01.07.2013 Views

7-14-variações anatômicas.pmd - SPR

7-14-variações anatômicas.pmd - SPR

7-14-variações anatômicas.pmd - SPR

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais / Villela CLBC et al.<br />

Artigo de Revisão<br />

Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais:<br />

o que informar ao otorrinolaringologista?<br />

Caroline Laurita Batista Couto Villela1 , Natália Delage Gomes2 , Juliana Oggioni Gaiotti2 ,<br />

Ana Maria Doffémond Costa2 , Marcelo Almeida Ribeiro3 , Emília Guerra Pinto Coelho Motta3 ,<br />

Wanderval Moreira3 , Laura Filgueiras Mourão Ramos3 , Renata Lopes Furletti Caldeira Diniz3 Descritores:<br />

Seios paranasais; Tomografia computadorizada;<br />

Cirurgia endoscópica endonasal.<br />

Recebido para publicação em 25/5/2011. Aceito,<br />

após revisão, em 2/9/2011.<br />

Trabalho realizado no Setor de Radiologia e Diagnóstico<br />

por Imagem do Hospital Mater Dei, Belo Horizonte,<br />

MG, Brasil.<br />

1<br />

Médica Especializanda em Radiologia e Diagnóstico<br />

por Imagem da Santa Casa de Misericórdia do<br />

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.<br />

2<br />

Médicas Especializandas em Radiologia e Diagnóstico<br />

por Imagem do Hospital Mater Dei – Mater<br />

Imagem, Belo Horizonte, MG.<br />

3<br />

Médicos Radiologistas Preceptores do Serviço de<br />

Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital<br />

Mater Dei – Mater Imagem, Belo Horizonte, MG.<br />

Correspondência: Dra. Caroline Laurita Batista Couto<br />

Villela. Rua Rio Grande do Sul, 1261, ap. 301, Bairro<br />

Santo Agostinho. Belo Horizonte, MG, 30170-111.<br />

E-mail: carollaurita@hotmail.com<br />

Resumo<br />

As variantes <strong>anatômicas</strong> dos seios da face são achados comuns na prática diária. O conhecimento<br />

destas <strong>variações</strong> por parte dos radiologistas faz-se necessário tanto pelas condições patológicas<br />

relacionadas como também pela importância no planejamento da cirurgia endoscópica funcional<br />

endonasal. A cirurgia endonasal é o procedimento de escolha para diagnóstico, biópsias e tratamento<br />

de várias doenças nasossinusais, e para que seja efetuada com segurança, prevenindo-se<br />

lesões iatrogênicas, é fundamental que o cirurgião tenha o mapeamento dessas estruturas. Dessa<br />

forma, a tomografia computadorizada torna-se indispensável para avaliação pré-operatória dos seios<br />

da face. Revisão da literatura e ensaio iconográfico foram realizados com o objetivo de discutir a<br />

importância das principais variantes <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais, pois o conhecimento dessas<br />

alterações e suas relações com condições patológicas é uma habilidade que se espera do<br />

radiologista geral.<br />

O conhecimento das <strong>variações</strong> <strong>anatômicas</strong> por parte dos radiologistas faz-se necessário<br />

tanto pelas condições patológicas relacionadas como também pela importância<br />

na cirurgia endoscópica funcional endonasal, através de um maior detalhamento anatômico<br />

das estruturas ósseas, seios paranasais e suas vias de drenagem, previamente<br />

ao procedimento cirúrgico. A cirurgia endonasal é o procedimento de escolha para<br />

diagnóstico, biópsias e tratamento de várias doenças nasossinusais, e para que seja<br />

efetuada com segurança, prevenindo-se lesões iatrogênicas, é fundamental que o cirurgião<br />

tenha o mapeamento dessas estruturas. A tomografia computadorizada (TC)<br />

dos seios paranasais tornou-se indispensável na avaliação dos seios da face. A importância<br />

dessas variantes predispondo a doenças, em consequência da obstrução do<br />

complexo ostiomeatal de drenagem, já foi discutida por vários autores, ainda não<br />

