <strong>de</strong> longos pellos finos, uma<br />
rente e outra pedicellada, não articuladas sobre os ramos da panicula;<br />
glumellas muticas; estâmes 12; estigmas compridos.<br />
Imperata cylmdrica P. Beauv., Agrost. t. 5 (1812); Lagurus cylindricus<br />
Syst. veget. ed. X, p. 878; Saccharum cylindricum Lamk. Encyclop.<br />
Ill, tab. 40, fig. 2; Brot. 1. c. p. 87; Hackel in DC. Monogr.<br />
phanerog. VI, p. 97; Willk. et Lange, 1. c. p. 49; Hackel, Catal. rais.<br />
<strong>de</strong>s graminées du Portugal, p. 12; Colmeiro, 1. c. p. 276; Richter, Plant,<br />
europ. I, p. 22.<br />
Planta perennal rhizomatosa <strong>de</strong> 60120 cent.; folhas lineares glaucas,<br />
rijas, pubescentes, as inferiores muito próximas, as superiores distantes<br />
com q limbo successivamente mais curto. Nós com um pincel <strong>de</strong> pellos<br />
longos e finos. Panicula espiciforme <strong>de</strong>nsa, obtusa; glumas quasi eguaes<br />
cobertas <strong>de</strong> pellos longos, finos, macios, levemente amarellados, quasi<br />
eguaes ao duplo das glumellas.<br />
Hab. nos terrenos areientos e pedregosos. — Fl. junho a outubro.<br />
Alemdouro Irasmonlano: Regoa, nas margens do Douro e noutros logares<br />
(Brot.). — Beira trasmoníana: Beira boreal,(Brot.). — Beira meridional:<br />
Villa Velha do Ródão, nas margens do Tejo (R. da Cunha).— Centro littoral:<br />
Otta e Monte Redondo (J. Daveau).—Algarve: Tavira (J. Daveau).<br />
Area geogr. — Toda a região mediterrânea.<br />
Subtribu Euandropógoneae<br />
ANBKOPOCSOIV 2<br />
L. — Espiguetas aos pares, pelludas na base e inseridas<br />
numa <strong>de</strong>pressão do eixo; a inferior hermaphrodite, rente, a outra<br />
1<br />
Dedicado a Imperati bot. napolitano.<br />
2<br />
De άνηρ, ανδρός, boiiiem, e πωγων, barba; allusão ás espigas barbadas ou anatadas.
i<br />
masculina ou rudimentar e dispostas em duas ou mais espigas digitadas,<br />
lineares ou em panicula; 2 glumas quasi eguaes e mais compridas do<br />
que as glumellas; glumella inferior da flor hermaphrodita praganosa, a<br />
superior mutica ; 2 eslyletes com estigmas plumosos.<br />
ι Espiguetas rentes, todas eguaes ·. Serie A. Isozygi. 2<br />
JEspiguetas rentes, as inferiores différentes das superiores pela forma, sexo, ou<br />
( por tei'em pragana Subserie B. Heterozygi. 3<br />
/Espigas (S12) pedicelladas, digitadas na extremida<strong>de</strong> do colmo. Eixo e pedicellos<br />
com uma linha media translúcida. Glumas quasi eguaes villosas; glumella<br />
superior muito estreita e prolongada numa pragana 34 vezes mais comprida<br />
do que as glumellas • Subgenera Amphilophis Trin.<br />
A. Ischaemum L.<br />
|Espigas numerosas dispostas em panicula. Glumas cartilagineas e tornandose<br />
duras e lustrosas Subgenero Sorghum Pers.<br />
A. Sorghum Brot.<br />
lEspigas aos pares na extremida<strong>de</strong> do colmo ou dos ramos, uma rente, outra pe<br />
! dicellada, acompanhada por uma bractea Subgenero Cymbopogon Spr.<br />
A. hirtus L.<br />
Andropogon Ischaemum L. Sp. pi. ed. I, p. 1047 (1753); Brot.<br />
1. c. p. 89; Willk. et Lange, 1. c. p. 47; Hackel, 1. c. p. 474; Catai,<br />
<strong>de</strong>s gramin. du Port. p. 12; Colmeiro, 1. c. p. 270.<br />
Var. genuinus Hackel, 1. c. p. 475.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1314; Welw. n.° 989.<br />
Planta perennal cespitosa estolonifera ; colmo <strong>de</strong> 38 <strong>de</strong>c. nu na parle<br />
superior; nós violáceos sem pellos; folhas lineares acuminadas com pellos<br />
longos raros na pagina superior; ligula muito curta e longamente ciliada.<br />
Espigas 310, pedunculadas digitadas; rachis coberto <strong>de</strong> pellos longos ;<br />
glumas quasi eguaes no comprimento, mais ou menos violáceas, a inferior<br />
da espigueta rente 57nervea, pelluda na parte inferior; gluma superior<br />
lanceolada, setulosociliada na carina; glumella inferior membranosa<br />
aguda, levemente ciliada; glumella superior muito estreita terminada por<br />
uma pragana 3 vezes pelo menos mais comprida do que ella. Espigueta<br />
pedicellada .aguda, mais corada, pedicello villoso, sendo os pellos superiores<br />
quasi do comprimento da espigueta.<br />
Hab. nos terrenos áridos. — Fl. junho e julho.<br />
Alemdouro trasmontano: Regoa (Brot.); Moledo (D. Sophia da Silva).<br />
— Alemdouro littoral: visinhançns do Porto (Brot., Welw., R. da Cunha,<br />
G. Sampaio). — Beira trasmonlana: Beira (Brot.). — Centro littoral: Monte<br />
Gordo, prox. <strong>de</strong> Villa Franca (R. da Cunha).<br />
Area geogr..— Europa media e meridional.
s<br />
Aiidrojiogoii Sorghum Brot. 1. c. p. 88 ^1804); Hackel, Monogr.<br />
phan. VI, p. 500.<br />
Planta perenrial; colmo <strong>de</strong> 13 metros, direito, em geral simples. Folhas<br />
lanceoladolinearesacuminadas com a nervura central clara, villosas somente<br />
na base, as do meio do caule com 17 cent, <strong>de</strong> largura; ligula arredondada<br />
<strong>de</strong> 13 mill, membranosa, ciliolada, pubescente no dorso. Inflorescencia<br />
em panicula mais ou menos composta apparecendo junto da parte superior<br />
da ultima bainha; eixos angulosos ásperos villosos; espiguetas 2 ou 3; glumas<br />
das espiguetas sensivelmente eguaes em comprimento, as da espigueta<br />
rente mais ou menos coriaceas com nervuras pouco distinctas, ligeiramente<br />
villosas, inseridas num pedicello muito curto villoso; glumella inferior quasi<br />
egual á gluma inferior, membranosa, levemente villosa, 2nervea, ciliada<br />
na margem; glumella superior egual a quasi meta<strong>de</strong> da inferior, ovalobtusa,<br />
2lobada, 1nervea; pragana longa torcida na meta<strong>de</strong> inferior,<br />
o u<br />
geniculada; espiguetas pedicelladas tf neutras muito mais estreitas que<br />
as rentes, linearlanceoladas e separáveis do pedicello; gluma inferior herbácea,<br />
59nervea, nervuras escabras; gluma superior 35nervea.<br />
Subesp. halepense Hackel, Monogr. phan. VI, p. 501. — Eixos secundários<br />
<strong>de</strong>sarticuláveis quando os fructos estão maduros, <strong>de</strong>ixando cicatriz<br />
nitida, circular. Espiguetas tf ou neutras quasi eguaes ás rentes ; pedicello<br />
egualando meta<strong>de</strong> ou um pouco mais d'estas.<br />
Var. a. halepensis. — Espiguetas rentes largamente lanceoladas ou subelliplicas<br />
com 45,5 mill, <strong>de</strong> comprimento. Gluma inferior mais ou menos<br />
distinctamente, 57 nervea.<br />
Subvar. 1. genuinus. Andropogon halepensis Brot. 1. c. p. 89. — Espiguetas<br />
rentes aristadas e irregularmente pubescentes; pragana com 1015<br />
mill., <strong>de</strong> comprido.<br />
Subvar. 2.. mulicus.— Espiguetas rentes muticas.<br />
Subesp. salivus Hackel. — Eixos resistentes, em geral só divisíveis á<br />
força e <strong>de</strong>ixando cicatriz irregular; espiguetas pedicelladas neutras ou raras<br />
vezes tf e mais curtas que as rentes; pedicellos 45 vezes mais curtos<br />
que a espigueta rente.<br />
Var. technicus Koernicke, Syst. Ubers, d. Cereal, <strong>de</strong> Acad. Poppelsdorf,<br />
f. 20.•;—Panicula corymbiforme ; ramos numerosos, compridos <strong>de</strong> 3050<br />
cent., sem espiguetas na parte (1525 cent.) inferior, os inferiores mais<br />
compridos que o eixo principal. Espiguetas rentes ellipticas.<br />
Nome vulg. — Milho das vassouras.<br />
Var. saccharatus Koern. Handb. 1, ρ. 310. — Panicula obovada, eixo<br />
mais comprido que os ramos inferiores eguaes a ^/3 da panicula e sem<br />
espiguetas apenas nos 68 cent, inferiores.<br />
Nome vulg. — Sorgho saccharine.<br />
Var. vulgaris Hack. 1. c. p. 515, Holcus Sorghum L. ; Andropogon
6<br />
Sorghum, Brot. 1. c. p. 89. — Panicula mais ou menos <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> 12-20<br />
cent., ramos direitos, bastante juntos, muito ásperos nos ângulos, os inferiores<br />
menores que Vä <strong>de</strong> panicula, sem espiguetas apenas nos 2 cent, inferiores<br />
; espiguetas rentes irregularmente pilosas, e quando maduras quasi<br />
completamente glabras.<br />
Nome vulg. — Milho zaburro vermelho, milho da índia.<br />
Var. cernuus Koern. Handb. p. 314; Andropogon compactum Brot.<br />
1. c. p. 89. — Colmos fortes um pouco curvados logo abaixo da panicula,<br />
quasi ovada ou oval compacta <strong>de</strong> 8-15 cent, <strong>de</strong> comprido e 6-12 <strong>de</strong> largo<br />
obtusíssima; eixos subvillosos sem espiguetas só numa pequena parte inferior.<br />
Espiguetas <strong>de</strong>nsamente cobertas <strong>de</strong> pellos sedosos; pedicellos das espiguetas<br />
neutras ou tf muito curtos (0,5-0,8 mill.).<br />
Nome vulg. — Milho zaburro branco.<br />
Cultivadas em varias localida<strong>de</strong>s e a espécie halepense subspontanea nos<br />
logares indicados. — Fl. no verão.<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>.— Centro littoral: Thomar, nos terrenos húmidos<br />
(Brot.); Porto <strong>de</strong> Moz, Torres Novas (R. da Cunha); Odivellas e<br />
Lumiar, nas vinhas (Welw.) ; Friellas, nos campos, Cascaes (P. Coutinho).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: Arrábida, serra <strong>de</strong> S. Luiz (Daveau); O<strong>de</strong>mira<br />
(G. Sampaio). — Allo Alemtejo: Elvas (Senna). — Algarve: Faro (Guimarães).<br />
Em Cascaes encontrou o sr. Pereira Coutinho formas riviparas da subvarieda<strong>de</strong><br />
muticum associadas com a forma normal.<br />
Area geogr. — Europa austral e meridional, índia, China, Australia,<br />
Africa boreal e aclimada na America central.<br />
Andropogon Mríum L. Sp. ed. I, p. 1046.<br />
Var. genuinum Hackel, 1. c. p. 619; Brot. 1. c. p. 89; A. hirtum, var.<br />
longaristatum Willk. et Lange, 1. c. p. 47; Colmeiro, I. c. p. 271 ; Hackel,<br />
Cat. <strong>de</strong>s gram. p. 12.<br />
Exsic —Soc. Brot. n.° 26; Fl. lusit. exs. n.° 5.<br />
Planta perennal não estelhosa; colmo <strong>de</strong> 3-12 cent, direito; folhas glaucas,<br />
nervura central clara, longamente acuminadas; bainhas mais curtas<br />
que os entrenós; ligula <strong>de</strong> 1-3 mill, um pouco lacerada; limbo das folhas<br />
caulinares muito reduzido; folhas lloraes quasi reduzidas á bainha um<br />
pouco ampla e mais longa em geral que os ramos lloraes. Inflorescencia<br />
em panicula solta; ramificação dichotomica; espigas aos pares, uma rente,<br />
outra mais ou menos pedicellada; pedicellos e glumas cobertas <strong>de</strong> pellos<br />
mais ou menos longos. Glumas <strong>de</strong> flor rente quasi eguaes, obtusas, a inferior<br />
plurinervea, a superior 3-nervea; glumella inferior membranosa quasi<br />
egual ás glumas; glumella superior estreita bi<strong>de</strong>ntada, nascendo do angulo<br />
formado pelos <strong>de</strong>ntes uma pragana longa, torcida e <strong>de</strong> côr acastanhada.
7<br />
Espiguetas masculinas muito similhantes ás férteis; glumella superior mutica.<br />
Subvar. puòescens Vis. in Flora (1829) 1, Erg. BI. 3; A. hirlus, var.<br />
longearistalus Willk. et Lange, 1. c. p. 74.<br />
Diffère do tvpo em ter ligeiramente villosos os ramos que sustentam as<br />
espigas, glabrus as folhas que acompanham as espigas e na pragana que<br />
é em geral maior.<br />
Hab. as encostas áridas e especialmente nos terrenos calcareos.—Fl.<br />
março a novembro.<br />
Alemdouro trasmonlano: Moledo (D. Sophia da Silva). — Alemdouro<br />
littoral: visinhanças do Porto, nos montes (V. Nogueira). — Beira littoral:<br />
visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (R. da Cunha, Moller); Buarcos (Schmitz).<br />
— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Estoril, Cascaes, Olhalvo, Cabo<br />
da Boca, etc. (Welw., Daveau, R. da Cunha, P. Coutinho).—Beira meridional:<br />
S. Martinho, prox. <strong>de</strong> Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: Alfeite, serra <strong>de</strong> Palmella, Cezimbra (Daveau);<br />
Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja, serra <strong>de</strong> S. Luiz (Daveau).—<br />
Algarve: Faro (Guimarães); entre Salir, Besenfrin e Boliqueme<br />
(Moller); entre Silves e Portimão (Welw.); S. Braz dAlportel (Daveau).<br />
Area geogr. — Europa mediterrânea, Africa boreal e austral, Canárias,<br />
ilhas <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong>, Asia menor, Persia occid. e austral.<br />
OBS.-—A varieda<strong>de</strong> encontra-se promiscuamente com a forma typica. Em<br />
alguns indivíduos o ramo que sustenta as espigas é bastante mais comprido<br />
que a bractea espathiforme que o involve na base. Em Cascaes encontrou<br />
o sr. P. Coutinho uma forma vivipara — apogamica'—análoga ά que na<br />
Morea tinha encontrado Bory <strong>de</strong> S.' Vincent. Vive entre os rochedos da<br />
praia e nos terrenos seccos em companhia da forma typica.<br />
Trib. III. P a n i c e a e<br />
Espiguetas com duas ou mais glumas, 1-(raras vezes 2)-floreas, sendo<br />
a segunda flor tf (raras vezes ζ ) inserida na axilla da terceira gluma e<br />
todas dispostas em espigas, racimos ou panicula ; eixo geralmente continuo.<br />
Glumellas <strong>de</strong> llor Ç muticas e mais consistentes do que as glumas.<br />
(Espiguetas sem appendices espinescentes ou setosos<br />
1 <<br />
... .2<br />
(Espiguetas com appendices espinescentes ou setosos na base.. Setaria.<br />
(Espiguetas com duas glumas e uma só<br />
2 <<br />
flor Paspalum L.<br />
Espiguetas com 3 glumas e 2 flores, a inferior $ ou neutra, e a superior<br />
I Panicum L.
PASPALUM 1 L. — Espiguetas 1floreas dispostas em 2 ou 4 linhas,<br />
formando 2 (raras vezes 1 ou mais) espigas unilateraes; glumellas cartilagineas;<br />
3 estâmes; pistillo terminado por dois estyletes plumosos.<br />
Paspalum vaginatum Sw. Fl. ind. I, p. 135 (1757); Digitaria paspaloi<strong>de</strong>s<br />
Duby, Bot. Gall. p. 501; Willk. et Lange, 1. c. p. 45; Hackel,<br />
Cat. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 267.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1312.<br />
Planta perennal rhizomatosa; colmo remontante produzindo raizes na<br />
parte inferior; folhas planas acuminadas, levemente ásperas na margem<br />
e com pellos longos no principio da bainha; ligula curta; bainha um pouco<br />
dilatada, quasi egual e por vezes maior que os entrenós. Espigas 2, ao<br />
principio direitas, mais tar<strong>de</strong> afastadas. Espiguetas ovaes agudas dispostas<br />
em duas series. Glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior muito pequena triangular<br />
ou nulla, a segunda e a terceira quasi eguaes, 35 nerveas, um<br />
pouco menores que as glumas que são um pouco cartilagineas e <strong>de</strong> nervuras<br />
quasi imperceptíveis. Estyletes plumosos muito escuros.<br />
Hab. nos terrenos arenosos nas proximida<strong>de</strong>s da agua. — Fl. agosto e<br />
setembro.<br />
Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (G. Sampaio). — Beira<br />
littoral: <strong>Coimbra</strong>, no Choupal. Montemor, Ereira, nas margens do Mon<strong>de</strong>go<br />
(Ferreira). — Centro littoral: margens do Tejo (R. da Cunha).<br />
Area geogr. — França meridional, Península ibérica. (Carolina).<br />
OBS. — Nos exemplares que examinei é nulla a gluma inferior, <strong>de</strong> modo<br />
que parece que a espigueta tem duas glumas sensivelmente eguaes e duas<br />
glumellas mais resistentes e pouco menores que aquellas. Também a gluma<br />
superior é perfeitamente glabra e não pubescente, como é indicado em<br />
todas as <strong>de</strong>scripções.<br />
PANICUM 2 L. — Espiguetas 12íloreas dispostas em espigas, racimos<br />
ou paniculas. Gluma inferior muito menor que a segunda, que é sensivelmente<br />
egual á terceira, que em muitos casos tem na axilla uma flor tf ;<br />
glumellas <strong>de</strong> flor fértil eguaes cartilagineas. Estâmes 3. Estyletes 2, terminaes,<br />
estigmas plumosos.<br />
2<br />
Inflorescencia em racimos (falsas espigas) unilateraes, agrupados na extremida<strong>de</strong><br />
do colmo (digitados) Sect, I. Digitaria (Pers.).<br />
Inflorescencia em panicula 2<br />
De -ασπάλος, nome dado por Hippocrates a uma gramínea.<br />
De panis, pão ; sementes nutritivas.
[Panicula <strong>de</strong> racimos (falsas espigas) alternos, solitários ou geminados, comespi-<br />
\ guetas curtamente pedunculadas Sect. II. Echinochloa (Beauv.).<br />
2 <<br />
JPanicula ampla muito ramosa; espiguetas todas nitidamente pedunculadas.<br />
( Sect. III. Eupanicum.<br />
Sect. I. Digitaria (Pers.)<br />
Gluma superior egual a meta<strong>de</strong> das glumellas P. sanguinale L.<br />
Gluma superior maior que as glumellas P. <strong>de</strong>bile Duf.<br />
Panicum sanguinale L. Sp. ed. I, p. 57; Paspalum sanguinale Brot.<br />
1. c. p. 83; Digitaria sanguinalis Scop. ; Willk. et Lange, 1. c. p. 45;<br />
Hackel, Cat. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 266.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1242, 1245, 1809; Soe. Brot. n.° 25.<br />
Planta aqnual multiculmea <strong>de</strong> caule rastejante na base e <strong>de</strong>pois direito;<br />
folhas planas acuminadas mais ou menos pelludas; bainhas pelludas, um<br />
pouco mais curtas que os entrenós; ligula curta truncada e levemente <strong>de</strong>nteada.<br />
Inflorescencia formada <strong>de</strong> 3-10 ou mais racimos na extremida<strong>de</strong> do<br />
caule num ou mais verticillos. Espiguetas aos pares, uma rente, outra pedunculada;<br />
gluma inferior muito pequena triangular ou nulla, gluma superior<br />
lanceolada estreita, 3-nervea ciliada egual a meta<strong>de</strong> da glumella<br />
inferior; terceira gluma da gran<strong>de</strong>za das glumellas, oblongo-lanceolada,<br />
5-nervea, nervuras salientes, as duas lateraes mais próximas da margem<br />
do que da nervura media, ciliada na margem e nas nervuras; glumellas<br />
eguaes em comprimento enerveas, <strong>de</strong>licadamente estrioladas, um pouco<br />
coriaceas.<br />
Hab. nos terrenos cultivados, logares um pouco húmidos em todo o<br />
reino. —• Fl. maio a agosto.<br />
Nome vulg. — Milha digitada.<br />
Alemdouro littoral: Espozen<strong>de</strong>, Braga (E. Sequeira) ; Cabeceira <strong>de</strong> Basto<br />
(D. M. Henriques); Vizella (W. Lima); Porto (Welw., Schmitz). — Beira<br />
central: Guarda, Serra da Estrella, na Senhora do Desterro (J. Daveau).<br />
— Beira littoral : <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller, R. da Cunha); Louriçal, Pinhal<br />
do Urso, Montemor (M. Ferreira); Buarcos (A. <strong>de</strong> Carvalho); Soure<br />
(Moller). — Beira meridional: Pampilhosa da Serra (J. Henriques); Sernache<br />
do Bom Jardim (M. <strong>de</strong> Barros); Castello Branco, Abrantes (R. da<br />
Cunha); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Centro littoral: Vallado, Santarém,<br />
Caldas da Rainha (R. da Cunha) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., J.<br />
Daveau, P. Coutinho, B. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Almeirim (R.<br />
da Cunha). — Algarve: Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (A. Guimarães).<br />
Area geogr. — Europa media e austral, regiões tropicaes e subtropicaes.
10<br />
Panicum débile Desf. Fl. atl. I, p. 89; Digitaria <strong>de</strong>bilis W. exs.<br />
p. 91; Willk. et Lange, 1. c. p. 45; Hackel, Cat. p. 12; Colmeiro, 1. c.<br />
p. 267.<br />
Exsic —Welw. in herb, da Escola Polytechnica.<br />
Planta annual multiculmea ; colmos muito <strong>de</strong>lgados, radicantes nos nós<br />
inferiores ; nós <strong>de</strong> côr escura ; folhas planas acuminadas, scabras nas margens<br />
e nas nervuras, mais ou menos pelludas; limbo curto; bainha mais<br />
longa do que os entrenós; ligula curta truncada. Inflorescencia formada <strong>de</strong><br />
37 racimos digitados ou em pequena panicula. Espiguetas aos pares, uma<br />
rente, outra pedunculada; gluma inferior muito curta, membranosa chanfrada;<br />
gluma superior estreita acuminada, 6nervea, mais comprida do que<br />
as glumellas; terceira gluma 6nervea, quasi egual á flor, ambas ciliadas<br />
nas margens, levemente villosas na base e nos intervallos das nervuras;<br />
glumellas quasi eguaes, um pouco cartilagineas e <strong>de</strong> côr clara; estâmes 3<br />
com antheras <strong>de</strong> côr violetaescura ; estigmas plumosos <strong>de</strong> côr escura.<br />
Hab. nos terrenos arenosos incultos. — Fl. julho.<br />
Centro littoral: Pedrouços, nos areaes (Welw.).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, França meridional, Italia, Africa boreal.<br />
Sect. II. Echinochloa '<br />
Panicum crus-galli L. Sp. ed. 1, p. 56; Echinochloa crusgalli P.<br />
Beauv. apud R. et Sch. Syst. II, p. 477; Brot. 1. c. p. 82; Willk. et<br />
Lange, 1. c. p. 44; Hackel, Cat. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 264.<br />
Exsic. —Welw. n. os<br />
1240 e 1241; Soc. Brot, η. 03<br />
612 e 1273; Fl.<br />
lusit. exs. n.° 417.<br />
Planta annual <strong>de</strong> colmo ascen<strong>de</strong>nte comprimido; folhas largas glabras,<br />
ásperas nas margens; ligula nulla; bainha um pouco dilatada. Inflorescencia<br />
em panicula <strong>de</strong> espigas simples ou subramosas lateraes; espiguetas<br />
dispostas em grupos alternos, pedúnculos curtos, <strong>de</strong>seguaes e longamente<br />
setosos na base; gluma inferior muito mais curta que as superiores, 3nervea<br />
cordiforme ; a segunda e terceira quasi eguaes 5nerveas e todas<br />
ciliadas na margem e nas nervuras; glumella superior <strong>de</strong> flor neutra membranacea<br />
ciliada nas margens; glumellas da flor fértil brancas, lustrosas,<br />
cartilagineas, a inferior mucronada. — Fl. junho a outubro.<br />
Var. Hostii (M. B.), Fl. taur. cauc. Ill, p. 57; Panicum stagninum Host.<br />
Gram. p. 51; Eriochloa crusgallii, 3. aristata Rchb. Icon. fl. germ. fig.<br />
1412.<br />
Diffère da forma typica por ter principalmente a terceira gluma longamente<br />
aristada.
11<br />
Frequente em todo o paiz, entre as cearas <strong>de</strong> milho. — FL junho a<br />
agosto.<br />
Nome vulg. — Milha maior ou pé <strong>de</strong> gallo.<br />
Alemdouro trasmonlano: Bragança (P. Coutinho); Argozello, prox. <strong>de</strong><br />
Vimioso (J. Mariz); Chaves, na serra do Brunheiro (Moller); Villa Real<br />
(D. Monteiro). — Alemdouro littoral: Gerez (M. Ferreira); Espozen<strong>de</strong> (A.<br />
Sequeira); Cabeceiras do Basto (I). M. Henriques); Santo Thyrso (A. Valente)<br />
; Leça <strong>de</strong> Palmeira (S. da Silva); Porto (Schmitz); Vizella (W. Lima).<br />
— Beira littoral: Espinho, visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, S. Fagundo, Choupal,<br />
Fornos (Moller) ; Bussaco (F. Loureiro) ; — var. Hostii: Villa Franca, prox.<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ourentaní (A. <strong>de</strong> Carvalho); paul dArzilla, campos<br />
<strong>de</strong> Fôja (M. Ferreira).—Beira meridional: Idanha-a-Nova, Abrantes, Tramagal,<br />
Villa Velha do Ródão (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />
C. Zimmermann).—<br />
Centro littoral: Runa (R. e Cunha); Caldas da Rainha, Torres<br />
Novas, Santarém, Azambuja (B. da Cunha); Povoa, Collares, Cintra (Welw.);<br />
ilhéu d'Almorol (J. Perestrello) ;—var.: Santarém, Leziria d Azambuja,<br />
Thomar, nas margens do Nabão (R. da Cunha); Cintra (Welw.). — Baixas<br />
do Sorraia: Montargil (A. Cortezão); — var.: Coruche, nas margens do<br />
Sorraia (J. Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Coina; — var.: Pinheiro,<br />
prox. <strong>de</strong> Alcácer, nas marinhas (J. Daveau). — Algarve: Faro, no Espaldão<br />
(A. Guimarães).<br />
Area geogr. — Europa, Africa boreal, Asia, America e Nova Hollanda.<br />
Sect. III. Eiipanicum<br />
Planta rhizoraatosa P. repens L.<br />
Planta com raiz fibrosa P. miliaceum L.<br />
Panicum repens L. Sp. ed. II, p. 87; P. arenarium Brot. 1. c. p.<br />
82; P. coloratum Cav. Ic. 11, t. 110; Willk. et Lange, 1. c. p. 44; Hackel,<br />
1. c. p. 10; Colmeiro, 1. c. p. 263.<br />
Exsic —Welw. n. ps<br />
1244 a 1246; Soe Brot. n.° 295.<br />
Planta perennal, rhizomatosa; colmo <strong>de</strong>cumbente na base, ramoso; folhas<br />
disticadas planas ou parcialmente dobradas, ásperas nas margens,<br />
muito próximas nos colmos estereis; ligula formada por pellos; bainha mais<br />
curta que os entrenós e ciliada na margem. Inflorescencia em panicula formada<br />
<strong>de</strong> racimos direitos com espiguetas pequenas, oblongas agudas, pedunculadas,<br />
solitárias ou em pequenos grupos e distantes uns dos outros ;<br />
gluma inferior muito menor que as outras, suborbicular invaginante; a se-
12<br />
gunda lanceolada aguda 7-9-nervea; a terceira similhante a esta, um pouco<br />
mais larga; glumella <strong>de</strong> flor neutra membranosa, bilobada ; glumellas <strong>de</strong><br />
flor fértil mais curtas do que as glumas lusidias ovaes.<br />
Nome vulg. — Alcarnache ou Escalracho d'agua.<br />
Vulgarissimo nos terrenos arenosos e húmidos. — Fl. junho a outubro.<br />
Alemdouro littoral: Vianna do Castello, Moledo, Espozen<strong>de</strong> (R. da<br />
Cunha); Porto, em QuebrantÕes (Moller). — Beira littoral: Aveiro (E.<br />
Mesquita); <strong>Coimbra</strong>, S. Fagundo (Moller); Moinho do Almoxarife {A. <strong>de</strong><br />
Carvalho); Pinhal do Urso (M. Ferreira); Cabo Mon<strong>de</strong>go (J. Mariz); Albergaria,<br />
Soure, Pombal (Moller). — Centro littoral: Thomar, Caldas da<br />
Rainha. Vallado, Lisboa (R. da Cunha); Cascaes (P. Coutinho). — Baixo<br />
Alemtejo littoral: Alfeite, nas valias, Trafaria, Arrábida (Daveau); Coina,<br />
Setúbal (Welw., A. Luisier). — Algarve: Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
(A. Guimarães) ; Tavira (Daveau); Lagos, Silves, Monchique (Welw.).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea, Africa boreal e austral, Syria.<br />
OBS. — Os exemplares colhidos por Welwitsch em Silves e em Monchique<br />
são bastante distinctos da forma typica, sendo caracterisados pelas folhas<br />
estreitas e enroladas. Nestes caracteres fundou a varieda<strong>de</strong> stenoplnjlla que<br />
não julgo legitima, pois esta forma está perfeitamente ligada áquella por<br />
formas intermediarias. Nos exemplares <strong>de</strong> Monchique encontram-se as<br />
folhas typicas e as da varieda<strong>de</strong> no mesmo individuo.<br />
Panicum miliacenm L. Sp. ed. I, p. 58; Rrot. 1. c. p. 82; Willk.<br />
et Lange, 1. c. p. 44; Hackel, 1. c. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 264.<br />
Planta annual <strong>de</strong> raiz fibrosa; colmo direito <strong>de</strong> 3-12 <strong>de</strong>c, ramoso na<br />
base; folhas planas bastante largas, longamente acuminadas, ásperas na<br />
margem ; bainha pelluda ; ligula formada por feixes <strong>de</strong> pellos. Panicula<br />
ampla <strong>de</strong> ramos mais ou menos recurvados; espiguetas pedunculadas<br />
oblongas acuminadas <strong>de</strong> 3-5 mill. ; gluma inferior 3-nervea, acuminada,<br />
um terço mais curta que as outras; a segunda e a terceira ovaes-acuminadas<br />
9-nerveas ; glumella <strong>de</strong> flor neutra meta<strong>de</strong> mais curta que a terceira<br />
gluma, membranosa quasi enervea ; glumellas <strong>de</strong> flor fértil mais curtas que<br />
as glumas cartilagineas, lustrosas e <strong>de</strong> côr clara.<br />
Cultivado em algumas localida<strong>de</strong>s. — Fl. julho a agosto.<br />
Nome vulg. — Milho meudo.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho).—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller). — Beira central: Guarda (Daveau).— Centro littoral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa, Lumiar (Welw.).<br />
Area geogr. — índia, subespontanea na França e Grécia.
13<br />
SETARIA 1<br />
P. Beauv. — Espiguetas caducas com uma ou duas flores<br />
(a inferior tf na axilla da terceira gluma) dispostas em longa panicula<br />
espiciforme, acompanhadas na base <strong>de</strong> appendices setosos; glumellas por<br />
fim rijas, lustrosas e mais ou menos rugosas.<br />
1<br />
3<br />
(Um a très appendices setosos na base <strong>de</strong> cada espigueta S. itálica P. B.<br />
(Muitos appendices 2<br />
ÍAppendices com pequenas pontas ou <strong>de</strong>ntes voltadas para baixo.<br />
S. verticillata P. B.<br />
Appendices com pequenas pontas voltadas para cima 3<br />
(Segunda gluma superior egualando as glumellas S. viridis P. Β.<br />
(Segunda gluma superior egualando meta<strong>de</strong> das glumellas S. glauca P. B.<br />
Setaria glauca (L.) P. Beauv. Agr. pi 51; Panicum glaucum L. Sp.<br />
ed. I, p. 56; Brot. 1. c. p. 81; Willk. et Lange, 1. c. p. 43; Hackel,<br />
1. c. p. 11; Colmeiro, 1. c. p. 260.<br />
Exsic —Welw. n.° 1271; Soe Brot, η. 03<br />
23 e 23 δ; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 414.<br />
Planta annual; colmo direito, nú em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior;<br />
folhas <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> claro, ásperas, limbo oblongolanceolado, com longos<br />
pellos na base, bainha geralmente mais curta que os entrenós, ligula formada<br />
<strong>de</strong> pellos curtos e <strong>de</strong>nsos. Panicula espiciforme, <strong>de</strong>nsa contínua, <strong>de</strong><br />
côr amarellada e com numerosos appendices mais compridos que as espiguetas;<br />
gluma inferior pequena, 3nervea cordata, invaginante, a segunda<br />
5nervea egualando meta<strong>de</strong> ou pouco mais da flor, terceira gluma 5nervea,<br />
egualando em gran<strong>de</strong>za a llôr fértil, a superior menor e fina ; glumellas<br />
<strong>de</strong> llôr fértil coriaceas alouradas e sulcadas transversalmente e <strong>de</strong>licadamente<br />
pontuadas.<br />
Frequente em todo o paiz, nos terrenos cultivados e na proximida<strong>de</strong> da<br />
agua. — Fl. junho e julho.<br />
Nome vulg. — Milha glauca.<br />
Alemdouro trasmontano: Be<strong>de</strong>, prox. <strong>de</strong> Mezão Frio (S. Silva); Villa<br />
Real (D. Monteiro).—Alemdouro lilloral: Gerez (M. Ferreira); S. Pedro<br />
da Cova (E. Schinitz); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Vizelin<br />
(W. Lima). — Beira lilloral: Espinho (Moller); <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller,<br />
C. Freire, B. e Cunha); Pinhal do Urso (F. Loureiro). — Beira central:<br />
De sela, seda; allusão aos appendices sedosos da base das espiguetas.
Serra da Estrella, em Cêa e na Senhora do Desterro (Welw., J. Henriques);<br />
Fornos d'Algodres, Vizeu (M. Ferreira). — Beira meridional : Pampilhosa<br />
da Serra (J. Henriques); Castello Branco (B. da Cunha). — Centro<br />
littoral: Villa Nova d'Ourem (J. Daveau) ; Thomar, Santarém (R. da Cunha).<br />
— Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral:<br />
Setúbal (J. Daveau). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro-(A. Guimarães).<br />
Area geogr. — Cosmopolita.<br />
Setaria viridis (L.) P. Beauv.; Panicum viri<strong>de</strong> L. Syst. ed. X, p. 870;<br />
Brot. p. 81 ; Willk. et Lange, p. 43 ; Hackel, I. c. p. 11; Colmeiro, p. 261.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 415; Soe Brot. n.° 24.<br />
Planta annual; colmo e folhas similhantes ás da espécie anterior. Panicula<br />
espiciforme <strong>de</strong>nsa, formada <strong>de</strong> espiguetas ellipticas com appendices<br />
setosos longos <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> ou levemente roxa; gluma inferior curta 3nervea,<br />
longamente oval invaginante, a superior 5-nervea egual em gran<strong>de</strong>za<br />
ás flores; glumella inferior da flor tf 5-nervea, a superior meta<strong>de</strong><br />
mais curta lanceolada enervea; glumellas <strong>de</strong> flor fértil coriaceas ellipticas<br />
finamente ponctuadas.<br />
Frequente nas terras cultivadas.—Fl. junho e julho.<br />
Nome vulg. — Milha ver<strong>de</strong>.<br />
Setaria itálica (L.) P. Beauv.; Panicum italicum L. Sp. ed. I, p. 56;<br />
Brot. p. 81; Willk. et Lange, p, 44; Hackel, p. 11; Colmeiro, p. 262.<br />
Planta annual; colmo <strong>de</strong> 5-10 e mais <strong>de</strong>cimetros; folhas ver<strong>de</strong>s planas<br />
largas acuminadas; bainha longamente ciliada nas margens, estriada; ligula<br />
formada <strong>de</strong> pellos. Panicula espiciforme lobada <strong>de</strong> 2-3 cent, <strong>de</strong> diâmetro,<br />
e <strong>de</strong> 2-3 <strong>de</strong>c. <strong>de</strong> comprimento, racurvada ; espiguetas ellipticas obtusas,<br />
acompanhadas <strong>de</strong> appendices solitários, geminados ou ternados bastante<br />
longos; glumas membranosas, a inferior pequena, 3-nervea invaginante,<br />
nascendo a alguma distancia da superior, esta 5-nervea um pouco mais<br />
curta que a flor; glumella inferior <strong>de</strong> flor estéril 5-nervea elliptica, do<br />
mesmo comprimento que a flor fértil ; glumella superior nujla ; glumellas<br />
da llôr fértil coriaceas, finamente pontuadas. Caryopse suborbicular ou oval.<br />
Cultivado em algumas regiões, especialmente no norte do paiz.—
IS<br />
Setaria verticillata (L.) P. Beauv. ; Panicum vertieillatum L. Sp.<br />
ed. II, p. 82; Brot. p. 81; Willk. et Lange, p. 44; Hackel, p. 11; Colmeiro,<br />
p. 262.<br />
Planta annual; colmo <strong>de</strong>lgado ramoso na base; folhas planas acuminadas<br />
glabras; bainha em geral mais curta que os entrenós; ligula curta<br />
membranacea, pelluda na parte dorsal. Panicula espiciforme interrompida<br />
na parte inferior, ficando os grupos <strong>de</strong> espiguetas como verticillados ; espiguetas<br />
ellipticas pequenas; glumas membranosas, a inferior pequena, largamente<br />
oval invaginante, a superior 57nervea, elliptica, <strong>de</strong> comprimento<br />
egual ao <strong>de</strong> llôr fértil; glumella inferior <strong>de</strong> flor estéril similhante á gluma<br />
superior; glumella superior um terço menor do que a inferior, lanceolada<br />
enervea ; glumellas <strong>de</strong> flor fértil ovaes obtusas finamente pontuadas.<br />
Frequente nos terrenos cultivados.—Fl. junho a agosto.<br />
Nome vulg. — Milha verlicillada.<br />
Alemdouro trasmonlano : Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. J. Ochoa); Bragança<br />
(P. d'OIiveira). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong> (Moller); Buarcos (Schmitz).—<br />
Beira meridional: Malpica, Castello Branco, Abrantes (R. da Cunha).—<br />
Centro littoral: Thomar, nas margens do Nabão, Caldas da Rainha, Villa<br />
Franca (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho, R. da<br />
Cunha). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro (A. Guimarães).<br />
Tribu IV. O r y z e a e<br />
Espiguetas hermaphrodites ou unisexuaes 1floreas; flores apparenlemente<br />
terminaes e envolvidas pelas glumellas ordinariamente 1nerveas;<br />
glumas pequenas ou nullas.<br />
Glumas pequenas e acompanhadas <strong>de</strong> pequenas escamas; glumellas muito comprimidas<br />
lateralmente Oryza L.<br />
Glumas nullas ou muito rudimentares; glumellas muticas Leersia Swartz.<br />
ORYZA 1<br />
L. — Espiguetas 1lloreas muito comprimidas lateralmente;<br />
glumas quasi eguaes membranosas lanceoladas muito mais curtas que as<br />
glumellas, 1nerveas. Glumellas coriaceas poncluadas com pellos rijos mais<br />
numerosos no vértice, a inferior mais larga que a superior, mutica ou aristada,<br />
Snervea, a superior 3nervea; estâmes 6; ovário glabro; estigmas<br />
2 plumosos; caryopse livre oblongo branco.<br />
1<br />
Do grego δριιζα, arroz.
1«<br />
Oryza sativa L. Sp. ed. I, p. 333; Brot. p. 596; Willk. et Lange,<br />
p. 36; Hackel, p. 7; Colmeiro, p. 242.<br />
Planta annual; colmo <strong>de</strong> 50 cent, a 1 metro e mais; folhas linearlanceoladas<br />
ásperas; ligula oblonga inteira ou laciniada, limbo auriculado<br />
na base e as auriculas pelludas. Panicula formada <strong>de</strong> espigas direitas.<br />
Cultivado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Estarreja até Grândola, nos terrenos mais ou menos<br />
pantanosos das regiões littoraes. — Fl. agosto.<br />
LEERSIA 2 Swartz. — Espiguetas 1-íloreas comprimidas lateralmente;<br />
glumas nullas; glumellas coriaceas carenadas quasi eguaes em comprimento,<br />
a inferior larga, 3-nervea, mutica, a superior muito estreita 1-nervea; estâmes<br />
3; ovário gíabro, estylete 2 com estigma <strong>de</strong> pellos ramosos; caryopse<br />
oblongo comprimido lateralmente, envolvido pelas glumellas, mas livre.<br />
Leersia oryzoi<strong>de</strong>s (L.) Swartz, Fl. Ind. occid. I, p. 132; Phalaris<br />
oryzoi<strong>de</strong>s L. Sp. ed. III; Willk. et Lange, p. 35; Colmeiro, p. 242.<br />
Planta perennal; colmo <strong>de</strong> 5-12 <strong>de</strong>c. rastejante na base e radicante<br />
nos nós; folhas planas linear-Ianceoladas <strong>de</strong> 4-8 mill, <strong>de</strong> largura ásperas<br />
com a nervura central branca; ligula munto curta obtusa. Panicula ampla<br />
<strong>de</strong> ramos ílexuosos <strong>de</strong>lgados e ásperos; espiguetas voltadas quasi todas<br />
para o mesmo lado <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> pardacenta e separando-se do eixo muito<br />
facilmente quando maduras; glumellas ciliadas nas margens e tendo na<br />
carena feixes <strong>de</strong> pellos <strong>de</strong>seguaes.<br />
Hab. nos logares pantanosos do centro do paiz. — Fl. julho a agosto.<br />
Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>, na ribeira <strong>de</strong> Coselhas, Barcoiço (M. Ferreira).<br />
— Beira meridional: Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Cenlro lilloral: valias<br />
da Azambuja (B. da Cunha).<br />
Area geogr. — Europa media, Itália, Peninsula ibérica, Africa boreal.<br />
Tribu V. JPlialaridLeae<br />
Espiguetas todas férteis 1-íloreas ou com 1-2 flores tf inseridas inferiormente<br />
á flor apparentemente terminal; glumas 4, <strong>de</strong>seguaes, sendo a<br />
terceira e quarta menores que as duas primeiras; glumellas eguaes comprimidas<br />
lateralmente, enerveas ou 1-nerveas muticas. Estyletes distinctos<br />
e os estigmas salientes no vértice da espigueta. Caryopse nú.<br />
z<br />
Dedicada a J. Daniel Leers <strong>de</strong> Herborn.
17<br />
Espiguetas comprimidas lateralmente, e primeira e segunda glumas dilatadas em<br />
forma <strong>de</strong> aza Phalaris L.<br />
Espiguetas não comprimidas lateralmente, primeiras glumas herbáceas <strong>de</strong>seguaes<br />
não dilatadas em aza. Anthoxanthum L.<br />
PHALARIS 1 L. — Inflorescencia em panicula espiciforme compacta<br />
ou mais ou menos interrompida; espiguetas comprimidas lateralmente com<br />
a primeira e segunda gluma <strong>de</strong> forma navicular, tëndo a carena mais ou<br />
menos dilatada em aza membranosa; glumellas luzidias e duras; glumel<br />
lulas distinctas; estâmes 3.<br />
Panicula compacta •'. Sect. I. Euphalaris.<br />
Panicula interrompida ... Sect. II. Digrapbis Trin.<br />
Sect. I. Euphalaris<br />
ι Colmo bolboso na base 2<br />
1<br />
(Colmo não bolboso 3<br />
(Aza carenal larga; glumas internas muito pequenas ou nullas.. Ph. aquática L.<br />
9 )<br />
" )Aza carenal estreita; uma das glumas interna quasi egual a meta<strong>de</strong> da flor.<br />
( Ph. bulbosa L.<br />
4<br />
Panicula curta (pouco mais comprida do que larga) 4<br />
Panicula bem mais comprida do que larga S<br />
(Terceira e quarta glumas egualando meta<strong>de</strong> da flor Ph. canariensis L.<br />
(Terceira e quarta glumas muito pequenas Ph. brachystachis Link.<br />
(Muitas espiguetas estereis e algumas muito modificadas Ph. paradoxaL.<br />
S .<br />
(Espiguetas todas férteis 6<br />
b<br />
(Glumas interiores muito pequenas Ph. truncata Pari.<br />
jUma das glumas internas com um appendice egual a l<br />
/ 3 da glumella.<br />
( Ph. minor Retz.<br />
Phalaris canariensis L. Sp. ed. I, p. 84; Willk. et Lange, p. 36;<br />
Hackel, p. 7; Colmeiro, p. 243.<br />
Planta annual glabra; colmo simples ou ramoso direito; folhas planas,<br />
lineareslanceoladas; ligula membranosa oblonga; bainha <strong>de</strong> folha supe<br />
1<br />
De φαλός, brilhante; allusão ao brilho e côr das flores.<br />
2 XX<br />
1
18<br />
rior muito bojuda. Panicula distante da ultima folha, ovói<strong>de</strong> ou oblonga<br />
<strong>de</strong> côr esbranquiçada com linhas ver<strong>de</strong>s ; primeiras glumas eguaes 3-nerveas,<br />
ovaes carenadas, aza da carena larga e <strong>de</strong>nticulada na meta<strong>de</strong> superior<br />
e estreitando até ά base gradualmente ; glumas interiores linear-lanceolada.s<br />
brancas eguaes em comprimento a meta<strong>de</strong> da llôr; glumellas<br />
concavas cobertas <strong>de</strong> pellos amareliados, a inferior um pouco mais comprida<br />
e mais larga oval 5-nervea, a superior 2-nervea.<br />
Cultivada em pequena escala e muito rara fora das culturas.—Fl. maio<br />
a junho.<br />
Nome vulg. — Alpista.<br />
Area geogr. — Canárias, Europa.<br />
Phalaris brachystachys Link, in Schrad. .Tourn. I, 3, p. 134; Ph.<br />
canariensis Brot. p. 79; Willk. et Lange, p. 36; Hackel, p. 7; Colmeiro<br />
ρ, 244.<br />
Exsic —Welw. n.° 1264 e 1265.<br />
Planta bisannual, similhante ao Ph. canariensis, differindo d'esta por ter<br />
a bainha da folha superior muito menos bojuda e principalmente pela gran<strong>de</strong>za<br />
das glumas terceira e quarta, que são proximamente 6 vezes menores<br />
que a flor.<br />
Vulgar nas searas e ainda em terras incultas. — Fl. maio a junho.<br />
Nome vulg — Alpista.<br />
Alemdouro littoral: Porto (V. Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A.<br />
<strong>de</strong> Carvalho, Moller) ; Miranda do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello) ; Buarcos, Soure<br />
(Schmitz) ; Pombal (Moller) ; Seixo, prox. <strong>de</strong> MontemóroVelho (M. Ferreira).—<br />
Centro littoral : Villa Franca, Azambuja (R. da Cunha); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau) ; Cascaes (P. Coutinho). — Alto Alemtejo:<br />
Marvão, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha). — Baixas do Sorraia:<br />
Montargil (J. Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral: Montevil (Moller); Setúbal<br />
(A. Luisier).— Baixas do Guadiana: Alte (Moller). — Algarve:<br />
Faro, Lagos (Moller, A. Guimarães).<br />
Area geogr, — Região mediterrânea.<br />
Phalaris minor Retz. obs. ΠΙ, p. 8; Ph. aquática Brot. p. 80; Willk.<br />
et Lange, p. 36; Kackel, p. 7; Colmeiro, p. 244.<br />
Exsic—Soc. Brot. n.° 292.<br />
Planta annual; colmo direito ramoso na base; folhas lineares estreitas;<br />
ligula oblonga; bainha superior um pouco dilatada. Panicula oblonga ou<br />
oblongocylindrica <strong>de</strong> côr esbranquiçada com veios ver<strong>de</strong>s, compacta; glumas<br />
exteriores ovaes lanceoladas agudas, tendo na carena uma aza pouco larga,<br />
finamente <strong>de</strong>nteada na parle superior, <strong>de</strong>crescendo regularmente e terminando<br />
á distancia da base; terceira e quarta glumas em forma <strong>de</strong> escamas muito
19<br />
pequenas, tendo a quarta um appendice egualando o terço da flor; glumellas<br />
pelludas, <strong>de</strong>seguaes.<br />
Frequente nas terras cultivadas.—Fl. maio.<br />
Alemdouro lilloral: S. Pedro da Cova (Schmitz); Porto (V. Nogueira,<br />
G. Sampaio).—Beira lilloral: Aveiro (E. Mesquita); <strong>Coimbra</strong>, Soure,<br />
Pombal (Moller) ; Buarcos (Schmitz) ; Marinha Gran<strong>de</strong> (C. Pimentel). —<br />
Beira central: Bussaco (F. Loureiro). — Beira trasmontana: Almeida,<br />
Villar Formoso, Mido (R. da Cunha). — Beira meridional: Malpica (R. da<br />
Cunha). — Cenlro lilloral: Povoa e Meadas (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong><br />
Lisboa (D. S. Silva, Welw., Daveau). — Baixo Alemlejo littoral: Setúbal<br />
(A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Cazevel (Moller); Villa Fernando<br />
(R. Marçal). — Algarve: Faro (A. Guimarães); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
(Daveau, Moller) ; Tavira (Welw.).<br />
Area geogr.—Região mediterrânea, Africa austral e boreal, Arabia.<br />
Pïialaris truncata Guss. Fl. sic. prod, suppl. p. 18; Ph. aquática<br />
Guss. Fl. sic. prod. 1, p. 67; Desfontaines, FI. atl. 1, p. 56; Hackel,<br />
ρ· 8 · , . :<br />
Planta perennal; colmo ramoso na^base; folhas lineares acuminadas, um<br />
pouco ásperas em ambas as faces; ligula oblonga um pouco dilacerada. Panicula<br />
compacta cylindrica não muito distante da folha superior, cuja bainha<br />
é dilatada. Glumas exteriores ovaes lanceoladas, tendo na carena uma aza<br />
Ironcada na parte superior; glumas interiores muito pequenas, quasi eguaes<br />
obtusas ; glumellas pelludas.<br />
Hab. nos terrenos cultivados, mas muito rara. — Fl. março e abril.<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no Choupal (G. Mesnier).<br />
Area geogr.—Italia, França meridional.<br />
Pïialaris paradoxa L. Amen. acad. IV, p. 264; Brot. p. 79; Willk.<br />
et Lange, p. 36; Hackel, p. 8; Colmeiro, p. 244.<br />
Exsic —Soe. Brot. n.° 293; Welw. n.° 1253 e 1256.<br />
Planta annual; colmo simples ou ramoso um pouco <strong>de</strong>itado na base;<br />
folhas lineares ásperas ; ligula lanceolada ; bainha da folha superior ampla<br />
e envolvendo parcialmente a panicula. Panicula oblongoobovada compacta<br />
; espiguetas reunidas em grupos <strong>de</strong> 57, sendo uma fértil e as outras<br />
neutras, <strong>de</strong> comprimento egual ao dos pedúnculos; espiguetas inferiores<br />
mais ou menos <strong>de</strong>formadas; glumas exteriores quasi eguaes lanceoladas,<br />
as das espiguetas ferieis aristadas com 34 nervuras <strong>de</strong> cada lado da carena,<br />
que tem uma aza triangular na meta<strong>de</strong> superior; glumellas <strong>de</strong> espiguetas<br />
neutras 3nerveas, com aza estreita mais ou menos Ironcada e <strong>de</strong>nticulada<br />
na parle superior; glumas interiores muito pequenas escamiformes ;<br />
glumellas lustrosas com poucos pellos.
20<br />
- Não rara no centro e na parte meridional do paiz.—-Fl. junho.<br />
Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (A. <strong>de</strong> Carvalho, Moller); Miranda<br />
do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello); Buarcos (Schmitz). — Centro littoral: Lezíria da<br />
Azambuja (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Monsanto (Welw., Daveau);<br />
Lumiar, Odivellas, Bemíica (Welw., Daveau); Cascaes (P. Coutinho);<br />
S. José <strong>de</strong> Ribamar (D. S. Silva). — Allo Alemtejo: Portalegre (R.<br />
da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal (A. Luisier).-—Baixas do<br />
Guadiana: Cuba (R. da Cunha); Cazevel (Moller). — Algarve: Lagos,<br />
Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio, Castro Marim (Moller).<br />
Area geogr. — Europa austral, Africa boreal, Syria e Canárias.<br />
OBS. — Os exemplares colhidos pelo sr. Daveau na serra <strong>de</strong> Monsanto,<br />
perto da Ponte Nova e no Valle d'Alcantara, são notáveis por terem todas<br />
as espiguetas estereis completamente <strong>de</strong>formadas e com as espiguetas centraes<br />
férteis rígidas. Devem correspon<strong>de</strong>r â varieda<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada por<br />
Schutes como espécie, que <strong>de</strong>signou com o nome <strong>de</strong> Ph. appendiculata.<br />
Phalaris aquática L. Amen. acad. IV, p. 264; Ph. coerulescens<br />
Desf. Fl. atl. I, p. 56; Ph. bulbosa Cav. Icon. I, t. 64; Brot. p. 79;<br />
Willk. et Lange, p. 37; Hackel, p. 7; Colmeiro, p. 245.<br />
Exsic. — Welw. n. os<br />
1251 e 1252; Soc. Brot. n.° 1272.<br />
Planta perennal; colmo simples ou ramoso e bulboso na base; folhas<br />
lineares; ligula oblonga; bainha superior um pouco dilatada. Panicula<br />
espiciforme <strong>de</strong>nsa, oblonga, muitas vezes violácea ou azulada; espiguetas<br />
um pouco mais compridas que os pedúnculos, todas férteis ou algumas<br />
estereis; glumas externas lanceoladas, acuminadas-aristadas 3-5 nerveas;<br />
carena com aza larga recortada-<strong>de</strong>nteada occupando meta<strong>de</strong> ou os dois<br />
terços da carena; glumas internas muito pequenas, escamiformes, terminadas<br />
por um pincel <strong>de</strong> pellos mais compridos do que ellas; glumellas<br />
lustrosas glabras ou com poucos pellos.<br />
Vulgar nos terrenos cultivados e ainda nos incultos. — Fl. na primavera.<br />
Alemdouro lilloral: Darque (B. da Cunha). — Beira littoral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Pousada (Moller) ; Montemór-o-Velho (M. Ferreira); —<br />
Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha). — Centro lilloral: Villa<br />
Franca, Lezíria d'Azambuja, Cascaes (B. da Cunha); serra <strong>de</strong> Monsanto,<br />
Bellas (Welw., Daveau); Olhalvo (Moller); Torres Vedras, Santarém,<br />
Porto <strong>de</strong> Moz (R. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão).<br />
— Allo Alemtejo: Portalegre (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral:<br />
O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio); Monlegil (Moller); Arrábida (A. Luisier).<br />
— Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha) ; Cazevel (Moller).—Algarve:<br />
Faro (Welw.).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea, Africa boreal, Canárias.<br />
í
21<br />
Phalaris »ulbosa L. Cent. pl. var. 1, p. 4; Ph. nodosa L Syst. ed.<br />
XV; Brot. p. 79: Willk. et Lange, p. 37; Colmeiro, p. 245.<br />
Planta perennal, similhante á espécie autece<strong>de</strong>nte da quai diffère principalmente<br />
pelas espiguetas, cujos pedúnculos são eguaes à quarta parte<br />
da espigueta; glumas quasi eguaes lanceoladas agudas com a aza carenal<br />
estreita finamente <strong>de</strong>nteada, occupando pouco mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do comprimento<br />
da nervura carenal ; glumas interiores pequenas tendo uma um appendice<br />
villoso egual ã terça parte da llôr; glumellas villosas.<br />
Hab. nos terrenos cultivados; rara. — Fl. maio a junho.<br />
Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>, em Alcarraques (M. Ferreira); Soure, em Urmar<br />
(Schmitz). — Baixas do Guadiana: Aljustrel (Daveau).<br />
Sect. II. Digraphis Trin.<br />
Phalaris arundinacea L. Sp. ed. I, p. 55; Digraphis arundinacea<br />
Trin. Fund. p. 130; Brot. p. 80; Willk. et Lange, p. 37; Hackel, p. 8;<br />
Colmeiro, p. 246.<br />
Exsic. — Fl. lusit. exs. n.° 1.<br />
Planta perennal; colmo direito <strong>de</strong> 8-15 <strong>de</strong>c com rhizoma rastejante;<br />
folhas compridas e largas, asperas nas margens; ligula oval. Panicula comprida<br />
ramosa <strong>de</strong> côr esver<strong>de</strong>ada ou violácea; espiguetas com pedúnculos<br />
eguaes á quarta parte da llôr; glumas externas quasi eguaes, ovaes agudas,<br />
a inferior 3-nervea, a superior 5-nervea; carena <strong>de</strong>licadamente sarrilhada,<br />
sem aza; glumas internas eguaes ao terço da flor, estreitas longamente<br />
ciliadas; glumellas membranosas, carenadas, quasi glabras, ciliadas<br />
nas margens. Fiôr.<br />
Não rara nos logares húmidos.—Fl. junho a agosto.<br />
Nome vulg. — Caniço malhado.<br />
Alemdouro littoral: Villa Nova'da Cerveira, Lanhellas, Valença (R. da<br />
Cunha).—Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller) ; Buarcos (Schmidt<br />
Goltz). — Beira central: visinhanças <strong>de</strong> Vizeu (M. Ferreira). — Alto Alemtejo:<br />
Redondo (Pitta Simões).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional, Asia, America boreal.<br />
ANTHOXAKTHÜM 1<br />
L. — Espiguetas com pedúnculos muito curtos<br />
1-íloreas, dispostas em panicula espiciforme oblonga, estreita; glumas exteriores<br />
muito <strong>de</strong>seguaes, carenadas, a primeira pequena lanceolada 1-ner-<br />
Do grego άνδο?, Qôr, e ξα^ός, amarello.
22<br />
vea, a segunda maior que as interiores; glumas interiores villosas alistadas;<br />
glumellas pequenas com a parte dorsal arredondada, mulicas; glumellulas<br />
nullas; estâmes 2.<br />
Glumas internas pouco maiores que a flor A. odoratum L.<br />
Glumas internas com o dobro da gran<strong>de</strong>za da ftôr A. aristatum Boiss.<br />
Antboxantbiim odoratum L. Sp. ed. 1, p. 28; Willk. et Lange,<br />
p. 37; Hachel, p. 8; Colmeiro, p. 247.<br />
Exsic —Soe. Brot. n.° 160; Welw. n.° 1263 e 1264.<br />
Planta perennal, cespitosa ; colmo erecto <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong>c. ; folhas lineares<br />
planas; ligula oblonga. Panicula espiciforme oblongocylindrica, pouco compacta,<br />
amarellada e por vezes ramosa na base; glumas externas ovallanceoladas<br />
cuspidadas, serrilhadas na carena; glumas interiores villosas côr <strong>de</strong><br />
castanha, ambas praganosas, nascendo a pragana da inferior no terço superior,<br />
e a da interior ou superior pouco acima da base, sendo esta pouco mais<br />
comprida do que as glumas externas; llôr fértil sempre maior que meta<strong>de</strong><br />
das glumas internas.<br />
ß. majus Hackel, 1. c. p. 8; A. amarum Brot. p. 32; Willk. et<br />
Lange, p. 38; Colmeiro, p. 249.<br />
Diffère do typo por ser mais robusta, folhas mais longas, mais ásperas,<br />
longamente ciliadas; espiguetas maiores; glumas mais acuminadas; glumas<br />
interiores mais compridas, quasi o dobro da ílór; pragana da superior<br />
muito geniculada.<br />
A planta colhida em Villa Nova <strong>de</strong>JMilfontes por Welwitsch, e por elle<br />
referida ao A. ovalum Lag., tem todos os caracteres do A. odoratum, com<br />
excepção da duração, pois parece annual.<br />
Hab. nos logares relvosos e mais ou menos frescos do centro e norte<br />
do paiz. — Fi. maio a junho.<br />
Nome vulg. — Feno <strong>de</strong> cheiro, β. Feno <strong>de</strong> cheiro amargoso.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Montesinho (Moller);<br />
Moncorvo (J. Mariz); Regoa (W. Lima); ß. Adorigo (Schmitz). — Alemdouro<br />
littoral: Ancora, Caminha, Valença, MonteDôr, Torporiz (R. da<br />
Cunha) ; Penedo, Gerez (J. Henriques, Moller) ; S. Pedro da Cova (Schmitz) ;<br />
Porto (V. Nogueira); β. Serra do Soajo (Moller); Villa Nova da Cerveira,<br />
Melgaço, Monsão, Ancora, Caminha (R. da Cunha); Braga (Welw.).—<br />
Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Choupal (C. Freire); β. Choupal<br />
(Moller); Ponte da Mucella (M. Ferreira). — Beira central: Serra da Estrella<br />
(Moller); β. Caramullo, Lobão (Moller); Côja, Vizeu, Sabugosa (M.<br />
Ferreira); S. Pedro do Sul, Vouzella (Schmitz). — Beira írasmontana:
23<br />
Almeida, Castello Mendo, Castello Bom (B. da Cunha). — Beira meridional:<br />
Alcai<strong>de</strong> (U. da Cunha); Figueiró dos Vinhos (V. <strong>de</strong> Freitas). — Centro<br />
littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: Villa<br />
Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.).<br />
Area geogr. — Europa, Asia e Africa boreal. A var. é propria da península<br />
ibérica.<br />
AntnoxantlHim aristatum Bois. Voy. bot. dans le midi <strong>de</strong> l'Esp. II,<br />
p. 638; A. odoratum Brot, (pro parle), p. 32; A. Puellii Lec. et Lam.<br />
Cat. pl. Anv. p. 385; Willk. et Lange, p. 38; Hackel, p. 9; Colmeiro,<br />
p. 248.<br />
Exsic. —Welw. n.° 1262 e 1265; Soc. Brot. n. cs<br />
15, 21 e 160.<br />
Planta annual ou bisannuel, mais pequena do que a espécie anterior.<br />
Panicula oblonga pouco <strong>de</strong>nsa; espiguetas geralmente menores; llôr fértil<br />
egual ou pouco maior que as glumas interiores; pragana da superior muito<br />
mais comprida que as glumas exteriores.<br />
Frequente nos logares relvosós especialmente nas montanhas da região<br />
central e boreal. — Fl. fevereiro a junho.<br />
Alemdouro trasmontano : Murça (M. Ferreira); Villa Real (D. Monteiro).<br />
— Alemdouro lilloral: Serra do Gerez (J. Henriques); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso<br />
(Couceiro); Valença, Caminha, S. Pedro da Torre, Villa Nova da Cerveira<br />
(R. da Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, entre Vallongo e S. Pedro da Cova<br />
(J. Henriques); Bougado (Padrão).— Beira littoral: Aveiro (J. Henriques);<br />
entre Oliveira <strong>de</strong> Bairro e Aveiro (M. Ferreira); vizinhanças <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>, serra da Louzà, Miranda do Corvo (Moller); pinhal do Urso<br />
(M. Ferreira). — Beira trasmonlana: Villar Formoso, Trancoso (M. Ferreira).—<br />
Beira central: Serra da Estrella (Daveau, Moller); S.Roma,<br />
Cannas <strong>de</strong> Sabugosa, Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong>, entre Celorico e Fornos<br />
(M. Ferreira); Ton<strong>de</strong>lla, serra do Caramullo (Moller); Arganil, Ponte da<br />
Mucella (M. Ferreira). — Beira meridional: Pampilhosa da Serra (J. Henriques);<br />
Castello Branco, Alpedrinha, Malpica (R. da Cunha); Soalheira<br />
(P. e<br />
Zimmermann).— Centro littoral: Marinha Gran<strong>de</strong> (C. Pimentel); Pinhal<br />
d'Azambuja (Daveau); Cintra, Lumiar (Welw.); Estoril (P. Coutinho).—<br />
Baixo Alemtejo littoral: pinhaes da Amora (Welw.); entre S.<br />
Thiago <strong>de</strong> Cacem e S. Bartholomen (Daveau); Sines (Welw.). — Baixas<br />
do Guadiana: Beja (R. da Cunha).—Algarve: Nos pontos mais altos da<br />
Serra <strong>de</strong> Monchique, Foia e Picota (Welw., Bourgeau).<br />
Area geogr. — Europa austral e occi<strong>de</strong>ntal, Africa boreal.<br />
OBS. — É extremamento variável esta espécie com relação a gran<strong>de</strong>za.<br />
Exemplares colhidos nas altas regiões da Serra da Estrella e alguns colhidos<br />
por Welwitsch em Cintra, Foia e Sines, têm apenas 5-10 cent., ao
24<br />
passo que outros tem perto <strong>de</strong> 50 cent. Taes são alguns <strong>de</strong> Villar Formoso.<br />
Eguaes variações se po<strong>de</strong>m observar^ com relação á gran<strong>de</strong>za relativa<br />
das diversas parles das espiguetas, como bem notou o prof. Hackel.<br />
Wehvitsch tinha feito egual observação.<br />
Alguns exemplares approximamse bastante do A. odoratum, com o<br />
qual Brotero <strong>de</strong> certo os confundiu. Estão neste caso, entre outros, os<br />
exemplares colhidos pbr Wehvitsch no Lumiar.<br />
j r o s t i d e a e<br />
Espiguetas em geral $5, 1íloreas, com a rachilla muitas vezes prolongada<br />
para além da glumella superior; glumas 2, frequentes vezes <strong>de</strong>seguaes,<br />
geralmente tão longas ou mais do que as glumellas, raríssimas<br />
vezes nullas; glumella superior geralmente 2nervea; caryopse não sulcado.<br />
!<br />
Glumella inferior tornandose com a maturação mais rija que as glumas e envolvendo<br />
completamente a superior Subtribu Stipeae.<br />
Glumella inferior geralmente hyaliua ou membranosa, sempre mais <strong>de</strong>licada do<br />
que as glumas; semente livre ou levemente envolvida por ella 2<br />
Estigmas subplumosas, nascendo os pellos em todas as direcções e sahindo por<br />
entre os vertices das glumellas Subtribu Phleoi<strong>de</strong>ae.<br />
Estigmas nitidamente plumosos (pellos disticados), sahindo pelos lados das espiguetas<br />
ou ficando incluídos nas glumellas (raramente). Subtribu Euagrosteae.<br />
Subtribu Stipeae<br />
Glumella inferior estreita terminando por uma pragana persistente, torcida e geniculada<br />
Stipa L.<br />
Glumella inferior larga elliptica ou ovada terminando por uma pragana fina, caduca,<br />
logo <strong>de</strong>pois da floração Oryzopsis Mich.<br />
Glumellas sem pragana Milium L.<br />
STIPA 1<br />
L. — Espiguetas com uma única flor tj e pedicellada. Glumas<br />
estreitas mais compridas do que as glumellas e terminadas em ponta<br />
1<br />
De στύπη, filamentos; allusão ás barbas das flores.
25<br />
aguda e longa; glumella inferior terminada por uma pragana torcida na<br />
parte subjacente á curvatura, caduca. Folhas em geral estreitas, dobradas<br />
ou enroladas e muito consistentes, inflorescencia em panicula.<br />
(Glumella inferior 2iida nascendo a pragana no angulo formado pelos lóbulos, a<br />
^ Ι, superior 2cuspidada : ? a. Macrochloa Kunth. 2<br />
2<br />
3<br />
(Glumellas inteiras ß. Aristella Trinius. 3<br />
(Panicula ampla St. arenaria Brot.<br />
(Panicula longa estreita St. tenacíssima Kunth.<br />
(Panicula longa estreita com espiguetas muito distantes St. gigantea Lag.<br />
(Planta pequena; panicula <strong>de</strong>nsa por fim torcida... St. tortilis Duf.<br />
Stipa arenaria Brot. Fl. lusit. p. 86; St. gigantea Link, in Schrä<strong>de</strong>r,<br />
Jour. IV, p. 313; Macrochloa arenaria Kunth, Gram. I, p. 59; Willk. et<br />
Lange, p. 60; M. gigantea Hackel, p. 16; Colmeiro, p. 300.<br />
Exsic. —Fl. lusit.'exs. n.° 1251; Welw. n. os<br />
1268 e 1269.<br />
Planta perennal cespitosa; colmos <strong>de</strong> 50150 cent.; folhas radicaes.<br />
lineares planas ou dobradas (folhas novas ou seccas) ásperas nas margens<br />
<strong>de</strong> 3090 cent. ; bainha curta ; folhas caulinares com limbo curto e bainha<br />
muito comprida; ligula ora curta e truncada, ora allongada e pelluda na<br />
face dorsal. Panicula gran<strong>de</strong>, ramos pen<strong>de</strong>ntes afastados uns dos outros;<br />
espiguetas sustentadas por pedúnculos longos, capillares; glumas membranosas<br />
quasi eguaes, 3nerveas, apiculadas; glumellas estreitas lanceoladas,<br />
a inferior 2fida, cobertas <strong>de</strong> longos pellos sedosos excepto nas extremida<strong>de</strong>s,<br />
tendo uma longa pragana glabra torcida na meta<strong>de</strong> inferior articulada,<br />
inserida junto ao angulo formado pelas duas iacinias da glumella;<br />
glumella superior inteira ou 2cuspidada com pellos na linha dorsal; caryopse<br />
longo estreito com um sulco longitudinal.<br />
Hab. nos terrenos seccos e arenosos, e com especialida<strong>de</strong> nas montanhas.—<br />
Fl. março a agosto.<br />
Nome vulg. — Baracejo.<br />
Alemdouro Irasmonlano: Miranda do Douro, Vimioso (J. Mariz).—Alemdouro<br />
littoral: Serra do Gerez (J. Henriques); Parafita (G. Sampaio).—<br />
Beira littoral: Loeirosa, Pinhal do Urso (F. Loureiro); Serra da Louzã<br />
(Moller). — Beira trasmonlana: Almeida, Trancoso (M. Ferreira); Mido<br />
(R. da Cunha). — Beira central: Serra da Estrella até 1400 <strong>de</strong> altura<br />
(J. Henriques, Daveau, Moller); Serra do Caramullo (Moller); entre Celorico<br />
e Fornos (M. Ferreira). — Beira meridional: Covilhã, Castello Branco<br />
(R. da Cunha).— Centro littoral: Estoril e Cascaes (P. Coutinho); Monta
26<br />
chique (Welw.); Cintra (Hackel). — Baixo Alemtejo littoral: do Alfeite a<br />
Mouta, entre Grândola e Alcácer, S. Thiago <strong>de</strong> Cacem (Daveau); Coina<br />
(Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemtejo: proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Évora<br />
(Daveau); Portalegre (R. da Cunha).—Baixas do Guadiana: Beja (R.<br />
da Cunha); Villa Fernando (R. Larcher). — Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente<br />
(Welw.); Faro, nos pinhaes (Rourgeau, Moller).<br />
Area geogr. — Península ibérica.<br />
Stipa tenacíssima L. Amen. Acad. IV, p. 266; Brot. p. 86; Macrochloa<br />
tenacíssima Kunth, Gram. I, p. 59; Willk. et Lange, p. 60; Hackel,<br />
p. 16; Colmeiro, p. 229.<br />
Exsic —Welw. η. 03<br />
1266 e 1267.<br />
Diffère principalmente da espécie anterior pelas folhas mais curtas (40<br />
cent.), mais resistentes, enroladasfiliformes; pela panicula <strong>de</strong> 2028 cent,<br />
<strong>de</strong> comprimento estreita com as espiguetas quasi rentes ; pela pragana menor<br />
e villosa em toda a parle torcida.<br />
Hab. nos terrenos áridos. — Fl. junho e julho.<br />
Nome vulg. — Esparto.<br />
Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Welw.); Olhão,<br />
Tavira (Guimarães).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, Africa boreal.<br />
Stipa tortilis Desf. Fl. atl. I, p. 99; St. humilis Brot. Phytogr. lusit.<br />
fase I, e Fl. lusit. p. 86; Willk. et Lange, p. 58; Hackel, p. 16; Colmeiro,<br />
p. 296.<br />
Exsic —Welw. n. 03<br />
1272, 1274 e 1275; Soe Brot. n.°,606.<br />
Planta annual ou bisannual, cespitosa; colmo <strong>de</strong> 740 cent, inclinado<br />
na base, <strong>de</strong>pois direito; folhas linearessetaceas enroladas, um pouco glaucas;<br />
bainha mais curta que os entrenós e a superior dilatada, envolvendo<br />
a parte inferior da panicula; ligula muito curta troncada ciliada. Panicula<br />
espiciforme farta, mais ou menos compacta e por fim torcida; glumellas<br />
quasi eguaes linearlanceoladas terminadas em ponta muito longa glabras,<br />
membranaceas transparentes, a inferior 1nervea, a superior 3nervea na<br />
parte inferior; glumellas muito mais curtas que as glumas, inseridas num<br />
pedúnculo egual a 1<br />
/3 das glumas achatado e com duas linhas <strong>de</strong> pellos;<br />
glumella inferior toda coberta <strong>de</strong> pellos curtos e articulandose na parte<br />
superior com uma pragana <strong>de</strong> 510 cent, torcida e villosa na meta<strong>de</strong> inferior<br />
e áspera na meta<strong>de</strong> superior.<br />
Hab. os terrenos áridos e arenosos. — Fl. abril e julho.<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, em Santa Clara e nos arcos <strong>de</strong> S. Sebastião<br />
(M. Ferreira). — Beira meridional: Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).
·· 27<br />
— Centro littoral: Lisboa, na Tapada d'Ajuda, em Belém (Welw.); Monsanto<br />
(Daveau, P. Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Arrábida, Cezimbra,<br />
Setúbal (Moller).—Allo Alemtejo: Évora (Moller); Redondo (P. Simões).—<br />
Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Serpa (Daveau);<br />
Mértola (Moller).—Algarve: nas colunas seccas, entre Tavira e Castro<br />
Marim (Welw.) ; Faro, Olhão (Moller).<br />
Area geogr. — Europa austral.<br />
Stipa gigantea Lag. Gen. et sp. η. 27; Willk. et Lange, p. 59.<br />
Planta perennal cespitosa; colmo <strong>de</strong> 70 cent.; folhas filiformes enroladas<br />
pubescentes na face superior; ligula allongada troncada, pubescente<br />
no dorso; bainha das folhas radicaes curta, a das caulinares longa mas mais<br />
curta que os entrenós. Panicula envobida na base pela bainha superior,<br />
longa, estreita; espiguetas pedunculadas; glumas lanceoladolineares membranosas<br />
3nerveas, terminadas por uma ponta muito comprida ; glumellas<br />
muito mais curtas que as glumas, a inferior mais ou menos pelluda até<br />
pouco mais do meio, sendo os pellos dispostos em linhas e terminando por<br />
uma pragana torcida na parte inferior muito longa (2630 cent.), levemente<br />
pubescente nos ângulos.<br />
Hab. nas terras fracas. — Fl. junho e julho.<br />
Beira trasmontana: Almeida e Castello Bom, nas margens do Côa (B.<br />
da Cunha).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, Sicilia, Grécia, Creta, Africa boreal.<br />
ORYZOPSIS 1<br />
Michaux. — Espiguetas 1floreas em panicula; glumas<br />
mais compridas que a flor; glumella inferior coriacea luzidia envolvendo<br />
a superior pelas margens, tendo uma pragana articulada na base e muito<br />
caduca; estâmes 3; estyletes 2 terminaes muito curtos; estigmas plumosos<br />
salientes na base da ílôr; caryopse completamente envolvido nas<br />
glumellas.<br />
Oryzopsis miliaeea (L.) Richter, Plantae europ. p. 33 ; Agrostis miliacea<br />
L. Sp. ed. I, p. 61; Brot. Fl. lusit. p. 74; Phyt. t. 102 e 103;<br />
Piptatherum multiflorum P. Beauv. Agr. p. 18; P. miliaceum Coss. nol.<br />
p. 129; Willk. et Lange, p. 61; Hackel, p. 17; Colmeiro, p. 303.<br />
Exsic. —Welw. n.° 1239; Soc. Brot. n.° 451.<br />
Planta perennal rhizomatosa; rhizoma dando muitos colmos duros ra<br />
De ορίιζα, arroz, e όφις, similhança.
28<br />
mosos <strong>de</strong> 12-50 cent.; folhas linear-lanceoladas a principio planas e por<br />
fim enroladas; ligula curta e troticada; bainha mais curta que os entrenós.<br />
Panicula ampla muito ramosa, mais inclinada para um lado, formada <strong>de</strong><br />
ramos <strong>de</strong> <strong>de</strong>segual gran<strong>de</strong>za agrupados nos nós; espiguetas pedunculadas<br />
pequenas ovói<strong>de</strong>s; glumas ovnes-lanceoladas, 3-nerveas na meta<strong>de</strong> inferior,<br />
scabras na meta<strong>de</strong> superior, a inferior apiculada um pouco maior que<br />
a superior; glumella inferior rija, clara, luzidia, glabra, tendo pouco abaixo<br />
da extremida<strong>de</strong> uma pequena pragana scabra, mais comprida que as glumas<br />
e muito caduca. Antheras pelludas na extremida<strong>de</strong> superior.<br />
Vulgar em todo o paiz, nas margens dos caminhos, nos muros, nos terrenos<br />
áridos. — FL durante quasi todo o anno.<br />
Nome vulg. — Talha-<strong>de</strong>nle.<br />
Beira littoral : <strong>Coimbra</strong>, Montemor (Moller); Buarcos (Schmitz). — Beira<br />
central: Serra da Estrella, em Manteigas (Daveau). — Centro littoral: Torres<br />
Novas (R. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau, O. Simões);<br />
Cascaes (P. Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Palmella (Daveau);<br />
Setúbal (A. Luisier) ; O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio). — Algarve: Faro (A.<br />
Guimarães); Portimão (Welw.).<br />
MILIUM L. — Espiculas 1-íloreas em panicula; glumas 2 eguaes, <strong>de</strong><br />
mesmo comprimento quj a flor, arredondadas, quasi eguaes, membranosas;<br />
glumella inferior coriacea luzidia sem pragana.<br />
Milium veniale Marsch. Bieb. FI. t. c. 53; Agrostis vernalis Poir.<br />
Encycl. Suppl. I, p. 259.<br />
b. scabrum (Bich.) in Merl. herb. Maine-et-Loire, p. 220; Milium<br />
confertum Mar. Fl. rom. I, p. 52.<br />
Planta annual; colmo pequeno e <strong>de</strong>lgado áspero e nú em gran<strong>de</strong> extensão<br />
na parte superior; folhas linear-lanceoladas planas <strong>de</strong> côr pallida;<br />
limbo curto; ligula allongada e troncada; bainha áspera muito menor que<br />
os entrenós. Panicula pequena, ramos distantes e curtos; espiguetas ovói<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> 2 Y2 mill.; glumas ovaes concavas 3-nerveas quasi eguaes e pouco<br />
maiores que a ílôr, com a superficie coberta <strong>de</strong> pequeníssimos tubérculos ;<br />
glumellas coriaceas muito lustrosas.<br />
Begiões frescas das montanhas.—Fl. maio.<br />
Alemdouro trasmontano : Cerviçães, perto <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong> Espada á Cinta<br />
(J. Mariz).<br />
Area geogr. — Sicilia e Península ibérica.
