Comunidades de prática Rev Fev11 - Artigo Científico
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1. Introdução<br />
Para Peter Drucker (1993), a cada dois ou três séculos ocorre uma gran<strong>de</strong><br />
transformação na história da socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal, on<strong>de</strong> ela passa por uma reorganização e<br />
renovação da visão <strong>de</strong> mundo, dos valores, das estruturas sociais, políticas e das instituições<br />
mais importantes que a compõem. Observa-se nos dias <strong>de</strong> hoje um <strong>de</strong>sses períodos, on<strong>de</strong> as<br />
mudanças que estão ocorrendo caracterizam essa época como a era da “Socieda<strong>de</strong> do<br />
Conhecimento”, sinalizando que o conhecimento (e sua gestão) está se tornando o mais<br />
importante fator <strong>de</strong> produção e, proporcionando às organizações que já i<strong>de</strong>ntificaram essa<br />
questão, vantagens competitivas e incremento no valor agregado <strong>de</strong> seus produtos e serviços,<br />
além <strong>de</strong> sobrevivência neste novo mercado.<br />
Assim, uma gestão do conhecimento (GC) eficiente é fundamental para que os atores<br />
envolvidos na “Socieda<strong>de</strong> do Conhecimento” sejam capazes <strong>de</strong> conduzir este ambiente<br />
complexo e dinâmico, com foco em resultados e ativida<strong>de</strong>s intensivas em conhecimento,<br />
como produção, distribuição, disseminação e compartilhamento. Maximiano, (2004) <strong>de</strong>staca<br />
que a gestão do conhecimento organizacional torna-se indispensável para a manutenção da<br />
vantagem competitiva das empresas.<br />
O termo gestão do conhecimento, que costuma ser apresentado às empresas como um<br />
fator primordial para sobrevivência e competitivida<strong>de</strong>, tem sido aplicado <strong>de</strong> diversas<br />
maneiras, gerando certa confusão. Uma corrente <strong>de</strong> pensamento <strong>de</strong>fine o conhecimento como<br />
<strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> informações que são originadas em dados, mas organizados <strong>de</strong> forma útil para a<br />
organização. Outro entendimento é que a gestão do conhecimento <strong>de</strong>sloca o foco do processo<br />
para a <strong>prática</strong>, ou seja: auxilia a melhorar a forma como as pessoas executam seu trabalho<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um processo global. Uma idéia mais simplificada <strong>de</strong> GC é que ele é visto como uma<br />
ativida<strong>de</strong>, um ativo organizacional estratégico ou um recurso como qualquer outro, que <strong>de</strong>ve<br />
ser gerenciado e utilizado <strong>de</strong> forma produtiva, transformando conhecimento tácito em<br />
explícito e compartilhando-o institucionalmente.<br />
Karl Sveiby (1993) <strong>de</strong>finiu GC como “a arte <strong>de</strong> criar valor <strong>de</strong> um ativo intangível das<br />
organizações”. Davenport e Prusak (1996) enten<strong>de</strong>m que a “GC está preocupada com a<br />
exploração e <strong>de</strong>senvolvimento dos ativos <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> uma organização visando<br />
promover o conhecimento objetivo. Já Despres, Charles e Chauvel (1999) acreditam que o<br />
objetivo da gestão do conhecimento é melhorar o <strong>de</strong>sempenho organizacional, explicitamente<br />
em relação à concepção e à implementação <strong>de</strong> ferramentas, processos, sistemas, estruturas e<br />
culturas para melhorar a criação, compartilhamento e o uso <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong><br />
conhecimento que são fundamentais para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
De acordo com a APO (2010), para que se tenha uma iniciativa <strong>de</strong> sucesso na<br />
implementação da GC nas organização, há que se consi<strong>de</strong>rar cinco etapas fundamentais: (1)<br />
i<strong>de</strong>ntificar o conhecimento; (2) criar o conhecimento; (3) armazenar o conhecimento; (4)<br />
compartilhar o conhecimento; e (5) aplicar o conhecimento. Estas etapas serão apresentadas e<br />
discutidas ao longo <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />
Parece existir certo consenso entre os estudiosos que diferentes situações exigem<br />
variadas estratégias <strong>de</strong> Gestão do Conhecimento. Mas, isso po<strong>de</strong> ser confundido e muitas<br />
vezes não está claro por on<strong>de</strong> começar ou quando se preten<strong>de</strong> escolher uma estratégia <strong>de</strong><br />
Gestão do Conhecimento para uma situação particular (HAGGIE; KINGSTON, 2003).<br />
Para operacionalizar as estratégias <strong>de</strong> GC, o auxílio da tecnologia é fundamental e,<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse contexto, a GC utiliza uma série <strong>de</strong> ferramentas e técnicas para criar,<br />
compartilhar, codificar e disseminar o conhecimento nas organizações, como por exemplo, as<br />
comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> (CoP’s). Uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong> po<strong>de</strong> ser entendida como uma<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos com interesses (e problemas) comuns que se reúnem com o propósito <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificar soluções, compartilhar <strong>prática</strong>s, idéias e explorar formas <strong>de</strong> trabalho colaborativo.