sendo tema de consenso.<br />

Revisão da literatura e ensaio iconográfico foram realizados com o objetivo de<br />

discutir a importância das principais variantes <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais, que<br />

são achados comuns na prática diária, e doenças predisponentes associadas, em consequência<br />

da obstrução do complexo ostiomeatal.<br />

MÉTODOS DE IMAGEM<br />

O melhor método de imagem para avaliação das estruturas nasossinusais e suas<br />

vias de drenagem é a TC, considerado exame padrão-ouro, quando realizado a partir<br />

da análise de reconstruções das imagens nos planos axial, sagital e coronal, adquiridas<br />

em aparelho multislice. Reconstruções coronais são especialmente importantes<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong><br />

7


Villela CLBC et al. / Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais<br />

para cirurgia endonasal, consideradas atualmente como<br />

de escolha para melhor avaliação das cavidades paranasais<br />

por apresentarem maior detalhamento das estruturas<br />

ósseas e do acometimento mucoso [1,2] .<br />

PRINCIPAIS VARIANTES ANATÔMICAS<br />

E SUA IMPORTÂNCIA CLÍNICA<br />

Célula da crista galli<br />

A pneumatização da crista galli, chamada de célula<br />

da crista galli, é decorrente exclusivamente do seio frontal,<br />

e não do etmoidal, ocorrendo como um divertículo<br />

8<br />

A B<br />

do seio frontal, acometendo 13% dos indivíduos adultos<br />

[1] . É importante seu conhecimento, pois o tratamento<br />

de um processo inflamatório deve ser direcionado para<br />

o seio frontal e não para o labirinto etmoidal. Diagnóstico<br />

diferencial deve ser feito com célula nasal (Fig. 1).<br />

Célula intersinus frontal<br />

Fig. 1 – TC com reconstrução coronal (A) evidenciando célula da crista galli (seta) [1] e célula nasal (B).<br />

A B<br />

A célula intersinus frontal é originária do seio frontal,<br />

sendo observada em aproximadamente 30% dos indivíduos,<br />

e é sede de processos inflamatórios e de mucocele<br />

(Fig. 2) [1] . Em 85% dos casos observa-se comunicação<br />

com o seio frontal [1] . Diagnóstico diferencial deve ser<br />

Fig. 2 – (A) Célula intersinus frontal em reconstrução coronal (seta). (B) Célula frontal em reconstrução coronal (seta).<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong>


feito com célula frontal, que é uma célula etmoidal anterior<br />

que se estende superiormente à célula de agger nasi<br />

e anteriormente ao recesso frontal.<br />

Célula etmoidal infraorbitária ou de Haller<br />

É uma célula etmoidal anterior extramural junto ao<br />

assoalho da órbita (Fig. 3) [3] . Pode estar presente em até<br />

A B<br />

Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais / Villela CLBC et al.<br />

45% da população [4] . Tem importância clínica devido à<br />

sua posição crítica, ao longo do infundíbulo e do seio<br />

maxilar, podendo causar compressão, dependendo do<br />

tamanho da célula e proximidade com o óstio do seio maxilar<br />

[1] . Além disso, evidência de sinais inflamatórios dentro<br />

da célula e a presença de contato mucoso devem ser<br />

avaliadas como predisponentes a sinusopatia (Fig. 4) [5] .<br />

Fig. 3 – (A) Reconstrução coronal de TC mostra células de Haller bilateralmente (setas), com espessamento mucoso associado, ocasionando<br />

estreitamento infundibular. Observa-se, também, desvio do septo nasal de convexidade à direita, opacificação das células etmoidais à esquerda<br />

e espessamento polipoide no seio maxilar esquerdo. (B) Em outro paciente, a reconstrução coronal evidencia células de Haller<br />

bilaterais (setas), maior à esquerda (seta), ocasionando estreitamento infundibular deste lado.<br />