29<br />
Subtribu PMeoi<strong>de</strong>ae<br />
Espigas ou falsas espigas envolvidas em parte pela folha ou folhas superiores 1<br />
;<br />
. J espiguetas mutieas 2<br />
(Espigas ou falsas espigas não envolvidas pela folha superior 3<br />
[Espigas <strong>de</strong>nsas mais largas que compridas envolvidas peias bainhas das duas<br />
ι folhas superiores, cujo limbo é curto, duro e apiculado Crypsis Ait.<br />
2 l Espiga mais longa do que larga em parte envolvida pela bainha da folha supe<br />
( rior (geralmente), cujo limbo é longo e flexível Heleochloa Hort.<br />
3<br />
4<br />
(Inflorescencia em falsa espiga, cvlindrica ou oval 4<br />
(Inflorescencia em espiga <strong>de</strong>licada Mibora Ádans.<br />
[Glumellas com pragana dorsal '. Alopecurus L. ·<br />
(Glumellas sem pragana .· Phleum L.<br />
CRYPSIS 2<br />
Ait. — Espiguetas pequenas mulicas; glumella 1nervea;<br />
setames 2; caryopse adherindo á gluma e glumellas, mesmo algum tempo<br />
<strong>de</strong>pois das espiguetas se separarem.<br />
Crypsis aculeata Ait. Hort. Kew. I, p. 48; Schoenus aculeatus L.<br />
Sp. ed. I, p. 42; Agroslis aculeata Scop. Fl. car. I, p. 62; Willk. et Lange,<br />
p. 39; Hackel, p. 105; Colmeiro, p. 250.<br />
Exsic. —Fl. lusit. exs. n.° 13M; Welw. n.° 1249.<br />
Planta annual pequena ramosa na base ; colmos encostados â terra dispostos<br />
circularmente; folhas <strong>de</strong> limbo lanceoladoacuminado curto, <strong>de</strong><br />
ver<strong>de</strong> glauco; bainha meta<strong>de</strong> mais curta que os entrenós, as superiores<br />
dilatadas, as duas ultimas envolvendo a espiga, mais ou menos <strong>de</strong> côr violeta;<br />
ligula substituída por pellos. Panicula espiciforme quasi espherica;<br />
glumas mais curtas que a flor, carenadas e ciliadas na linha carenal, membranaceas,<br />
a superior um pouco mais comprida e larga; glumellas quasi<br />
eguaes, membranosas, a inferior ciliada na nervura dorsal e com uma lista<br />
ver<strong>de</strong>.<br />
Hab. nes terras arenosas e <strong>de</strong> preferencia nas proximida<strong>de</strong>s da costa<br />
maritima. — Fl. junho a agosto.<br />
1<br />
Na Heleochloa alopecuroi<strong>de</strong>s este caracter é menos distincto.<br />
* De κρύπτω, ou escondo; allusão ás folhas, que quasi occultam a espiga.
3d<br />
Alemdouro lilloral: Leça <strong>de</strong> Palmeira, nas margens do rio (G. Sampaio).<br />
— Centro littoral: Almeirim, eampos da Gollegã (R. da Cunha); Friellas,<br />
Povoa (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: Trafaria, nas areias (Daveau).<br />
Arca geogr. — Europa media e austral, Africa boreal e Asia.<br />
HELEOCHLOA 1<br />
Host. — Espiguetas pequenas brevemente pedunculadas,<br />
dispostas em pequenos grupos num eixo allongado. Glumella inferior<br />
2-nervea; estâmes 3.<br />
Heleochloa schoenoi<strong>de</strong>s (L.) Host. Gram. I, p. 23; Phleum schoenoi<strong>de</strong>s<br />
L. Sp. ed. I, p. 60; Crypsis schoenoi<strong>de</strong>s Lamk. 111. I, p. 166;<br />
Willk. et Lange, p. 39; Colmeiro, p. 250.<br />
Exsic.— Welw. n.° 1247 e 1248.<br />
Planta annual; colmo <strong>de</strong> 2-30 cent, <strong>de</strong>itados sobre a terra ou levantados;<br />
folhas curtas planas lanceolado-acuminadas glaucas; bainha dilatada<br />
e muito nas superiores, a ultima das quaes (por vezes as duas ultimas)<br />
envolve a base das panicula. Panicula allongada cylindro-conica ; ramos<br />
muito curtos, sustentando algumas espiguetas, que são pequenas agudas;<br />
glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes ciliadas na nervura media, menores que a flor;<br />
glumellas quasi eguaes, a inferior aguda ciliada na meta<strong>de</strong> superior da nervura<br />
media.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e húmidos. — Fl. junho a setembro.<br />
Beira meridional: Castello Branco, na ribeira da Lyra, Villa Velha,<br />
Abrantes, nas margens do Tejo (R. da Cunha). — Centro littoral: Lezíria<br />
d'Azambuja, Santarém, Valle <strong>de</strong> Figueira, margem do Tejo, prox. a Lisboa<br />
(R. da Cunha); Friellas e Povoa, Villa Nova da Rainha (Welw.);<br />
margens da ribeira d Alcantara (Daveau). — Baixas do Sorraia: Almeirim,<br />
Tramagal (R. da Cunha); Coruche, margens do Sorraia (Daveau).<br />
Area geogr.—Europa meridional, Africa boreal, Siberia altaica.<br />
Heleochloa alopecuroi<strong>de</strong>s Host. Gram. I, p. 29; Crypsis macrostachya<br />
Brot. p. 78; Cr. alopecuroi<strong>de</strong>s Schrad. Fl. germ. I, p. 167; Hackel,<br />
p. 10; Colmeiro, p. 251.<br />
Planta annual; colmo <strong>de</strong> 8-40 cent, geralmente muito ramoso; folhas<br />
<strong>de</strong> limbo curto plano um pouco glaucas; bainha cylindrica, a superior um<br />
pouco dilatada quando envolve a base da panicula ; ligula substituída por<br />
pellos. Panicula espiciforme cylindrica ou oval, <strong>de</strong> côr violácea, <strong>de</strong> 2 Yg-<br />
27 Ya cent, <strong>de</strong> comprimento distante da ultima folha ou com a base envol-<br />
De έλος, pântano, e xkóa, gramínea.
31<br />
vida nella; glumas lanceoladas membranosas <strong>de</strong>seguaes, scabras ou ciliadas<br />
na carena; glumellas membranosas um pouco maiores que as glumas, a<br />
inferior um pouco scabra na mela<strong>de</strong> superior.<br />
Hab. na margem dos rios e em terrenos húmidos. — Fl. junho a setembro.<br />
Alemdouro trasmontano: margens do Douro, perto da Regoa (Link.);<br />
perto da Estação do Ferrão (Schmilz). — Beira meridional: Abrantes, na<br />
margem do Tejo (R. da Cunha). — Centro littoral: Leziria d'Azambuja<br />
(R. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Almeirim, na margem do Tejo (R.<br />
da Cunha); Coruche, nas margens do Sorraia (Daveau).<br />
Area geogr.—Europa meridional.<br />
PHLE1M 1<br />
L. — Inflorescencia em panicula espiciforme ou em espiga<br />
cylindrica, não envolvida pela bainha da ultima folha ; glumas carenadas,<br />
sendo a carena prolongada em ponta ou curta pragana ; glumella inferior<br />
mutica; glumella superior 2nervea; estâmes 3.<br />
Espiguetas com prolongamento da rachila acima da flor. Glumellas troncadas<br />
transversalmente e bruscamente aristadas ,... Sec. Euphleum.<br />
I Ph. praiense. 1<br />
2<br />
3<br />
Espiguetas sem prolongamento da rachila. Glumas acuminadas obliquamente e<br />
em geral insensivelmente Sec. Chilochloa P. Beauv. 2<br />
1 Glumas com a carena ciliada. Ph. arenarium L.<br />
(Glumas com a carena glabra ou áspera .' 3<br />
1 Glumas fortemente troncadas Ph. asperum Jaq.<br />
(Glumas insensivelmente acuminadas Ph. Boehmeri Wib.<br />
See. Euphleum<br />
Phleum praiense L. Sp. ed. I, p. 59.<br />
b. nodosum (L.) ; Ph. nodosum Brot. p.77; Willk. et Lange, p.<br />
39; Hackel, p. 10; Colmeiro, p. 252.<br />
Exsic —Soc. Brot. n.° 294.<br />
Planta perennal cespitosa; colmo bolboso na base um pouco inclinado<br />
De Φλ;'ως, nome da tabûa com cuja espiga se assimilha á d'estas plantas.
e <strong>de</strong>pois direito, geralmente sem folhas próximas da inflorescencia; folhas<br />
lineares planas não muito compridas com as margens ásperas ; bainha mais<br />
curta que os entrenós; ligula oval um pouco <strong>de</strong>nteada. Espiga cylindrica<br />
compacta comprida ; glumas eguaes, oblongas troncadas quasi um angulo<br />
recto e prolongadas num bico que quasi eguala ]<br />
/í do comprimento total<br />
da gluma, carenadas e ciliadas na carena ; glumellas membranosas quasi<br />
do mesmo comprimento, meta<strong>de</strong> mais curtas que as glumas; a inferior<br />
mais larga oval-arredondada, mais ou menos recortada; a superior 2-carinada.<br />
Hab. nos terrenos húmidos, relvosos. — Fl. junho a julho.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, nos lameiros e searas (P. Coutinho);<br />
Ricafé, prox. a Bragança (Moller) ; Miranda do Douro (J. Mariz); Pinhão<br />
(M. Ferreira).—Beira trasmonlana: Mido (R. da Cunha). — Beira littoral:<br />
<strong>Coimbra</strong> (Moller, C. Freire); Urmar, prox. <strong>de</strong> Soure (Schmitz).—<br />
Centro littoral: Serra <strong>de</strong> Min<strong>de</strong>, Porto <strong>de</strong> Moz (R. da Cunha) ; Pinheiro,<br />
Oli<strong>de</strong>s, visinhança <strong>de</strong> Lisboa (Daveau). — Alto Alemtejo: Villa Franca (R.<br />
Larcher). — Baixo Alemtejo littoral: Arrábida (Daveau).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
Sec. Ghilochloa P. Beauv.<br />
Phleum Boebmeri Wib. Prim. 11. Werth, p. 128; Willk. et Lange,<br />
p. 39; Colmeiro, p. 283.<br />
Planta perennal cespitosa dando numerosos fascículos <strong>de</strong> folhas; colmo<br />
direito attingindo SO cent. ; folhas caulinares curtas lineares <strong>de</strong> margens<br />
ásperas; bainha <strong>de</strong> folha superior muito comprida acompanhando a panicula.<br />
Panicula espiciforme muito comprida (10-14 cent.) estreita; ramos<br />
curtos sustentando muitas espiguetas; espiguetas pequenas esver<strong>de</strong>adas;<br />
glumas quasi eguaes troncadas muito obliquamente, quasi eguaes ciliadas<br />
ou scabras na carena, que se prolonga numa curta ponta; glumellas membranosas<br />
<strong>de</strong>seguaes, a inferior parcamente villosa, quasi eguaes a meta<strong>de</strong><br />
das glumas.<br />
Hab. nos logares húmidos e relvosós. — Fl. maio a julho.<br />
Alemdouro trasmontano: Freixo <strong>de</strong> Espada á Cinta, em Carviçaes (J.<br />
Mariz).<br />
Area geogr. — Europa media e oriental, Asia.<br />
Phleum arenarium L. Sp. ed. Ï, p. 60; Willk. et Lange, p. 40;<br />
Hackel, p. 10; Colmeiro, p. 283; Crypsis arenaria Brot. p. 77.<br />
Exsic —Soc. Brot. n.° 1173.<br />
Planta annual ; colmo ramoso direito curto (2-8 cent.) ; folhas <strong>de</strong> limbo
33<br />
curio linear plano; bainha mais comprida que os entrenós, a superior dilatada<br />
e frequentemente envolvendo a base da inflorescencia ; ligula obtusa<br />
<strong>de</strong>nticulada. Panicula espiciforme compacta ellipsoidal; ramos muito curtos<br />
com muitas espiguetas pequenas; glumas lanceoladolineares coriaceas na<br />
parte dorsal, membranosas na parte marginal, longamente ciliada na meta<strong>de</strong><br />
superior da parte dorsal e nas margens; glumellas menores que meta<strong>de</strong><br />
das glumas, levemente villosas. Prolongamento da rachila pequeno e<br />
muito fino.<br />
Hab. na terra arenosa nas margens dos rios. — Fl. maio e junho.<br />
Alemdouro littoral: Vianna do Castello (R. da Cunha); Villa do Con<strong>de</strong>,<br />
visinhanças do Porto (C. Barbosa). — Beira e centro littoral: margens do<br />
Mon<strong>de</strong>go (Brot.).—Baixo Alemtejo lilloral: Trafaria (Brot.).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
ALOPECURUS 1 L. — Inflorescencia espiciforme cylindrica ou oval.<br />
Glumas mulicas ordinariamente ciliadas na carena; glumella única com<br />
pragana dorsal.<br />
2<br />
(Planta perennal com panicula ovoi<strong>de</strong>oblonga A. bracbystachys M. B.<br />
íPlanta annual com panicula espiciforme longa e estreita 2<br />
ι Colmos direitos; glumas ligadas apenas na base A. agrestis L.<br />
(Colmo gcniculadoascen<strong>de</strong>nle; gluma ligada até ao meio — A. geniculates L.<br />
Alopecurus brachystacliys Mars, el Bieb. FI. laur. cauc. Ill, p. 56;<br />
Hackel, p. 10; A. caslellanus Bss. et Reut. Diagn. p. 26; Willk. et Lange,<br />
p. 40; Colmeiro, p. 225.<br />
Exsic—Fl. lusit. exs. n.° 819.<br />
Planta perennal rhizomatosa; colmo ascen<strong>de</strong>nte; folhas inferiores mais<br />
estreitas que as caulinares planas; bainha da folha superior um pouco dilatada<br />
e em geral bastante maior que o limbo; ligula curta mais ou menos<br />
ciliada. Panicula espiciforme <strong>de</strong>nsa ovoi<strong>de</strong>oblonga, felpuda esver<strong>de</strong>ada;<br />
espiguetas pequenas; glumas eguaes lanceoladoagudas 3nerveas com as<br />
nervuras lateraes mais próximas das margens do que da nervura media,<br />
longamente ciliadas na carena e villosas nas nervuras, ligadas até pouco<br />
acima da base; glumella troncada obliquamente, villosa na parte superior,<br />
curtamente ciliada mais curta que as glumas, e tendo uma pragana '/g<br />
De «λιυπ>|ξ, raposa, e υίφα, cauda; allusão á forma da espiga.<br />
3 XX
34<br />
mais comprida que as glumas, inserida quasi na quarta parle inferior da<br />
glumella.<br />
Hab. nos logares relvosos. — Fl. junho e julho.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, no valle <strong>de</strong> Prados e cm Bicafé<br />
(Moller); entre França e Babai, Sabor (M. Ferreira); Figueira do Castello<br />
Bodrigo (G. Sampaio).—Beira trasmonlana: Almeida, Villar Formoso,<br />
no Valle Fundo, Trancoso (M. Ferreira); Mido, nos lameiros, na Moita do<br />
Carvalho (R. da Cunha). — Beira meridional: Castello Branco, na ribeira<br />
da Farripinha (R. da Cunha).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, Africa boreal, Transilvaria, Thracia.<br />
Alopecurus agresíis L. Sp. ed. I, p. 89; Willk. et Lange, p. 41;<br />
Colmeiro, p. 255.<br />
Planta annual; colmo ascen<strong>de</strong>nte ou direito um pouco áspero na parte<br />
superior; folhas lineares acuminadas, ligula oblonga, bainha superior levemente<br />
dilatada e em geral baslante distante da inflorescencia. Panicula<br />
espiciforme cylindrica, estreita e comprida mais ou menos violácea; pedicellos<br />
terminados em disco; espiguetas compridas; glumas lánceoladoacuminadas<br />
ligadas até ao meio, com estreita aza carenal, 3-nerveas,<br />
ciliadas tanlo na carena, como na parte inferior das nervuras lateraes;<br />
glumella oblonga egual ou um pouco menor que a gluma com pragana<br />
geniculada um pouco acima da base da glumella e com o dobro do comprimento<br />
d'esta.<br />
Hab. nas terras cultivadas. — Fl. julho a outubro.<br />
Alemdouro lilloral: Vizella (Schmitz).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
Alopecurus geniculatus L. Sp. ed. I, p. 60; Willk. et Lange, p. 41;<br />
Hackel, p. 11; Colmeiro, p. 256.<br />
Planta annual ou perennal, cespitosa; colmo geniculado na base e por<br />
vezes radicante nos nós inferiores; folhas planas lineares acuminadas mais<br />
ou menos ásperas no limbo, ligula oblonga ; bainha superior um pouco<br />
mais comprida e levemente dilatada. Panicula espiciforme cylindrica estreita<br />
<strong>de</strong>nsa felpuda; glumas eguaes 3-nerveas oblongas, ligadas só junlo da base<br />
e longamente ciliadas na carena; glumella 5-nervea oblongo-suboblusa glabra<br />
quasi do comprimento das glumas, com pragana fina dweila inserida<br />
na quarta parte inferior da glumella e egual ao dobro d'esta.<br />
Hab. nos terrenos húmidos, margens dos rios, etc.—Fl. no estio.<br />
Beira littoral: Formoselha (Schmitz); Foja (Moller); Moinho do Almoxarife<br />
(A. Carvalho).<br />
Area geogr. — Europa, Asia extratropical, America boreal.
35<br />
OBS. — Na Fl. lusit. Brotero cita por informação do con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Höffmansegg<br />
duas espécies: A. pratensis L. e A. cilialus AH. Esta espécie correspon<strong>de</strong><br />
ά Koeleria phleoi<strong>de</strong>s Pers. que se encontra em Traz-os-Montes. Do<br />
A. pratensis nenhum exemplar encontrei em todos quantos examinei <strong>de</strong><br />
Traz-os-Montes, e creio que correspon<strong>de</strong>rá ao A. brachyslachys ao qual<br />
se assemelha bastante.<br />
Nyman e Richter citam o A. pratensis var. lasioslachys Lk. d'uma maneira<br />
vaga, dizendo um 1er sido encontrado na Extremadura, outro em<br />
Portugal por Schousboe. Mo<strong>de</strong>rnamente tal varieda<strong>de</strong> não tem sido encontrada.<br />
MIBOKA Adanson. — Inflorescencia em espiga; espiguetas 1-floreas;<br />
glumas quasi eguaes mais compridas que a llôr, arredondadas^no dorso,<br />
muticas; glumellas 2, muticas, a superior 2-nervea; estâmes 3; estyletes<br />
2 ; stigmas plumosos salientes no vértice da flor.<br />
Minora minima (L.) Desv. Fl. dAnj. p. 46; Agrostis minima L. Sp.<br />
ed. I, p. 69; Brotero, p. 76 ;M. verna P. B. Agr. p. 29; Willk. et Lange,<br />
p". 38; Çhamagrostis minima Borkl. Fl. v. Catzenelb, Hackel, p. 10; Colmeiro,<br />
p. 249.<br />
Exsic —Soe. Brot. n.° 161.<br />
Planta annual pequena; colmos aglomerados, direitos, muito finos, nús<br />
na parte superior; folhas curtas linear-canaliculadas, liguia oblonga. Espiga<br />
<strong>de</strong>licada filiforme violácea; espiguetas pequenas glabras com pedicello muito<br />
curto; glumas 1-nerveas, quasi eguaes, maiores que as flores, oblongas<br />
arredondadas e recortadas na parte superior; glumellas quasi eguaes, membranosas<br />
fimbriadas na extremida<strong>de</strong> muito villosas, a inferior 5-nervea, a<br />
superior 2-nervea.<br />
form, elalior Kneucker Gram, exsic. n.° 311. — Diffère do typo<br />
em ter os colmos 4-6 vezes maiores que as folhas.<br />
var. Desvauxii (Lamp. Pup. I, p. 24); Çhamagrostis Desvauxii Nyman<br />
Syllog. Suppl. p. 75; Ch. minima, β. elongata Hackel,<br />
p. 10.<br />
Diffère do typo em ter as folhas <strong>de</strong> comprimento quasi egual a meta<strong>de</strong><br />
do caule e pela côr mais pálida e pelos entrenós da espiga maiores, ficando<br />
assim as espiguetas distantes umas das outras.<br />
Hab. nos terrenos arenosos.—· Fl. janeiro e junho.<br />
Alemdouro trasmontano : Montesinho, prox. <strong>de</strong> Bragança (M. Ferreira);<br />
Bragança (P. Coutinho).—Alemdouro littoral: Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio);<br />
Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); visinhanças <strong>de</strong> Braga (A.
36<br />
Sequeira); Bougado (Padrão); S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira trasmontana:<br />
Lamego (G. Pereira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller, Ferreira); Pampilhosa (Daveau); Ponte da Mucella (Ferreira).—<br />
Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann).—<br />
Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., B. da Cunha).<br />
— Baixo Alemtejo littoral : Alfeite, areaes <strong>de</strong> Tróia (Daveau); Setúbal (A.<br />
Luisier).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, França meridional.<br />
OBS. — Entre muitos exemplares que examinei nenhum representava<br />
claramente a var. Desvauxii. Um ou outro, e com especialida<strong>de</strong> alguns<br />
colhidos por Wehvitsch, com alguns dos quaes fez uma varieda<strong>de</strong>—pallescens<br />
— nas visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, e um colhido na Pampilhosa pelo<br />
sr. Daveau, tèem em parte os caracteres da varieda<strong>de</strong> — folhas maiores<br />
e alguns (os inferiores) entrenós da espiga maiores, ficando as espiguetas<br />
correspon<strong>de</strong>ntes sem se sobreporem. Estas formas intermediarias foram<br />
também encontradas pelo prof. Hackel nas visinhanças do Porto. A forma<br />
elatior foi colhida nas visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Subtribu Euagrosteae<br />
(Ligula substituída por pellos; semente com pericarpo déhiscente.<br />
, j Sporobolus Brown.<br />
2<br />
4<br />
(Ligula membranosa; semente com pericarpo adhérente 2<br />
( Glumas praganosas 3<br />
( Glumas não praganosas · S<br />
(Glumellas muticas • Chaeturus Link.<br />
(Glumellas praganosas 4<br />
(Pragana dorsal Lagurus L.<br />
(Pragana terminal na chanfradura da glumella ou um pouco abaixo.<br />
( Polypogon Desf.<br />
1 Glumella não praganosa, quando muito mucronada 6<br />
5 <<br />
(Glumella praganosa '. 8<br />
ilnflorescencia em panicula 7<br />
6<br />
(Inflorescencia em thyrso <strong>de</strong>nso Gastridium Beauv,
37<br />
[Panicula espiciforme; glumella inferior 2-<strong>de</strong>ntada mucronada. Ammophila Host.<br />
7<br />
(Panicula mais ou menos ampla 1<br />
[Agrostis L.<br />
[Pragana curta quassi terminal )<br />
8<br />
(Pragana muito mais comprida do que a espigueta...'. Apera Adans.<br />
SPOROBOLUS 1<br />
Β. Brown. — Espiguetas pequenas 1floreas; glumas<br />
carenadas <strong>de</strong>seguaes agudas, glumellas eguaes, a inferior aguda pelluda<br />
na base, a superior 2carenada. Caryopse com pericarpo membranoso que<br />
abre logo que está terminada a maturação.<br />
Spoi-obolu* pungens (Schreb.)' Kunth. Gram. I, p. 68 ; Enumeratio<br />
plant, p. 210; Willk. et Lange, p. 56; Agrostis pungens Schreb. Graes.<br />
II, p. 46.<br />
Planta perennal estolhosa; colmos ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>nsamente envolvidos<br />
nas bainhas das folhas ; folhas curtas rijas, por fim enroladas, ligula substituída<br />
por uma orla <strong>de</strong> pellos. Panicula curla oval contrahida antes e<br />
<strong>de</strong>pois da floração; espiguetas pequenas (3 mill.); glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas<br />
1nerveas, a inferior quasiegual a meta<strong>de</strong> da superior, que é do<br />
comprimento da flor; glumellas eguaes hyalinas, a inferior 3nervea, a<br />
superior 2carenada.<br />
Hab. nas costas marítimas. — Fl. junho a outubro.<br />
Baixo Alemtejo lilloral : Trafaria, nas areias marítimas, em gran<strong>de</strong> abundância<br />
(P. Coutinho).<br />
Area geogr. — Begião mediterrânea.<br />
CHAETURUS 2 Link. — Espiguetas 1íloreas; glumas quasi eguaes,<br />
a inferior com pragana longa ; glumellas mais curtas que as glumas, a<br />
inferior muito maior que a superior.<br />
1<br />
2<br />
Pragana egual ou maior que o dobro da gluma Ch. fasciculatus Lk.<br />
Pragana egual ao comprimento da gluma. Ch. prostatus Hack, et Lange.<br />
Chaeturus fasciculatus Link, in Sclírad. Journ. II, p. 312; Agrostis<br />
articulala Brot. p. 73; Willk. Illustrât, tab. LXXVII, G; Hackel, p. 16;<br />
Colmeiro, p. 294.<br />
De σπορά, semente, e βόλος, lançar, atirar; allusão á <strong>de</strong>hiscencia do pericarpo.<br />
De χαίλγ, juba, e ουρά, cauda; allusão á espiga.
38<br />
Exs. — Welw. n.° 10S1; Soc. Brot. n. cs<br />
614, 1174 e 1174".<br />
Planta annual multiculmea; colmos direitos <strong>de</strong> 5 a 20 cent.; folhas filiformes<br />
mais ou menos planas, <strong>de</strong> limbo curto; ligula allongadaovada.<br />
Panicula estreita mais ou menos interrompida, violácea; glumas eguaes<br />
3nerveas, escabras na carena e nas nervuras lateraes, a inferior prolongada<br />
numa pragana escabra com o dobro da gran<strong>de</strong>za da gluma; glumella inferior<br />
pouco mais curta que as glumas hyalines, duas ou très vezes maior do<br />
que a superior.<br />
Hab. nos terrenos fracos mais ou menos areientos. — Fl. abril a junho.<br />
Alemdouro littoral: MonteDòr, Vianna do Castello (B. da Cunha).—<br />
Beira littoral: Pombal (Brot.) ; entre Luso e Pampilhosa (M. Ferreira);<br />
Miranda do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello); Pinhal do Urso (F. Loureiro); Foja<br />
(Moller).— Centro littoral: Bellas, Mafra (Welw.); Cascaes (P. Coutinho).—<br />
Allo Alemtejo: Extremoz, Évora, serra d'Ossa (Daveau); Marvão<br />
(B. da Cunha).—Baixo Alemtejo littoral: Seixal, no pinhal da Trinda<strong>de</strong><br />
(R. da Cunha); Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.); Setúbal (A. Luisier).<br />
— Baixas do Guadiana: entre Carregueiro e Castro Ver<strong>de</strong>, entre Ourique<br />
e Castro Ver<strong>de</strong>, Casevel (Daveau); Beja (B. da Cunha). — Algarve:<br />
entre Faro e S. João da Venda, Faro, perlo do mar (Welw.) ; Olhão,<br />
nos terrenos salgados (Melier, A. Guimarães); Faro (Moller).<br />
Area geogr. — Península ibarica e itálica.<br />
Chaeturus prostratus Hack, et Lange in Vi<strong>de</strong>nsk. ; Möd<strong>de</strong>l, f. d.<br />
naturh. Foren.; Kopenhagen, 1877; Hackel, p. 16.<br />
Exsic —Welw. n.° 1052; Soc. Brot. n.°742; Fl. lusit. exs. n.° 1509.<br />
Diffère da espécie antece<strong>de</strong>nte pelos colmos mais rijos e mais curtos<br />
(35 cent.) mais ou menos prostrados pelas folhas, que são setaceas enro<br />
ladas, pelo thyrso curto estreito espiciforme, pelas praganas do comprimento<br />
das glumas ou pouco mais compridas.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e húmidos. — Fl. maio a agosto.<br />
Alemdouro lilloral: Maltosinhos, na esplanada <strong>de</strong> Bouças (G. Sampaio).—<br />
Centro lilloral: Mafra e Bellas, em abundância (Welw.); Cintra<br />
(Hackel) ; Cabo da Bocca, Berlengas (Daveau). — Baixo Alemtejo lilloral:<br />
do Poceirão aos Pegões, Pinhal Novo, nas areias (Daveau).<br />
Arca geogr. — Portugal, na região littoral.<br />
POLYJPOGiOíV 1<br />
Dcsf. — Panicula espiciforme contrahida interrompida;<br />
espiguetas compridas. Glumas eguaes muito mais compridas do que<br />
De πογΰς, muilo, e πώγων, barba; allusão ás praganas da espiga.
39<br />
a flôr e praganosas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior com pragana quasi<br />
terminal e a superior muito menor 2-carenada.<br />
Glumas inteiras ou levemente chanfradas P. monspeliense Desf.<br />
Glumas profundamente chanfradas P. maritimum Willd.<br />
Polypogon monspeliense (L.) Desf. Fl. all. I, p. 67; Agrostis<br />
monspeliensis L. Sp. ed. I, p. 61; A. panicea Bröl. p. 72; Willk. et<br />
Lange, p. 57; Hackel, p. 16; Colmeiro, p. 292.<br />
Exsic —Welw. n.' s<br />
1297 e 1299; Soe Brot. n.° 302; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 9.<br />
Planta annual multiculmea; colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes; folhas planas<br />
lanceoladas escabras, ligula oblongo-lanceolada. Panicula quasi sempre<br />
distante da ultima folha espiciforme lobada nos exemplares bem <strong>de</strong>senvolvidos,<br />
contínua nos pequenos, se<strong>de</strong>osa ; espiguetas pequenas sustentadas<br />
por um pedúnculo articulado, sendo a parle superior do pedúnculo longa<br />
e muito mais curta que a inferior; glumas eguaes oblongas inteiras ou<br />
ligeiramente chanfradas escabras, pubescentes e ciliadas com pragana quasi<br />
terminal ou nascendo no angulo da chanfradura; glumellas quasi <strong>de</strong> egual<br />
comprimento, hyalinas <strong>de</strong>nteadas na parte superior com uma fina pragana<br />
terminal, eguaes a meta<strong>de</strong> das glumas.<br />
Frequente nas terras cultivadas e frescas. — Fl. maio a julho.<br />
Nome vulg. — Rabo <strong>de</strong> Zorra macio (Alemtejo).<br />
Beira lilloral: Aveiro, na costa <strong>de</strong> S. Jacintho (E. Mesquita); <strong>Coimbra</strong><br />
(A. Carvalho, Moller); Figueira da Foz (F. Loureiro); Galla, pinhal do<br />
Urso, Montemór-o-Velho (M. Ferreira).—Beira meridional: Castello<br />
Branco, Idanha-a-Nova, Villa Velha do Bodão (B. da Cunha). — Centro<br />
lilloral: praia da Nazareth (Padrão); Santarém (Welw.); Lisboa, lezíria<br />
d'Azambuja, Villa Franca (B. da Cunha); Odivellas, Bemfica, Lumiar<br />
(Welw.). — Alto Alemtejo: Évora (V. da Esperança); Elvas (Senna);<br />
Portalegre (R. Larcher). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal (A. Luisier).<br />
— Baixas do Guadiana: Beja, no valle d'Aguilhão (R. da Cunha). — Algarve:<br />
Castro Marim (Moller).<br />
Area geogr. — Begiao mediterrânea, Inglaterra, França.<br />
Polypogon maritimum Willd. in Verh. d. Ver. Nat. Fr. in Berl.<br />
VI, p. 443; Willk. et Lange, p. 55; Hackel, p. 16; Colmeiro, p. 293.<br />
Exsic —Welw. n.° 1298; Soe Brot. n. os<br />
381 e 381 a<br />
; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 613.<br />
Diffère dá espécie antece<strong>de</strong>nte por ter a panicula mais compacta e principalmente<br />
pelas glumas profundamente lobadas, com os lóbulos ciliados e
40<br />
com a pragana inserida no angulo formado pelos lóbulos, e pelas escamas<br />
ou pellos espiniormes que se encontram na parte inferior das glumas, .e<br />
pelas glumellas que são très vezes menores que as glumas.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e frescos.— Fl. maio a julho.<br />
Alemdouro trasmontano: Adorigo (Schmilz). — Alemdouro littoral: Villa<br />
Nova da Cerveira, Caminha, Vianna do Castello, Ancora (R. da Cunha).<br />
— Beira lilloral: entre o Furadouro e Arção (E. Mesquita); visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Figueira, Vermoil, Pombal (Moller); entre Montemor e Ereira<br />
(M. Ferreira). — Beira meridional: Castello Branco (R. da Cunha).—<br />
Centro lilloral: Berlenga (Daveau); Tancos, Santarém (B. da Cunha);<br />
Lisboa, Lumiar, Povoa e Friellas, Beiern (Welw.); Cascaes (Daveau).—<br />
Alto Alemtejo: Serra d'Ossa (Daveau); entre Elvas e Badajoz (Schmitz).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: Trafaria, nas areias marítimas, Moita, nas salinas<br />
(Daveau); Alfeite, nos pinhaes (R. da Cunha); Setúbal (A. Luisier);<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.). — Baixas do Guadiana: Beja, na charneca<br />
do Quernal (R. da Cunha); entre Carrasqueiro e Castro Ver<strong>de</strong> (Daveau).—<br />
Algarve: Tavira (Welw., Moller); Faro (Moller); Lagoa (S. da<br />
Silva); Olhão (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />
Area geogr.—Região mediterrânea, Asia.<br />
AGROSTIS 1 L. — Espiguetas 1-floreas; glumas carenadas ou comprimidas<br />
mais compridas que a flor; glumella inferior membranosa 5-nervea,<br />
mutica ou praganosa no dorso; glumella superior 2-carenada, menor<br />
que a inferior e em algumas espécies nulla; 2 estyletes lerminaes, estigmas<br />
salientes na base da espigueta; caryopse com hilo punctiforme.<br />
(Glumellas 2 Sec. Enagroslis. 2<br />
1 (Glumella superior nulla See. Trichodium. 8<br />
2<br />
3<br />
4<br />
(Ligula curta trancada 3<br />
(Ligula oblonga 5'<br />
(Panicula esireita não contínua A. Juressi Lk.<br />
(Panicula <strong>de</strong> ramos patentes pelo menos <strong>de</strong>pois da floração 4<br />
(Glumellas eguaes entre si A. stolonifera L.<br />
(Glumella inferior egual ás glumas, a superior (igual a meta<strong>de</strong>. A. vulgaris With.<br />
De íjp-k, campo
41<br />
/Folhas mais ou menos planas 6<br />
Κ J<br />
(Folhas convolutosetaceas; panicula ampla, ramúsculos capillares.<br />
( A. truncatula Pari.<br />
6<br />
(Glumellas quasi eguaes A. Reuteri Bss.<br />
(Glumellas bastante <strong>de</strong>seguaes 7<br />
[Glumella inferior obtusa, mulica ou praganosa quasi no vértice A. alba L.<br />
' (Glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior 2setosa no vértice, mutica ou com pragana<br />
( no dorso A. Castellana Bss.<br />
8<br />
9<br />
10<br />
(Glumella mutica A. elegans Thoré.<br />
(Glumella praganosa 9<br />
(Folhas planas, glumella com pragana dorsal A. pallida DC. •<br />
(Folhas todas ou pelo menos as inferiores convolutosetaceas 10<br />
(Glumella troncada; folhas superiores mais ou menos planas A. canina L.<br />
(Glumella 2setosa na parte superior; folhas convolutosetaceas. A. setacea Curt.<br />
Sect. I. Euagrostis<br />
Espécies perennaes<br />
Agrostis stoloitifera L. Sp. ed. I, p. 62; A. verticillata Vill. PI. du<br />
Dauph. II, p. 77; A. rivularis Bröl. p. 75; Willk. et Lange, p. 53;<br />
Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 284.<br />
Exsic —Welw. n.° 1270; Soe Brot. n.° 28; Fl. lusit. exs. n. os<br />
8 e<br />
612.<br />
Planta perennal estolhosa ; colmos geniculadoascen<strong>de</strong>ntes ; folhas planas<br />
pubescentes um pouco glaucas; ligula curta troncada. Panicula lobulada<br />
esbranquiçada com ramos muito <strong>de</strong>seguaes formando muito verticillios ;<br />
espiguetas <strong>de</strong> 2 mill, com pedúnculo muilo curto; glumas quasi eguaes<br />
oblongas obtusas mucronadas e pelludas; glumellas eguaes, meta<strong>de</strong> menores<br />
que a gluma, a inferior 35nervea <strong>de</strong>nteada na'extremida<strong>de</strong> larga, a superior<br />
2nervea e 2<strong>de</strong>nteada.<br />
Frequente nas margens dos ribeiros e logares húmidos. — Fl. maio a<br />
setembro.<br />
Alemdouro lilloral: Vianna do Castello (R. da Cunha); Porto, na Corticeira<br />
(G. Sampaio).—Beira central: Villa <strong>de</strong> Moinhos, prox. <strong>de</strong> Vizeu
42<br />
(M. Ferreira); Bussaco (Moller).—Beira littoral : <strong>Coimbra</strong>, Figueira da<br />
Foz, Lavos, Pombal (Moller); Buarcos (Schmitz, Moller). — Centro littoral:<br />
Thomar, nas margens do Nabão, Villa Franca, Torres Novas, Moita<br />
(B. da Cunha); Meca (Moller); margens da lagoa d'Obidos (Welw.); Caldas<br />
da Bainha, Alhandra, Cintra, Queluz (Daveau); Odivellas (Welw.);<br />
BemGca (S. Silva): — Allo Alemtejo: Portalegre (B. Larcher). — Baixo<br />
Alemtejo lilloral: Seixal, prox. do pinhal da Trinda<strong>de</strong> (B. da Cunha);<br />
Coina (Daveau); Alfeite, nos terrenos arenosos (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha); <strong>de</strong> Beja a Albornôa<br />
(Daveau). — Algarve: Villa do Bispo, junto a fonte publica (Welw.).<br />
Area geogr.—Europa meridional.<br />
Agrostis alba L. Sp. ed. I, p. 63; A. gigantea Brot. p. 75; Willk.<br />
et Lange, p. 52; Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 282.<br />
Planta perennal geralmente estolhosa; colmos <strong>de</strong> 210 <strong>de</strong>c. direitos ou<br />
<strong>de</strong>cumbentes e radicanles; folhas planas curtas e agudas; ligula oblonga<br />
saliente. Panicula oblonga lobulada muito ramosa e contrahida antes e<br />
<strong>de</strong>pois da floração; glumas lanceoladas eguaes ásperas na parte dorsal;<br />
glumellas <strong>de</strong>seguaes membranosas, a inferior um pouco mais curta que as<br />
glumas, obtusa <strong>de</strong>nticulada mutica ou com uma pequena pragana dorsal<br />
inserida pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> superior; glumella superior estreita<br />
egual proximamente a meta<strong>de</strong> da inferior.<br />
É espécie extremamente polymorpha e que po<strong>de</strong>rá ser subdividida nas<br />
subespécies seguintes:<br />
Subesp. coarclata (Hoffm. d. Fl. ed. 2, I, p. 37). — Panicula estreita,<br />
unida; espiguetas quasi rentes.<br />
Subesp. vinialis (Schreb. Epic. p. 44). — Colmo direito; folhas largas;<br />
panicula mais larga.<br />
Subesp. scabriglumis (Bss. et Beut. Pugil. p. 125); A. Welwitschii<br />
Steud. Syn. pl. 1, p. 168.— Planta estolhosa; folhas planas duras ásperas;<br />
ligula oblonga troncada; panicula muito contrahida com os ramos e<br />
pedúnculos ásperos; glumas lanceoladas muito ásperas em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem<br />
cobertas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> pequenos tubérculos.<br />
Subesp. maritima (Lamk. Ene. I, p. 61); A. alba, var. maritima Gren.<br />
et Godr. Fl. fr. III, p. 481. — Colmos direitos e finos; folhas curtas, estreitas<br />
enroladas, duras e glaucas; panicula muito estreita, espiciforme compacta.<br />
ß. Langei Hackel in litt.; A. vulgaris, β. frondosa Lange in Exc.<br />
hisp. p. 32 e Pug. I, p. 32. — Colmos e estolhos cobertos<br />
pelas bainhas das folhas, que são próximas, e cujo limbo é<br />
perfeitamente patente enrolado agudíssimo ; panicula estreita.
43<br />
Subesp. gadilana (Bss. et Beut. Pug. p. 125, sub Sporobolo; Nyman.<br />
Syll. p. 408). — Planta <strong>de</strong>cumbente e radicanle; folhas <strong>de</strong> limbo curto<br />
enrolado e rijo; panicula muito <strong>de</strong>nsa, formando os ramos inferiores glomerulus<br />
compactos <strong>de</strong> modo a nào se ver o eixo ; espiguetas <strong>de</strong> côr<br />
esbranquiçada; glumella inferior um pouco cuculada, escabrosa na nervura<br />
dorsal, quasi egual á gluma; glumella superior egual a quasi meta<strong>de</strong><br />
da inferior.<br />
Subesp. filifolia (Link, in Schlad. Jour If, p. 313). — Planta ramosa<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; ramos quasi eguaes, que se ramificam dando ramos envolvidos<br />
nas bainhas das folhas e apparecendo na parte superior d'estas formando<br />
um pincel <strong>de</strong> folhas curias e finas; folhas rijas, enroladasíiliformes,<br />
asperas na face inferior; panicula compacta espiciforme; glumas quasi<br />
eguaes, a inferior áspera na carena e pontuadaescabra na parte dorsal;<br />
glumella inferior mais curta que as glumas com alguns pellos na base;<br />
glumella superior egualando o terço da superior.<br />
β. narbonensis Malinvaud. — Diffère da filifolia em não apresentar<br />
os pincéis <strong>de</strong> folhas e ter as glumas só scabras na carena.<br />
Hab. nos terrenos arenosos mais ou menos húmidos e nas colunas próximas<br />
do mar. — Fl. junho a agosto.<br />
Subesp. coarctada. — Alemdouro trasmontano: Murça (M. Ferreira);<br />
serra do Marão (J. Henriques). — Alemdouro lilloral: serra do Gerez<br />
(Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Ermesin<strong>de</strong> (G. Sampaio);<br />
S. Pedro da Cova (E. Schmitz).—Beira central: Guarda (M. Ferreira);<br />
serra da Estrella, na Lapa (J. Henriques); Valezim, Sabugueiro<br />
(Daveau); Mello, Algodres, Figueiró (M. Ferreira). — Beira trasmonlana:<br />
Trancoso (M. Ferreira). — Beira littoral: Aveiro, perlo das salinas<br />
(J. Henriques); <strong>Coimbra</strong> (Moller); S. Facundo (M. Ferreira); pinhal do<br />
Urso (F. Loureiro); Buarcos, Pombal (Moller); entre Galões e Fôja (M.<br />
Ferreira).<br />
Subesp. vinialis. — Alemdouro trasmontano: Murça, Pinhão (M. Ferreira).—<br />
Alemdouro lilloral: serra do Gerez, nas Caldas e no Marajal<br />
(Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques). — Beira central: serra<br />
da Estrella, Bussaco (Moller). — Beira littoral: Fôja, <strong>Coimbra</strong> (Moller).<br />
•—Centro lilloral: visinhança <strong>de</strong> Lisboa (Welw.). — Alto Alemtejo: Portalegre<br />
(R. da Cunha).<br />
Subesp. scabriglumis (ßoiss. et Beut.). — Centro lilloral: Cascaes, prox.<br />
da ribeira <strong>de</strong> Capari<strong>de</strong> (P. Coutinho). — Alemtejo lilloral: entre Coina e<br />
•Vendas, nos logares húmidos (Welw.); Seixal, na fonte <strong>de</strong> Fernão Ferro<br />
(Daveau).
Subesp. maritima (Lamk.).— Alemdouro littoral: Vianna do Castello,<br />
(β.) Ganfei, na margem do Minho (R. da Cunha); Maltosinhos, Leça,<br />
Boa Nova (Welw., R. da Cunha, G. Sampaio); Beira littoral: pinhal do<br />
Urso, (3.) Bom Successo, prox. <strong>de</strong> Mira, junto a lagoa dos Braços (M.<br />
Ferreira).<br />
Subesp. filifolia (Link.). — Alemdouro littoral: Moledo, MonteDôr (R.<br />
da Cunha). — Beira littoral: (3.) pinhal do Urso (Moller). — Centro littoral:<br />
S. Martinho do Porto, Óbidos, nas collinas (Daveau); Óbidos, nos<br />
salgados, entre as Salicorncas, Bellas, Queluz, Pedrouços (Welw.).—<br />
Baixo Alemtejo littoral: serra <strong>de</strong> S. Luiz, nas margens do Almelão (Daveau);<br />
(3.) perlo do rio Ju<strong>de</strong>u, nos sítios húmidos, entre Coina e Vendas<br />
(Welw.); Setúbal, nas marinhas (A. Luisier).<br />
Subesp. Gadilana (Boiss. et Beut.). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong><br />
Mira, entre o Furadouro e Arção (E. Mesquita); Buarcos, nas areias<br />
marítimas (A. Carvalho, J. Henriques).<br />
Area geogr.»—Europa; subesp. a. peninsula ibérica; subesp. b. peninsula<br />
ibérica e França austral; subesp. 6?. peninsula ibérica e França meridional.<br />
OBS. — Na coor<strong>de</strong>nação das diversas subespécies da A. alba segui a<br />
opinião auctorizada do prof. Hackel. Já na carta dirigida ao sr. Malinvaud,<br />
e por este publicada no Boi. da Soe. Bot. <strong>de</strong> França (1888, pag.<br />
376), aquelle professor, referindose á A. filifolia Link., dizia: «Quant à<br />
la question <strong>de</strong> savoir si l'A. filifolia doit rester spécifiquement séparé <strong>de</strong><br />
l'A. alba dans un sens un peu étendu, j'en donte beaucoup. Les formes <strong>de</strong><br />
l'A. alba sont si variées et si intrinquées que Y A. filifolia me parait pouvoir<br />
reutrer dans ce cadre. Il y formerait une sousespèce à côté <strong>de</strong> la<br />
sousespèce maritima. . . ». Numa carta que me era dirigida lôse o seguinte:<br />
«Quant aux Agrostis, je suis parvenu à l'opinion qu'il n'y a <strong>de</strong>s<br />
limites certains entre l'A. filiformis, marítima et enfin A. alba. U y a permis<br />
vos échantillons quelqu'une que je ne saurai bien renger dans ce cadre<br />
et qui semblent rompre les limites <strong>de</strong> ces prétendues espèces».<br />
Éfféctivamente entre outros exemplares os colhidos pelo sr. Daveau em<br />
S. Martinho do Porto, nas collinas d'Obidos, e muito especialmente um<br />
exemplar colhido pelo sr. G. Sampaio nos areaes marítimos da Boa Nova,<br />
mostram bem as relações entre as A. filifolia e maritima, no qual apparecem<br />
já pequenos pincéis <strong>de</strong> llolhas bem similhantes aos da subespécie filifolia.<br />
Agrostis Iteuteri Boiss. Voy. II, p. 645; Willk. et Lange, p. 52;<br />
Colmeiro, p. 282.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1286 e 1289; Fl. lusit. exs. n.° 222; Soe. Brot.<br />
n.° 405.
45<br />
Espécie perennal estolhosa; colmos ascen<strong>de</strong>ntes; folhas com limbo plano<br />
escabroso; ligula oblonga saliente. Panicula oval ou ovaloblonga <strong>de</strong> ramos<br />
patentes finos flexuosos trichotomos; glumas eguaes lanceoladas, a inferior<br />
levemente escabrosa na carena; glumellas quasi eguaes, a inferior troncada<br />
e egual ou pouco maior do que meta<strong>de</strong> das glumas.<br />
Hab. nos terrenos arenosos húmidos arrelvados.—FL junho a agosto.<br />
Beira lilloral: entre Pombal e Ancião (Daveau). — Centro lilloral: Villa<br />
Franca, no Monte Gordo, Torres Novas, no pinhal <strong>de</strong> Santo Antonio (K.<br />
da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar (Welw.); Bemfica (Daveau e<br />
O. David); Ajuda (R. da Cunha); Cascaes, na ribeira <strong>de</strong> Capari<strong>de</strong> (P.<br />
Coutinho). — Baixo Alemtejo lilloral: serra
46<br />
piliares flexuosos; glumas lanceoladoagudas quasi eguaes, escabras na<br />
carena; glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais curta que as glumas<br />
com as duas nervuras laleraes prolongadas formando duas pontas salientes<br />
e muticas ou com pragana dorsal inserida a alturas diversas com pincéis<br />
<strong>de</strong> pellos na base; glumella superior profundamente chanfrada na parte<br />
superior.<br />
a. genuína Kackel, Cat. <strong>de</strong>s gr. p. 14.— Gluma inferior terminando<br />
por duas pontas <strong>de</strong> 0,4'" m<br />
e lendo na base um pequeno pincel<br />
<strong>de</strong> pellos curios e com pragana dorsal angulosa inserida pouco<br />
acima da base e <strong>de</strong> comprimento egual ao dobro da glumella.<br />
b. mixta Hack. — Espiguetas alistadas e muticas e em alguns casos<br />
eguaes as da varieda<strong>de</strong> c.<br />
c. hispânica (Boiss. et Beut. Pugil. p. 120). — Pragana inserida ao<br />
meio da parte dorsal da glumella, direita e pouco mais comprida<br />
do que a glumella, algumas vezes nulla.<br />
d. mutica: Hack. — Todas as espiguetas mulicas; glumella inferior<br />
com as ties nervuras prolongadas em très pontas muito curtas<br />
m m<br />
(0,l ), em alguns casos apenas visíveis.<br />
Em qualquer d'estas varieda<strong>de</strong>s encontramse ainda as formas seguintes<br />
:<br />
a. planifolia Hack. 1. c. (Agr. tricuspidata Hack, in Oe. Bot. Zeit.<br />
1877). — Todas as folhas estreitas, mas planas.<br />
ß. heterophylla Hack. — Folhas inferiores planas, as superiores enroladas.<br />
γ. selifolia Hack. — Todas as folhas enroladas, setaceas, quasi capillares.<br />
Hab. tanto nos terrenos áridos como nos frescos. — Fl. junho a agosto.<br />
a. Alcmdoin'o trasmontano : Chaves (Moller).—Alemdouro lilloral : Penafiel,<br />
areias do Douro, prox. do Porto (G. Sampaio); Villa Nova da Cerveira<br />
(B. da Cunha). — Beira littoral: serra da Louzã, <strong>Coimbra</strong>, no Choupal,<br />
pinhal <strong>de</strong> Marrocos, Zombaria, Pombal (Moller); pinhal do Urso (F.<br />
Loureiro); Figueira da Foz (M. Ferreira). — Centro lilloral: Torres Vedras,<br />
na Venda do Pinheiro (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Monsanto<br />
(P. Coutinho); Bellas (O. David). — Baixas do Sorraia: Alcochete (P.<br />
Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Cazevel (Moller). — Baixas do Guadiana:<br />
Aljustrel, entre Corte Figueira e Almodovar (Daveau). — Algarve:<br />
Cabo <strong>de</strong> S. Vicente (Welw.); Faro (Moller).
47<br />
6. Alemdouro littoral: Darque (R. da Cunha).—Beira trasmontana:<br />
Villar Formoso (11. da Cunha). — Beira central: serra da Estrella, junto<br />
á Lagoa Escura, em Vallezim (Daveau, Welw.); Vizeu, Mangual<strong>de</strong>, Oliveira<br />
do Con<strong>de</strong>, Caldas <strong>de</strong> S. Gemil (Möller). — Beira meridional : Castello<br />
Branco, Malpica, Villa Velha do Rodào (R. da Cunha).—Beira littoral:<br />
Louzã (Moller); entre Gatões e Montemor (M. Ferreira). — Centro<br />
littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (P. Coutinho); Caldas da Bainha, Tancos<br />
(Daveau). — Baixas do Sorraia: Salvaterra, Valle da Roza (Daveau).—<br />
Allo Alemtejo: Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong>, Marvão, Portalegre (R. da Cunha).—<br />
Baixo Alemtejo littoral: Seixal (Welw.).—Baixas do Guadiana: Castro<br />
Ver<strong>de</strong>, nas margens da ribeira Maria Delgada, entre Corte Figueira e<br />
Almodovar (Daveau); Beja (R. da Cunha).<br />
c. Alemdouro lilloral: Serra do Soajo, em Bouças e na Peneda (Moller).—<br />
Beira centred: Serra da Estrella, na Lagoa Redonda (Welw).—<br />
Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (R. da Cunha). —r Centro lilloral: Montejunto<br />
(Welw.). — Allo Alemtejo: visinhanças <strong>de</strong> Évora (Daveau).<br />
d. a. Alemdouro trasmontano: Villa Beal (D. Monteiro). — Alemdouro<br />
lilloral: Serra do Soajo, na Portella do Lagarto (Moller); Melgaço, Gondarem,<br />
nas margens do Minho (R. da Cunha); Porto, na Corticeira, (G.<br />
Sampaio). — Beira littoral: Cabo Mon<strong>de</strong>go (Möller).—Beira trasmontana:<br />
Ponte <strong>de</strong> Mouro (R. da Cunha); Almeida (M. Ferreira); Taboaço<br />
(C. <strong>de</strong> Lima). — Beira central: Serra da Estrella, em Manteigas, Guarda<br />
(Daveau). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (R. da Cunha).— Centro littoral:<br />
Torres Novas, no pinhal <strong>de</strong> Santo Antonio (Daveau); Lumiar (Welw.).—<br />
Allo Alemtejo : Portalegre (Moller). — Baixo Alemtejo lilloral: Alfeite, Trafaria<br />
(Daveau).— Baixas do Giíadiana: <strong>de</strong> Beja a Albornôa, Castro Ver<strong>de</strong>,<br />
nas margens da Ribeira Maria Delgada (Daveau).—Algarve: Serra da Picota,<br />
nos pontos maia altos entre os Rhododrendos (Welw.).<br />
β. Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro); Chaves, na serra<br />
do Brunheiro (Moller). — Alemdouro lilloral: Serra do Soajo, Serra do<br />
Gerez (Moller); MonteDôr, Ancora (R. da Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />
(D. M. Henriques). —• Beira trasmontana: Almeida, Villar Formoso, Mido<br />
(R. da Cunha); Aguiar da Beira (M. Ferreira). — Beira central: Serra da<br />
Estrella (Daveau, Moller); Gouveia (M. Ferreira); Bussaco (Moller).—<br />
Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (M. Padrão); Cabo Mon<strong>de</strong>go (Moller).—<br />
Centro littoral: Porto <strong>de</strong> Moz (Daveau); Bellas, nas valias seccas<br />
(Welw., Daveau); Cascaes (P. Coutinho); Tancos (Daveau). — Baixo<br />
Alemtejo lilloral: perto do Bio Ju<strong>de</strong>u e Casal da Marca, Seixal (Welw.);<br />
Fernão Ferro, prox. <strong>de</strong> Seixal (Daveau).—Baixas do Guadiana: Aljustrel<br />
(Daveau).<br />
γ. Alemdouro littoral: Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Santo<br />
Thyrso (R. Valente). — Beira central: Serra da Lapa e Matta da Vi<strong>de</strong>
48<br />
(M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong>, Caldas <strong>de</strong> S. Gemil, Bussaco (Möller).<br />
— Baixas do Guadiana: Beja (H. da Cindia); Aljustrel (Moller).<br />
Area geogr. Begiâo mediterrânea.<br />
OBS. — Ε espécie extremamente polymorphe, sendo por vezes assaz<br />
difficil discriminar as varieda<strong>de</strong>s, que estão ligadas por numerosas formas<br />
<strong>de</strong> transição. As varieda<strong>de</strong>s b e d quasi só po<strong>de</strong>m ser distinguidas pela<br />
forma dominante das espiguetas aristadas ou muticas, pois que tanto numa<br />
como na outra ha sempre, ou na maioria dos casos, espiguetas aristadas e<br />
muticas. A varieda<strong>de</strong> c é mais rara, e nos exemplares que examinei, colhidos<br />
em Melgaço, encontrase apenas vestígio <strong>de</strong> pragana situada um<br />
pouco acima do meio da parle dorsal da glumella. Constitue verda<strong>de</strong>ira<br />
transição para a varieda<strong>de</strong> d.<br />
Com relação ás subvarieda<strong>de</strong>s a, 3 e γ da varieda<strong>de</strong> d notamse as<br />
mesmas transições, e portanto a mesma difficulda<strong>de</strong> na discriminação<br />
d'elles. É notável a forma colhida pelo sr. Daveau na Trafaria. É evi<strong>de</strong>ntemente<br />
perennal, ramosa, e apresente similhança gran<strong>de</strong> com a A. filifolia.<br />
Os caracteres das folhas d'estas subvarie<strong>de</strong><strong>de</strong>s não são privetivos, pois<br />
que em alguns exemplares das outras varieda<strong>de</strong>s se encontram também,<br />
embora menos frequentes.<br />
A subvarie<strong>de</strong><strong>de</strong> — raripila— que nos exemplares examinados pelo prof.<br />
Hackel se referia ά var. mulica, encontra-se também na var. genuína e<br />
mixta. Um exemplar colhido na Serra da Estrella (Welw. n.° 127") pô<strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>rar-se como representando a var. c, tendo comtudo as praganas<br />
quasi rudimentares e os carecteres da subvar. raripila. Na mesma localida<strong>de</strong><br />
foram colhidos exemplares das varieda<strong>de</strong>s bed.<br />
No exemplar distribuído pela Socieda<strong>de</strong> Broteriana com o n.° 296 e<br />
com o nome <strong>de</strong> A. alba L. var. compressiuscula Hack, e que refiro ά A.<br />
Castellana var. mulica u. nas espiguetas muticas, mal se distinguem os<br />
caracteres d'esta espécie; os pellos <strong>de</strong> bese <strong>de</strong> glumella são nullos ou<br />
quasi nullos; a glumella é levemente troncada e nem apresente o prolongemento<br />
<strong>de</strong>s nervures. Nes raras espiguetas aristadas porém encontram-se<br />
nitidamente os carecteres da A. caslellana.<br />
Nas margens do Douro, perto do Porto, nos rochedos da Corticeira,<br />
colheu o sr. G. Sampaio uma forma da subespécie d, notável por apresentar<br />
no grupo inferior dos ramos flori feros alguns ramos curtos e sem<br />
ílores.<br />
Espécies annuaes<br />
Agrostis Jfuressi Link, in Schrad. Journ. 1799, IV, p. 312; Willk. et<br />
Lange, p. 51; Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 281; Trinius Icon. III, t. 29.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1316; Soe Brot. n.° 298.
Colmo geniculadoerecto geralmente nú em gran<strong>de</strong> extensão na parle superior<br />
<strong>de</strong> 3074 cent, <strong>de</strong> altura; folhas planas largas (46 mill.) levemente<br />
ásperas nas margens, bainha mais curta que os entrenós, ligula muito curta.<br />
Panicula longa estreita interrompida principalmente na base; espiguetas<br />
brevemente pedunculadas, solitárias ou agrupadas oblongas, pedúnculos<br />
escabrosos, glumas carenadas quasi eguaes escabrosas na carena e mais<br />
ou menos pelludas, glumella inferior quasi egual ás glumas levemente<br />
ciliada nas nervuras, ligeiramente chanfrada e com duas pequeníssimas<br />
pontas prolongamente das nervurasiateraes, glumella superior muito curta<br />
membranosa transparente; estyllete nullo, estigmas plumosos.<br />
Hab. nos prados e terrenos, húmidos. — Fl. junho e julho.<br />
Alemdouro littoral: Serra do Gerez (Link.); Vallongo, nas margens do<br />
rio Ferreira (E. Schmitz); Crestuma, na foz do Souza (G. Sampaio).—<br />
Beira trasmontana: Castello Mendo (R. da Cunha). — Beira lilloral: entre<br />
a Pampilhosa e Luzo (M. Ferreira); Foja, no pinhal e nas margens das<br />
valias (Moller); pinhal do Urso (F. Loureiro); muito abundante entre a<br />
lagoa dos Linhos e o Juncal Gordo. — Centro lilloral: Colares (Welw.).<br />
— Baixo Alemtejo lilloral: Fernão F"erro, prox. do Seixal (Daveau).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica.<br />
OBS. — Depois do prof. Link, nunca mais foi esta espécie encontrada<br />
no Gerez.<br />
Agiortis írumcatula Pari. Fl. ital. I, p. 185; A. hispida Brot. p. 75;<br />
Willk. et Lange, p. 55; Hackel, p. 13; Colmeiro, p. 288.<br />
Exsic — Welw. n. os<br />
1291 e 1292; Soe Brot. n. os<br />
163 e 163"; Fl.<br />
lusit. exs. n.° 7.<br />
Planta multiculmea, colmos mais ou menos geniculados na base com<br />
folhas até á. panicula; folhas enroladassetaceas escabrosas, bainha superior<br />
muito mais comprida do que o limbo, ligula oblonga <strong>de</strong>nticulada.<br />
Panicula ampla ovói<strong>de</strong>, ramos capillares lisos ramificados em geral dichotomicamente,<br />
pedúnculos das espiguetas muito mais compridos do que<br />
estas e dilatados na extremida<strong>de</strong>; espiguetas pequenas solitárias mais ou<br />
menos violáceas, glumas eguaes troncadas muito abertas na floração, glumellas<br />
troncadas<strong>de</strong>nticuladas, a inferior egual a meta<strong>de</strong> das glumas e<br />
egual ao dobro da superior.<br />
b. Duriaei (Bss. et Reut, ms.) Nyman Consp. Fl. europ. ρ 802;<br />
A. capillaris J. Gay, Pl. art. exsic. ; limbo das folhas (pelo<br />
menos das inferiores) mais longo e sensivelmente plano.<br />
Hab. nos terrenos áridos e estereis. — Fl. junho a agosto.<br />
4 XX
50<br />
Nome vulg. — Linho ou barbas <strong>de</strong> rapoza.<br />
Alemdouro trasmontano: Alfaião, prox. <strong>de</strong> Bragança, Murça (M. Ferreira);<br />
Vimioso (Mariz); Chaves, na serra do Brunheiro (Moller); Villa<br />
Beal, Bornes (S. Silva). — Alemdouro lilloral: Serra do Gerez até às<br />
maiores altitu<strong>de</strong>s (Moller) ; Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, margens do rio Sousa (G.<br />
Sampaio); Valladares, Caminha, Monsào, Barcellos (Β. da Cunha); 6. Cabeceiras<br />
<strong>de</strong> Basto (J. Henriques) ; Vizella (W. Lima) ; Soajo (Moller) ;<br />
entre S. Pedro da Cova e Vallongo (E. Schmitz). — Beira trasmontana:<br />
Villar Formoso (B. da Cunha); Trancoso (M. Ferreira); Taboaço (Lima);<br />
serra da Lapa (M. Ferreira). — Beira central: Serra da Estrella até aos<br />
pontos mais elevados (Moller, Daveau, M. Ferreira); Guarda, b. Fornos,<br />
Celorico (Daveau); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller); Vizeu, Ton<strong>de</strong>lla, Bussaco<br />
(A. Carvalho, M. Ferreira). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong> (Moller); Vaca<br />
ri ça (C. Botelho). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (B. da Cunha); Sernache<br />
do Bom Jardim (M. e Barros). — Allo Alemtejo: Portalegre (B. Larcher);<br />
Povoa e Meadas (B. da Cunha). — Baixas do Guadiana: <strong>de</strong> Beja a Albornòa<br />
(Daveau).<br />
OBS. — O exame dos exemplares colhidos por Bourgeau e classificados<br />
por Cosson, como A. Duriaei Bss. et Reut., e distribuídos com o n.° 2714,<br />
fizeramme conhecer que esta não é espécie distincta, mas apenas varieda<strong>de</strong><br />
da A. truncalula, como já tinha reconhecido Nyman (Consp. Fl.<br />
europ. p. 802) distincta da forma typica pelas folhas, que na varieda<strong>de</strong><br />
são planas (pelo menos as inferiores) e <strong>de</strong> limbo bastante comprido.<br />
São porém numerosas as formas intermédias entre o typo e a varieda<strong>de</strong>.<br />
Um exemplar colhido em Monsão pelo sr. R. da Cunha tem a glumella<br />
inferior aristada.<br />
Sect. II. Trichodium Schrad.<br />
Agrostis canina L. Sp. pi. ed. I, p. 62; Willk. et Lange, p. 54;<br />
Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 286.<br />
Perennal, cestipitosa; colmos ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 56 <strong>de</strong>c; folhas inferiores<br />
estreitas enroladas quasi setaceas, ligula oblonga. Panicula quasi sempre<br />
<strong>de</strong> côr violeta, contrahida <strong>de</strong>pois da floração, ramos capillares escabrosos;<br />
espiguetas <strong>de</strong> 2 mill., glumas quasi eguaes escabrosas na carena,<br />
lanceoladas, glumella inferior mais curta que as glumas, troncada e <strong>de</strong>nteada<br />
com pragana geniculada inserida um pouco acima do meio da glumella,<br />
maior do que esta e muito mais longa que as glumas; glumella superior<br />
nulla ou muito pequena.<br />
a. Allionii Richter Pl. europ. ; A. canina, γ. mutica Gaud. Fl.
51<br />
helv. p. 172; A. capillares Allioni Fl. ped. II, p. 233.—<br />
Glumella mulica.<br />
b. -humais Willk. et Lange, p. 55. — Muito menor que o typo e<br />
panicula mais contrahida.<br />
Hab. nos prados, terrenos relvosos quer cultivados quer incultos. — Fl.<br />
junho a agosto.<br />
Alemdouro trasmontano : Λ Τ<br />
'\\\Ά Real (D. Monteiro). — Alemdouro lilloral:<br />
Montalegre (Moller); Gerez (6); serra do Soajo (Moller). — Beira<br />
lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller); Fôja (M. Ferreira).—<br />
Baixas do Sorraia: Montargil (.1. Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral:<br />
(6) Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemlelo: Évora (V. da Esperança).<br />
Area geogr. — Europa e Siberia.<br />
OBS. — Parece que a forma typica não é vulgar em Portugal; é a forma<br />
mutica (a) que domina. A varieda<strong>de</strong> humilis não é vulgar também, pois só<br />
a conheço <strong>de</strong> duas localida<strong>de</strong>s (serra do Gerez e Setúbal).<br />
Agrostis setacea Gentis Fl. lond. f. VI, tab. 12; A. selifolia Brot,<br />
p. 74; Willk. et Lange, p. 54; Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 286.<br />
Exsic —Welw. n. 05<br />
1283-1285; Soe Brot. n. os<br />
30 e 30 íl<br />
; Fl. lusit.<br />
exs. n.° 6.<br />
Perennal cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 2-7 <strong>de</strong>c. ; folhas glaucas enroladas setaceas,<br />
ligula allongada. Panicula mais ou menos violácea ou amarellada<br />
contrahida <strong>de</strong>pois da floração, ramos escabrosos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceolado-acuminadas<br />
escabrosas na carena; glumella inferior mais curta<br />
que as glumas, Ironcada com quatro pequenas pontas (prolongamento das<br />
nervuras, sendo as externas maiores), pincéis <strong>de</strong> pellos na base e com<br />
pragana geniculada inserida pouco acima da base da glumella.<br />
Hab. nos terrenos incultos, áridos, nos pinhaes, ele Vulgarissima. —<br />
Fl. junho a agosto.<br />
Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro). — Alemdouro lilloral:<br />
serra do Gerez até aos logares mais altos, serra do Soajo (Moller);<br />
serra da Cabreira (G. Sampaio); S. Gregorio, prox. <strong>de</strong> Melgaço (Moller);<br />
Valença, Ponte <strong>de</strong> Moura (R. da Cunha); S. Pedro da Cova (Schmitz).<br />
— Beira central: serra da Estrella (R. da Cunha); Ponte <strong>de</strong> Jugães, serra<br />
da Lapa (M. Ferreira) ; Gouveia (R. da Cunha) ; Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong><br />
(Moller); Vacariça (A. <strong>de</strong> Carvalho); Bussaco (F. Loureiro). — Beira littoral:<br />
visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller, C. Freire); S. Paulo, S.<br />
João do Campo (M. Ferreira); serra da Louzã, Foja, pinhal do Urso<br />
(Moller). — Beira meridional: Covilhã, Castello Branco, Malpica (R. da<br />
Cunha); Abrantes (Daveau).— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Bel-<br />
P »<br />
»i BUO r f C: A
52<br />
-las, Montejunto, Cintra (Daveau); Estoril (Welw.); Tancos (Daveau).—<br />
Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão). — Allo Alemlejo: Castello <strong>de</strong><br />
Wi<strong>de</strong> (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo lilloral: entre Coina e Vendas<br />
(Welw.); Alfeite, Barreiro, Seixal (R. da Cunha); Setúbal (A. Luisier).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, França, Relgica, Inglaterra.<br />
Agrostis elegans Thore ap. Loiseleur Not. p. 15; Willk. et Lange,<br />
p. 55; Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 288.<br />
Exsic. —Welw. n.° 1293; Bourgeau PI. d'Esp. et <strong>de</strong> Port. n. os<br />
2066<br />
e 2068; Soe. Brot. n.° 1087.<br />
Annual; colmos muito finos <strong>de</strong> 5-30 cent.; folhas canaliculadas setaceas,<br />
ligula comprida irregularmente lacerada. Panicula oval <strong>de</strong> ramos<br />
lisos rapillares afastados do eixo <strong>de</strong>pois da floração, dispostos por 2 a 3<br />
em semiverticilios ; espiguetas muito pequenas quasi sempre violáceas<br />
bem separadas umas das outras; glumas eguaes oblongas obtusiirsculas,<br />
lisas; glumella inferior mais curta que as glumas troncada <strong>de</strong>nticulada,<br />
glumella superior nulla.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e áridos. — Fl. junho e julho.<br />
Nome vulg. — Linho <strong>de</strong> rapoza.<br />
Alemdouro littoral: Monte-Dôr (B. da Cunha). — Beira lilloral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Mesnier, M. Ferreira) ; pinhal <strong>de</strong> Fôja (Moller)<br />
; pinhal do Urso (F. Loureiro).— Centro lilloral: Caldas da Bainha<br />
(S. da Silva); Santarém, nas margens do Tejo (B. da Cunha); pinhal <strong>de</strong><br />
Leiria (C. Pimentel). — Beira meridional: Covilhã, Malpica (R. da Cunha).<br />
— Allo Alemlejo: serra d'Ossa (Daveau). — Baixo Alemlejo lilloral: do<br />
Seixal a Arrentela, do Poceirão a Pegões (Daveau, R. da Cunha); Vendas,<br />
entre Meli<strong>de</strong>s e Cabo <strong>de</strong> Sines (W r<br />
elw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha).—Algarve: Olhão, nos mattos<br />
húmidos, Faro, S. João da Venda (Welw.); Monchique, nos terrenos are^<br />
nosos (Bourgeau).<br />
Area geogr. — Península ibérica, França meridional, Sicilia?<br />
Agrostis litigans Steud. Syn. gl. I, p. 162; Hackel, 15.<br />
Baixo Alemtejo littoral: serra dArrabida (Welw.).<br />
Diffère da espécie anterior por ter na parte inferior da panicula alguns<br />
ramúsculos muito curtos flexuosos, e pela glumella com 3-5 <strong>de</strong>nticulos e<br />
quasi egual a meta<strong>de</strong> das glumas.<br />
OBS. — Relativamente a esta espécie posso repetir o que escreveu o<br />
prof. Hackel no Catalogo das gramíneas <strong>de</strong> Portugal, acerescentando que<br />
nenhum exemplar dos colhidos por Wehvitsch e que se encontram no
53'<br />
herbario da Escola Polytechnica <strong>de</strong> Lisboa, nem dos colhidos pelos srs.<br />
Daveau e Ricardo da Cunha, e ultimamente pelo sr. A. Luisier, na Arra;<br />
bida e em localida<strong>de</strong>s próximas, representa esta espécie.<br />
Nào será apenas uma varieda<strong>de</strong> ou antes uma forma da espécie antece<strong>de</strong>nte<br />
na qual alguns ramos do semiverticilio inferior ficassem sem espiguetas?<br />
Ha um exemplo d'esta disposição em exemplares da Agroslis,<br />
caslellana, colhidos nas margens do Douro pelo sr. G. Sampaio. Essa<br />
forma não se conservou no Jardim Botanico em indivíduos obtidos <strong>de</strong> sementes.<br />
Agrostis pallida DC. Fl. fr. VI, p. 251; Willk. et Lange, p. 55;<br />
Hackel, p. 15; Colmeiro, p. 289.<br />
Exsic. —Welw. n. os<br />
1280 e 1281; Bourgeau PI. d'Esp. et <strong>de</strong> Port.<br />
η. 03<br />
2067 e 2067 bis; Soc. Brot. n.° 299.<br />
Espécie annual mulliculmea, colmos <strong>de</strong> 180 cent, ascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />
longas acuminadas planas um pouco caniculadas quando seccas, ligula<br />
oblonga. Panicula oblonga, contrahida <strong>de</strong>pois da floração, <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong><br />
amarellada ou pallida, em alguns exemplares violácea, ramos capillares<br />
escabrosos; espiguetas pequenas reunidas em grupos na extremida<strong>de</strong> dos<br />
ramos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas escabrosas na carena,<br />
glumella inferior membranacea meta<strong>de</strong> mais curta que a gluma troncada<br />
biaristada pelo prolongamento das duas nervuras lateraes, com dois per<br />
quenos pincéis <strong>de</strong> pellos na base e pragana dorsal geniculada inserida no<br />
meio do dorso e muito saliente para fora das glumas.<br />
Hab. os terrenos arenosos, húmidos, searas, etc. — Fl. abril a junho.<br />
Alemdouro trasmontano: Adorigo (E. Schmitz). — Alemdouro lilloral:<br />
Villa Nova da Cerveira, praia <strong>de</strong> Moledo, Ancora (B. da Cunha). — Beira<br />
trasmontana: Villar Formoso (B. da Cunha). — Beira central: visinhanças<br />
<strong>de</strong> Vizeu, Ton<strong>de</strong>ila (M. Ferreira); Bussaco (J. Henriques). — Beira littoral:<br />
Agueda (J. Henriques); entre Oliveira do Bairro e Aveiro (M. Ferreira);<br />
serra da Louzã (J. Henriques); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller,<br />
Padrão, C. Freire); Fôja (B. Carreiro); MontemôroVelho (M. Ferreira).<br />
— Beira meridional: Alcai<strong>de</strong>, Fundão, Castello Branco, Malpica (R. da<br />
Cunha); <strong>de</strong> Constança até Abrantes (Daveau); Soalheira (C. Zimmermann).—<br />
Centro lilloral: Torres Novas (R. da Cunha); Relias (Daveau).<br />
^Alto Alemlejo: serra d'Ossa, Évora (Daveau); Povoa e Meadas, Portalegre,<br />
Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong>, Marvão, Niza (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo<br />
littoral: Alfeite (B. da Cunha); Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />
Beja (B. da Cunha); Cazevel (Moller). — Algarve: Foia, nos logares<br />
mais al(os (forma humilis), Faro e Olhão, nas searas, Estoi, Loulé<br />
(Welw.); serra da Picota (Bourgeau).<br />
Area geogr. — Península ibérica, França e Africa boreal.
54<br />
GASTRIDIUM 1<br />
P. Beauv. — Panicula espiciforme; espiguetas com<br />
curtos pedúnculos comprimidas lateralmente globosas na base, contendo<br />
uma flor hermaphrodite ; glumas bastante <strong>de</strong>seguaes cartilagineas muito<br />
mais compridas do que a flor; glumellas quasi eguaes, a inferior 5nervea<br />
com pragana inserida um pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> superior, a superior<br />
2nervea ; estyletes muito curtos ; caryopse envolvido pelas glumellas<br />
separandose d'ellas difficilmente.<br />
Gastritlium lencligerum (L.) Gaud. Fl. belv. I, p. 176; Milium<br />
lendigerum L. Sp. ed. II, p. 91; Agrostis lendigera Brot. p. 73; Willk.<br />
et Lange, p. 56; Colmeiro, p. 291; Hackel, p. 15.<br />
Exsic. — Welw. n. os<br />
12941296; Soe. Brot. n.° 164; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 1137; Bourgeau PI. d'Esp. et Port. n.° 2071.<br />
Espécie annual uni ou multiculmea, colmos direitos ou geniculados na<br />
base; folhas um pouco glaucas, planas, estreitas acuminadas e escabrosas<br />
nas margens, ligula lanceolada. Panicula d'um ver<strong>de</strong> esbranquiçado aberta<br />
durante a floração e <strong>de</strong>pois contrahida espiciforme ; espiguetas <strong>de</strong> 34 mill,<br />
com a base dilaladaglobosa ; glumas 1nerveas <strong>de</strong>seguaes cartilagineas<br />
lustrosas carenadas lanceoladas escabrosas na carena muito mais comprida<br />
do que a llôr, glumellas quasi eguaes, a inferior 5nervea troncada<strong>de</strong>nteada<br />
pelluda com pragana inserida pouco abaixo do vértice e que attinge<br />
ou ultrapassa a extremida<strong>de</strong> das glumas.<br />
b. laxum (Boiss. et Beut.) Pug. p. 126. — Diffère do typo pelos<br />
colmos muito mais curtos, pela panicula menos <strong>de</strong>nsa, pelas<br />
espiguetas mais pepuenas e pela pragana que quasi não ultrapassa<br />
as glumas.<br />
Frequente tanto nas terras cultivadas como nas incultas e mesmo em<br />
altitu<strong>de</strong>s superiores a 500.metros. — Fl. no verão.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Murça (M. Ferreira);<br />
Adorigo (Schmitz). — Beira littoral : <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ourentam (A. <strong>de</strong><br />
Carvalho); Pombal (Moller). — Beira central: Penalva do Castello (M. Ferreira),<br />
—r Beira meridional: Covilhã, Malpica, Castello Branco, Villa Velha<br />
do Bodâo (R. da Cunha).— Centro lilloral: Alemquer (Moller); Lezíria<br />
d'Azambuja, Villa Franca, Torres Novas (B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong><br />
Lisboa, Bellas, serra <strong>de</strong> Monsanto, Valle d'Alcantara, Cintra (Daveau, B.<br />
da Cunha); b. Tapada d'Ajuda (Welw. n.° 1294). — Allo Alemlejo: Portalegre,<br />
nos terrenos siliciosos (L. Marçal).—Baixo Alemlejo lilloral: Ca<br />
1<br />
De γαστήρ, ventre; allusão á forma das espiguetas.
55<br />
lhariz, serra d'Arrabida (Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />
Beja, na charneca do Bato e na Boa Vista (R. da Cunha); Cazevel<br />
(Moller) ; entre Carregueiro e Castro Ver<strong>de</strong>, entre Corte Figueira e Mú<br />
(Daveau). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Portimão e <strong>de</strong> Faro,<br />
nas terras fracas (Welw.); serra da Picota (E. Bourgeau).<br />
Area geogr. -»- Região mediterrânea.<br />
AMMOPHILA 1<br />
Host. — Panicula espiciforme; espiguetas relativamente<br />
gran<strong>de</strong>s; glumellas rígidas e muticas. Prolongamento da rachilla<br />
bastante longo. Base da glumella inferior e prolongamento da rachila com<br />
pellos longos.<br />
AmmopMla arenaria (L.) Link. H. ber. I, p. 105; Arundo arenaria<br />
L. Sp. pl. ed. I, p. 82; Calamag'rostis arenaria Both. Brot. p. 87;<br />
Psamma arenaria B. et S.; Willk. et Lange, p. 51; Colmeiro, p. 280;<br />
Hackel, p. 13.<br />
-Exsic —Welw. n, os<br />
1300 e 1301; Soc. Brot. n. os<br />
27 e 27"; Fl. lusit.<br />
exs. n.° 1315.<br />
Planta perennal rhizomatosa; colmos <strong>de</strong> 5-10 <strong>de</strong>c; folhas glaucas, enroladas<br />
junciformes, duras, terminando em ponta vulnerante, ligula muito<br />
comprida bifida. Panicula espiciforme longa e estreita compacta com ramos<br />
curtos e escabrosos, como os pedúnculos das espiguetas; espiguetas<br />
<strong>de</strong> um centímetro; glumas lanceoladas agudas ou subobtusas, escabrosas<br />
na carena, a inferior asymetrica ; glumella inferior bi<strong>de</strong>ntada na extremida<strong>de</strong><br />
e tendo uma curta ponta escabrosa egual ou pouco maior que os<br />
<strong>de</strong>ntes; pellos da base egualando o terço da glumella. Prolongamento da<br />
rachilla (llôr neutra d'alguns auctores) egualando meta<strong>de</strong> da glumella e<br />
vestido <strong>de</strong> longos pellos.<br />
Hab. nas costas maritimas arenosas, on<strong>de</strong> é muito frequente.<br />
Alemdouro lilloral: Lanhellas, Caminha, Ancora, Vianna (R. da Cunha);<br />
da Foz até á Boa Nova (J. Johnston, G. Sampaio); Min<strong>de</strong>llo (V. Nogueira).<br />
— Beira lilloral: Figueira da Foz, Buarcos (Schmitz, Moller); pinhal do<br />
Urso (M. Ferreira).— Centro lilloral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, na praia do<br />
Mar Novo (B. da Cunha); Cabo da Boca, Ericeira (Welw.); Trafaria (P.<br />
Coutinho). — Baixo Alemlejo lilloral: ilha do Pecegueiro (Daveau). — Algarve:<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Welw.); Villa Beal <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
(Moller).<br />
Area geogr. — Praias arenosas da Europa e da America boreal.<br />
De άρ,μος, areia, e οίλη, amante; allusão ao terreno em que vivo.