A B<br />

Fig. 4 – (A) Reconstrução coronal evidenciando concha média bullosa à direita associada a bullite (seta branca). Nota-se, ainda, a presença<br />

de célula de Haller à direita (seta preta), também opacificada. (B) Reconstrução coronal mostra células de Haller opacificadas bilateralmente<br />

(setas), à direita com presença de mucocele.<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong> 9


Villela CLBC et al. / Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais<br />

A B<br />

Fig. 5 – (A) Reconstrução coronal de TC mostra desvio acentuado do septo nasal de convexidade à esquerda, com grande espícula óssea<br />

em íntimo contato com a parede medial do seio maxilar, obstruindo a fossa nasal ipsilateral. Observa-se enxerto ósseo no seio maxilar direito<br />

(estrela). (B) Em outro paciente, a reconstrução tridimensional evidencia desvio de septo de convexidade à esquerda.<br />

Desvio do septo nasal<br />

O desvio do septo nasal consiste em uma angulação<br />

aguda entre a cartilagem nasal e o vômer. A prevalência<br />

encontrada na literatura varia entre 40% e 96%, dependendo<br />

do critério utilizado para conceituar o desvio [3] .<br />

É uma anomalia que pode ser congênita ou adquirida e<br />

ainda estar associada a um esporão ósseo. Esta condição<br />

pode determinar compressão da concha nasal lateralmente,<br />

com consequente obstrução do infundíbulo (Fig. 5), apresentando<br />

importância clínica na abordagem da sinusopatia<br />

recorrente, além do fato de que este contato pode<br />

também ser causa de cefaleia rinogênica [3,5,6] .<br />

Célula de agger nasi<br />

É a célula etmoidal mais anterior, com prevalência<br />

variando de 78% a 98,5% [2] . Quando globosa, desloca a<br />

inserção do processo uncinado medialmente, que irá se<br />

inserir no corneto médio, alterando a configuração do<br />

recesso frontal, que estará deslocado posteriormente [1] .<br />

Nas imagens coronais da TC a célula de agger nasi aparece<br />

lateralmente, posicionada abaixo do seio frontal e<br />

medial ao corneto médio (Fig. 6) [2] . A incidência coronal<br />

da TC evidencia claramente esta relação anatômica<br />

[1–3] . Quando há pneumatização importante desta célula,<br />

pode haver estreitamento do recesso frontal. Sua<br />

relação anatômica com o osso lacrimal explica a ocorrência<br />

de epífora em alguns pacientes com sinusopatia<br />

de repetição [5,7] .<br />

10<br />

Fig. 6 – Reconstrução coronal de TC da face mostra uma célula<br />

etmoidal à direita bastante anteriorizada – agger nasi (seta).<br />

Concha bullosa<br />

A pneumatização do corneto médio é denominada<br />

concha bullosa, ocorre em cerca de 34% a 53% dos pacientes,<br />

podendo ser uni ou bilateral (Fig. 7A) [1,8] . A concha<br />

bullosa pode ser causa de obstrução do meato médio<br />

e do infundíbulo, mas não é considerada como fator significativo<br />

na gênese da sinusopatia [1] . Foi observada cor-<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong>


A<br />

relação entre a presença de concha bullosa e desvio contralateral<br />

do septo nasal [1] . A concha bullosa pode conter<br />

pólipos, cistos, piocele e mucocele [6] . A pneumatização<br />

extensiva das conchas nasais pode ser causa de cefaleia,<br />

mesmo na ausência de inflamação [6,7] . A pneumatização<br />

do corneto superior é incomum e do inferior é extremamente<br />

rara (Fig. 7B) [1] .<br />

Concha paradoxal (curvatura paradoxal)<br />

Normalmente, a concha média curva-se medialmente<br />

em direção ao septo nasal, mas sua curvatura pode projetar-se<br />

lateralmente em direção à parede lateral do seio,<br />

estreitando o meato médio e o infundíbulo, variante chamada<br />

de curvatura paradoxal ou concha paradoxal (Fig.<br />

8) [6,8–10] . Alguns estudos encontraram prevalência de até<br />

30% [11] . Dependendo do grau da curvatura da concha,<br />

pode haver compressão do infundíbulo com tendência a<br />

sinusopatia recorrente. Esta relação, no entanto, ainda<br />

não foi comprovada com dados consistentes [4,10] .<br />

Célula de Onodi<br />

A pneumatização de células etmoidais posteriores<br />

dentro do osso esfenoide é conhecida como célula de<br />

Onodi (Fig. 9). Sua prevalência varia entre 3,4% e 51% [12] .<br />

A presença desta estrutura pode ser um fator limitante<br />

ao acesso do endoscópio ao seio esfenoidal durante um<br />

procedimento cirúrgico, devido à sua relação anatômica<br />

com o nervo óptico e com a artéria carótida interna [1,3] .<br />

Portanto, sua maior importância apresenta-se na avaliação<br />

pré-operatória. A melhor forma de identificação é<br />

Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais / Villela CLBC et al.<br />

Fig. 7 – (A) Reconstrução coronal mostra conchas médias bullosas bilateralmente (setas). (B) Reconstrução coronal de outro paciente com<br />

pneumatização da concha inferior à direita (seta).<br />

Fig. 8 –Reconstrução coronal de TC mostra conchas nasais médias<br />

curvando-se lateralmente, caracterizando conchas paradoxais bilateralmente<br />

(setas).<br />

no plano axial. Além da importância cirúrgica, pode<br />

ocorrer uma mucocele, causando neuropatia ótica retrobulbar,<br />

podendo causar diminuição da acuidade visual,<br />

cefaleia retro-orbitária, entre outros sintomas [12] .<br />

Bulla etmoidal<br />

É a maior célula etmoidal anterior, localizada imediatamente<br />

superior e posterior ao infundíbulo e hiato<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong> 11<br />

B


Villela CLBC et al. / Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais<br />

A B<br />

Fig. 9 – (A) Corte axial de TC mostra pneumatização de células etmoidais posteriores dilatadas bilateralmente – células de Onodi (setas).<br />

(B) Corte axial de TC evidencia células de Onodi bilateralmente, com opacificação à esquerda (setas).<br />

semilunar, podendo causar compressão dessas estruturas,<br />

com prejuízo da drenagem do seio maxilar e das<br />

células etmoidais anteriores (Fig. 10) [1,3] .<br />

Bulla unciforme<br />

O processo unciforme pode ser pneumatizado, conhecido<br />

como bulla unciforme, sendo uma variação rara,<br />

descrita entre 0,4% e 5% dos indivíduos (Fig. 11). A dilatação<br />

desta estrutura pode causar estreitamento do infundíbulo,<br />

levando a distúrbios na drenagem do seio<br />

maxilar [3] . Pode simular uma concha bullosa ou uma bulla<br />

etmoidal globosa.<br />

Seio maxiloetmoidal<br />

É a variação de uma célula etmoidal posterior que se<br />

estende para a porção apical do seio maxilar, com drenagem<br />

para o meato nasal superior (Fig. 12). Pode ser septada,<br />

uni ou bilateral, com ocorrência de 0,7% a 2%, segundo<br />

diferentes estudos [1,13] . É importante seu conhecimento,<br />

para diferenciá-la de outras alterações, como o<br />

seio maxilar septado e a célula de Haller [3] . A distinção é<br />

feita, basicamente, pelo padrão de drenagem. Ao contrário<br />

do seio maxiloetmoidal, tanto os compartimentos do<br />

seio maxilar septado quanto da célula de Haller drenam<br />

para o meato médio. Pode estar associada a outras <strong>variações</strong>,<br />