56<br />
APERA 1<br />
Adanson. — Panicula ramosa aberta ou contrahida; espiguetas<br />
comprimidas lateralmente com uma única flor; gluma inferior menor<br />
que a superior e menor ainda do que a flor; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes,<br />
a inferior aguda inteira cercada na base <strong>de</strong> pellos curtos e tendo<br />
uma pragana bastante comprida inserida pouco abaixo da extremida<strong>de</strong><br />
superior. Prolongamento .da rachila sem pellos.<br />
Apera Interrupta (L.) P. Beauv. Agr. p. 31; Agrostis interrupta L.<br />
Svst. ed. X, p. 872; Brot. p. 73; Willk. et Lange, p. 55; Colmeiro,<br />
p" 290; Hackel, p. 15.<br />
Mulliculmea, colmos finos ; folhas planas lineares, ligula lanceolada.<br />
Panicula espiciforme estreita interrompida principalmente na base, ramos<br />
capillares escabrosos, semiverticillados, os maiores com espiguetas na meta<strong>de</strong><br />
superior, os menores com espiguetas quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas<br />
pequenas; glumas <strong>de</strong>seguaes, escabrosas na carena, a inferior 1-nervea,<br />
a superior mais larga 3-nervea; glumella inferior egual em gran<strong>de</strong>za ou<br />
um pouco maior que a gluma superior, escabrosa principalmente nas nervuras<br />
e com uma pragana muito longa escabrosa inserida pouco abaixo<br />
do vértice, glumella superior menor membranosa; rachila muito curta.<br />
Hab. nos terrenos arenosos da região inferior.<br />
Alemdouro lilloral: margens arenosas do Douro, perto do Porto (Link.);<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Gaya, nos areaes do Douro (Schmitz).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
LAGURITS 2<br />
L. — Espiguetas 1-floreas formando em thyrso compacto<br />
oval-oblongo ; glumas eguaes prolongando-se numa pragana longa plumosa;<br />
glumellas menores que as glumas, a inferior villosa na base longamente<br />
2-setosa e com longa pragana enrolada na parte inferior inserida um pouco<br />
acima do meio, rachila longamente villosa egualando quasi meta<strong>de</strong> da glumella<br />
inferior.<br />
I.as uru s ovalas L. Sp. ed. I, p. 81; Brot. p. 88; Willk. et Lange,<br />
p. 58; Colmeiro, p. 295; Dackel, p. 16.<br />
Exsic —Welw. n. 03<br />
1207 e 1208; Soe Brot. n.° 165.<br />
Planta annual, geralmente pluriculmea; colmo <strong>de</strong> 1-6 <strong>de</strong>c; folhas curtas,<br />
villosas, <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada, lineares ou linear-lanceoladas,<br />
1<br />
De ά, negativo, e πηρός, truncado, cortado, porque o eixo da espigueta (rachila)<br />
se prolonga além da ultima llôr.<br />
2<br />
De λαγός, lebre, e σύρ«, cauda; allusão á forma da espiga pelluda.
57<br />
bainha da folha superior ventricosa; ligula curta pubescente troncada e<br />
laciniada. Panicula <strong>de</strong> côr clara sedosa ovói<strong>de</strong> ou subglobosa; espiguetas<br />
<strong>de</strong> 8 mill.<br />
var. nanus Guss. — Colmos <strong>de</strong> 4-6 cent, muito ramosos.<br />
Hab. na região inferior e frequente nas terras próximas do mar.<br />
Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira, Caminha, Gandara <strong>de</strong> Monte-<br />
Dôr (R. da Cunha). — Beira littoral: Buarcos, Galla (Moller); praia da<br />
Vieira (B. Gomes). — Centro littoral: Berlengas (Daveau); Villa Franca<br />
(B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, colunas d'Alcantara, Cova da Pieda<strong>de</strong>,<br />
Tapada d'Ajuda, Cintra (Welw., R. da Cunha, P. Coutinho).—<br />
Baixo Alemtejo littoral: Trafaria (Daveau); nos pinhaes do Seixal e da<br />
Amora (Welw.); Azeitão, Setúbal, Lagoa d'Albufeira (Moller); Setúbal<br />
(A. Luisier). — Algarve: Faro, nos pinhaes arenosos, var. Ferragudo,<br />
prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Portimão; Tavira, nos caminhos arenosos e húmidos,<br />
Fuzeta (Welw.); Loulé, nas barreiras brancas (Daveau); Villa Real<br />
<strong>de</strong> Santo Antonio (Moller).<br />
Area geogr.—-Região mediterrânea.<br />
Tribu VII. Avenaeas<br />
Espiguetas 2-oo-flóreas ; inflorescencia em panicula, raras vezes em<br />
espiga, todas as flores hermaphroditas ou uma masculina; glumas muitas<br />
vezes persistentes, em geral mais compridas do que as glumellas, das quaes<br />
a inferior em-geral tem pragana dorsal ou terminal; pragana geralmente<br />
geniculada; glumella superior 2-carinada; estylete curto ou nullo; estigmas<br />
plumosos sahindo perto da base ou do meio das espiguetas.<br />
(Espiguetas separando-se inteiras Holcus L.<br />
1 (Glumellas caducas; glumas persistentes 2<br />
2<br />
(Espiguetas com 2 flores e rachilla não prolongada 3<br />
(Espiguetas 2-oo-flóreas; rachilla prolongada além da flor superior 6<br />
Glumas semiglobosas; panicula espiciforme Airopsis Desv.<br />
! Glumas não semiglobosas; panicula ampla 4<br />
(Glumas mais compridas que as flores g<br />
4 j<br />
( Glumas mais curtas que as flores Molineria Pari.
S<br />
6<br />
10<br />
11<br />
i2<br />
58<br />
[Glumella inferior troncada, mutica e levemente 3<strong>de</strong>nteada Antinoria Pari.<br />
(Glumella inferior 2<strong>de</strong>nteada, praganosa Aira L.<br />
ι Pragana dorsal 7<br />
jPragana terminal entre as divisões da glumella; flores 26, sendo a superior<br />
( estéril Danthonia DC.<br />
IInflorescencia em espiga simples com espiguetas distichadas.. Gaudinea Beauv.<br />
/ - f><br />
(Inflorescencia em panicula ampla 8<br />
(Flor superior hermaphrodita, a inferior masculina praganosa.<br />
1 Arrhenatherum Beauv.<br />
(Flores todas hermaphroditas.ou algumas superiores masculinas ou estereis . · 9<br />
(Semente involucrada, geralmente adhérente ás glumellas; glumella inferior S9<br />
) nervea, chegando ao vértice só 2 nervuras Avena L.<br />
(Semente livre; espiguetas pequenas (menos <strong>de</strong> um centímetro) 10<br />
ÍGlumellas <strong>de</strong>licadamente eroso<strong>de</strong>nteadas ou 2lobadas, ou com margens intei<br />
ras · II<br />
Glumella inferior 2fida ou 2<strong>de</strong>nteada; <strong>de</strong>ntes por vezes ligeiramente arista<br />
dos.. 12<br />
(Pragana articulada, terminada em forma <strong>de</strong> massa Corynephorus Beauv.<br />
(Pragana não articulada, terminada cm ponta fina Deschampsia Beauv.<br />
(Flores inferiores muticas; glumas
89<br />
(Glumas aeuminadasmucronadas; pragana genieulada H. mollis L.<br />
2 I<br />
(Glumas longamente acuminadas; pragana flexuosa H. Gayanus Bss.<br />
3<br />
(Glumas lanceoladas quasi eguaes H. lanatus L.<br />
(Glumas acuminadasaristadas H. setiglumis Bss. et Reut.<br />
Holcus lanatus L. Sp. pl. I, 1048; Willk. et Langé, p. 74; Brot,<br />
p. 97; Hackel, p. 21; Colmeiro, p. 327.<br />
Exsic. — Welw. n. os<br />
12871260; Soc. Brot. n.° 452; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 21.<br />
Planta perennal; colmo erecto pubescente nos nós; folhas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong><br />
esbranquiçada e bainhas com pellos finos; ligula curla, troncada e mais<br />
ou menos laciniada. Panicula oval oblonga com eixo e ramos pelludos <strong>de</strong><br />
cór ver<strong>de</strong> clara ou arroxada, espiguetas mais compridas que os pedúnculos;<br />
glumas quasi eguaes, pelludas ou só ciliadas na nervura, a inferior<br />
1nervea lanceolada, a superior ovaloblonga 3nervea, nervuras mais próximas<br />
das margens do que da nervura central, mucronadas ou muito curtas,<br />
pragana inserida pouco abaixo do vértice, ligeiramente fendida ; glumellas<br />
glabrae, as da flor inferior quasi eguaes em comprimento, as da superior<br />
bastante <strong>de</strong>seguaes, com alguns pellos na base na maior parte dos casos;<br />
gluma inferior da flor superior com pragana recurvada em forma <strong>de</strong> gancho,<br />
mais curta que as glumas.<br />
Frequente nos lameiros, pastagens e nos terrenos cultivados.<br />
Nome vulg. — Herva mollar.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller, M. Ferreira);<br />
Sarapicos (C. Lobo); Caldas do Moledo (W. Lima); Chaves, Montalegre<br />
(Moller); Villa Real (D. Monteiro), — Alemdouro littoral: serras do Gerez<br />
e do Soajo (Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. L. Henriques); Santo<br />
Thyrso (A. B. Valente); Villa Nova da Cerveira, Mido, nos lameiros, Caminha,<br />
Valença, Melgaço, Monsão, Vianna do Castello, nas margens do<br />
Lima (B. da Cunha); Porto (Hackel, V. Nogueira).—Beira littoral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller, W. Lima); Louzã (J. Henriques);<br />
pinhal do Urso (F. Loureiro) ; Buarcos (Moller); Montemor, entre Fôja e<br />
Gatões \M. Ferreira); pinhal <strong>de</strong> Leiria (Pimentel); Albergaria, Pombal,<br />
Soure (Moller). — Beira trasmontana: Almeida (B. da Cunha); Taboaço<br />
(C. <strong>de</strong> Lima); Trancoso, serra da Lapa (M. Ferreira). — Beira central:<br />
serra da Estrella, Guarda, S. Romão (Daveau, M. Ferreira); Penalva do<br />
Castello, Vizeu, Ton<strong>de</strong>ila (M. Ferreira); Lobão, S. Pedro do Sul (Moller).<br />
— Beira meridional: Fundão, Castello Branco, Malpica, Villa Velha do<br />
Ródão (R. da Cunha); Sernache do Bom Jardim (P. e<br />
M. <strong>de</strong> Barros); Pampilhosa<br />
(J. Henriques); Soalheira (Ρ. θ<br />
C. Zimmermann). — Centro littoral:
60<br />
Porto <strong>de</strong> Moz, Alfeiseirão, Caldas da Rainha, Óbidos (R. da Cunha); Berlengas,<br />
Farilhões (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau).—<br />
Baixas do Sorraia: Montargil (Cortezão). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite,<br />
Pinheiro, nos arrozaes (Daveau); Calhariz (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Allo Alemlejo: Marvão (R. da Cunha). — Baixas do Guadiana:<br />
entre Almodovar e Ourique, Cercal, nas collinas calcareas (Daveau); Beja,<br />
na ribeira da Boa Vista (B. da Cunha). — Algarve: serra da Picota, nos<br />
soutos <strong>de</strong> castanheiros, Monchique, Cabo <strong>de</strong> S. Vicente (Welw., Moller).<br />
Area geogr. — Europa, Africa e America boreal.<br />
OBS. — A forma predominante po<strong>de</strong>rá ser referida á varieda<strong>de</strong> ou antes<br />
forma — argenteus— pela côr cinzenta <strong>de</strong> toda a planta e pela côr clara<br />
da panicula. A gran<strong>de</strong>za da pragana varia bastante até no mesmo indivi-><br />
duo, <strong>de</strong> modo que mal pô<strong>de</strong> servir como caracter especifico distinctivo.<br />
Holcus mollis L. Syst. ed. X, 1305; Brot. p. 98; Willk. et Lange,<br />
p. 74; Colmeiro, p. 328; Hackel, p. 21.<br />
Exsic. — Welw. n.° 1261 (sub H. rigida Höchst); Fl. lusit. exs. n.°<br />
1407.<br />
Planta rhizomatosa perennal <strong>de</strong> folhas planas acuminadas, ao principio<br />
pubescentes e por fim glabras, ásperas nas margens; ligula oblonga lacH<br />
niada na margem. Panicula estreita oblonga <strong>de</strong> ramos separados durante<br />
a anthese e <strong>de</strong>pois unidos, <strong>de</strong> côr clara; espiguetas mais compridas que<br />
os pedicellos, proximamente <strong>de</strong> 5 mill.; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes,<br />
acuminadas, mais ou menos pubescentes ou só ciliadas nas nervuras, a<br />
inferior uninervea, a superior 3-nervea, sendo as nervuras laleraes mais<br />
próximas da central do que das margens; llôr superior cercada <strong>de</strong> pellos<br />
abundantes na base; glumellas glabras, <strong>de</strong>seguaes, as inferiores obtusas e<br />
a da llôr superior tendo uma pragana ge7iiculada inserida um pouco abaixo<br />
do vértice mais longa que as glumas.<br />
Encontra-se nos terrenos relvosos em geral.<br />
Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Bebordães, Vimioso (J. Mariz); Villa<br />
Real (D. Monteiro). — Alemdouro littoral: Porto (G. Sampaio); Melgaço,<br />
Barcellos (R. da Cunha); S. Pedro da Cova, Vallongo (E. Schmitz).—<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, na Baleia, Choupal, Fôja (Moller). — Beira central:<br />
Celorico, nas margens do Mon<strong>de</strong>go (R. da Cunha); serra da Estrella,<br />
na região mais alta (Welw., Daveau, Moller); visinhanças <strong>de</strong> Vizeu, Oliveira<br />
do Con<strong>de</strong> (Moller).—Beira trasmontana: Almeida, Castello Bom,<br />
Torre das Vargens, Villar Formoso (B. da Cunha); Taboaço (C. <strong>de</strong> Lima).<br />
— Beira meridional: Covilhã, Alcai<strong>de</strong>, Castello Branco (R. da Cunha);<br />
Soalheira (P. e<br />
C. Zimmermann). — Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa,<br />
Bellas (Daveau); Cintra, Cofiares, Cabo da Roca (Welw.); Torres Vedras
61<br />
(Moller); Santarém (R. da Silva).'—Alto Alemtejo: Marvão (Ε. Schmitz);<br />
^Portalegre (Pi. da Cunha). — Baixo Alemtejo lilloral: Alfeite (Daveau).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
Holcus Gtayanus Boissier Voy. II, p. 637; Willk. et Lange, p. 74;<br />
Colmeiro, p. 329.<br />
Planta annual multiculmea <strong>de</strong> 14 a 30 cent, d'altura; folhas com limbo<br />
plano pubescente muito curto nas superiores, bainhas glabras, nitidamente<br />
estriadas, as superiores venlricosas, ligula allongada troncada com a margem<br />
<strong>de</strong>nticulada. Panicula pequena, ramúsculos <strong>de</strong>nsamente ciliados; espiguetas<br />
bem mais longas que os pedicellos; glumas <strong>de</strong>seguaes longamente<br />
acuminadas (especialmente a superior), a inferior uninervea, a superior<br />
3nervea, com as nervuras laleraes bem mais próximas da central do que<br />
das margens, curtamente ciliadas nas nervuras e com as faces cobertas <strong>de</strong><br />
pellos curtos; flor superior cercada <strong>de</strong> numerosos pellos na base; glumellas<br />
quasi eguaes em comprimento, as inferiores glabras e luzidias, a da llôr<br />
superior acuminada e tendo pargana geniculadaflexuosa muito mais longa<br />
que ella e do que as glumas, inserida um pouco abaixo do vértice.<br />
Espécie das montanhas e d'algumas partes da região baixa.<br />
Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira (R. da Cunha); serra do<br />
Soajo (Moller). — Beira central: serra da Estrella, no Covão da Meta<strong>de</strong><br />
e do Urso (Daveau, M. Ferreira).<br />
Area geogr.—Península ibérica.<br />
Holcus setiglumis Bss. et Beut. Diagn. pl. hisp. p. 27; Willk. et<br />
Lange, p. 74; Colmeiro, p. 330.<br />
Planta annual, uni ou pluriculmea, colmo pelludo nos nós; folhas <strong>de</strong><br />
limbo curto e bainhas subventricosas e pubescentes, bainhas superiores<br />
longas attingindo quasi a panicula, ligula membranosa curta troncada.<br />
Panicula oblonga contrahida, ramúsculos pelludos; espiguetas bem mais<br />
longas que os pedicellos; glumas <strong>de</strong>seguaes ciliadas na carena e muitas<br />
vezes todas pelludas, a inferior uninervea, a superior 3nerva, as nervuras<br />
lateraes a egual distancia da dorsal e da margem ou mais próximas<br />
daquella, ambas praganosas, sendo a pragana da superior quasi do comprimento<br />
da gluma; ílores pedicelladas attingindo o meio das glumas, sem<br />
pellos; glumellas da llôr inferior <strong>de</strong> comprimento egual; glumella superior<br />
da flor superior pouco maior do que meta<strong>de</strong> da glumella inferior,<br />
que tem pragana recurvada quasi da gran<strong>de</strong>za da glumella e não saliente<br />
para fora das glumas.<br />
Hab. nos prados e terrenos relvosos da região inferior.<br />
Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Beira meridional:<br />
Castello Branco (R. da Cunha). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no
'62<br />
Choupal (Moller). — Alto Alemtejo: Barretos, prox. <strong>de</strong> Marvão (Ε. Schmitz);<br />
Evora (Moller); Villa Fernando (R. Larcher). — Baixas do Guadiana:<br />
Cazevel (Moller).<br />
OBS.—Muitos exemplares são no aspecto geral muito semelhantes ao<br />
H. lanatus. A forma porém das glumas distinguem sem dificulda<strong>de</strong> as<br />
duas espécies. Comtudo é <strong>de</strong> notar que em muitas formas do H. lanatus<br />
é fácil <strong>de</strong> reconhecer tendência para o H. setiglumis, pois que as duas<br />
glumas são praganosas, embota a pragana seja <strong>de</strong> menores dimensões.<br />
Nos exemplares colhidos por Wehvitsch no Lumiar, em Cintra, que distribuiu<br />
com o n.° 1259, assim como nos colhidos pelo sr. R. da Cunha em<br />
Castello Branco e em Villa Nova da Cerveira, observase isso. Os caracteres<br />
das flores são sensivelmente eguaes nas duas espécies. A posição<br />
relativa das nervuras da gluma superior é que é mais constante e distinctive.<br />
AIROPSIS 1<br />
Desv. — Panicula pequena direita; espiguetas subglobosas<br />
contendo duas flores hermaphroditas rentes; glumas quasi eguaes hemisphericas<br />
obtusas 3nerveas e tendo quasi o dobro do comprimento das<br />
flores; glumellas quasi eguaes, a inferior 3lobada, villosa e ciliada, mutica,<br />
a superior plana arredondada na extremida<strong>de</strong>, glabra e sem nervuras;<br />
estâmes 3, antheras quasi tão largas como compridas. Caryopse convexo<br />
na face externa e plano na interna, perfeitamente envolvido pelas<br />
glumellas, mas não adhérente.<br />
Airopsis globosa Desv. Journ. du Bot. I, p. 200; Aira globosa Thore;<br />
Milium tenellum Cav. Ic. t. 274·; Willk. et Lange, p. 62; Hackel, p. 17;<br />
Colmeiro, p. 305.<br />
Exsic. —Welw. n.° 1193; Soc. Brot. n.° 1524; Fl. lusit. exs. n.° 615.<br />
Espécie annual, mulliculmea, <strong>de</strong> pequenas dimensões; raiz fibrosa, colmos<br />
finos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes; folhas <strong>de</strong> limbo plano ou enrolado, <strong>de</strong><br />
côr violácea, bainha sulcada, a superior subventricosa e longa, ligula longa<br />
lanceolada. Panicula espiciforme <strong>de</strong> 14 cent., compacta, <strong>de</strong> côr violácea<br />
ou esverdinhada ; espiguetas subglobosas pequenas, lustrosas e 2floreas;<br />
glumas eguaes carenadas muito concavas ovaes suborbiculares ciliadas na<br />
carena 3ner\eas, sendo as nervuras lateraes muito pouco distinctas; flores<br />
rentes dispostas quasi a par; glumellas quasi da mesma gran<strong>de</strong>za, a inferior<br />
concava 3lobada e ciliada, uninervea.<br />
Vegeta nos terrenos mais ou menos arenosos e áridos.<br />
De αφα, aira (nome grego das espécies <strong>de</strong> Lolium), e οψ'.ς, semelhança.
63<br />
Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova, na ribeira da Murta (E. Schmitz).<br />
— Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, no Choupal, S. Jorge, matta do<br />
Rangel (Moller); serra da Louzã (J. Henriques); pinhal do Urso (F. Loureiro);<br />
Ponte da Murcella, na Moura Morta (M. Ferreira).— Centro littoral:<br />
Estoril, nos pinhaes do Livramento (P. Coutinho).—Alto Alemlejo:<br />
S. Simão (Daveau); Portalegre (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo littoral:<br />
O<strong>de</strong>seixe, Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes, nas areias marítimas (Welw.). — Baixas<br />
do Guadiana: serra do Cercal (Welw.). — Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente,<br />
perto do Convento (Welw.).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, França austral, Sicilia, Africa boreal<br />
e occi<strong>de</strong>ntal.<br />
AIRA L. — Panicula muito ramosa, direita com ramos horizontaes<br />
ou divaricados, distantes uns dos outros; ramos trichotomicos, ru<strong>de</strong>s; espiguetas<br />
comprimidas lateralmente, contendo duas flores hermaphrodites<br />
rentes ou a superior levemente pedicellada; glumas quasi eguaes uninerveas<br />
carenadas membranosas e maiores que as dores; glumellas inferiores<br />
geralmente praganosas e então acuminadas e bífidas; pragana inserida no<br />
dorso da glumella, torcida na parte inferior e ru<strong>de</strong> na parte superior;<br />
caryopse convexo na face externa e sulcado longitudinalmente na face interna,<br />
adhérente às glumellas, especialmente ά superior.<br />
(Panicula contrahida, espiciforme A. precox L.<br />
1 (Panicula mais ou menos larga .- 2<br />
2<br />
(Glumellas inferiores sem pincéis <strong>de</strong> pellos A. Cupaniana Guss.<br />
(Glumellas inferiores com dois pincéis <strong>de</strong> pellos 3<br />
[Pedicellos maiores ou pelo menos eguaes ás espiguetas A. caryophyllea L.<br />
3 1<br />
j Pedicellos pequenos, quando muito eguaes as espiguetas, formando estas grupos<br />
( <strong>de</strong>nsos na extremida<strong>de</strong> dos ramos A, multiculmis Desm.<br />
Aira caryophyllea L. Sp. ed. I, p. 66; Brot. p. 93; Willk. et Lange,<br />
p. 65; Hackel, p. 19; Colmeiro, .p. 309.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1173, 1175, 1178 a 1784 e 1817; Soe Brot.<br />
n.° 29; Fl. lusit. exs. n.° 15; Bourgeau, n. 09<br />
200 bis e 200 tris.<br />
Planta annual uni ou multicaule <strong>de</strong> raiz fibrosa. Folhas radicaes curtas<br />
enroladas-filiformes, as caulinares dobradas longitudinalmente, bainhas lisas<br />
ou um pouco ásperas; ligula longa lanceolada. Panicula trichotomo-ramosa,<br />
pedicellos <strong>de</strong> comprimento egual ou duplo das espiguetas ru<strong>de</strong>s na parte<br />
superior; espiguetas isoladas ou aproximadas aos pares, <strong>de</strong> quasi 3 mill.;
64<br />
glumas quasi eguaes lanceoladas agudas ou brevemente acuminadas ásperas<br />
na carena; flores rentes egualando pelo menos 3<br />
/i das glumas, glumellas<br />
inferiores <strong>de</strong> côr acastanhada com pellos curtos na base, acuminadas e divididas<br />
em duas pontas, pontuadasescabras na parte superior e tendo inserida<br />
abaixo do meio da parte dorsal uma pragana geniculada mais comprida<br />
que as glumas.<br />
a. divaricata Loisel. Fl. gall. t. 23.— Diffère do typo por ter<br />
menores dimensões, formar tufos mais compactos e principalmente<br />
por ter por fim os ramos divaricados em todos os<br />
sentidos.<br />
Vulgar nos terrenos arenosos e fracos, nas vinhas, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Moncorvo (J. Mariz); Bragança (M. Ferreira).<br />
— Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira, Caminha, Valença (R. da<br />
Cunha); Gerez (Moller); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J, Henriques); Porto (E.<br />
Schmitz). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Choupal, Santo Antonio<br />
dos Olivaes, etc. (Moller, C. Freire, Β. e Cunha); Miranda do Corvo<br />
(Β. <strong>de</strong> Mello); Ourentam (A. <strong>de</strong> Carvalho); Taveiro (B. e Cunha); pinhal<br />
do Urso (F. Loureiro); serra da Louzã (Moller). — Beira central: Bussaco<br />
(W. Lima); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira trasmontana: Almeida<br />
(M. Ferreira). — Beira meridional : Castello Branco, Alcai<strong>de</strong> (B. da Cunha).<br />
— Centro lilloral: pinhal d Azambuja (Daveau) ; Torres Novas (B. da Cunha) ;<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, na Pieda<strong>de</strong>, serra do Alfarnel (Daveau); entre Bellas<br />
e Mafra, Cintra (Welw.); <strong>de</strong> Almargem até Cascaes (Daveau). — Allo<br />
Alemlejo: Portalegre (Moller). — Baixo Alemlejo lilloral: Seixal, nos pinhaes,<br />
entre Meli<strong>de</strong>s e Sines, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes até Cercal<br />
(Welw.); Caparica, do Poceirão até Pegões (Daveau); Arrábida (Link.).<br />
^Algarve : Monchique, entre Faro e S. João das Vendas (Welw. e Moller);<br />
no alto da Foia, Cabo <strong>de</strong> S. Vicente (Welw.); mattos, perto <strong>de</strong> Faro<br />
e nas terras arenosas <strong>de</strong> Lagos (Bourgeau).<br />
Aira multiculmis Dumort. Agrost. p. 121; Willk. et Lange, p. 64;<br />
Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 308.<br />
Exsic. — FI. lusit. exs. n.° 1617.<br />
Planta annual, multiculmea <strong>de</strong> raiz fibrosa, differindo da espécie aulece<strong>de</strong>nte<br />
apenas pela gran<strong>de</strong>za dos pedicellos, que são curtos, egualando<br />
quando muito as espiguetas, ficando estas em grupos bastante <strong>de</strong>nsos na<br />
extremida<strong>de</strong> dos ramos.<br />
Frequente nas colunas áridas, nas vinhas e pinhaes.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira). — Alemdouro lilloral:<br />
Villa Nova da Cerveira, Caminha (R. da Cunha). — Beira lilloral: Bussaco
ι<br />
65<br />
(W. Lima); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira, B. e Cunha);<br />
Ourentam (A. <strong>de</strong> Carvalho); pinhal do Urso (F. Loureiro). — Baixo Alemlejo<br />
lilloral: Alfeite (R. da Cunha); Seixal'(Welw.).<br />
Area geogr. — Bélgica, França e Peninsula ibérica.<br />
Aira Cupaaiana Guss. Syn. I, p. 145; Willk. et Lange, p. 65; Colmeiro,<br />
p. 309.<br />
Planta annual differindo da espécie antece<strong>de</strong>nte por não ter os pincéis<br />
<strong>de</strong> pellos na base das glumellas. A forma typica tem uma só espigueta<br />
com pragana.<br />
Centro lilloral: Alverca (Daveau); Cascaes (P. Coutinho). — Baixo Alemtejo<br />
littoral: Alfeite (B. da Cunha); Grândola, <strong>de</strong> S. Thiago <strong>de</strong> Cacem até<br />
S. Bartholomen (Daveau). — Alto Alemlejo: visinhanças <strong>de</strong> Évora, nos granitos<br />
<strong>de</strong>saggregados (Daveau).<br />
OBS. — Estas très espécies têm gran<strong>de</strong> semelhança entre si e com justa<br />
razão, me parece, os srs. G. Bonnier e G. <strong>de</strong> Layens nos Tableaux synoptiques<br />
<strong>de</strong>s plantes vasculaires <strong>de</strong> la Flore <strong>de</strong> la France as agruparam sob<br />
a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> A. caryophyllea L. A gran<strong>de</strong>za relativa dos pedicellos<br />
e das espiguetas varia não pouco tornandose por vezes difricil a distincçâo.<br />
A falta <strong>de</strong> pellos na base das glumellas na A. Cupaniana nem sempre é<br />
absoluta, mas por vezes alguns apparecem muito curtos e reduzidos.<br />
Dos exemplares da A. caryophyllea alguns, taes como os colhidos pelo<br />
sr. Moller em Monchique e os colhidos pelo dr. Wehvitsch em Meli<strong>de</strong>s,<br />
Cabo <strong>de</strong> S. Vicente e em Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes, parecem formar transição<br />
para a A. precox. Alguns exemplares, como os <strong>de</strong> Foia, Cintra e<br />
Bellas são multicaules e <strong>de</strong> dimensões muito reduzidas. Os exemplares <strong>de</strong><br />
Foia, Valença e Alcai<strong>de</strong> pertencem ά var. divaricata.<br />
Aira precox L. Sp. pi. ed. I, p. 65; Brot. p. 93; Willk. et Lange,<br />
p. 64; Colmeiro, p. 308; Hackel, p. 19.<br />
Exsic —Welw. n.° 1174; Fl. lusit. exs. n.° 821.<br />
Planta annual <strong>de</strong> 5-20 cent., <strong>de</strong> raiz fibrosa, colmos fasciculados, folhas<br />
setaceas, bainhas estriadas um pouco ru<strong>de</strong>s, ligula comprida, lanceolada<br />
e um pouco lacerada. Panicula pequena espiciforme contrahida oval ou<br />
oblonga; pedicellos menores ou egualando as espiguetas; glumas ru<strong>de</strong>s<br />
na carena, agudas; glumella inferior <strong>de</strong> côr castanha clara pontuada-ru<strong>de</strong><br />
acuminada em duas pontas finas e claras, com dois pincéis <strong>de</strong> pellos na<br />
base e com pragana direita, maior do que as glumas, inserida no terço<br />
inferior.<br />
Hab. nos terrenos arenosos, gandaras e pinhaes.<br />
Alemdouro littoral: serra do Gerez (Murray); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J.<br />
5 XX
66<br />
Henriques). — Beira central: serra do Cárnmullo, em Macieira, Bussaco<br />
(J. Henriques). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ourentam<br />
(A. <strong>de</strong> Carvalho); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel). — Baixo Alemtejo:<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.). — Algarve: serra <strong>de</strong> Monchique,<br />
nas fendas dos rochedos, na parte mais alta (Welw.).<br />
Area geogr. — Europa media e septentrional, menos vulgar no mediterrâneo.<br />
AJfTINORIA 1<br />
Pari. — Espiguetas 2floreas, flores hermaphrodites,<br />
uma rente outra pedicellada; glumas 2, herbáceas carenadas quasi eguaes<br />
muticas e maiores que as flores; glumellas muticas hyalinomembranaceas,<br />
eguaes em comprimento, a inferior larga concava troncada subtrilobada,<br />
a superior estreita 2carenada troncadaemarginada ; glumellulas 2lateraes,<br />
mais compridas do que o ovqrio, inteiras glabras; estigmas plumosos<br />
rentes subterminaes ; caryopse subpiriforme, muito obtuso plano na<br />
face interna e envolvido nas glumellas.<br />
Antinoria agrosti<strong>de</strong>a (DC.) Pariatore El. palerm. I, p. 9o; Airopsis<br />
agrosti<strong>de</strong>a DC; Willk. et Lange, p. 62; Hackel, p. 17; Colmeiro, p. 305.<br />
Exsic —Welw. n.° 1176 (var. β.).<br />
Planta perennal estolhosa com colmos redicantes <strong>de</strong> 530 cent. ; folhas<br />
planas glabras; ligula lanceolada. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea oval <strong>de</strong> ramos<br />
ao principio levantados, mais tar<strong>de</strong> divaricados capillares quasi lisos;<br />
espiguetas com longos pedicellos ovaes lustrosas 2floreas <strong>de</strong> 1,5 mill.;<br />
glumas quasi eguaes naviculares levemente ásperas na carena e maiores<br />
que as llores <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong>violacea, a inferior 1nervea, a superior 3nervea;<br />
glumellas quasi eguaes em comprimento <strong>de</strong> côr clara, a inferior larga<br />
troncada e subtrilobada glabra, 3nervea, mulica, a superior 2carenada e<br />
2lobada ; antheras com comprimento egual ao dobro da largura.<br />
ß. natans Hackel Cat. <strong>de</strong>s gram, <strong>de</strong> Port. p. 17. — Colmos muito<br />
compridos; folhas caulinares fluctuantes largas 1,5 mill, è <strong>de</strong><br />
7 cent, <strong>de</strong> comprido, na parte inferior formam uma espécie<br />
<strong>de</strong> peciolo quasi capillar com 1015 cent. As folhas superiores<br />
que estão fora da agua têm o limbo curto.<br />
Hab. nos terrenos húmidos da região inferior e a var. nas lagoas da<br />
serra da Estrella.<br />
Dedicado ao marquez V. Antinori.
Alemdouro littoral: Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J. Henriques); Amarante, has"<br />
margens do Tâmega (G. Sampaio). — Beira trasmontana: Villar Formoso<br />
(B. da Cunha); Almeida (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella,<br />
nas lagoas (var. S.) (Welw., C. Machado, Daveau, R. da Cunha, Moller).<br />
— Beira littoral: Ourentam (A. <strong>de</strong> Carvalho). — Beira meridional: Covilhã<br />
(R. da Cunha). — Algarve: entre Faro e S. João da Venda, em terrenos<br />
inundados no inverno (Welw.).<br />
. Area geogr. — Peninsula ibérica, Franco, Bélgica, Italia.<br />
OBS. — Os exemplares colhidos em Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, Villar Formoso<br />
e Almeida representam bem o typo. Os do Algarve (Welw. n.° 1177)<br />
pequenos, não estolhosos e talvez annuaes, e ainda os colhidos pelo sr. Daveau<br />
perto da Lagoa Escura, na serra da Estrella, e talvez ainda o <strong>de</strong> Ourentam,<br />
apresentam um aspecto'bastante différente. Welwitsch nos rótulos<br />
respectivos indica que talvez sejam pertencentes à A. peninsularis Tod.<br />
Comludo a relação da largura para o comprimento da anthera, que nesta<br />
ultima espécie são sensivelmente eguaes, leva-me a referil-os todos ά A.<br />
agrosli<strong>de</strong>a na qual o comprimento da anthera é egual ao dobro da largura.<br />
A varieda<strong>de</strong> natans, escripta pelo prof. Hackel, já tinha chamado a<br />
attenção do dr. Welwitsch, que a <strong>de</strong>nominou nos rótulos, que acompanham<br />
os exemplares por elle colhidos — Aira Herminii— accrescenlando<br />
— Species msignis, omni respectu singularis, forsan novi generis typus.<br />
Noutro rotulp <strong>de</strong>nomina-a — Antinoria Herminii — e <strong>de</strong>screve-a — Foliis<br />
radicalibus <strong>de</strong>nse fasciculalo-ccspilosis, abreviatis caulinis longissimis, laminam<br />
anguste lineari-lanceolalam inter el vaginam quasi capillaceo-pedunculatis.<br />
MOLINERIA 1<br />
Pari. — Género muito semelhante ao anterior, differindo<br />
em 1er as glumas mais curtas que as flores, que são por isso um<br />
pouco salientes, pelas anlheras que são pequenas e pelo caryopse que é<br />
elliptiço, canaliculado na face interna.<br />
1<br />
Panicula acompanhada na hase <strong>de</strong> ramos estereis.. M. involucrata (Gav.) Rich.<br />
Panicula sem ramos estereis 2<br />
Glumolla inferior sem pragana M. minuta (L.) Pari.<br />
Glumella inferior com pragana M. laevis (Brot.) Hackel.<br />
Dedicado a J. Molineri, director do Jardim Botanico <strong>de</strong> Turin.
68<br />
Molineria involucrata (Cav.) Rieht. Pl. europ. I, p. 54; Aira involucrata<br />
Cav. Ic. I, p. 33; Rrot. p. 90; Periballia hispânica Trin. Fund,<br />
p. 133; Willk. et Lange, p. 63; Hackel, p. 17; Colmeiro, p. 306.<br />
Exsic. — Fl. lusit. exs. n.° 13.<br />
Planta annual, raiz fibrosa multiculmea, colmos finos direitos; folhas<br />
muito estreitas, bainhas estriadas, levemente dilatadas, umas e outras escabrosas<br />
nas nervuras; ligula bastante longa lanceolada. Panicula pouco larga<br />
com os ramos verticillados, sendo os dois verticillos inferiores formados <strong>de</strong><br />
ramos capillares estereis; pedicellos em geral mais compridos que as espiguetas;<br />
espiguetas ovaes, glumas quasi eguaes agudas um pouco menores<br />
que ás flores, membranaceas levemente escabrosas e mais particularmente<br />
na carena; glumellas quasi eguaes em comprimento levemente escabrosas<br />
em toda a superficie, as inferiores com pellos curtos na base não carenadas<br />
obtusas, a da llôr superior tendo por vezes uma pequena pragana recurvada<br />
inserida não longe da base, glumellas superiores 2-carinadas e<br />
sub<strong>de</strong>nteadas; estâmes 3, antheras compridas.<br />
Hab. nos terrenos arenosos, áridos das regiões altas ou raríssimas vezes<br />
da região inferior.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, Murça (M. Ferreira); Vimioso (J.<br />
Mariz); Adorigo (Schmitz). — Alemdouro lilloral: Gerez (Brot.). — Beira<br />
trasmontana: Villar Formoso, Almeida, Pinhel, Linhares (B. da Cunha,<br />
M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella (J. Henriques, Daveau);<br />
Guarda (Daveau); Celorico (B. da Cunha); Fornos d'Algodres (M. Ferreira);<br />
serra <strong>de</strong> S. Macário (J. Henriques). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>,<br />
em Villa Franca, nas margens do Mon<strong>de</strong>go (Moller). — Allo Alemlejo:<br />
Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (B. da Cunha).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica.<br />
Molineria minuta (L.) Pari. Fl. ital. I, p. 237; Aira minuta L. Sp.<br />
ed. I, p. 64; Brot. p. 90; Willk. et Lange, p. 63; Hackel, p. 17; Colmeiro,<br />
p. 305.<br />
Exsic —Welw. n.° 1175.<br />
Planta annua! multiculmea, colmos <strong>de</strong> 7-20 çent. nús na parte superior;<br />
folhas <strong>de</strong> limbo estreito e curto, bainha estriada, ligula oblonga;<br />
panicula oval pouco <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> ou violácea, ramos capillares lisos.<br />
Espiguetas muito pequenas em pedicellos muito compridos, ovói<strong>de</strong>s, 2-floreas;<br />
glumas eguaes um pouco mais curtas que as flores, lanceoladas, lisas<br />
sub<strong>de</strong>nteadas na extremida<strong>de</strong>, a inferior uninervea, a superior 3-nervea,<br />
sendo as nervuras lateraes pouco distinctas; glumellas quasi eguaes muticas,<br />
a inferior com pellos na base, oval oblusa-arredondada e irregularmente<br />
<strong>de</strong>nteada, 5-7-nervea e pontuada-escabrosa nas nervuras, a superior<br />
bicarenada e chanfrada ou bilobada.
69<br />
Hab. nos terrenos arenosos, frescos é húmidos.<br />
Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz). — Centro littoral: visi— ·<br />
nhanças <strong>de</strong> Lisboa, em Queluz (Welw.). — Alto Alemtejo: Arroyolos (Brot.).<br />
— Baixas do Guadiana: Serpa, nas margens do Guadiana (Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho<br />
e Daveau).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, Córsega, Itália, Grécia.<br />
Molineria laevis (Brot.) Hackel, Cat. p. 17; Aira laevis Brot. p. 90;'<br />
Willk. et Longe,,p. 65; Colmeiro, p. 310.<br />
Exsic —Soe. Brot. n. os<br />
166 e 1348; Fl. lusit. exs. n.° 12.<br />
Planta annual multiculmea <strong>de</strong> raiz fibrosa; folhas 23 <strong>de</strong> limbo plano<br />
muito pequeno na folha superior, quasi egual á ligula; bainha da folha superior<br />
muito longa levemente dilatada, ligula comprida lanceolada. Panicula<br />
ovada ver<strong>de</strong> ou violácea <strong>de</strong> ramos patentes capillares lisos semiverticillados<br />
e tripartidos, pedicellos muito mais longos que as espiguetas;<br />
espiguetas oblongas, glumas lanceoladas quasi eguaes mais curtas que as<br />
flores glabras e lisas, a inferior uninervea, a superior 3nervea, sendo as<br />
nervuras lateraes distinctas só na parte inferior; flores tendo na base um<br />
pequeno annel <strong>de</strong> pellos brancos curtos, glumellas quasi eguaes em comprimento,<br />
a inferior oblonga obtusa 5nervada <strong>de</strong>nticulada na parte superior<br />
lisa ou levemente pontuadaescabrosa, praganosa, sendo a pragana<br />
pequena, inserida na parte superior, a superior emarginada.<br />
ß. glabrala Hackel, Aira glabrata Brot. p. 91.<br />
Pouco distincta do typo, differindo pela côr das espiguetas, que em<br />
geral sào violáceas, pelas flores que mal passam além das glumas, pela<br />
bainha da folha superior, que é muito comprida, e pelas llores sem o annel<br />
<strong>de</strong> pellos na base.<br />
Frequente nos terrenos seccos tanto das regiões baixas como altas.<br />
Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Bebordãos, Bragança (Moller, P. Coutinho);<br />
Montesinho, Montalegre (Moller). — Alemdouro littoral: serra do<br />
Gerez (J. Henriques, Moller); Caminha (R. da Cunha); Bougado (Padrão);<br />
Cabeceiras <strong>de</strong> Baslo (,T. Henriques). — Beira trasmontana: Villar Formoso,<br />
Almeida (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella, nos sitios<br />
mais altos (Daveau, Moller); serra da Freita (J. Henriques); Vizeu (M.<br />
Ferreira); serra do Caramullo, Bussaco (J. Henriques). — Beira littoral:<br />
visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira, Β. <strong>de</strong> Freitas, Castro Freire);<br />
Ponte da Mucella, Fôja iM. Ferreira). — Beira meridional: Figueiró dos<br />
Vinhos (V. Freitas); Soalheira (C. Zimmermann). — Allo Alemtejo: Redondo<br />
(P. Simões); Casa Branca, Évora (Daveau); Marvão (B. da Cunha),<br />
— Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha).<br />
Area geogr.—Peninsula ibérica, meio dia <strong>de</strong> França?
70<br />
OBS. — Além da forma typica duas formas bastante distinctas apparecem;<br />
uma — mixta — tendo espiguetas muticas ou só com uma pragana,<br />
e d'esta só vi um exemplar colhido em Villar Formoso, pelo que me parece<br />
rara; outra notável pela gran<strong>de</strong>za das espiguetas, que sào pelo menos<br />
Vs maiores que as <strong>de</strong> forma typica. São do Gerez os exemplares d'esta<br />
forma, que po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong>nominado — grandiflora.<br />
A var. glabrala, por Brotero lida como espécie, diffère bem pouco do<br />
typo, A falta <strong>de</strong> annel <strong>de</strong> pellos especialmente na flor superior nem sempre<br />
é completa, mas apenas reduzida. O pequeno pedicello que a sustenta<br />
pareceume sempre glabro, mesmo no typo, mas mais ou menos coberto<br />
pelos pellos da base da flor inferior.<br />
CORÏMPHOMS 1<br />
P. Beauv. — Panicula direita <strong>de</strong> ramos escabros<br />
e patentes durante a anthese; espiguetas 2floreas, longamente pedicelladas<br />
comprimidas lateralmente; glumas muito mais compridas que as<br />
flores quasi eguaes membranosas, carenadas, a inferior uninervea, a superior<br />
3nervea; eixo da espigueta com feixes <strong>de</strong> pellos junto á inserção<br />
das flores; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior aguda inteira enervea<br />
tendo inserida pouco acima da base uma pragana articulada no meio<br />
e ahi com um annel <strong>de</strong> pequenos pellos, finos para cima da articulação e<br />
terminada em massa, a superior pedicellada um pouco mais curta, 2nervea,<br />
34lobada na parte superior, sendo o lóbulo medio chanfrado; caryopse<br />
oblongo levemente sulcado na face anterior e separandose difficilmente<br />
das glumellas.<br />
Planta perennal; panicula <strong>de</strong> ramos curtos contrahida, espiciforme.<br />
C. canescens (L.) P. Beauv.<br />
Planta annual; panicula <strong>de</strong> ramos longos ampla; antheras pequenas.<br />
C. gracilis (Guss.) Pari.<br />
Corympnornm canescens (L.) P. Beauv.; Aira canescens L. Sp. pl.<br />
ed. I, p. 65; Brotero, p. 93; Willk. et Lange, p. 63; Hackel, p. 18;<br />
Colmeiro, p. 307.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
.1182 e 1184; Soe Brot, η. 05<br />
607 e 607"; Fl.<br />
lusit. exs. n. 03<br />
14 e 1570.<br />
Planta perennal <strong>de</strong> raiz fibrosa, multiculmea formando tufos <strong>de</strong> 1040<br />
cent.; folhas a principio planas e por fim enroladosetaceas <strong>de</strong> côr glauca ou<br />
avermelhada, as inferiores muito juntas, limbo <strong>de</strong>crescendo successivamenle<br />
De κόρυνη, massa, e cpspáv, trazer, sustentar; allusão á forma da pragana.
71<br />
nas folhas superiores escabras, bainha em geral <strong>de</strong> côr rosada successivamente<br />
mais comprida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as folhas inferiores até ás superiores estriada,<br />
ligula oblonga. Panicula <strong>de</strong> côr clara esver<strong>de</strong>ada ou avermelhada mais ou<br />
menos lustrosa, lanceolada estreita e compacta <strong>de</strong>pois da floração, ramos<br />
curtos escabros, pedicellos mais curtos que as espiguetas on eguaes a ellas;<br />
espiguetas oblongas; glumas quasi eguaes mais compridas do que as flores,<br />
lanceoladas agudas escabras na carena, a inferior uninervea, a superior<br />
3-nervea, sendo as nervuras lateraes curtas; flores cercadas na base por<br />
um annel <strong>de</strong> pellos curtos ( 1<br />
/c da glumella); glumellas membranosas, a<br />
inferior lanceolada, enervea tendo inserida pouco acima da base uma pragana<br />
articulada e com um annel <strong>de</strong> pellos ao meio, sendo a parte inferior<br />
relativamente grossa <strong>de</strong> côr castanha e a parte superior <strong>de</strong> côr clara engrossando<br />
regular e insensivelmente, terminando em forma <strong>de</strong> massa, a<br />
superior um pouco mais curta 2-carenada 4-lobada na parte superior;<br />
anlheras 3 a 4 vezes mais longas do que largas.<br />
Frequente nas areias e nos terrenos arenosos arrelvados.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira); Figueira e Castello<br />
Bodrigo (G. Sampaio). — Alemdouro littoral: Lanhellas, na Murraceira,<br />
Carreço, no littoral, Caminha (B. da Cunha); entre a Foz e Mattosinhos<br />
(Ë. Schmitz). — Beira trasmontana: Villar Formoso, na ribeira dos Trovões<br />
(B. da Cunha); no Prado (M. Ferreira); Castello Bom (R. da Cunha);<br />
Trancoso (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella, no alto (Welw.);<br />
na vertente <strong>de</strong> Manteigas, Guarda (Daveau); Gouveia (M. Ferreira); Celorico<br />
(R. da Cunha); Taboa (Moller). — Beira lilloral: Aveiro (E. Mesquita)<br />
; visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller) ; S. João do Campo, Cantanhe<strong>de</strong>,<br />
Montemor (M. Ferreira); pinhal do Urso, Galla (Moller); Marinha Gran<strong>de</strong><br />
(C. Pimentel). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong>, Castello Branco, Villa Velha<br />
do Ródão (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Centro littoral:<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.); S. Martinho do Porto, Caldas da Rainha<br />
(Daveau). — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão); Alcochete (P.<br />
Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: Dunas <strong>de</strong> Caparica, Trafaria (Daveau);<br />
Seixal (R. da Cunha); Grândola, Tróia, nas areias marítimas<br />
(Welw., Luisier).—Algarve: Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, Faro (Welw.); S. Braz<br />
dAlportel (A. Santos); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (A. Guimarães).<br />
Area geogr. — Europa, exceptuando as partes boreaes.<br />
OBS. — Duas formas bastantes distinctas <strong>de</strong>vem ser notadas, uma —<br />
alpina — colhida primeiro pelo dr. Welwitsch nos logares mais altos da<br />
serra da Estrella, e mais tar<strong>de</strong> pelo sr. Daveau na região do Juniperus,<br />
na vertente <strong>de</strong> Manteigas. Forma pequenos tufos <strong>de</strong> folhas aciculares e<br />
com a panicula muito reduzida. Exemplares ha em que o lufo <strong>de</strong> folhas<br />
não tem mais <strong>de</strong> 2 cent., o colmo 4 cent, e a panicula apenas 1 cent.
72<br />
Entre os exemplares colhidos pelo sr. Daveau alguns se aproximam da<br />
forma vulgar, completando-se a transição com exemplares colhidos na<br />
Guarda e Celorico.<br />
A outra forma é <strong>de</strong>signada com o epitheto—pungens — pelo dr. Welwitsch<br />
nos rótulos que acompanham os exemplares por elle colhidos na peninsula<br />
<strong>de</strong> Tróia perto <strong>de</strong> Setúbal. D'estes alguns foram distribuídos por<br />
este botanico com o n.° 1184. Outros exemplares são do Cabo <strong>de</strong> S. Vicente.<br />
A esta forma po<strong>de</strong>m ser referidos os exemplares colhidos pelo sr.<br />
Daveau nas dunas húmidas da costa <strong>de</strong> Caparica. São caracterisados pelas<br />
folhas aciculares rijas quasi vulnerantes. A gran<strong>de</strong>za da panicula, que é<br />
bastante reduzidas, bem como a forma ligeiramente geniculada do colmo,<br />
levam a consi<strong>de</strong>rar esta forma como transição para a var. marítima. Os<br />
exemplares colhidos no Carreço assemelham-se bastante aos colhidos no<br />
Cabo <strong>de</strong> S. Vicente. Exemplares colhidos pelo dr. Wehvitsch nas proximida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> Faro são nitidamente geniculados, mas a panicula é muito<br />
<strong>de</strong>senvolvida dando i<strong>de</strong>ia da do C. gracilis.<br />
Coi'jmpliorus gracilis (Guss.) Richter Plantae europ. p. 85; Aira<br />
articulata, 3. gracilis Guss. Fl. sic. prodr. 1, p. 149; C. fasciculatus Rss.<br />
et Reut. Pugilus p. 123; Willk. et Lange, p. 64; Hackel, p. 18; Colmeiro,<br />
p. 308.<br />
Exsic—-Welw. n.° 1183; Bourgeau, PI. d'Esp. et du Port. n.° 2069;<br />
Fl. lusit. exs. n.° 1614.<br />
Espécie próxima da anterior, differindo por não ter as folhas inferiores<br />
fasciculadas e principalmente pela panicula cujos ramos são muito compridos<br />
trichotomos, estando as espiguetas em curtos pedicellos aglomeradas<br />
na extremida<strong>de</strong> das ramificações. As glumas são em geral mais estreitas<br />
e compridas, coradas <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> ou violete na parte dorsal e escariosas na<br />
parte superior bastante aguda e pelas antheras que são muito menores<br />
sendo pouco mais compridas do que largas.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e nas charnecas.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, perto <strong>de</strong> Murça, no alto do Cadaval<br />
(M. Ferreira). — Alemdouro littoral: Ponte <strong>de</strong> Mouro, Villa Nova da Cerveira,<br />
Moledo, Vianna do Castello (R. da Cunha) ; Maltosinhos, entre Parafita<br />
e Boa Nova (G. Sampaio). — Beira trasmontana: Castello Mendo<br />
(R. da Cunha). — Beira central: visinhanças <strong>de</strong> Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong><br />
(M. Ferreira). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong>, em Villa Franca, no pinhal <strong>de</strong><br />
Fôja (B. Carreiro, Moller).—Beira meridional: Covilhã (B. da Cunha).<br />
— Centro littoral: Tancos, Barquinha, Caldas da Rainha (Daveau).—<br />
Baixo Alemlejo lilloral: Arrentella, Seixal (R. da Cunha); Setúbal, nos<br />
areaes (A. Luisier). — Allo Alemtejo: Povoa e Meadas (B. da Cunha).—<br />
Baixas do Guadiana: Mertolla (Moller). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro
73<br />
(Welw., Daveau, Moller) ; entre Faro e Olhão, nas searas <strong>de</strong> trigo (Welw.) ;<br />
Lagoa (S. Silva); Lagos (Bourgeau).<br />
Area geogr. — Begião mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal.<br />
OBS. — É gran<strong>de</strong> a affinida<strong>de</strong> entre estas duas espécies e algumas formas<br />
ha <strong>de</strong> transição. Assim os exemplares colhidos no Algarve pelo dr.<br />
Welwitsch e que referi ao C. canescens, bem como outros colhidos em<br />
Mértola pelo sr. Moller e que referi ao C. gracilis, mostram formas intermédias<br />
nem sempre fáceis <strong>de</strong> distinguir.<br />
O sr. Boissier e Reuter formavam uma outra espécie que <strong>de</strong>nominaram<br />
C. macranlherus caracterisada principalmente pela gran<strong>de</strong>za das antheras<br />
que são 3 a 4 vezes maiores do que as do C. arliculalus, mas sensivelmente<br />
eguaes ás do C. canescens e pela panicula <strong>de</strong> ramos mais curtos<br />
e <strong>de</strong> flores menos juntas do que no C. arliculalus e mais especialmente do<br />
C. gracilis.<br />
Entre as plantas portuguezas, que examinei, encontrei poucos aos quaes<br />
po<strong>de</strong>sse ser applicada esta <strong>de</strong>nominação. São os colhidos na Povoa e Meadas<br />
e em Villa Nova da Cerveira pelo sr. R. da Cunha, e alguns colhidos em<br />
Fôja pelo sr. Β. Carreiro. A não ser pela gran<strong>de</strong>za das antheras e pelos<br />
ramos da panicula um pouco mais curtos, mal se po<strong>de</strong>m separar dos outros.<br />
Não será apenas uma forma <strong>de</strong> transição do C. canescens para o C. gracilis?<br />
DESCHAMPSIA 1<br />
P. Beauv. — Panicula ramosa <strong>de</strong> ramos patentes<br />
durante a anthese e <strong>de</strong>pois erectos. Espiguetas pedicelladas, comprimidas<br />
lateralmente com 23 flores cercadas <strong>de</strong> pellos na base, praganosas, a inferior<br />
rente, as outras pedicelladas, a 3. a<br />
rudimentar; glumas quasi eguaes<br />
carenadas membranosas mais curtas que as flores, a inferior 13nervea,<br />
a superior 3nervea; glumellas membranosas, a inferior concava Ironcada<br />
e irregularmente 35-<strong>de</strong>nleada com pragana dorsal não articulada, a superior<br />
2carenada, 2fida na extremida<strong>de</strong> e lendo por vezes um pequeno<br />
lóbulo <strong>de</strong> cada lado; glumellulas 2 inteiras, <strong>de</strong>nticuladas ou lobuladas<br />
lanceoladas glabras; caryopse livre não sulcado na face anterior.<br />
(Pragana geniculada (secção Avenella)... 2<br />
1 I<br />
(Pragana sensivelmente direita (secção Campelia) 3<br />
2<br />
(Pedicellos do comprimento das espiguetas , D. flexuosa Griseb.<br />
1<br />
(Pedicellos quatro vozes menores que as espiguetas D. stricta Hach.<br />
Dedicada ao botanico francez Deschamps.
74<br />
(Pragaua inserida na base ou pouco acima; folhas planas... D. caespitosa P. B.<br />
) Pragana inserida no meio da glumella ou um pouco abaixo; folhas enroladas.<br />
( D. media R. et Sch.<br />
Sect. I. Campelia Link.<br />
Deschampsia caespitosa (L.) P. Beauv. Agrost. p. 91; Aira caespitosa<br />
L. Sp. pi. ed. I, p. 64; Brot. p. 91; Willk. et Lange, p. 66;<br />
Hackel, p. 18; Colmeiro, p. 311.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 822; Soe Brot. n.° 1349.<br />
Planta <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50 cent, <strong>de</strong> rhizoma cespitoso, colmo direito; folhas<br />
radicaes numerosas, muito compridas planas muito ásperas na pagina superior,<br />
bainha muito mais curta do que o limbo, a da folha caulinar superior<br />
muito mais comprida do que o limbo; ligula comprida lanceolada.<br />
Panicula ampla violácea ou <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada, <strong>de</strong> ramos finos<br />
escabros patentes durante a anthese, <strong>de</strong>seguaes, os menores tendo espiguetas<br />
quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas com eixo villoso com duas flores<br />
férteis e uma terceira reduzida a um pequeno filamento villoso; flores<br />
cercadas <strong>de</strong> pellos na base; glumas quasi eguaes em geral mais curtas<br />
do que a segunda flor, lanceoladas escabrosas na carena; glumellas eguaes,<br />
a inferior com 3 a 5 <strong>de</strong>ntes e com pragana egual ou mais comprida do que<br />
a gluma inserida na base ou pouco acima e quasi recta.<br />
var. parviflora (Thuill.). — Espiguetas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada<br />
e menores (3 mill.).<br />
var. monlana (Bchb.). — Diffère do typo em ser <strong>de</strong> menores dimensões<br />
e por ter as folhas relativamente curtas e a côr da<br />
panicula mais carregada.<br />
Hab. nos arrelvados húmidos das montanhas e ainda nas regiões inferiores.<br />
Alemdouro trasmontano: Campeã (Brot.). — Alemdouro littoral: Montalegre<br />
(var. monlana), serra do Soajo (Möller); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G.<br />
Sampaio); Monsão, Valladares, nas margens do Moinho, Ancora (R. da<br />
Cunha).<br />
OBS. — Os exemplares colhidos pelo sr. R. da Cunha em Monsão, e os<br />
colhidos na Povoa <strong>de</strong> Lanhoso pelo sr. G. Sampaio, correspon<strong>de</strong>m regularmente<br />
ã var. parviflora, notando-se que nestes os dois <strong>de</strong>ntes lateraes<br />
das glumas inferiores são maiores do que os dois internos, caracter que<br />
pertence á D. media, estabelecendo assim transição entre as duas espe-
75<br />
cies, que confirma a opinião dos que tomam esta espécie como varieda<strong>de</strong><br />
da D. caespitosa. Os exemplares colhidos em Valladares têem as<br />
folhas com o limbo enrolado.<br />
Deschampsia media (Gouan) R. et Sch. Syst. II, p. 687; Willk. et<br />
Lange, p. 66; Hackel, p. 18; Colmeiro, p. 311.<br />
Diffère da espécie anterior pelas folhas mais curtas <strong>de</strong> limbo enrolado<br />
setaceas rijas glaucas, pela panicula <strong>de</strong> côr clara ou levemente violácea,<br />
pela glumella inferior terminada em 4 ou 5 <strong>de</strong>ntes, sendo os exteriores<br />
em geral mais compridos do que os interiores, e pela pragana fixa ao<br />
meio da glumella ou pouco abaixo, e raras vezes ultrapassando a glumella.<br />
Hab. nas regiões montanhosas.<br />
Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Rebordãos (M. Ferreira).<br />
Sect. II. Avenella Pari.<br />
Deschampsia ilexuosa (L.) Griseb. Sp. II, p. 457; Aira flexuosa L.<br />
Sp. pi. ed. I, p. 65; Rrot. p. 92; Willk. et Lange, p. 66; Hackel, p. 18;<br />
Colmeiro, p. 312.<br />
Exsic —Welw. n.° 1172; Soe Brot. n.° 167.<br />
Planta rhizomatosa <strong>de</strong> caules <strong>de</strong> 30 a 60 cent., folhas radicaes fasciculadas<br />
direitas ou recurvadas enroladas-setaceas, limbo e bainhas mais<br />
ou menos ásperas. Panicula ampla não muito farta <strong>de</strong> côr clara ou violácea,<br />
ramos muito compridos a principio patentes, mais tar<strong>de</strong> aproximados,<br />
o inferior mais comprido do que meta<strong>de</strong> da panicula, pedicellos capillares<br />
maiores que as espiguetas; espiguetas com duas (lores férteis cercadas <strong>de</strong><br />
pellos na base e uma terceira reduzida quasi só a um pequeno pincel <strong>de</strong><br />
pellos; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores lanceoladas escabras<br />
na carena, a inferior 1-nervea, a superior 3-nervea na parte inferior; glumellas<br />
eguaes ou a superior da segunda flôr mais comprida do que a inferior<br />
escabras na carena e nas nervuras, as inferiores 5-nerveas levemente<br />
<strong>de</strong>nteadas, com pragana fixa mais ou menos geniculada, torcida na<br />
parte inferior, muito mais comprida do que a glumella, na parte inferior<br />
da qual é inserida, a superior um pouco mais comprida 2-<strong>de</strong>nteada.<br />
Hab. em terrenos arrelvados tanto da região inferior como das montanhosas.<br />
Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Marão, perto da Ermida (J. Henriques).—<br />
Alemdouro littoral: serra do Gerez (Brot.); no Borrageiro (Moller);<br />
Gaya, entre Crestuma e Amelias (G. Sampaio). — Beira littoral:<br />
entre Seixo e Barrios da Torre, nos pinhaes (M. Ferreira) ; Fôja (Moller) ;
76<br />
pinhal do Urso (F. Loureiro). — Beira central: serra da Estrella até aos<br />
logares mais altos (J. Henriques, Moller, M. Ferreira).<br />
Area geogr. — Europa, Oriente, America boreal e autarctica.<br />
OBS. —Duas formas d'esta espécie se po<strong>de</strong>m observar, distinctas pela<br />
gran<strong>de</strong>za das flores e que por isso o sr. Hackel as <strong>de</strong>signou — grandiflora<br />
e parviflora— sendo as flores da primeira maiores Vs do que as da segunda.<br />
As espiguetas da varieda<strong>de</strong> parviflora sào <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada<br />
e uniforme.<br />
Deschampsia stricte Hack. Cat. rar. <strong>de</strong>s gram, du Port. p. 18;<br />
Aira monlana Brot. p. 93 ; Deschampsia flcxuosa, var. slricta Gay? Willk.<br />
et Lange, p. 64; Colmeiro, p. 312.<br />
Diffère da espécie anterior pelas folhas enrolado-setaceas rijas terminadas<br />
em ponta aguda vulnerante levemente ásperas, pela panicula bastante<br />
comprida lanceolada um pouco contrahida, sendo o ramo inferior em<br />
geral mais curto do que meta<strong>de</strong> da panicula, sendo os pedicellos das espiguetas<br />
subterminaes mais curtos do que estas.<br />
Hab. principalmente na região inferior, nos pinhaes.<br />
. Alemdouro littoral: serra do Gerez (Brot.). — Beira littoral: pinhal do<br />
Urso (M. Ferreira).— Centro lilloral: serra <strong>de</strong> Cintra (Hackel, Mendia);<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Bellas (Daveau). — Allo Alemtejo: Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong><br />
(B. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite (B. da Cunha); charneca<br />
do Valle da Bosa, Fernão Pero, prox. do Seixal (Daveau); Coina,<br />
nos pinhaes e na charneca próxima, pinhaes do Valle do Zebro (Welw.).<br />
— Baixas do Sorraia: Alcochete (Welw.).<br />
Area geogr. — Portugal.<br />
OBS.—O prof. Brotero referindo-se na Flora lusit. a esta espécie, diz<br />
parecer-lhe apenas varieda<strong>de</strong> da D. flexuosa. O sr. Colmeiro na Enumeration<br />
y revision <strong>de</strong> las plantas <strong>de</strong> la peninsula ibérica consi<strong>de</strong>ra-a também<br />
com simples varieda<strong>de</strong>.<br />
Os caracteres que o prof. Hackel julgou distinclivos são tirados das<br />
folhas e da inflorescencia. A dureza e a terminação em ponta aguda contrastam<br />
com o que se observa nas folhas das formas typicas da D. flexuosa.<br />
A panicula longa, estreita com espiguetas maiores do que as da D. flexuosa<br />
e o ramo inferior menor do que meta<strong>de</strong> da panicula são caracteres que,<br />
ao que me parece, nem sempre se encontram em combinação com os das<br />
folhas. Com relação á gran<strong>de</strong>za das flores duas formas—-parviflora e<br />
grandiflora — <strong>de</strong>vem ser admittidas, como succè<strong>de</strong> com a D. flexuosa.<br />
Por tudo me parece que mais justo será consi<strong>de</strong>rar-se esta planta como<br />
varieda<strong>de</strong> da D. flexuosa.
77<br />
TRISETUM 1<br />
Pers. — Panicula ramosa <strong>de</strong> ramos curtos, patentes ou<br />
levantados e em alguns casos espiciforme; espiguetas pedicelladas comprimidas<br />
lateralmente tendo 2-6' flores hermaphrodilas e algumas vezes uma<br />
rudimentar, a inferior quasi rente, as outras mais ou menos distinclamente<br />
pedicelladas; glumas mais ou menos <strong>de</strong>seguaes, mais curtas que as flores,<br />
ou egualando-as, carenadas 1-3-nerveas; glumella inferior membranosa<br />
concava brevemente bicuspidada ou biarislada, 5-nervea com pragana<br />
dorsal geralmente geniculada ; glumella superior 2-carenada e bi<strong>de</strong>nlada;<br />
glumellulas 2-lobuladas; estylele curto, estigmas plumosos; caryopse com<br />
as faces lateraes planas e não sulcado na face interna.<br />
(Panicula thyrsoi<strong>de</strong> '. 2<br />
1 (Panicula espiciforme •. 4<br />
(Glumella inferior longamente 2-euspidada T. Dufourei Bss.<br />
2 (Glumella curtamente 2-cuspidada 3<br />
3<br />
(Pragana inserida perto da extremida<strong>de</strong> da glumella T. paniceum Pers.<br />
(Pragana inserida pouco acima da glumella T. flavescens P. B.<br />
ÍPragana inserida muito proximo da extremida<strong>de</strong>; panicula estreita e comprida.<br />
T. hispidum Lange.<br />
Pragana inserida pouco acima do meio da glumella; panicula curta <strong>de</strong>nsa ovói<strong>de</strong>.<br />
T. ovatum Pers.<br />
Espécies perennaes<br />
Trisetum flavescens (L.) P. Beauv. Agr. p. 88; Avena flavescens<br />
L. Sp. ed. I, p. 80; Willk. et Lange, p. 71; Hackel, p. 20; Colmeiro,<br />
p. 323.<br />
Planta rhizomatosa, colmos direitos <strong>de</strong> 3-7- <strong>de</strong>cimetros nus na parte<br />
superior; folhas planas villosas nas duas faces bem como nas bainhas<br />
inferiores, ligula curta Ironcada. Panicula cylindrico-oblonga lobada <strong>de</strong><br />
ramos finos ásperos nus na parte inferior, patentes durante a anlhese e<br />
<strong>de</strong>pois erectos; espiguetas lustrosas <strong>de</strong> côr amarellada ou com partes violáceas,<br />
brancas e amarellas, 2 ou 3 flores hermaphroditas, eixo villoso e<br />
prolongado para cima da ultima llôr ; glumas <strong>de</strong>seguaes acuminadas ru<strong>de</strong>s<br />
na carena, a inferior estreita 1-nervea, a superior 3-nervea oblongo-lanceolada<br />
quasi toda escariosa, egualando quasi as flores; glumellas da llôr<br />
1<br />
De ires e seta, très sedas na glumella inferior.
7S<br />
inferior <strong>de</strong>seguaes, as das flores superiores sensivelmente eguaes, todas<br />
mais ou menos pontuado-escabras e mais ou menos escariosas, a inferior<br />
oblongo-Ianceolada terminada por dois cilios curtos e com pragana flexuosa<br />
escabra, maior do que a glumella, a superior 2-carenada e 2-<strong>de</strong>nteada, a<br />
da llôr superior por vezes inteira.<br />
Hab. nos prados e terrenos arrelvados.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, nos terrenos proximo ao Sabor (M.<br />
Ferreira).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
Trisetum hispidum Lange, Pug. p. 42; Descrip. ic. illust. t. XXXV;<br />
Avena hispida Nyman, Syll. Suppl. p. 71; Willk. et Lange, p. 72; J. Henriques,<br />
Exped. scient, na serra da Estrella, p. 40; Colmeiro, p. 324.<br />
Planta cespitosa, colmos geniculado-ascen<strong>de</strong>nles <strong>de</strong> 4-70 cent, nús na<br />
parte superior; folhas inferiores <strong>de</strong> limbo canaliculado villosas, bainhas<br />
villosas mais curtas do que-o limbo, as superiores <strong>de</strong> limbo plano villosas<br />
bem como a bainha ou simplesmente poutuado-escabras, ligula lanceolada<br />
villosa mais ou menos dilacerada. Panicula <strong>de</strong>nsa longa estreita lobada,<br />
ramos curtos escabros, pedicellos muito mais curtos que as espiguetas;<br />
espiguetas com duas flores hermaphi'oditas muito próximas e com o eixo<br />
prolongado além da inserção da segunda flor, <strong>de</strong> côr amarellada; glumas<br />
pubescentes ovaes-acuminadas 3-nerveas <strong>de</strong>seguaes e um pouco dissemetricas,<br />
um pouco mais compridos do que as flores; glumellas eguaes, a inferior<br />
pubescente oval-lanceolada terminada por duas curtas pontas e com<br />
pragana curvada pára fora mais curta qué a glumella e inserida pouco<br />
abaixo da extremida<strong>de</strong>, 3-nervea, sendo as nervuras lateraes pouco distinctas,<br />
a superior membranosa branca 2-carenada ciliada nas margens e nas<br />
carenas mais ou menos profundamente 2-<strong>de</strong>nteada.<br />
Hab. nas encostas das altas montanhas.<br />
Beira central: serra da Estrella, na <strong>de</strong>scida da Candieira (J. Henriques);<br />
na encosta do Cântaro Gordo (R. da Cunha).<br />
Area geogr. — Península ibérica.<br />
Espécies annuaes<br />
Trisetum paniceum (Lamk.) Pers. Syn. I, p. 97; Avena panicea<br />
Lamk. 111. I, p. 202; Bromus candatus Brot. Phyt. lusit. II, p. 57; Dactylis<br />
candata Brot. Fl. lusit. I, p. 100; T. negleclum R. et Sch.; Willk.<br />
et Lange, p. 72; Hackel, p. 20; Colmeiro, p. 32Í.<br />
Exsic. —Wehv. n. 05<br />
1218-1220; Soc. Brot. n.° 32; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 224; Bourgeau Pl. d'Esp. et Port. n.° 2055.
79<br />
Multiculmea; raiz fibrosa; colmos <strong>de</strong>lgados <strong>de</strong> 1-5 <strong>de</strong>c., por vezes ramosos<br />
na base, nús na parte superior; folhas <strong>de</strong> limbo linear plano, molles<br />
e villosas, bainha em alguns indivíduos glabra, ligula obliqua curta e lacerada.<br />
Panicula direita cylindrico-oblonga lobada <strong>de</strong>nsa, <strong>de</strong> ramos curtos<br />
ru<strong>de</strong>s muito divididos e com espiguetas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base, patentes durante a<br />
anthese, <strong>de</strong>pois erectos; espiguetas pequenas com duas ílores hermaphro-'<br />
ditas e uma terceira rudimentar, eixo levemente pubescente; glumas <strong>de</strong>seguaes,<br />
escabrosas na nervura, a inferior 1-nervea estreita a superior<br />
3-nervea oval-lanceolada ; glumellas quasi eguaes, a inferior levemente<br />
escabra na carena, com as margens escariosas, terminada por duas sedas<br />
muito curtas em alguns casos quasi imperceptíveis, e com pragana erecta<br />
e flexuosa do comprimento da flor e inserida abaixo do vértice a y 4 do<br />
comprimento total da glumella, glumella superior membranosa 2-carenada,<br />
mais ou menos profundamente 2-cuspidada.<br />
Frequente nas terras cultivadas, na margem das estradas, etc.<br />
Alemdouro littoral: Porto (V. Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, na<br />
Baleia, Santo Antonio dos Olivaes, lapa <strong>de</strong> S. Jorge (Moller, M. Ferreira);<br />
Buarcos (Schmitz). — Beira meridional: Castello Branco, Villa Velha <strong>de</strong><br />
Bodão (B. da Cunha). — Centro littoral: Santarém, Óbidos (Daveau); lezíria<br />
d'Azambuja, Villa Franca, Lumiar, tapada d'Ajuda (Welw.); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa (B. da Cunha, P. Coutinho); Olhalvo (Moller). — Allo<br />
Alemtejo: Villa Fernando (B. Marçal); Évora (Daveau).—Baixas do Guadiana:<br />
entre Castro Ver<strong>de</strong> e Carrasqueiro (Daveau); entre Elvas e Badajoz<br />
(Schmitz). — Algarve: Cabo <strong>de</strong> S.Vicente, Portimão (Welw.); Faro (Welw.,<br />
Guimarães, Moller); Loulé (J. Fernan<strong>de</strong>s); Tavira, Salir (Moller); Lagos,<br />
nas terras incultas (E. Bourgeau).<br />
Area geogr. — Begião mediterrânea, Africa boreal, Canárias.<br />
OBS. — Os exemplares colhidos pelo sr. P. Coutinho em Santarém, e<br />
os colhidos em Faro e alguns dos <strong>de</strong> Tavira colhidos pelo sr. Moller, differem<br />
da forma typica por terem as glumellas inferiores hirsutas. Approximam-se<br />
da var. cilialum Willk. da qual differem por terem as glumas<br />
apenas escabras na parte media dorsal, e não longiciliala.<br />
Trisetum ovatum (Cav.) Pers. Syn. 1, p. 98; Bromus ovatus Cav.<br />
Ic. VI, p. 67; Willk. et Lange. p. 72; Hachel, p. 20; Colmeiro, p. 325.<br />
Exsic —Welw. n.° 1056; Fl. lusit. exs. n.° 20.<br />
Planta multiculmea <strong>de</strong> raiz fibrosa; colmos <strong>de</strong> 6-30 cent, geniculados<br />
na base, nús na parte superior em gran<strong>de</strong> extensão ; folhas <strong>de</strong> limbo plano<br />
linear-lanceolado acuminadas pelludas, bainha estriada e levemente dilatada<br />
pelluda, ligula curta troncada ciliada. Panicula ovói<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsa espiciforme<br />
curta, pedúnculos e pedicellos muito curtos com pellos raros e
80<br />
curios; espiguetas com 3 flores completas cercadas <strong>de</strong> pellos na base e<br />
uma quarta reduzida a um filamento na extremida<strong>de</strong> do eixo prolongado<br />
acima da 2." ílôr; glumas ovaeslanceoladas longamente acuminadas 2~nerveas<br />
asymetricas longamente ciliadas na meta<strong>de</strong> superior da carena e do lado<br />
mais <strong>de</strong>senvolvido, egualando em comprimento as flores; glumellas quasi<br />
eguaes em comprimento, a inferior 3nervea pontuada com pellos finos e<br />
curtos em toda a superfície e longos na parte superior longagamente 2acuminada<br />
com pragana rija, inserida na quarta parte superior e como <strong>de</strong>currente<br />
na carena; glumella superior escariosa 2fida e levemente ciliada.<br />
Hab. nos terrenos arenosos das mdntanhas e é raro na região inferior.<br />
Alemdouro trasmontano: Montesinho, perlo <strong>de</strong> Castro Folgueira, Ricafé<br />
(Moller); Bragança (M. Ferreira). — Beira trasmontana: Almeida (M. Ferreira);<br />
Villar Formoso, Castello Mendo (R. da Cunha). — Beira central:<br />
serra da Estrella, Valle da Candieira, Fraga da Cruz, Valezim, Sabugueiro<br />
(Welw., Daveau, Moller, Β. da Cunha); Guarda (Daveau); Carregães,<br />
prox. <strong>de</strong> Celorico (R. da Cunha); Aguiar da Beira (M. Ferreira).<br />
Area geogr. — Península ibérica.<br />
Trisetum Dufourei Bss. Pug. p. 122; Avena Dufourei Nyman Syll.<br />
p. 414; Willk. et Lange, p. 73; Hackel, p. 20; Colmeiro, p. 326.<br />
Exsic—Bourgeau PI. d'Esp. et du Port. n.° 2068; Welw. n.° 1206.<br />
Planta <strong>de</strong> 1540 cent.; colmos direitos <strong>de</strong>lgadas nús na parte superior;<br />
folhas <strong>de</strong> limbo linearlanceolado curto, bainhas menores que os entrenós,<br />
ligula quasi reduzida a uma série <strong>de</strong> pellos longos, colmo, folhas e bainha<br />
com pellos longos e finos. Panicula oblongoovada sublobada, ramos e<br />
pedicellos curtos e pelludos; espiguetas lateraes rentes, a terminal pedicellada,<br />
2floreas; glumas ovaeslanceoladas acuminadas um pouco <strong>de</strong>seguaes<br />
1nerveas <strong>de</strong> côr alourada ou com a parte dorsal violácea glabras<br />
ou villosas egualando as flores; eixo das flores villoso; glumellas glabras<br />
ou pubescentes, a inferior linearlanceolada cercada na base por um annel<br />
<strong>de</strong> pellos longos longamente 2setosa e com pragana geniculada, torcida<br />
na base mais comprida que a gluma inserida acima do meio da gluma, a<br />
superior escariosa e mais curta do que a inferior, 2<strong>de</strong>nleada.<br />
Hab. nos areaes da costa maritima.<br />
Algarve: Faro, nas areias marítimas (Welw.); nos campos (Bourgeau,<br />
Moller) ; Lagoa (D., Sophia da Silva).<br />
Area geogr. — Península ibérica.<br />
AVENA 1<br />
L. — inflorescencia em panicula, espiguetas com 26 flores<br />
De amo, eu <strong>de</strong>sejo; por ser muito apetecida pelos gados.
í<br />
81<br />
(raras vezes uma só); glumas <strong>de</strong>seguaes, membranosas multinerveas; glu<br />
mellas arredondadas no dorso, 5-9-nerveas e por vezes 2-<strong>de</strong>nteadas com<br />
pragana dorsal geniculada torcida na parle inferior (falta por vezes nas<br />
varieda<strong>de</strong>s cultivadas); eixo das espiguetas e base das glumellas pelludas;<br />
ovário todo pelludo ou só na parte superior; caryopse fusiforme com um<br />
sulco na face interna, livre ou envolvido pelas glumellas.<br />
I<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
(Espécies annuaes. Glumellas com 7 nervuras ou mais. Espiguetas pen<strong>de</strong>ntes. 2<br />
(Espécies perennaes. Glumellas com S nervuras. Espiguetas levantadas 9<br />
(Flores não articuladas com o eixo e por isso persistentes 3<br />
( Flor inferior ou todas articuladas e por isso caducas S<br />
(Espiguetas 2-floreas; glumas maiores do que as flores 4<br />
(Espiguetas 2-4-floreas; glumas menores do que as flores A. nuda L.<br />
(Glumella inferior 2-dcnteada A. sativa L.<br />
(Glumella inferior 2-aristada A. strigosa Schreb.<br />
(Flor inferior só articulada 6<br />
(Flores todas articuladas 7<br />
(Espiguetas 3-4-floreas; glumella inferior 2-<strong>de</strong>nteada A. sterilis L.<br />
(Espiguetas 2-floreas; glumella inferior 2-mucronada — A. Ludoviciana Desv.<br />
(Panicula pyramidal A. fátua L.<br />
7 j<br />
(Panicula subimilateral 8<br />
8 <<br />
•9<br />
10<br />
(Glumas eguaes 7-9-nerveas; eixo da espigueta pelludo A. barbata Brot.<br />
jGlumas 9-11-nerveas; eixo da espigueta glabro na parte inferior.<br />
( A. longiglumis Desv.<br />
[Folhas filiformes A. Hackeli J. H.<br />
(Folhas mais ou menos planas 10<br />
(Glumellas pubescentes até á inserção da pragana A. albinervis Bss.<br />
(Glumellas glabras 11<br />
(Pellos do eixo junto da base da glumella quasi eguaes a Vä da glumella.<br />
^ I A. pubescens L.<br />
(Pellos muito mais curtos do que a glumella A. sulcata Gay.<br />
6 XX
82<br />
Sect. I. Chrite Griseb.<br />
Avena sativa L. Sp. pi. ed. I, p. 79; A. agraria mutica Brot. p. 106;<br />
Willk. et Lange, p. 67; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 313.<br />
Colmo <strong>de</strong> 5-20 <strong>de</strong>c. simples ou ramoso na base glabro; raiz fibrosa;<br />
folhas <strong>de</strong> bainha glabra ou com alguns pellos compridos, limbo largo<br />
agudo escabroso, ligula curta troncada. Panicula pyramidal formada <strong>de</strong><br />
ramos muito <strong>de</strong>seguaes escabrosos e patentes em lodos os sentidos, os inferiores<br />
semi-verticillados por 4-8 ; espiguetas pen<strong>de</strong>ntes ou algumas horizontaes<br />
<strong>de</strong> 2 cent, com duas flores hermaphroditas e uma rudimentar;<br />
glumas quasi eguaes mais compridas <strong>de</strong> que as flores lanceolado-acuminadas<br />
glabras 7-9-nerveas ; llôr inferior quasi rente, a segunda pedicellada<br />
com ou sem pragana; eixo da espigueta glabro ou com alguns pellos em<br />
volta da base da flor inferior; glumellas quasi eguaes, a inferior coriacea<br />
escabrosa na parte superior lustrosa, lanceolada 2-5-<strong>de</strong>nleada ou brevemente<br />
2-fida na parte superior, 7-nervea, nervuras salientes na parle superior<br />
e pouco distinctas na inferior, mutica ou com pragana robusta geniculada<br />
torcida na parte inferior mais comprida do que as glumas; glumella<br />
superior mais curta linear ciliada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio das nervuras; caryopse incluído<br />
nas glumellas.<br />
b. orientalis (Schreb.). — Diffère do typo por ter a panicula mais<br />
compacta unilateral, ramos curtos e pragana arqueada ou<br />
flexuosa e não torcida.<br />
Cultivada e quasi espontânea em todo o paiz.<br />
Nome vulg.—Aveia.<br />
Avena strigosa Schreb. Sp. p. 52; A. agraria Brot. p. 105; Hackel,<br />
p. 19 ; Colmeiro, p. 314.<br />
Colmo e folhas similhantes ás da espécie antece<strong>de</strong>nte. Panicula a principio<br />
direita e por fim subunilateral; espiguetas horizontaes ou pen<strong>de</strong>ntes,<br />
estreitas 3-floreas; flores pedicelladas, a superior rudimentar; eixo da<br />
espigueta glabro ou só com raros pellos junto á base da flor inferior, pelludo<br />
abaixo da 2." flor; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas<br />
quasi lisas, 7-9-nerveas ; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
coriacea 5-nervea longamente 2-cuspidada, mutica ou com pragana robusta<br />
geniculada e torcida, mais comprida que as glumas, inserida acima<br />
do meio do dorso. Caryopse estreito e envolvido nas glumas.
83<br />
β. sesquialtera Α. agraria sesquialtera Brot. p. 106; A. strigosa,<br />
var. uniflora Hackel, Oest. bot. zeit. 1877, p. 125. — Diffère<br />
do typo por ter só a flor inferior fértil, a segunda<br />
rudimentar.<br />
Cultivada e subespontanea em quasi todo o paiz.<br />
Nome vulg.—Aveia ordinária.<br />
Area geagr. — Europa.<br />
Avena nada L. Amen. acad. Ill, p. 401; Brot. p. 107; Hackel,<br />
p. 19.<br />
Diffère da A. sativa por ter as espiguetas com 24 flores, pelas glumas<br />
mais curtas que as dores, pelas glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, sendo a inferior<br />
similhanle as glumas, <strong>de</strong> 711 nervuras distinclas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base, 2fida<br />
mutica ou com pragana não torcida na parte inferior; pelo caryopse levemente<br />
envolvido pelas glumas separandose d'elles facilmente.<br />
Cultivada nas províncias <strong>de</strong> Alemdouro littoral e trasmontano, segundo<br />
Brotero.<br />
Não examinei exemplares d'esta espécie, o que me faz crer que é rara<br />
e talvez já mesmo não cultivada no paiz.<br />
Avena sterilis L. Sp. pi. ed. II, p. 118; Brot. p. 108; Willk. et<br />
Lange, p. 67; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 314.<br />
Exsic —Welw. n.° 1200.<br />
Planta <strong>de</strong> raiz fibrosa e caule <strong>de</strong> 612 <strong>de</strong>c, com folhas largas linearlanceoladas<br />
glabras e escabrosas, ligula curta troncada. Panicula a principio<br />
pyramidal e mais tar<strong>de</strong> unilateral recurvada; ramos longos escabrosos;<br />
espiguetas gran<strong>de</strong>s (34 cent.) muito abertas, com 34 flores hermaphroditas<br />
e uma quarta rudimentar; eixo pelludo sô na parte inferior; flores<br />
1." e 2." pelludas e praganosas até meio, 3. a<br />
e 4." glabras e muticas;<br />
glumas mais compridas do que as flores, 711nerveas ; glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />
a inferior brevemente 2flda escabrosa e com alguns pellos na<br />
parte superior, as inferiores da 1." e 2." llôr com pellos longos <strong>de</strong> côr<br />
castanha clara ou loura até meio e com pragana dorsal geniculada, torcida<br />
na parte inferior á curvatura, muito mais comprida do que as glumas,<br />
inserida quasi ao meio do dorso ; caryopse obtuso na base.<br />
Frequente nas cearas e mesmo em terras incultas.<br />
Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira littoral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller) ; Ourentam (A. Carvalho) ; Buarcos (Schmitz).<br />
— Centro littoral: Santarém (B. da Silva); Azambuja (R. da Cunha); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto (Welv., Daveau, R. da Cunha).—
84<br />
Baixo Alemtejo littoral: Lavradio (Welw.). — Baixas do Guadiana: Beja<br />
(Β. da Cunha). — Algarve: Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.<br />
Avena Ludoviciana Desv. in Act. Soc. lin. <strong>de</strong> Bor<strong>de</strong>aux, XX, p. 41;<br />
Willk. et Lange, p. 67; Colmeiro, p. 315.<br />
Espécie muito similhante â anterior, distinguindose pelas espiguetas<br />
menores só com duas flores hermaphrodites e uma terceira rudimentar,<br />
pelo eixo das espiguetas pelludo na parle superior, pelas glumellas inferiores<br />
2mucronadas, e pelo caryopse terminado em bico aguçado e recurvado.<br />
Beira lilloral: Figueira da Foz (Bruno Carreiro).<br />
Area geogr. — França meridional occi<strong>de</strong>ntal; peninsula ibérica.<br />
m<br />
Avena bai bata Brot. Fl. lusit. I, p. 108; Willk. et Lange, p. 60;<br />
Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 315.<br />
Exsic —Welw. n.° 1201; Soc. Brot. n. os<br />
30 e 30"; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 17.<br />
Planta <strong>de</strong> raiz fibrosa, colmo <strong>de</strong> 615 <strong>de</strong>c ; folhas planas, as inferiores<br />
pubescentes especialmente nas bainhas, ligula curta troncada. Panicula<br />
geralmente subunilateral, ramos muitos finos escabrosos; espiguetas horizontaes<br />
ou pen<strong>de</strong>ntes 23floreas hermaphrodites e uma rudimentar, bastante<br />
abertas; eixo das espiguetas pelludo; glumas egualando ou ultrapassando<br />
pouco as flores 79nerveas e um pouco escabrosas na carena ;<br />
flores todas articuladas muito caducas; cicatriz na base da llôr ovói<strong>de</strong>;<br />
glumella inferior amarellada, escabrosa, tendo a base obliqua orlada com<br />
um annel espesso escuro coberto <strong>de</strong> pellos alourados longos, e coberta <strong>de</strong><br />
pellos finos e longos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base até ao meio e escabrosa na parte superior<br />
que termina em duas praganas direitas menores do que a glumella<br />
(Yg da glumella) e com pragana dorsal <strong>de</strong> comprimento egual ou maior<br />
do que o dobro da glumella, <strong>de</strong> côr escura, geniciilada e torcida na parte<br />
inferior; glumella superior menor do que a inferior 2<strong>de</strong>nteada e ciliada<br />
na margem.<br />
Vulgar nos terrenos cultivados e ainda nos incultos.<br />
Nome vulg. — Balanço.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller); serra do Brunheiro,<br />
perto ne Chaves (Moller); Villa Beal (D. Monteiro). — Alemdouro ^<br />
littoral: Valladares e Lanhellas, nas insuas, Darque (B. da Cunha); S. Pedro<br />
da Cova (E. Schmitz). — Beira trasmontana: Taboaço (C. <strong>de</strong> Lima);<br />
Mido (B. da Cunha). — Beira central: Guarda^ Nespereira, Vizeu (M. Ferreira)<br />
; Lobão, Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller) ; Celorico (B. da Cunha) ; Bussaco<br />
(J. Henriques). — Beira lilloral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. da Cunha);<br />
1
85<br />
entre Seixo e Gatões, Ponte da Mucella (M. Ferreira) ; visinhanças da Figueira,<br />
Buarcos (J. Henriques). — Beira meridional: Malpica (B. da Cunha).<br />
— Centro littoral: Santarém (P. Coutinho); Torres Novas (B. da Cunha);<br />
Torres Vedras, Berlengas (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, nos favaes e<br />
nas vinhas, Paço d'Arcos e Cruz Quebrada (Welw.); Queluz (Daveau e<br />
O. David); serra <strong>de</strong> Monsanto (B. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Montargil<br />
(J. Cortezão). — Allo Alemlejo: Portalegre (B. da Cunha e Moller).<br />
— Baixo Alemtejo lilloral: entre Poeeirão e Pegões, Alfeite, Moita (Daveau);<br />
pinhal do Valle do Zebra, entre Barreiro e Lavradio (Moller) ; Setúbal<br />
(A. Luisier); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio). — Baixas do Guadiana: Beja<br />
(B. da Cunha); Cazevel (Moller). — Algarve: Portimão, Faro (Welw.,<br />
Moller) ; entre Salir e Bensafrin (Moller).<br />
Area geogr. — Regão mediterrânea.<br />
OBS. — A forma mais vulgar é aquella cujas espiguetas têem duas flores<br />
hermaphrodites e uma terceira rudimentar: é mais rara a forma com<br />
quatro flores e encontramse exemplares mixtos. Os exemplares colhidos<br />
pelo sr. Schmitz téem a glumella inferior ou completamente glabra ou<br />
com alguns pellos longos perto da inserção da pragana. Faz lembrar a<br />
A. falua, var. intermedia, e servem <strong>de</strong> termo <strong>de</strong> transição entre as duas<br />
espécies.<br />
Avena fátua L. Sp. pi. ed. I, p. 80; Willk. et Lange, p. 68; Hackel,<br />
p. 19; Colmeiro, p. 316.<br />
Espécie muito similhante á anterior, distinguindose principalmente pela<br />
terminação das glumas que é em dois <strong>de</strong>ntes agudos e não em duas praganas<br />
direitas e longas. A panicula não é unilateral.<br />
b. intermedia (Lindgr. bot. not. 1841, p. 151). — Diffère da forma<br />
typica em très pellos só na base da glumella.<br />
Encontrase nas searas a ainda nas terras incultas, mas rara.<br />
Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira littoral: Pombal<br />
(Moller), f. typica. — Centro littoral: Villa Franca, Azambuja nas lezírias<br />
(R. da Cunha).<br />
Avena longiglumls Durieu in Duch. Revue hört. 1, p. 359; Exped.<br />
scient. d'Algérie, tab. 41; Willk. et Lange. p. 68; Hackel, p. 19; Colmeiro,<br />
p. 315.<br />
Exsic. — Ε. Bourgeau, Pl. d'Esp. et du Port. n.° 2065.<br />
Colmo bastante alto ; limbo e bainha um pouco pelludos ; ligula curta<br />
troncada ciliadofimbriada. Panicula sublateral, ramos longos finos ásperos;
86<br />
espiguetas com duas flores hermaphrodites e uma terceira rudimentar,<br />
todas articuladas; eixo glabro na parte inferior á llôr inferior fino, <strong>de</strong> 2-3<br />
mill, <strong>de</strong> comprido; cicatriz na base da flor estreita e longa; glumas 7-9nerveas<br />
maiores que as flores; glumella inferior 7-nervea coberta <strong>de</strong><br />
longos pellos amarellados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base até mais <strong>de</strong> meio, áspera e terminada<br />
por duas praganas finas direitas quasi eguaes em comprimento ao resto<br />
da glumella e com pragana geniculada torcida na parte inferior inserida<br />
pouco acima do meio do dorso e mais comprida que as glumas, glumella<br />
superior linear 2-<strong>de</strong>nteada e um pouco mais curta ; caryopse envolvido<br />
pelas glumellas.<br />
Algarve: campos incultos das visinhanças <strong>de</strong> Faro (Bourgeau) ; Sines<br />
(Hackel).<br />
Area geogr. — Península ibérica, Argelia occi<strong>de</strong>ntal.<br />
OBS. — No aspecto geral é similhante á A. barbala, mas facilmente se<br />
distingue pelo comprimento das duas praganas que terminam as glumellas<br />
inferiores e pelo comprimento da parte do eixo que fica para baixo da llôr<br />
inferior e ainda pela forma da cicatriz que apresenta a base da flor quando<br />
esta é <strong>de</strong>sarticulada.<br />
Um exemplar colhido por Welwitsch nos outeiros áridos perto <strong>de</strong> Faro,<br />
parece ser um intermédio entre esta espécie e a barbota. Atten<strong>de</strong>ndo-se<br />
ao comprimento das praganas das glumellas não é fácil separar as<br />
duas espécies.<br />
Sect. II. Avenastrum Kock.<br />
Avena sulcata Gay in Del. Fl. <strong>de</strong> Vienne, p. 477; A. pratensis Brot,<br />
p. .110; Willk. et Lange, p. 69; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 317.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1204, 1205 e 1811; Soc. Brot. n. os<br />
31 e 31 a<br />
.<br />
Planta cespitosa, colmos fasciculados; folhas lineares planas ou dobradas,<br />
as radicaes distichadas corn as margens e a nervura dorsal callosas brancas,<br />
serrilhadas nas margens, bainha curta membranosa, ligula* curta lanceolado-triangular.<br />
Panicula <strong>de</strong> 7-20 cent, amarellada ou violácea direita;<br />
ramos escabros, os inferiores em grupos <strong>de</strong> 2 ou 3, os superiores aos pares<br />
(em exemplares fracos um só em cada nó) simples ou ramosos ; espiguetas<br />
<strong>de</strong> 15 mill, <strong>de</strong> 3-7 flores articuladas, eixo pelludo e com pellos mais longos<br />
junto á base das flores; glumas mais curtas que as flores <strong>de</strong>seguaes<br />
quasi totalmente escariosas linear-lanceoladas 3-nerveas (nervuras lateraes<br />
da glumella inferior pouco distinctas) ; glumellas <strong>de</strong>seguaes ponluado-escabrosas,<br />
a inferior escariosa na parte superior e terminada em quatro <strong>de</strong>ntes<br />
longos e finos, os interiores mais compridos, com 5-7 nervuras salientes
87<br />
que a tornam nitidamente sulcada especialmente na meta<strong>de</strong> inferior, pragana<br />
longa, geniculada, levemente torcida inserida ao meio do dorso; glumella<br />
superior egualando os 2<br />
/3 da inferior escariosa ciliada nas carenas.<br />
Hab. nos logares áridos mais ou menos assombrados.<br />
Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Rebordãos, Bragança no Cabeço <strong>de</strong><br />
S. Bartholomen (Moller); Felgueiras, prox. <strong>de</strong> Moncorvo (Mariz). — Alemdouro<br />
lilloral: serra do Gerez (Moller); Monte-Dôr, na gandara, Vianna<br />
do Castello, no pinhal do Cabe<strong>de</strong>llo (R. da Cunha); Foz do Douro, nos<br />
montes (G. Sampaio); S. Pedro da Cova (Schmitz).—Beira lilloral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Tentúgal (A. Guimarães); Pombal (Moller).<br />
— Beira meridional: Castello Rranco. Malpica, nas margens do Tejo (R.<br />
da Cunha). — Alto Alemtejo: Portalegre, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: pinhaes <strong>de</strong> Caneças, do Poceirão a Pegões<br />
(Daveau); serra d'Arrabida, Villa Formosa, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes<br />
(Welw.). — Algarve: Foia, nos arrelvados dos logares mais altos'<br />
(Welw.).<br />
Area geogr. —• França e peninsula ibérica.<br />
Avena albinervis Bss. Voy. II, p. 656; A. pratensis Brot, pro parte?<br />
p. 110; Willk. et Lange, p. 69; Hackel, p. 19; Colmeiro, p. 318.<br />
Exsic —Welw. n.° 1202; Fl. lusit. exs. n.° 16; Soe Brot. n.° 31.<br />
Espécie muito similhante á anterior, differindo apenas por ter as glumellas<br />
infeHores menos nitidamente sulcadas e pubescentes até quasi ao<br />
meio, pelos <strong>de</strong>ntes terminaes das glumellas mais longos (por vezes 5) e<br />
ainda pelas folhas quasi todas dobradas e mais pronunciadamente callosas.<br />
Alemdouro littoral: S. Pedro da Cova (Schmitz).—Beira littoral: Agueda,<br />
junto á ponte <strong>de</strong> Alfusqueiro, Aveiro (J. Henriques); Vacariça, Ourentam<br />
(A. Carvalho); serra da Louzã (J. Henriques); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller). — Beira central: Bussaco (F. Loureiro). — Centro littoral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa, Bellas (Daveau) ; Cascaes (P. Coutinho). — Baixo Alemtejo<br />
lilloral: pinhal <strong>de</strong> Caneças, serra <strong>de</strong> Cercal, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong><br />
Milfontes (Welw.). — Algarve: charneca <strong>de</strong> Espiche e entre Catalans e<br />
Bensafrin (Daveau). i<br />
Area geogr.—França e peninsula ibérica.<br />
Avena Hackeli J. Henriq. sp. nov.<br />
Exsic —W T<br />
elw. n.° 1053.<br />
Planta <strong>de</strong>nsamente cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 40-70 cent, <strong>de</strong>lgados direitos,<br />
nús na meta<strong>de</strong> superior; entrenós inferiores muito curtos, o ultimo<br />
muito longo tendo duas ou très partes do comprimento total (não comprehen<strong>de</strong>ndo<br />
a panicula); folhas filiformes resistentes quasi lisas ciliadas<br />
e levemente pubescentes perto da base <strong>de</strong> 6-45 cent., bainhas curtas
88<br />
estriadas auriculadas levemente pontuadas-escabras, as exteriores <strong>de</strong> côr<br />
amarellada, as interiores violáceas; folha superior <strong>de</strong> limbo muito curto<br />
(1-3,5 cent.), bainha muito comprida (18-31 cent.); ligula curta lanceolada<br />
levemente escabra na linha media. Panicula <strong>de</strong> 7-20 cent, contrahida,<br />
quasi espiciforme, formada <strong>de</strong> ramos <strong>de</strong>lgados escabros sulcados<br />
um em cada nó ou dois simples, um muito curto e outro quasi egual ao<br />
anterior com a espigueta, ou divididos havendo em cada nó um ramúsculo<br />
curto ou dois, um curto e outro bastante comprido; espiguetas <strong>de</strong> 18 mill.<br />
5-6-floreas sendo a ultima llôr imperfeita ; rachis coberto <strong>de</strong> pellos brancos<br />
finos longos, mas mais curtos que as glumellas ; glumas bastante <strong>de</strong>seguaes<br />
escariosas nas margens e na parte superior longamente apiculadas, 3-nerveas,<br />
as nervuras lateraes da inferior não chegando a mais do terço da gluma,<br />
as da superior passando um pouco além do meio; glumella inferior (a da<br />
llôr inferior <strong>de</strong> 12 mill.) lanceolada longamente acuminada escariosa na<br />
meta<strong>de</strong> superior quasi sulcada na meta<strong>de</strong> inferior pontuada-escabra terminada<br />
em duas ou quatro pontas finas, duas mais curtas, com pragana<br />
comprida (18-20 mill.) geniculada torcida na parte inferior ciliada e inserida<br />
a meio da parte dorsal; glumella superior egual a meta<strong>de</strong> ou pouco<br />
mais da glumella inferior escariosa ciliada nas nervuras; ovário villoso;<br />
estigmas plumosos.<br />
Hab. em terrenos incultos e áridos.<br />
Alemlejo littoral: Villa Formosa, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes<br />
(Welw.).<br />
Pela forma geral da panicula assemelha-se ãs A. filifolia Lag., A. setacea<br />
Vill. e A. sulcata Gay.<br />
Diffère da primeira pela ligula não curta nem longamente villosa ; pelo<br />
numero <strong>de</strong> flores das espiguetas que é quasi sempre duplo e ainda pela<br />
estructura da folha.<br />
Diffère da A. setacea pela nervação das glumas, pelas folhas mais curtas<br />
que o colmo, pelas bainhas glabras e pela gran<strong>de</strong>za da ligula.<br />
Da A. sulcata diffère essencialmente pela forma e estructura das folhas.<br />
OBS. — Dedico esta espécie ao prof. Hackel, um dos botanicos mais<br />
conhecedores das gramíneas e <strong>de</strong> quem sempre tenho recebido o máximo<br />
auxilio, quer no estudo das especries porluguezas, como das colhidas nas<br />
colónias.<br />
Avena pubescens Huds. Fl. Angl. ed. 1, p. 46; L. Sp. pl. ed. 2,<br />
p. 1665; Colmeiro, p. 320.<br />
Raiz fibrosa; colmo <strong>de</strong> 4-10 <strong>de</strong>c, direito, ml na parte superior; folhas<br />
<strong>de</strong> limbo plano lineares subobtusas molles, as inferiores mais ou menos<br />
pelludas na face superior, as superiores <strong>de</strong> limbo curto lanceolado, bainhas,
89<br />
I as inferiores pelo menos, cobertas <strong>de</strong> pellos voltados para baixo, ligula<br />
oblongoacuminada glabra. Panicula oblonga direita ou um pouco curva<br />
na parte superior, <strong>de</strong> côr clara e brilhante, em algumas um pouco violácea;<br />
ramos finos <strong>de</strong> <strong>de</strong>segual comprimento ásperos, os inferiores dipostos<br />
em grupos <strong>de</strong> 35, os superiores aos pares, todos terminados por uma<br />
única espigueta; espiguetas <strong>de</strong> 1215 mill. 3—i(loreas, eixo pelludo prolongado<br />
além da llôr superior, pellos junto da base das flores superiores<br />
quasi eguaes a meta<strong>de</strong> da glumella; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas<br />
escariosas, a maior do comprimento das flores ou um pouco mais<br />
curta, a inferior 1nervea, a superior 3nervea <strong>de</strong>licadamente pontuada;<br />
glumellas pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior 5nervea. escariosa pontuadaescabra,<br />
terminada em quatro <strong>de</strong>ntes bastante compridos e com pragana dorsal<br />
geniculada torcida na parle inferior e inserida um pouco acima do meio<br />
do dorso, glumella superior escariosa branca 2<strong>de</strong>nteada.<br />
Hab. nos terrenos arrelvados e <strong>de</strong> floresta.<br />
Alemdouro Irasmonlano: serra <strong>de</strong> Eebordãos (Moller).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
ARRIIElVATHERlíM 1<br />
P. Beauv. — Espiguetas pedicelladas, 2floreas,<br />
a inferior ordinariamente masculina, compridas convexas nas duas<br />
faces alternas e dispostas em panicula ramosa ; glumas <strong>de</strong>seguaes 13nerveas,<br />
carenadas; glumella inferior herbácea carenada Sfida, tendo a<br />
da flor inferior pragana dorsal geniculada; glumella superior 2carenada,<br />
2<strong>de</strong>nteada; estâmes 3, estigmas terminaes, plumosos gran<strong>de</strong>s salientes<br />
para fora da flor. Caryopse pelludo na parte superior, comprimido no dorso<br />
e caniculado na face interna, livre.<br />
Espécies perennaes estolhosas.<br />
(Pragana inserida pouco acima da base da glumella 1<br />
1 (Pragana inserida pouco abaixo do vértice da glumella A. Thorei Desm.<br />
2<br />
3<br />
(Glumellas sensivelmente glabras A. elatius Mert. et Koch.<br />
(Glumella da flor superior sensivelmente villosa 2<br />
(Folhas planas E. erianthum Bss. et Reut.<br />
(Folhas enroladas, setaceas E. pallens Link.<br />
ι De αρρην, masculino, e αθ^ρ, barba da espiga; referencia á pragana da flor masculina.
90<br />
Arrnenatherum elatius (L.) Mert. et Koch. in Röhl. D. Fl. I, p.<br />
546; Avena elatior L. Sp. ed. I, p. 79; Holcus avenaceus Scop. fl. earn.<br />
Π, p. 276; Brot. p. 98; Willk. et Lange, p. 70; Hackel, p. 20; Colmeiro,<br />
p. 320.<br />
Exsic. — Soc. Brot. n.° 303; Fl. lusit. exs. n.° 1318.<br />
Planta robusta <strong>de</strong> 620 <strong>de</strong>c. <strong>de</strong> rhizoma radicante e colmo direito<br />
apenas recurvado na hase pelludo nos nós; folhas planas lineares acuminadas<br />
ásperas nas margens e mais ou menos pelludas na face superior,<br />
bainha longa sulcada, ligula curta ciliada frequentemente fendida. Panicula<br />
longa <strong>de</strong> 535 cent, interrompida principalmente na base, contrahida<br />
<strong>de</strong>pois da anthese, <strong>de</strong> côr branca ou violácea brilhante, ramos <strong>de</strong>seguaes<br />
escabros finos; espiguetas rentes ou pedicelladas, pedicellos mais<br />
curtos do que as espiguetas, lanceoladas direitas 3floreas, flor inferior<br />
masculina, a segunda hermaphrodita quasi rente, e a terceira extremamente<br />
rudimentar, eixo glabro na parte que termina com a llôr rudimentar,<br />
e pelludo no resto, pellos formando um invólucro curto na base da<br />
l. a<br />
e 2. a<br />
flor; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas levemente ásperas nas nervuras,<br />
a inferior geralmente 1nervea, algumas vezes 3nervea, sendo as<br />
nervuras lateraes curtas, a superior 3nervea quasi do comprimento das<br />
flores; glumellas quasi eguaes, a inferior 7nervea, a da flor inferior glabra<br />
pontuada 2<strong>de</strong>nteada ou 2fida com pragana dorsal geniculada e torcida<br />
e mais comprida do que a espigueta, inserida perto da base do dorso,<br />
a da flor superior mais ou menos pelluda com pragana quasi terminal direita<br />
ou sem pragana ; glumellas superiores escariosas ciliadas na margem<br />
e nas carenas.<br />
•β. bulbosum (W.) Pr. Cyp. et gram. sic. p. 29.—Distincta da<br />
forma typica por ter o rhizoma formando dois ou très tubérculos<br />
arredondados.<br />
Vulgar nos campos cultivados, nos prados e nos montes.<br />
Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Bebordãos (J. Mariz); Villa Beal (D.<br />
Monteiro). — Alemdouro littoral: serra do Soajo (Moller); Vizella (W.<br />
Lima) ; Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Coura (G. Sampaio) ; S. Pedro da Cova, Vallongo<br />
(Schmitz); Gondarem, nas margens do Minho, Vianna do Castello (B. da<br />
Cunha).—'Beira trasmontana: Villar Formoso, no Valle d'Alpicào (R. da<br />
Cunha). — Beira central: serra da Estrella (Moller, M. Ferreira); Guarda<br />
(M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira meridional: Malpica,<br />
nos pinhaes (R. da Cunha). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller, Castro Freire); serra da Louzã (J. Henriques); Ourentam (A.<br />
Carvalho). — Centro lilloral: Caxarias, nos pinhaes, Cintra (Welw.).—<br />
Baixas do Sorraia: Alcochete (P. Coutinho). — Baixo Alemlejo lilloral:
1<br />
Caneças (Daveau); entre Palmella e Setúbal, nas collinas (Welw.); Setúbal<br />
(A. Luisier); Alfeite (Daveau). — Algarve: Monte Figo, nos sítios<br />
áridos e subrelvosos (Welw.); Monchique (Moller).<br />
Area geogr. — Europa e Asia meridional.<br />
OBS. — A var. bulbosum é quasi tão vulgar como a forma typica. Os<br />
exemplares da varieda<strong>de</strong> colhidos em Alfeite, em Portalegre e em Caneças<br />
são bastante distinctos pela pequeníssima largura do limbo da folha. .<br />
Arrhenathernm crianllium Bss. et Reut. Pug. pl. nov. p. 121 ;<br />
Avena hispânica Lange, Pug. p. 41; Willk. et Lange, p. 70; Hackel,<br />
p. 20; Colmeiro, p. 322.<br />
Exsic —Welw. n.° 1195.<br />
Espécie muito similhante â var. bulbosum da espécie anterior, differindo<br />
por ter a panicula mais comprida e principalmente por ter a llôr superior<br />
nitidamente pedicellada (pedicello <strong>de</strong> 2 mill.), pela gluma inferior da flor<br />
inferior coberta <strong>de</strong> pequenos pelos hirtos e com as margens longamente<br />
ciliadas e pela glumella da flor superior coberta <strong>de</strong> longos pellos excepto<br />
no vértice.<br />
Hab. os terrenos áridos e ainda os relvosos da região inferior.<br />
Alemdouro trasmontano : Bragança, nos lameiros e nos campos (P. Coutinho,<br />
Moller); serra do Marão, nos pontos mais altos (J. Henriques).—<br />
Alemdouro lilloral: Melgaço (Moller). — Beira trasmontana: Villar Formoso,<br />
nos lameiros <strong>de</strong> Bodanaes, Trancoso, Almeida (M. Ferreira).—<br />
Beira central: serra da Estrella, no Covão das Vaccas (Daveau); Celorico<br />
(B. da Cunha). — Beira meridional: Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Beira<br />
littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); S. João do Campo, Ponte da<br />
Cidreira (M. Ferreira). — Centro littoral: Torres Novas (R. da Cunha);<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Daveau, B. da Cunha). — Allo Alemtejo: Évora<br />
(Moller); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral: Cabo Espichel,<br />
pinhal do Valle <strong>de</strong> Zebro (Moller); pinhaes <strong>de</strong> Coina, Lavradio e Fornos<br />
d'El-Rei (Welw.). — Baixas do Guadiana: Reja (R. da Cunha); Mértola<br />
(Moller).- — Algarve: Tavira (Welw.) ; nos areaes da lagoa d'Albufeira, na<br />
charneca do Espiche, perto <strong>de</strong> Lagos (Daveau).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, Argelia.<br />
Arrhenatheium pallens Link. Hut. Rerol. p. 124; Avena pallens<br />
Link, in Schrad. Journ. bot. (1779), p. 314; Avena setifolia Brot. p. 108.<br />
Exsic —Welw. n.° 1199.<br />
Planta cespitosa, colmos finos <strong>de</strong> 30-70 cent, completamente glabros;<br />
folhas perfeitamente setaceas, <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> glauco, bainhas estriadas glabras,<br />
as caulinares bastante compridas, ligula curta troncada sendo a parte pro-
92<br />
xima do limbo coberta <strong>de</strong> curla pubescencia; panicula estreita <strong>de</strong> 5-12 cent,<br />
<strong>de</strong> côr clara, ramos escabrosos em geral dispostos aos pares em cada nó,<br />
um quasi egual á espigueta, outro, bastante mais comprido; espiguetas<br />
3-lloreas, sendo a llôr superior muito rudimentar, eixo villoso abaixo das<br />
duas flores inferiores e glabro acima da segunda llôr, llôr inferior articulada;<br />
glumas ovaes-lanceoladas <strong>de</strong>seguaes, a inferior 1-nervea mais curta<br />
do que as flores, a superior 3-nervea egualando quasi as flores, levemente<br />
escabrosas nas nervuras; glumellas inferiores 6-nerveas sulcadas principalmente<br />
na parte superior, escariosas na margem, villosas na meta<strong>de</strong> inferior,<br />
levemente escabrosas nas nervuras apiculadas, a da flor inferior<br />
com pragana dorsal geniculada torcida inserida pouco acima da base, a<br />
da flor superior mutica; glumellas superiores escariosas ciliadas nas duas<br />
carenas 2-apieuladas ; 3 estâmes, ovário pelludo, estylete curto, estigmas<br />
ramosos.<br />
Hab. nos logares seccos.<br />
Centro littoral: colunas <strong>de</strong> Trancoso, entre Alhandra e Arruda (Daveau).<br />
•—Baixo Alemtejo littoral: serra d'Arrabida (Link.); na encosta do lado<br />
<strong>de</strong> Setúbal (Welw.); visinhanças <strong>de</strong> Setúbal (A. Luisier).<br />
Area geogr.—Portugal, na região central.<br />
Arrheiíat herum Thorei (Duby) Desm. Cat. Dord. p. 153; Avena<br />
montana Brot. p. 109; Avena Thorei Duby Bot. gal. p. 512; Willk. et<br />
Lange, p. 71, sub Arrhenalherum pallens; Hackel, p. 20; Colmeiro, p.<br />
322, sub Arrhenalherum pallens.<br />
Exsic —Soe. Brot. n. os<br />
168 e 168 a<br />
; Fl. lusit. exs. n.° 19.<br />
Planta cespitosa formando pequenos grupos; colmo attingindo por vezes<br />
mais <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong>c, pubescente nos nós; folhas linear-acuminadas <strong>de</strong> limbo<br />
plano ou enrolado, o das inferiores por vezes bastante comprido com pellos<br />
longos pelo menos na face superior, bainha estriada e com pellos longos e<br />
reflectidos per<strong>de</strong>ndo-se um pouco com a eda<strong>de</strong>, ligula curta troncada mais<br />
ou menos dividida e finamente ciliada. Panicula <strong>de</strong> 10-20 cent, em geral<br />
bastante farta, ramos finos escabrosos semiverticillados <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas diversas,<br />
alguns ramificados (simples todos nas formas fracas); espiguetas<br />
ovaes <strong>de</strong> 5-6 mill., 3-lloreas, sendo a inferior por vezes fértil, sendo a<br />
superior rudimentar, eixo villoso na parte inferior ás flores inferiores,<br />
glabro na parte superior á segunda ílôr, segunda llôr quasi rente ; glumas<br />
3-nerveas <strong>de</strong>seguaes, a superior egual ou mais comprida do que as flores<br />
levemente escabrosa na nervura dorsal ; glumellas 5-7-nerveas bastante<br />
resistentes cobertas <strong>de</strong> longos pellos finos, excepto na parte superior,<br />
2-<strong>de</strong>nteadas, a inferior da flor inferior com pragana dorsal geniculada e<br />
torcida bastante comprida e inserida pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> da glumella,.<br />
a superior mutica; glumellas superiores escariosas, menores do que
93<br />
as inferiores, ciliadas nas carenas; glumellulás longas estreitas agudas;<br />
ovário pelludo, estylete muito curto, estigmas plumosos.<br />
Frequente nos logares incultos e nos pinhaes.<br />
Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro).:—Aienidouro littoral:<br />
serra do Gerez (J. Henriques, Moller, M. Ferreira); serra do Soajo<br />
(Moller); Melgaço, Caminha, Valença, Ancora, Vianna do Castello (R. da<br />
Cunha); Monte <strong>de</strong> S. Gens, prox. do Porto (G. Sampaio). — Beira central:<br />
serras do Caramullo, da Freita, Castro Daire (J. Henriques)'•;: Bussaco<br />
(F. Loureiro); Lobão (Moller).—Beira lilloral: Aveiro, Agueda (J.<br />
Henriques); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller, ;B. e Cunha);<br />
pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); serra da Louzã (J. Henriques). — Baixo<br />
Alemlejo littoral: Caneças (Daveau); serra <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> (Moller).<br />
Area geogr.—França e peninsula ibérica.<br />
OBS. — O prof. Willkomm consi<strong>de</strong>ra como uma única espécie o A.<br />
Thorei e A. pallens. O aspecto das duas espécies só <strong>de</strong> per si será bastante<br />
para as distinguir. A primeira é planta mais forte, <strong>de</strong> folhas planas<br />
e quando enroladas bastante grossas; o A. pallens tem as folhas radicaes<br />
numerosas e perfeitamente setaceas é <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> esbranquiçado. A pubescencia<br />
dos nós, as villosida<strong>de</strong>s da bainha e do limbo das folhas e mais<br />
nitidamente a inserção da pragana separa sem dificulda<strong>de</strong> o A. Thorei do<br />
A. pallens. Até mesmo a distribuição geographica as distingue, pois que<br />
o A. pallens, até hoje pelo menos, não tem sido encontrado muito fora<br />
do logar clássico, isto é, da parte central e littoral <strong>de</strong> Portugal, ao passo<br />
que a outra é vulgar nas partes centraes, distantes da costa.<br />
GAUD INI A 1<br />
P. Beauv. — Espiga estreita, articulada, fragil; eixo da<br />
espiga cavado alternadamente d'um lado e d'oulro; espiguetas disticadas<br />
rentes comprimidas lateralmente, com 4—10 flores, sendo a superior muitas<br />
vezes rudimentar; glumas membranosas muito <strong>de</strong>seguaes, 3-9-nerveas;<br />
glumellas membranosas quasi eguaes, a inferior praganosa inequilatera,<br />
2-cuspidada; ovário pelludo na extremida<strong>de</strong>; estigmas 2 plumosos salientes<br />
pelos lados da flor ; caryopse livre linear-oblongo, convexo sobre uma face,<br />
levemente canaliculado na outra e contraindo na parte superior em um pequeno<br />
pé sustentado com pequena cupula ciliada.<br />
Gauuinia fí-agilis (L.) P. Beauv. Agr. p. 95; Avena fragilis L. Sp.<br />
1<br />
Dedicada a Gaudin, botanico suisso.
94<br />
pl. ed. I, p. 80; Brot. p. 110; Hackel, p. 30; Willk. et Lange, p. 114;<br />
Colmeiro, p. 41 S.<br />
Exsic —Welw. n.° 1127; Soc. Brot. n.° 43; Fl. lusit. exs. n.° 44;<br />
Bourgeau PI. d'Esp. et du Port. n.° 2054.<br />
Espécie annual; raiz fibrosa; colmos agrupados, direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes;<br />
iolbas molles pelludas tanto na bainha como no limbo, ligula curta<br />
troncada e levemente <strong>de</strong>nticulada. Espiguetas disticadas, rentes com a parte<br />
inferior encaixada nas excavações do eixo da espiga, 3-10-floreas, a flor<br />
inferior rente, as outras pedicelladas, pedicellos achatados e mais grossos<br />
e levemente pubescentes logo por baixo das flores ; eixo prolongado para<br />
além da inserção da flor superior quasi egual a esta; glumas muito <strong>de</strong>seguaes,<br />
a inferior 3-nervea asymetrica, pouco maior do que 73 da superior,<br />
que é membranosa 5-7-nervea, ambas escabrosas pelo menos nas<br />
nervuras; glumellas quasi eguaes, a inferior oval-acuminada terminada em<br />
duas pontas curtas e finas, um pouco asymetrica, 5-7-nervea coberta <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>licadas pontuações brilhantes, áspera na carena e com pragana geniculada<br />
e levemente torcida e flexuosa, mais longa que a flor e inserta um<br />
pouco acima do meio do dorso, a superior escariosa mais curta 2-<strong>de</strong>nteada<br />
ciliada nas nervuras.<br />
Frequente nos arrelvados tanto dos montes como da região inferior.<br />
Alemdouro trasmontano: Moncorvo (Mariz); Bragança (Moller); Murça<br />
(M. Ferreira); serras <strong>de</strong> Mosteiro e <strong>de</strong> Brunheiro, perto <strong>de</strong> Chaves (Moller).—<br />
Alemdouro littoral: Valença, Villa Nova <strong>de</strong> Cerveira, Lanhellas,<br />
Vianna do Castello (R. da Cunha) ; Porto, Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio).—<br />
Beira trasmontana: Villar Formoso (B. da Cunha). — Beira central:<br />
serra da Estrella, em Vallezim (J. Henriques); Penalva do Castello<br />
(M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong>, Lobão, Bussaco (Moller). — Beira littoral:<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Gaya (C. Barbosa); Aveiro (J. Henriques); visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, serra da Louzã (Moller); Ourentam (A. Carvalho);<br />
Formoselha (A. Barjona) ; Carapinheira, Cabo Mon<strong>de</strong>go, Pombal, Vermoil<br />
(Moller).—Beira meridional: Castelfo Branco, Malpica, nas margens do<br />
Tejo (R. da Cunha).— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.,<br />
Daveau); Alverca, Azambuja (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite,<br />
Moita (Daveau) ; Coina, nos terrenos salgados das margens do Tejo (Welw.);<br />
Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemtejo: Marvão, Portalegre (R. da Cunha);<br />
Évora (Daveau); Almodovar (S. da Silva). — Baixas do Sorraia: Alcochete<br />
(P. Coutinho). — Baixas do Guadiana: entre Corte Figueira e Mú,<br />
<strong>de</strong> Ourique a Garvão (Daveau); Beja (R. da Cunha). — Algarve: nas pastagens<br />
das regiões mais altas da Picota (Welw.) ; Monchique (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.
98<br />
Tribu VIII. O h l o r i d e a e<br />
Espiguetas com uma ou muitas flores dispostas em duas séries no lado<br />
exterior do eixo da espiga; glumas quasi sempre persistentes; glumellas<br />
caducas com o fructo; glumella superior 2nervea ; estyletes distinctos;<br />
estigmas salientes dos lados e raras vezes perto do vértice das espiguetas;<br />
caryopse livre e não envolvido na gluma.<br />
Espiguetas <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>ndose do eixo inteiras Spartina Schreb.<br />
Glumas persistentes; inflorescencia digitada formada por 26 espigas.<br />
Cynodon Pers.<br />
CYBÍODOIV 1<br />
Pers. — Espiguetas pequenas rentes com uma llôr completa<br />
e com outra redimentar ou incompleta dispostas em espigas <strong>de</strong>lgadas<br />
partindo todas do mesmo ponto divergentes, glumas quasi eguaes, glumellas<br />
mais compridas largas e ciliadas na margem.<br />
Cynodon Dactylon (L.) Pers. Syn. I, p. 85 ; Panicum Dactylon L.<br />
Sp. pi. ed. I, p. 58; Paspalum Dactylon DC; Fl. fr. III, p. 16; Brot,<br />
p. 83; Willk. et Lange, p. 46; Hackel, p. 12; Colmeiro, p. 268.<br />
Planta perennal, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong>c, cespitosa rhizomatosa; colmos geniculados<br />
na,parte inferior, <strong>de</strong>pois ascen<strong>de</strong>ntes, os estereis rastejantes; folhas disticadas<br />
bastante juntas ver<strong>de</strong>glaucas planas acuminadas quasi glabras; ligula<br />
formada <strong>de</strong> pellos. Panicula formada <strong>de</strong> muitas espigas compridas simples<br />
lineares digitadas; espiguetas solitárias dispostas em duas linhas, comprimidas<br />
lateralmente; glumas 1nerveas carenadas e escabrosas na carena,<br />
a inferior um pouco menor que a superior; glumellas maiores que as<br />
glumas, membranosas muticas ciliadas na carena, a inferior mais larga<br />
3nervea, a superior 2carenada e terminada em dois pequenos <strong>de</strong>ntes;<br />
glumellulas 2 glabras; ovário glabro; estyletes 2 terminaes, estigmas plumosos.<br />
Vulgar nas terras cultivadas e incultas, nos caminhos, etc. — Fl. no<br />
verão.<br />
Nome vulg. — Grama das boticas.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho). — Alemdouro lilloral:<br />
1<br />
De κύων, cão, e ύδόύς, <strong>de</strong>nte; planta mastigada pelos cães.
96<br />
Areosa, na praia (R. da Cunha); S. Pedro da Cova (E. Schmitz); Villa<br />
Nova <strong>de</strong> Gaya, no Cabe<strong>de</strong>llo (G. Sampaio). — Beira central: visinhanças<br />
<strong>de</strong> Vizeu, Oliveira do Con<strong>de</strong>, Nespereira (Moller). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller); Buarcos (E. Schmitz, Moller); Pombal, Fornos (Moller).—<br />
Beira meridional: Covilhã, Castello Branco, Villa Velha <strong>de</strong> Bodão, Malpica<br />
(B. da Cunha); Abrantes (Daveau).— Centro littoral: Torres Vedras (J.<br />
Perestrello) ; Peniche, nas areias (Daveau); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.,<br />
Daveau, C. Machado). — Alto Alemtejo: Niza (B. da Cunha). — Baixo<br />
Alemtejo littoral: Trafaria, Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier); O<strong>de</strong>mira<br />
(G. Sampaio). —Algarve: Faro (A. Guimarães).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
OBS. — Os exemplares colhidos pelo dr. Welwitsch na Povoa e pelo<br />
sr. Daveau no Dafundo, são extremamente villosos.<br />
SPARTI1YA 1<br />
Schreb. — Duas ou mais espigas em geral direitas e<br />
próximas; espiguetas comprimidas quasi distichadas; glumas <strong>de</strong>seguaes,<br />
a superior egualando ou ultrapassando a llôr; glumella inferior comprimida<br />
carenada e mais curta que a superior; embryâo <strong>de</strong> comprimento<br />
quasi egual ao fructo.<br />
Espigas rentes ou as superiores levemente pedunculadas S. stricta Roth.<br />
Espiga terminal longamente pedunculada S. versicolor Fabre.<br />
Spartina versicolor Fabre in Ann. sc. nat. III, 13, p. 123.<br />
Exsic —Soc. Brot. n. os<br />
1414 e 1414 a<br />
.<br />
Planta rhizomatosa; caule ílorifero direito, os estereis remontantes; folhas<br />
quasi tão compridas como o caule, estreitas enroladas junciformes e<br />
terminadas em ponta aguda estriadas, ligula formada <strong>de</strong> pellos finos curtos<br />
e <strong>de</strong>nsos. Panicula formada <strong>de</strong> 35 espigas <strong>de</strong> côr violácea, as inferiores<br />
rentes ou levemente pedunculadas, a superior longamente pedunculado;<br />
espiguetas unifloreas dispostas em duas linhas completamente imbricadas;<br />
glumas com a carena <strong>de</strong>nticuladaciliada, a inferior estreita 2nervea, a<br />
superior egual ao dobro da inferior lanceolada obtusiuscula, concava e sem<br />
nervuras apparentes aa parte interna e do outro lado com duas nervuras<br />
contíguas á nervura dorsal; glumellas carenadas obtusas ou chanfradas na<br />
extremida<strong>de</strong>.<br />
1<br />
De σπαρτον, esparto, pela similhança com as folhas d'esta gramínea.
97<br />
Hab. nos terrenos areientos da costa maritima.<br />
Baixo Alemlejo lilloral: Trafaria (Daveau). — Algarve: Fuzeta (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />
Area geogr. — França meridional, Córsega, Argelia.<br />
Spartina stricta (Ait.) Rth. Cat. bot. III, p. 9 ; üactylis cynosuroi<strong>de</strong>s<br />
L. Sp. pl. ed. I, p. 71; Paspalum cynosuroi<strong>de</strong>s Brot. p. 83; P. strictum<br />
Brot. Phyt. I, p. 13, tab. 8; Willk. et Lange, p. 46; Hackel, p. 12;<br />
Colmeiro, p. 269.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1191 e 1192; Soc. Brot. n.° 1469; Fl. lusit.<br />
exs. n.° 1313.<br />
Planta rhizomatosa <strong>de</strong> colmos direitos; folhas curtas um pouco enroladas,<br />
as superiores próximas da inflorescencia, ligula curla membranosa<br />
laciniada. Panicula formada <strong>de</strong> 2-4 espigas <strong>de</strong> côr amarellada rentes ou<br />
levemente pedunculadas, espiguetas uniíloreas em duas linhas um pouco<br />
sobrepostas; bracteas mais ou menos felpudas, ciliadas na carena, a inferior<br />
estreita uninervea egualando pelo menos dois terços da superior, que<br />
é 2-lobada e mucronada; glumellas similhantes ás glumas.<br />
Frequente nas areias da costa maritima.<br />
Nome vulg. — Murraça.<br />
Beira lilloral: Figueira da Foz (Moller). — Centro littoral: Villa Franca,<br />
nos terrenos salgados do Tejo; Sacavém, Alhandra (Welw.); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa, na praia da Cruz Quebrada (B. da Cunha).—Baixas do Sorraia:<br />
Alcochete (P. Coutinho). — Baixo Alemtelo littoral: Barreiro (B. da<br />
Cunha); Alfeite (Daveau); Trafaria (Welw.). — Algarve: Faro (A. Guimarães,<br />
J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />
Area geogr. •— Costas marítimas do Atlântico e do Mediterrâneo.<br />
Tribu IX. Festuceae<br />
Inflorescencia em panicula ou racimos (similhando espigas em virtu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> serem muito curtos os pedúnculos); espiguetas 2-oo-flóreas, raras<br />
vezes 1-floreas, em geral Ç ; glumas em geral mais curtas que as glumellas<br />
mais próximas; glumellas muticas ou praganosas com pragana em<br />
geral terminal, raras vezes dorsal e raríssimas vezes geniculada; glumella<br />
superior 2-carenada; embryão em geral pequeno; grânulos amylaceos<br />
quasi sepre compostos.<br />
Pertencem a este grupo as melhores hervas praienses das zonas temperadas,<br />
assim como as espécies dominantes das altas montanhas.<br />
7 XX
i<br />
2<br />
3<br />
4<br />
98<br />
I Raehilla ou glumella inferior com pellos longos Subtribu Arundineae.<br />
(Raehilla ou glumella sem pellos ou com pellos curtos 2<br />
IPedicello articulado; glumella inferior 2-3-<strong>de</strong>nteada Subtribu Triodieae.<br />
(Pedicello não articulado 3<br />
(Glumella inferior 3-nervea; fiores todas férteis .... Subtribu Eragrosteae.<br />
( Glumella inferior 5 - co - nervea · 4<br />
[Algumas espiguetas ou sò algumas flores estereis 5<br />
(Flores todas férteis 6<br />
Flores superiores <strong>de</strong> cada espigueta estereis e glumellas enroladas uma na outra,<br />
o Subtribu Meliceae.<br />
Espiguetas estereis com espiguetas férteis )<br />
ISubtribu Festuceae.<br />
(Espiguetas com 2-13 flores (ou mais em algumas Fesluca). \<br />
6<br />
(Espiguetas com mais <strong>de</strong> 15 flores Subtribu Brachypodieae.<br />
Subtribu Arundineae<br />
Glumellas inferiores cobertas <strong>de</strong> pellos finos e compridos; raehilla nua.<br />
Arundo L.<br />
Glumellas inferiores nuas; raehilla com pellos longos . Phragmites Triri.<br />
ARÏJ1VDO 1<br />
L. — Panicula gran<strong>de</strong> composta <strong>de</strong> espiguetas pedicelladas<br />
com 2-7 flores hermaphroditas; glumas quasi eguaes e quasi do compri<br />
mento das flores; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior com longos pellos finos<br />
brancos, a superior 2-carenada, ciliada e egualando meta<strong>de</strong> da inferior;<br />
ovário glabro, estâmes 3, estyletes 2, estigmas 2 plumosos.<br />
Arando Donax L. Sp. pi. ed. I, p. 81; Brot. p. 104; Willk. et<br />
Lange, p. 49; Hackel, p. 12; Colmeiro, p. 277.<br />
Exsic — Welw. n.° 1302; Soc. Brot. n.° 604.<br />
Planta rhizomatosa ; caule <strong>de</strong> 2-5 metros; folhas largas, glaucas lan-<br />
ceoladas acuminadas auriculadas na base; ligula muito curta ciliada tron-<br />
cada. Panicula ampla amarellada ou violácea muito ramosa compacta;<br />
1<br />
Nome dado por vários auctores latinos á canna.
99<br />
espiguetas <strong>de</strong> 12 mill.; glumas um pauco distantes uma da outra, quasi<br />
eguaes levemente carenadas lanceoladoacuminadus glabras ; glumellas<br />
membranosas hyalinas, a inferior egualando quasi as glumas 3fida e coberta<br />
<strong>de</strong> pellos brancos tão longos como ella, 35nervea, a superior<br />
egualando quasi meta<strong>de</strong> d'esta, 2carenada e curtamente ciliada.<br />
Expontânea e cultivada era quasi todo o paiz. — Fl. agosto e setembro.<br />
Hab. <strong>de</strong> preferencia os logares húmidos, margens dos rios, etc.<br />
Nome vulg. —• Canna.<br />
Area geogr. — Europa austral, Africa e Asia mediterrânea.<br />
PHRAGMITES 1<br />
Trinius. — Panicula gran<strong>de</strong> ramosa composta <strong>de</strong><br />
espiguetas pedicelladas com 37 flores distantes umas das outras, a inferior<br />
masculina e as outras hermaphroditas; rachis com pellos longos brancos,<br />
excepto por baixo da flor masculina; glumas <strong>de</strong>seguaes e menores que<br />
as flores; glumellas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais comprida que as glumas,<br />
a superior muito mais curta 2carenada hyalina; ovário glabro, estâmes<br />
3; estyletes 2 livres, estigmas plumosos.<br />
Phragmites communis Trinius Fund. p. 154; Arundo Phragmites<br />
L. Sp. pi. ed. I, p. 81; Brot. p. 105; Willk. et Lange, p. 50; Hackel,<br />
p. 12; Colmeiro, p. 278.<br />
Exsic.— Welw. n.° 1303,<br />
Planta rhizomatosa; colmo direito <strong>de</strong> 14 metros; folhas planas linearlanceoladas<br />
acuminadas glaucas, ásperas nas margens; ligula formada <strong>de</strong><br />
pellos. Panicula violácea ou amarellada formada <strong>de</strong> ramos subverticillados<br />
pelludos perto da inserção e ásperos; espiguetas pedicelladas <strong>de</strong> 1012<br />
mill. ; glumas inteiras agudas 35nerveas, a inferior egualando apenas<br />
meta<strong>de</strong> da superior; glumella inferior mais comprida que as glumas, longamente<br />
acuminadasubulada 3nervea, a superior 34 vezes mais curta<br />
estreita bi<strong>de</strong>nteada.<br />
b. flavescens Cust. in Gaud. helv. VI, p. 341. — Espiguetas amarelladas<br />
plurifloreas.<br />
Frequente nos terrenos húmidos, margens dos rios e das valias.<br />
Nome vidg. — Caniço d'agua.<br />
Alemdouro lilloral: Caminha (B. da Cunha). — Beira lilloral: campos<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Penedo da Sauda<strong>de</strong> (6), Buarcos (Moller, Ε. Schmitz); Fi<br />
De φραγμίτης, <strong>de</strong> φράγμα, sebe, por ser empregada para formar sebes vivas.<br />
» a i B i i o r e c A -* Jl
100<br />
gueira da Foz, na Salmanha (G. <strong>de</strong> Carvalho). — Beira meridional: Villa<br />
Velha do Ródão (R. da Cunha). — Centro littoral: Sacavém (Welw.);<br />
Alcobaça, Gollegã (R. da Cunha); entre Santarém e Villa Nova da Rainha<br />
(Welw.); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, nas areias, entre o Estoril e CaeAgua<br />
(P. Coutinho).—Baixo Alemlejo littoral: serra d'Arrabida, na encosta maritima;<br />
Pinheiro, nos arrozaes (Daveau); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
Subtribu Triodieae<br />
TRIODIA Brown. — Panicula em geral nào contrahida; glumellas coriaceas<br />
arredondadas na parte dorsal, pelludas na base e nas margens.<br />
Triodia <strong>de</strong>cumbens (L.) P. Beauv. Agr. p. 76 ; Festuca <strong>de</strong>cumbens<br />
L. Sp. pi. ed. I, p. 7S ; Poa <strong>de</strong>cumbens Scop.; Brot. p. 102; Willk. et<br />
Lange, p. 89; Hackel, p. 21; Colmeiro, p. 360.<br />
Colmo <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong>c. <strong>de</strong>cumbenle na base; folhas lineares acuminadas<br />
levemente villosas, um pouco duras e ásperas na margem, planas e por<br />
fim enroladas nas margens, ligula formada por pellos. Panicula em geral<br />
contrahida quasi espiciforme mais ou menos simples; espiguetas 515 longamente<br />
pedicelladas ver<strong>de</strong>s levemente violáceas, 35íloreas, flores com<br />
pedicello articulado, sendo a parte superior mais grossa; glumas quasi<br />
eguaes ás flores em comprimento 3nerveas escariosas ásperas na nervura<br />
dorsal lanceoladas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior oval <strong>de</strong> margens escariosas<br />
ciliada na meta<strong>de</strong> inferior com dois pincéis <strong>de</strong> pellos na base e<br />
terminadas por très <strong>de</strong>ntes quasi eguaes, a superior menor levemente<br />
ciliada nas nervuras e levemente chanfrada; caryopse <strong>de</strong> cor escura, oval.<br />
a. breviglumis Hackel in Oest. bot. Zeit. 1877, p. 123. — Glumas<br />
egualando as flores ou mais curtas.<br />
ß. longiglumis Hackel, 1. c. — Glumas mais compridas que as<br />
flores.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e em terras incultas mais ou menos relvosos.<br />
Exsic —Welw. n. cs<br />
1186 e 1187; Fl. lusit. exs. n.° 1109; Soe. Brot.<br />
n.° 744.<br />
Alemdouro lillloral: (*.) Penedo, perto do Gerez (T. Henriques); Povoa<br />
<strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio) ; serra do Soajo, Penso, nas margens do Minho,<br />
Valença, Velinha, MonteDôr, Barcellos (R. da Cunha); (3.) serra do Gerez<br />
(Moller); Monsão (R. da Cunha). — Beira littoral: (α.) Villa Nova <strong>de</strong> Gaya
101<br />
(G. Sampaio); entre Oliveira <strong>de</strong> Bairro e Aveiro, visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller e M. Ferreira); (3.) serra da Louzã (Moller); Ourentam (A. <strong>de</strong><br />
Carvalho); Ponte da Mucella (M. Ferreira). — Beira central: serra da Lapa<br />
(M. Ferreira); serra do Caramullo (Moller). — Centro littoral : (α. β.) Torres<br />
Novas (Β. da Cunha); entre Lourinhã e Torres Vedras ; visinhanças <strong>de</strong><br />
Lisboa, Bellas (Welw., Daveau, O. David); (3.) Caldas da Rainha (Daveau).—<br />
Baixo Alemtejo littoral: Calhariz (Welw., Daveau); (a.) Arrábida,<br />
Aguas do Mouro, nos logares pantanosos (Welw.); S. Thiago <strong>de</strong><br />
Cacem, Sines (Daveau); entre Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes e O<strong>de</strong>seixe, nos<br />
matagaes húmidos e nos montados d'azinheiras (Welw.) ; Setúbal (A. Luisier).—<br />
Algarve: («.) no alto da serra da Picota e <strong>de</strong> Foia (Welw.).<br />
Área geogr. — Europa media e mediterrânea.<br />
OBS. — A varieda<strong>de</strong> dominante é a breviglumis e apenas se encontram<br />
raros exemplares intermédios ás duas varieda<strong>de</strong>s.<br />
Subtribu Eragrosteae<br />
Espiguetas com 23 flores sendo a ultima estéril Molinia Schrank.<br />
Espiguetas com 625 flores muticas Eragrostis P. Beauv.<br />
MOLDíIA 1<br />
Schrank. — Panicula ramosa, contrahida <strong>de</strong>pois da anthese<br />
; espiguetas pedicelladas 25floreas, sendo a superior em geral<br />
estéril; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores membranosas lanceoladas<br />
agudas carenadas e ásperas na carena 1nerveas; glumellas um<br />
pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior concavocylindrica lanceolada acuminada mutica<br />
ou levemente mucronada 35nervea glabra, a superior 2carenada<br />
emarginada; glumellulas 2 bilobadas cunéiformes; estigmas plumosos salientes<br />
pelos lados da flor; caryopse livre, oblongocylindrico sulcado na<br />
face interna.<br />
Molinia coernlea (L.) Mnch. Meth; p. 183; Aira coerulea L. Mautina<br />
II, p. 235; Rrot. p. 94; Willk. et Lange, p. 88; Hackel, p. 12;<br />
Colmeiro, p. 360.<br />
Exsic —Welw. n.° 1003; Fl. lusit. exs. n.° 1409; Soe. Brot. n.°<br />
1714.<br />
1<br />
Dedicada ao jesuíta J. I. Molina, auctor d'uma obra sobre a historia natural do<br />
Chili.<br />
»I8UOTEC<br />
'* Λ 'Γΐτυ.ΓΙ e«>
102<br />
Planta cespitosa; rhizoma com raizes grossas; colmo <strong>de</strong> 312 <strong>de</strong>c. direito<br />
nú em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior, com dois a 1res nós perto<br />
da base; folhas duras planas lineares acuminadas ásperas nas margens e<br />
com alguns pellos longos na parte inferior; bainhas lisas; ligula formada<br />
<strong>de</strong> pellos curtos. Panicula violácea ou esverdinhada muito comprida direita<br />
por vezes interrompida na parte inferior; ramos arrastados uns dos outros<br />
durante a anthese e <strong>de</strong>pois contrahidos, dando o aspecto espiciforme, solitários<br />
ou aos pares divididos quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base, finos ásperos ílexuosos ;<br />
espiguetas com pedicello longo, ovaes ou oblongas 25floreas, flores caducas.<br />
Glumas e glumellas indicadas na <strong>de</strong>scripçào do género.<br />
Hab. nos terreno^ húmidos relvosos tanto das montanhas como da região<br />
inferior.<br />
Alemdoiiro littoral: Gerez (D. M. Henriques); serra da Cabreira, entre<br />
Ruivães e Espindo (G. Sampaio); Valença (R. da Cunha); Vallongo, S.<br />
Pedro da Cova (E. Schmitz). — Beira trasmontana : Villar Formoso (R. da<br />
Cunha). — Beira central: Bussaco (M. Ferreira).—Beira littoral : Pampilhosa<br />
(M. Ferreira); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>; Fôja, pinhal do Urso (Moller).—<br />
Centro littoral: Caldas da Rainha, Alfeizeirão, Óbidos, nas margens<br />
da lagoa (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo littoral: Fernão Ferro, perto<br />
do Seixal, Pinheiro, perto <strong>de</strong> Alcácer nos arrozaes, Alfeite, nos sítios pantanosos<br />
(Daveau).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
ERAGROSTIS 1<br />
Host. — Panicula ramosa; espiguetas pedunculadas<br />
lineares <strong>de</strong> 425 flores imbricadas muticas; glumas quasi eguaes; glumella<br />
inferior mutica ou praganosa, a superior não caduca; estigmas terminaes;<br />
caryopse ovói<strong>de</strong> ou globoso. Espécies annuaes.<br />
i<br />
[Ramos da panicula solitários ou aos pares curtos 2<br />
(Ramos da panicula subverticillados pelo menos na base E. pilosa P. R.<br />
[Espiguetas longas e estreitas E. poaeoi<strong>de</strong>s P. B.<br />
2 (Espiguetas gran<strong>de</strong>s E. multiflora (Forsk.) Aschers.<br />
Eragrostis pilosa P. Beauv. Agr. p. 71; Poa pilosa L. Sp. pi. ed. I,<br />
p. 68; Poa verticillata Cav. Icon. I, p. 63, tab. 93; Brot. p. 103; Willk.<br />
et Lange, p. 83; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 347.<br />
1<br />
De ερω?, amor, e αγρός, campo; allusão á forma elegante d'estas plantas.
103<br />
Exsic —Welw. n.° 1227; Soe. Brot. n.° 1088; Fl. lusit. exs. n.° 1620.<br />
Cespitosa; colmos <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong>c. nús na parle superior; raizes fibrosas;<br />
folhas lineares acuminadas estreitas sem tubérculos nas margens, ásperas<br />
nas margens e na face superior, lisas na face inferior; ligula formada <strong>de</strong><br />
pellos curtos com pellos longos nas extremida<strong>de</strong>s. Panicula oblonga <strong>de</strong> côr<br />
violácea <strong>de</strong> ramos direitos antes da anthese e <strong>de</strong>pois patentes, os inferiores<br />
pelo menos subverticillados capillares flexuosos, levemente ásperos e com<br />
alguns pellos longos na base; espiguetas lineares com 4 e δ flores não<br />
muito approximadas entre si; glumas lanceoladas uninerveas muito <strong>de</strong>seguaes,<br />
a inferior egual a meta<strong>de</strong> da superior; glumellas quasi eguaes, a<br />
inferior 3nervea oval subaguda, a superior <strong>de</strong>nticulada na extremida<strong>de</strong>;<br />
caryopse oblongo.<br />
Hab. nos terrenos arenosos.<br />
Alemdouro tilíorol: Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, Ponte da Barca, Ponte <strong>de</strong> Lima<br />
(G. Sampaio); Braga (S. da Silva); S. Pedro da Cova (E. Schmitz).—<br />
Beira central: visinhanças <strong>de</strong> Vizeu (M. Ferreira); S. Pedro do Sul (Moller)..—<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller); Montemor (A. Carvalho).<br />
— Beira meridional: Castello Branco, Malpica, Abrantes, Praia, Belver<br />
(B. da Cunha); Pampilhosa da Serra (J. Henriques); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann).—<br />
Centro littoral: Valle <strong>de</strong> Figueira, Santarém (R. da Cunha).<br />
— Baixas do Sorraia: Coruche, Samora (Daveau).<br />
Area geogr.—Europa meridional, Bélgica, Allemanha austral, Itália,<br />
Hungria e Grécia.<br />
Eragrostis poaeoi<strong>de</strong>s P. Beauv. Agr. p. 71; Poa Eragrostis L. Sp.<br />
pl. I, p. 68; Willk. et Lange, p. 83; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 346.<br />
Exsic —Soc. Brot. p. 1470.<br />
Cespitosa; raiz fibrosa; colmos <strong>de</strong> 540 cent, mais ou menos geniculados<br />
na base e afastados uns dos outros; folhas planas acuminadas com<br />
numerosos e pequenos tubérculos nas margens, bainha com longos pellos<br />
finos, ligula formada por pellos curtos. Panicula oblonga, ramos alternos<br />
finos ramosos, ramúsculos capillares mais curtos que as espiguetas, ásperos;<br />
espiguetas lineares <strong>de</strong> 820 flores não muito juntas; glumas um pouco<br />
<strong>de</strong>seguaes uninerveas lanceoladas; glumella inferior obtusa 3nervea e com<br />
pequenas asperezas perto da extremida<strong>de</strong>, a superior pouco menor ciliada<br />
nas carénas ; caryopse quasi espherico.<br />
Hab. nos terrenos arenosos cultivados.<br />
Alemdouro littoral: Porto, no Areinho (G. Sampaio).— Centro littoral:<br />
Santarém (B. da Cunha). — Baixas do Sorraia: Almeirim (R. da Cunha).<br />
— Algarve: Fuzeta (J. Bran<strong>de</strong>iro); Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio,<br />
nas hortas (A. Guimarães).<br />
Area geogr.—Europa media e mediterrânea.
104<br />
Eragrostis multiflora (Forsk.) Aschs. Cat. serb. p. 10; Briza Eragrostis<br />
L. Sp. pi. ed. I, p. 70; E. megastachia Link. Herb. ber. I, p.<br />
187; Poa Eragrostis S. Sm. Prod. I, p. 54; Brot. p. 103; Willk. et<br />
Lange, p. 73; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 345. 1<br />
Exsic —Welw. n.° 1238; Fl. lusit. exs. n.° 226; Soc. Brot. p. 34.<br />
Espécie semelhante à anterior differindo por ter as bainhas glabras,<br />
a panicula oval, as espiguetas lineares oblongas largas na base perto <strong>de</strong><br />
3 mill, muito mais compridas que os pedicellos, dispostas em feixes e<br />
tendo 4-40 flores <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> e violeta, a glumella inferior em geral<br />
levemente miicronada.<br />
Hab. nas terras arenosas cultivadas e incultas.<br />
Alemdouro Irasmonlano: Bragança (P. Coutinho); Moledo (D. S. Silva);<br />
Chaves (Moller). — Alemdouro littoral: Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio);<br />
S. Pedro da Cova (E. Schmitz); Porto (V. Nogueira). — Beira littoral:<br />
Ajuda (G. Sampaio); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Montemor (M.<br />
Ferreira); Buarcos (A. Carvalho); Soure (Moller). — Beira meridional:<br />
Castello Branco, Malpica, Abrantes (R. da Cunha).— Centro littoral : Thomar,<br />
nas margens do Nabão, Barquinha, Villa Franca, lezíria d'Azambuja,<br />
Santarém, Algés (R. da Cunha; Loures, Povoa, Lumiar (Welw.). — Baixas<br />
do Sorraia: Coruche 1<br />
(Daveau). — Baixo Alentejo liltural: Alfeite,<br />
nos campos, Almelão, na Arrábida (Daveau); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio).—<br />
Allo Alemlejo: Elvas (J. Senna). — Algarve: visinhanças <strong>de</strong> Faro (A. Guimarães).<br />
Area geogr. — Europa meridional.<br />
AVELIINIA 1<br />
Pari. — Espiguetas sub-4-fIoreas, sendo as flores distantes<br />
umas das outras e a ultima imperfeita ; glumas 2 membranaceas<br />
muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior menor muito estreita lanceolado-subulada, a<br />
superior 3-nervea oval oblonga mucronada ; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
lanceolado-linear, dividida no vértice em duas lacinias agudas setosas<br />
com pragana curta entre as lacinias, a superior hyalina terminada em duas<br />
lacinias agudas e ciliolada nas carenas; glumellulas 2 ovaes obtusas meta<strong>de</strong><br />
mais curtas que o ovário; ovário elliptico glabro; estigmas subsesseis<br />
plumosos; caryopse linear muito estreito.<br />
Avellinia Michelii (Savi) Pari. PI. nov. p. 59; Bromus Michelli Savi<br />
Bot. etr. I, p. 78; Vulpia Michelli Rchb. Fl. exs. p. 140; Willk. et Lange,<br />
p. 32; Hackel, p. 20; Colmeiro, p. 369.<br />
1<br />
Dedicada a 6. Avellino, um dos auctores da flora medica <strong>de</strong> Nápoles.
105<br />
Colmos <strong>de</strong> 1-3' <strong>de</strong>c. direitos; folhas planas linear-acuminadas puberulas,<br />
assim como a bainha, ligula curta troncada laciniada. Panicula espiciforme<br />
envolvida na hase pela folha superior.<br />
Hab. nos terrenos arenosos próximos do mar.<br />
Centro littoral: serra <strong>de</strong>-Cintra (Hackel). — Baixo Alemtejo littoral:<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.) ; Formosinho, na Arrábida (A. Luisier).<br />
— Algarve: Portimão (Hackel).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal, Argelia.<br />
KOELERïA 1<br />
Pers.—Panicula ramosa espiciforme; espiguetas comprimidas<br />
lateralmente com 2-8 flores hermaphroditas e ordinariamente<br />
uma muito incompleta, a inferior rente, as outras levemente pedicelladas;<br />
glumas quasi eguaes egualando as flores ou pouco menores, a inferior uninervea,<br />
a superior 3-nervea; glumella inferior inteira 3-nervea e mutica<br />
ou 2-<strong>de</strong>nteada tendo entre os <strong>de</strong>ntes uma pragana direita não torcida e<br />
mais curta que a glumella, a superior 2-carenada, 2-<strong>de</strong>nteada ou 2-fida;<br />
ovário glabro; estyletes 2 muito curtos; estigmas plumosos salientes dos<br />
lados da flor ; cariopse oblongo glabro não sulcado.<br />
Sect. I. Airochloa<br />
Espécies vivazes. Glumella inferior inteira mutica.<br />
lioeleria caudata (Link.) Steud. Syn. gl. I, p. 293 ; Airochloa caudata<br />
Link, in Linn. XVII, p. 405; Koeleria crassipes Lange Pug. p. 43;<br />
Willk. et Lange, p. 76; Hackel, p. 21; Colmeiro, p. 333.<br />
Cespitosa ; rhizoma tuberiforme formado pela aglomeração <strong>de</strong> muitas<br />
folhas velhas, colmo <strong>de</strong> 2-6 <strong>de</strong>c. fino; folhas radicaes muito curtas estreitas<br />
glaucas duras obtusas com longos pellos na base ; ligula curta troncada.<br />
Panicula espiciforme cylindrica <strong>de</strong>nsa quasi continua <strong>de</strong> 4-9 cent.;<br />
espiguetas quasi rentes com 2-3 flores e uma flor terminal muito imcompleta<br />
; glumas muito <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores, a inferior estreita<br />
uninervea, a superior largamente lanceolada-3-nervea levemente áspera na<br />
parte superior da nervura media ; glumellas quasi eguaes, a inferior memhranacea<br />
pubescente, a superior hyalina.<br />
Hab. nos logares áridos tanto nas montanhas como da região inferior.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, na serra <strong>de</strong> Rebordâos (Moller, J.<br />
1<br />
Dedicada ao prof. G. L. Koeler, auetor da Deseriptio graminum Gall, et Germ.
106<br />
Mariz); nò Cabeço <strong>de</strong> S. Bartholomen, margens do Sabor (M. Ferreira).<br />
— Alemdouro littoral: praia <strong>de</strong> Mattosinhos (R. da Cunha).—Beira central:<br />
serra da Estrella, no Arieiro (Moller); em Manteigas (Daveau).<br />
Area geogr.—Região mediterrânea austral.<br />
Sect. II. Lophochloa<br />
Espécies annuaes. Glumella inferior 2-<strong>de</strong>ntada e com pragana.<br />
Koeleria pnleoï<strong>de</strong>s Pers. Syn. I, p. 97; Festuca cristata L. Sp.<br />
pi. ed. I, p. 76; Dactylis cylindracea Brot. p. 99; Bromus cylindraceus<br />
Brot. Phyt. II, p. 54; Willh. et Lange, p. 74; Hackel, p. 21; Colmeiro,<br />
p. 330.<br />
Exsic. — Welw. n. os<br />
1214 e 1217; Soe. Brot. n.° 304; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 22.<br />
Cespitosa; colmos <strong>de</strong> 1-5 <strong>de</strong>c. geniculados na base; folhas planas molles<br />
linear-acuminadas pelludas, bainhas pelludas pelo menos nas margens,<br />
ligula curta laciniada. Panicula espiciforme, ver<strong>de</strong> e branca quasi cylindrica,<br />
em algumas plantas lobada, ramos curtos ásperos; espiguetas pequenas<br />
com 3-8 dores hermaphroditas, a inferior rente, as outras curtamente<br />
pedicelladas e mais ou menos distantes; eixo da espigueta com uma<br />
linha <strong>de</strong> pellos na direcção <strong>de</strong> cada flor; glumas mais curtas que as flores<br />
<strong>de</strong>seguaes lanceolado-agudas glabras ou pubescentes 3-nerveas e extensamente<br />
escariosas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior pelluda na flor inferior<br />
e glabra nas outras ordinariamente, chanfrada e com pragana muito curta<br />
ao meio da chanfradura, a superior muito estreita e profundamente 2-fida.<br />
Frequente tanto nas terrenos cultivados como nos incultos.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (M.Ferreira). — Alemdouro littoral:<br />
Villa Nova da Cerveira, Valença (R. da Cunha); Porto (V. Nogueira).—<br />
Beira littoral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya (E. Schmitz); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller, A. Carvalho, J. Mariz, B. e Cunha); Lavos (M. Ferreira).—<br />
Beira meridional: Covilhã (R. da Cunha).— Centro littoral: Otta (Welw.);<br />
Torres Novas, Porto <strong>de</strong> Moz (R. da Cunha) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar,<br />
Cascaes, Campo Gran<strong>de</strong> \Welw., P. Coutinho, Daveau); serra <strong>de</strong><br />
Monsanto (Moller). — Baixas da Guadiana: Beja (R. da Cunha); Cazevel<br />
(Moller). — Allo Alemtejo: Portalegre, Villa Fernando (R. Larcher, Moller);<br />
Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral: Salinas da Moita<br />
(Daveau); Alcácer do Sal (Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Algarve: Lavos,<br />
Beliqueme (Moller); Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, Faro, Tavira (Welw., Daveau).<br />
Area geogr.—Região mediterrânea.
107<br />
SPIIENOPUS 1<br />
Trin. — Panicula pequena trichotoma, espiguetas muito<br />
pequenas comprimidas lateralmente com 26 ílores; glumas muito mais<br />
curtas que as ílores muito <strong>de</strong>seguaes ovaes obtusas 13iierveas, glumellas<br />
um tanto <strong>de</strong>seguaes, a inferiar ovaloblonga obtusa carenada mutica 3nervea,<br />
a superior 2carenada 2lobada ru<strong>de</strong> nas carenas; glumcllulas 2lobadas;<br />
ovário glabro, estyletes 2 muito curtos, estigmas plumosos; caryopse<br />
livre pequeno linear oblongo convexo na parte dorsal e concavo na face<br />
inferior.<br />
Sphenopns Gouani Trin. Fund. p. 13δ ; S. divaricatus Rchb. il. us.<br />
p. 45; Willk. et Lange, p. 86; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 354.<br />
Exsic. —Welw. n.° 1031; FI. lusit. exs. n.° 422; Soc. Brot. n.° 35.<br />
Colmo <strong>de</strong> 225 cent, geniculadoascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>lgado; raiz fibrosa; folhas<br />
lineares obtusas um pouco enroladas, ligula comprida lanceolada.<br />
Panicula <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> arnarellada ou violácea direita a principio contrahida<br />
e <strong>de</strong>pois aberta repetidas vezes trichotoma, ramos muito <strong>de</strong>lgados e<br />
um pouco grossos junto das ramifiações, pedicellos um pouco mais compridos<br />
que as espiguetas e regularmente dilatados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base até á inserção<br />
das espiguetas, muito pequenas com 26 Ílores muito pequenas.<br />
Hab. nos terrenos arenosos mais ou menos húmidos e salgados.<br />
Baixo Alemtejo littoral: salinas da Lavradia, Ancora, Villa Nova <strong>de</strong><br />
Milfontes (Welw.); salinas da Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Algarve: Faro, Olhão, Tavira (Welw., Daveau); Castro Marim (Moller).<br />
^Area geogr. — Begião mediterrânea.<br />
Subtribu Melioeae<br />
MELICA 2<br />
L.—· Panicula ramosa ou racimo; espiguetas pedicelladas<br />
comprimidas lateralmente com 35 flores, uma ou duas inferiores hermaphrodites,<br />
as superiores rudimentares estereis, sendo maior a inferior que<br />
envolve as outras muito reduzidas; glumas <strong>de</strong>seguaes muticas concavas<br />
57nerveas; glumellas mais ou menos <strong>de</strong>seguaes, a inferior cartilaginea,<br />
mutica, 715nervea, a superior 2carenada 2<strong>de</strong>ntada; caryopse elliptico<br />
quasi plano na face interna, na qual ha um sulco longitudinal. Espécies<br />
perennaes.<br />
1<br />
De σφήν, margem, e πούς, pé, pelos pedicellos das espiguetas serem dilatados na<br />
parte superior.<br />
2<br />
Nome dado por Cesalpinio a uma espécie <strong>de</strong> Andropogon; talvez <strong>de</strong> Meiga, nome<br />
lombardo do A. Sorghum.
1<br />
2<br />
3<br />
108<br />
(Glumella inferior ciliada M. ciliata L.<br />
I Glumella inferior glabra 2<br />
(Uma única flor fértil M. uniüora Retz.<br />
(Duas flores férteis 3<br />
(Folhas planas; espiguetas gran<strong>de</strong>s M. major Sibth.<br />
(Folhas enroladas; espiguetas estreitas M. minuta L.<br />
Melica ciliata L. Sp. pl. ed. T, p. 66.<br />
subesp. Magnolii Gren. et Godr. Fl. fr. III, p. 350; M. ciliata<br />
Vill. Pl. dauph. II, p. 89; Brot. p. 94; Willk. et Lange,<br />
p. 85; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 352.<br />
Exsic — Welw. n.° 1189; Soc. Brot. n.° 306; Fl. lusit. exs. n.° 25.<br />
Colmos <strong>de</strong> 4-10 cent, agrupados ou solitários; folhas planas por fim<br />
enroladas nas margens lineares acuminadas glabras, ligula oblonga e mais<br />
ou menos lacinada. Panicula allongada lobada quasi branca por vezes interrompida<br />
na base compacta na parte superior formada <strong>de</strong> ramos agrupados<br />
nos nós e algumas vezes um pouco afastados do eixo ; glumas quasi<br />
brancas ovaes-acuminadas, a inferior 5-nervea mais curta que a superior,<br />
sendo esta 7-nervea e mais comprida que as flores ; glumella inferior da flor<br />
inferior lanceolada-aguda longa e abundantemente ciliada nas margens com<br />
as nervuras salientes e sobre ellas pontuada-escabra ; glumellas das flores<br />
neutras lisas ; caryopsé muito liso.<br />
Hab. nas encostas áridas, nos muros.<br />
Beira trasmonlana: Castello Bom (R. da Cunha). — Beira central:<br />
Guarda (M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira littoral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (C. Freire, B. e Cunha, Moller); Figueira da Foz<br />
(F. Loureiro); Buarcos (E. Schmitz). — Centro Ull07*al: Óbidos (Daveau);<br />
Caldas da Rainha, Villa Franca (R. da Cunha); Lisboa, na Tapada d'Ajuda,<br />
Belém (Welw.); serra <strong>de</strong> Monsanto (Daveau); Cascaes (P. Coutinho).<br />
— Allo Alemtejo: Morvão, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (B. e Cunha). — Baixas do<br />
Guadiana: Beja, na Senhora das Neves (R. da Cunha).<br />
Area geogr. — Europa meridional.<br />
Melica major L. Sm. Prod. il. gr. I, p. 51; M. nutans Savi Fl. pis.<br />
p. 92; Brot. I, p. 94; Willk. et Lange, p. 84; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />
p. 350.<br />
Exsic. — Fl. lusit. exs. n.° 26; Soc. Brot. n.° 880.