como hipoplasia do seio maxilar [1] . A maior importância<br />

desta variante consiste na avaliação pré-operatória<br />

da cirurgia endoscópica, com objetivo de evitar perda da<br />

orientação anatômica durante o procedimento [13,<strong>14</strong>] .<br />

12<br />

Fig. 10 – Reconstrução coronal de TC evidencia bulla etmoidal dilatada<br />

à direita (seta) estreitando o hiato semilunar. Observa-se ainda,<br />

nesta reconstrução, concha bullosa à esquerda (estrela).<br />

Hipoplasia do seio maxilar<br />

Hipoplasia do seio maxilar pode ser uni ou bilateral,<br />

ocorrendo em 1,7% e 7,2% da população, respectivamente<br />

(Fig. 13) [1] . Pode ser confundida com sinusopatia<br />

crônica e apresentar associação com alterações do<br />

processo unciforme, levando a prejuízo da drenagem do<br />

meato médio. A identificação desta condição no pré-ope-<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong>


Fig. 11 – Bulla unciforme. Reconstrução coronal de TC mostra<br />

pneumatização bilateral dos processos unciformes (setas).<br />

Fig. 12 – Reconstrução coronal de TC mostra paciente com seio<br />

maxiloetmoidal bilateralmente (setas). Observar a drenagem para o<br />

meato superior.<br />

ratório da cirurgia endonasal é importante, já que alterações<br />

associadas do processo unciforme são comuns [1,15] .<br />

Fóveas etmoidais<br />

As fóveas etmoidais são consideradas os limites superiores<br />

das células etmoidais e estão situadas lateralmente<br />

às lamelas laterais das lâminas cribriformes, que formam,<br />

Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais / Villela CLBC et al.<br />

Fig. 13 – Reconstrução coronal de TC mostra redução da cavidade<br />

maxilar direita (seta) com processo unciforme anatômico (hipoplasia<br />

grau I).<br />

Fig. <strong>14</strong> – Reconstrução coronal evidenciando fóveas etmoidais (setas<br />

pretas) e lâminas cribriformes (setas brancas).<br />

medialmente, o assoalho da fossa olfatória [1] . As lâminas<br />

cribriformes situam-se a um nível variável em relação às<br />

fóveas etmoidais. A fossa olfatória é classificada em três<br />

tipos, segundo Keros: tipo I, em que a lamela lateral da<br />

lâmina cribriforme mede menos que 3 mm; tipo II, no<br />

qual a lamela lateral mede entre 4 e 7 mm; e tipo III,<br />

quando a lamela lateral mede entre 8 e 16 mm [1] . O plano<br />

coronal (Fig. <strong>14</strong>) permite adequada avaliação do posicionamento<br />

da fóvea etmoidal e da lâmina cribriforme, e o<br />

cirurgião utilizará estas informações para prevenir danos<br />

à lâmina cribriforme, evitando complicações como<br />

anosmia permanente, rinoliquorreia e risco de infecção<br />

intracraniana [16] .<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong> 13


Villela CLBC et al. / Variações <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais<br />