109<br />
Colmo <strong>de</strong> 4-10 <strong>de</strong>c. ; folhas planas ou canaliculadas lineares acuminadas<br />
hainhas ásperas, ligula troncada curta com duas pontas mais salientes<br />
lateralmente. Panicula <strong>de</strong> 6-25 cent, ramosa unilateral multiflorea <strong>de</strong> ramos<br />
muito abertos durante a anthese, ramos ásperos aos pares ou por très<br />
nos nós inferiores; espiguetas curtamente pedicelladas, glumas <strong>de</strong>seguaes<br />
escariosas na parte superior, a superior <strong>de</strong> comprimento egual ou um pouco<br />
menor que as flores; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior da flor inferior ovaloblonga<br />
escariosa na parte superior levemente pontuada-escabra com nervuras<br />
muito salientes, a superior levemente chanfrada ciliada na parte<br />
superior das Carenas.<br />
Hab nas mattas, sebes e em logares mais ou menos sombrios.<br />
Alemdouro trasmontano: Assureira, prox. <strong>de</strong> Moncorvo (J. Mariz).—<br />
Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (G. Sampaio). — Beira<br />
central: Bussaco (F. Loureiro). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(A. Carvalho, Moller); Buarcos (E. Schmitz). — Centro littoral: Porto <strong>de</strong><br />
Moz, Villa Franca, Torres Novas, Azambuja (B. da Cunha). — Baixas do<br />
Guadiana: Aljustrel (Daveau).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.<br />
Melica minuta L. Mont. I, p. 32; Melica nutans Brot, pro parte;<br />
Willk. et Lange, p. 84; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 351.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1188 e 1190; Fl. lusit.'exs. n.° 618.<br />
Colmos <strong>de</strong> 1-4 <strong>de</strong>c. ramosos na parte inferior muito finos; folhas muito<br />
estreitas enroladas-setaceas acuminadas, asperas na face inferior* ligula longa<br />
e lacerada. Panicula ramosa pyramidal unilateral com poucas flores, ramos<br />
finos lisos pelludos na parte superior aos pares nos nós inferiores patentes<br />
durante a anthese; espiguetas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> violácea e amarellada com pedicello<br />
curvo na extremida<strong>de</strong>; glumas <strong>de</strong>seguaes ovaes-lanceoladas escariosas<br />
na parte superior com pequeníssimas pontuações 5-7-nerveas; glumellas<br />
<strong>de</strong>seguaes e semelhantes ás da espécie anterior.<br />
Hab. nos matagaes arenosos e áridos.<br />
Centro littoral: Otta, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar, Tapada d Ajuda<br />
(Welw.). — Baixo Alemlejo littoral: Cezimbra, nos outeiros calcareos (Daveau);<br />
Arrábida, nos logares mais altos (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Algarve: no alto do Monte Figo (Welw.); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão, Loulé<br />
(Moller); Silves, nas charnecas (Daveau).<br />
Area geogr.—Begiâo mediterrânea.<br />
Melica uniflora Beiz. Obs. I, p. 10; W'illk. et Lange, p. 85; Colmeiro,<br />
p. 352.<br />
Colmos <strong>de</strong> 3-8 <strong>de</strong>c. um pouco arqueados na base <strong>de</strong>lgados ; folhas planas<br />
lineares acuminadas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> clara villosas, bainhas quasi com-
110<br />
pletamente fechadas, com alguns pellos, ligula muito curta e com a parte<br />
da margem quasi opposla ao limbo prolongada numa lamina estreita e aguda.<br />
Panicula <strong>de</strong> côr violácea ou avermelhada ramosa com poucos ramos e com<br />
poucas flores, os inferiores compridos; espiguetas pouco numerosas com<br />
pedicellos direitos finos e ásperos, com uma única flor fértil; glumas um<br />
pouco <strong>de</strong>seguaes ovaes oblongas escariosäs na extremida<strong>de</strong>; glumellas quasi<br />
eguaes, a inferior da flor fértil oval concavocuculada na parte superior<br />
glabra 7nervea e estreitamente escariosa, a superior levemente emarginada<br />
no vértice.<br />
Hab. nos logares sombrios, nas mattas.<br />
Beira central: Faia, prox. da Guarda (M. Ferreira).<br />
Area geogr. — Europa e Oriente.<br />
Subtribu Eufesfruceae<br />
Β RIZA 1<br />
L. — Panicula ramosa em geral; espiguetas pedicelladas suborbiculares,<br />
ovaes ou triangulares, comprimidas lateralmente com 515<br />
flores imbricadas e a superior muitas vezes estéril ; glumas mais curtas<br />
que as flores quasi eguaes concavas ovaes suborbiculares muticas 39nerveas;<br />
glumellas membranosas, a inferior concava suborbicular ou oval cordiforme<br />
na base obtusa plurinervea, a superior menor troncada e algumas<br />
vezes levemente emarginada; glumellulas 2 ovaeslanceoladas glabras ;<br />
ovário glabro, estyletes 2 terminaes curtos, estigmas plumosos salientes<br />
pelos lados da flor; caryopse adhérente á glumella superior oboval ou suborbicular<br />
convexo na parte dorsal e plano ou concavo na parte central,<br />
glabro.<br />
i<br />
2<br />
[Panicula simples; espiguetas gran<strong>de</strong>s<br />
(Panicula ramosa<br />
B. major L.<br />
mBm<br />
(Ramos da panicula pouco divididos; espiguetas cordiformes B. media L.<br />
(Ramos muito ramificados; espiguetas triangulares B. minor L.<br />
Briza maxima L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Brot. p. 101 ; Willk. et Lange,<br />
p. 84; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 349.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1224 e 1225; Soc. Brot. n.° 169; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 24.<br />
1<br />
De βρίθω, oscular; allusão á mobilida<strong>de</strong> das espiguetas.
Ill<br />
Espécie annual. Colmo direito <strong>de</strong> 25 cent.; folhas planas lineares<br />
acuminadas .asperas, bainha um pouco dilatada na parte superior; ligula<br />
comprida lanceolada. Panicula simples ordinariamente <strong>de</strong> côr branca ou<br />
avermelhada, ramos aos pares no nó inferior em geral, capillares ásperos<br />
flexuosos tendo quasi sempre uma única espigueta ; espiguetas pouco numerosas<br />
muito gran<strong>de</strong>s ovaestriangulares com 515 flores muito imbricadas;<br />
glumas quasi eguaes concavas purpurinas na meta<strong>de</strong> inferior, glumella<br />
inferior cordiforme ovalsuborbicular, a superior oboval e levemente<br />
chanfrada; caryopse suborbicular estreitando na base concavo na face interna.<br />
Frequente nos terrenos tanto cultivados como incultos.<br />
Nome vulg. — Bolle-bolle maior.<br />
Alemdouro trasmontano: Maçores, prox. <strong>de</strong> Moncorvo (J. Mariz); Bragança<br />
(P. Coutinho); Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Alemdouro littoral:<br />
Caminha, Seixas, Villa Nova <strong>de</strong> Cerveira, MonteDôr (B. da Cunha);<br />
serra do Gerez (Moller); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (Couceiro); Cabeceiras <strong>de</strong><br />
Basto (J. Henriques) ; Braga (A. Sequeira) ; visinhanças do Porto (V. Nogueira).—<br />
Beira littoral: Feira, entre Oliveira <strong>de</strong> Bairro e Aveiro (M.<br />
Ferreira) ; <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha) ; serra da Louzã, Goes (J. Henriques);<br />
Fôja, pinhal do UJSO, Albergaria (Moller); Ponte da Mucella (M.<br />
Ferreira); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); Buarcos (E. Schmitz).—Beira<br />
central: serra da Estrella, Lobão, Oliveira do Con<strong>de</strong>, serra do Caramullo<br />
(Moller); Bussaco (J. Henriques); Vizeu, Mangual<strong>de</strong> (M. Ferreira).—<br />
Beira meridional: Castello Branco (R. da Cunha); Figueiró dos Vinhos<br />
(V. <strong>de</strong> Freitas); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Centro littoral: visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa (Welw., B. da Cunha); Cascaes (P. Coutinho); Villa Franca<br />
(B. da Cunha); entre Almargem e Odivellas (Daveau); Cintra (S. Silva).<br />
— Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão); Alcochete (P. Coutinho).<br />
— Alto Alemtejo: Portalegre, Évora (Moller); Redondo (P. Simões).—<br />
Baixo Alemtejo littoral: Santa Clara, nas margens <strong>de</strong> Mira '(A. Costa);<br />
Setúbal (A. Luisier).—-Baixas do Guadiana: Ferreiros, entre Cazevel e<br />
Messegana (Moller) ; Beja, na charneca da Bata (B. da Cunha). — Algarve:<br />
Faro, Olhão, Monchique, no alto <strong>de</strong> Foia (Welw., Moller).<br />
Area geogr. — Europa meridional, Africa austral e Asia ecci<strong>de</strong>ntal.<br />
Briza media L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Willk. et Lange, p. 84; Hackel,<br />
p. 22; Colmeiro, p. 348.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1408.<br />
Perennal. Colmo direito, folhas planas linearlanceoladas curtas ásperas,<br />
bainha <strong>de</strong> folha superior muito comprida, ligula curta troncada. Panicula<br />
ramosa, ramos compridos finos 23chotomos dispostos aos pares perfeitamente<br />
patentes; espiguetas pequenas com pedicello muito fino áspero mais
112<br />
compridos do que ellas, mais largas que compridas orbicularessubcordiformes<br />
com 59 flores; glumas afastadas horizontalmente quasi eguaes<br />
concavas em forma <strong>de</strong> capús,' escariosas nas margens e mais ou menos<br />
violáceas em parte; glumellas quasi eguaes, a inferior ovalcordiforme<br />
concava comprimida lateralmente pluninervea; caryopse oboval.<br />
var. lulescens Foucault, Jour. bot. Ill, p. 24, fig. 3. — Diffère da<br />
forma typica pela côr clara das espiguetas.<br />
Hab. como a anterior, nos terrenos cultivados e nos incultos arrelvados.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, nos lameiros (P. Coutinho, M. Ferreira);<br />
Rebordãos (J. Mariz). — Beira central: Bussaco (M. Ferreira).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional; Asia mediterrânea.<br />
Briza minor L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Briza media Brot. p. 101;<br />
Willk. et Lange, p. 84; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 367.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
121, 122 e 123; Soc. Brot. n.° 170; Fl. lusit.<br />
exs. n.° 617.<br />
Annual. Diffère da espécie antece<strong>de</strong>nte pela ligula comprida e mais ou<br />
menos aguda; pela panicula muito ramosa e multiílorea; pelas espiguetas<br />
triangulares; pelo caryopse suborbicular.<br />
Frequente como as espécies anteriores.<br />
Nome vulg. — Bollebolle menor.<br />
Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa); Régua (W.<br />
Lima); Bragança, nos lameiros (P. Coutinho). — Alemdouro littoral : Gerez<br />
(Moller) ; Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (Couceiro, G. Sampaio); Valladares, Vallença,<br />
Monsão, Caminha, Vianna do Castello, Mido (R. da Cunha) ; Cabeceiras <strong>de</strong><br />
Basto (J. Henriques); Porto (V. Nogueira); S. Pedro da Cova (E. Schmitz).<br />
— Beira central: serra da Estrella, em Manteigas, Celorico (R. da Cunha);<br />
Vizeu, Mello, Lobão, Taboa, Carregal do Sal, Olveira do Con<strong>de</strong>, Caramullo<br />
(Moller); Bussaco (F. Loureiro). — Beira littoral: Gafanha, prox. d'Aveiro<br />
(Ε. Mesquita); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Louzã (Moller); Cantanhe<strong>de</strong>, Ponte<br />
da Mucella (M. Ferreira); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); Mira (Th. dos<br />
Reis). — Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Arrenlella (Welw., Daveau,<br />
R. da Cunha).—Alto Alemtejo: Marvão, Portalegre (R. da Cunha);<br />
Évora (Moller); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal<br />
(Welw., A. Luisier); do Cercal a O<strong>de</strong>mira (Daveau). — Baixas do Guadiana:<br />
Cazevel (Moller); Elvas (Senna, R. Larcher). — Algarve: nos matagaes<br />
áridos <strong>de</strong> Cabo <strong>de</strong> S. Vicente, S. João da Venda, alto da Foia<br />
(Welw.); Faro (A. Guimarães); Monchique (Moller).<br />
Area geogr. — Europa meridional.
113<br />
DACTYLiIS ' L. — Panicula unilateral ramosa; espiguetas em feixes<br />
na extremida<strong>de</strong> dos ramos com pedicellos muito curtos comprimidas lateralmente<br />
com 25 flores hermaphrodites ; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas<br />
que as flores 15nerveas lanceoladas mucronadas e ru<strong>de</strong>s na carena;<br />
glumellas quasi eguaes, a inferior lanceolada atenuada ou chanfrada no<br />
vértice carenada praganosa ru<strong>de</strong> na carena ou com pellos rijos e longos<br />
5nervea, a superior dividida em dois lóbulos agudos, ru<strong>de</strong> ou ciliada<br />
nas carenas; glumellulas carnosas ovaes <strong>de</strong>segualmente bilobadas; ovário<br />
glabro, estyletes 2 curtos, estigmas plumosos salientes aos lados da flor;<br />
caryopse oblongo sulcado na face interna.<br />
Dactylis glomerata L. Sp. pi. ed. I, p. 71; Brot. p. 99; Willk. et<br />
Lange, p. 88; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 358.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1167 a 1171 e 1786; Soe Brot. n.° 171; Fl.<br />
lusit. exs. n. 03<br />
28 e 1138.<br />
Perennal. Colmo <strong>de</strong> 415 <strong>de</strong>c. um pouco arqueado na base ou nú parte<br />
superior; folhas planas carenadas linearacuminadas ru<strong>de</strong>s e glabras, bainhas<br />
levemente comprimidas, as superiores fendidas só em parte, ligula<br />
um pouco longa laciniada. Panicula ramosa mais ou menos violácea unilateral,<br />
ramos inferiores longos ásperos solitários, os superiores curtos,<br />
patentes durante a anthese; espiguetas agglomeradas na extremida<strong>de</strong> dos<br />
ramos curtamente pecioladas ovaes ou oblongas 25floreas; glumella inferior<br />
inteira ou chanfrada, divisões em geral agudas, apiculada.<br />
1<br />
b. hispânica (Both. Cat. bot. I, p. 8); D. cylindracea Brot. p. 99;<br />
D. glomerata, 3. australis Willk. et Lange, p. 88; Hackel,<br />
p. 23; Colmeiro, p. 358. — Diffère da forma typica por ter<br />
a panicula com ramos muito curtos e pelas glumellas, em<br />
geral apiedadas e quando chanfrada, as divisões são obtusas.<br />
c. maritima Hackel, Cat. p. 23. — Colmos curtos (1530 cent.),<br />
rhizoma por vezes rastejante, folhas glaucas e conduplicadas.<br />
Panicula ovói<strong>de</strong> quasi espiciforme não lobada, glumella inferior<br />
muito levemente mucronada.<br />
d. Juncinella Bss. como espécie. —Folhas muito estreitas glaucas.<br />
Panicula muito pequena ovói<strong>de</strong> não lobada, glumella inferior<br />
com o apieulo bastante mais longo do que nas outras varieda<strong>de</strong>s.<br />
De δάκτυλος, <strong>de</strong>dos; allusão á disposição das espiguetas.<br />
8 XX
114<br />
A forma typica e a hispânica habita tanto nos terrenos cultivados como<br />
nos incultos; a var. maritima vive nas areias da costa maritima; a var.<br />
Juncinella nos logares áridos mais ou menos montanhosos.<br />
b. hispânica.—Alemdouro trasmontano: Caldas <strong>de</strong> Moledo (W. Lima);<br />
Villa Real (D. Monteiro); Bragança (Moller); Moncorvo (J. Mariz); Alfan<strong>de</strong>ga<br />
da Fé (D. M. Ochoa).—Alemdouro littoral: <strong>de</strong> Melgaço a Vianna<br />
do Castello (R. da Cunha) ; Gerez e Suajo (Moller) ; Santo Thyrso (R. Valente)<br />
; Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Vizella (W. Lima); Porto<br />
(V. Nogueira). — Beira trasmontana: Trancoso, Aguiar da Beira (M. Ferreira);<br />
Castello Bom, Villar Formoso, Castello Mendo (R. da Cunha);<br />
Taboaço (C. Lima). — Beira central: Caramullo, Lobão, Vizeu, Gouveia,<br />
Oliveira do Con<strong>de</strong>, Fornos (Moller); serra da Estrella (Daveau). — Beira<br />
littoral: serra da Louzã (J. Henriques); Miranda do Corvo (B. Mello);<br />
visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Sernache (Moller) ; Zombaria (J. Henriques) ;<br />
Ponte da Mucella (M. Ferreira); Figueira da Foz (F. Loureiro); costa<br />
<strong>de</strong> S. Jacintho (E. <strong>de</strong> Mesquita). — Beira meridional: Fundão, Castello<br />
Branco (R. da Cunha); serra da Pampilhosa (J. Henriques).— Centro<br />
littoral: Porto <strong>de</strong> Moz, Alemquer, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Alfeite (Welw.,<br />
Daveau). — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão); Alcochete (P.<br />
Coutinho). — Alto Alemtejo: Portalegre (R. Larcher); Redondo (P. Simões).—<br />
Baixo Alemtejo littoral: entre Barreiro e Lavradio (Moller);<br />
Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha).—<br />
Algarve: Monchique, Portimão (Daveau).<br />
c. maritima.—Alemdouro littoral: MonteDôr (R. da Cunha). — Beira<br />
littoral: Buarcos, Cabo Mon<strong>de</strong>go (Moller).— Centro littoral: ilhas Berlengas<br />
(Daveau); Óbidos, Peniche, Cabo da Roca, Ericeira, praia das<br />
Maçãs (Welw.).<br />
d. Juncinella.—Beira meridional: Castello Rranco (R. da Cunha).—<br />
Beira littoral: Sernache (Moller); Soure (Schmitz). — Centro littoral: Obidos<br />
(Welw.); Villa Franca, Alhandra, pinhal d'Azambuja, serra <strong>de</strong> Monsanto<br />
(R. da Cunha); entre Alemquer e Otta (Welw.).—Allo Alemtejo:<br />
Portalegre (R. Marçal). — Baixo Alemtejo littoral: Arrábida (Welw.);<br />
pinhal do Manchai, prox. do Alfeite (R. da Cunha). — Algarve: entre<br />
Lagos e Alvor (Welw.); Lagos, no valle da Luz (Daveau).<br />
OBS. — Ε não pouco difficil a distincção das varieda<strong>de</strong>s d'esta espécie,<br />
e razão tem Parlatori em não as separar, pois é gran<strong>de</strong> o numero <strong>de</strong> formas<br />
intermédias, as quaes não poucas vezes se torna quasi impossível<br />
<strong>de</strong>terminar.<br />
Como pertencendo á forma typica, consi<strong>de</strong>rando como distinctivo a panicula<br />
<strong>de</strong> ramos inferiores compridos, apenas encontrei pouquíssimos exem
115<br />
piares. Um dos melhor caracterisados é da serra do Gerez. Não me parece<br />
ter gran<strong>de</strong> valor a forma da extremida<strong>de</strong> da glumella inferior, porque<br />
tendo examinado gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> exemplares encontrei variantes numerosas,<br />
observando na mesma planta e até na mesma espigueta a terminação<br />
aguda ou chanfrada, sendo as divisões agudas (forma geral da D.<br />
glomerala typica) ou arredondadas (forma geral da var. hispânica). Eguaes<br />
variantes se encontram na aresta, que como continuação da nervura media,<br />
termina as glumellas. Na var. hispânica alguns exemplares examinei em<br />
que esta aresta é mesmo mais longa do que é normal na var. Juncinella.<br />
CYNOS1JRUS 1<br />
L. — Panicula espiciforme unilateral com espiguetas<br />
férteis e espiguetas estereis entremeadas. Espiguetas férteis com 27 flores<br />
hermaphrodites comprimidas lateralmente; glumas mais curtas que as flores<br />
eguaes ou pouco <strong>de</strong>seguaes univerveas aristadas; glumellas eguaes ou quasi<br />
eguaes, a inferior concava lanceolada 2<strong>de</strong>ntada 5nervea e aristada partindo<br />
a aresta do meio da chanfradura ; glumellulas membranosas ovaes ou<br />
lanceoladas, inteiras ou 2lobadas glabras. Espiguetas estereis sem glumas<br />
e reduzidas ás glumellas inferiores distichadas linearlanceoladas. Ovário<br />
glabro; estyletes curtos, estigmas plumosos; caryopse glabro oblongo ligado<br />
á glumella superior e envolvido pelas glumellas.<br />
Glumellas das espiguetas estereis mucronadas e aladas na carena.<br />
Sect. I. Eucynosurus.<br />
Glumelias das espiguetas estereis longamente aristadas e não aladas.<br />
Sect. II. Phalona.<br />
Sect. I. Eucynosurus<br />
Cynosurus cristaíus L. Sp. pi. ed. I, p. 72; Brot. p. 96; Willh. et<br />
Lange, p. 89; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 361.<br />
Exsic —Welw. n.° 1211; Soe. Brot. n. os<br />
36 e 36 a<br />
.<br />
Perennal. Colmo direito <strong>de</strong> 38 <strong>de</strong>c.'; folhas estreitas lineares planas,<br />
ligula curta troncada. Panicula espiciforme comprida unilateral <strong>de</strong>lgada<br />
compacta, ramos alternos muito curtos ásperos ou pubescentes; espiguetas<br />
férteis com 37 flores brevemente aristadas; glumas quasi eguaes uninerveas<br />
mais curtas que as flores lanceoladas acuminadas mucronadas: glumellas<br />
eguaes, a inferior lanceolada pontuadaaspera, ás vezes pubescente<br />
1<br />
De κύων, cão, e ουρά, cauda; allusão á forma da espiga.
116<br />
na parte superior chanfrada e com uma aresta muito mais curta que a<br />
glumella; espiguetas estereis formadas <strong>de</strong> glumellas disticadas linearesacuminadas-mucronadas<br />
e com uma aza escabrosa na carena.<br />
Hab. nos terrenos relvosos, lameiros, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller, M. Ferreira);<br />
Miranda do Douro (J. Mariz); Chaves (Moller); Villa Real (D. Monteiro).<br />
— Alemdouro littoral: entre a Roa-Nova e Pampoli<strong>de</strong> (G. Sampaio).—<br />
Beira trasmonlana: Villar Formoso, Mido, Castello Mendo (R. da Cunha);<br />
Trancoso (M. Ferreira).—Beira central: Guarda (M. Ferreira). — Beira<br />
littoral: Formoselha, Santo Varão (A. Barjona); entre Gatões e Fôja (M.<br />
Ferreira). — Baixo Alemtejo littoral: Valle do Zebro, Coina e Barreiro<br />
(Welw.).—Allo Alemtejo: serra d'Ossa (Daveau).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
Sect. II. Phalona<br />
Cyiiosurus echinatus L. Sp. pi. ed. I, p. 72; Brot. p. 96; Willk.<br />
et Lange, p. 89; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 362.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1212 e 1213; Fl. lusit. exs. n.° 30; Soc. Brot,<br />
p. 37.<br />
Annual. Colmo direito <strong>de</strong> 3-10 cent.; folhas lineares acuminadas planas<br />
asperas na face inferior e nas margens, ligula oblonga <strong>de</strong>nteada na extremida<strong>de</strong><br />
e soldada á folha, numa curta extensão. Panicula curla ovói<strong>de</strong> compacta<br />
unilateral; ramos alternos ramificados ásperos; espiguetas fasciculadas,<br />
as ferieis oblongo-lanceoladas com 2-3 flores longamente aristadas;<br />
glumas mais curtas que as flores uninerveas linear-lanceoladas longamente<br />
acuminadas, glumellas quasi eguaes, a inferior lanceolada áspera na parte<br />
superior com uma pragana egual á glumella ou ao dobro; espiguetas estereis<br />
formadas só <strong>de</strong> glumellas distichadas lanceoladas longamente acuminadas,<br />
as superiores menos acuminadas e ás vezes férteis.<br />
Frequente nos logares relvosos, sebes, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, nos lameiros, á beira dos caminhos<br />
(P. Coutinho) ; Villa Real (D. Monteiro) ; Murça (M. Ferreira).—Alemdouro<br />
littoral: Santo Thyrso (R. Valente); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (G. Sampaio).—•<br />
Beira trasmonlana: Villar Formoso, Mido (H. da Cunha); Almeida (M.<br />
Ferreira).—Beira central: Guarda, Oliveira do Con<strong>de</strong>, Castendo, Vizeu,<br />
Gouveia (M. Ferreira). — Beira littoral: serra da Louzã, visinhanças <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> (Moller); Bemcanta (J. Mariz). — Beira meridional: Covilhã,<br />
Castello Branco (U. da Cunha). — Centro littoral: Albergaria, Porto <strong>de</strong><br />
Moz, Alhandra, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho, Daveau, R.<br />
da Cunha). — Alto Alemtejo: Évora (Moller); Portalegre (R. da Cunha,
117<br />
Moller). — Algarve: Olhão, á beira das estradas (Welw.); Alcoutim (Mul-<br />
Area geogr.— Europa meridional.<br />
Cynosurus elegans Duf. Fl. atl. I, p. 82; C. effusus Link, in Schrad.<br />
J'. bot. II, p. 315; C. polybracteatus Gr. et Godr. FI. fr. III, p. 563;<br />
Willk. et Lange, p. 90; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 363.<br />
Exsic.— Welw. n. os<br />
1209, 1210, 1787 e 1810.<br />
Annual. Diífere da espécie anterior particularmente pela panicula, quasi<br />
oval ou allongada, formada <strong>de</strong> ramos mais compridos e distantes, pelas<br />
espiguetas férteis com a glumella muito mais longamente aristada, pelas<br />
espiguetas estereis nas quaes as glumellas inferiores são linear-subuladas<br />
distantes umas das outras, as superiores oval-lanceoladas muito juntas e<br />
menos aristadas.<br />
Hab. nos logares emsombrados.<br />
Alemdouro Irasmonlano: Bragança (M. Ferreira); Moncorvo, Freixo <strong>de</strong><br />
Espada á Cinta (J. Mariz); Adorigo (E. Schmitz).—Beira trasmontana:<br />
Castello Mendo (R. da Cunha). — Beira central: serra da Estrella, em<br />
Manteigas (Daveau); Bussaco (Moller). — Centro littoral: Caldas da Rainha,<br />
Cintra (Link.); Tancos, Mafra, Bellas (Welw., Daveau); Cabo da<br />
Roca (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal (A. Luisier). — Algarve:<br />
Monchique (Bourgeau, Moller).<br />
LAMARCIUA * Mnch. — Panicula unilateral oblonga composta <strong>de</strong> espiguetas<br />
férteis e estereis muito différentes entre si; espiguetas férteis<br />
2-floreas, uma flor fértil, a outra rudimentar, ambas longamente aristadas;<br />
glumas quasi eguaes, do comprimento das flores não contando a aresta,<br />
uninerveas lanceolado-lineares acuminada-aristadas e escabrosas na carena;<br />
flores pedicelladas, a inferior um pouco acima das glumas; glumellas eguaes,<br />
a inferior 5-nervea oval-lanceolada hispida na parte superior brevemente<br />
chanfrada e tendo uma pragana inserida ao meio da chanfradura muito<br />
mais comprida do que o limbo; espiguetas estereis com duas glumas<br />
quasi eguaes lanceolado-lineares e <strong>de</strong> glumellas distichas imbricadas ovaes,<br />
arredondadas e <strong>de</strong>nticuladas no vértice; caryopse sulcado na face interior,<br />
intimamente envolvido pelas glumellas.<br />
Lamarckia áurea Moench. Pariatore Fl. ital. p. 333; Chrysurus au-<br />
1<br />
Dedicada a J. B. Antoine Pierre Monnet, cavalleiro <strong>de</strong> la Marek, naturalista<br />
francez.
118<br />
reus Spreng. Cynosurns aureus L. Sp. pi. ed. I, p. 80; Brot. p. 95 ; Willie,<br />
et Lange, p. 90; Hackel, p. 23; Colmeiro, p. 363.<br />
Exsic— Welw. n. os<br />
1214 e 1215; Soc. Brot, η. 03<br />
38 e 38 b<br />
; FI. lusit.<br />
exs. n.° 29.<br />
Annual. Colmos cespitosos em geral; folhas planas glabras acuminadas<br />
bastante largas e <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> esbranquiçada ou amarellada, liguja comprida<br />
e lacerada na extremida<strong>de</strong>. Panicula unilateral oblonga ou lanceolada,<br />
a principio ver<strong>de</strong>, mais tar<strong>de</strong> d'um amarello dourado; ramos curtos<br />
divididos em ramúsculos pelludos terminados pelas espiguetas agglomeradas.<br />
Frequente nas terras arenosas, nas pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Caldas <strong>de</strong> MoleJo (J. Henriques). — Alemdouro<br />
littoral: Villa do Con<strong>de</strong> (C. Barbosa); Porto (G. Sampaio).—Beira trasmontana:<br />
Almeida (M. Ferreira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller, B. e Cunha, A. Carvalho). — Beira meridional: Castello Branco<br />
(R. da Cunha). — Centro littoral: Torres Novas (R. da Cunha); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa (Welw.). — Baixas do Sorraio : Montargil (J. Cortezâo).— Alto<br />
Alemtejo: Portalegre (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral: Setúbal<br />
(A. Luisier); Cezimbra (Moller); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio). — Baixas do<br />
Guadiana: Beja (R. da Cunha); Serpa (Daveau); Cazevel (Moller).—<br />
Algarve: Faro, nos muros (Welw., A. Guimarães); Silves (Daveau); Tavira,<br />
na Fuzeta (A. Guimarães); Castro Marim (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea, Abyssinia, California.<br />
• POA 1<br />
L. — Panicula ramosa; espiguetas pedicelladas com 28 flores<br />
hermaphroditas e uma terminal rudimentar, com pellos longos na base<br />
(em algumas espécies) ; glumas mais curtas que as flores quasi eguaes<br />
escariosas nas margens carenadas, ambas 3nerveas ou a inferior uninervea;<br />
glumellas eguaes, ou quasi eguaes, a inferior carenada mutica<br />
5nervea, algumas vezes ciliada na meta<strong>de</strong> inferior da carena e nas nervuras<br />
próximas das margens, a superior 2carenada emarginada ou subbilobada;<br />
glumellulas membranosas livres entre si mais ou menos irregularmente<br />
2lobadas ou inteiras ou 3lobadas; ovário glabro; estyletes 2<br />
muito curtos, estigmas plumosos salientes aos lados da flor; caryopse livre,<br />
glabro oblongo ou subcylindrico trigoneo com uma macula punctiforme no<br />
hilo.<br />
1<br />
Colmo comprimido, 2anguloso...<br />
Colmo cylindrico ou subcylindrico<br />
ι De ποα, relva.<br />
P. compressa L.<br />
2
119<br />
[Raiz fibrosa Γ1 ; 3<br />
2<br />
(Raiz reptante P. pratensis L.<br />
3<br />
4<br />
5<br />
( Colmo tuberiforme na base P. bulhosa L.<br />
(Colmo não tuberiforme 4<br />
(Nervuras lateraes das glumellas salientes P. trivialis L.<br />
(Nervuras lateraes das glumellas pouco distinctas 5<br />
(Ligula quasi nulla P. nemoralis L.<br />
(Ligula das folhas superiores oblonga P. annua L.<br />
Poa annua L. Sp. pi. ed. I, p. 66; Brot. p. 104; Willk. et Lange,<br />
p, 80; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 338.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1252, 1254, 1255 e 1257; Fl. lusit. exs. n.°<br />
225; Soe Brot. n. os<br />
305 e 305«.<br />
Annual. Colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 520 cent, um pouco comprimidos<br />
e por vezes radicantes na base ; folhas planas lineares bruscamente<br />
acuminadas ásperas nas margens, ligula das folhas superiores oblonga.<br />
Panicula unilateral, ramos solitários ou aos pares em angulo recto ou reflectidos;<br />
espiguetas ovaes <strong>de</strong> 36 flores nuas na base; glumas quasi eguaes<br />
lanceoladas agudas hyalinas nas margens muito mais curtas que as flores,<br />
a inferior uninervea, a superior 3nervea; glumellas quasi eguaes, a inferior<br />
5nervea oval obtusa hyalina nas margens, glabra ou ciliada na meta<strong>de</strong><br />
inferior da carena e das margens, a superior emarginada e ciliada<br />
nas carenas.<br />
Hab. nos terrenos cultivados e nas terras húmidas.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Villa Beal (D. Monteiro).—<br />
Alemdouro littoral: Gerez até ao Borrageiro, Melgaço, serra do<br />
Soajo (Moller); Caminha, Valença, Porto (R. da Cunha); Bougado (Padrão);<br />
S. Pedro da Cova (E. Schmitz). — Beira trasmontana: Villar Formoso<br />
(B. da Cunha, M. Ferreira); Taboaço (C. Lima). — Beira central:<br />
serra da Estrella, Vizeu (M. Ferreira) ; serra do Caramullo (Moller) ; Bussaco<br />
(F. Loureiro). — Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho,<br />
Moller, Β. e Cunha); Louzã (J. Henriques); Buarcos (G. <strong>de</strong> Carvalho);<br />
Lavos (M. Ferreira); Soure (Moller).—'Beira meridional: Figueiró dos<br />
Vinhos (V. Freitas); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann).— Centro littoral: Gollegã,<br />
Azambuja, Torres Vedras (B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa<br />
(Welw., P. Coutinho, Daveau). — Alto Alemlejo: Portalegre (R. da Cunha,<br />
R. Larcher); Évora (Moller). — Baixo Alemlejo littoral: entre Barreiro e<br />
Lavradio (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes (Welw.); Setúbal (A. Luisier).
120<br />
— Baixas do Guadiana : Beja (R. da Cunha) ; Cazevel (Moller) ; Serpa<br />
(Daveau). — Algarve: Foia (Welw.); Monchique (Moller); Faro (A. Guimarães).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
Poa bulbosa L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Brot. p. 104; Willk. et Lange,<br />
p. 81; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 341.<br />
Exsic —Welw. η. 09<br />
123S e 1236; Soc. Brot. n.° 33.<br />
Colmos cespitosos direitos dilatados na base, formando uma espécie <strong>de</strong><br />
bolbo, nús na parte superior; folhas curtas estreitas planas ou canaliculadas<br />
e um pouco enroladas linearacuminadas, bainhas lisas, a superior<br />
muito mais comprida que o limbo, que é muito curto; ligula oblonga aguda.<br />
Panicula compacta oval ou oblonga, ver<strong>de</strong> ou violácea; ramos escabros<br />
curtos erectos e dispostos aos pares nos nós inferiores; espiguetas ovaes<br />
com 46 flores ligadas por pellos lomentosos longos e abundantes; glumas<br />
quasi eguaes menores que as flores ovaeslanceoladas agudas ásperas na<br />
carena 3nerveas; glumellas quasi eguaes, a inferior ovalciliada com a<br />
meta<strong>de</strong> inferior coberta <strong>de</strong> longos pellos.<br />
forma vivipara. —• Diffère do typo em ter as espiguetas vivipares.<br />
Hab.<br />
nhosas.<br />
nos terrenos férteis tanto das regiões baixas, como monta<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); serra <strong>de</strong> Rebordãos<br />
(Moller); Moncorvo (J. Mariz); Foscôa (G. Sampaio).—Alemdouro littoral:<br />
Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, Vallongo, Porto (G. Sampaio). — Beira trasmontana:<br />
Pinhel (J. M. da Costa); Almeida (M. Ferreira). — Beira central:<br />
serra da Estrella (M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong> (A. Carvalho); Bussaco<br />
(J. Henriques). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller); Ponte<br />
da Mucella (M. Ferreira). — Beira meridional: Covilhã, Castello Branco<br />
(R. da Cunha); Figueiró dos Vinhos (V. Freitas); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann).—<br />
Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho, Daveau,<br />
R. da Cunha). — Alto Alemtejo: Portalegre (C. Machado, B. Larcher).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: pinhal da Pieda<strong>de</strong> (Daveau); O<strong>de</strong>mira<br />
(E. Schmitz); Setúbal (A. Luisier).—Baixas do Guadiana: Serpa (Daveau);<br />
Beja (R. da Cunha). — Algarve: Monchique (Moller).<br />
Area geogr. — Europa, Africa boreal, Asia extratropical.<br />
Poa trivialis L. Sp. pi. ed. I, p. 67; Brot. p. 103; Willk. et Lange,<br />
p. 82; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 341.<br />
Exsic. — Soe. Brot. n.° 1350; Fl. lusit. exs. n. 03<br />
23 e 823.
121<br />
Colmos <strong>de</strong> 410 cent, um pouco recurvados na base e radicantes nús<br />
e ás vezes ásperos na parte superior; folhas planas lineares longamente<br />
acuminadas; bainhas ásperas quasi sempre; ligula das folhas superiores<br />
oblonga e muito comprida. Panicula pyramidal gran<strong>de</strong> direita e não compacta<br />
ver<strong>de</strong> ou violácea; ramos inferiores, dispostos por 46 em cada nó,<br />
finos ásperos patentes ou levantados; espiguetas ovaes com 24 flores reunidas<br />
na base por pellos lanosos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas muito<br />
agudas ásperas na carena, a inferior uninervea, a superior 3nervea; glumellas<br />
eguaes, a inferior 5nervea oval aguda tendo a meta<strong>de</strong> inferior da<br />
carena e das margens avelludadaciliada.<br />
Vulgar nos terrenos cultivados e incultos.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (Moller, P. Coutinho). — Alemdouro<br />
littoral: Gerez (Moller); <strong>de</strong> Valença a Caminha (B. da Cunha); Vallongo<br />
(Ë. Schmitz).—Beira trasmontana: Villar Formoso (B. da Cunha).—<br />
Beira central: serra da Estrella, nas proximida<strong>de</strong>s das lagoas, Celorico<br />
(R. da Cunha); Manteigas (Daveau); Bussaco (F. Loureiro). — Beira littoral:<br />
serra da Louzã (J. Henriques); Miranda do Corvo (B. <strong>de</strong> Mello);<br />
<strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha, M. Ferreira); Ponte da Mucella (M. Ferreira);<br />
Lavos (Moller). — Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha).<br />
— Centro littoral: Santarém (B. da Cunha); Alverca (Daveau); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau, B. da Cunha); Cintra (Daveau, D. S. Silva).<br />
— Alto Alemtejo: Villa Viçosa, Évora (Moller); Villa Fernando (R. Larcher);<br />
Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha). — Baixo Alemlejo littoral: serra<br />
d'Arrabida, pinhal Novo (Daveau); Seixal (R. da Cunha); Calhariz (Welw.) ;<br />
Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha). — Algarve:<br />
Monchique, Lagos, lagoa d'Albufeira (Moller).<br />
Area geogr.—Europa, Africa boreal, Asia extratropical.<br />
Poa pratensis L. Sp. pl. ed. I, p. 67; Brot. p. 104; Willk. et Lange,<br />
p. 82; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 343.<br />
Exsic. —Welw. n. os<br />
1228 e 1229; Soc. Brot. n.° 609.<br />
Bhizoma longo ; colmo um pouco curvo na base e <strong>de</strong>pois direito, nú na<br />
parte superior; folhas planas ou as radicaes canaliculadas lineares agudas<br />
com margens ásperas; bainha superior muito mais comprido que o limbo;<br />
ligula curta troncada. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea pyramidal ; ramos ásperos<br />
finos, os inferiores dispostos por 45 em cada nó; espiguetas ovaes com<br />
35 flores ligadas por pellos longos tomentosos; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas<br />
ásperas na carena, a inferior uninervea, a superior 3nervea;<br />
glumellas eguaes, a inferior oval aguda escariosa na extremida<strong>de</strong> 5nervea<br />
longamente ciliada na parte inferior da carena e das margens.<br />
var. angustifolia, P. angustifolia L. — Diffère do typo por ter as
122<br />
folhas radicaes compridas canaliculadoenroladas muito mais<br />
estreitas que as caulinares, ás vezes setaceas.<br />
var. humilis Ehr.—.Colmo curto; folhas mais largas e mais curtas<br />
que no typo ; panicula compacta com os ramos inferiores geminados<br />
ou ternados.<br />
Alemdouro trasmontano : serra <strong>de</strong> Rebordãos, Bragança (Moller, P. Coutinho);<br />
Freixo d'Espada á Cinta (J. Mariz); Moledo (W. Lima). — Alemdouro<br />
littoral: Melgaço, Caminha, Vianna do Castello (R. da Cunha); Porto<br />
(V. Nogueira). — Beira trasmontana: Villar Formoso (R. da Cunha, M.<br />
Ferreira). — Beira central: Bussaco (F. Loureiro, W. Lima). — Beira<br />
littoral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya, em Quebrantões (G. Sampaio); <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller).<br />
Area geogr. — Europa, Oriente, Siberia, Africa boreal.<br />
Poa nemoralis L. Sp. pi. ed. I, p. 69; Willk. et Lange, p. 81; Colmeiro,<br />
p. 339.<br />
Colmos <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong>c. erectos ou ascen<strong>de</strong>ntes e por vezes radicantes na<br />
base ; folhas planas estreitas linearagudas ; bainha da folha superior mais<br />
curta que o limbo; ligula muito curta, nas folhas inferiores quasi nulla.<br />
Panicula <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> amarellado ou violácea direita ou inclinada subunilateral<br />
oblonga, a principio aberta, mais tar<strong>de</strong> contrahida; ramos finos ásperos<br />
agrupados por 25; espiguetas pedicelladas, ovaeslanceoladas com 25<br />
flores; glumas mais curtas que as flores, quasi eguaes lanceoladas acuminadas<br />
3nerveas; glumellas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior oval emarginada<br />
ciliada na meta<strong>de</strong> inferior da carena e das margens e acompanhada<br />
<strong>de</strong> longos pellos lanosos na parte contigua á base das flores.<br />
var. rigidula Koch Syn. ed. II, p. 929. — Espiguetas maiores com<br />
37 flores; planta alta e mais rigida.<br />
Hab. nos terrenos húmidos e sombrios.<br />
Beira littoral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya esteiro d'Avintes (G. Sampaio).<br />
Area geogr. — Europa, Siberia, Hymalaia, America árctica.<br />
GrLYCERIA 1<br />
Brown. — Panicula ramosa aberta ou racemiforme; espiguetas<br />
a principio cylindricas e <strong>de</strong>pois comprimidas lateralmente com<br />
414 flores hermaphroditas e por vezes uma terminal rudimentar; glumas<br />
De γλνπερός, doce ; allusão ao sabor das sementes.
123<br />
<strong>de</strong>seguaes menores que as flores concavas obtusas muticas uninerveas;<br />
glumellas eguaes ou quasi eguaes, a inferior membranosa subherbacea<br />
escariosa na extremida<strong>de</strong> concava semicylindrica ordinariamente obtusa,<br />
por vezes crenada na extremida<strong>de</strong> mutica com 711 nervuras salientes<br />
e ásperas, a superior membranosa 2carenada e 2fida na extremida<strong>de</strong>;<br />
glumellulas muito curtas membranosas e ligadas entre si; ovário glabro;<br />
estyletes 2 terminaes bastante longos, estigmas plumosos salientes pelos<br />
lados das ílores ; caryopse glabro oblongo convexo na face externa e plano<br />
na interna levemente sulcado e terminado pelos estyletes persistentes e divaricados.<br />
Glumellas inferiores inteiras na extremida<strong>de</strong> G. fluitans R. Br.<br />
Glumellas inferiores crenadas G. spicata Guss.<br />
Gtlyceria fluitans (L.) R. Rr. Prod. I, p. 179; Festuca fluitans L.<br />
Sp. pi. ed. I, p. 75; Poa fluitans Brot. p. 102; Willk. et Lange, p. 78;<br />
Colmeiro, p. 334.<br />
Perennal. Colmos <strong>de</strong>cumbentes e radicantes; folhas planas largas agudas<br />
e um pouco ásperas, as inferiores muitas vezes fluctuantes e mais compridas;<br />
bainhas comprimidas sulcadas abertas só na parte superior; ligula<br />
obtusa ou aguda por vezes lacerada e bastante comprida. Panicula <strong>de</strong> 14<br />
<strong>de</strong>c. subunilateral <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> pallida, ordinariamente direita; ramos geminados<br />
ou ternados nos nós inferiores muito patentes durante a anthese<br />
e <strong>de</strong>pois encostados ao eixo muito <strong>de</strong>seguaes, o mais comprido tendo bastantes<br />
espiguetas; espiguetas subsesseis ou pedicelladas, frageis <strong>de</strong> 1520<br />
mill. ; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, muito menores que as flores, lanceoladas<br />
obtusas uninerveas, a superior chanfrada ou 3lobada; glumellas eguaes,<br />
a inferior semicylindrica oblongolanceolada 7nervea, nervuras bem salientes,<br />
escariosa e subaguda no vértice, a superior 2lobada.<br />
Hab. nos terrenos mais ou menos inundados.<br />
Alemdouro littoral: Porto (G. Sampaio).—Beira trasmontana: Villar<br />
Fermoso (B. da Cunha). —Beira central: Celorico (B. da Cunha). — Beira<br />
littoral: Fôja, nas valias (Moller); Gaya, na Alfurada (G. Sampaio).—<br />
Beira meridional: Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Baixas do Sorraia:<br />
Coruche (Daveau). — Alto Alemtejo: Évora (Daveau)..— Baixo Alemtejo<br />
littoral: Beja (B. da Cunha).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
Glyceria spicata Guss. Syn. II, p. 784; G. plicata Fr. β. spicata<br />
Willk. et Lange, p. 78; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 335.<br />
Exsic —Welw. n.° 1226; Fl. lusit. exs. n.° 421.
124<br />
Diffère da espécie prece<strong>de</strong>nte em ter em geral dois ramos em quasi<br />
todos nós, um muito curto terminado por uma espigueta, outro comprido<br />
nú na parte inferior e com as espiguetas laleraes rentes, e por ter as glumellas<br />
inferiores escariosas crenadas no.vértice.<br />
Hab. nós terrenos inundados ou muito húmidos.<br />
Alemdouro trasmontano : Bragança (P. Coutinho); Moncorvo, Miranda<br />
do Douro (J. Mariz) ; Chaves, na serra do Brunheiro (Moller) ; Villa Real<br />
(I). Monteiro). — Alemdouro littoral: Darque, Arão (R. da Cunha); Cabeceiras<br />
<strong>de</strong> Basto (J. Henriques); Vallongo (E. Schmitz). — Beira trasmonlana<br />
: Castello Bom (R. da Cunha) ; Trancoso. Almeida (M. Ferreira).<br />
— Beira central: V;zeu (M. Ferreira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> (Welw., Moller); Buarcos (Moller) ; entre Gatões e Montemor<br />
(M. Ferreira); Pombal (Moller). — Beira meridional: Castello Branco (R.<br />
da Cunha). — Centro littoral: Óbidos, na lagoa, S. Martinho do Porto, na<br />
ribeira (Daveau); Mafra, Bellas (Welw.). — Algarve: Lagos (Moller).<br />
ATROPIS 1<br />
Rupr. — Diffère do género anterior principalmente pelas<br />
glumellulas, que são bastante gran<strong>de</strong>s e completamente livres, e pelos estyletes<br />
nullos ou muito curtos.<br />
1<br />
2<br />
3<br />
(Colmos estereis <strong>de</strong>eumbentes e radicantes . A. marítima Griseb.<br />
Colmos direitos e não radicantes 2<br />
[Folhas planas ou dobradas a meio A. distans Griseb.<br />
(Folhas enroladas 3<br />
[Panicula oblonga; ramos patentes A. convoluta Griseb.<br />
(Panicula muito estreita, ramos erectos A. tenuifolia R. Rr.<br />
Atropis distans (L.) Griseb. in Led. Fl. ross. IV, p. 388; Poa distans<br />
L. Mant. I, p. 32; Glyceria distans Whlbg. Fl. Ups. p. 36; Willk.<br />
et Lange, p. 79; Colmeiro, p. 336.<br />
Exsic — Soc. Brot. n.° 608.<br />
Colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes com a cavida<strong>de</strong> central larga; folhas<br />
planas ou dobradas a meio ver<strong>de</strong>s lineares rapidamente acuminadas; ligula<br />
curta obtusa. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea pyramidal; ramos finos ílexuosos<br />
ásperos e nús na parte inferior, os inferiores dispostos em 35 em cada<br />
De a, privativo, e τροπις, carena; allusão á forma não carenada das glumellas.
125<br />
nó; espiguetas com 4-6 ílores, frageis <strong>de</strong> 4-5 mill.; glumas muito <strong>de</strong>seguaes,<br />
<strong>de</strong>nticuladas na meta<strong>de</strong> superior, a inferior uninervea e chegando<br />
apenas ao terço da ílôr que lhe fica próxima, a superior oval, 3-nervea;glumellas<br />
eguaes ou a superior um pouco mais comprida, a inferior ovaloblonga<br />
<strong>de</strong>nticulada na extremida<strong>de</strong> ou largamente mucronada 5-nervea<br />
pubescente na base, a superior 2-fida e brevemente ciliada nas nervuras.<br />
Hab. nas costas marítimas.<br />
Centro lilloral: praia <strong>de</strong> Belém (P. Coutinho).<br />
Area geogr. — Europa media e mediterrânea, Africa boreal, Siberia<br />
altaica.<br />
Atropis convolute (Kth.) Griseb. in Led. Fl. ross. IV, p. 389; Festuca<br />
convoluta Kth. En. I, p. 313; Glyceria convoluta Fr. Mont. III, p.<br />
173; Willk. et Lange, p. 79; Hackel, p. 22; Colmeiro, p. 336.<br />
Exsic. — El. lusit. exs. p. 1008.<br />
Colmos <strong>de</strong> 2-6 <strong>de</strong>c. direitos com a cavida<strong>de</strong> central muito reduzida ;<br />
folhas ver<strong>de</strong>-glaucas enroladas e subuladas lisas glabras; bainhas completamente<br />
fendidas lisas glabras. Panicula unilateral ver<strong>de</strong> ou violácea direita<br />
<strong>de</strong> 10-15 cent.; ramos a principio erectos, mais tar<strong>de</strong> patentes ou reflectidos,<br />
os inferiores flcxosos ásperos reunidos aos 2 ou 5 ; espiguetas pedicelladas<br />
<strong>de</strong> 8-10 mill., frageis estreitas com 5-10 flores; glumas bastante<br />
<strong>de</strong>seguaes oval-lanceoladas obtusas escariosas 3-nerveas; glumellas eguaes<br />
ou a superior mais curta, a inferior oblonga obtusa pubescente nas nervuras<br />
e no terço inferior, obscuramente 5-nervea.<br />
Hab. nas proximida<strong>de</strong>s do mar e do salinas.<br />
Baixo Alemlejo lilloral: Coina, perto das salinas (Welw.).—Algarve:<br />
Faro (Moller); na foz do Guadiana (Welw.).<br />
Area geogr.—Begiâo mediterrânea.<br />
Atropis tenuifolia (Bss. et Beut.) Bichter Plantae europ. I, p. 92;<br />
Glyceria tenuifolia Bss. et Reut. Pug. p. 127: Gl. leptophylla Steud. Syn.<br />
gl. I, p. 286; Willk. et Lange, p. 79; Colmeiro, p. 336.<br />
Exsic —Soc. Brot. n.° 1176; Fl. lusit. exs. n.° 616.<br />
Diffère da espécie anterior pelas folhas filiformes, pela bainha das folhas<br />
superiores muito comprida envolvendo por vezes a base da panicula, pela<br />
panicula unilateral contrahida e muito estreita sendo os ramos sempre erectos<br />
e com espiguetas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base e pelas glumellas inferiores pubescentes<br />
até ao terço ou meio das glumellas.<br />
Hab. nas proximida<strong>de</strong>s do mar.<br />
Algarve: Faro (Welw.); Olhão (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (B.<br />
da Cunha).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica, Africa boreal.
126<br />
Atropis maritima (Huds.) Griseb. in Led. FI. ross. IV, p. 389; Glyceria<br />
maritima Mk. in Röhl. D. il. I, p. 588; Willk. et Lange, p. 79;<br />
.Colmeiro, p. 336.<br />
Exsic. —Welw. n. os<br />
1230 e 1231; Soc. Brot. n. os<br />
1175 (sub Gl. convoluta)<br />
e 1325; Fl. lusit. exs. n.° 1319.<br />
Colmos férteis <strong>de</strong> 1-5 <strong>de</strong>e. ascen<strong>de</strong>ntes ou direitos <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>lgadas;<br />
colmos estereis <strong>de</strong>itados-radicantes; folhas ver<strong>de</strong>s ou glaucas mais ou<br />
menos enroladas estreitas, ligula curta arredondada. Panicula <strong>de</strong> cores<br />
ver<strong>de</strong> e violeta direita ; ramos flexuosos ásperos ordinariamente encostados<br />
ao eixo da panicula <strong>de</strong>pois da floração, os inferiores geralmente dispostos<br />
aos pares; espiguetas em 4-7 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes oval-lanceoladas<br />
inteiras 3-nerveas; glumellas eguaes, a inferior oval-oblonga subtrilobada<br />
e obscuramente 5-nervea e pubescente na base.<br />
Hab. nas proximida<strong>de</strong>s do mar.<br />
Beira littoral: Figueira da Foz (Moller, M. Ferreira). — Centro littoral:<br />
S. Martinho do Porto (Daveau); Villa Franca <strong>de</strong> Xira (P. Coutinho).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: Alfeite, na ponta do Matto (Daveau); nos juncaes<br />
salgados do Valle do Zebro, Coina, nas salinas abandonadas (Daveau).<br />
— Algarve: Bom Retiro, prox. <strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Portimão, nos terrenos<br />
salgados, Tavira e Castro Marim (Welw.); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
(Moller).<br />
Area geogr. — Costas marítimas da Europa.<br />
FESTUCA 1<br />
L. — Panicula ramosa patente ou contrahida; espiguetas<br />
pedicelladas, pedicellos mais ou menos dilatados sob as espiguetas; espiguetas<br />
ovaes ou lanceoladas comprimidas lateralmente 2-multifloreas ; glumas<br />
bastante <strong>de</strong>seguaes, a inferior uninervea, a superior 3-nervea; glumella<br />
inferior membranosa ou coriacea 5-nervea aguda ou fusiforme subulada<br />
terminada por uma pragana curta ou egual pelo menos em comprimento<br />
ao da glumella ; glumella superior 3-<strong>de</strong>ntada ou 2-fida ; ovário glabro ou<br />
mais ou menos hispidulo, estigmas terminaes plumosos e salientes pelos lados<br />
da flor; caryopse allongado sulcado na face e adhérente á glumella superior.<br />
[Espiquetas quasi rentes Subgen. III. Nardurus Rch.<br />
1 J<br />
(Espiguetas nitidamente pedicelladas 2<br />
2<br />
(Antheras e estigmas salientes na floração Submeti. I. Eufestuca.<br />
(Antheras e estigmas inclusos na floração Subgen. II. Vulpia.<br />
De festuca, palha, colmo.
ι<br />
1<br />
2<br />
3<br />
127<br />
Subgen. Eufcstuca<br />
Bainha das folhas radicaes tuberiformes na base ...... Seet. III. Subbulbosae.<br />
Bainhas não tuberiformes 2<br />
Folhas radicaes em geral planas e com prefoliação convolutosa. Sect. II. Bovinae.<br />
Folhas radicaes em geral não planas e com prefoliação conduplicativa 3<br />
Caryopse livre ou apenas ligado á base da glumella superior. Sect. IV. Variae.<br />
Caryopse ligado á glumella superior Sect. I. Ovinae.<br />
(Espécies intravaginaes 1<br />
Sect. I. Ovinae<br />
(Espécies extra vaginaes F. rubra.<br />
(Bainhas multinerveas (2023 e mais); foihas planas F. Henriquesii Hack.<br />
(Bainhas 39nerveas 3<br />
(Folhas todas conformes, mais ou menos dobradas a meio F. ovina.<br />
(Folhas das innovações dobradas a meio, as do colmo planas F. ampla.<br />
Festuca ovina L. Sp. pi. ed. I, p. 73; Willk. et Lange, p. 93;<br />
Hackel, Monogr. Festucarum europ. p. 82; Colmeiro, p. 369.<br />
Exsic. —Fl. lusit. exs. n.° 35; Soe. Brot. n.° 1577.<br />
Perennal. Colmos <strong>de</strong>nsamente cespitosos direitos ou inclinados na base;<br />
folhas todas conformes mais ou menos dobradas a meio, pelo menos na<br />
extremida<strong>de</strong>, na secção transversal ovaes ou suborbiculares ou oblongas<br />
39nerveas; ligula muito curta nitidamente 2auricidada; bainha das fo<br />
lhas das innovações 38nerveas, nervuras todas ou pelo menos as margi<br />
naes peneirando no limbo; ovário completamente glabro.<br />
1<br />
Dizemse intravagineas aquellas espécies nas quaes os ramos novos (innovações)<br />
se <strong>de</strong>senvolvem na axilla das bainhas das folhas inferiores e por ellas são envolvidas<br />
até tar<strong>de</strong>. Dizemse eœtravagineas quando esses ramos rompendo cedo as bainhas, ou<br />
pela <strong>de</strong>struição d'estas, ficam completamente a <strong>de</strong>scoberto.<br />
2
128<br />
var. duriuscula (L.) Hackel, Mon. Fest. p. 89; F. duriuscula L.<br />
Sp. ed. 1, p. 74.<br />
subvar. genuína Hackel, Mon. Fenr. p. 90 ; F. duriuscula genuína<br />
Godr. Fl. Low. III, p. 172.<br />
Colmos <strong>de</strong> 25-40 cent, angulosos na parte superior bino<strong>de</strong>os, folhas<br />
mais ou menos cylindricas por vezes recurvadas muito lisas e só ásperas<br />
nas margens enroladas, ligula glabra, bainhas glabras lisas inteiras na parte<br />
inferior. Panicula curta oval-oblonga direita bastante <strong>de</strong>nsa, ramos ásperos<br />
ou um pouco lisos, espiguetas elliptico-oblongas (6-8 mill.) ver<strong>de</strong>s ou levemente<br />
rajadas <strong>de</strong> côr violácea, glumas <strong>de</strong>seguaes, glumellas eguaes glabras,<br />
a inferior lanceolado-Iinear com pragana em geral menor que meta<strong>de</strong> da<br />
glumella.<br />
Hab. nos terrenos arenosos, mais ou menos seccos.<br />
Alemdouro littoral: serra do Marão (J. Henriques, G. Sampaio); serras<br />
do Gerez, nos pontos mais altos, Soajo, na Portella do Bentinho (Moller).<br />
— Beira central: serra da Estrella, nas regiões mais altas (Welw., Daveau,<br />
Moller).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
Festuca ampla Hackel, Cat. <strong>de</strong>s gram, du Port. p. 26; Monogr. F.<br />
eur. p. 125; F. ovina Brot. p. 114? F. duriuscula, ß. elatior Bss. Voy.<br />
II, p. 670; Willk. et Lange, p. 93; Colmeiro, p. 371.<br />
Exsic. — Soc. Brot, n.' 3<br />
310 e 310 a<br />
; Fl. lusit. exs. n.° 34.<br />
Cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 60-90 cent, <strong>de</strong>lgados com 2-3 nós, sendo o superior<br />
no 1<br />
/3 ou no V4 superior do colmo, lisos obtusangulos na parte<br />
superior; folhas basilares dobradas a meio mais ou menos setaceas 7-nerveas<br />
e com 5 linhas salientes na face interna, as caulinares planas multinerveas<br />
com muitas linhas salientes na face interna, todus agudas mais ou<br />
menos ásperas e <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> clara, ligula das innovações quasi nulla sem<br />
auriculas, as dos colmos muito curtas brevemente 2-auriculadas e mais ou<br />
menos glabras, bainhas divididas até á base 9-multincrveas consistentes <strong>de</strong><br />
longa conservação. Panicula gran<strong>de</strong> ampla (12-20 cent.) um pouco inclinada<br />
na parte superior, ramos inferiores isolados ou dispostos aos très filiformes<br />
nús até ao meio ou mais e com muitas espiguetas na parte extrema;<br />
espiguetas linear-oblongas com pedicello bastante longo com 4-9 llores <strong>de</strong><br />
ver<strong>de</strong> pallido; glumas quasi eguaes, a inferior linear-lanceolada aguda mutica<br />
ou mucronada com nervuras mal distinctas glabra, glumella superior<br />
linear-oblonga levemente 2-<strong>de</strong>ntada no vértice e áspera nas carenas; antheras<br />
<strong>de</strong> 3,5 mill.; ovário obovalo-oblongo glabro.<br />
Hab. nos terrenos arrelvados tanto da região inferior como da montanhosa.
129<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, em Bicafé (Moller); Villa'Real (D.<br />
Monteiro).— Alemdouro littoral: serra do Gerez (B. e Cunha); serra do<br />
Soajo (Moller).—Beira trasmontana: Almeida (M. Ferreira). — Beira<br />
central: Celorico (B. da Cunha). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller, Padrão). — Beira meridional: Villa Velha do Bodão, Malpica,<br />
Constança (Daveau, B. da Cunha). — Alto Alemlejo: Marvão, Castello <strong>de</strong><br />
Vi<strong>de</strong>, Portalegre (B. da Cunha). — Baixas do Guadiana; Beja (R. da<br />
Cunha) ; Castro Ver<strong>de</strong>, nas margens da Ribeira Maria Delgada (Daveau).<br />
Area geogr. — Peninsula ibérica.<br />
Festuca Henríquesii Hackel, Monogr. F. europ. p. 126.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 1320.<br />
Cespitosa ; colmos <strong>de</strong> 20-25 cent, recurvados ou geniculado-ascen<strong>de</strong>ntes<br />
na base 2-no<strong>de</strong>os cylindricos e lisos na parte superior; folhas lineares<br />
obtusas duras <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> glauca <strong>de</strong> margens brancas cartilagineas 7-9nerveas<br />
com 5-7 linhas salientes na face interna, planas quando vivas, dobradas<br />
a meio quando seccas ; bainhas das innovações completamente inteiras<br />
multinerveas dividindo-se em gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> fibras diversamente<br />
interlaçadas e envolvendo a base das innovações; ligulas muito curtas troncadas<br />
sem auriculas ou (nas dos colmos) levemente auriculadas. Panicula<br />
curta <strong>de</strong>nsa oblonga, rachis áspero, ramos inferiores dispostos aos pares,<br />
os primários com 3-4- espiguetas, os secundários com 1-2; espiguetas <strong>de</strong><br />
8 mill, levemente pedicelladas lanceoladas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> e violácea, glumas<br />
quasi eguaes, a superior 3-nervea, glumella inferior <strong>de</strong> 5 mill, obovatolanceolada<br />
e carenada na extremida<strong>de</strong> glabra com pragana egualando<br />
meta<strong>de</strong> da glumella, glumella superior oblonga brevemente 2-<strong>de</strong>ntada e<br />
muito áspera nas carenas; glumellulas quasi egualmente 2-fidas; ovário<br />
obovado glabro com os estyletes inseridos um pouco abaixo do vértice e<br />
na face anterior.<br />
Hab. nos terrenos arrelvados das altas montanhas.<br />
Beira central: serra da Estrella, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Lapa dos Dinheiros até ao<br />
Covão do Boi e lagoa Escura (J. Henriques, Moller, M. Ferreira).<br />
Area geogr. — Portugal.<br />
Festuca rubra L. Sp. pi. ed. I, p. 74; Willk. et Lange, p. 95; Colmeiro,<br />
p. 373; F. rubra, subesp. IV, eu-rubra Hackel Monogr. F. europ.<br />
p. 138.<br />
Cespitosa. innovações extravaginaes rastejantes ou apenas recurvadas<br />
na base; folhas obtusas em geral biformes, umas (as das innovações) em.<br />
geral mais ou menos selaceas obtusangulares 5-7-nerveãs, as dos colmos<br />
mais largas quasi sempre planas multinerveas. Panicula em geral direita<br />
oblonga subunilateral; espiguetas lanceoladas ou elliptico-lanceoladas, ou<br />
9 XX
130<br />
linearlanceoladas ; glumas <strong>de</strong>seguaes, a superior 3nervea lanceolada, glumella<br />
inferior lanceolada mutica ou com pragana.<br />
var. genuína Hackel. — Innovações extravaginaes cobertas <strong>de</strong> bainhas<br />
escarni formes escuras na parte subterrânea mais ou menos<br />
longa.<br />
subvar. grandi flora Hackel. — Diffère do typo em ter as espiguetas<br />
maiores (10 mill, ou mais), a glumella inferior <strong>de</strong> 67 mill,<br />
e pragana mais longa.<br />
subvar. barbata Hackel, F. barbata Schrank, F. villosa M. et Κ.—<br />
Diffère do typo em ter as espiguetas pubescentes.<br />
var. fallax Hackel, F. fallax Thuil. — Densamente cespitosa; innovações<br />
extravaginaes (mais numerosas que as intravaginaes),<br />
tendo a parte rhizomatosa muito curta ou mesmo nulla.<br />
Hab. nos terrenos arrelvados com especialida das regiões altas.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, searas <strong>de</strong> Rebordão e <strong>de</strong> Montezinho<br />
(Moller); Miranda do Douro (Mariz); Murça, Regoa (M. Ferreira).—<br />
Alemdouro littoral: serra da Cabreira (G. Sampaio); Montalegre (Moller);<br />
Torporiz, Valladares (R. da Cunha); Castello do Queijo (subvar. grandiflora)<br />
(G. Sampaio). — Beira littoral: Aveiro (J. Henriques); Galla (Moller).—<br />
Beira central: serra da Estrella (var. fallax), Sabugueiro (Moller).<br />
— Beira meridional: Villa Velha do Ródão (subvar. barbata) (R. da Cunha).<br />
Area geogr. — Europa, Siberia, America boreal.<br />
Sect. II. Bovinae<br />
Festuca elatior L. Sp. pi. ed. I, p. 75; F. elatior, subesp. II. arundinacea<br />
Hackel, Monogr. F. europ. p. 152.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1008 e 1009.<br />
Folhas <strong>de</strong> limbo duro, enroladas quando novas, <strong>de</strong>pois planas, auriculadas<br />
na base com numerosas linhas salientes na face superior, sendo essas<br />
saliências umas maiores que as outras. Panicula ramosa, ramo primário inferior<br />
com gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> espiguetas, o secundário com 32Ò frequentemente<br />
com 58 espiguetas; espiguetas ellipticas ou ellipticooblongas com<br />
48 flores; glumella inferior lanceolada e quasi sempre com linhas salientes.<br />
Caryopse oblongo.<br />
var. genuína Hackel.<br />
Colmos <strong>de</strong> 70110 cent.; folhas das innovações <strong>de</strong> 2570 cent, planas
131<br />
um pouco duras asperas na face superior e nas margens. Panicula ampla<br />
com mais <strong>de</strong> 20 cent, oval-oblonga ás vezes inclinada na extremida<strong>de</strong>,<br />
ramos ásperos patentes na floração, os inferiores dispostos por dois ou très<br />
filiformes, o inferior egualando o terço ou meta<strong>de</strong> da panicula, o segundo<br />
com espiguetas quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas <strong>de</strong> 8-12 mill, ver<strong>de</strong>s ou<br />
variegadas <strong>de</strong> violeta; glumas quasi eguaes agudíssimas, a superior lanceolada<br />
ou oblonga, ou subulado-lanceolada, mais ou menos aguda; glumella<br />
inferior lanceolada muito aguda com o vértice inteiro ou 2-<strong>de</strong>nticulado<br />
mutica ou com pragana apical ou subapical, carenada até ao meio<br />
com 3-5 linhas salientes mal distinctas, as exteriores mais pronunciadas<br />
muitas vezes ásperas.<br />
subvar. mediterrânea Hackel; F. elatior Brot. p. 117; Willk. et<br />
Lange, p. 97.<br />
Folhas <strong>de</strong> 3-4 mill, duras enroladas quando seccam mais ou menos agudas.<br />
Panicula <strong>de</strong> 20-30 cent, mais estreita, os ramos abertos em angulo 1<br />
recto durante a floração, o primário egualando quasi o terço da panicula ;<br />
espiguetas ellipticas <strong>de</strong> 8-9 mill., glumas lanceoladas, glumella inferior<br />
largamente lanceolada escariosa na parte anterior com pragana egual a<br />
meta<strong>de</strong> da glumella.<br />
Hab. nos prados, gandaras, etc.<br />
Alemdouro littoral: <strong>de</strong> Caminha até Vianna do Castello, Gondarem (R.<br />
da Cunha); entre a Boa Nova e Pampoli<strong>de</strong> (G. Sampaio). — Beira trasmontana:<br />
Almeida (R. da Cunha). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no Choupal,<br />
Figueira, na Galla (Moller); S. Facundo, Quinta do Rol (M. Ferreira).—<br />
Centro littoral: Caldas da Rainha, margens da Lagoa d'Qbidos (Daveau);<br />
Cascaes, Estoril (Welw.). — Baixo Alemtejo littoral: serra dArrabida, S.<br />
Thiago <strong>de</strong> Cacem (Daveau). — Algarve: em Valle Bom, perto do Cabo <strong>de</strong><br />
S. Vicente (Welw.).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea, Argelia, Marrocos.<br />
A subvarieda<strong>de</strong> mediterrânea é a única que até hoje tem sido encontrada<br />
em Portugal.<br />
Sect. III. Subhulbosae<br />
Festuca spadicea L. Syst. ed. 12, Add. II, p. 732; F. rubra Brot,<br />
p. 117; Willk. et Lange, p. 36.<br />
var. Durandii Hackel, F. Durandii Clauson in Billot Annot. 1865",<br />
p. 163; Hackel, Cat. <strong>de</strong>s gram, du Port. p. 27.
132<br />
Exsic — Welw. n.° 1010; Soc. Brot. n.° 745; Fl. lusit. exs. n.°<br />
824.<br />
Cespitosa ; colmos fortes <strong>de</strong> 50-100 cent., com 2 ou 3 nós, levemente<br />
estriados, semibulbosos na base; folhas das innovações estreitas dobradas<br />
a meio em todo o comprimento ou semiabertas no vértice, as do colmo <strong>de</strong><br />
2 mill, em largura, quasi sempre planas rígidas ásperas na pagina superior<br />
e nas margens; ligula das innovações muito curta, a das folhas do<br />
colmo um pouco maiores glabras e troncadas. Panicula ovada ou ovadooblonga<br />
curvada na parte superior aberta, ramos filiformes lisos ordinariamente<br />
aos pares, o primeiro nú até ao meio e com 4-6-9 espiguetas, o<br />
secundário com 3-4-6 espiguetas variegadas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> escura e violácea<br />
subterminaes e com curtos pedicellos; glumas quasi eguaes (7-8 mill.)<br />
terminadas em ponta subulada; glumella inferior lanceoloda aguda mutica<br />
carenada, com 5 linhas salientes e com a superficie pontuada-ru<strong>de</strong>, a superior<br />
lanceolada subherbacea dividida em dois <strong>de</strong>ntes agudos; ovário obovado,<br />
estyletes inseridos um pouco abaixo do vértice; caryopse oblongo<br />
levemente sulcado, adhérente á glumella superior na base ou até ao meio.<br />
Frequente nas florestas e matagaes das montanhas.<br />
Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Rebordãos (Moller, M. Ferreira);<br />
Moncorvo (Mariz).-—-Alemdouro littoral: serra do Gerez (Moller); Vallongo<br />
(E. Schmitz). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong> (B. da Cunha).— Centro<br />
littoral: Bellas (Daveau).—Alto Alemtejo: Portalegre (B. da Cunha).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: Villa Formosa (Welw.); entre Cercal e O<strong>de</strong>mira<br />
(Daveau); entre Azeitão e serra d'Arrabida (Möller).<br />
Area geogr. — Portugal e Argelia.<br />
Sect. IV. Variae<br />
Festuca elegans Bss. Elench. p. 65; Willk. et Lange, p. 95; Hackel,<br />
Monogr. F. europ. p. 182; Colmeiro, p. 374.<br />
Innovações direitas <strong>de</strong>nsamente fasciculadas com 3-4 folhas. Colmos <strong>de</strong><br />
60-90 cent, direitos bino<strong>de</strong>os ásperos na parte seperior; folhas sensivelmente<br />
eguaes subsetaceas glaucas 5-nerveas muito asperas e um pouco<br />
duras, bainha fendida até á base áspera por vezes violácea, quando morta<br />
côr <strong>de</strong> palha, ligula das innovações <strong>de</strong> 3-4 mill, lanceolada aguda, a das<br />
folhas do colmo mais curta truncada e umas e outras levemente 3-nerveas.<br />
Panicula 8-14 cent, oblonga um pouco contrahida, ramos e eixo principal<br />
ásperos, os inferiores as vezes aos 1res; espiguetas pedicelladas 'pedicello<br />
do triplo da espiguela) pequenas <strong>de</strong> 4-6 flores muito juntas, ellíplico-oblongas<br />
ver<strong>de</strong>s ou variegadas <strong>de</strong> violeta; glumas <strong>de</strong>seguaes largamente lanceo-
133<br />
ladas agudas uninerveas ou a superior 3-nervea só na base, carenadas e<br />
ásperas na carena ; glumella inferior obovada-oblonga oblusissima mutica<br />
com 5 linhas salientes escariosa na quarta parte superior, a superior<br />
egual ou um pouco maior oblongo-lanceolada levemente 2-<strong>de</strong>nticuIada<br />
no ápice; glumellulas <strong>de</strong>segualmente bífidas; ovário obovado; caryopse<br />
quasi livre.<br />
Hab. nas montanhas.<br />
Alemdouro trasmontano: serras <strong>de</strong> Montesinho, <strong>de</strong> Rebordãos, Cabeço<br />
<strong>de</strong> S. Bartholomeu (Moller, Mariz). — Alemdouro littoral: serra do Gerez<br />
(M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella (J. Henriques).<br />
Area geogr.—Península ibérica.<br />
Subgen. Vulpia<br />
Influresceneia racemosa; espiguetas quasi rentes.<br />
Sect. I. Pseudocynosurus Willk.<br />
Inflorescencia em panicula; espiguetas pedicelladas.. Sect. II. Euvulpia Willk.<br />
Sect. I. Pseudocynosurus Willk.<br />
Festuca <strong>de</strong>licatula (Lk.) Lag. Var. an. II, p. 39; Vulpia <strong>de</strong>licatula:<br />
Link. H. berol. I. p. 148; Willk. et Lange, p. 90; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />
p. 364.<br />
Annual, multiculmea, colmos muito finos <strong>de</strong> 8-22 cent, levemente curvos<br />
na base nús em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior; folhas curtas dobradas<br />
a meio finas, ligula muito curta; racimo unilateral formado <strong>de</strong><br />
10-20 espiguetas; espiguetas <strong>de</strong> 5-6 mill, lanceoladas mais ou menos<br />
abertas um pouco levantadas com 5-7 flores, rachis com uma linha <strong>de</strong><br />
pellos curtos por baixo <strong>de</strong> cada flor; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
aguda <strong>de</strong> 1 mill , a superior 3-nervea <strong>de</strong> 4-6 mill, lanceolada obtusa ou<br />
apiculada e levemente áspera no apiculo, glumellas inferiores lanceoladas<br />
<strong>de</strong> nervuras indistinctas terminadas por uma pragana ciliada nas superiores,<br />
mais comprida que a glumella, a superior membranacea levemente 2-<strong>de</strong>nteada;<br />
antheras gran<strong>de</strong>s (2 mill.).<br />
Hab. nos terrenos incultos, áridos. .<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira). — Alemdouro lilloral :<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Gaya, no Areinho (G. Sampaio). — Beira trasmontana: Almeida<br />
(M. Ferreira).<br />
Area geogr. —• Peninsula ibérica.
1<br />
2<br />
3<br />
134<br />
Sect. II. Euvulpia Willk.<br />
[ Antheras gran<strong>de</strong>s cahindo <strong>de</strong>pois da fecundação 2<br />
(Antheras pequenas ficando involvidas nas glumellas 3<br />
(Gluma inferior muito pequena F. Alopecurus.<br />
( Gluma inferior 2<br />
/ 3 da superior F. geniculate.<br />
(Estâmes 3 F. uniglumis.<br />
(Estâmes 1 4<br />
(Glumellas eiliadas F. ciliata.<br />
4 ( Glumellas não eiliadas 3<br />
Panicula curta e distante da ultima folha F. hromoi<strong>de</strong>s.<br />
! Panicula longa e muito próxima da folha superior F. Myuros.<br />
Festuca Alopecurus Schousb. Maroc. I, p. 281; F. ciliata Brot. p.<br />
115; F. barbata Brot. Phyt. lusit. II, p. 82; Vulpia Alopecurus Link.<br />
Herb. ber. I, p. 144; Willk. et Lange, p. 92; Hackel, p. 25; Colmeiro,<br />
p. 368.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1018 e 1019; Bourgeau, PI. d'Esp. et du Port.<br />
n.° 2057; Soc. Brot. n.° 410.<br />
Annual, multiculmea, colmos <strong>de</strong> 2030 cent, direitos; folhas estreitas<br />
lineares canaliculadas e enroladas quando seccas, ligula curta troncada.<br />
Panicula simples ou ramosa na base, pedicellos comprimidos bigumeos;<br />
espiguetas gran<strong>de</strong>s cunéiformes com 610 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
muito pequena, a superior lanceoladaacuminada do comprimento<br />
das flores (não contando a pragana), trinervea levemente carenada áspera<br />
na carena escariosa nas margens e levissimamente ciliada; glumellas bastante<br />
<strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceoladasubulada carenada escariosa nas<br />
margens e longa e <strong>de</strong>nsamente ciliada e terminada por uma pragana tão<br />
comprida como as glumellas ou mais ainda, áspera na carena e na pragana,<br />
glumella superior 2carenada 2cuspidada e ciliada nas carenas;<br />
antheras <strong>de</strong> 35 mill.<br />
β. glabrata Lge. Pugilus, p. 50. — Diffère da forma typica principalmente<br />
por ter as glumellas inferiores perfeitamente glabras.
δ. lanata Bss.— É caracterisada pelas glumellas mais où menos<br />
villosas.<br />
Hab. nos areaes marítimos.<br />
Alemdouro lilloral: Villa Nova da Cerveira, Caminha, MonteDôr, Darque,<br />
Ancora (3.), Vianna do Castello (ß.), Mattosinhos (B. da Cunha);<br />
Foz, Leça (G. Sampaio). — Beira littoral: Buarcos (Schmitz); Figueira da<br />
Foz (F. Loureiro); Lavos (3.). — Centro littoral: Lisboa, Estoril (P. Coutinho);<br />
Collares (ß.) (Welw).—Baixas do Sorraia: Alcochete (&.) (P.<br />
Coutinho). — Baixo Alemtejo littoral: do Seixal a Arrenlella (£.) (Daveau,<br />
R. da Cunha); perto da Lagoa d'Albufeira, Trafaria (Daveau); Moita (R.<br />
da Cunha); nos areaes <strong>de</strong> Coina (Welw.). — Algarve: Faro (£.) (Bourgeau,<br />
Moller, Guimarães); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio, Lagos (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal; Africa boreal.<br />
Festuca geniculata (L.) Brot. Fl. lusit. p. 118; Bromus geniculates<br />
L. Mant. I, p. 33; Vulpia geniculate Link. H. her. I, p. 148; Willk. et<br />
Lange, p. 92; Hackel, p. 24; Colmeiro, p. 367.<br />
Exsic. —Welw. n. os<br />
120 e 123; Soc. Brot. n. os<br />
308 e 308 11<br />
; Bourgeau,<br />
PI. d'Esp. et <strong>de</strong> Port. n.° 2053.<br />
Annual, multiculmea, colmos <strong>de</strong> 1520 cent, geniculados na base, folhas<br />
planas molles pubescentes na pagina superior planas acuminadas,<br />
ligula curta. Panicula <strong>de</strong> 515 cent, bastante ramosa, ramos distantes patentes<br />
durante a anthese reunidos em 35 nos nós inferiores, pedicellos dá<br />
gran<strong>de</strong>za das espiguetas comprimidos bigumeos mais estreitos na parte inferior;<br />
espiguetas cunéiformes <strong>de</strong> 35 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
muito estreita egual, pelo menos, a meta<strong>de</strong> da superior, a superior do comprimento<br />
das flores; glumella inferior acuminada e prolongada numa pragana<br />
ru<strong>de</strong> do mesmo comprimento da glumella, com alguns pellos perto das<br />
margens, 5nervea, a superior 2<strong>de</strong>nteada ; 3 estâmes, antheras <strong>de</strong> 3 mill.';<br />
ovário com alguns pellos; caryopse comprido e coroado pela parte superior<br />
do ovário.<br />
Hab. nos terrenos áridos, beira dos caminhos, dos campos, etc.<br />
Alemdouro littoral: MonteDôr, Ponte <strong>de</strong> Mouro (R. da Cunha); Porto<br />
(Schmitz, V. Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Castro Freire);<br />
Buarcos (Schmitz); Ourentam (A. Carvalho); Figueira, Pombal (Moller);<br />
Marinha Gran<strong>de</strong> (C. Pimentel). — Centro littoral: Porto <strong>de</strong> Moz (R. da<br />
Cunha) ; Barquinha, Tancos, Cascaes, Arrentella (Daveau) ; Lisboa (P. Coutinho);<br />
serra <strong>de</strong> Monsanto, Pedrouços, Lumiar (Welw.). — Baixo Alemtejo<br />
littoral: serra d'Arrabido, Porto Brandão (Daveau); Seixal, no pinhal da<br />
Trinda<strong>de</strong> (B. da Cunha); Setúbal (A. Luisier).—Allo Alemtejo: Évora<br />
(Daveau); Portalegre, Marvão (B. da Cunha); Elvas (Schmitz); Villa Fer
136<br />
nando (Larcher). — Baixas do Guadiana: Beja, Cuba (B. da Cunha);<br />
Cazevel (Moller).—Algarve: Olhão (Welw., Moller); Faro (Bourgeau,<br />
Moller); entre Sehr e Benafim (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea occi<strong>de</strong>ntal.<br />
Festuca uniglmnis Sol. in Ait. H. Kew. ed. 1, p. 108; Vulpia merabranacea<br />
Link. H. berol. I, p. 147; Willk. et Lange, p. 92; Hackel, p.<br />
24; Colmeiro, p. 367.<br />
Exsic; — Welw.,η. 08<br />
1011 e 1012.<br />
Annual, multiculmea, colmos <strong>de</strong> 1220 cent, quasi sempre geniculados<br />
na base; folhas estreitas enroladas, ligula muito curta, bainhas longas, a<br />
superior involvendo a base da panicula. Panicula espiciforme unilateral <strong>de</strong><br />
côr amarellada compacta e por vezes ramosa na base; pedicellos comprimidos<br />
dilatados na parte superior ásperos articulados com o rachis; espiguetas<br />
gran<strong>de</strong>s com 46 flores; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior muito<br />
pequena, quasi nulla, a superior quasi do comprimento da glumella que<br />
lhe fica superior terminada por uma pragana tão comprida como ella ciliada<br />
nas margens escariosas na linha dorsal e na pragana; glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />
a inferior carenada, áspera na carena e prolongada em pragana ciliada tão<br />
comprida ou mais do que ella, a superior membranacea 2fida e ciliada<br />
nas carenas; antheras pequenas (11,5 mil!.).<br />
Hab. nos terrenos estereis e nos areaes próximos do mar.<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Mesnier, Moller). — Centro littoral: pinhal <strong>de</strong><br />
Leiria (Pimentel); Lisboa, na Tapada d'Ajuda (Welw.). — Baixo Alemtejo<br />
littoral: Barreiro (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes, Grândola (Welw.);<br />
Sines, nos terrenos arenosos (Hackel).<br />
Area geogr. — Inglaterra, França, região mediterrânea.<br />
Festnca longiseta Brot. Fl. lusit. I, p. 116; Vulpia longiseta Hackel,<br />
p. 24; Colmeiro, p. 368.<br />
Espécie muito semelhante á anterior. Diffère nos colmos mais finos nús<br />
na parte superior, nas folhas mais <strong>de</strong>lgadas, na panicula menos <strong>de</strong>senvolvida,<br />
espiguetas mais distantes não articuladas com o rachis c não separáveis<br />
facilmente e nas praganas bastante mais compridas.<br />
Hab. nas colunas áridas e nas charnecas.<br />
Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Moncorvo (J. Mariz). — Beira<br />
littoral: <strong>Coimbra</strong> (Barjona, Moller). — Allo Alemtejo: Portalegre (Moller).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: entre Coina e Vendas, nas charnecas arenosas<br />
(Welw.).<br />
Area geogr. — França, Bélgica, Peninsula ibérica.<br />
Festnca ciliata Brot. Fl. lusit. I, p. 115; Pers. Syn. I, p. 94; Vulpia
137<br />
ciliata Link. H. ber. I, p. 147; Willk. et Lange, p. 91;. Hackel, p. 24;<br />
Colmeiro, p. 366. <br />
Exsic. —Welw. n.° 1016; Soc. Brot. n.° 1351.<br />
Annual; colmos direitos finos; folhas estreitas a principio planas, mais<br />
tar<strong>de</strong> enroladas, ligula muito curta troncada, bainhas cobrindo todo ou<br />
quasi todo o entrenó, e a superior um pouco dilatada e involvendo a base<br />
da panicula. Panicula unilateral comprida estreita e direita; pedicellos<br />
curtos hispidos; espiguetas pequenas <strong>de</strong> 46 flores, as superiores estereis;<br />
glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladosubuladas glabras, a inferior egual a meta<strong>de</strong><br />
da superior ou muito pequena, a superior bastante mais curta que a glumella<br />
que lhe fica superior sem a pragana; glumellas <strong>de</strong>seguaes prolongadas<br />
numa longa pragana, a inferior da tlôr inferior com cílios raros e<br />
longos no dorso, todas longamente ciliadas nas margens; 1 estame, an><br />
thera muito pequena.<br />
Hab. nos terrenos áridos.<br />
Alemdouro trasmontano : entre França e Babai (M. Ferreira); Adorigo<br />
(Schmitz). — Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (Link., V.<br />
Nogueira). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha, A. Carvalho).<br />
— Centro littoral: Cascaes, Capari<strong>de</strong> (P. Coutinho); Lisboa, na Tapada<br />
dAjuda (Welw.). — Alto Alemlejo: Marvão (B. da Cunha). — Baixo Alemtejo<br />
littoral: serra dArrabida (Moller). — Baixas do Guadiana: Beja (R.<br />
da Cunha).<br />
Area geogr. — Europa austral.<br />
Festuca Myurus L. Sp. pi. ed. I, p. 74; Brot. p. 115; Vulpia Myurus<br />
Gm. Fl. bad. I, p. 8; Willk. et Lange, p. 91; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />
p. 365.<br />
Exsic. — Welw. n.° 1017; Soc. Brot. n.° 309; Fl. lusit. exs. n.° 33.<br />
Annual; colmos direitos <strong>de</strong> 1540 cent.; folhas estreitas planas e mais<br />
tar<strong>de</strong> enroladas, ligula curta troncada, bainha da folha superior muito longa<br />
e involvendo a base da panicula. Panicula muito comprida unilateral estreita<br />
e curva na parte superior, ramos numerosos encostados ao eixo principal;<br />
pedicellos das espiguetas lateraes muito curtos; espiguetas pequenas oblongocuneiformes<br />
com 46 dores; glumas muito <strong>de</strong>seguaes, a inferior egual ao<br />
V3 da superior, esta lanceolada acuminada egual a Va da glumella que lhe<br />
fica superior sem a pragana ; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior não ciliada e<br />
prolongada numa pragana mais comprida do que ella ; 1 estame, raras vezes<br />
2 ou 3, anthera 1<br />
/a <br />
l mill.<br />
Hab. nos logares áridos, pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: serra <strong>de</strong> Rebordâos, Bragança (P. Coutinho,<br />
Moller); Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Alemdouro littoral: serra do<br />
Gerez (M. Ferreira); <strong>de</strong> Valença até Vianna do Castello (B. da Cunha);
138<br />
serra do Soajo, Melgaço, na serra <strong>de</strong> S. Gregorio (Moller) ; S. Pedro da<br />
Cova, Vizella (E. Schmitz). — Beira trasmonlana: Villar Formoso (R. da<br />
Cunha). — Beira central: Guarda (Daveau); Caramullo, Vizeu (Moller).—<br />
Beira meridional: Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Beira littoral : Aveiro<br />
(J. Henriques, E. Mesquita); Louzà (J. Henriques); <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho,<br />
Moller) ; Ponte da Mucella, Oliveira <strong>de</strong> Bairro (M. Ferreira). — Centro<br />
littoral: Berlengas, Caldas da Rainha (Daveau); pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel);<br />
Lisboa, na Tapada d'Ajuda, Alcantara (Welw.); Bemfica (O.<br />
David). — Allo Alemtejo: Évora (Daveau); Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong>, Marvão (R.<br />
da Cunha); Villa Fernando (R. Larcher). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite<br />
(R. da Cunha); do Poceirâo até aos Pegões, serra <strong>de</strong> S. Luiz, Grândola,<br />
na serra da Caveira (Daveau) ; entre Villa Nova <strong>de</strong> Milfontes e Cercal,<br />
nos mattos (Welw.). — Algarve: Monchique (Moller).<br />
Area geogr.-.-Europa media e austral.<br />
Festuca foromoi<strong>de</strong>s L. Sp. pi. ed. Ï, p. 75.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1013 e 1015; Soe. Brot. n.° 881.<br />
Annual; colmos <strong>de</strong> 6-30 cent, finos direitos, nús em gran<strong>de</strong> extensão<br />
na parte superior; folhas estreitas enroladas, ligula curta troncada. Panicula<br />
<strong>de</strong> 5-10 cent, direita unilateral; espiguetas com 3-5 flores com pedicellos<br />
curtos (2 mill.), glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior egual ao terço ou<br />
meta<strong>de</strong> da superior uninervea, a superior 3-nervea aguda subulada e egual<br />
ou um pouco menor que as flores; glumellas quasi eguaes, a inferior com<br />
a nervura dorsal distincte lanceolada e prolongada numa pragana mais comprida<br />
do que ella hispidula principalmente na meta<strong>de</strong> superior e na pragana,<br />
a superior membranosa hispidula nas carenas levemente 2-<strong>de</strong>nteada;<br />
1 estame, anthera muito pequena.<br />
ß. Broten (Bss; et Reut.); Festuca hibrida Brot. p. 115; Vulpia<br />
Broteri Bss. et Reut. Pug. p. 128; V. sciuroi<strong>de</strong>s Gm. var.<br />
logearistata Willk. et Lange, p. 91; Hackel, p. 24; Colmeiro,<br />
p. 366. — Diffère.da forma typica em .ser mais vigorosa,<br />
em ter a panicula maior mais compacta ramosa, nas<br />
espiguetas com 5-8 flores e na pragana muito mais comprida.<br />
Hab. nos Jogares áridos, caminhos, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Villa Real (D. Monteiro); serra <strong>de</strong> Montesinho<br />
(Möller); Moncorvo (Mariz); Adorigo (Schmitz). — Alemdouro littoral: serra<br />
do Gerez (Moller); Mattosinhos, Seixas (R. da Cunha); S. Pedro da Cova<br />
(Schmilz). —Beira trasmonlana: Villar Formoso (R. da Cunha); Trancoso<br />
(M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella, do Caramullo, Vizeu,
139<br />
Lobão, Oliveira do Con<strong>de</strong> (Moller); Bussaco (J. Henriques).—Beira meridional:<br />
Alcai<strong>de</strong>, Covilhã (R. da Cunha); Figueiró dos Vinhos (V. Freitas).<br />
— Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Barjona); Louzã (J. Henriques); Lavos<br />
(M. Ferreira). — Centro littoral: Torres Vedras (B. e Cunha); collinas <strong>de</strong><br />
Alverca e Arruda (Daveau) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw.) ; Monsanto<br />
(Moller). — Alto Alemlejo: Marvão (B. da Cunha); MontemóroNovo (Daveau);<br />
Redondo (P. Simões); Portalegre (Moller).—Baixo Alemtejo lilloral:<br />
Azeitão (Welw.); Barreiro (Moller); Alfeite (R. da Cunha); Grândola,<br />
na serra da Caveira (Daveau); Formosinho, na Arrábida, Setúbal (A. Luisier).—<br />
Algarve: serra <strong>de</strong> Foia, Tavira (Welw.); <strong>de</strong> Faro a S. João da<br />
Venda, nos pinhaes (Daveau); Olhão (Moller).<br />
Area geogr. — Europa media e mediterrânea, Africa boreal.<br />
Subgen. Nardurus Reichb.<br />
Espiguetas sempre encostadas ao eixo da espiga<br />
Espiguetas afastadas do eixo durante a anthese<br />
Festuca Lachenalii Spen. Fl. frib. HI, p. 1050; Triticum tenellum<br />
L. Syst. ed. X, p. 880; Nardurus Lachenalii Godr. Fl. lor. III, p. 187;<br />
Willk. et Lange, p. 115; Colmeiro, p. 416.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1024 e 1028; Soc. Brot, η. 05<br />
1526 e 1526";<br />
Fl. lusit. exs. n.° 228.<br />
Annual, multiculmea; colmos direitos <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong>c, nós violáceos; folhas<br />
curtas estreitas, glabras ou pubescentes na face superior planas, enrolandose<br />
quando seccas, ligula curta prolongandose pelos lados da bainha.<br />
Espiga direita estreita rígida disticada simples, raras vezes ramosa na<br />
base, eixo cavado nos pontos <strong>de</strong> inserção das espiguetas; espiguetas quasi<br />
rentes com 58 ílores sempre encostadas ao eixo da espiga; glumas quasi<br />
eguaes, 3nerveas, a superior ovalobtusa; glumellas eguaes, a inferior<br />
ovallanceolada mais ou menos obtusa levemente ciliada na parte inferior<br />
5nervea mutica.<br />
b. tenuicula (Lois.), Triticum tenuicolum Lois. Not. p. 27; F. Lachenalii,<br />
γ. aristata Koch; Narduros Lachenalii, ß. aristatus<br />
Bss. Voy. II, p. 667. —Diffère da forma typica por ter a<br />
glumella inferior com pragana tão longa como a glumella ou<br />
um pouco mais curta.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e cultivados.<br />
F. Lachenalii Spen.<br />
F. patens (Brot.).
140<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, no cabeço <strong>de</strong> S. .Bartholomen (M.<br />
Ferreira); no valle do Chorido, Montesinho iMoller); Adorigo (Schmitz).;<br />
Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa) ; serra do Marão (J. Henriques). — Alemdouro<br />
littoral: MonteDôr (R. da Cunha); Amarante (G. Sampaio); Porto<br />
(G. Sampaio); Vallongo (Schmitz). — Beira trasmontana: Villar Formoso,<br />
Ponte do Mouro, Mido (R. da Cunha); Trancoso (M. Ferreira).— Beira<br />
meridional: Castello Branco (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann).<br />
— Beira central: serra da Estrella (R. da Cunha); Bussaco, Caramullo,<br />
Lobão (Moller); Vizeu (M. Ferreira).—Beira littoral: serra da Louzã,<br />
<strong>Coimbra</strong> (Moller); Ponte da Mucella (M,. Ferreira). — Allo Alemtejo: Évora<br />
(Daveau); Portalegre (Moller). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite (P. GOUT<br />
tinho, R. da Cunha); Setúbal, nos pinhaes (Daveau); Coina, Fornos d'El<br />
Rei, Fontarinha, entre Composta e Meli<strong>de</strong>s (Welw.); Setúbal (A. Luisier).<br />
— Algarve: serra <strong>de</strong> Foia (Welw.); Monchique (Moller).<br />
Area geogr. — Europa meridional.<br />
Festuca patens (Brot.) Κ. Richter Pl. europ. p. 110; Triticum patens<br />
Brot. p. 120; Nardurus Lachenalii, γ. maximus Lange Pug. p. 58;<br />
Willk. et Lange, p. 115; N. patens Hackel, p. 31; Colmeiro, p. 416.<br />
Exsic —Fl. lusit. exs. n.° 229; Soc. Brot. n.° 173.<br />
.Espécie próxima da anterior da quai diffère principalmente pela gran<strong>de</strong>za<br />
do colmo (5090 cent.), pela espiga mas comprida (1924 cent.), e<br />
especialmente pela posição das espiguetas durante a anthese e mesmo antes<br />
afastadas do eixo formado em angulo <strong>de</strong> 45°70°.~<br />
Hab. nos terrenos arenosos em geral das regiões aitas.<br />
Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa); Bragança<br />
(M. Ferreira). — Alemdouro littoral: Penafiel, nas searas, Mourisca, perto<br />
do Porto (G. Sampaio). — Bejra trasmontana: Almeida (M. Ferreira).—<br />
Beira central: serra da Estrella (Moller); Vallezim (J. Henrique). — Beira<br />
meridional: Castello Branco (R. da Cunha). — Beira littoral : <strong>Coimbra</strong> (C.<br />
Men<strong>de</strong>s); Louzã, Miranda (Brotero); Bussaco (Hackel).<br />
Area geogr. — Portugal.<br />
CATAPODIUM 1<br />
Lk. — Espiga simples, raras vezes ramosa, dislicada;<br />
espiguetas mais estreilas na ponta encostadas ao eixo excavado com<br />
pedicellos muito curtos grossos, glumas quasi eguaes, a superior obtusa;<br />
glumellas eguaes, a inferior concava oblusa; caryopse oblongo concavo ou<br />
mais ou menos canaliculado na face interna.<br />
1<br />
De κατά, em baixo, e πόδιον, pesinho; allusão á pequena ligação na base das espiguetas.
141<br />
Catapodiuin loliaceum (Huds.) Link. H. ber. Ï, p. 145; Poa löliaeea<br />
Huds..'FL. angl. p. 43; Desmaseria loliacea Nym. Syl. p. 426; Willk.<br />
et Lange, p. 112; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 410.<br />
Exsic. —Welw. n.° 1020; Soc. Brot. n.° 1352; Fl. lusit. exs. n.°<br />
1141.<br />
Multiculmea; colmos <strong>de</strong> 510 cent, <strong>de</strong>itado ou ascen<strong>de</strong>nte duro; folhas<br />
•ver<strong>de</strong>s ou violáceas lineares planas glabras, a ultima próxima da espiga<br />
e involvendoa por vezes, ligula comprida troncada laciniada. Espiga simples<br />
rígida; espiguetas disticadas com pedicello curto e grosso <strong>de</strong> 511<br />
flores encostadas ao eixo da espiga ílexuoso e escarioso junto <strong>de</strong> cada<br />
espigueta, frequentes vezes imbricadas; glumas quasi eguaes lanceoladas,<br />
a superior 3nervea subobtusa; glumellas eguaes, a inferior oval ou suborbicular<br />
obtusa glabra 5nervea, sendo bem distinctas a media e as duas<br />
próximas da margem; antheras muito pequenas; caryopse oblongo levemente<br />
canaliculado na face interna.<br />
Hab. nas areias marítimas.<br />
Alemdouro lilloral: Foz do Douro (Schmitz); areaes do Douro, prox.<br />
do Porto (G. Sampaio); Molledo, Areosa, Carriço (B. da Cunha). — Beira<br />
lilloral: Buarcos (Schmitz, Moller). — Centro littoral: Berlengas e Fari<br />
Ihões, Cascaes (Daveau). — Baixo Alemtejo lilloral: Setúbal, Barreiro<br />
(Welw.). — Algarve: Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Hackel).<br />
SCLEROPOA 1<br />
Gris. — Espiguetas <strong>de</strong> 511 flores, estreitas, bastante<br />
compridas, umas quasi rentes, outras com pedicellos curtos e grossos, dispostos<br />
em espiga ou panicula, rígidas; glumas quasi eguaes carenadas<br />
linearlanceoladas obtusas mais curtas que as flores; glumellas quasi eguaes,<br />
a inferior ovallanceolada carenada 35nervea mutica ou mucronulada, a<br />
superior 2<strong>de</strong>nteada ; caryopse adhérente á glumella superior.<br />
Scleropoda rigida (L.) Gris. Spie. II, p 431; Poa rígida L. Am.<br />
açad. IV, p. 365; Brot. p. 103; Willk. et Lange, p. 87; Hackel, p. 23;<br />
Colmeiro, p. 354.<br />
Exsic —Welw. n. 09<br />
1004 a 1006; Soc. Brot. n. 0s<br />
307 e 307«; Fl.<br />
lusit. exs. p. 23.<br />
Multiculmea; colmos <strong>de</strong> 530 cent, geniculadoascen<strong>de</strong>ntes rigidos lisos;<br />
folhas lineares acuminadas a principio planas, mais tar<strong>de</strong> enroladas, ligula<br />
um pouco comprida troncada lacerada. Panicula direita ver<strong>de</strong> ou violácea<br />
subunilateral, raras vezes simples, os ramos inferiores com muitas espi<br />
1<br />
De σκληρός, duro, e r.ía, herva; allusão á rigi<strong>de</strong>z d'estas plantas.
142<br />
guetas, as superiores com uma só, direitos grossos trigonos ru<strong>de</strong>s nos ângulos,<br />
os maiores tendo espiguetas quasi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; espiguetas lateraes<br />
linearoblongas com 512 llores distantes umas das outras pequenas com<br />
pedicello direito grosso e trigono; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes lanceoladas<br />
subobtusas com uma estreita margem escariosa 13nerveas; glumellas<br />
eguaes, a inferior ovallanceolada subobtusa raras vezes levemente<br />
mucronada concavocarenada 35nervea; caryopse oblongocylindrico achatado<br />
e levemente convexo na face externa.<br />
var. patens DuvalJouve; S. patens Presl. — Diffère do typo por<br />
ter a panicula maior e patente.<br />
Hab. nos terrenos áridos, pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Alemdouro<br />
littoral: Barcellos (R. da Cunha); Paranhos (G. Sampaio). — Beira central:<br />
Bussaco (M. Ferreira). — Beira meridional: Castello Branco (R. da<br />
Cunha). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, A. Carvalho); Mira, Lavos<br />
(M. Ferreira). — Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto,<br />
Lumiar, Campo Gran<strong>de</strong>, Paço d'Arcos (Welw., Daveau, R. da<br />
Cunha). — Allo Alemtejo: Portalegre (R. da Cunha, Moller); Redondo (P.<br />
Simões).—Baixo Alemtejo littoral: Barreiro, nas areias salgadas (Welw.);<br />
Setúbal (A. Luisier).—Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Mértola<br />
(Moller).—Algarve: Faro, nos terrenos arenosos e nas beiras dos<br />
caminhos ; entre Olhão e Fuzeta (Welw.) ; Silves (Daveau) ; Tavira, Monchique<br />
(Moller).<br />
Area geogr.—Região mediterrânea.<br />
Subtribu Brachypo<strong>de</strong>ae<br />
BBOMÜS 1<br />
L. — Panicula simples ou ramosa na parte inferior; espiguetas<br />
pedicelladas multifloreas, flores superiores rudimentares; glumas<br />
<strong>de</strong>seguaes membranosas carenadas, a inferior uninervea mais pequena, a<br />
superior 5nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior fusiforme subulada<br />
carenada 2<strong>de</strong>nteada ou 2fida com pragana maior que ella na maior<br />
parte das espécies e inserida um pouco abaixo do vértice, raras vezes mucronada<br />
ou mutica, a superior ciliada nas carenas; glumellulas oblongas,<br />
1<br />
De βρωυο;, alimento; allusão ás proprieda<strong>de</strong>s nutritivas das espécies d'esté género.
143<br />
inteiras; ovário villoso na parle superior, estigmas rentes ou quasi rentes<br />
nascendo sobre a face dorsal do ovário e um pouco abaixo da extremida<strong>de</strong>;<br />
caryopse adhérente ás glumellas oblongo com macula hilar comprida<br />
e appendiculado e villoso na extremida<strong>de</strong> superior.<br />
Gluma inferior 1nervea Subgen. Stenobromus.<br />
Gluma inferior 33nervea Subgen. Zeobromus.<br />
Subgen. Stenobromus<br />
(Panicula unilateral B. tectorum L.<br />
1 (Panicula não unilateral 2<br />
(Praganas sempre direitas mais ou menos parallelas 3<br />
2 (Praganas divergentes em forma <strong>de</strong> leque <strong>de</strong>pois da floração... · 3<br />
3<br />
S<br />
(Praganas duas vezes mais compridas do que as glumellas 4<br />
(Praganas quando muito <strong>de</strong> 3 cent Β. sterilis L.<br />
(Antheras muito pequenas; panicula <strong>de</strong>nsa B. maximus Desf.<br />
(Antheras gran<strong>de</strong>s B. macrantherus Hack.<br />
(Panicula não compacta oblonga Β madritensis L.<br />
(Panicula compacta obovada B. rubens L.<br />
Bromas sterilis L. Sp. pi. ed. I, p. 77; Brot. p. 112; Willk. et<br />
Lange, p. 98; Hackel, p. 27; Colmeiro, p. 378.<br />
Annual; colmos direitos glabros lustrosos; folhas compridas lineares<br />
planas pubescentes ásperas nas margens, ligula ovaloblonga laciniada.<br />
Panicula inclinada <strong>de</strong> ramos distantes e mais ou menos patentes, ramos<br />
finos ásperos compridos em geral com uma única espigueta; espigueta <strong>de</strong><br />
35 cent, oblongocuneiformes glabras com 611 flores, glumas muito<br />
<strong>de</strong>seguaes acuminadas muito agudas escariosas nas margens, glumellas<br />
<strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada acuminada 2fida escariosa na margem e<br />
no vértice muito áspera no dorso com 7 nervuras muito dislinctas e com<br />
pragana ru<strong>de</strong> direita mais comprida do que ella inserida pouco abaixo do<br />
vértice, a superior longamente ciliada.<br />
Hab. nos terrenos incultos, margens dos caminhos, muros, etc.<br />
Alemdouro trasmontano : visinhanças <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong> Espada á Cinta, Moncorvo<br />
(Mariz)..— Alemdouro littoral: Monsão (R. da Cunha); Porto, na
14*<br />
Povoa <strong>de</strong> Cima (G. Sampaio); S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira trasmontana:<br />
Villar Formoso (R. da Cunha).—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller,<br />
Β. Carreiro); Louzã (J. Henriques).— Centro littoral: Torres Vedras<br />
(B. e Cunhu) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Daveau).—Algarve: Monchique<br />
(Welw.).<br />
Area geogr. — Begião mediterrânea.<br />
Bromas maxiinns Duf. Fl. atl. I, p. 95 ; B. madritensis Brot. p.<br />
113; Willk. et Lange, p. 98; Hackel, p. 27; Colmeiro, p. 379.<br />
Exsic —Welw. n.° 1035; Soe. Brot. n. os<br />
39 e 39 a<br />
; FI. lusit. exs.<br />
n.° 1140.<br />
Annual; colmos <strong>de</strong> 36 <strong>de</strong>c. direitos ou inclinados na base pubescentes<br />
na parte superior; folhas lineares planas villosas nas duas faces, bainha<br />
villosn, ligula oblonga laciniada. Panicula ver<strong>de</strong> ou violácea direita, curta<br />
oblonga compacta, ramos ásperos curtos direitos dispostos por 23 nos nós<br />
% inferiores em geral simples pubescentes; espiguetas <strong>de</strong> 57 cent, oblongocuneiformes<br />
glabras ásperas com 49 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes acuminadas<br />
escariosas nas margens ásperas na carena, glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
profundamente 2fida com pragana forte direita duas vezes mais comprida<br />
do que ella com 5 nervuras bem distinctas, duas <strong>de</strong> cada lado próximas<br />
das margens, a superior ciliada nas carenas.<br />
b. Gussoni Pari. PI. rar. fase. II, p. 8.—Panicula muito maior<br />
menos compacta, inclinada e ramos um pouco compridos, os<br />
maiores divididos e reunidos por 46 nos nós inferiores.<br />
• Hab. nos Jogares áridos.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, Pinhão (Moller); Alfan<strong>de</strong>ga da Fé<br />
(D. M. Ochoa); Villa Beal (D. Monteiro); Moledo (W. Lima).—Alemdouro<br />
littoral: Seixas, Ponte do Mouro (B. da Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong><br />
Basto (D. M. Henriques); Porto, Vallongo (Schmitz). — Beira trasmontana:<br />
Almeida, Mido (R. da Cunha). — Beira central: S. Romão (M. Ferreira);<br />
Caramullo, Oliveira do Con<strong>de</strong>, Celorico, Lobão, Bussaco (Moller).<br />
— Beira littoral: Aveiro, na Gafanha (E. Mesquita); Louzã (B. Carneiro);<br />
<strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira, Β. Carneiro); Ponte da Mucella, entre Montemor<br />
e Seixo <strong>de</strong> Gatões (M. Ferreira). — Beira meridional: Alcai<strong>de</strong>, Castello<br />
Branco (B. da Cunha); Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Centro littoral:<br />
Marinha Gran<strong>de</strong>, nos pinhaes (G. Pimentel); Torres Vedras (B. e<br />
Cunha); Berlengas (Daveau); Azambuja, nos pinhaes (Welw.); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa (Welw., Daveau); Cintra (D. S. Silva). — Allo Alemtejo: Portalegre<br />
(L. Marçal); Marvão, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha) ; Évora (Daveau,<br />
Moller); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo lilloral: Costa da
Caparica, Alfeite, nos pinhaes, Barreiro, Seixal, na praia (R. da Cunha) ;<br />
entre Almada e Trafaria (P. Coutinho); S. Thiago <strong>de</strong> Cacem, ilha do Pecegueiro<br />
(Daveau); Villar Formoso (Welw.). — Baixas do Guadiana: Serpa<br />
(Daveau); Beja (R. da Cunha). — Algarve: Olhão, Santo Antonio do Alto<br />
(Welw.).<br />
Area geogr.—Begiâo mediterrânea.<br />
Bromns maerantherns Hackel in litt.<br />
Espécie muito próxima da antece<strong>de</strong>nte e especialmente da var. Gussonii,<br />
differindo principalmente pela gran<strong>de</strong>za das antheras que têm 6 mill.<br />
Hab. nos logares relvosos das margens dos rios.<br />
Beira lilloral : margens do Mon<strong>de</strong>go, em Villa Franca (B. Carneiro).<br />
Area geogr. — Portugal e Argélia.<br />
O prof. Hackel <strong>de</strong>screve esta espécie do modo seguinte:<br />
Annuus; culmis circ. 5070 cm. altus, teres, sub panicula scaber vel<br />
puberulus. Vaginae ad oras pilosae; ligula 23 mm. longa, retusa, glabra,<br />
<strong>de</strong>ntata, <strong>de</strong>mum lacera. Laminae lineares, longe acutatae, utrinque scaberrimae,<br />
praeterea supra pilis raris adspurae. Panicula ovala, laxa vel<br />
<strong>de</strong>nsiuscula, subnutans, 1220 cm. longa, rachis scaberrima, ramis inferioribus<br />
25 mm. superioribus saepi.us solitariis, omnibus fdiformibus, patulis<br />
vel plus minus nulantibus, modo scaberrimis modo hirtulis, plerumque<br />
unispiçulatis. Spiculae laterales extremae breviter pedicellatae, basilares<br />
pedicel!is 24 cm. longis fultae, omnes linéarioblongae, post anlhesin ápice<br />
parem dilatatae, multillorae, absque arislis circ. 2 cm. longae, viri<strong>de</strong>s vel<br />
levitei <br />
violaceosuffusae. Glumae steriles parum inaequales (12:1516:19<br />
mm. longae) ; I. ma<br />
subulatolanceolata uninervis, Π lanceolata 3nervjs, in<br />
acumen tenuissimum protraclae, carinatae, carina scabra, II. da<br />
a m<br />
IV.<br />
(<strong>de</strong>mpta<br />
arista) aequans. Glumae fertiles lanceolalae, 1215 mm. longae, 5nerves,<br />
scabropunctatae, infra apicem subulutobi<strong>de</strong>nticulatum aristam emitens rectam<br />
validam scaberrimam 4560 mm. longam, glumam suam ergo quádruplo<br />
plusve superantem, basi callo maturitatis tempore obtusiusculo<br />
cicatrice oblongoelliplica notata. Palea gluma V6 _1<br />
/4 brevior. Lodiculae<br />
pusillac, integrae. Stamina 3 antheris magnis (6 mm. longis), angusle<br />
linearibus áureollavis. Proximum B. máximo Desf. cui forsan subspecies<br />
serins (dum omnes hujus speciei polymorphae formae notae atque monographice<br />
dispositae sint) habendus. Inter B. maximi varietates v. subespécies<br />
praecipue B. Gussonii Pari. noslro B. macranlhero proximus, diílert<br />
tarnen (ul reliquae) spiculis multo majoribus, gluma fertili circ. 3 cm.<br />
longa, arista sua non nisi duplo superata, praecipue vero antheris minimis<br />
vix ultra 1 mm. longis.<br />
OBS. — Cultura constantissimus manet.<br />
ÍO XX
14-6<br />
Bi'omus teetorum L. Sp. pi. ed. I, p. 77; Willk. et Lange, p. 98;<br />
Hachel, p. 27; Colmeiro, p. 26.<br />
Annual; colmos <strong>de</strong> 2-4 <strong>de</strong>c. direitos ou um pouco recurvados na base<br />
pubescentes na parte superior; folhas planas lisas pubescentes, <strong>de</strong> limbo<br />
relativamente curto, ligula truncada laciniada, bainha pubescente. Panicula<br />
<strong>de</strong> còr ver<strong>de</strong> clara ou violácea estreita compacta unilateral e inclinada,<br />
ramos flexuosos finos pubescentes semiverlicillados os maiores ramosos;<br />
espiguetas <strong>de</strong> 3 cent, com as praganas, oblongo-cuneiformes pubescentes<br />
ou pilosas, raras vezes glabras, lisas com 6-12 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes,<br />
acuminadas escariosas nas margens, a inferior uninervea, a superior 3-nervea,<br />
nervuras nào chegando até a ponta; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
lanceolada acuminada 2-fida na extremida<strong>de</strong> escariosa nas margens e na<br />
extremida<strong>de</strong> com 7 nervuras pouco distinctas a central prolongando-se<br />
numa pragana áspera do comprimento da glumella ou mais longa, a superior<br />
ciliada nas carenas; antheras muito pequenas.<br />
Hab. nos terrenos arenosos, sobre as pare<strong>de</strong>s velhas, nos telhados,<br />
etc.<br />
Alemdouro lansmonlano: Bragança (P. Coutinho, Müller); Miranda do<br />
Douro, Freixo <strong>de</strong> Espada â Cinta (J. Mariz); Adorigo (Schmitz); Alijó<br />
(A. <strong>de</strong> Sousa). — Alemdouro littoral: Porto, no Areinho (G. Sampaio).<br />
— Beira trasmonlana: Villar Formoso (B. da Cunha).—Beira central:<br />
Guarda (M. Ferreira); Celorico da Beira (R. da Cunha). — Beira littoral:<br />
<strong>Coimbra</strong> (M. Ferreira). — Beira meridional : Castello Branco (R. da Cunha).<br />
— Allo Alemtejo: Évora (Moller) ; Portalegre (C. Machado). — Baixo Alemtejo<br />
littoral: Santarém (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da<br />
Cunha, Moller).<br />
Area geogr. — Europa, Asia, Africa boreal.<br />
OBS.—Encontram-se as formas glabra e pubescente sendo a primeira<br />
mais frequente.<br />
Bromas madritensis L. Am. acad. p. 265; B. varius Brot. p. 113;<br />
Willk. et Lange, p. 99; Hachel, p. 17.<br />
Exsic. — Welw. n. 09<br />
1033, 1038 e 1040; Fl. lusit. exs. n.° 37; Soe.<br />
Brot. n.° 1276.<br />
Annual; colmos <strong>de</strong> 1-6 <strong>de</strong>c. direitos ou levemente curvados perto da<br />
base, glabro ou levemente pubescente na parte superior; folhas planas<br />
acuminadas mais ou menos pubescentes; ligula oblongo-lanceolada laciniada,<br />
bainha pubescente. Panicula violácea oblonga pouco compacta a principio<br />
direita mais tar<strong>de</strong> um pouco inclinada na parte superior, ramos semiverticillados<br />
lisos ou levemente ásperos direitos ou um pouco patentes, os<br />
maiores em geral com mais <strong>de</strong> uma espigueta; espiguetas oblongo-cunei-
147<br />
formes abertas na extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois da floração com 812 flores; glumas<br />
<strong>de</strong>seguaes estreitas longamente acuminadas escariosas nas margens ;<br />
glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior estreita linear lanceolada acuminata pubescente<br />
2fida com uma orla escariosa estreita na margem 7nervea, sendo<br />
as duas nervuras externas marginaes e a media prolongandose numa pragana<br />
<strong>de</strong> comprimento egual ao da gluma, a superior egual a 2<br />
/ä da inferior<br />
pubescente e ciliada na carena.<br />
3; cilialus Guss. Syn. Fl. sic. I, p. 78. — Panicula um pouco mais<br />
<strong>de</strong>nsa e tanto as glumas como as glumellas pubescentes especialmente<br />
sobre as nervuras.<br />
Hab. nos terrenos áridos, nas margens dos campos, etc.<br />
Alemdouro trasmontano : Bragança (P. Coutinho, Moller) ; Adorigo<br />
(Schmitz); Moncorvo (J. Mariz). — Alemdouro littoral: Porto, em Lor<strong>de</strong>lio<br />
(G. Sampaio). — Beira trasmontana: Trancoso (M. Ferreira).—<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. e Cunha); Louzã (J. Henriques);<br />
Ponte da Mucella (M. Ferreira).— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa,<br />
Perna <strong>de</strong> Pau (Daveau); Amora (Welw.); Capari<strong>de</strong> (P. Coutinho); Villa<br />
Franca (B. da Cunha) ; Meca (Moller) ; pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel) ;<br />
Torres Novas (B. da Cunha); Cintra (Welw.). — Alto Alemtejo: Portalegre,<br />
Crato (B. da Cunha); Redondo (P. Simões). — Baixo Alemtejo littoral:<br />
Alfeite (P. Coutinho). — Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha);<br />
Ficalho, Castro Ver<strong>de</strong> a Carrasqueiro (Daveau) ; Cazevel (Moller). — Algarve:<br />
Olhão (Welw.); Silves (Daveau); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio,<br />
Faro (Guimarães, Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.<br />
Bromas rutoens L. Am. acad. IV, p. 265; Willk. et Lange, p. 99;<br />
Colmeiro, p. 380.<br />
Espécie muito semelhante á anterior, differinclo principalmente pela<br />
panieula mais curta <strong>de</strong>nsa pouco ramosa e mais ou menos violácea, espiguetas<br />
com 48 flores. O colmo é pubescente na parte superior.<br />
Hab. nos terrenos áridos e incultos, nas pare<strong>de</strong>s e nos.caminhos.<br />
Alemdouro trasmontano: Barca d'Alva (G. Sampaio). — Beira trasmontana:<br />
Almeida (M. Ferreira).—Allo Alemlejo: Portalegre, Marvão (R. da<br />
Cunha).— Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha); entre Carrasqueiro<br />
e Castro Ver<strong>de</strong> (Daveau); Mértola (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.
i<br />
148<br />
Subgen. Zeobromus (Serrafalcus Pari.)<br />
(Glumellas com as margens enroladas e não imbricadas B. secalinus.<br />
(Glumellas não enroladas e inteiramente imbricadas 2<br />
(Praganas sempre direitas 3<br />
2 (Praganas torcidas e divarieadas <strong>de</strong>pois da floração 4<br />
3<br />
4<br />
(Gluma inferior Snervea B. mollis.<br />
( Gluma inferior 3nervea B. racemosus.<br />
(Espiguetas gran<strong>de</strong>s com 1020 flores B. macrostachys.<br />
(Espiguetas uão gran<strong>de</strong>s 5<br />
1Panicula muito <strong>de</strong>nsa; praganas divarieadas B. scoparius.<br />
Panicula não <strong>de</strong>nsa, algumas praganas divarieadas B. molliformis.<br />
Bromns secaliiras L. Sp. pi. ed. I, p. 70; Brot. p. 111 ; Serrafalcus<br />
secalinus Bab. Man. ofbrit. bol. ρ 374; Willk. et Lange, p. 100; Hackel,<br />
p. 28; Colmeiro, p. 382.<br />
Annual; colmos glabros lustrosos <strong>de</strong> 510 <strong>de</strong>c; folhas planas acuminadas<br />
mais ou menos pelludas na face superior, bainha quasi sempre glabra,<br />
ligula curta truncada. Panicula a principio direita, <strong>de</strong>pois inclinada<br />
unilateral, ramos ásperos <strong>de</strong>seguaes os inferiores semiverticillados; espiguetas<br />
ovaloblongas ou lanceoladas com 515 flores a principio imbricadas<br />
por fim quasi cylindricos e não imbricadas; glumas <strong>de</strong>seguaes, a<br />
inferior lanceolada aguda, a superior oval obtusa; glumellas quasi sempre<br />
eguaes, a inferior ovaloblonga com estreita margem escariosa com 7 nervnras<br />
pouco dislinctas, mutica ou com pragana curta inserida abaixo do<br />
vértice chanfrado; caryopse profundamente canaliculado na face interna.<br />
Hab. nas searas e nos prados.<br />
Centro littoral: Lisboa (P. Coutinho); serra <strong>de</strong> Monsanto (R. da Cunha).<br />
— Baixo Alemtejo littoral: Costa <strong>de</strong> Caparica (Daveau). — Baixas da Guadiana:<br />
Beja (D. S. Silva).<br />
Area geogr.—Europa boreal, media e meridional.<br />
OBS. — O dr. Brotero indica esta espécie como vegetando especialmente<br />
no norte <strong>de</strong> Portugal. Não tem porém sido encontrada nas mo<strong>de</strong>rnas explorações.<br />
Alguns exemplares colhidos pelo sr. Daveau na costa <strong>de</strong> Caparica<br />
po<strong>de</strong>m ser referidos á varieda<strong>de</strong> ou forma microstachis Godr.
149<br />
Bromas commntatns Schrad. Fl. germ. I, p. 353 ; Serrafalcus commutatus<br />
Bab. p. 374; Willk. et Lange, p. 100; Colmeiro, p. 383.<br />
Annual; colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes glabros <strong>de</strong> 3-10 <strong>de</strong>c; folhas<br />
planas lineares acuminadas pubescentes, assim como as bainhas, ligula<br />
curta lacerada. Panicula inclinada subunilateral simples ou ramosa, ramos<br />
curtos finos flexuosos ásperos do comprimento da espigueta ou um pouco<br />
mais compridos; espiguetas oval-lanceoladas agudas um pouco compridas<br />
glabras ou algumas vezes pelludas ver<strong>de</strong>s ou mais ou menos violáceas,<br />
com 8-10 ílores; glumas <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada, a superior ovallanceolada<br />
obtusiuscula ou mucronada; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior<br />
elliptico-oblonga obscuramente 7-nervea emarginada no vértice com pragana<br />
direita <strong>de</strong> comprimento egual ao da glumella.<br />
Hab. nos prados e searas.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho). — Beira trasmontana :<br />
Almeida (M. Ferreira); Castello Bom, Villar Formoso (R. da Cunha).—<br />
Beira littoral: Aveiro (T. Lebre); Louzã (J. Henriques); <strong>Coimbra</strong>, no<br />
Choupal (Moller).<br />
Area geogr. — Europa e Africa boreal.<br />
Bromas mollis L. Sp. pi. ed. II, p. 112; Brot. p. Ill; Serrafalcus<br />
mollis Pari. Pl. rar. Sic. far. U, p. 11; Willk. et Lange, p. 100; Hackel,<br />
p. 28; Colmeiro, p. 384.<br />
Exsic. —Welw. n.° 1037; Fl. lusit. exs. n.° 38; Soc. Brot. n. os<br />
312<br />
e 312 a<br />
.<br />
Annual; colmos direitos pubescentes na parte superior; folhas lineares<br />
acuminadas molles pubescentes, ligula curta troncada e muitas vezes laciniada.<br />
Panicula oblonga contrahida <strong>de</strong>pois da floração direita., ramos subverlicillados<br />
<strong>de</strong>seguaes, os mais compridos com mais <strong>de</strong> uma espigueta;<br />
espiguetas ovaes oblongas pubescentes, raras vezes glabras, com 6-10 flores,<br />
glumas lanceoladas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais estreita aguda<br />
5-nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior obovada com 7-9 nervuras muito<br />
pronunciadas escariosa na parte superior 2-fida e com pragana direita um<br />
pouco mais curta que a glumella.<br />
Hab. nos lameiros, nos terrenos cultivados, nas terras cascalhentas, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho); Bicafé, serra <strong>de</strong> Rebordãos<br />
(Moller); Freixo d'Espada á Cinta, Moncorvo (Mariz); Adorigo<br />
(Schmitz); Moledo (W. Lima); Villa Real (D. Monteiro); Chaves, na<br />
serra do Brunheiro (Moller).—• Alemdouro lilloral: serras do Gerez, <strong>de</strong><br />
S. Gregorio, do Soajo, Melgaço (Moller); Povoa <strong>de</strong> Lanhoso (Couceiro);<br />
<strong>de</strong> Villa Nova <strong>de</strong> Cerveira a Vianna do Castello (B. da Cunha); Paranhos<br />
(G. Sampaio). — Beira trasmontana: Villar Formoso, Almeida (R. da<br />
Cunha, M. Ferreira); Aguiar da Beira, Trancoso (M. Ferreira). — Beira
150<br />
central: Guarda, Gouveia, Vizeu (M. Ferreira); Oliveira do Con<strong>de</strong>, Fornos,<br />
Caramullo, em S. João do Monte, Lobão, serra da Estrella (Moller) ; Celorico<br />
(R. da Cunha); Bussaco (F. Loureiro). — Beira meridional: Castello<br />
Branco (R. da Cunha); Soalheira (P. e<br />
C. Zimmermann). — Beira littoral:<br />
<strong>Coimbra</strong>, Eiras, Brasfemes, Pombal, Galla (Moller); Taveiro (Β. e Cunha);<br />
Ponte da Mucella (M. Ferreira); Louzã (J. Henriques); Buarcos (Schmitz).<br />
— Centro littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel); lezíria d'Azambuja, Villa<br />
Franca (U. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., R. da Cunha, Daveau);<br />
Cintra (Daveau); prox. <strong>de</strong> Cascaes (P. Coutinho); Carni<strong>de</strong> (D. S.<br />
Silva). — Allo Alemtejo: Redondo (P. Simões); Évora, Portalegre (Moller,<br />
R. da Cunha); MontemoroNovo (Daveau). — Baixas do.Guadiana: Serpa<br />
(Daveau); Beja (R. da Cunha): Cazevel (Moller). — Algarve: Foia, Faro,<br />
nas vinhas (Welw.); Olhão, nos terrenos salgados, Portimão, Villa Real <strong>de</strong><br />
Santo Antonio, Castro Marim (Moller).<br />
Area geogr.•—• Europa media e meridional, Asia occi<strong>de</strong>ntal, Africa boreal.<br />
Bromns molliformis Lloyd. Fl. du Loir. inf. p. 315; Serrafalcus<br />
Lloydianus Gr. et Godr. Fl. fr. Ill, p. 591; Willk. et Lange, p. 101;<br />
Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 385.<br />
Annual; colmos direitos <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong>c. cespitosos com pubescencia fina,<br />
folhas linearacuminadas molles villosas <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> pallida, ligula oval<br />
dilacerada. Panicula oval ou ovaloblonga compacta e sempre contrahida<br />
direita pouco ramosa, ramos muito curtos lisos, pelludos, quasi todos mais<br />
curtos que as espiguetas, poucos com duas espiguetas; espiguetas oblongolanceoladas<br />
um pouco comprimidas pelludas <strong>de</strong> côr ver<strong>de</strong> pallida com 810<br />
flores; glumas lanceoladas agudas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior ellipticaoblonga<br />
com nervuras muito distinctas escariosa na parte superior 2fida,<br />
praganas tão compridas como as glumellas a principio direitas por fim todas<br />
ou algumas torcidas e divarieadas.<br />
Hab. nos terrenos incultos e nas proximida<strong>de</strong>s do mar.<br />
Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa). — Beira trasmontana:<br />
Villar Formoso, no Valle Fundo (M. Ferreira).—Beira littoral:<br />
<strong>Coimbra</strong> (Moller).— Centro littoral: serra <strong>de</strong> Monsanto (Moller). — Algarve:<br />
Lagos (Daveau).<br />
Area geogr. — França, Bélgica, Istria, peninsula ibérica.<br />
'Stromas scoparius L. Ann. acad. IV, p. 266; Serrafalcus scoparius<br />
Pari. Fl. pal. I, p. 174; S. Cavanillesii Willk. et Lange, p. 101; Hache!,<br />
p. 28; Colmeiro, p. 385.<br />
Annual; colmos <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong>c. direitos glabros; folhas estreitas lineares<br />
com pellos longos na face superior e nas bainhas, ligula curla troncada e
151<br />
irregularmente <strong>de</strong>nteada. Panicula <strong>de</strong>nsa oval ou oval-oblonga direita;<br />
espiguetas glabras ou pubescentes oblongo-lanceoladas com 6-* 10 Ílores<br />
muito imbricadas; glumas um pouco <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada, a<br />
superior oval-oblonga obtusa escariosa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio, glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />
a inferior oblonga escariosa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio, levemente 2-fida, praganas da<br />
gran<strong>de</strong>za das glumellas torcidas e divaricadas.<br />
Hab. nos terrenos incultos e areientos, nos caminhos e nos lameiros.<br />
Alemdouro Irasmonlano: Bragança, Ricafé (P. Coutinho, Moller); Freixo<br />
<strong>de</strong> Espada a Cinta (Mariz); Adorigo (Schmitz). — Beira trasmontana: Almeida<br />
(Li. da Cunha). —Beira meridional: Castello Branco (B. da Cunha).<br />
— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto (R. da Cunha,<br />
Moller); Valle d'Alcantara (Daveau); entre Bemfica e Porcalhota (P. Coutinho).—<br />
Baixo Alemlejo littoral: In graminosis tans Tagum rarior (Welw.).<br />
•—Allo Alemtejo: Villa Fernando (L. Marçal); entre Elvas e Badajoz<br />
(Schmitz).<br />
Area geogr.—Begiào mediterrânea.<br />
Bromas macrostaehys Duf. Fl. atl. I, p. 96; Br. squarrosus Brot,<br />
p. 112; Serrafalcus macrostaehys Pari. Fl. it. I. p. 397; Willk. et Lange,<br />
p. 102; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 386.<br />
Exsic. —Welw. n. os<br />
1001 e 1002; Soc. Brot. n.° 311; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 423.<br />
Annual; colmos direitos ou paniculados na parte inferior <strong>de</strong> 2-8 <strong>de</strong>c.<br />
glabros; folhas linear-agudas planas quasi glabras ou pelludas na face superior<br />
bem como nas bainhas, ligula curta laciniada. Panicula oblonga direita<br />
sempre contrahida quasi simples; ramos semiverticillados nos nós<br />
inferiores um pouco grossos ásperos ou pclludos, mais curtos que as espiguetas;<br />
espiguetas <strong>de</strong> 3-5 cent, direitas lanceoladas agudas um pouco<br />
comprimidas glabras com 8-15 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes com margens<br />
escariosas, a inferior lincar-lanceolada 3-5 nervea, a superior oval-oblonga<br />
7-nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior elliptica-oblonga com margens<br />
escariosas com 7-9 .nervuras muito salientes com pragana quasi do comprimento<br />
da glumella torcida e divaricada.<br />
Hab. nos terrenos incultos, margens dos caminhos, etc.<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller); estrada d'Eiras (M. Ferreira);<br />
Urmar (Schmitz). — Centro littoral: entre Lourinhã e Torres Vedras;<br />
<strong>de</strong> Carcavellos a Oeiras (Daveau); Villa Franca, Sacavém, serra <strong>de</strong><br />
Monsanto (R. da Cunha, Moller); tapada dAjuda, Lumiar, Monsanto<br />
(Welw.). — Alto Alemlejo: Marvão (R. da Cunha). — Baixo Alemtejo littoral:<br />
nas salinas da Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier). — Algarve:<br />
Portimão (Welw.).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.
152<br />
OBS. — Tanto o prof. Willkomm, como o sr. Colmeiro, citam como<br />
encontrando-se em Portugal o Br. squamosus L., firmando-se <strong>de</strong> certo<br />
na indicação <strong>de</strong> Brolero ria Fl. lusit. Ahi diz Brolcro: «Variât panicula<br />
erecla aut suhnutante s. veie mitante». Esta ultima parte parece referir-sc<br />
realmente ao Br. squamosus. O exame <strong>de</strong> numerosos exemplares colhidos<br />
em localida<strong>de</strong>s bem diversas, faz-me crer que a <strong>de</strong>scripção da Fl. lusit. se<br />
refere unicamente ao Br. macrostachys.<br />
BKACHÏTPODÏ5JBI 1<br />
Beauv. — Espiga quasi sempre simples; espiguetas<br />
quasi renies disticadas e encostadas ao eixo multiíloreas, linearlanceoladas<br />
comprimidas; glumas <strong>de</strong>seguaes mais curtas que as flores,<br />
a inferior lanceolada acuminada concava com 5-7 nervuras, glumellas<br />
eguaes, a inferior lanceolada acuminada concava com 7-9 nervuras bem<br />
distinctas na parte superior, a superior Ironcada-emarginada ciliada nas<br />
caronas; glumellulas oblongas inteiras e eiliadas; antheras compridas;<br />
ovário pelludo na parte superior, estigmas 2 terminaes salientes pela base<br />
das espiguetas; caryopse adhérente ά glumella superior linear-oblongo<br />
canaliculado na face interna, pubescente na externa, macula do hilo comprida.<br />
(Folhas planas 2<br />
1 (Folhas enroladas 4<br />
(Pragana egual á glumella ou mais comprida 3<br />
2 (Pragana egual a meta<strong>de</strong> da glumella B. pinnatum P. B.<br />
3<br />
(Espécie annual, raiz fibrosa B. distachyum R. et Sch.<br />
(Espécie perennal B. silvaticum R. et Sch.<br />
[Colmo muito ramoso, folhas curtas subuladas B. ramosum S. et Sch.<br />
4 l<br />
(Colmo simples, folhas longas glaucas B. phoenicoi<strong>de</strong>s R. et Sch.<br />
Bracbypodium silvaticum (Huds.) R. et Sch. Syst. p. 741 ; Festuca<br />
silvatica Huds. Fl. angl. ed. I, p. 38; Triticum gracile Brot. p. 121;<br />
Willk. et Lange, p. Ill; Hackel, p. 29; Colmeiro, p. 406.<br />
Exsic —Welw. n.° 1058; Soc. Brot. n. os<br />
40, 40 6<br />
e 41; Fl. lusit.<br />
exs. n.° 426.<br />
D j βραχύς curto, e πόδιον, pé; allusão ao curto pedicello das espiguetas.
I S3<br />
Perennal, colmos fasciculados <strong>de</strong> 510 <strong>de</strong>c. direitos ou geniculados pubescentes<br />
nos nós; Tolhas <strong>de</strong> ver<strong>de</strong>escuro planas linearlanceoladas mais<br />
ou menos pelludas bem como as bainhas, ligula curta. Espiga disticada<br />
um pouco inclinada; espiguelas quasi rentes linearoblongas distantes umas<br />
das outras <strong>de</strong> 515 dores; glumas 7nèrveãs lanceoladoagudaspraganosas<br />
avelludadas; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada acuminada pelluda<br />
9nervea com pragana mais comprida que ella nas ílores superiores, a superior<br />
troncada ciliada.<br />
Hab. nas mattas, sebes, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, no monte <strong>de</strong> S. Bartholomeu (Mariz);<br />
Mesão Frio, na Be<strong>de</strong> (i). Si Silva). — Alemdouro littoral: Caminha,<br />
Lanhellas, Villa Nova da Cerveira, Barcellos (Β. da Cunha); Vizella (W.<br />
Lima); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (J. Henriques).—Beira central: entre Celorico<br />
e Fornos, Penalva do Castello, Oliveira do Barreiro (Moller); Bussaco<br />
(Moller, Mariz). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller, Barjona);<br />
Gatões (M. Ferreira); Buarcos (Moller). — Beira meridional : serra da Pampilhosa<br />
(J. Henriques); Alcai<strong>de</strong>, Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).<br />
— Centro littoral: Thomar, nas margens do Nabão, Caldas da Rainha (R.<br />
da Cunha); Torres Vedras (J. Perestrello) ; visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Odivellas<br />
(O. David); Cascaes (P. Coutinho); Almocegema, Bemíica, Cintra (Daveau).—<br />
Algarve: Monchique (Wehv., Moller).<br />
Area geogr.—Europa media e meridional.<br />
Brachyponräm pinnatum (L.) P. Beauv. Agr. p. 101; Bromus pinnatus<br />
L. Sp. pl. p. 78; Triticum pinnatum Brot. p. 121; W r<br />
illk. et Lange,<br />
p. 111; Hachel, p. 29; Colmeiro, p. 406.<br />
Perennal, cespitosa; colmos direitos duros e bastante grossos pubescentes<br />
nos nós nús em gran<strong>de</strong> extensão na parte superior; folhas direitas rijas<br />
glaucas mais ou menos pelludas, ligula curta arredondada. Espiga direita<br />
comprida; espiguetas quasi rentes alternas glabras ou pelludas linearoblongas<br />
com 824 ílores; glumas <strong>de</strong>seguaes muticas 57nerveas; glumella<br />
inferior mais curta que a superior ou da mesma gran<strong>de</strong>za lanceolada<br />
plurinervea glabra ou pelluda e com pragana 23 vezes mais curta<br />
que ella.<br />
Hab. nos terrenos incultos, montanhosos, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança, no Cabeço <strong>de</strong> S. Bartholomeu (M.<br />
Ferreira); serra do Marão (J. Henriques). — Alemdouro lilloral: serras<br />
do Gerez, do Soajo, <strong>de</strong> S. Gregorio, Melgaço (Moller); Carrascal (R. da<br />
Cunha); Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (D. M. Henriques); Vallongo (Schmitz).—<br />
Beira central: S. Pedro do Sul, margens do Dão, Lobão, Ton<strong>de</strong>lla (Moller).—<br />
Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (B. e Cunha).<br />
Area geog. — Europa media e meridional.
154<br />
Bracbypodium pboenlcol<strong>de</strong>s (L.) Roem. et Sch. Syst. II, p. 740;<br />
Festuca phoenicoi<strong>de</strong>s L. Mant. I, p. 33 ; Triticum phoenicoi<strong>de</strong>s Brot. p.<br />
121; Br. pinnatum, β. australe Gren. et Godr. Fl. <strong>de</strong> Fr. Ill, p. 610;<br />
Hackel, p. 29 ; Colmeiro, p. 407.<br />
Exsic — Soc. Brot. n. os<br />
41, 41" e 172.<br />
Diffère da espécie anterior, da qual alguns a consi<strong>de</strong>ram como subespécie,<br />
em ter as folhas glaucas enrolandose quando seccas, com nervuras<br />
salientes e eguaes, pela glumella inferior um pouco mais comprida<br />
do que a superior tendo uma pragana 45 vezes mais curta do<br />
que ella.<br />
var. mucronatum, Br. mucronatum Willk. in Prod. p. Ill; Illustr.<br />
Fl. Hisp. ins. Bal. p. 61, tab. XLI. — Diffère do typo pela<br />
ausência da pragana,<br />
var. macropodum, Br. macropodum Hackel, Oest. bot. Zeitschr,<br />
1877, p. 48. — Diffère do typo em ter as espiguetas, pelo<br />
menos a inferior, com um pedicello bastante gran<strong>de</strong> (411<br />
mill.) e pela espiga mais comprida.<br />
Hab. nas terras seccas e nas areias marítimas.<br />
Alemdouro trasmontano: Villa Beal (D. Monteiro). — Alemdouro littoral:<br />
serra do Gerez (J. Henriques); visinhanças do Porto (G. Sampaio);<br />
Santo Thyrso (B. Valente).—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (A. Carvalho, Moller,<br />
M. Ferreira); Buarcos (Schmitz); Seixo, prox. <strong>de</strong> Montemor (M. Ferreira);<br />
Pombal, Albergaria, Vermoil, Tentúgal (Moller).— Beira central:<br />
Oliveira do Con<strong>de</strong>, Caramullo (Moller).— Centro littoral : Lumiar e Telheira<br />
(Welw.); entre Almocegune e a Praia das Maçãs, Cintra (Daveau);<br />
Merceana (Moller); Villa Franca, Torres Novas (R. da Cunha); Torres<br />
Vedras, Caldas da Rainha (Daveau); Cintra (Hackel).—Baixas do Sorraia:<br />
Montargil (J. Cortezâo). — Allo Alemtejo: Redondo (P. Simoes);<br />
Portalegre (R. da Cunha); Évora (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral:<br />
entre Cezimbra e Cabo Espichel (Daveau); Moita, nos pinhaes (R. da<br />
Cunha) ; Valle <strong>de</strong> Pixaleiros, na Arrábida (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />
Beja (B. da Cunha); Cercal, Castro Ver<strong>de</strong> (Daveau); Cazevel,<br />
Messejana (Moller). — Algarve: Tavira (Daveau); entre Alte e S. Barlholomeu<br />
(Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Hackel).<br />
Area geogr. — França e peninsula ibérica.<br />
OBS. — Segui a opinião do prof. Hackel consi<strong>de</strong>rando a Br. mucronatum<br />
e Br. macropodum como varieda<strong>de</strong> do Br. phoenicoi<strong>de</strong>s. São numerosos<br />
os exemplares intermediários, que bem <strong>de</strong>moustram que todos pertencem<br />
a uma só espécie. A var. mucronatum é vulgarissima em Portugal ;
155<br />
a vär. macropodum foi fundada em exemplares colhidos pelo prof. Hackel<br />
em Cintra.<br />
Brach j podium ramosom (L.) Roem. et Sch. Syst. II, p. 737; Bromus<br />
ramosus L. Mant. I, p. 34; Willk. et Lange, p. 111; Colmeiro,<br />
p. 408.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1062 e 1063.<br />
Perennal, <strong>de</strong>nsamente cespitoso; colmos <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong>c. ascen<strong>de</strong>ntes, rijos,<br />
filiformes ramosos lanlo na base como acima d'ella nús na parte superior<br />
pubescentes nos nós ; folhas disticadas muito estreitas perfeitamente enroladas<br />
e patentes; ligula curta troncada. Espiga direita curta; espiguetas<br />
pouco numerosas quasi rentes alternas próximas glabras linearoblongas<br />
com 612 flores; glumas <strong>de</strong>seguaes plúninerveas lanceoladas mucronadas;<br />
glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior mais comprida que a superior obtusa ou<br />
aguda com pragana muito mais curta que a flor.<br />
Hab. nos terrenos áridos proximo do mar.<br />
Baixo Alemlejo lilloral: Cezimbra (Moller); serra d'Arrabida (Welw.);<br />
entre o Casal do Pimenta e o Convento (Moller); Caparica, na Charneca<br />
(R. da Cunha).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.<br />
Brachypodium distachyon (L.) Roem. et Sch. Syst. II, p. 741;<br />
Bromus distachyos L. Am. acad. IV, p. 304; Triticum distachyon Brot,<br />
p. 119; Willk."et Lange, p. 112; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 409.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1066, 1067, 1068 e 1799; Soe Brot. n.° 172;<br />
Fl. lusit. exs. n.° 425.<br />
Annual; colmos solitários ou agrupados <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong>c. não ramosos ou<br />
pouco ramosos na base nús e por vezes ásperos na parte superior; folhas<br />
<strong>de</strong> ver<strong>de</strong>pallido linearacuminadas molles planas villosas e ásperas, ligula<br />
curta troncada. Espiga direita curta <strong>de</strong> 15 espiguetas; espiguetas quasi<br />
rentes alternas próximas lincarlanceoladas ásperas e pontuadas com 612<br />
flores; glumas <strong>de</strong>seguaes lanceoladas acuminadas com muito curta pragana<br />
multinerveas ; glumellas eguaes, a inferior aguda com pragana mais comprida<br />
que ella. Ν<br />
β. pumilum Willk. — Espiga com uma ou duas espiguetas e estas<br />
com 510 flores,<br />
γ, mulliflorum Willk. — Espiga <strong>de</strong> 45 espiguetas e estas com<br />
1224 flores.<br />
Hab. tanto os logares áridos como os cultivados.
156<br />
Alemdouro trasmontano : Murça (M. Ferreira) ; Moledo (J. Henriques)". —<br />
Alemdouro littoral: Darque (R. da Cunha); visinhanças do Porto (Schmitz<br />
e G. Sampaio). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (C. Freire, Moller); Buarcos<br />
(Schmitz). — Beira meridional: Castello Branco, Malpica (R. da Cunha).<br />
— Centro littoral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar, serra <strong>de</strong> Monsanto, Cascaes,<br />
Odivellas (Welw.); Tapada d'Ajuda (Daveau); Villa Franca (R. da<br />
Cunha); Cascaes (P. Coutinho). — Baixas do Sorraia: Alcochete (P. Coutinho).—<br />
Allo Alemtejo : Marvão, Portalegre (R. da Cunha).—Baixo Alemtejo<br />
littoral: Alfeite (R. da Cunha); Trafaria (P. Coutinho); Cezimbra<br />
(Moller); serra d'Arrabida (Welw.). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da<br />
Cunha).—Algarve: Estoi, Moncarapaxo, Faro, nas collinas áridas (Welw.);<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Portimão (Moller).<br />
Area geogr. — Europa meridional, Abyssinia, Affghnistan.<br />
Tribu X. H o r d e a e<br />
Inflorescencia em espiga formada <strong>de</strong> espiguetas com uma a muitas flores<br />
rentes inseridas em <strong>de</strong>ntes ou <strong>de</strong>pressões do eixo. Havendo muitas flores<br />
a superior é imperfeita.<br />
i<br />
3<br />
[Glumas 0 Subtribu Nar<strong>de</strong>ae.<br />
( Glumas 1 ou 2 2<br />
(Espiguetas solitárias 3<br />
(Espiguetas 2 ou 3 em cada <strong>de</strong>nte do rachis Subtribu' Elymae.<br />
(Espiguetas com o dorso voltado para o rachis; gluma 1 Subtribu Lolieae.<br />
(Espiguetas transversaes, isto é, com uma das faces voltada para o rachis 4<br />
j Espiguetas anichadas em <strong>de</strong>pressões do rachis Subtribu Leptureae.<br />
(Espiguetas não anichadas nas <strong>de</strong>pressões do eixo Subtribu Triticeae.<br />
[Subtribu Nar<strong>de</strong>ae<br />
NARDUS 1<br />
L.—Espiguetas rentes unifloreas em espiga unilateral<br />
<strong>de</strong>lgada; glumas nullas; glumella inferior linearsubulada carenada com<br />
De νάίδσς, nome d'uma raiz odorífera cuja forma se assemelha a uma espiga.
1<br />
187<br />
pragana, a superior inteira glabra 2-carenada; glumellulas nullas; um só<br />
estylete terminal continuando-se num estigma filiforme pubeseente; caryopse<br />
livre glabro linear-trigono canaliculado na face interna.<br />
Nardus stricía L. Sp. pi. ed. I, p. 83; Brot. p. 89; Willk. et Lange,<br />
p. 118; Hackel, p. 32; Colmeiro, p. 420.<br />
Exsic —Welw. n. u<br />
1048; Fl. lusit. exs. n.° 48; Soe. Brot. n.° 746. .<br />
Perennal, cespitosa; colmos <strong>de</strong> 1-2 <strong>de</strong>c. direitos, rijos; folhas glaucas<br />
enroladas-subuladas rijas um pouco ásperas, as radicaes muito juntas e<br />
numerosas direitas ou um pouco curvas; espiga direita unilateral; espiguetas<br />
lineares distantes umas das outras violáceas a principio encostadas<br />
ao eixo, <strong>de</strong>pois afastadas d'elle; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior 3-nervea<br />
coriacea linear-lanceolada carenada áspera no dorso terminada por uma<br />
ponta longa muito coberta <strong>de</strong> asperesas com as margens membranosas<br />
dobrando-se sobre a glumellas superior; esta é muito curta inteira membranosa.<br />
Hab. nos logares arrelvados das montanhas altas.<br />
Alemdouro trasmonlano: serra <strong>de</strong> Bebordãos (Mariz); <strong>de</strong> Montesinho<br />
(Moller e M. Ferreira); Bragança, no Sabor (M. Ferreira); Freixo <strong>de</strong><br />
Espada á Cinta (Mariz). — Alemdouro lilloral: serra do Gerez (M. Ferreira).<br />
— Beira trasmonlana: Almeida, Villar Formoso, Trancoso (M. Ferreira).—<br />
Beira central: serra da Estrella, na região superior (J. Henriques,<br />
Daveau, Moller); serra da Lapa, no Corgo do rio Côja, em Quintella<br />
e Matta da Vi<strong>de</strong> (31. Ferreira); serra do Caramullo, em Dornas (J. Henriques).<br />
Area geogr. — Europa, Asia borerl, Graenlardia.<br />
Subtribu Lolieae<br />
Rachis ,não articulado Lolium L.<br />
Rachis articulado Monerma P. B.<br />
ΪΛΜΪΙΟΙ 1<br />
L. — Espiga com espiguetas rentes oblongas comprimidas<br />
e encostadas ao eixo por uma das margens, dislicadas; uma única gluma<br />
nas espiguetas lateraes, duas na terminal, bastante consistentes mullinerveas<br />
lanceoladas arredondadas no dorso muticas; glumella inferior oblonga<br />
De loloa, nome céltico d'estas plantas.
188<br />
concava equilátera comprimida pela parte dorsal muticas ou praganosas, a<br />
superior 2-<strong>de</strong>nteada 2-carenada e ciliada nas carenas; glumellulas oblongas<br />
agudas inteiras ou <strong>de</strong>nteadas glabras; estâmes 3; antheras lineares,<br />
estigmas terminaes plumosos e afastados um do outro; caryopse oblongo<br />
canaliculado com um appendice branco arredondado glabro. ,<br />
.1<br />
1 Glumella mutica - 2<br />
(Glumella com pragana 3<br />
(Espiguetas sempre encostadas ao rachis. Espécie perennal E. perenne L.<br />
2 < Espiguetas encostadas ao rachis <strong>de</strong>pois da floração. Espécie annual.<br />
L. rigidum Gaud.<br />
3<br />
4<br />
i Gluma menor que as flores 4<br />
(Gluma egual ou maior que as flores L. temulentum L.<br />
I Gluma apenas mais curta que as flores L. italicum Eram.<br />
(Gluma i-2 vezes mais çurta que as flores L. multiflorum Lamk.<br />
Lolinm perenne L. Sp. pi. ed. I, p. 83; Brot. p. 122; Willk. et<br />
Lange, p. 113; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 411.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
987, 999 e 1000.<br />
Perennal; colmos <strong>de</strong> 2-5 <strong>de</strong>c. direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes lisos nús na parte<br />
superior acompanhados <strong>de</strong> innovações; folhas planas lineares acuminadas<br />
dobradas a meio quando novas; ligula curta obtusa; espigas direitas formadas<br />
<strong>de</strong> espiguetas lanceoladas comprimidas com 3-11 flores e sempre<br />
encostadas ao eixo da espiga; gluma mais curta que as flores linear-lanceolada<br />
obtusiuscula com nervuras muito distinctas; glumella inferior 5nervea,<br />
sendo as duas lateraes muito distinctas e ásperas.<br />
Hab. nos terrenos cultivados, nos lameiros, bordas dos caminhos, etc.<br />
Nome vulg. — Azevém, Raigras dos inglezes; herva da semente; herva<br />
gallega.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, M.Ferreira). — Alemdouro<br />
littoral: serra do Gerez (M. Ferreira); Espozen<strong>de</strong> (A. Sequeira;;<br />
Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, Porto iG. Sampaio). — Beira trasmonlana: Villar Formoso,<br />
Almeida (M. Ferreira). — Beira central: serra da Estrella (Daveau);<br />
Vizeu (M. Ferreira^. — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller, M. Ferreira); Foja<br />
(M. Ferreira); serra da Louzã (Moller). — Centro littoral: Olhalvo (Moller);<br />
Villa Franca, Alhos Vedros, Azambuja, Porto <strong>de</strong> Mós (R. da Cunha);<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho). — Allo Alemtejo: Évora (Moller);<br />
Portalegre (R. da Cunha).— Baixo Alemtejo littoral: Seixal, no pi-
159<br />
nhal da Trinda<strong>de</strong>, Alfeite (R. da Cunha); Lavradio, nas searas, Arrábida<br />
(Welw.); Setúbal (A. Luisier).—Baixas do Guadiana: Cazevel (Moller);<br />
Aeja (D. S. da Silva). — Algarve: Tavira, nas searas; entre Lagos e Alvor,<br />
nas areias marítimas (Welw.); Monchique, Olhão, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
(Moller).<br />
Area geogr. — Europa, Africa boreal, Asia temperada.<br />
OBS. — Po<strong>de</strong>rão ser referidos á var. lenue os exemplares colhidos em<br />
Portalegre e em Cascaes.<br />
Loi in su italiciim Braun, in Flora (1834), p. 241 ; L. perenne, γ. aristatum<br />
Coss. et Germ. Fl. paris. p. 656; Willk. et Lange, p. 113; Colmeiro,<br />
p. 412.<br />
líspecie muito semelhante a anterior, differindo pelos colmos maiores,<br />
pelas folhas mais largas e enroladas pelas margens quando novas; pelas<br />
espiguetas afastadas do eixo formando quasi angulo recto durante a anthese;<br />
pelas glumellas inferiores todas ou as das ílores superiores com<br />
pragana quasi do comprimento das glumellas; e pela glumella superior<br />
com cílios mais compridos.<br />
Hab. nos prados e terrenos cultivados, margens dos rios.<br />
Alemdouro Irasmontano : Villa Real (D. Monteiro). — Alemdouro lilloral:<br />
serra do Soajo, Melgaço (Moller); Torporim, Vianna do Castello, Barcellos<br />
(Β. da Cunha); S. Pedro da Cova (Schmitz). — Beira Irasmonlana: Trancoso<br />
(M. Ferreira); Villar Formoso, Almeida (B. da Cunha). — Beira<br />
central: Mido, Celorico (R. da Cunha); Cannas <strong>de</strong> Sabugosa, Vizeu, Caramullo<br />
(Moller). — Beira lilloral: Louzã (J.Henriques).— Centro lilloral:<br />
Villa Franca, visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Lumiar (Welw.); Porto Brandão<br />
(B. da Cunha). — Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha). — Baixo<br />
Alemlejo lilloral: Ilha Pcrcegueira (Daveau); O<strong>de</strong>mira (G. Sampaio); Setúbal<br />
(A. Luisier).—Algarve: Villa Beal <strong>de</strong> Santo Antonio (Moller).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
I oliuiii multiflovum Lamk. Fl. fr. III, p. 621 ; L. Gaudini Pari. Fl.<br />
ital. I, p 532; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 412.<br />
Espécie muito próxima da anterior. Annual, não produzindo innovações,<br />
colmos <strong>de</strong> 512 <strong>de</strong>c; folhas linearacuminadas glabras. Espiga direita <strong>de</strong><br />
25 <strong>de</strong>c; espiguetas lanceoladolineares com 1025 flores um pouco distantes<br />
umas das outras com pragana ou sem ella; gluma 12 vezes mais<br />
curta que as ílores linearlanceolada obtusa 7nervea; glumellas <strong>de</strong>seguaes,<br />
a inferior lanceolada 2<strong>de</strong>nteada com pragana egual ao comprimento da<br />
glumella, raras vezes mutica.<br />
Hab. nas terras cultivadas e nos lameiros.
160<br />
Alemäouro trasmontano: Alijó'(Amílcar <strong>de</strong> Sousa)'; Moledo (W. Lima).<br />
—Alemäouro littoral: Caminha, Melgaço, Villa Nova da Cerveira, Lanhellas<br />
(R. da Cunha). — Beira trasmonlana: Trancoso (M. Ferreira).—<br />
Beira central: Caramullo (Moller); Bussaco (F. Loureiro). — Beira meridional:<br />
Soalheira (P. e<br />
Zimmermann). — Beira littoral: Louzã (J. Henriques);<br />
Ponte da Mucella, Alfarellos (M. Ferreira); visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
(Moller, M. Ferreira) ; Figueira da Foz (F. Loureiro) ; Paul <strong>de</strong> Fôja, Galla<br />
(Moller); Ponte <strong>de</strong> Vagos (A. Carvalho). — Beira meridional: Figueiró<br />
dos Vinhos (V. <strong>de</strong> Freitas).— Centro littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria (C. Pimentel);<br />
Lisboa (P. Coutinho). — Alto Alemtejo: Portalegre (L. Marçal).<br />
— Baixo Alemtejo: Setúbal (A. Luisier).<br />
Area geogr. — Europa meridional.<br />
Γ,οϋαιη rigidum Gaud. Agr. Ι,,ρ. 334; L. strictum Presl. Gram, et<br />
Cyp. sic. p. 49; Willie, et Lange, p. 113; Hackel, p. 30; Colmeiro,<br />
p. 413.<br />
Exsic — Soc. Brot. n.° 42.<br />
Annual; colmos <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong>c. direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes agrupados; folhas<br />
planas glabras e lisas; ligula curta troncada. Espiga comprida estreita direita<br />
ou um pouco curva; espiguetas mais compridas que os entrenós na<br />
parle superior da espiga, encostadas ao eixo <strong>de</strong>pois da floração oblongolanceoladas<br />
com 39 flores ; gluma quasi tão longa como a espigueta ou<br />
egualando 1res quartos d'esta linearlanceolada obtusa inteira ou chanfrada<br />
subaguda nas flores superiores 57nervea ; glumella inferior lanceolada<br />
chanfrada escariosa na extremida<strong>de</strong> mutica 5nervea, sendo mais salientes<br />
a nervura media e as lateraes.<br />
$.. marilimum Gr. et Godr. Fl. <strong>de</strong> Fr. 111, p. 613. — Planta robusta;<br />
espiga subulada.<br />
y. tenue Gr. et Godr. 1. c. — Colmos finos; espiga subulada; espiguetas<br />
com 35 flores.<br />
Ilab. nas terras cultivadas, e a var. β. nas areias marítimas.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (M. Ferreira); visinhanças <strong>de</strong> Vimioso<br />
(Mariz); Caldas <strong>de</strong> Moledo (W. Lima). — Alemdouro littoral: S.<br />
Pedro da Cova (Schmilz). •—Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, Pombal (Moller);<br />
Formoselha (A. Barjona). — Centro littoral: Caldas da Rainha (Daveau);<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Monsanto (R. da Cunha); Bellas (Daveau); Cascaes<br />
(P. Coutinho). — Alto Alemtejo : Marvão (R. da Cunha); Elvas (Senna).<br />
—:Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); entre Almodovar e Ourique<br />
(Daveau); Cazevel (Moller). — Baixo Alemtejo littoral: Coina (Welw.);<br />
Setúbal (A. Luisier).—Algarve: nos areaes, prox. da Lagoa d'Albufeira,
161<br />
Castro Marim, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (Moller); Villa Nova <strong>de</strong> Portimão<br />
(Hackel); Lagos (Vinckler); Faro (A. Guimarães).<br />
Lolium temulenttun L. Sp. pi. ed. I, p. 83; Brot. p. 122; Willk.<br />
et Lange, p. 113; Hackel, p. 30; Colmeiro, p. 414.<br />
Exsic — Welw. n.° 998; Soe Brot. n.° 42.<br />
Annual; colmo duro direito <strong>de</strong> 510 <strong>de</strong>c; folhas planas largas resistentes<br />
lisas ou ásperas glabras, ligula curta troncada. Espiga direita em<br />
geral comprida e forte com o eixo grosso; espiguetas sempre encostadas<br />
ao eixo eguaes ou um pouco maiores que os entrenós na parte superior<br />
da espiga oblongas obtusas com 410 flores; gluma tão comprida ou mais<br />
que as flores linear lanceolada subobtusa ou levemente aguda escariosa<br />
na margem ; glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior coriacea oval ou oblonga escariosa<br />
nas margens e na extremida<strong>de</strong> mutica ou com pragana mais comprida<br />
do que ella, a superior mais comprida que a inferior quando o fructo<br />
está maduro; caryopse grosso oval oblongo um pouco concavo na face interior.<br />
a. macrochaetum A. Braun, in Fl. 1834. — Espiguetas com 35<br />
flores com a pragana mais comprida que a glumella.<br />
β. leptochaetum A. Br. 1. c—Espiguetas <strong>de</strong> 68 flores com as<br />
flores muticas ou levemente praganosas.<br />
Hab. nas cearas e noutras terras cultivadas.<br />
Nome vulg. — Joio.<br />
Alemdouro trasmontano : Bragança (P, Coutinho). — Beira trasmontana:<br />
Mido (B. da Cunha). — Beira central: Celorico (R. da Cunha); Oliveira<br />
do Con<strong>de</strong> (Moller). — Beira littoral: <strong>Coimbra</strong> (Moller); Formoselha (A.<br />
Barjona). — Centro lilloral: visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (Welw., P. Coutinho,<br />
Daveau, B. da Cunha); Berlengas (Daveau). — Allo Alemlejo: Évora (Moller);<br />
Bedondo (P. Simões); Villa Fernando (L. Marçal). — Baixo Alemtejo<br />
lilloral: Cazevel (Moller); Beja (R. da Cunha); Setúbal (A. Luisier).<br />
—Baixas do Guadiana: Elvas (Senna). — Algarve: Monchique (Welw.).<br />
Area geogr. — Europa, Siberia voralense.<br />
OBS.—A var. a. é a mais vulgar e com ella anda associada em muitos<br />
logares a var. 3.<br />
MOIERMA 1<br />
P. Beauv. — Espiga <strong>de</strong>lgada direita simples fragil; espi<br />
h De [j.óvoí, um só, e έ'ςμα, supporte; allusão á unlca glumella das espiguetas.<br />
11 XX
162<br />
guetas unifloreas rentes escondidas nas escavações do rachis encostada a<br />
ella pelo lado dorsal e cobertas por uma única gluma mais comprida que<br />
a tlôr; a espigueta terminal com duas glumas quasi eguaes; glumellas 2<br />
eguaes membranosas, a inferior lanceolada uninervea, a superior 2carenada,<br />
2 <strong>de</strong>nteada; ovário glabro ou levemente pelludo; estigmas 2 plumosos<br />
; caryopse livre oblongo com um pequeno appendice villoso.<br />
Monerma cylindriea Coss. et Dur. Expl. d'Alg. p. 214; Rottboellia<br />
cylindrica W. Sp. 1, p. 464; R. adscen<strong>de</strong>ns Brot. p. 8i; Lepturus cylindricus<br />
Trin. Fund. p. 123; Willk. et Lange, p. 177; Hackel, p. 32;<br />
Colmeiro, p. 419.<br />
Exs. — Welw. n. os<br />
1044 a 10046; Soc. Brot. n.° 45; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 621.<br />
Annual; colmos fasciculados direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes ramosos na base,<br />
folhas planas, estreitas agudas lisas glabras e por vezes enroladas, ligula<br />
curta troncada. Espiga como esta <strong>de</strong>scripta para o género.<br />
Hab. nos terrenos arenosos cultivados ou incultos.<br />
Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro (G. Sampaio).—<br />
Beira littoral: visinhanças ne <strong>Coimbra</strong> (Moller); Lavos (M. Ferreira);<br />
Urmar, Buarcos (Schmitz).— Centro littoral: Torres Vedras (Daveau);<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Cintra (Welw., Daveau). — Baixas do Guadiana:<br />
Beja (R. da Cunha). — Algarve: Lagos, nas colunas marítimas.<br />
Area geogr. — Europa meridional e Cabo da Boa Esperança.<br />
Subtribu Leptureae<br />
Glumas 2 Lepturus.<br />
Glumas 1 nas espiguetas lateraes Psilurus.<br />
UEPTURUS — Espiga cylindrica simples fragil composta <strong>de</strong> espiguetas<br />
rentes unifloreas meltidas em excavações do eixo e encostadas a<br />
elle pelo lado da flor; glumas 2 muito proxirna uma da outra, oppostas<br />
na espigueta terminal, quasi eguaes coriaceas linearlanceoladas escariosas<br />
nas margens; glumellas quasi eguaes membranosas, a inferior aguda uninervea,<br />
a superior 2carenada 2<strong>de</strong>nteada; ovário glabro, estigma 2 plumosos<br />
quasi rentes; caryopse livre subcylindrico glabro ou levemente hispido<br />
no vértice.<br />
De λδ-ός, <strong>de</strong>lgado, e ούςά, cauda; allusão á forma da espiga.