CONCLUSÃO<br />

A avaliação radiológica das estruturas nasossinusais<br />

deve ser realizada nos pacientes com indicação de cirurgia<br />

endoscópica funcional endonasal, para demonstrar<br />

o sítio e extensão da doença, bem como o detalhamento<br />

da anatomia local. O estudo por TC dos seios paranasais<br />

e suas reconstruções multiplanares é fundamental por<br />

permitir um planejamento cirúrgico seguro.<br />

O conhecimento da anatomia, das variantes dos seios<br />

paranasais e suas relações com condições patológicas é<br />

uma habilidade que se espera do radiologista.<br />

REFERÊNCIAS<br />

1. Gebrim SEM, Chammas MC, Gomes RLE. Radiologia e diagnóstico<br />

por imagem: cabeça e pescoço. 1ª ed. Rio de Janeiro,<br />

RJ: Guanabara Koogan; 2010. p. 173–233.<br />

2. Huang BY, Lloyd KM, DelGaudio JM, Jablonowski E, Hudgins<br />

PA. Failed endoscopic sinus surgery: spectrum of CT findings<br />

in the frontal recess. RadioGraphics 2009;29:177–95.<br />

3. Earwaker J. Anatomic variants in sinonasal CT. RadioGraphics<br />

1993;13:381–415.<br />

4. Araújo Neto SA, Martins PSL, Souza AS, Baracat ECE, Nanni<br />

L. O papel das variantes <strong>anatômicas</strong> do complexo ostiomeatal<br />

na rinossinusite crônica. Radiol Bras 2006;39:227–32.<br />

5. Elahi MM, Frenkiel S. Septal deviation and chronic sinus disease.<br />

Am J Rhinol 2000;<strong>14</strong>:175–9.<br />

6. Souza RP, Brito Júnior JP, Tornin OS, et al. Complexo nasossinusal:<br />

anatomia radiológica. Radiol Bras 2006;39:367–72.<br />

7. Stallman JS, Lobo JN, Som PM. The incidence of concha<br />

bullosa and its relationship to nasal septal deviation and<br />

paranasal sinus disease. AJNR Am J Neuroradiol 2004;25:<br />

1613–8.<br />

8. Valvassori GE, Mafee MF, Carter BL. Imaging of the head and<br />

neck. 1st ed. New York, NY: Thieme; 1995. p. 248–328.<br />

9. Som PM, Curtin HD. Head and neck imaging. 3rd ed. St.<br />

Louis, MO: Mosby-Year Book; 1996. p. 97–125.<br />

10. Yousem DM. Imaging of sinonasal inflammatory disease. Radiology<br />

1993;188:303–<strong>14</strong>.<br />

<strong>14</strong><br />

11. Teixeira Júnior FR, Bretas EAS, Madeira IA, et al. A importância<br />

clínica das <strong>variações</strong> <strong>anatômicas</strong> dos seios paranasais.<br />

Rev Imagem 2008;30:153–7.<br />

12. Kantarci M, Karasen RM, Alper F, Onbas O, Okur A, Karaman<br />

A. Remarkable anatomic variations in paranasal sinus region<br />

and their clinical importance. Eur J Radiol 2004;50:296–302.<br />

13. SirikHi A, Bayazit YA, Bayram M, Kanlikama M. Ethmomaxillary<br />

sinus: a particular anatomic variation of the paranasal<br />

sinuses.Eur Radiol 2004;<strong>14</strong>:281–5.<br />

<strong>14</strong>. Caughey RJ, Jameson MJ, Gross CW, Hank JK. Anatomic risk<br />

factors for sinus disease: fact or fiction? Am J Rhinol 2005;<br />

19:334–9.<br />

15. Scuderi AJ, Harnsberger HR, Boyer RS. Pneumatization of<br />

the paranasal sinuses: normal features of importance to the<br />

accurate interpretation of CT scans and MR images. AJR Am<br />

J Roentgenol 1993;160:1101–4.<br />

16. Shankar L, Hawke M, Evan K, Stammberger H. Atlas de imagens<br />

dos seios paranasais. 1ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Revinter;<br />

1997. p. 41–72.<br />

Abstract. Anatomical variations of paranasal sinuses: what to inform<br />

the otolaryngologist?<br />

Anatomic variations of paranasal sinuses are common findings in<br />

daily practice. For a radiologist, to know these variations is necessary<br />

because of the pathological conditions related to them, and<br />

also because they are import for planning a functional endoscopic<br />

endonasal surgery, the procedure of choice for diagnosis, biopsy<br />

and treatment of various sinonasal diseases. To assure that this<br />

surgery is done safely, preventing iatrogenic injuries, it is essential<br />

that the surgeon has the mapping of these structures. Thus, a<br />

CT is indispensable for preoperative evaluation of paranasal sinuses.<br />

Since a general radiologist is expected to know these<br />

changes and their relationship to pathological conditions, a literature<br />

review and a iconographic essay were conducted with the aim<br />

of discussing the importance of major anatomic variations of<br />

paranasal sinuses.<br />

Keywords: Paranasal sinuses; Computed tomography; Endoscopic<br />

endonasal surgery.<br />

Rev Imagem (Online) 2011;33(1/2):7–<strong>14</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!