163<br />
Lepíiirus liicurvatus (L.) Trin. Feud. p. 123; Aegilops incurvata L.<br />
Sp. pi. ed. Ií, p. 1490; Roltboellia incurvata L. fil. Supl. p. 114; Brot,<br />
p. 84; Willk. et Lange, p. 117; Hackel, p. 32; Colmeiro, p. 419.<br />
Exsic —Welw. n." 1042 e 1043.<br />
Annual ; colmos fasciculados ramosos ascen<strong>de</strong>ntes ou <strong>de</strong>cumbentes ; folhas<br />
planas, dobrando-se ou cnrolando-se por vezes, estreitas lineares glabras<br />
mas um pouco asperas na face superior, ligula curta troncada. Espiga<br />
rígida subulada arqueada, espiguetas próximas umas das outras metlidas<br />
nas excavações do eixo, glumas coriaceas acuminadas mucronadas escariosas<br />
nas margens 3-7-nerveas mais compridas que as flores; glumellas<br />
eguaes membranosas, a inferior lanceolada uninervea, a superior 2-<strong>de</strong>nteada.<br />
Hab. nas searas, nos terrenos arenosos e com especialida<strong>de</strong> nas proximida<strong>de</strong>s<br />
da costa maritima.<br />
Alemdouro lilloral: Caminha (R. da Cunha); Porto (V. Nogueira).—<br />
Beira lilloral: Buarcos (J. Henriques) ; Figueira, no Vizo, Galla (Moller).<br />
•—Cenlro lilloral: Villa Franca, visinhasças <strong>de</strong> Lisboa, em Porto Rrandão<br />
(R. da Cunha); serra <strong>de</strong> Monsante (Welw.); praia das Maçãs (Daveau);<br />
praia <strong>de</strong> Belém (P. Coutinho). — Baixo Alemlejo lilloral: Trafaria, nas<br />
areias marítimas, nas salinas da Moita (Daveau); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Algarve: Tavira, nas searas; Faro, nas areias marítimas (Welw.); Villa<br />
Beal <strong>de</strong> Santo Antonio, Sagres, Olhão, nos terrenos salgados (Daveau).<br />
Area geogr.—Begião mediterrânea.<br />
Lepturus ÍUifonnis (Both.) Trin. Fund. p. 123*; Bottboellia filiformis<br />
Both. Cat. II, p. 21; Willk. et Lange, p. 117; Hackel, p. 23; Colmeiro,<br />
p. 420.<br />
Exsic. — Welw. n.° 1041; Soc. Brot. n.° 1279; Fl. lusit. exs. n. os<br />
1623 e 1624.<br />
Annual; colmos muito <strong>de</strong>lgados fasciculados ascen<strong>de</strong>ntes ou direitos<br />
ramosos; folhas molles muito estreitas asperas na face superior, ligula<br />
curla troncada. Espiga <strong>de</strong>lgada direita; espiguetas meltidas nas excavações<br />
do eixo; glumas eguaes as Ílores.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e áridos.<br />
Alemdouro lilloral : Carreço (R. da Cunha). —Beira lilloral: Galla (Moller).—<br />
Cenlro lilloral: Peniche (Daveau) ; Santarém (R. da Cunha); visinhanças<br />
<strong>de</strong> Lisboa, serra <strong>de</strong> Monsanto (B. da Cunha); Cascaes (Welw.).<br />
— Baixo Alemlejo lilloral: Alfeite, na praia (R. da Cunha); Palmella, nas<br />
collinas relvosas (Welw.); costa <strong>de</strong> Caparica (Daveau); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Algarve: Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio, Sagres, Olhão, nos terrenos<br />
salgados (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.
164.<br />
P.SITXRU.'S 1<br />
Triri. — Espiga direita, ílexuosa ou recurvada muito<br />
comprida filiforme fragil; espiguetas incluídas na excavaçào do eixo distantes<br />
umas das outras lanceoladosubuladas com 13 flores, a inferior<br />
aguda glabra ou levemente ciliada; glumellas eguaes, a inferior coriacea<br />
<strong>de</strong> côr violácea ou esver<strong>de</strong>ada com pragana uninervea, a superior membranosa<br />
2<strong>de</strong>nleada; glumellulas 2 ovallanceoladas <strong>de</strong>segualmente 2Iobadas;<br />
estâmes 1; ovário glabro; estigmas subsesseis plumosos.<br />
Psilurus aristatus (L.) Lor. et Bar. Fl. monsp. ed. 2, p. 580; Ν ardus<br />
aristatus L. Sp. pi. ed. II, p. 78;· Psilurus nardoi<strong>de</strong>s Trin. Fund. p.<br />
93; Willk. et Lange, p. 117; Colmeiro, p. 420.<br />
Exsic. — Welw. n. os<br />
1032 e 1047; Soe. Brot. n.° 1472; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 1010.<br />
Annual; colmos filiformes direitos, folhas curtas enroladas setaceas,<br />
ligula curta troncada, bainha superior involvendo a base da espiga.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e nas collinas áridas.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (Moller); Barca d'Alva (G. Sampaio).<br />
•—Beira trasmonlana: Almeida, nas margens do Côa (M. Ferreira).—<br />
Beira meridional: Castello Branco, no Monte Lombardo (R. da Cunha).<br />
— Beira littoral: <strong>Coimbra</strong>, no pinhal <strong>de</strong> Marrocos (Moller); Ponte da Mucella<br />
(M. Ferreira). — Centro littoral: Azambuja, nos pinhaes (Daveau);<br />
Lisboa, na Tapada d^Ajuda (Welw.). — Alto Alemtejo: Extremoz, na serra<br />
d'Ossa (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Alfeite (Daveau). — Algarve:<br />
Castro Marim, nas searas (Welw.).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea até ao Afghanistan.<br />
1<br />
2<br />
Subtribu Triticeae<br />
Espiguetas eom 510 flores Agropyrum.<br />
Espiguetas com 25 flores 2<br />
Glumas ovadas com 3 ou mais nervuras Tri tic um.<br />
Glumas subuladas 1nerveas Secale<br />
De οιλόζ, <strong>de</strong>lgado, fino, e oupa, cauda; allusao á forma da espiga.
165<br />
AGROPYRUM 1<br />
Gaertn. — Espiga simples dística mais ou menos<br />
compacta ; espiguetas rentes solitárias nas excavações do eixo encostadas<br />
a elle por uma das faces muito comprimidas com 310 flores, sendo a<br />
superior ou as duas superiores ordinariamente masculinas; glumas mais<br />
curtas que as flores um pouco coriaceas quasi eguaes lanceoladas ou oblongas<br />
3plurinerveas ; glumellas eguaes ou quasi eguaes, a inferior lanceolada<br />
ou lanceoladalinear aguda ou obtusa ou chanfrada ou mucronada ou<br />
com pragana 5nervea, a superior obtusa troncada ou chanfrada levemente<br />
ciliada na extremida<strong>de</strong> e nas carenas; glumellulas 2 ciliadas; ovário muito<br />
pelludo na parte superior; estigmas plumosos rentes; caryopse adhérente<br />
ás glumellas canaliculado na face interna.<br />
[Plantas rhizomatosas '.· 2<br />
1 (Plantas não rhizomatosas A. elongatum P. Beauv.<br />
2<br />
3<br />
4<br />
(Nervuras das folhas finas e próximas A. repens P. Beauv.<br />
(Nervuras grossas e distantes 3<br />
(Folhas pubescentes na face superior, rachis fragil A. junceum P. Beauv.<br />
(Folhas asperas na face superior, rachis não fragil 4<br />
(Glumas troncadas obliquamente A. glaucum P. Beauv.<br />
(Glumas não troncadas 5<br />
(Folhas planas A. campestre P. Beauv.<br />
(Folhas canaliculadas A. acutum P. Beauv.<br />
' Agropyrum repens (L.) P. Beauv. Agr. p. 102; Triticum repens L.<br />
Sp. pi. ed. Ï, p. 86; Brot. p. 121 (pro parte); Willk. et Lange, p. 110;<br />
Hackel, p. 29; Colmeiro p. 404.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
1058 e 1060.<br />
Perennal; colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes; rhizomas longos brancos;<br />
folhas quando seccas muito estreitas planas linearacuminadas ásperas<br />
na face superior com nervuras nítidas, finas e pouco dislinclas quando<br />
não seccas ; ligula curta. Espiga direita ou levemente recurvada na<br />
ponta, rachis não fragil, ordinariamente escabroso nas margens; espiguetas<br />
dísticas imbricadas um pouco mais compridas que os entrenós<br />
De αγ?ιοί, bravio, e πν;ός, trigo.
166<br />
cunéiformes ou ovaes corn 46 flores; glumas mais curtas que as flores<br />
quasi eguaes lanceoladoacuminadas raras vezes mucronadas ou aristadas,<br />
èscáriosas nas margens 57nerveas; glumellas eguaes, a inferior lanceolada<br />
sempre aguda mutica ou mucronada e por vezes aristada.<br />
Hab. nos terrenos cultivados, nas sebes, ele.<br />
Nome vulg. — Grama das boticas.<br />
Alemdouro littoral: Porlo, na margem do Douro (G. Sampaio). — Beira<br />
littoral: Buarcos (Schmilz). — Centro littoral: Villa Franca (R. da Cunha);<br />
Povoa (Welw.); Cascaes (P. Coutinho).—Alto Alemtejo: Elvas (Senna).<br />
— Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Aljustrel (Daveau).—Algarve:<br />
Villa Nova <strong>de</strong> Portimão, nos terrenos incultos da costa, Lagos<br />
(Welw.).<br />
Area geogr. — Europa, Asia, America.<br />
Agropyrum campestre Gren. et Godr. Fl. fr. 1Π, p. 607; Triticiim<br />
campestre Nymaii, Syll. Suppl. p. 74;
167<br />
niellas eguaes, a inferior obtusa ou emarginada mutica ou com pragana,<br />
a superior troncada subemarginada ciliada nas carénas.<br />
b. athericufn (Link.); Triticum alhericum Link, in Lin. p. 397<br />
(1843); A. pungens, var. longcaristatum Hack. p. 29.—<br />
Praganas compridas, as das glumas <strong>de</strong> 2 mill., as das glumellas<br />
<strong>de</strong> 68 mill.<br />
Hab. nos terrenos arenosos da beiramar.<br />
Alemdouro littoral: Porto (G. Sampaio). — Beira lilloral: Buarcos<br />
(Schmitz); Aveiro (J. Henriques).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
Agropyrum elongatum (Host.) P. (<br />
Beauv. Agr. p. 102; Triticum<br />
elongalum Host. Gram. il. p. 18; Tr. rigidum Schrad. Fl. germ. I, p.<br />
392; Willk. et Lange, p. 100; Colmeiro, p. 403.<br />
Exsic —Welw. η. 05<br />
1064 e 106S.<br />
Perennal; cespiloso sem rhizoma, colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes, folhas<br />
glaucas a principio planas mais tar<strong>de</strong> enroladas subuladas na extremida<strong>de</strong><br />
um pouco asperas na face superior, bainhas estreitas glabras lisas, auriculas<br />
longas lineares, ligula muito curta. Espiga <strong>de</strong>lgada direita rigida;<br />
espiguetas distantes umas das outras na parte inferior da espiga, eguaes<br />
aos entrenós ou um pouco maiores no resto da espiga, comprimidas ovaes<br />
com 48 ílores encostadas ao eixo ; glumas quasi eguaes e eguaes a meta<strong>de</strong><br />
das ílores oblongas obtusas arredondadas ou nitidamente troncadas<br />
com margens escariosas 79nerveas; glumellas quasi eguaes, a inferior<br />
lanceolada obtusa troncada ou emarginada, a superior curtamente ciliada<br />
nas carenas.<br />
Hab. nos terrenos da beiramar.<br />
Alemdouro lilloral: Porto (G. Sampaio). — Baixo Alemlejo lilloral:<br />
Coina, nas terras salgadas (Welw.). — Algarve: Silves (Welw.).<br />
Area geogr. Europa meridional.<br />
Agropyrum juncenm (L.) P. Beauv. Agr. p. 102; Triticum junceum<br />
L. Amen. acad. IV, p. 266; Brot. p. 121; Brot. Phyt. lusit. II, p. 51;<br />
Willk. et Lange, p. 109; Hackel, p. 29; Colmeiro, p. 403.<br />
Exsic —Welw. n.° 1057; Soc. Brot. n.° 884.<br />
Perennal', cespitoso rhizomaloso, colmos direitos ou ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 28<br />
<strong>de</strong>c; folhas glaucas a principio planas, mais tar<strong>de</strong> enroladas subuladas<br />
cobertas na face superior d'uma pubescencia curta e muito <strong>de</strong>nsa, nervuras<br />
salientes, ligula curta troncada. Espiga direita rigida com o eixo<br />
fragil, espiguetas perfeitamente encostadas ao eixo mais curtas que os
168<br />
entrenós na parte inferior da espiga e mais compridas na parte superior<br />
3-5-lloreas, glumas quasi eguaes e eguaes a 2<br />
/g das flores obtusas na<br />
ponta arredondadas no dorso, nervuras salientes umas fortes alternando<br />
com outras mais finas, glumellas <strong>de</strong>seguaes, a inferior lanceolada carenada<br />
e mucronada, a superior bastante menos ciliada nas carénas; caryopse<br />
gran<strong>de</strong>.<br />
Hab. nas areias marítimas.<br />
Alemdouro littoral: Monte-Dôr (R. da Cunha); Foz do Douro (G. Sampaio).—<br />
Beira littoral: Aveiro (E. Mesquita); Buarcos, Figueira da Foz,<br />
Galla (A. Carvalho, Moller, Schmitz, F. Loureiro).— Centro littoral: Pinhal<br />
<strong>de</strong> Leiria, nas dunas (A. Pimentel); praia da Nazareth (D. Peres);<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, Pedrouços (Welw.); Cascaes, Estoril (P. Coutinho).<br />
—-Baixo Alemtejo littoral: Trafaria (Welw., Daveau); Collares (Daveau);<br />
Coina, Valle do Zebro, nos pinhaes (Welw.); Setúbal (A. Luisier).—<br />
Algarve: Portimão (Welw.); Faro, Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
(Moller).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional. Africa boreal.<br />
SECAUE 1<br />
L. — Espiga direita; espiguetas com 2 flores férteis com<br />
pragana longa e uma incompleta, encostadas ao eixo por uma das faces;<br />
glumas mais curtas que as flores quasi eguaes lineares uninerveas acuminadas;<br />
glumellas quasi eguaes, a inferior lanceolada carenada incquilalera<br />
ciliada na carena e na parle superior' da margem externa 5-nervea com<br />
longa pragana, a superior ciliada na parle superior das carenas; glumellulas<br />
membranosas ovaes-oblongas inteiras ou com um <strong>de</strong>nte num dos<br />
lados; estigmas terminaes rentes plumosos salientes logo acima da base<br />
da flor; caryopse livre oblongo sulcado na face interna pelludo na parte<br />
superior.<br />
Secale cereal e L. Sp. pi. ed. I, p. 84·; Brot. p. 95; Willk. et Lange,<br />
p. 105; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 392.<br />
Annual ou bisannual; colmo direito alto; folhas planas asperas na face<br />
superior e inferior glaucas. Espiga a principio direita mais tar<strong>de</strong> um pouco<br />
inclinada; espiguelas com a organização indicada para o género.<br />
Cultivado especialmente no norte e nas montanhas. Na serra da Estrella<br />
é cultivado ainda a 1000 m<br />
.<br />
Nome vulg. — Centeio.<br />
Area geogr.—Europa austral e região mediterrânea.<br />
1<br />
Do céltico sega, foicinha; planta que é cortada com este instrumento.
169<br />
TRITICUM 1<br />
L. — Espiguetas rentes formadas <strong>de</strong> 3-5 flores sendo as<br />
superiores ordinariamente masculinas plano-convcxas rentes alternas inseridas<br />
em excavações do rachis encostadas a elle pela face plana e dispostas<br />
em espiga longa mais ou menos compacta tetragonal ou comprimida; glumas<br />
largas ovaes ou oblongas ventricosas muitas vezes inequilateraes inteiras<br />
ou 2-<strong>de</strong>nteadas ou praganosas mais curtas que as Ílores; glumella<br />
inferior mutica ou praganosa muito concava equilátera; glumella superior<br />
2-<strong>de</strong>nteada 2-carenada ciliada nas carenas; glumellulas pequenas ovaloblongas<br />
ciliadas na parte superior; estâmes 3; estigmas terminaes rentes<br />
plumosos; caryopse oblongo obtuso com um sulco longitudinal estreito na<br />
face interior villoso na parte superior e sem appendices.<br />
Glumas equiláteras não carenadas; glumella inferior não comprimida lateralmente<br />
no verlice Sect. I. Aegilops.<br />
Glnmas inequilateias carenadas; glumella inferior comprimida lateralmente no<br />
vértice Sect. II. Sitopyros.<br />
Sect. I. Aegilops<br />
(Espiga oval; 3-i praganas nitidamente patentes T. ovatum Gr. et Godr.<br />
(Espiga mais ou menos alongada; 2-3 praganas mais ou menos direitas 2<br />
(Espiga formada <strong>de</strong> 4-6 espiguetas T. triaristatum Gr. et Godr.<br />
2 I<br />
. (Espiga linear-alongada do ΰ-7 espiguetas T. triuncialis Gr. et Godr.<br />
Triticum ovatum (L.) Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 601; Aegilops<br />
ovata L. Sp. pi. ed. I, p. 105·; Bröl. p. 97; Willk. et Lange,' p. 107;<br />
Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 398.<br />
Exsic. —Welw. n.° 105; Fl. lusit. exs. n.° 1411; Soc. Brot. n. os<br />
453<br />
e 453".<br />
Annual; colmos muitas vezes cespitosos geniculados ascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />
planas molles glabras ou pelludas e asperas nas margens. Espiga curta<br />
oval formada <strong>de</strong> 3-4 espiguetas baslante juntas e muilo fragil na base<br />
quando madura; rachis grosso e villoso na face externa; espiguetas inferiores<br />
ovói<strong>de</strong>s dilatadas no meio com 3-4 flores, as duas superiores masculinas;<br />
espiguetas superiores bastante menores 2-floreas estereis; glumas<br />
1<br />
Detritus, moído; allusão á moedura. porque passa o trigo.<br />
I
170<br />
eguaes ovaes <strong>de</strong> dorso arredondado mais estreitas na base multinerveas<br />
com as nervuras cobertas <strong>de</strong> pequenas pontas agudas, glabras ou levemente<br />
pelludas troncadas e com 34 praganas <strong>de</strong>seguaes, a do meio maior, ásperas<br />
em todo o comprimento e inclinadas para fora quasi em angulo<br />
recto; glumella inferior oblonga 3nervea com 23 praganas <strong>de</strong>seguaes;<br />
caryopse linearoblongo planoconvexo pelludo na extremida<strong>de</strong>.<br />
Hab. nos terrenos arenosos e calcareos incultos.<br />
Nome vulg. — Trigo <strong>de</strong> perdiz.<br />
Alemdouro trasmontano: Bragança (P. Coutinho, Moller); Miranda do<br />
Douro (J. Mariz). — Alemdouro littoral: Porto (Schmitz). — Beira littoral:<br />
visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Moller, Β. Carneiro); Miranda do Corvo<br />
(B. <strong>de</strong> Mello); Ourentam (A. Carvalho); MontemóroVelho, Seixo e<br />
Barros da Torre (M. Ferreira); Buarcos (Schmitz, Moller). — Beira meridional:<br />
Castello Branco (R. da Cunha). — Centro littoral: Cabeço <strong>de</strong><br />
Santa Quitéria <strong>de</strong> Meca {Moller); Villa Franca, nas margens do Tejo,<br />
Monsanto (R. da Cunha); Tapada d'Ajuda (Welw., Daveau). —Alto Alemtejo:<br />
Évora (Moller, V. da Esperança); Redondo (P. Simoes); serra d'Ossa<br />
(Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Calhariz (Welw.); Gezimbra (Moller);<br />
Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da Cunha); Serpa,<br />
Albornoa, Cercal (Daveau); Cazevel (Moller). — Algarve: entre Olhão e<br />
Moncarrapaxo, nas cearas (Welw.); Portimão, Loulé (Moller).<br />
Área geogr. — Região mediterrânea.<br />
Triticum triaristatum (Willd.) Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 602;<br />
Aegilops triaristata Willd. Sp. IV, p. 943; Willk. et Lange, p. 107;<br />
Colmeiro, p. 331.<br />
Affim do T. ovalum distinguindose d'elle por ter a espiga mais comprida<br />
bruscamente attenuada na extremida<strong>de</strong> formada <strong>de</strong> 46 espiguetas,<br />
as inferiores maiores com 23 praganas lizas no terço inferior e sempre<br />
direitas mais compridas, as lateraes mais compridas do que a media.<br />
Hab. nos terrenos estereis.<br />
Baixas do Guadiana: Cazevel (Moller).<br />
Area geogr. — Região mediterrânea.<br />
Triticum triunciale (L.) Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 602; Aegilops<br />
triuncialis L. Sp. pl. ed. I, p. 1051; Brot. p. 97; Willk. et Lange, p.<br />
107; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 400.<br />
0 3<br />
Exsic —Welw. n.° 1049; Soc. Brot, η.<br />
983 e 983 a<br />
.<br />
Annual; colmos um pouco geniculados ascen<strong>de</strong>ntes cespitosos ; folhas<br />
lineares planas villosas ou glabras ásperas nas margens e na face superior.<br />
Espiga linearallongada atlenuada na parte superior muito fragil pela base<br />
quando madura, formada <strong>de</strong> 57 espiguetas bastante juntas; espiguetas
171<br />
inferiores férteis ovoi<strong>de</strong>ohlongas não dilatadas com 34 flores, as inferiores<br />
hermaphrodilas, as superiores masculinas; espiguetas superiores<br />
mais estreitas e estereis; glumas eguaes oblongas multinerveas ásperas<br />
nas nervuras com 3 praganas quasi direitas, a media maior que as lateraes<br />
e todas maiores nas espiguetas superiores; glumella inferior linearoblonga<br />
3Snervea 3<strong>de</strong>nteada mutica ou praganosa ; caryopse mais comprido<br />
que o do T. ovatum.<br />
Hab. nos logares áridos e incultos.<br />
Alemdouro trasmontano : Pinhão, nas margens do Douro (M. Ferreira);<br />
Bragança (Moller). — Alemdouro littoral: Porto, nas margens do Douro<br />
(G. Sampaio). — Beira littoral: Gaya, no Areinho d'Avintes (G. Sampaio,<br />
V. Nogueira). — Beira meridional: Castello Branco, Malpica (B. da Cunha).<br />
— Cenlro littoral : Villa Franca (B. da Cunha); visinhanças <strong>de</strong> Lisboa, serra<br />
<strong>de</strong> Monsanto (P. Coutinho, B, da Cunha); Odivellas (O. David); entre<br />
Queluz e Ajuda (Welw.); Alhambra, nas colunas áridas, Bellas (Daveau).<br />
— Baixas do Sorraia: Montargil (Cortezão). — Alto Alemlejo: MontemóroNovo<br />
(A. Barjona); Évora (Moller, Daveau); Bedondo (P. Simoes);<br />
Portalegre, Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (B. da Cunha). — Baixo Alemlejo lilloral:<br />
Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana: Beja (B. da Cunha); entre<br />
Corte Figueira eMú (Daveau). — Algarve: entre Salir e Bensafrim (Moller).<br />
Area geogr.—Bcgião mediterrânea.<br />
Sect. Π. Sitopyros<br />
Triticum sativum Lam. Encycl. U, p. 554.<br />
Baiz fibrosa; colmos <strong>de</strong> 1015 cent, direitos,solitários ou pouco numerosos<br />
ocos ou cheios; folhas lineares planas. Espiga mais ou menos tetragonal;<br />
espiguetas ovói<strong>de</strong>s imbricadas nas duas faces do rachis com 35<br />
ílores sendo a superior estéril ; glumas mais curtas que as flores quasi<br />
eguaes largas ovaes itiequilateraes carenadas total ou parcialmente troncadas<br />
muticas ou com pragana ; glumellas quasi eguaes, a inferior ovalarredondada<br />
carenada mucronada ou praganosa com nervuras <strong>de</strong>licadas na<br />
parte inferior, a superior 2carenada ; caryopse livre e fácil <strong>de</strong> separar.<br />
Tr. sativum tenax Hackel in Pflanzenfamilien.<br />
Bachis não articulado nem fragil; caryopse não totalmente coberto pelas<br />
glumas e glumellas quando maduro.<br />
l.° Glumas carenadas na parte superior:<br />
a. Tr. sativum vulgare. — Espigas compridas mais ou menos e um<br />
pouco comprimidas dorsalmente.
β. Tr. sativum compactem. — Espiga curta <strong>de</strong>nsa e nitidamente<br />
tetragonal.<br />
2.° Glumas carenadas na base:<br />
γ. Tr. sativum turgidum. — Caryopse curto grosso não comprimido<br />
e truncado.<br />
Tr. sativum durum. — Caryopse oblongo um pouco estreito e<br />
comprimido lateralmente e acuminado.<br />
As diversas raças <strong>de</strong> trigos cultivadas em Portugal foram estudadas em <br />
1862 pelos professores do Instituto agrícola ,Τ. I. Ferreira Lapa e Andra<strong>de</strong><br />
Corvo. Examinaram 502 amostras do trigos cultivados em diversas partes<br />
<strong>de</strong> Portugal e verificaram que apenas havia em cultura as raças Tr. sativum<br />
vulgare, turgidum e durum, representadas por não pequeno numero<br />
<strong>de</strong> subraças ou varieda<strong>de</strong>s. São as seguintes as varieda<strong>de</strong>s e caracteres<br />
distinctivos que se encontram no Relatório 1<br />
apresentado por aquelles professores.<br />
TR. SATIVUM VULGARE. — Palha ôca; grão macio e mediano.<br />
a. Hibernum, muticum. — Espiga geralmente longa, pyramidal<br />
mais larga na face que no perfil. Espiguetas chatas e fia—<br />
belliformes. Glumas ligeiramente chanfradas abaixo da ponta<br />
que é curta. Carena saliente e visível na sua meta<strong>de</strong> superior.<br />
Casulo maior que o grão e aberto nó cume. Grão alongado<br />
oval.<br />
# Espiga compacta, espiguetas apertadas e pegadas ao eixo quasi a angulo<br />
recto. Pontas das glumas curtas e como que roídas. Palha<br />
muito grossa, aeanellada em cima. Planta toda glauca.<br />
I. Trigo mocho ou rapado.<br />
* Eixo da espiga grosso e apparente. Espigueta alongada. Glumas alongadas<br />
afiladas muito rijas. Grão vermelho compndo. Palha rija. curvada<br />
semicheia II. Tr. gallego rapado.<br />
b. Aeslivum, barbatum. — Espiga mais larga na face que no perfil,<br />
geralmente tombada no sentido da face e nunca no das<br />
Relatório do estudo industrial e chimico dos trigos portuguezes. Lisboa, 1862.
173<br />
espiguetas. Baibas divergentes no plano das espiguetas e per-<br />
. sistentes.<br />
* Espiga meio fechada. Espiguetas com 3 flores alongadas na base. Barbas<br />
muito divergentes finas. Palha fina, curvada, ôca e flexível.<br />
#* Espiga mediana; grão miúdo alaranjado, palha fina.<br />
III. Tr. ribeiro.<br />
IV. Tr. portuguez.<br />
## Grão mais arredondado e avermelhado V. Tr. egypcio.<br />
## Espiguetas em leque. Gião gran<strong>de</strong> e muito solto.<br />
VI. Tr. barbella.<br />
«* Espiguetas èm leque. Grão pardcnto VII Tr. <strong>de</strong> terra.<br />
## Espiguetas muito <strong>de</strong>sunidas. Espiga gran<strong>de</strong>, barbas muito divergentes<br />
VIII. Tr. gallego.<br />
Ta. SATIVUM TURGIDUM. — Palha ôca em parte; grão semi-tenro gran<strong>de</strong><br />
grosso.<br />
a. simplex. — Espiga quadrada ou achatada no sentido do perfil.<br />
Espiguetas curtas mais grossas que altas e entumecidas. Glu<br />
mas barrigudas. Carena saliente curvada na base. Glumellas<br />
barrigudas, curtas colladas ao grão. Barbas compridas paral<br />
leles ao eixo da espiga. Grão grosso arqueado. Palha dura<br />
cheia e curvada na meta<strong>de</strong> superior.<br />
# Espiga branca mais larga no perfil. Glumas glaucas involvendo estreitamente<br />
as glumellas. Palha cheia curvada. Grão polido.<br />
IX. Tr. canoco.<br />
* Espiga grossa quadrada branca. Glumas e glumellas villosas. Barbas<br />
divergentes. Grão grosso polido X. Tr. Alexandre.<br />
* Espiga grossa quadrada, mais larga na face das espiguetas. Barbas<br />
muita*s vezes caducas. Palha muito grossa tombada.<br />
*# Espiguetas serradas; barbas curtas XI. Tr. Secilia.<br />
## Espiguetas <strong>de</strong>sunidas acamadas contra o rachis.<br />
XII. Tr. pombinho.<br />
# Espiga quadrada mais larga na face, pyramidal. Glumas e glumellas<br />
villosas. Barbas ás vezes caducas. Grão polido.<br />
## Espiga <strong>de</strong> côr arruiviscada XIII. Tr. rubião.<br />
## Espiga esbranquiçada XIV. Tr. cascalva,
6. Compositum.<br />
174<br />
' Eixo ramificado. Espiga composta. Grão tenro. Palha cheia ondulada ao<br />
pé da espiga XV. Tr. caxudo.<br />
SATIVUM DUHUM. — Palha cheia; grão alongado, duro e vítreo.<br />
a. Espiga quasi pyramidal ou achatada no perfil. Espiguetas es<br />
treitas e alongadas. Glumas duras, muito pouco barrigudas<br />
e terminadas por um <strong>de</strong>nte agudo; carena saliente em todo<br />
o comprimento da gluma, curvada uilorme e ligeiramente.<br />
Barbas muito compridas, muito fortes e divergentes. Grão<br />
comprido triangular, quasi sempre vítreo.<br />
# Espiga alongada amarella ou vermelha. Palha tombada. Plantas villosas.<br />
*# Espiguetas <strong>de</strong>sunidas; glumellas bojudas: grão semi-duro.<br />
XVI. Tr. durazio molar.<br />
*# Espiguetas acamadas em trança; glumellas achatadas; grão duro.<br />
# Espiga chata <strong>de</strong> perfil; barbas muito compridas.<br />
** Barbas brancas.<br />
XVII. Tr. durazio rijo.<br />
#*# Espiga e barbas gran<strong>de</strong>s brancas; erão branco.<br />
XVIII. Tr. candial.<br />
*## Espiga amarellada; barbas onduladas na base.<br />
XIX. Tr. amarello barba branca.<br />
## Barbas pretas.<br />
«## Barbas pretas na base XX. Tr. anafil.<br />
*«* Barbas todas pretas XXI. Tr. mongia. ·<br />
*## Espiga maior; barbas todas pretas.<br />
XXII. Tr. amarello barba preta.<br />
#** Barbas todas pretas; glumellas raiadas <strong>de</strong> preto.<br />
XXIII. Tr. javardo.<br />
### Espiga muito larga no perfil; glumellas avermelhadas; barbas<br />
todas pretas XXIV. Tr. aza <strong>de</strong> Corvo.<br />
#* Barbas ruivas.<br />
### Espiga e barbas muito gran<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> côr arruivada.<br />
XXV.. Tr. vermelejoilo.
175<br />
### Espiga menor; barba anegrada XXVI. Tr. mourisco.<br />
**# Espiga avermelhada XXVII. Tr. vermelho fino.<br />
*** Espiga avermelhada; grão vítreo cor <strong>de</strong> canella.<br />
XXVIII. Tr. amarello Santa Martha.<br />
#* Glumellas muito adhérentes ao grão XXIX. Tr. lobeiro.<br />
A cultura das diversas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trigos está limitada perfeitamente<br />
a regiões distinctas, po<strong>de</strong>ndo todo o paiz ser dividido sob este ponto <strong>de</strong><br />
vista em duas gran<strong>de</strong>s regiões: uma ao sul do Tejo, na qual sào cultivados<br />
os trigos durazios; e outra ao norte, na qual são cultivados os mollares.<br />
Ainda nesta ultima região algumas varieda<strong>de</strong>s dos durazios são cultivadas<br />
em terras altas.<br />
Subtribu Elymeae<br />
HORDEUM 1<br />
L.—Espiguetas unifloreas dispostas ás duas ou por<br />
très em cada <strong>de</strong>nte do rachis; 2 glumas em cada espigueta quasi eguaes<br />
subuladas e praganosas collocadas do lado <strong>de</strong> fora e no mesmo plano, contíguas<br />
e dando i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> meio invólucro <strong>de</strong> 6 foliolos em cada nó; glumella<br />
inferior lanceolada <strong>de</strong> dorso arredondado acuminada praganosa ou mutica,<br />
glumella superior 2carenada 2<strong>de</strong>nteada ciliada nas carenas; estigmas 2<br />
rentes plumosos inseridos um pouco abaixo da extremida<strong>de</strong> do ovário;<br />
caryopse adhérente ás glumellas, plano e ligeiramente sulcado na face<br />
interna.<br />
Rachis articulado (não nas espécies cultivadas) separandose cada parte com as<br />
ι espiguetBS que ne.Ila estão inseridas; espigueta media fértil, as lateraes quasi<br />
sempre pedicelladas e só férteis nas espécies cultivadas; espigueta terminal<br />
abortada; glumas não caducas Subgen. Zeocriton P. B.<br />
Rachis contínuo; espiguelas todas férteis dispostas em duas ou très linhas; glumas<br />
pedicelladas e caducas na maturação; espigueta terminal com duas glumellas<br />
oppostas no plano medio da glumella Subgen Cuviera Kol.<br />
Subgen. Zeocriton P. B.<br />
(Espiguetas todas férteis H. sativum Jessen.<br />
1 •<br />
(Espiguetas lateraes estereis 2<br />
1<br />
De horridus, eriçado; allusão ás praganas das espigas.
176<br />
1 Glumas todas eguaes setaceas H. secalinum Schreb.<br />
2 ]<br />
( Glumas <strong>de</strong>seguaes, umas largas, outras setaceas 3<br />
(Glumas exteriores das espiguetas làteraes setaceas H. murinum L'.<br />
JGlumas da espigueta media e as exteriores das espiguetas lateraes setaceas.<br />
( H. maritimum With.<br />
S ίο rd eu in sativum Jessen, Samenkalal. d. El<strong>de</strong>naer bot. Gartens.<br />
Annual. Colmo direito <strong>de</strong> 610 <strong>de</strong>c.; folhas lineares auriculadas largas.<br />
Espiga inclinada quando madura; espiguetas dispostas por 3 em cada <strong>de</strong>nte<br />
do rachis e todas férteis ou só a do meio.<br />
Todas as 3 espiguetas férteis apresentando a espiga 6 linhas <strong>de</strong> sementes.<br />
As 6 linhas perfeitamente distinctas H. sativum hexastichon.<br />
Só hem distiucta a linha central H. sativum vulgare.<br />
Só fértil a espigueta media H. sativum distichon.<br />
Espécie cultivada e com especialida<strong>de</strong> a subespécie H. sativum hexastichon.<br />
Nome vulg. — Cevada.<br />
Hor<strong>de</strong>um murinum L. Sp. pi. ed. I, p. 8S ; Brot. p. 85; Willk. et<br />
Lange, p. 103; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 388.<br />
Annual; colmos <strong>de</strong> 15 cent, fasciculados geniculadosascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />
molles um pouco pelludas asperas nas margens planas largas lineares<br />
agudas, bainhas glabras, a superior um pouco dilatada muito próxima da<br />
espiga, involvendo a base d'esta por vezes. Espiga quasi direita gran<strong>de</strong> um<br />
pouco comprimida oblonga ou subcylindrica, rachis fragil e ciliado nos<br />
lados; espiguetas dispostas por 3, unifloreas, a media rente hermaphrodita,<br />
as lateraes pedicelladas masculinas ou neutras, todas com longa pragana;<br />
glumas <strong>de</strong>seguaes terminadas por praganas, as da espigueta media<br />
linearlanceoladas eiliadas nas margens, a interna das espiguetas lateraes<br />
da mesma forma muitas vezes ciliada só d'um lado, as externas setaceas;<br />
glumellas quasi oguaes, a inferior <strong>de</strong> dorso arredondado terminado por<br />
uma pragana 3 vezes mais comprida do que ella e muito maior que a das<br />
glumas, 5nervea um pouco áspera no dorso e por vezes pubescente interiormente<br />
nas flores estereis.<br />
var. leporinum; H. leporinum Link, in Linn. IX, p. 133; H. minimum,<br />
β. major Gr. et Godr. Fl. fr. III, p. 595. — Planta
177<br />
mais forte, espiga maior; gluma interna das espiguetas lateraes<br />
ciliadas <strong>de</strong> dois lados.<br />
Exsic —Welw. n. os<br />
992 e 993; Soc. Brot. n.° 1273.<br />
Hab. nos terrenos áridos, sobre as pare<strong>de</strong>s velhas, etc.<br />
Nome vulg. — Cevàda <strong>de</strong> rato.<br />
Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé (D. M. Ochoa); Moncorvo<br />
(J. Mariz); Chaves (Moller); Villa Real (D. Monteiro); Caldas <strong>de</strong> Moledo<br />
(W. Lima); Adorigo (Schmitz). — Alemdouro littoral: Gerez, Soajo (Moller);<br />
Caminha (R. da Cunha); Porto (G. Sampaio).—Beira trasmontana:<br />
Castello Bom (R. da Cunha); Trancoso (M. Ferreira). — Beira central:<br />
Guarda, Sabugueiro, Vizeu, Oliveira do Cou<strong>de</strong>, Lobão, Bussaco (Moller).<br />
— Beira lilloral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Lavos, Pombal, Figueira (Moller);<br />
Ponte da Mucella, S. Martinho da Cortiça, Fornos (M. Ferreira).—<br />
Beira meridional: Soalheira (P. e<br />
C. Zimmermann). — Centro littoral: Nazareth<br />
(Padrão); Óbidos, Senhora da Luz, entre a Povoa e Friellas (Welw.);<br />
Lisboa (J. <strong>de</strong> Mendonça); serra <strong>de</strong> Monsanto (B. da Cunha).—Baixo<br />
Alemlejo lilloral: Alfeite (R. da Cunha); Barreiro (Moller).—Alto Alemlejo:<br />
Castello <strong>de</strong> Vi<strong>de</strong> (R. da Cunha); Estremoz, Villa Fernando (Daveau);<br />
Redondo (P. Simões); Évora, Portalegre (Moller). — Baixas do Guadiana:<br />
Beja (R. da Cunha) ; Cazevel, Monte Gil (Moller). — Algarve: Faro (Welw.) ;<br />
Lagos (Daveau); Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio (Möller).<br />
Area geogr. — Europa, Africa boreal, Canária e America.<br />
Mor<strong>de</strong>ram secalinum Schreb. Spec. p. 148; H. maximum β. L. Sp.<br />
pl. ed. I, p. 85; H. pratense Huds. Fl. angl. ed. 2, p. 56; Rrot. p. 85;<br />
Willk. et Lange, p. 103; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 389.<br />
Exsic. — Welw. n.° 1785; Soc. Brot. n.° 883; Fl. lusit. exs. n.° 39.<br />
Perennal ; colmos <strong>de</strong>lgados direitos <strong>de</strong> 48 <strong>de</strong>c. ; folhas planas lineares<br />
acuminadas estreitas; bainhas inferiorespelludas, ligula curta troncada.<br />
Espiga estreita um pouco comprimida; espiguetas ternadas unifloreas, a<br />
media rente hermaphrodita .e com praganas bastante compridas, as lateraes<br />
pedicelladas menores que a media masculinas ou neutras com pragana<br />
curta; glumas todas setaceas mais compridas que as flores ásperas;<br />
glumellas eguaes, a inferior <strong>de</strong> flor media terminada por uma pragana <strong>de</strong><br />
comprimento egual ao d'ella, a pragana das flores lateraes mais curtas que<br />
as glumellas.<br />
Hab. nos prados, margens dos caminhos, etc.<br />
Alemdouro trasmontano: Ricafé, prox. <strong>de</strong> Bragança (Moller); Moncorvo<br />
(J. Mariz). — Beira trasmontana: Villar Formoso (B.,da Cunha); Trancoso<br />
(M. Ferreira). — Beira littoral: visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> (Brot.);<br />
Cellas "(Möller) ; Miranda do Corvo.(B; <strong>de</strong> Mello); MontemóroVelho (M.<br />
12 XX
m<br />
Ferreira); Moinho do Almoxarife (Schmilz); Ponte da Mucella (M. Ferreira).—<br />
Centro littoral: Villa Nova da Rainha (Welw.); Villa Franca<br />
(R. da Cunha).<br />
Area geogr. — Europa media e meridional.<br />
OBS. — Brotero consi<strong>de</strong>ra esta espécie como annual. Alguns exemplares<br />
que examinei parecem provar isso. É possível que só d'estes elle examinasse.<br />
Hor<strong>de</strong>nm maritimuni Witlh. Bot. arr. p. 172; II. rigidum Roth.<br />
Cat. II, p. 24; Willk. et Lange, p. 103; Hackel, p. 28; Colmeiro,<br />
p. 390.<br />
Exsic — Welw. n.° 995.<br />
Annual; colmos solitários ou cespitosos geniculados ascen<strong>de</strong>ntes; folhas<br />
lineares planas mais ou menos pubescentes, bainhas inferiores pubescentes,<br />
a superior glabra um pouco dilatada involvendo em alguns casos a<br />
base da espiga, ligula curla troncada. Espiga curta um pouco comprimida;<br />
espiguetas ternadas unilloreas, a media rente, as lateraes pedicelladas masculinas<br />
ou neutras; glumas <strong>de</strong> forma diversa, as duas <strong>de</strong> espigueta media<br />
e a externa das lateraes setaceas, a interna das lateraes alada d'um lado<br />
semilanceolada subulada, Iodas com pragana; glumellas eguaes, a inferior<br />
glabra, a da espigueta media com pragana mais comprida que as glumas,<br />
as das lateraes mais curtas que as glumas.<br />
c. Gassonianum; H. Gussonianum Pari. FI. pal. p. 526; H. secalinum<br />
Guss. FI. sic. Prod. I, p. 143 ; H. secalinum annuum<br />
Willk. et Lange, p. 103; Coimeiro, p. 390. — Espiga fragil,<br />
espiguetas separando-se com facilida<strong>de</strong>; gluma interna das<br />
espiguetas lateraes um pouco infunada; pragana da flor media<br />
pouco mais comprida que as glumas setaceas, a das flores<br />
lateraes muito curtas.<br />
Hab. nos logares húmidos e com especialida<strong>de</strong> não longe das costas<br />
marítimas.<br />
Alemdouro littoral: Porto, nos areaes das margens do Douro (G. Sampaio).—<br />
Beira littoral: Buarcos (Schmilz, A. Carvalho); entre Seixo e<br />
Gatões, Montemôr-o-Velho, Lavos (M. Ferreira). — Centro littoral: Alverca,<br />
nas pastagens salgadas (Daveau); Azambuja, Leiria, Villa Franca,<br />
visinhanças <strong>de</strong> Lisboa (R. da Cunha); entre Sacavém e Povoa, nos terrenos<br />
salgados (Welw.); Bellas (Daveau). — Baixo Alemtejo littoral: Alcácer<br />
do Sal (Daveau); Setúbal (A. Luisier). — Allo Alemtejo: Évora (Daveau).
179<br />
— Algarve: Villa Real <strong>de</strong> Santo Antonio', Olhão, nos terrenos salgados,<br />
Castro Marim (Moller).<br />
Area geogr. — Europa.<br />
OBS. — Os exemplares colhidos em Castro Marim mostram claramente<br />
a transição da forma typica para a varieda<strong>de</strong>, justificando a opinião dos<br />
que não consi<strong>de</strong>ram o H. Gussonianum como espécie distincta, o que o<br />
sábio botanico Parlatore, auctor do nome especifico, julga justo na Fl. italiana,<br />
1, p. 523. A varieda<strong>de</strong> é talvez mais vulgar que a forma typica em<br />
Portugal.<br />
Subgen. Cariera Kol.<br />
nor<strong>de</strong>nin caput-Mednsae (L.) Coss. Expl. Alg. p. 198; Elymus<br />
caput-Medusae L. Sp. pi. ed. I, p. 84; Brot. p. 95; Willk. et Lange,<br />
p. 104; Hackel, p. 28; Colmeiro, p. 391.<br />
Exsic —Welw., n.° 996; Soe Brot., n. os<br />
313 e 313"; Fl. lusit. exs.<br />
n.° 424.<br />
Annual; colmos ascen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>lgados; folhas estreitas molles quasi sempre<br />
pelludas na face superior ou pouco enroladas quando seccas, bainhas<br />
pelludas, ligula muito curta. Espiga curta <strong>de</strong>nsa, espiguetas aos pares ou<br />
as inferiores, solitárias contendo em geral duas Ílores, uma hermaphrodita<br />
e a outra rudimentar, glumas similhantes ligaclas na base subuladas e terminadas<br />
por praganas muito compridas patentes ou réfractas quando a espiga<br />
eslft madura, glumellas eguaes, a inferior lanceolada lisa ou áspera<br />
5-nervea e terminada por uma longa pragana <strong>de</strong> 8-10 cent, curvada para<br />
o lado <strong>de</strong> fóra.<br />
Hab. tanto nos terrenos cultivados, como nos incultos.<br />
Alemdouro trasmontano : visinhanças <strong>de</strong> Vimioso (J. Mariz); Bragança,<br />
nas margens do Sabor (M. Ferreira); Barca dAlva (G. Sampaio). — Beira<br />
trasmontana: Almeida, nas proximida<strong>de</strong>s do Côa (M. Ferreira).—Beira<br />
meridional: Castello Branco (A. Bicardo).—Alto Alemtejo: Alvito (D. S.<br />
da Silva); Portalegre (Moller) ; entre Elvas e Badajoz (Schmitz) ; Villa<br />
Fernando (B. Larcher).— Baixo Alemtejo littoral: nas colunas, entre<br />
Azeitão e Cnlhariz (Welw.); Setúbal (A. Luisier). — Baixas do Guadiana:<br />
<strong>de</strong> Beja a Albornoa, entre Carrasqueiro, Castro Ver<strong>de</strong> e Mú (altitu<strong>de</strong><br />
560'"), entre Corte Figueira (Daveau); Cazevel (Moller). — Algarve:<br />
Portimão, nas margens dos campos, Castro Marim (Welw.); Ferreiros<br />
(Moller).<br />
Area geogr. — Península ibérica, Africa boreal.
180,<br />
Tribu XL B a m b u s e a e<br />
Gramíneas <strong>de</strong> colmo lenhoso pelo menos na base; Tolhas na maior parle<br />
.das espécies articuladas com o peciolo. Inflorescencias <strong>de</strong> formas diversas;<br />
flores em geral com 6 estâmes.<br />
As bambtiseas são plantas das regiões quentes, muitas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões.<br />
Ha em cultura muitas espécies. Em Portugal vegetam bem o<br />
Phyllostachis mitis dando colmos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 8 melros, o Ph. nigra, Ph.<br />
violascens, e são cultivados como plantas Ornanyentaes o Ârundinaria falcata,<br />
A. Forlunei e outros.<br />
NOTAS Ε ADDIÇOES<br />
JJfTHOXANTHIIM L. (pag. 21). — Segui com relação ás espécies<br />
d'esté género a opinião auctorisada dô prof. Hackel. O sr. Rouy não concorda<br />
e nas notas sobre algumas gramíneas <strong>de</strong> Portugal 1<br />
insiste na distincção<br />
das espécies — A. odoralum, amaram, ovaium, arislalum, Puellii —<br />
e consi<strong>de</strong>ra o A. Lloydii como varieda<strong>de</strong> do A. arislalum, e para a <strong>de</strong>terminação<br />
d'estas espécies dá a seguinte clave :<br />
. (Plantas vivazes " 2<br />
i '<br />
(Plantas annuaes : 3<br />
/Colmos finos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za mediana: panicula èspiciforme, pouco dura. não contínua<br />
e attenuada na base , A. odoratum L.<br />
Glumas glabras var. genuinum.<br />
Glumas pelludas var. villosum Lois.<br />
Colmos <strong>de</strong> 610 cent, robustos; panicula subcylindrica, quasi egual, ordinariamente<br />
trancada na base, um pouco arredondada na extremida<strong>de</strong>, dura; folhas<br />
\ largas (710 mill.) A. amarum Brot.<br />
1<br />
Matériaux pour servir à la revision <strong>de</strong> la flore portugaise.'Bol. <strong>de</strong> la Soc. Bot. <strong>de</strong><br />
France, XXVIII (1881).
181<br />
[Panicula pouco <strong>de</strong>nsa comprida; colmos ramosos com os ramos crusados entre si.<br />
1 ' A. Puelii Lec. et Lamotte.<br />
(Panieula bastante <strong>de</strong>nsa; colmos pouco ou nada ramosos 4<br />
/Panicula ovói<strong>de</strong> ou cylindrica mais ou menos <strong>de</strong>nsa; glumas ordinariamente gla-.<br />
bras; colmos finos, simples ou pouco ramosos A. aristatum Boiss.<br />
(A. Carrenianum Pari.).<br />
J Colmo curto (S-15 cent); paniculs curta, bastante <strong>de</strong>nsa, subovoi<strong>de</strong>.<br />
\ A. aristatum, var. nanum Reut.<br />
J (A.Lloydii Jord.).<br />
Panicula oval ou subovoi<strong>de</strong>, muito <strong>de</strong>nsa; glumas pelludas; colmos simples, pouco<br />
\ altos, robustos A. ovatum Lag.<br />
Avena Hackelii (pag. 87). — Esta espécie já encontrada pelo dr.<br />
Wehvitsch associada com a A. sulcata, A. albinervis, Drosophyllum lusitaniens,<br />
Simethis planifolia e outras plantas, assemelha-se muito pelos<br />
caracteres externos á A. filifolia e tem certa similhança com a A. sulcata<br />
e albinervis. D'estas porém facilmente se distingue pela forma das folhas,<br />
que são relativamente largas. Se atten<strong>de</strong>rmos aos caracteres anatómicos é<br />
perfeitamente distincta e não confundível com qualquer das outras. Ha<br />
apenas <strong>de</strong> commum o numero <strong>de</strong> nervuras principaes, que; são très <strong>de</strong><br />
cada lado da nervura central. Nas A. sulcata e albinervis as folhas são <strong>de</strong><br />
superfície plana e apenas têm sclerenchyma nas margens e na parte dorsal<br />
junto da nervura media..<br />
Na A. filifolia a superfície da folha tem quatro sulcos longitudinaes<br />
d'um e d'outro lado da nervura media, sendo o que fica junto a esta nervura<br />
ainda parcialmente dividido por uma pequena elevação. A cada parte<br />
saliente correspon<strong>de</strong> um fascículo libero-lenhoso ligado com a epi<strong>de</strong>rme<br />
por tecido scleroso, que se prolonga por baixo da epi<strong>de</strong>rme mais <strong>de</strong>senvolvidamente<br />
na face ventral. Ao fundo <strong>de</strong> cada sulco correspon<strong>de</strong> um<br />
grupo <strong>de</strong> cellulas bulliformes.<br />
"A A. Hackelii tem as folhas com a superficie não siäcada e dobradas<br />
a meio. Notam-se apenas umas pequenas <strong>de</strong>pressões em face dos feixes<br />
libero-lenhosos, mais accentuadas d'um e d'outro lado da nervura media.<br />
Só ahi ha cellulas bulliformes. Por baixo da epi<strong>de</strong>rme dorsal corre em toda<br />
a folha uma camada bastante espessa <strong>de</strong> sclerenchyma. Na parte correspon<strong>de</strong>nte<br />
á face ventral observam-se pequenos grupos <strong>de</strong> cellulas sclérosas<br />
por baixo da epi<strong>de</strong>rme em frente dos fascículos com os quaes ficam ligados<br />
por tecido incolor. A nervura media e bem assim as nervuras secundarias<br />
estão ligadas por sclerenchyma só com as cellulas sclérosas subjacentes<br />
á epi<strong>de</strong>rme da face dorsal. É, como se vê, uma estructura inteiramente<br />
diversa da que se observa na A. filifolia e muito mais ainda das
182<br />
t • •<br />
da A. sulcata e albinervis. Esta estructura só por si bastava para bem caractériser<br />
esta nova espécie.<br />
Subtribu Eragrosteae (pg. 101)<br />
(Espiguetas corn 6-25 flores; panicula com ramos patentes ou levantados; gluj<br />
J niella superior persistente sobre o eixo Eragrostis.<br />
(Espiguetas com 2-8 flores 2<br />
(Glumas quasi eguaes; panicula espiciforme Koeleri'a.<br />
- \<br />
(Glumas <strong>de</strong>seguaes 3<br />
3<br />
4<br />
(Gluma superior eeualanûo as flores. Avelinea.<br />
(Ambas as glumas mais curias que as flores 4<br />
(Panicula ramosa conlrahida Molinea.<br />
(Panicula iricholoma .. .. Sphenopus<br />
Subtribu Eufestuceae (pag. MO)<br />
(Inflorescencia em espiga simples ou ramosa Catapodium.<br />
1 j<br />
(Inflorescencia em panicula ampla ou espiciforme '. 2<br />
(Panicula com espiguetas ferieis c estéreis 3<br />
2 ) .<br />
(Panicula <strong>de</strong> flores férteis com ou sem flores rudimentares 4<br />
4<br />
5<br />
ÍPanicula espiciforme; espiguetas férteis com 2 flores, ama fértil ouïra estéril;<br />
espiguetas estereis com flores reduzidas a 2 glumas Lamarckia.<br />
Espiguetas férteis com 2-7 flores; espiguestas estéreis com as flores reduzidas<br />
ás glumas inferiores disticadàs Cynosurus.<br />
(Glumas eeuaes ou quasi eguaes ' 5<br />
(Glumas perfeitamente <strong>de</strong>seguaes 7<br />
(Glumas concavas; espiguetas em pedicellos longos e finos Briza.<br />
(Glumas estreitas ovaes ou lanceoladas G<br />
iPanicula ramosa; ramos cyliudricos Poa.<br />
^ iPanicula <strong>de</strong> espiguetas, umas quasi rentes, outras pedicelladas; ramos trigonos.<br />
( ' Scleropoa.
183<br />
l Espiguetas em glomerulus compactos na extremida<strong>de</strong> dos ramos Dactylis.<br />
7<br />
(Espiguetas não em glomerulus 8<br />
[Espiguetas ovaes ou lanceoladas; pedicellos dilatados sob as espiguetas.<br />
I Festuca.<br />
8<br />
/Espiguetas compridas, a principio cylindricas, por ultimo comprimidas lateral<br />
[ mente 9<br />
9<br />
IGlumellulas ligadas entre si Glyceria.<br />
(Glumellulas livres Atropis.<br />
Fesluca ovina (pag. 127). — O prof. Hackel tendo examinado exemplares<br />
colhidos pelo sr. A. Moller no Alto Alemtejo consi<strong>de</strong>rouos como<br />
formando uma subespécie cuja <strong>de</strong>scripçào me enviou. Ε a seguinte:<br />
F. ovina L. subspec. transtagana Hackel. — Vaginae innovationum non<br />
nisi ima basi integrae, ceterum fissae, firmulae, laminas emortuas retinentes,<br />
<strong>de</strong>mum minutatim dilabentes. Laminae omnes tenuiter setaceae, flacciolae,<br />
obtusiusculae extus (in sicco) angulatae, 7nerves, intus costis 5<br />
prominentibus, sub quovis nervo fascículo sclerenchymatico tenui instructae,<br />
quorum medianus et lateralis primarius cum nervo confluunt, reliqui<br />
ab eo parenchymate separantur, sino cellulis bulliformibus. Spiculae mulicae.<br />
Descript. Culmi ténues, 3040 cm. alti, bino<strong>de</strong>s, laeves. Folia innovationum<br />
ad 20 cm. longa, diâmetro 0.5 mm. scaberulae, viri<strong>de</strong>s. Panicula<br />
circ. 17 cm. longa, oblonga, laxa, ílaccida, rachi gracillimo, ramis<br />
soli tari is scaberulis. inferioribus 35spiculatis basi breviter nudis, spiculae<br />
m m<br />
oblongae 45llores 8 longae, palli<strong>de</strong> virentes. Glumae steriles acutiusculae,<br />
laeves, If" ad medium IV ae<br />
pertinens. Glumae fertiles linearilanceolatae,<br />
acutae, muticae, 45 mm. longae, dorso rotundatae, minute scaberulae.<br />
Palea bi<strong>de</strong>ntula, carinis scabra. Ovarium glabrum.<br />
Alte (Moller, VI, 1884).<br />
Alunis F. ovinae subsp. euovinae, 'atamen satis distincta omnibus hujus<br />
varietalibus structura foliorum, salis similis structurae foliorum F. rubrae.
184<br />
SUBSÍDIOS para o estudo da flora portugueza<br />
SUPPLEMENTO ÁS CRASSULACEAS 1<br />
POR<br />
Joaquim <strong>de</strong> Mariz<br />
Depois que foi publicado em 1888, no Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broteriana,<br />
o meu estudo sobre a or<strong>de</strong>m das Succulenteas da Hora portugueza,<br />
muito progrediram as explorações botanicas no paiz em or<strong>de</strong>m nào só a<br />
augmenter o numero <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s das espécies ahi enumeradas, como<br />
também pelo apparecimento <strong>de</strong> espécies novas para a Hora.<br />
Das quatro famílias que comprehen<strong>de</strong> essa or<strong>de</strong>m na Peninsula, nas<br />
quaes também dividi o trabalho a que me reporto, <strong>de</strong>staca-se uma d'ellas :<br />
a família das Crassulaceas, que, além da distribuição geographica das suas<br />
espécies ter augmentado muito nos 14 annos <strong>de</strong>corridos e <strong>de</strong> apparecerem,<br />
neste período, algumas espécies novas para a nossa flora, realizou-se<br />
o facto importante <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dar-se a verda<strong>de</strong>ira significação a duas espécies<br />
criticas do género Umbilicus que foram mal interpretadas no primeiro<br />
estudo, por falta <strong>de</strong> elementos sufficientes para o seu cabal conhecimento.<br />
Estas espécies criticas, <strong>de</strong>sdobradas do chamado U. horizontalis do meu<br />
estudo referido, são o U. praeallus (Brot.) e o U. Coulinhoi que, <strong>de</strong>stacados<br />
da synonymia pouco precisa que então citei, representam respectivamente<br />
o Cotyledon umbilicus L., var. praealta Brot., e o Umbilicus horizontalis<br />
Mar. non DC.<br />
Para fundamentar esta apreciação e para mencionar as novas <strong>de</strong>scobertas<br />
sobre a família das Crassulaceas portuguezas, eis os motivos assaz justificáveis<br />
que <strong>de</strong>terminaram a publicação do presente Supplemento.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1902.<br />
Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broleriana, VI, pag. 17.
185<br />
CRASSULACEAE DC.<br />
• I. Umbilicus DC.<br />
1. U. praeallus (Brot.) Mariz [U. horizontalis (ex p.) Wk. Prodr. Fl.<br />
Hisp. II, p. 132; Cutanda, morfte <strong>de</strong> Batres exsic. 492; Mariz, Bol. Soc.<br />
Brot. VI, p. 17 non DC; U. erecttis,.ß. praealtus Colm. Enum. y Bev.<br />
Pl. Penins. Hisp.Lusit. II, p. 447; TJ. pendulinus, β. praealtus (ex p.)<br />
Wk. Suppl. Prodr. Fl. Hisp. p. 213; Cotyledon umbilicus L., var. praealta<br />
Brot. Fl. Lusit. II, p. 204; Cotyl. maximum, Lusitanum Grisl. Virid.<br />
Lusit. n. 402; Tournefort Topogr. bot. p. 121; Cotyl. major, Lusitana<br />
Tourn. Inst. 5, p. 90].<br />
Glaber, caule robusto, 6080 cent, longo, redo simplici subangulato;<br />
folds inferioribus petiolatis reniformisubrotundis, grosse repando<strong>de</strong>ntatis,<br />
petiolis excentrice aut margine insertis, superioribus multo minoribus<br />
latepetiolatis cunealis 3vel 5<strong>de</strong>ntatis; racemo terminali longo<br />
subllexuoso, floribus bracteatis numerosissimis pedúnculo longo bra<strong>de</strong>is<br />
duplo brevieri suffullis, superioribus erectiusculis, reliquis palulis aut obliquis;<br />
calyce fere ad basin 5partito corolla 4plo breviore; corolla cylindraceoangulala<br />
5costata lutea, lobis 5 lia vis longis undulatis triangulariacuminalis<br />
termihata; squamis hypogynis minutissimis infundibulimorphis ;<br />
frudu fere dimidium floris aequanti, carpellis ruffis in stylum brevem attenuatis.<br />
Terrenos sombrios e húmidos, sebes e mail as <strong>de</strong> castanheiros da região<br />
montanhosa. — Alemdouro trasmontano: Vimioso (J. Mariz); — Beira trasmontana:<br />
arredores <strong>de</strong> Almeida: Junca (M. Ferreira); — Alto Alemtejo:<br />
Marvão (Brot., A. Moller), arredores <strong>de</strong> Portalegre (Brot.); serra <strong>de</strong> S.<br />
Mame<strong>de</strong> (A. Moller); — Baixas do Sorraia? entre Vendas Novas e MontemóroNovo?<br />
(Tournefort). — peren. MaioJun. (v. v.).<br />
Hab. na Hesp. (Batres, prov. <strong>de</strong> Madrid).<br />
OBSEHV. — No trabalho a que acima me refiro, publicado no Boletim<br />
da Socieda<strong>de</strong> Broleriana sobre as Crassulaceas portugnezas, agrupei sob a<br />
<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Umbilicus horizontalis DC. duas espécies différentes m'fes
186<br />
muito próximas entre si : uma da região montanhosa boreal e media do<br />
paiz, que ao tempo da publicação d'esse trabalho (começos <strong>de</strong> 1888) ainda<br />
não tinha sido por mim examinada <strong>de</strong> Portugal; e outra que cresce nos<br />
terrenos salgados e arenosos da beiramar da zona media do paiz.<br />
Na observação com que fiz acompanhar no indicado trabalho o chamado<br />
U. horizontalis, ao mesmo tempo que agrupei uma á outra (mas erradamente)<br />
aquellas duas formas, referias também ao exemplar hespanhol,<br />
existente no herbario <strong>de</strong> Willkomm, proveniente do monte <strong>de</strong> Batres,<br />
prov. <strong>de</strong> Madrid, colhido pelo sr. Cutanda e <strong>de</strong>terminado pelo sr. Willkomm<br />
com o nome <strong>de</strong> U. horizontalis DC. Examinei esse exemplar no herbario<br />
do Mediterrâneo do mesmo auctor, collado em frente <strong>de</strong> exemplares do<br />
verda<strong>de</strong>iro U. horizontalis DC. provenientes da prov. <strong>de</strong> Granada, colhidos<br />
pelo mesmo botanico nos arredores <strong>de</strong> Mqlaga, on<strong>de</strong> é abundante.<br />
Porque foi que, para representar este Umbilicus, somente me referi,<br />
na observação citada, ao exemplar <strong>de</strong> Cutanda n.° 492, e não mencionei<br />
os <strong>de</strong> Willkomm coitados na mesma folha do seu herbario?<br />
Foi porque o primeiro tinha maiores affinida<strong>de</strong>s com os exemplares da<br />
nossa região littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria e Alcochete, únicos que eu nessa<br />
epocha conhecia, do que com os exemplares <strong>de</strong> Willkomm colhidos em<br />
Malaga.<br />
Quando .em 1888 realizei a minha segunda exploração botanica pela<br />
província <strong>de</strong> TrazosMontes, colhi nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Vimioso um Umbilicus<br />
que me pareceu possuir todos os caracteres dos da região littoral<br />
do paiz, ja encontrados. Consi<strong>de</strong>reio, pois, como pertencente ao U. horizontalis<br />
DC, e tanto mais que este <strong>de</strong> Vimioso tinha maiores affinida<strong>de</strong>s<br />
com a forma <strong>de</strong> Cutanda, colhida no monte <strong>de</strong> Batres (Madrid), do que<br />
mesmo os da região littoral.<br />
Fazendo, portanto, um estudo comparativo mais miúdo dos exemplares<br />
<strong>de</strong> Vimioso, agora encontrados, com os do Pinhal <strong>de</strong> Leiria e Alcochete,<br />
vi que havia entre elles differenças apreciáveis não só na disposição das<br />
flores, no comprimento e robustez dos caules, como na forma das escamas<br />
hypogynicas, etc.; por on<strong>de</strong> concluí que o Umbilicus <strong>de</strong> Vimioso me pareceu<br />
pertencer ao verda<strong>de</strong>iro U. horizontalis DC. que correspon<strong>de</strong> perfeitamente<br />
á forma <strong>de</strong> Cutanda do monte <strong>de</strong> Batres, e o Umbilicus do Pinhal<br />
<strong>de</strong> Leiria e <strong>de</strong> Alcochete se po<strong>de</strong>ria consi<strong>de</strong>rar como pertencentes a<br />
uma espécie nova ainda não <strong>de</strong>scripta.<br />
Ε esta a razão da Nota final ao n.° 240 da Synonymia do sr. dr. Julio<br />
Henriques proposta ás phrases do Catalogo <strong>de</strong> Tournefort*.<br />
1<br />
Boletim da Socieda<strong>de</strong> Broteriana, VHF, pag. 262.
187<br />
Ficou, por consequência, assente e averiguado que o Umbilicus <strong>de</strong> Trazos-Montes<br />
é espécie différente, ainda que próxima, dos <strong>de</strong> Pinhal <strong>de</strong> Leiria<br />
e Alcochete.<br />
Resta agora saber se a var. praealla do Cotyledon umbilicus Brot, pertence<br />
a alguma d'estas espécies, e a qual d'ellas?<br />
Na referida Nota ά phrase η.° 240 da Synonymia <strong>de</strong> Tournefort, agrupei<br />
a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero aos exemplares <strong>de</strong> Leiria e Alcochete, <strong>de</strong>vendo<br />
com elles constituir uma espécie nova; mas para po<strong>de</strong>r tirar uma conclusão<br />
segura era indispensável examinar exemplares da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero,<br />
colhidos em Marvão e Portalegre seu logar clássico.<br />
Effectivamente em 1891 o sr. Moller, em exploração botanica naquella<br />
região do Alemtejo, pon<strong>de</strong> obter bons exemplares <strong>de</strong> um Umbilicus <strong>de</strong><br />
porte elevado, cujos caracteres se coadunavam muito bem com os da curla<br />
diagnose <strong>de</strong> Brotero, e comparados com os elementos já existentes no herbario<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, chegouse ao conhecimento pleno <strong>de</strong> que o Cotyledon<br />
umbilicus, var. praealla Brot, representa a mesma forma do exemplar por<br />
mim colhido em Vimioso no anno <strong>de</strong> 1888, e d'aquelle que o empregado<br />
M. Ferreira colheu, em 1890, perto <strong>de</strong> Almeida; e como se reconheceu<br />
que o habitat d'este Umbilicus não se esten<strong>de</strong> á região marítima, é <strong>de</strong><br />
presumir que seja lambem o mesmo dos arredores <strong>de</strong> MontemóroNovo<br />
colhido por Tournefort, única localida<strong>de</strong> que resta por verificar.<br />
Por isto fica corroborada a conclusão <strong>de</strong> que os exemplares <strong>de</strong> Alcochete<br />
e Pinhal <strong>de</strong> Leiria são différentes da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero, e portanto<br />
representam uma espécie nova a que na referida Nota <strong>de</strong>i provisoriamente<br />
o nome <strong>de</strong> U. lusitaniens.<br />
Falta averiguar um ponto importante. Pertencerá effectivamente ao U.<br />
horizontalis DC. o exemplar <strong>de</strong> TrazosMontes e com elle os da Beira<br />
trasmontana e Alto Alemtejo? \<br />
O sr. Willkomm no seu Supph ao Prodr. Fl. Hisp. p. 213 consi<strong>de</strong>ra<br />
o Umbilicus pendulinus DC, 3. praealla Brot, como synonymo do U. horizontalis<br />
DC. como que reforçando a opinião que expendi no meu primeiro<br />
trabalho sobre as Crassulaceas portuguezas. Esta opinião, porém,<br />
não é exacta porque examinando os exemplares do verda<strong>de</strong>iro U. horizontalis<br />
DC. do seu logar clássico da Sicilia, Argelia e mesmo da Hespanha<br />
(Exsic. <strong>de</strong> Willk. 1845, n.° 875) vêse que este mais se coaduna<br />
com o aspecto do U. pendulinus DC, <strong>de</strong> que é muito affim e talvez simples<br />
varieda<strong>de</strong>, do que com os exemplares portuguezes do Umbilicus em<br />
discussão a que se julgava pertencer. O sr. Willkomm, dando como synonymo<br />
do U. horizontalis a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brotero, quiz aproximar a espécie<br />
<strong>de</strong> Cutanda colhida no monte <strong>de</strong> Batres, que representa sem contestação<br />
alguma a varieda<strong>de</strong> praealla <strong>de</strong> Brot., dos exemplares por elle mesmo<br />
colhidos em Malaga, e talvez os <strong>de</strong> Perez y Lara e Beverchon da mesma
188<br />
provinda hespanhola 1<br />
e que evi<strong>de</strong>ntemente se referem ao verda<strong>de</strong>iro U.<br />
horizontalis DC.<br />
Temos portanto simplificada a questão relativa a estas diversas formas<br />
<strong>de</strong> Umbilicus pela maneira seguinte:<br />
1.° O U. horizontalis DC. não é espécie portugueza, mas existe no sul<br />
da Hespanha, além do seu logar clássico: Italia e Argelia, e também nas<br />
Canárias e Açores: liba <strong>de</strong> S. Miguel (Bruno).<br />
2.° O Cotyledon umbilicus, var. praealta Brot, <strong>de</strong>ve constituir uma espécie<br />
perfeitamente autónoma e distincta do U. pcndulinus D.C. e <strong>de</strong> seus<br />
affins. Para a <strong>de</strong>signar proponho que se conserve o nome da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Brotero, que é característico, mas elevado á categoria <strong>de</strong> espécie, chamandoselhe<br />
U. praeallus (Brot.). Também existe na região media da<br />
Hespanha.<br />
3.° Os exemplares do Umbilicus da região littoral, Alcochete e Pinhal<br />
<strong>de</strong> Leiria, embora representando uma forma affim do U. praeallus Brot,<br />
<strong>de</strong>vem constituir uma espécie nova <strong>de</strong>scripta no numero seguinte.<br />
Com relação ao U. erectus DC. <strong>de</strong> cuja affinida<strong>de</strong> provável com alguma<br />
espécie portugueza tratei também na referida observação à espécie n.° 1<br />
das Crassulaceas portuguezas 2<br />
, ficam <strong>de</strong> pé as consi<strong>de</strong>rações que então<br />
expendi, e que estão <strong>de</strong> accordo com a observação 2." da Flora Lusitanica<br />
<strong>de</strong> Brotero, vol. II, p. 204, isto é, que o L. erectus DC. synonymo<br />
<strong>de</strong> Cotyledon Lusitanica Lam. não é espécie portugueza nem talvez da<br />
peninsula hispânica embora o sr. Perez y Lara assim o queira significar<br />
na sua Florida Gaditana, consi<strong>de</strong>rando o U. horizontalis DC. como varieda<strong>de</strong><br />
do U. erectus DC.<br />
1 bis. U. Coutinboi Mariz ["U. horizontalis Mar. Boi. Soe Brot. I. c. (ex<br />
p.); P. Coutinho exsic. Soe. Brot. 1883, η. 326, non DC; U. lusitaniens<br />
Mar. (pro int.), non Lam. 1. c. VIII, p. 262). — Diff'ert a prece<strong>de</strong>nti radiée<br />
plus minusve tuberöse, caule paulo breviori 4570 cent, longo, ex<br />
cárneo rubente; foliis inferioribus ovalisubrotundis, sinuato<strong>de</strong>ntatis; Ho—<br />
ribus pedúnculo breviori arcuatôreflexis spicam longam rectam <strong>de</strong>nsissimam<br />
formantibus ; corolla ovoi<strong>de</strong>a lobis brevioribus triangularisubcordatis<br />
rufescentibus coronata ; squamis hypogynis hypocraterimorphis.<br />
Terrenos salgados da região inferior, campos e areaes perto das marinhas.—<br />
Beira littoral: Pinhal <strong>de</strong> Leiria (Carlos Pimentel) ; — Alemtejo littoral:<br />
arredores <strong>de</strong> LisÈoa: Alcochete (P. Coutinho). — peren. Junho (v. s.).<br />
1<br />
Supplemento Fro Ar. Fl. Hispanicae, pàg. 213.<br />
* Boletim da Socieda<strong>de</strong> Brolerianà, vol. VI, pag. 18.
189<br />
OBSERV. — Esta espécie, como facilmente se <strong>de</strong>prehen<strong>de</strong> da comparação<br />
das diagnoses prece<strong>de</strong>ntes, é próxima do U. praealtus Brot.; pertence<br />
á região littoral. Foi <strong>de</strong>scoberta pelo sr. Pereira Coutinho a quem tenho<br />
o subido prazer <strong>de</strong> a <strong>de</strong>dicar por este motivo e pelo justo titulo <strong>de</strong> botanico<br />
distincto, pondo <strong>de</strong> parte a provisória <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> U. lusitaniens<br />
que lhe <strong>de</strong>i, por facilmente po<strong>de</strong>r dar logar a confusões com o Cotyledon<br />
lusitanica <strong>de</strong> Lamarck que, como em outro logar disse, não é espécie<br />
portugueza, e com o Cotyledon maximum ou major Lusitana <strong>de</strong> Grisley e<br />
Tournefort que representam a espécie antece<strong>de</strong>nte.<br />
"O U. Coutinhoi nob. foi a primeira vez encontrado pelo seu <strong>de</strong>scobridor,<br />
em 1883, perto das marinhas <strong>de</strong> Alcochete nos arredores <strong>de</strong> Lisboa, margem<br />
esquerda do Tejo, tendo sido distribuído na Socieda<strong>de</strong> Broteriana<br />
com o nome <strong>de</strong> U. horizontalis DC. <strong>de</strong> que apenas tem o caule levantado<br />
e a forma das folhas inferiores ovaesarredondadas com os peciolos inseridos<br />
na margem ou excentricamente. A mesma espécie foi no anno seguinte,<br />
em 1884, encontrada nas areias do Pinhal <strong>de</strong> Leiria pelo sr. Carlos<br />
Pimentel, e até agora não tornou a ser encontrada noutras localida<strong>de</strong>s do<br />
paiz, <strong>de</strong>vendo por isso consi<strong>de</strong>rarse como uma planta rara.<br />
2. U. pendulinus DC. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa<br />
(D. M. C. Ochoa);—Alemdouro lilloral: serra do Soajo: Senhora da Peneda<br />
(A. Moller); — Beira trasmontana: Villar Formoso e arredores: lameiros<br />
do Valle <strong>de</strong> Pervejo (M. Ferreira), Trancoso (M. Ferreira), serra<br />
da Lapa, prox. a Quintella (M. Ferreira); — Beira central: S. Pedro do<br />
Sul e serra <strong>de</strong> S. Macário (J. Henriques), serra do Caramulo: Campo (J.<br />
Henriques), Ponte da Murcella : Moura Morta, S. Martinho da Cortiça:<br />
Valle do Alamo (M. Ferreira), Gouveia (M. Ferreira);—Beira lilloral:<br />
<strong>Coimbra</strong>: estrada <strong>de</strong> Entre Muros (A. S. Paiva), Valle <strong>de</strong> Coselhas (A.<br />
Santiago); — Beira meridional: Figueiró dos Vinhos (.1. V. <strong>de</strong> Freitas),<br />
Soalheira: S. Fiel (C. Zimmermann); — Cenlro lilloral: arredores <strong>de</strong><br />
Abrantes (P. Coutinho); — Allo Alemtejo: Marvão, Portalegre (A. Moller);—<br />
Baixas do Guadiana: Mértola, Cazevel (A. Moller); — Algarve:<br />
arredores <strong>de</strong> Faro: Santo Antonio do Alto (J. d'A. Guimarães).<br />
Hab. na Hesp., em toda a Europa mediterrânea e Açores.<br />
3; li. hispidus DC. (Cotyledon Mucizonia Ort., β. hispida Per. Lara 1. c,<br />
Wk. Suppf. Prod. Fl. Hisp. 1. c.). — Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Alemlejo lilloral: arredores <strong>de</strong> Setúbal: Quinta da Commenda, rochedos<br />
d'Outäo e da serra d'Arrabida, ά beira mar (A. Luisier, Boi. Soe.<br />
Brot. XIX, pag. 243); — Algarve: arredores <strong>de</strong> Monchique: Sinceira e<br />
Allerce (J. Bran<strong>de</strong>iro).
190<br />
4·. U. sedoi<strong>de</strong>s DC. — Crescit quoque :<br />
— Beira central: serra da Estrella, sítios mais elevados: Lagoacho dos<br />
Cântaros (M. Ferreira: Fl. Lusit. exsic. 189Í-. n.° 1373).<br />
II. Pistorinia DC.<br />
5. P. Hispânica DC.— Ad<strong>de</strong> locum:<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Vimioso: prox. a S. Pedro da<br />
Silva: Pedriça (J. Mariz: Fl. Lusit. exsic. 1888, n.° 522). —Jun. (v. v.).<br />
III. Sempervivum L.<br />
7. S. arboreum L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Alemtejo littoral: Palmella, rochedos abaixo do Castello, serra d'Arrabida<br />
: Convento, Setúbal: muros velhos, junto á Fonte Nova (A. Luisier,<br />
1. c).<br />
IV. Seclum L. .<br />
8. S. amplexicaule DC.—·Crescit quoque:<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Jenisio e<br />
Miranda (J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa (D. M.<br />
C. Ochoa); — Beira trasmontana: Taboaço (C. J. <strong>de</strong> Lima), arredores <strong>de</strong><br />
Almeida: Junca (M. Ferreira);—Allo Alemlejo : Évora (A. Moller); —<br />
Ba-ixas do Guadiana: Mértola. (A. Moller).<br />
9. S. pruinatum Brot. — Occurrit etiam :<br />
— Beira trasmontana: Sanatório da Covilhã (J. da Silva Tavares); —<br />
Beira central: arredores <strong>de</strong> Castro Daire: rio Paiva, Grijó (J. Henriques),<br />
arredores <strong>de</strong> S. Pedro do Sul: Covas do Bio: Pena (M; Ferreira); —<br />
Beira meridional: serra da Pampilhosa, encosta fronteira á Povoação (J.<br />
Henriques, M. Ferreira).<br />
OBSERV.— Vê-se que esta espécie^ que a principio se julgava limitada<br />
somente a uma área muito restricla da região montanhosa <strong>de</strong> entre Douro<br />
e Minho, tem um habitat mais amplo esten<strong>de</strong>ndo-se até quasi á zona media<br />
do paiz.<br />
10. S. altissimum Poir. — Crescit etiam :<br />
— Beira lilloral: arredores <strong>de</strong> Aveiro: areaes da Gafanha (E. <strong>de</strong> Mes-
191<br />
quita), arredores do Louriçal: Pinhal do Urso (A. Moller); — Alemlejo<br />
littoral: Trafaria: areaes marítimos (J. Daveau), arredores da serrada<br />
Arrábida (J. D. dos Santos), Setúbal, serras <strong>de</strong> S. Luiz e d'Arrabida<br />
(A. Luisier, 1. c.); — Baixas do Guadiana: Castro Ver<strong>de</strong> (A. Moller).<br />
11. S. elegans Lej. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Âlemdoxiro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Bragança: serra <strong>de</strong> Bebordãos<br />
(J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Malhadas (J. Mariz),<br />
arredores <strong>de</strong> Vimioso: Santulhão (J. Mariz);— Alemdouro littoral: Castro<br />
Laboreiro: Alcobaça (A. Moller); — Beira trasmonlana: Trancoso (A. <strong>de</strong><br />
S. Couceiro), arredores <strong>de</strong> Almeida: Junca (M. Ferreira); — Beira central:<br />
arredores <strong>de</strong> S. Pedro do Sul: Covas do Rio (J. Henriques), Ponte<br />
da Murcella (M. Ferreira); — Beira littoral: Porto: serra do Pilar (J. C.<br />
Barbosa), <strong>Coimbra</strong>, Santa Clara (Filippe <strong>de</strong> Vilhena) ;— Beira meridional:<br />
Alpedrinha (C. Zimmermann), Sernache do Bom Jardim (Marcellino <strong>de</strong><br />
Barros);—Centro lilloral: arredores <strong>de</strong> Alemquer: Santa Quitéria <strong>de</strong><br />
Meca (Barros e Cunha), entre Cascaes e o Cabo da Roca (J. Daveau) ; —<br />
Allo Alemtejo: Marvão (A. Moller); — Alemlejo lilloral: Setúbal, serra <strong>de</strong><br />
S. Luiz (A. Luisier, 1. c);—Baixas do Guadiana: Ourique (A. Moller).<br />
12. S. acre L. — Crescit quoque:<br />
— Beira lilloral: arredores <strong>de</strong> Aveiro, areaes da Gafanha (E. <strong>de</strong> Mesquita:<br />
Fl. Lusit. exsic. 1893, n.° 1460).<br />
13. 8. brevifolium DC. (S. dasyphyllum.Brot: Fl. Lusit. II, p. 210 non<br />
L.). — Ad<strong>de</strong> loca :<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Conslnntim,<br />
Duas Egrejas (J. Mariz: Fl. Lusit. exsic. 1888, n.° 525); — Beira<br />
trasmonlana: serra da Lapa: Corgo do rio Côja (M. Ferreira);—Beira<br />
centred: arredores <strong>de</strong> S. Pedro do Sul: serra <strong>de</strong> S. Macário (J. Henriques),<br />
serra do Caramulo: Campía (M. Ferreira), Ponte da Murcella:<br />
Moura Morta, S. Martinho da Cortiça (M. Ferreira); — Beira meridional:<br />
serra da Pampilhosa (J. Henriques) ; — Alto Alemlejo: Portalegre<br />
(A. Moller).<br />
14. S. Anglicum Huds.<br />
α. Raji Lge. — Crescit etiam :<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Vimioso: Angueira (J. Mariz),<br />
arredores <strong>de</strong> Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa (D. M. C. Ochoa); — Alemdouro<br />
lilloral: Amarante: Gatão (Taveira <strong>de</strong> Carvalho); — Beira trasmon
192<br />
íana: Aguiar da Beira: Poço Negro (M. Ferreira), Almeida: Junca, Villar<br />
Formoso: lameiros <strong>de</strong> Bodanaes (M. Ferreira); — Beira central: arredores<br />
<strong>de</strong> Castro Daire : Covas do Bio (J. Henriques), Ponte da Murcella, S. Martinho<br />
da Cortiça: Valle dò Alamo (M. Ferreira);— Beira meridional: arredores<br />
<strong>de</strong> Alpedrinha: Orra (J. Galvão), Soalheira: S. Fiel (C. Zimmermann);—<br />
Alto Alemtejo: serra <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> (A. Moller), Bedondo (Pitta<br />
Simões), Évora (A. Moller). . · .<br />
β. pyrenaicum Lge. — et quoque:<br />
— Alemdouro littoral: serra do Soajo: Soajo (A. Moller), serra do<br />
Gerez: Borrageiro, etc. (A. Moller, Ε. <strong>de</strong> Mesquita); — Beira central:<br />
serra da Estrella: Senhora do Desterro, Penhas Douradas, etc. (A. Moller).—<br />
peren. MaioAgost.<br />
14 bis. S.' micranthum Bast. ap. DC. Fl. fr. VI, p.523; Gr. Godr. Fl.<br />
fr. I, p. 623; Wk. Lge. I. c. p. 141 et Suppl. p. 215; Nym. Consp. Fl.<br />
Europ. p. 262; G. Sampaio, An. Sc. Nat. Port. VI, p. 146 (S. album,<br />
β. micranthum DC. Prodr. 1. c. p. 406; Csta Fl. catai. p. 89).<br />
Sitios pedregosos das regiões infer, e montan., frequente na região littoral.—<br />
Alemdouro littoral: Mattosinhos: aieaes marítimos (G. Sampaio).<br />
— peren. MaioJulho (v. s.).<br />
Hab. na Hesp., Fr. e Sicilia.<br />
OBSERV. — Esta espécie é nova para a nossa flora.<br />
15. S. album L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Alemdouro trasmontano: Alfan<strong>de</strong>ga da Fé: Santa Justa (D. M. C.<br />
Ochoa), arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Picote e Miranda (J. Mariz); —<br />
Beira littoral: Pombal (A. Moller); — Centro lilloral: arredores <strong>de</strong> Torres<br />
Vedras: Buna (Barros e Cunha) ; — Alto Alemlejo: Portalegre, Marvão (A.<br />
Moller); — Alemtejo lilloral: arredores <strong>de</strong> Setúbal, serra <strong>de</strong> S. Luiz (A.<br />
Luisier, 1. c); — Baixas do Guadiana: Castro Ver<strong>de</strong> (A. Moller);—Algarve:<br />
serra da Picota (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />
16. S. hirsutum Ali. — Crescit quoque:<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Bragança: serra <strong>de</strong> Bebordãos<br />
(J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Vimioso: S. Martinho d'Angueira, campo<br />
<strong>de</strong> Víboras (J. Mariz), arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Picote (J. Mariz);<br />
— Alemdouro littoral: Melgaço, serra do Soajo: Soajo (A. Moller), serra<br />
do Gerez: Leonte (A. Moller), arredores <strong>de</strong> Vizella, S. Thiago <strong>de</strong> Lor<strong>de</strong>llo<br />
(A. Velloso);—Beira trasmontana: Trancoso, Aguiar da Beira (M.
,193<br />
Ferreira), arredores <strong>de</strong> Almeida: Junca (M. Ferreira);—Beira central:<br />
arredores <strong>de</strong> Castro Daire : Covas do Rio (J. Henriques, M. Ferreira),<br />
serra do Caramulo: Alcofra (J. Henriques);—Beira littoral: arredores<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> Ceira (M. Ferreira);—Allo Alemlejo: Portalegre (A. Moller)<br />
;— Algarve : arredores <strong>de</strong> Monchique: serra do Alferce (J. Bran<strong>de</strong>iro).<br />
17. S. villosum L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Athenor<br />
(J. Mariz); — Beira trasmonlana: serra da Lapa: prqx. a Quintella (M.<br />
Ferreira);—Beira central: entre Vouzella e Campía (J, Henriques);'—<br />
Beira meridional: arredores do Fundão: Monte Barriga (C. Zimmermann),<br />
Polygono <strong>de</strong> Tancos (J. Guimarães), Tejo: Ilhéu d'Almourol (J. Perestrello);—Allo<br />
Alemtejo: Portalegre (Pitta Simões).<br />
18. S. pedicellatum Bss. Reut., β. lusitanicum Wk. Boi. Soe. Brot. 1. c.<br />
p. 27. — Occurrit etiam:<br />
,— Beira trasmonlana: Aguiar da Beira : lameiros do Poço Negro, serra<br />
da Lapa: prox. a Quintella (M. Ferreira).<br />
OBSERV. — Esta espécie continua a ser representada em Portugal pela<br />
sua varieda<strong>de</strong>. A espécie typo não pou<strong>de</strong> ainda ser encontrada.<br />
19. S. An<strong>de</strong>yavense DC. — Crescit etiam:<br />
— Alemdouro trasmontano: arredores <strong>de</strong> Miranda do Douro: Para<strong>de</strong>lla<br />
(J. Mariz).<br />
OBSERV. —Este exemplar colhido por mim no ponto mais oriental do paiz,<br />
junto <strong>de</strong> um marco divisório <strong>de</strong> Portugal e Hespanha ?., representa ainda a<br />
forma <strong>de</strong> flores tetrameras já encontrada nas Berlengas pelo sr. Daveau.<br />
19 bis.' S. caespitosum DC. 1. c. p. 405; Gr. Godr. 1. c. p. 620; Wk.<br />
Lge. 1. c. p. 144; Nym. 1. c. p. 265 (Crassula Magnolii DC. Fl. fr. VI,<br />
p. 522; Crass, caespitosa Cav. Ic. t. 69, f. 2).<br />
Terrenosarenosos das regiões infer., montan, e subalpin. — Centro littoral:<br />
arredores <strong>de</strong> Lisboa (P. Coutinho).—ann. Maio (v. s.).<br />
Hab. na Hesp., Fr., Sard., Cors., Ital., Sicil., Dalm., Tauria.<br />
OBSERV. — Esta espécie é nova para a flora portugueza.<br />
1<br />
Uma Excursão Botanica era TrazosMontes — Boi. Soe. Brot. VII, 1889, p. 11.<br />
13 XX
194<br />
20. S. rubens L. — Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Beira littoral: arredores <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>: Bemcanta, Casas Novas (J.<br />
Mariz, M. Ferreira);—Cenlro littoral: arredores <strong>de</strong> Lisboa: entre Algés<br />
e Cruz Quebrada: Senhora da Bocha (Α. Β. Jorge);—'Alemlejo littoral:<br />
montes <strong>de</strong> Setúbal (A. Luisier, 1. c).—Maio (v. v.).<br />
V. Tillaea Mich.<br />
22. T. muscosa L. — Crescit quoque:<br />
— Alemdouro littoral: Porto: monte Pedral (G. Sampaio).—Beira central:<br />
serra <strong>de</strong> Freita (J. Henriques), arredores <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>lla: Lobão (A.<br />
Moller).<br />
Hab. também nos Açores.<br />
YI. Bulliarda DC.<br />
23. Β. Vaillanlii DC —Ad<strong>de</strong> loca:<br />
— Beira lilloral: Villa Nova <strong>de</strong> Gaya : Lavadores (G. Sampaio); —<br />
Baixas do Guadiana: Torrão: margens do Xarrama (G. Sampaio).<br />
OBSERVAÇÃO. — Não foi sem bom fundamento que formulei no Boi. da<br />
Soc. Broteriana, VI, 1888, pag. 29, no final do estudo sobre a familia<br />
das Crassulaceas porluguezas, a previsão seguinte:— «E provável que em<br />
trabalhos <strong>de</strong> herborisações successhas venham a <strong>de</strong>scobrirse novos representantes<br />
d'esta familia, <strong>de</strong>sconhecidos até agora do paiz».<br />
Effectivamente, <strong>de</strong>corridos 14 annos, durante os quaes continuaram<br />
com toda a assiduida<strong>de</strong> as explorações botanicas por gran<strong>de</strong> parte do solo<br />
portuguez, obtiveramse resultados notáveis, e com relação á presente familia<br />
os <strong>de</strong>scriptos neste Supplemento que recapitulamos, a saber : — 1.°<br />
augmento <strong>de</strong> muitas localida<strong>de</strong>s novas <strong>de</strong> quasi todas as espécies indicadas<br />
em Portugal; — 2.° apparecimenlo <strong>de</strong> duas espécies novas para a flora<br />
portugueza: o Sedum micranthum Bast, e S. caespilosum DC, e a confirmação<br />
d'uma espécie nova para a sciencia que se fica chamando Umbilicus<br />
Coulinhoi Mar.; — 3.° conhecimento da verda<strong>de</strong>ira interpretação a<br />
dar ά var. praealla do Cotyledon Umbilicus Brot, a qual constitue uma
198<br />
excellente espécie portugueza, rara na Hespanha, e que fica <strong>de</strong>scripta com<br />
o nome <strong>de</strong>. Umbilicus praeallus (Brot.) Mar.<br />
Este resultado não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser muito valioso e que affirma, d'um modo<br />
real, a boa orientação dada mo<strong>de</strong>rnamente aos trabalhos <strong>de</strong> botanica <strong>de</strong>s-<br />
cripliva em o nosso paiz.<br />
Segue uma chave para a <strong>de</strong>terminação dos géneros e espécies das Cras-<br />
sulaceas portuguezas que faltava no primitivo estudo sobre esta família.<br />
1<br />
5<br />
CHAVE PARA A DETERMINAÇÃO DAS CRASSULACEAS PORTUGUEZAS<br />
Chave dos géneros<br />
(Corolla gamopetala :.. 2<br />
[Corolla polypetala 4<br />
Corolla tubulosa ou campanulada eom o limbo, <strong>de</strong> 5 divisões, 2 a 5 vezes mais<br />
curto do que o tubo 3<br />
Corolla <strong>de</strong> 6 a 20 divisões apenas ligadas na base entre si e os estâmes.<br />
Sempervivum L.<br />
/Tubo da corolla curto, limbo erecto ou convergente. Estâmes 10 inseridos na col<br />
rolla. Escamas hypogyneas ovaes ou em cunha. Flores em cacho ou cymeira.<br />
1 Umbilicus DC.<br />
JTubo da corolla'muito comprido, limbo patente. Estâmes 10 ligados á corolla em<br />
I gran<strong>de</strong> extensão. Escamas hypogyneas oblongas. Flores em corymbo ou cymeira.<br />
( Pistorinia DC.<br />
Estâmes em numero duplo do das divisões dos invólucros floraes. Pétalas e sepalas<br />
5, raro 4' a 8. Escamas hypogyneas ovaes. Hervas succulentas. Sedum L.<br />
Estâmes em numero egual ao das divisões dos invólucros floraes. Hervas pequenas<br />
ou anãs S<br />
(Pétalas,- sepalas e estâmes 3-4. Escamas hypogyneas mínimas ou nullas. Folículos<br />
\ com 2 sementes Tillaea Mich.<br />
Pétalas, sepalas e estâmes 4. Escamas lineares. Folículos com muitas sementes.<br />
! Bulliarda DC.
196<br />
Umbilicus DC.<br />
Hervas perennes com a raiz tuberosa ou grossa. Folhas basilares e caulinares<br />
inferiores arro<strong>de</strong>ladas ou subreniformes muito pecioladas. Flores bracteadãs<br />
dispostas em cacho cylindrieo mais ou menos <strong>de</strong>nso. Corolla tubulosa 2<br />
Hervas annuaes. Folhas convexas, oblongas, quasi rentes. Flores não. bracteadãs<br />
dispostas em cymeira ou cabeça. Corolla campanulada ? 4<br />
Folhas inferiores orbiculares, ombilicadas com o peciolo inserido no centro do<br />
limbro. Caule ascen<strong>de</strong>nte erecto ordinariamente simples. Flores dispostas em<br />
comprido cacho terminal, com o pedúnculo arqueado, pen<strong>de</strong>ntes; bracteas do<br />
comprimento do pedúnculo; corolla oval <strong>de</strong> côr esver<strong>de</strong>ada ou amarello-pallida,<br />
limbo curto. Escamas hypogyneas planas em forma <strong>de</strong> cunha.<br />
Ü. pendulinus DC.<br />
Folhas inferiores reniforrnes ou ovaes-arredondadas com o peciolo inserido excentricamente<br />
ou na margem. Caule erecto, simples com as flores em cacho<br />
frouxo ou serrado. Bracteas muito mais compridas do que o pedúnculo. Corolla<br />
ovói<strong>de</strong> ou cylindrica <strong>de</strong> côr amarella e o limbo <strong>de</strong> divisões mais compridas<br />
muito apicuíadas <strong>de</strong> côr alourada ou ruiva. Escamas hypogyneas polyedricas<br />
: '. ..... : : 3<br />
Caule robusto comprido, amarello-esver<strong>de</strong>ado. Flores muito numerosas, muito<br />
pedunculadas, em cacho frouxo, as superiores erectas, as restantes patentes<br />
ou pen<strong>de</strong>ntes ; corolla cylindrica com o costas salientes. Escamas hypogyneas<br />
em forma <strong>de</strong> funil .... Ü. praealtus (Brot) Mar.<br />
Caule menos robusto, amarello-arruivado. Flores numerosas com o pedúnculo<br />
arqueado, todas reflectidas sobre o caule formando uma espiga comprida recta<br />
e <strong>de</strong>nsíssima; corolla cylindrico-ovoi<strong>de</strong> com as costas apenas apparentes. Escamas<br />
hypogyneas em forma da taça ti. Coutinhòi Mar.<br />
Planta glandulosa pubescente. Caule humil<strong>de</strong> diffuso ramoso. Folhas medíocres<br />
roliças obtusas. Flores pedunculadas, dispostas em cachos terminaes ou lateraes,<br />
frouxos, escorpioi<strong>de</strong>s; corolla avermelhado-esver<strong>de</strong>ada com os lobos ovados<br />
venosos U. hispidus DC.<br />
Planta glabra. Caule muito curto quasi simples purpurino. Folhas muito pequenas<br />
imbricadas convexas. Flores quasi rentes terminaes em cymeiras <strong>de</strong>nsas; corolla<br />
roseo-escarlate com os lobos ovaes acuminados U. sedoi<strong>de</strong>s DC.<br />
Pistormia DC.<br />
Planta muito pubescente com a cymeira e pedúnculos glanduloso-viscosos. Flores<br />
numerosas pouco pedunculadas erectas. Cálix 10 vezes mais curto do que o<br />
tubo da corolla, divisões do limbo ovado-lanceoladas agudas purpurinas com<br />
estrias ver<strong>de</strong>s por fora, e côr <strong>de</strong> carne por <strong>de</strong>ntro P. hispânica DC.
s<br />
S. altissimum Poir.<br />
! Folhas <strong>de</strong>spegadas na base e prolongadas inferiormente em esporão 6<br />
6<br />
197<br />
Sempervivum L.<br />
Planta glabra arbustiva; caule grosso redondo ramoso cicatricoso Folhas cunéiformes<br />
<strong>de</strong>nsamente rosetadas até ao ápice dos ramos estereis; ramos fioriferos<br />
inferiormente imbricado-folheosos com as folhas em forma <strong>de</strong> escamas, superiormente<br />
paniculado-ramosos. Cymeiras escorpioi<strong>de</strong>s 2-partidas formando panicula.<br />
Flores amarellas pedunculadas, cálix 10-partido, pétalas e carpellos 10.<br />
S. arboreum L.<br />
Sedum L.<br />
[Espécies perennes, renovos folheosos vivazes, caules fioriferos annuaes 2<br />
(Espécies sem renovos ; 11<br />
1 Pétalas douradas, louras ou amarellas 3<br />
(Pétalas brancas, rosadas ou azuladas 7<br />
(Folhas assovelladas; folículos erectos 4<br />
jFolhas obtusas, folículos divergentes, pétalas abertas em estrella. Planta <strong>de</strong> sabor<br />
( picante ,.··.· S. acre L.<br />
(Folhas do caule e dos renovos com duas formas: as do caule cylindricas linearassoveladas,<br />
as dos renovos callosas e agudíssimas no ápice e dilatadas na base<br />
muna membrana larga branca abraçando o ramo S. amplexicaule DC.<br />
(Folhas do caule e dos ramos com uma só forma. Pétalas abertas em estrella. S<br />
Folhas <strong>de</strong>spegadas na base, erectas cylindricas dilatadas no meio. Caule robusto.<br />
/Planta glauco-farinhosa. Folhas carnosas plano-convexas, as dos renovos erectas<br />
nas extremida<strong>de</strong>s dos ramos. Cymeiras curtas 2-partidas, simples com poucas<br />
flores. Flores gran<strong>de</strong>s, invólucros floraes consistentes com 6 divisões.<br />
S. pruinatum Brot.<br />
jPlanta ver<strong>de</strong> glabra. Folhas comprimidas quasi planas, as dos renovos patentes<br />
ou reflectidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base dos ramos. Cymeiras compridas 2-partidas com<br />
muitas flores formando corymbo composto. Flores medíocres, invólucros floraes<br />
tenues com 6 divisões S. elegans Laj.<br />
(Folhas subglobosas ou ovói<strong>de</strong>s 8<br />
7<br />
(Folhas cylindricas ou claviformes 9
10<br />
198<br />
(Planta ás vezes purpurina com rhizoma sublcnhoso. Folhas do caule quasi oppostas,<br />
as dos renovos imbricadas glaucas quasi esphericas. Flores pedicelladas<br />
em cymeiras 2partidas, pétalas brancas ou alvorosadas com uma lista purpurinas<br />
no dorso S. brevifolium DC.<br />
JPlanta ver<strong>de</strong> com raiz tenue ou grossa. Folhas do caule alternas, as dos renovos<br />
imbricadas ovói<strong>de</strong>s ver<strong>de</strong>s. Flores quasi rentes em cymeiras 2partidas ëscorpioi<strong>de</strong>s;<br />
pétalas brancas ou roseopallidas S. anglicum Huds.<br />
/Planta toda glabra 10<br />
]Planta inteiramente glandulosopuhescente, subviscosa. Folhas meio eylindricas<br />
<strong>de</strong>nsamente rosetadns nn apico dos renovos e imbricadas no caule. Cymeiras<br />
escorpioi<strong>de</strong>s 2partidas frouxas. Flores pedicelladas; pétalas oblongas terminadas<br />
em ponta aguda, rosadas e percorridas por uma íita purpurea.<br />
S. hirsutum All. ><br />
[Folhas dos renovos erectas. Cymeiras muito floridas. Flores medíocres; corolla<br />
branca ou ás vezes rosada ou purpureovenosas S. micranthum Bast.<br />
[Folhas dos renovos patentes maiores. Cymeiras muito floridas formando um corymbo<br />
compacto; flores duas vezes maiores, corolla branca ou rosada.<br />
S. album L.<br />
[Espécies annuaes ou bisannuaes 12<br />
., lEspecies perennes. Caule robusto, folhas largas planas, arredondadas na base,<br />
1<br />
crenuladas. Cymeiras muito compactas reunidas num eorymbo quasi hemispherico<br />
: Pétalas purpurinas ou brancas patentes recurvadas.<br />
S. purpurascens Koch<br />
12<br />
13<br />
14<br />
l Pétalas 55, estâmes 1012 13<br />
(Pétalas e estâmes 5, raro 4 14<br />
/Planta bisannual glandulqsopubescente. Caule erecto, corymbosoramoso <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o meio ou do ápice. Folhas ver<strong>de</strong>s meio cyliudricas. Flores muito pedicelladas<br />
em cymeiras escorpioi<strong>de</strong>s formando um eorymbo frouxo. Pétalas ovaes agudas<br />
2 a 3 vezes mais compridas do que o cálix, brancas ou azuladas percorridas<br />
por uma lista purpurina ou esver<strong>de</strong>ada S. villosum L.<br />
JPlanta annual inteiramente glabra, anã. Caule muito ramoso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio. Folhas<br />
glaucofarinhosas, ovoi<strong>de</strong>cylindricas. Flores muito pedicelladas as mais novas<br />
pen<strong>de</strong>ntes. Pétalas ellipticas acuminadas quasi 2 vezes mais compridas do que<br />
o cálix, brancas' percorridas por uma fita. rosada.<br />
S. pedicellatum Bss. Reut., β. lusitanicum Wk.<br />
/Carpellos erectos. Planta anã. Caule ramososubdichotomo no meio ou no ápice.<br />
I Folhas globosas. Cymeiras escorpioi<strong>de</strong>s curtas. Flores pouco pedicelladas, pe<br />
] talas ovaes apiculadas róseas S. An<strong>de</strong>gavense DC.<br />
ICarpellos disvaricados. Planta avermelhada. Caule em regra ramosissimo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a base. Folhas obovadas ou eylindricas. Cymeiras aforquilhadas curtas copadas.<br />
Flores rentes pétalas lanceoladas 15
199<br />
Pétalas e carpellos glabros. Caule pequeno glabro; ramos cauliformes copados<br />
formando eespjte. Folhas obovadas grossas. Pétalas acuminadas alvo-rosadas.<br />
Carpellos pouco apiculados S. caespitosum DC.<br />
Pétalas e carpellos gíandulo-pubescentes. Caule mais alto ramoso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o meio,<br />
ramos pubescentes muito copados. Folhas meio cylindricas lineares. Pétalas<br />
muito acumiiiadas alvo-rosadas com a quilha purpurina. Carpellos muito apiculados.<br />
S. rubens L.<br />
Tillaea Mich.<br />
Planta pequena, glabra, simples raras vezes ramosa, crescendo junto a outras semelhando<br />
musgo. Folhas oppostas ligadas na base, ovado-acuminadas. Flores<br />
axillares rentes pouco visíveis; corolla branca T. muscosa L.<br />
Bulliarda DG.<br />
Planta anã, glabra, com muitos caules débeis ramosos. Folhas oppostas ligadas<br />
na base, lineares grossas obtusas. Flores dispostas em cymeira subescorpioi<strong>de</strong>,<br />
pedicelladas pouco visíveis; corolla branca. B. Vaillantii DC.
200<br />
LE GAGEA DELLA FLORA PORTOGHESE<br />
N O T A<br />
<strong>de</strong>l Prof. Dott. Achille Terracciano<br />
I<br />
Col nome impróprio e colletivo di Ornilhogalum luteum Brotero indico<br />
tutte le Gagea viventi nella flora portoghese. Quelli, che lo seguirono, non<br />
tennero da conto l'aver egli distinta la forma tipica da una varietas minor ;<br />
epperciò per quasi un secolo altra specie non riconoscemmo di questo<br />
importante dominio florislico che G. polymorplia Boissier. Ignoro chi per<br />
primo ve l'abbia riferila, ma certo è che con tale nome viene pubblicata<br />
nella magistrale opera di Henriques sulla flora <strong>de</strong>lia Serra da Estrella<br />
e nella Monografia di Pereira Coutinho sulle Gigliacee portoghesi,<br />
e venne distribuita da numerosi botanici colletlori (Daveau, Moller, Β. da<br />
Cunha).<br />
È strano però che nel 1883 Henriques in nu catalogo aggiunto al<br />
pregevole lavoro di Pereira Coutinho «Apontamentos para o estudo da<br />
flora trasmontana» sotto il n.° 146 dà per Bragança la G. saxalilis A. et<br />
H. Schuhes; mentre tale specie, veramente oltirna, il Pereira Coutinho<br />
non rammenla nemmeno nella sua Monografia <strong>de</strong>i 1896.<br />
Intanlo nel 1890 Bichler «Plantae curopeae, vol. I» attribuisce al<br />
Portogallo due specie, e con nomi affatto different! dai piece<strong>de</strong>nli; cioè<br />
G. foliosa A. et H. Schubes (oui dà per sinonimo G. polymorplia Boiss.)<br />
e G. Soleirolii Schultz (<strong>de</strong>lia quale fa sinonimo G rteva<strong>de</strong>nsis Boiss.). Ma<br />
egli non ebbe un'esatta nozione <strong>de</strong>l loro valore, epperciò restano come<br />
un ricordo puramente storico.<br />
Inédito nell'erbario di Berlino è un Ornilhogalum tenue di Link!, cui<br />
l'autore appose questa nota: «in montosis glareosis Lusilaniae borealis,<br />
G. chrysantha Schultz, Ornithogalum chrysanthum Jan.». Però neppure
201<br />
Link, cosi sagace osservatore, die<strong>de</strong> rid segno, spettando G. chrysantha<br />
ad un gruppo affato différente.<br />
Devo alla cortesia' e generosità <strong>de</strong>ll'Illustre e benemérito prof. Henriques,<br />
che mi procuro poi la gradita e generosa relazione col prof. Pereira<br />
Coutinho, se mi sia stato concesso di esaminare i ricchi erbarii <strong>de</strong>gli orti<br />
botanici di <strong>Coimbra</strong> e di Lisbona, e se oggi possa riferire con piena coscienza<br />
sul valore e sul numero <strong>de</strong>lle specie di Gagea esistenti nel Portogallo.<br />
A loro due quindi ed al Signor Sampaio, che mi comunico una bella<br />
forma da lui raccolta in Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, vadano ora i miei sinceri ringraziaménti.<br />
II<br />
Innanzi tutto <strong>de</strong>vo premettere, che, malgrado ciò, siamo ben lungi dal<br />
ritenere il Portogallo come completamente noto nei riguardi <strong>de</strong>i genere<br />
Gagea, poichè appare ben strano che non vi si trovino parecchie specie<br />
abbastanza diffuse nei circostanti monti compresi nella flora spagnuola :<br />
quali, ad esempio, G. Liotardi, G. lutea, G. Granatelli, G. foliosa. In ciò,<br />
credo, abbiano concorso due fatti : Yupo, che generalmente non si ha un<br />
concetto preciso <strong>de</strong>l valore di G. polymorpha, sotto il cui nome complessivo<br />
riesce molto cómodo compren<strong>de</strong>re forme abbastanza diverse, — 1'altro,<br />
che i botanici sogliono ricercare le Gagea in stagione molto avanzata, mentre<br />
sono piante di fioritura precoce (marzo ed aprile) ed anche fugace.<br />
Sperando quindi in ulleriori e più accurate ricerche, sono ben sicuro che<br />
il numero <strong>de</strong>lle specie verra di gran lunga accresciuto.<br />
In fatti nell'Alemdouro transmontano vive G. pygmaea, a Bragança<br />
(41° 50' tat. Ν. —2 o<br />
10' long. Or.) ed a Serra do Marão (41° 10' lat. Ν.<br />
— I o<br />
20' long. Or.), e nella Beira meridional G. lusitanica a monte Brito<br />
e Castello Branco (39° 50' lat. Ν.—I o<br />
30' long. Or.); Ia seconda proveniente<br />
certamente dai monti <strong>de</strong>lia Spagna centrale, dove è diffusissima<br />
G. foliosa che discen<strong>de</strong> sino alie parti più meridional! orientali ed occi<strong>de</strong>ntal!<br />
di quel vasto domínio lloristico, e la prima in rapporto con le<br />
forme <strong>de</strong>i Monti cantabrici e <strong>de</strong>lle Asturie, dove pur si ritrovano G. Liotardi,<br />
G. foliosa, G. Soleirolii. La maggiore diffusione è per G. tenuis,<br />
che occupa i monti <strong>de</strong>lia Beira transmontana e central, cioè Moimenta da<br />
Beira, Guarda, Trancoso, Serra da Estrella (Sabugueiro, Valle d'Eguas,<br />
prox. da Lagoa Comprida, Fonte do Canariz), etc., e quindi in diretta comunicazione<br />
con la distribuzione di G. guadarramica dalla Sierra <strong>de</strong> Guadarrama<br />
a quella <strong>de</strong> Gredos in Spagna. Restano come habitat isolati per<br />
G. tenuis le due località <strong>de</strong> Serra do Gerez e do Marão, ma ancor esse si<br />
collegano a quelli di G. guadarramica mediante l'habitat settentrionale di
202<br />
Trancoso e di Beira. Sieche menlre G. tenuis è diffusa nelle parti orientali<br />
e centrali da 40° 10' lat. N. e I o<br />
50' long. Or. a 41°43' lat. N. e<br />
I o<br />
5'long. Or., G. pyginaea è assolutamenle setlentrionale e G. lusilanica<br />
méridionale, ambedue con area sinora ristrettissima. La quale cosa,<br />
dati i caratteri generali che <strong>de</strong>terminano la distribuzione geográfica <strong>de</strong>l<br />
génère Gagea, non è conforme al vero.<br />
Ad ogni modo, alio stato attuale, le Gagea portoghesi ci si presentano<br />
con un caraltere locale tutto affatto peculiare, cioè <strong>de</strong>i tipo con scapo<br />
provvisto di foglie alterne, e con foglie per lo più strette e filiformi. Del<br />
resto è qui che esse, quale che ne sia il centro originário di diffusione,<br />
toccano il loro limite occi<strong>de</strong>ntale, epperciò le variazioni assumono il più<br />
alto valore morfológico nei rapporti con la fitogeografia. Una discussione<br />
al riguardo, oltre all'essere prematura, non trova certamente qui la sua<br />
se<strong>de</strong> più opportuna; epperciò mi limito alla sola <strong>de</strong>scrizione délie specie,<br />
compren<strong>de</strong>ndole entro tre stirpi fondamental!.<br />
1. Stirps foliosa.— Bulbi duo; folia radicalia bina, crassiuscula, lineari-lanceolata,<br />
caulina alterna a lanceolata basi longe acuminata; perigonii<br />
segmenta lanceolata plus minusve obtusata. — Vi appartengono la vera<br />
G. foliosa A. et H. Schultes di Spagna, Africa boréale, Sicilia, Sar<strong>de</strong>gna,<br />
Grecia; G. Billardieri Kunth di Grécia e Creta; G. lalifolia n. sp. di Sicilia;<br />
G. lusilanica n. sp. di Portogallo. Quest'ultima, — contraddistinta<br />
per le foglie radicali lineari e crassette, eguali o sino al doppio più lunghe<br />
<strong>de</strong>llo scapo, per le 2 o 3 foglie cauline inferiori lanceolate dalle base al<br />
mezzo e quindi lineari, ora eguali ed ora più lunghe <strong>de</strong>llo scapo, a volte<br />
bulbillifere nelle ascelle cou bulbilli foveolati, per le foglioline alla base<br />
<strong>de</strong>i peduncoli lanceolate brevi e cigliate, peripeduncoli villosi —, appare<br />
come l'estremo differenziamento délia G. foliosa, che già in Spagna, ove<br />
normalmente è a foglie più anguste, nella Sierra <strong>de</strong> Guadarrama sopra<br />
Navacerrada présenta una varietà angustifolia similissima all'aspetto generale<br />
con la G. lusilanica.<br />
2. Stirps saxatilis.— Bulbi duo; folia radicalia bina filiformia, canaliculata,<br />
caulina alterna, basi late lanceolata, a medio longe acuminata,<br />
ciliata; scapus apice villosus; perigonii segmenta spathulata, v. oblongolanceolata,<br />
obtusa, dorso pilosula. — Spettano ad essa tutte le forme che<br />
furono <strong>de</strong>scritte per G. saxalilis Koch (sensu latiore) <strong>de</strong>ll'Europa centrale,<br />
G. bohemica A. et H. Schultes <strong>de</strong>lia Boemia, G. Szovilsii Besser di O<strong>de</strong>ssa,<br />
e poi per G. Corsica Jordan di Sar<strong>de</strong>gna, G. nebro<strong>de</strong>nsis e busambarensis<br />
Pari, di Sicilia, G. pygmaea A. et H. Schultes di Spagna. La forma che<br />
trovasi nel Portogallo è quest'ultima, tanto bene <strong>de</strong>scritta <strong>de</strong> Will<strong>de</strong>now<br />
per «Ornilhogalum pygmaeum, foliis radicalibus geminis, lineari-filiformi-
203<br />
bus, canaliculars, floralibus allernis subcilialis, pedunculis gracilibus subternis<br />
villosis, petalis obtusis globosis», e poi per G. pygmaea riportata <strong>de</strong><br />
A. et H. Schultes (da esclu<strong>de</strong>re il sinonimo 0. pedunculare Presl., e la<br />
<strong>de</strong>scrizione). Io ne ho a lungo parlato in altro lavoro sulle «Gagea <strong>de</strong>lia<br />
flora Spagnuola», là dimostrando come erroneamente l'In<strong>de</strong>x Kewensis la<br />
faceia sinonimo di ér. foliosa A. et H. Schultes, e come Pascher «Uebers.<br />
Art. Gatt. Gagea, p. 3 et 8» non ne abbia compreso il valore. Ad ogni<br />
modo per bene inten<strong>de</strong>re quanto da G. pygmaea di Spagna essa varii,<br />
occorrono esemplari abbondanti; laddove non potetti ve<strong>de</strong>rne che due,<br />
l'uno raccolto nel 1874 a Bragança da P. d'Oliveira, l'altro nel 1896 a<br />
Serra do Marão da Sampaio.<br />
3. Stirps Soleirolii. — Bulbi duo; folia radicalia anguste linearia, gracillima,<br />
caulina alterna ovatolanceolata, plus minusve longa et attenuata;<br />
perigonii segmenta lanceolata, acuta. — Compren<strong>de</strong> un piccolo numero<br />
di forme che sono intimamente collegate fra loro, quali la tipica G. Soleirolii<br />
Schultz di Corsica e <strong>de</strong>i Pirenei con una peculiare forma diffusa<br />
nei monti délia Spagna centrale cui diedi il nome di G. guadarramica,<br />
G. neva<strong>de</strong>nsis Boiss. e G. ibérica η. sp. ambedue délia Spagna méridionale.<br />
In Portogallo trovasi G. tenuis η. sp., che ci appare corne l'estremo<br />
differenziamento occi<strong>de</strong>ntale di G. guadarramica nella sua diffusione da<br />
Sierra <strong>de</strong> Guadarrama, <strong>de</strong> Gredos e Gala, a Serra da Estrella (Beira<br />
central), ad Alemdouro littoral, a Beira trasmontana. I fusticini sono più<br />
rigidi ed eretti, le foglioline alla base <strong>de</strong>i peduncoli ed i peduncoli stessi<br />
scarsamente pelosetti, i fiori più grandi e quasi ombrellati cou lacinie <strong>de</strong>l<br />
perigonio lanceolatoovate. leggermente acute.<br />
Per tale modo le specie portoghesi si riducono, per ora, a G. lusilanica<br />
n. sp., G. tenuis η. sp., G. pygmaea A. et H. Schultes, <strong>de</strong>lle quali ecco<br />
la <strong>de</strong>scrizione e l'habitat.<br />
III<br />
1. G. lusitanica n. sp.<br />
G. bulbis duobus, altero minore, laterali, superiore, minute et irregulariter<br />
foveolato, tunica communi hyalina indutis et extus squamis coriaceis,<br />
castaneis, apice fîssis circumdatis, fibris radicalibus crassis paucis<br />
auctis, — foliis radicalibus duobus, lineariIanceolatis, angustis, crassiusculis,<br />
longe flores superantibus, raro subaequalibus, ultra tertium superiorem<br />
subfistulosis, caulinis alternis lanceolalis sed a medio angustatis et<br />
<strong>de</strong>in subfistulosis, inferiore longíssimo floribus longiore et basi intus plerumque<br />
bulbillifero, bulbillis nigricantibus foveolatis, reliquis exacte lairceolatis,<br />
laeviter ciliatis, — scapo erecto, brevi (1011 cm. cum floribus)
204<br />
intra folia parce piloso, pedicellis ad apicem 12, rarius 34, villosis, ad basi<br />
m foliosis, foliolis parvis Ianceolatoacutis, margine pilosis, floribus mediocribus<br />
(1 cm. circa), e viri<strong>de</strong>Iuteolis, perigonii segmentis lanceolatooblongis,<br />
obtusiusculis v. parce acutatis, exterioribus dorso pilosis, staminibus perigonio<br />
terlio brevioribus, filaméntis filiformibus sed a basi ad medium vix<br />
dilatatis, antheris ovatis v. obovatis, breviter apiculutis, ovário obovatotrigono,<br />
basi conlraclo, superne subdilatato, stylo antheras süperante et<br />
ápice late stigmaloso terminato, capsula ovata, trigona, angulis rotuhdis.<br />
G. lusitanica Terrace. Α., Gagearum novarum diagnoses, p. 8 (Palermo,<br />
septembri 1904). · • •<br />
ícones. — Nulla.<br />
Varialiones. — Variât longitudine foliorum radicalium, folio caulino inferiore<br />
nunc solitário nunc binis suboppositis, conformibus, bulbillifero<br />
v. bulbillos et pedunculum cum floribus gerente, pedunculis plus minusve<br />
villosis, erectis v. interdum cernuis. Tota planta intense viridis, raro glaucescens.<br />
Habitat. — Specimina vidi: ad Castello Branco, prov. da Beira, junio<br />
1885, legit Daveau! (n.° 1145 in herbariis conimbricensi, ulyssiponensi,<br />
parisiensi, monspeliensi, Boissier, Burnat), et ad Castello Branco, monte<br />
Brito, junio 1881, legit B. da Cunha! (in herbario ulyssiponensi).<br />
2. Gt. pygmaea (Willd.) A. et H. Schubes.<br />
G. bulbis duobus, parvis, altero minore, laterali et subbasilari, laeviusculo<br />
v. laxe undulato, tunica fusca inclusis et extus squamis paucis et fibrillis<br />
radicalibus lenuibus vix intereextis cindis, — foliis radicalibus duobus,<br />
linearifiliformibus, dorso exquisite carinulalis, superne subcanaliculatis,<br />
scapo longioribus, caulinis alternis late Ianceolatoacutis, divaricatis v. a médio<br />
arcuatis, raro erectis, superioribus ciliatis, — scapo brevi (57 cm. cum<br />
floribus), 12 v. 3floiO, ápice et cum pedicellis pubescente, floribus pro<br />
specie magnis (1 1 /i~I Vã cm.), perigonii segmentis oblongosubspathulatis,<br />
obtusis, dorso multinervibus, basi tantum v. ad nervos pilosis, staminibus<br />
dimidio v. ultra perigonio brevioribus, filaméntis subulatis, antheris<br />
parvis, rotundatis, ovário obovatolrigono, ápice parce impresso, stylo basi<br />
gracili et sensim usque ad apicem dilatato antheras aequante terminato.<br />
G. pygmaea A. et H. Schubes, Syst. veget., VII, p. 517 (exclusa <strong>de</strong>scriptione<br />
et varietate 3. ad pag. 1705), non Salisbury (Ann. of bot. II,<br />
p. 557), non Pascher (Uebers. Art. Gatt. Gagea, p. 3 et 8).<br />
Ornilhogalum pygmaeum Will<strong>de</strong>now, Enum. bort, berol., I, p. 367.<br />
— Poiret, Encycl. method. Bot. IV, Suppl. p. 191.<br />
? 0. luteum var. minor Broterus, Fl. lusit. I, p. 529.<br />
G. saxatilis Henriques, in Bolet. Ann. Socied. Brot. II, (1883), p. 138,<br />
n. 146. .
205<br />
G. foliosa c. pygmaea Richter, Fl. europ. I, p. 197 (excl. syn. Presl.).<br />
hones. — Nulla.<br />
Habitat. — Specimina vidi: Bragança, 1874, legit M. Paulino d'Oliveira!<br />
(in herbario conimbricensi), Serra do Marão, maio 1896, legit<br />
Sampaio! (in herb, conimbricensi).<br />
Observaliones. — Specimen e Bragança forma val<strong>de</strong> peculiaris, nihil ab<br />
ill is quae sub nomine Ornithogali lutei (Hispânia, ex herb. Pavon) in herbario<br />
Boissier servantur; alterum quam maxime migrât ad G. saxatilem,<br />
cujus parva species et endémica peninsulae Hispano-lusitanicae haec nostra<br />
G. pygmaea vi<strong>de</strong>lur.<br />
3. G. tenuis n. sp.<br />
G. bulbis duobus, minore laterali, superiore et exquisite reticulato, tunica<br />
hyalina tenuissima indutis et extus squamis gracilibus, numerosis,<br />
fuscis, apice fissis circumdatis, — loiîis radicalibus duobus, longissimis, capillaceis<br />
v. filiformibus, venosis, planis, longe (lores superantibus, caulinis<br />
alternis, lanceolatis, gracilibus, inferiore longíssimo, caeteris sensim minoribus<br />
et hue illuc ciliatis, — scapo gracili, cylindrico, rigidiusculo (10-17<br />
cm. v. ultra), ad apicem plus minusve ramoso-corymbos,o, raro 1-2-floro,<br />
glabro, rarissime pilis scarsis praedito, pedunculis gracillimis, longissimis,<br />
interdum cernuis, foliatis, floribus parvis, luteolis, perigonii segmentis ovatolanceolatis,<br />
acutiusculis, dorso viri<strong>de</strong>-trinervibus, interioribus latioribus et<br />
albo-hyalino marginatis, starninibus a dilatata basi parce, Vi circiter, perigonio<br />
brevioribus. anlheris parvis, rotundis, ovario ovalo-ellyptico, trigono,<br />
basi laeviter constricto, stylo apice sligmatoso-triquetro terminato.<br />
G. polymorpha Henriques, Relat. Exp. Sc. á Serra da Estrella, p. 52.<br />
— Pereira Coutinho, Liliac. <strong>de</strong> Portugal, p. 57 (exclusis speciminibus ex<br />
Alemdouro transmontano quae ad G. pygmaeam et ex Beira meridional<br />
ad G. lusilanicam referenda sunt).<br />
Ornithogalum luteum ßroterus, Fl. lusit. 1, p. 529 (exciusa varietate,<br />
quam ad G. pygmaeam retuli).<br />
0. tenue Link.! nomine tantum et inaeditum in herbario berolinensi.<br />
ícones. — Nulla.<br />
Varialiones. — Summopere variât longitudine et gracilitate foliorum et<br />
scapi, pedicellis et foliolis semper glabris sed haud raro scarse pilosulis,<br />
bulbo minori interdum sublaevi.<br />
Habitat. — Specimina vidi, jam partim a Pereira Coutinho indicate;<br />
Serra do Gerez, Borrageiro, junio 1890, legit Moller! (Fl. lusit. exsic.<br />
n. 861, in herbariis conimbricensi, monspeliensi, berolinensi, meo, et sub<br />
n. 1291 in herbariis monspeliensi et conimbricensi), — arred. <strong>de</strong> Moimenta<br />
da Beira, martio 1866, legit Ferreira ! (in herbario conimbricensi),
206<br />
Guarda, aprili 1892, legit Rodr. da Costa! (in herbario conimbriçensi),<br />
Trancoso, aprili 1885, legit A. <strong>de</strong> Couceiro! (in herbario conimbriçensi),<br />
Serra da Estrella, legit Fonseca! (junio 1881 in herbario Boissier, et<br />
junio 1877 sub ri. 925 in herbario conimbriçensi), Lagoa, maio 1883,<br />
legit Fonseca ! (in herbario conimbriçensi) et ad Lagoa Comprida, junio<br />
1882, legit Ferreira! (in herbariis meo et conimbriçensi), Sabugueiro,<br />
aprili 1883, legit Fonseca! (in herbario conimbriçensi), Valle d'Eguas,<br />
junio-julio 1882, legit B. da Cunha! (in herbariis conimbriçensi et ulyssiponensi),<br />
* Fonte do Canariz, junio 1882, legit Ferreira! (in herbario conimbriçensi),<br />
* Povoa <strong>de</strong> Lanhoso, nos rochedos e montes, 28 mai 1893,<br />
legit Sampaio! (in herbario meo), «Serra do Marão, maio 1896, legit<br />
Sampaio! (in herbario conimbriçensi), * Soalheira, junio 1900, legit Zimmermann!<br />
(in herbario conimbriçensi).<br />
Observaliones. — Loca natalia asterisco notata hactenus haud a Pereira<br />
Coutinho indicata fuerunt; bis ad<strong>de</strong> «in montibus glareosis Lusitaniae borealisï<br />
e schedula manu Will<strong>de</strong>now ! in herbario berolinensi. Specimen<br />
hoc parce ab aliis antheris oblongis differt, ramosius vi<strong>de</strong>tur et omnibus<br />
partibus gracilius; simul cum specimine e Guarda a Bodr. da Costa lectum<br />
vix ad meam G. ibericam transit. In Hispânia quoque ad «Sierra <strong>de</strong> Guadarrama»<br />
formae occurrunt vix lusitanicis affines, sed spécifiée distinctae.<br />
B. Orto botanico di Palermo, 10 marzo, 1905.
207<br />
OBSERVAÇÕES PHAENQLOGiCAS<br />
FEITAS NO JARDIM BOTÂNICO DE COIMBRA<br />
NO ANNO DE 1903<br />
A. K. Möller
208
E R R A T A<br />
Pagina Linhas Erros Emendas<br />
49 22 Agrortis Agrostis<br />
65 27 precox praecox<br />
70 12 Corymphorus<br />
» 28 Corymphorum Corynephorus<br />
72 17 Corymphorus<br />
78 33 candatus caudatus<br />
» 34 candata caudata<br />
87 » Hackeli Hackelii<br />
141 28 Scleropoda Scleropoa<br />
148 7 B. racemosus B. commulatus<br />
150 36 Rromus Bromus<br />
158 8 E. perenne L. perenne
209<br />
INDICE.<br />
PELOS NOMES DOS AUCTOB.ES D'ESTE VOLUME<br />
Henriques (Dr. J. A.) — Gramíneas <strong>de</strong> Portugal vu e 1<br />
Mariz (B. el<br />
» — Noticia biographiea do Cou<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho' v<br />
J. <strong>de</strong>) — Subsídios para o estudo da flora portugueza — Crassulaceae<br />
.'. - 185<br />
» — Clave para a <strong>de</strong>terminação das Crassulaceas portu-<br />
Pag.<br />
guezas 195<br />
Moller (A. F.) — Observações phaenologieas 207<br />
Terraceiano (Dr. Ach.) — Le Gagea <strong>de</strong>lia flora portoghese 200<br />
14 xx
21 1<br />
INDICE ALPHABETICO<br />
DAS<br />
FAMÍLIAS E GENEROS CONTIDOS N'ESTE VOLUME<br />
Pag.<br />
Aegilops L 169<br />
Agropyrum Beauv 165<br />
Agrosti<strong>de</strong>ae 24, 182<br />
Agrostis L 40<br />
Aira L 63<br />
Airopsis Desv 62<br />
Alopecurus L 33<br />
Ammophilla Host 55<br />
Andropogon L 3<br />
Andropogoneae 2<br />
Anthoxanthum L 21, 180<br />
Antinoria Pari 66<br />
Apera Adans 56<br />
Arrhenatherum Beauv 89<br />
Arundo L 98<br />
Atropis Bupr 124<br />
Avellinia Pari 104<br />
Avena L 80, 181<br />
Avenaceae 57<br />
Bambuseae 180<br />
Brachypodieae •'· 142<br />
Brachypodium Beauv 152<br />
Briza L 110<br />
Bromus L 142<br />
Bulliardia DC 194<br />
Oatapodium Link 140<br />
Chaeturus Link 37<br />
Chlori<strong>de</strong>ae ; 95<br />
Corynephorus Beauv 70<br />
Crypsis Ait 29<br />
Pag.<br />
Cynodon Pers 95<br />
Cynosurus L H5<br />
Dactyl is L U3<br />
Deschampsia Beauv 73<br />
Eragrostis Host 102<br />
"Festuca L 126, 183<br />
Festuceae 97,182<br />
Gagea Salisb 200<br />
Gastridium Beauv 54<br />
Gaudinia Beauv 93<br />
Glyceria Brown 122<br />
Gramineae · ' 1<br />
Ueleochloa Host. 30<br />
Holcus L 58<br />
Hor<strong>de</strong>ae ,. 156<br />
Hor<strong>de</strong>um L 175<br />
Imperata. Cyr 3<br />
Koeleria Pers. 105<br />
Lamarckia Mnch H7<br />
Lagurus L 56<br />
Leersia Sw 16<br />
Lepturus Brown .162<br />
Lolium L 157
Pag.<br />
Maya<strong>de</strong>ae 1<br />
Melica L 107<br />
Mibora Adans 35<br />
Milium L · 28<br />
Molinea Schrank... '. 101<br />
Molineria Pari 67<br />
Monerma Beauv 161<br />
Nardurus Reichb 139<br />
Narduus L 156<br />
212 2<br />
Oryza L 13<br />
Oryzeae "<br />
Orysopsis Mx 27<br />
Paniceae 7<br />
Panicum L 8<br />
Paspalum L »<br />
Phalari<strong>de</strong>ae 16<br />
Phalaris L 17<br />
Phleum L 31<br />
Phragmites Trin 99<br />
Pistorina DC 190<br />
Poa L 118<br />
Pag.<br />
Polypogon Desf 33<br />
Psilurus Trin 164<br />
Scleropoa Gris 141<br />
Seeale L 168<br />
Sedum L · 190<br />
Sempervivum L »<br />
Setaria Beäuv 13<br />
Spartina Schreb 96<br />
Sphoenopus Trin 107<br />
Sporobolus Beauv 37<br />
Stipa L 24<br />
Tillaea Mich 194<br />
Triodia Brown 100<br />
Triselura l'ers '· • • 77<br />
Trilicum L 169<br />
Umbilicus DC 185<br />
Vulpia Gmelin 133<br />
Zea L 2
213<br />
INDICE DAS MATERIAS<br />
CONTIDAS NOS VOLUMES IXX PELOS NOMES DOS AUCTORES<br />
J Agardht (Dr. G.), Nordsle<strong>de</strong>t, Dr. HàuCk, Ch. Flahault:<br />
•Raker (J. G.):<br />
Vol. β pag.<br />
— Algas da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 217<br />
• —Filiees da Africa occi<strong>de</strong>ntal Ht, 226<br />
• —Filiees da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 149<br />
— Loganiaceae africanas XI, 86<br />
Brasadola (J.) :<br />
— Contributions à la flore mycologique <strong>de</strong> l'ile <strong>de</strong> St. Thomé. IX, 38<br />
— Fungi lusitani IX, 29<br />
Brasadola et C Roumeguère :<br />
— Nouvelles contributions à la Flore mycologique <strong>de</strong>s îles<br />
do St. Thomé et du Prince ' VIL 159<br />
Brotero :<br />
— Cartas <strong>de</strong> Correia da Serra e <strong>de</strong> F. Manuel do Nascimento. III, 227<br />
Brotherus (V. F.) :<br />
— Musei novi insularam guineensium VIII, 173 ·<br />
— Musgos <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> XIII, 131 •<br />
• Candolle (C. <strong>de</strong>):<br />
— Begoniacea'e <strong>de</strong> S. Thomé X, 152<br />
— Piperaceae : X, 122<br />
Castro(J. da Silva) :<br />
— Quelques observations sur la technique <strong>de</strong>s diatomées XVI, 144<br />
Cogniaux (A.) :<br />
— Cucurbitaceae e Melastomuleae africanas VII, 226<br />
— Cucurbitaceae <strong>de</strong> S. Thomé X, 119<br />
— Melastomaeeae africanas X, 118; XI, 88
214<br />
Colmeiro (M.) :<br />
Vol. e pag.<br />
— Resumen <strong>de</strong> los datos estatísticos concerni entes á la vegetation<br />
espontânea <strong>de</strong> la Peninsula hispano-lusitana.. IX, 9<br />
Costa Lobo (Dr. F. M. da) :<br />
— Papilionaceas das visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> II. 124<br />
Coutinho (D. Antonio X. Pereira) :<br />
— Acerineae XII, 12<br />
— Apontamentos para o estudo da flora transmontana II, 129; lli, 48<br />
— Berberi<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal X, 87<br />
— Campanulaceae » XVIII, 22<br />
— Cappari<strong>de</strong>ae » X, 42<br />
— Clave diehotomica das espécies <strong>de</strong> Salix XII, 32<br />
— Droseraceae <strong>de</strong> Portugal X, 39<br />
— Elatineae » , XII, 34<br />
— Empetraeeae » XII, 6<br />
— Frankeniaceae » X, 22<br />
— Fraxineae » XII, 14<br />
— Fumariaceae » X, 54<br />
— Hypericineae • Nil, 16<br />
— Juncaceas » VIII, 72, 255<br />
— Liliaceae » XIII, 71<br />
— Malvaceae » · XI, 101<br />
— Monocotyledoneas -· XV, 6<br />
— Notas acerca <strong>de</strong> duas espécies do género Allium, novas<br />
•para a flora portugueza XVIII, 45<br />
— Nymphaeeae <strong>de</strong> Portugal X, 89<br />
— Os Quereus » VI, 47<br />
— Papaveraceae » X, 44<br />
— Polygalaceae » ; X* 68<br />
— Resedaeeae » : X, 75<br />
— Rubiaceae » XVII, 7<br />
— Rutaceae » XII, .7<br />
— Salicaceas » XVI, 5<br />
— Tamariscinea » XII, 32<br />
— Virlarieae » X, 25<br />
— Zygophylleae » XII, 10<br />
Coutinho e Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho :<br />
Daveau (J.) :<br />
— Rosáceas <strong>de</strong> Portugal XVI, 88<br />
— Cistinées du Portugal IV, 15<br />
— Cyperacées » IX, 5s<br />
— Excursion botanique aux îles ßerlengas et Farilhões il, 3<br />
— Euphorbiacées du Portugal III, 5<br />
— Géographie botanique du Portugal XIX, 3; XIV, 4<br />
— Helminthia spinosa XVIIt, 137<br />
— Note sur l'Herniaria maritima X, 91<br />
— Note sur quelques espèces <strong>de</strong> Scrofulaire X, 166<br />
— Notes sur quelques plantes critiques ou rares .. VIII, 56<br />
— Plumbaginées du Portugal · · VI, 145
Ficalho (Con<strong>de</strong> <strong>de</strong>) :<br />
215<br />
Vol. e pag.<br />
— Notas sobre algumas espécies <strong>de</strong> Linaria I, 48<br />
Flahault (Ch.) :<br />
Freyn (J.) :<br />
— Project <strong>de</strong> nomenclature phytogeographique XVIII, 3<br />
— Liste <strong>de</strong>r für Herrn dr. 0. Buchtien bestimmten Pflanzen<br />
aus Portugal XVI, 216<br />
Géneau <strong>de</strong> Lamarlíère (L.) :<br />
— Quadro synoptyco das Ustilagineas e Uredineas portuguezas<br />
XI, 210<br />
Gomes da Silva (J.) :<br />
— Plantas <strong>de</strong> Macau II, III, 141<br />
Guimarães '(J. d'Ascensao) :<br />
— Orchi<strong>de</strong>ographia portugueza V, 17<br />
Hackel (Prof. E.) :<br />
Hauck (F.) :<br />
— Gramineae da Africa occi<strong>de</strong>ntal Iii, 135; V, 228<br />
— Gramineae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé · V, 228<br />
— Gramineae da Zambezia VI, 140<br />
— Algues marines du Nord <strong>de</strong> Portugal VII, 136<br />
Henriques (Dr. A. J.) :<br />
— Á memoria <strong>de</strong> Affonso <strong>de</strong> Cândole XI, 3<br />
— A Socieda<strong>de</strong> Broteriana em 1895 HI, 242<br />
— Additamento ao catalogo das Amarylli<strong>de</strong>as VI, 45<br />
— Amarylli<strong>de</strong>as <strong>de</strong> Portugal V, 159<br />
— Apontamentos sobre a flora da Zambezia VI, 133<br />
— Armeria Langeana V, 7<br />
— Bibliographie IV, 252; V, 175; IX. 256; X, 254; XVI, 221<br />
— Clave para a <strong>de</strong>terminação das cryptogarnicas vasculares. XII, 85<br />
— Clave para a <strong>de</strong>terminação das famílias das pbanerogamicas,<br />
por F. Thonner (tradueção) XIV, 82<br />
— Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho • XX, ν<br />
— Contribuições para o estudo da flora da Africa... X, 97; XVI, 35, XVII, 43<br />
— Contribuições parao estudo da flora <strong>de</strong> S. Thomé IV, 129; V, 196<br />
— Cryptogarnicas vasculares XII, 57<br />
— Ed". Boissier (Noticia biograpbica) III, 230<br />
— Excursão botanica na serra do Caramulo IV, d 13<br />
— Excursões botanicas — Da serra da Estrella á da Louzã .. V, 192<br />
— Exploração boianica em Portugal, por Tournefort VIII, 191<br />
— Exploração botanica nas possessões portuguezas III, 232; IV, 250<br />
— Fundação MullerArgau XIV, 174<br />
— Gramíneas do Portugal · XX, 1<br />
— Gynmospermaeae <strong>de</strong> Portugal '. XIII, 60<br />
— Hepáticas colhidas em Portugal IV, 234
Henriques (Dr. J. A.) :<br />
216<br />
Vol. e pag.<br />
— Instituto botanico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> Χ, 3<br />
— Instruccões para a colheita e preparação <strong>de</strong> productos botânicos<br />
1/8.; IV, 252; VI, 253<br />
— John Lange XVI, 3<br />
— Musgos Vif, 181<br />
— Nota sobre a proveniência do Cvpressus glauça IV, 124<br />
— Notas sobre algumas planlas da Hora portugueza I, 49<br />
— Notas biògraphicas, neurológicas e bibliographicas. V. 180; VI. 25; VII, 241,<br />
242; IX, 5; X, 206; XI. 268; XIII, o, 204; XIV, 213; XV, 3, 206 : XVI, 222;<br />
XVI11, 179.<br />
— Noticia d'alguns trabalhos ten<strong>de</strong>ntes a fazer conhecida a<br />
flora portugueza I, 53<br />
— O Jardim Botanico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. XV, 208: XVI, 126: XVII, 198; XVIII, 175<br />
— Plantaginaceas <strong>de</strong> PortugaP XIV, 67<br />
— Plantas novas para a flora portugueza ' XVIII, 177<br />
— Vegetação expontânea <strong>de</strong> Bussaco. Ill, 109<br />
— Vegetação da serra do Gerez III, 155<br />
— Vegetação da serra do Marão Ill, 38<br />
. — W. Nylan<strong>de</strong>r XVII, 7<br />
— Regras <strong>de</strong> nomenclatura do jardim e museu <strong>de</strong> Berlim ... XIV, 200<br />
Hoffman (Dr.) :<br />
Ihne (E.) :<br />
— Plantas africanas IV, 222 ; VII, 224<br />
— Compostas da Africa portugueza . X, 170; XIII, 11<br />
— Compositae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé X, 134<br />
— Zur Phänologie von <strong>Coimbra</strong> XV, 75<br />
Lagerheim (G. <strong>de</strong>) :<br />
— Contributions à la Flore myeologique <strong>de</strong> Portugal VIII, 128<br />
— Révision <strong>de</strong>s Ustilaginées et <strong>de</strong>s Uredinées contenues dans<br />
l'herbier <strong>de</strong> Wehvitsch VII, 126<br />
— Uber ein neuen phosphoresciron<strong>de</strong>n Polyporus VII, 178<br />
Lindau (Dr. G.) :<br />
— Acanthaceae <strong>de</strong> S. Thomé X, 145<br />
Luisier (Alph.) :<br />
Mariz (B. el<br />
— Apontamentos sobre a flora da região <strong>de</strong> Setúbal XIX, 172<br />
Joaquim <strong>de</strong>) :<br />
— Caprifoliaceas XVIII. 90<br />
— Caryophyllinarum (Urdo) V, 85<br />
— Cheiiopodiaceae — Amarantaceae XIV, 175<br />
— Compositae <strong>de</strong> Portugal IX, 144; X, 196; XI, 132<br />
— Convolvulaceae ." XVII, 164<br />
— Crassulaceae VI, 17; XX, 185<br />
— Cruciferae Ill, 72<br />
— Cuscutaceae •···, XVII, 173<br />
— Ericaceae XVIII, 104<br />
— Gruinalium (Ordo) VI11, 159
Mariz (ß. el<br />
Joaquim <strong>de</strong>) :<br />
Moller (Α. F.) :<br />
217<br />
Vol. c pag.<br />
— Observaçõesphaenologicas. VII, 87; IX, 129; XI,271 ; XVI,219; XVII, 196;<br />
XVIII, 173; XX, 207<br />
Murray (Rev. R."P.): ,<br />
Muller (C.) :<br />
Nobre (A.) :<br />
— Monotropeae XVffl, 102<br />
— Nota acerca d'um Anagallis <strong>de</strong> Mattosinhos XIX, 153<br />
—.Papilionaeeae II, 59<br />
— Plantas colhidas em TrazosMontes · VII, 45<br />
•— Polygonaceae <strong>de</strong> Portugal XIII, 176<br />
— Primuiaceae e Gencianaceao XVI, 156<br />
— Ranunenlaceae .... • IV, 81<br />
Solaneae XVII, 179<br />
— Succulentarum (Ordo) VI, 16<br />
— Supplemente ás Crassulaceas XX, 184<br />
— Uma excursão botanica em TrazosMontcs XII, 3, 35<br />
— Umbelliferae <strong>de</strong> Portugal >. .....' ΧΠ, 171<br />
Vaccineae XVIII, 100<br />
— Valerianeae, Dipsaceae e Ambrosiaceae XV, 175<br />
Masters (Dr. M. F.) :<br />
— O cedro <strong>de</strong> Goa (traducção). .*. ΧΠ, 46<br />
— Notes on the Botany of the serra <strong>de</strong> Gerez V, 186<br />
— Musgos da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 159<br />
— Recherches histologiques sur le Podocarpus Mannii VII, 115<br />
Nordsted, Flahault e Wittrock:<br />
— Algae da Africa occi<strong>de</strong>ntal III, 131<br />
Nylan<strong>de</strong>r (Dr. W.) :<br />
— Lichenes africanos III, 130; XII, 102<br />
— Lichenes Azorici XII, 98<br />
— Lichenes <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> XIII, 131<br />
— Lichenes da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 205<br />
— Lichenes du nord <strong>de</strong> Portugal VI, 198<br />
Pereira da Fonseca (Α. Α. M. V. Alves) :<br />
— Estudo comparativo da estructura do peciolo d'algumas<br />
espécies <strong>de</strong> Quercus XIII, 48<br />
• Ridley — Cvperaceae da Africa occi<strong>de</strong>ntal , V, 230<br />
• — Cvperaceae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé V, 208<br />
• — Cyperaeeae da Zambezia VI, 144<br />
Rolfe (R. A.) :<br />
— Ochnaceae, Ampelli<strong>de</strong>ae, Apocynaceae, Verbenaecae, Labiatae<br />
africanas ' XI, 84<br />
— Orchi<strong>de</strong>as africanas VII, 236
218<br />
Saccardo (P. Α.) :<br />
Vol. e pag.<br />
— Conspectus fungorum hucusque in Lusitanica observatorum<br />
XI, 30<br />
— Florae mycologicae Lusitanicae contributio duodécima ... XIX, 156<br />
— Fiorula niycologica lusitanica XIX, 9<br />
Saccardo (P. A.) et Berleze (A. N.) :<br />
— Myeetes aliquot guineenses VII, 110<br />
Sampaio (G.) :<br />
— Nota sobre as espécies do genero Mentha dos arredores<br />
do Porto XVIII, 126<br />
— Um passeio botanico ao Torrão XVIII, 18<br />
Schumann (Dr. Κ.) :<br />
— Marantacoae africanas XI, 83<br />
— Rubiaceae <strong>de</strong> S. Thomé Χ, 126<br />
Stephani (T.) :<br />
— Hepaticae da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 170<br />
— Hepaticae do Principe ' V, 224<br />
— Hepaticae da Zambezia VI, 137<br />
Stizenbergr (Dr. E) :<br />
— Lichenes insulae Ma<strong>de</strong>rae V, 123<br />
Terracciano (Dr. Achille) :<br />
Toni (J. B.) :<br />
Tournefort :<br />
— Le Gagea délia flora portoghese XX, 200 (<br />
— Manipulo <strong>de</strong> Algas portuguezas VI, 187, 193<br />
— Plantas colhidas em Portugal VIII, 191<br />
— Plantas colhidas em Hespanha XV, 108<br />
Trotter (Dr. Al.) :<br />
— Prima communicazione inlorno aile galle <strong>de</strong>l Portugal lo .. XVI, 196<br />
— Seconda communicazione XVII, 155<br />
— Terza communicazione XVIII, 152<br />
Willkomm (M.):<br />
— Daveaua, novum Chrysanthemarum genus IX, 243<br />
— Estatística da vegetação das steppes e da beiramar na<br />
Peninsula ibérica. XII, 106<br />
Winter (Dr. G.):<br />
— Contributiones ad floram mycologicam lusitanicam II, 32; III, 50<br />
— Fungos da Africa occi<strong>de</strong>ntal Ill, 129<br />
— Fungos da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 157
219<br />
INDICE DAS MATERIAS<br />
E X P O S T A S N O S V O L U M E S I - X X 1<br />
Vol. e pag.<br />
Aeantliaceae <strong>de</strong> S. Thomé · X, 145<br />
Acerineae <strong>de</strong> Portugal ΧΠ, 12<br />
Algas » VI, 187, 193; VII, 136<br />
Allium — Duas espécies novas para Portugal XVIII, 45<br />
Amarylli<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal V,. 150<br />
Ambrosiaceae » XV, 203<br />
Anagallis — Nota acerca <strong>de</strong> um A. <strong>de</strong> Mattosinhos XIX, 159<br />
Armeria Langeana V, 7<br />
Begoniaeeae <strong>de</strong> S. Thomé X, 152<br />
Berberi<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal X, 87<br />
oampanulaceae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 22<br />
Cappari<strong>de</strong>äe <strong>de</strong> Portugal • X, 42<br />
Caprifoliaceae » XVIII, 90<br />
Carvophvllaceae<br />
Cedro dê Goa<br />
» v..... V, 85<br />
ΧII, 46<br />
Chenopodiaceae <strong>de</strong> Portugal XIX, 175<br />
Cistinées du Portugal '· IV, 15<br />
Colheita e preparação <strong>de</strong> plantas I, 5; IV, 252<br />
Compositae <strong>de</strong> Portugal IX, 144; X, 196; XI, 132<br />
Compositae <strong>de</strong> S. Thomé X, 134<br />
Compositae da Africa portugueza X, 170 ; XIII, 11<br />
Convolvulaceae <strong>de</strong> Portugal XVII, 164<br />
Crassulaceae 1<br />
» : VI, 17; XX, 184<br />
Cruciferae » '·• •·••· III, 72<br />
Cryptogarnicas vasculares <strong>de</strong> Portugal _ XI, 57<br />
Cucurbitaceae africanae VII, 227; X, 129<br />
Cupressus glauca III, 124<br />
Cuscutaceae <strong>de</strong> Portugal XVII, 173<br />
1<br />
Não são indicadas as famílias o especies distribuídas pela Socieda<strong>de</strong> Broteriana,<br />
nem as que fazem parte da Flora lusilanica exsiccata.
220<br />
Vol. e pag.<br />
Cyperäceae da Africa occi<strong>de</strong>ntal V, 230<br />
Cyperaeeae <strong>de</strong> S. Thomé r V, 208<br />
Cyperaceae <strong>de</strong> Portugal.. • IX, 58, 255<br />
Daveaua Willk : IX, 249<br />
Diatomées —Quelques observations sur la technique <strong>de</strong>s XVI, 144<br />
Dipsaceae <strong>de</strong> Portugal . XV , r 190<br />
Droseraceae » X, 39<br />
"Elatineae <strong>de</strong> Portugal XII, 34<br />
Empetraceae » XH, 6<br />
Ericaceae » XVIII, 104<br />
Euphorbiaceae » .. ID. S<br />
Excursions bot. dans le Bas Alemtejo V, 148<br />
Ficoi<strong>de</strong>ae <strong>de</strong> Portugal Vf|16<br />
Filices do Principe V, 225<br />
Filicineae da Zambezia VI, 137<br />
Filinto Elysio — Cartas a Brotero ' ΠΙ. 240<br />
Flora a*Africa — Contribuições para o estudo da Χ, 97: XVII, 42<br />
Flora da ilha <strong>de</strong> S. Thomé IV, 129; Χ, 97<br />
Flora mycologica <strong>de</strong> Portugal. 11,32; ΠΙ,50; VIII, 128; IX, 29; XI, 9, 30,67; XIX, 150<br />
Flora mycologica <strong>de</strong> S. Thomé e do Principe IV, 157; VII, 159 ; IX, 38<br />
Flora dos arredores <strong>de</strong> Setúbal XIX.· 172<br />
Flora da Zambezia VI, 133<br />
Flora trasmontana II, 129; III, 38<br />
Flore littorale du Portugal ΧΠ, 14<br />
Frankeniaceae <strong>de</strong> Portugal X, 22<br />
Fraxineae » ··· XII, 14<br />
Fumariaceae » · · X, 54<br />
Gagea délia flora portoghese XX, 200<br />
Gencianaeeae <strong>de</strong> Portugal , XVI, 177<br />
Geraniaeeae » · VIII, 161<br />
Gerez — Vegetação do III, 155; V, 183<br />
Gramineae da Africa occi<strong>de</strong>ntal V, 216, 228<br />
Gramineae <strong>de</strong> Macau I, 55; II, 164<br />
Gramineae <strong>de</strong> Portugal .' XX, 1<br />
Gramineae da Zambezia .. • .' VI, 140<br />
Gruinalium Ordo VIII, 159<br />
Gymnospermeae <strong>de</strong> Portugal XIII, 60<br />
Gymuospermeae <strong>de</strong> S. Thomé V, 197<br />
Helminthia spinosa XVIIÎ, 137<br />
Hepaticae <strong>de</strong> S. Thomé IV, 170<br />
Hepaticae <strong>de</strong> Portugal IV, 241<br />
Hepaticae do Principe V, 224<br />
Hepaticae da Zambezia · VI, 137<br />
Hypericineae <strong>de</strong> Portugal — ΧΠ, 16<br />
instituto botanico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> .... Χ, 3; XV, 208; XVI, 126: XVII, 198: XVIII, 175<br />
Juncaceae <strong>de</strong> Portugal VIII, 72
221<br />
Vol. c pag.<br />
Lichenes azorici · XII, 28<br />
Lichenes africäni XV, 102<br />
Lichenes <strong>de</strong> Portugal VI, 198<br />
Lichenes da ilha do Principe V, 221<br />
Lichenes <strong>de</strong> S. Thomé IV, 205<br />
Lichenes insulae Ma<strong>de</strong>rae V, 123<br />
Lineae <strong>de</strong> Portugal VIII, 169<br />
Loganiaceao africanae XI, 86<br />
Lycopodiaceae <strong>de</strong> S. Thomé IV, 157<br />
Malvaceae <strong>de</strong> Portugal XI, 101<br />
Marantaeeae africanae · XI, 83<br />
Melastomaceae africanae VII, 226; X, 118; XI, 88<br />
Mentha —Notas sobre as espécies dos arredores do Porto XVIII, 126<br />
Mollugineae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 126<br />
Monocotyledoneas <strong>de</strong> S. Thomé V, 198<br />
Monotropeae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 102<br />
Musci novi insularum guineensium VIII, 173<br />
Musgos <strong>de</strong> Portugal VII, 181<br />
Musgos <strong>de</strong> S. Thomé IV, 159<br />
Mycetes guineenses , VII, 110<br />
Nomenclatura botanica · · XIV, 209<br />
Nomenclature phytogeographique XVIII, 3<br />
Nymphaeaeeae <strong>de</strong> Portugal X, 89<br />
Ochnaceae africanae XI, 84<br />
Orchi<strong>de</strong>ae africanae VII, 236; V, 231<br />
Orchi<strong>de</strong>ographia portugueza V, 17, 241<br />
Papilionaceae da Africa IV, 226<br />
Papilionaceae <strong>de</strong> Portugal II, 58<br />
Papilionaeeae das visinhanças <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> II, 124<br />
Papaveraceae <strong>de</strong> Portugal X, 44<br />
Paronychiaeeae » VI, 29<br />
Passeio botanico ao Torrão XVIII, 49<br />
Peninsula iberica —Estatística da vegetação XII, 106<br />
Phenologicas Observações VII, 87; IX, 129; XI, 271 ; XIII, 202; XV, 75, 90;<br />
XVI, 219; XVII, 196; XVIII, 173 ; XX, 207<br />
Piperaeeae <strong>de</strong> S. Thomé<br />
Plantaeinaceae <strong>de</strong> Portugal XIV, 6/<br />
Plantas da Africa ? III, 129, 226 ; IV, 222 ; VII, 224<br />
Plantas <strong>de</strong> Cabo Ver<strong>de</strong> ΧΙΠ. 130<br />
Plantas criticas ou raras VIII, 56<br />
Plantas novas para Portugal XVIII, 177<br />
Plantas <strong>de</strong> TrazosMontes VII, 45<br />
Plumbaginées <strong>de</strong> Portugal VI, 145<br />
Podoearpos M,annii — Recherches histologiques . VII, 115<br />
Polygalaeeae <strong>de</strong> Portugal X,68<br />
Polygonaceae » ·. XIII, 176<br />
Portulacaceae » VI, 43<br />
Primulaceae » XVI, 156<br />
Quercus <strong>de</strong> Portugal VI, 47<br />
Quercus » • — Estudo anatómico do peciolo XIII, 48
222<br />
Vol. e pag.<br />
Ranunculaceae <strong>de</strong> Portugal . ^>ΛΙ<br />
Resedaceae <strong>de</strong> Portugal X, 75; XIX, 272<br />
Rhodo<strong>de</strong>ndron baeticum I, pj<br />
Rosáceas <strong>de</strong> Portugal XVI, 88<br />
Rubiaceae » ν Λ>«<br />
Rubiaceae <strong>de</strong> S. Thomé .· ' τ π<br />
Rutaceae <strong>de</strong> Portugal ΧΠ, 7<br />
Salicaeeas <strong>de</strong> Portugal<br />
Salicaceas » ' —Clave para a <strong>de</strong>terminação das espécies. XVI, 32<br />
Solanaceae » XVII, 179<br />
Tamariscineae <strong>de</strong> Portugal ΧΠ, 32<br />
Thomé (S.) Flora da ilha <strong>de</strong> IV, 129 ; V, 198 ; X, 97<br />
TrazosMontes — Excursões botanicas VII, 3, 3o<br />
TJmbelliferae <strong>de</strong> Portugal » ΧΠ, 171<br />
"Vaeeineae <strong>de</strong> Portugal XVIII, 100<br />
Valerineae » XV, 178<br />
Vegetação do Russaco ΠΙ, 109<br />
Vegetação do Gerez ΠΙ, 155<br />
Violariêae <strong>de</strong> Portugal X, 25<br />
XJstilagineas e Uredineas <strong>de</strong> Portugal — • ·> VII, 126 ; XI, 210<br />
JZoocecidi <strong>de</strong>l Portugalio XVI, 196; XVII, 158; XVIII, 112<br />
Zygophylleae <strong>de</strong> Portugal XII, 10