29.06.2013 Views

Comunidades de prática Rev Fev11 - Artigo Científico

Comunidades de prática Rev Fev11 - Artigo Científico

Comunidades de prática Rev Fev11 - Artigo Científico

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E GESTÃO DO<br />

CONHECIMENTO – PPEGC<br />

DISCIPLINA: MÉTODOS E TÉCNICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO<br />

PROF.: NERI DOS SANTOS, FERNANDO SPANHOL E GREGÓRIO VARVAKIS<br />

RESUMO<br />

MÉTODOS E TÉCNICAS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO:<br />

COMUNIDADES DE PRÁTICA<br />

Julival <strong>de</strong> Queiroz Santana 1<br />

Lenio Gnecco Junior 2<br />

Robinson Luiz Sezanovich 3<br />

O propósito do presente artigo é abordar a gestão do conhecimento (GC) e a<br />

importância das <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Prática (CoP), apresentando suas vantagens, <strong>de</strong>svantagens e<br />

classificação, com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> que forma essa técnica po<strong>de</strong> auxiliar a melhorar<br />

a gestão do conhecimento nas organizações. O trabalho é <strong>de</strong> natureza predominantemente<br />

qualitativa, do tipo exploratório-explicativa e com <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong>senvolvido a partir <strong>de</strong><br />

pesquisa documental, bibliográfica e estudo <strong>de</strong> caso em uma organização sobre o tema em<br />

questão. Procurou-se realizar uma revisão sistemática na literatura, buscando alguns<br />

conceitos, ferramentas e técnicas <strong>de</strong> GC, enfatizando questões relacionadas às CoP’s. Os<br />

resultados indicaram que as CoP’s são técnicas muito importantes para melhorar a GC nas<br />

organizações. Todavia, <strong>de</strong> forma isolada, essas técnicas não irão solucionar as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

gestão do conhecimento nas empresas, sendo necessária uma atuação integrada com outras<br />

técnicas e ferramentas para fortalecer a estratégia e implementação <strong>de</strong> GC nas organizações.<br />

Palavras-Chave: Gestão do conhecimento. <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong>. Estudo <strong>de</strong> caso.<br />

ABSTRACT<br />

The purpose of this paper is to address the knowledge management (KM) and the<br />

importance of Communities of Practice (CoP), with its advantages, disadvantages and<br />

classification, in or<strong>de</strong>r to i<strong>de</strong>ntify how this technique can help improve KM in organizations.<br />

The work is largely qualitative in nature, exploratory and <strong>de</strong>scriptive <strong>de</strong>sign <strong>de</strong>veloped from<br />

research literature and a case study in two organizations on the topic. We tried to perform a<br />

systematic review of the literature, seeking some concepts, tools and techniques for GC,<br />

emphasizing issues related to CoP's. The results indicated that the CoP's are very important<br />

techniques for improving KM in the organizations. However, in isolation, these techniques<br />

will not solve all the difficulties of knowledge management in companies with a need for<br />

integrated action with other techniques and tools to strengthen the strategy of KM in<br />

organizations.<br />

Keywords: Knowledge Management. Communities of practice. Case study.<br />

1 Mestrando do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC<br />

2 Mestrando do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Administração da UFSC<br />

3 Aluno da disciplina Métodos e Técnicas <strong>de</strong> Gestão do Conhecimento do PPEGC da UFSC


1. Introdução<br />

Para Peter Drucker (1993), a cada dois ou três séculos ocorre uma gran<strong>de</strong><br />

transformação na história da socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal, on<strong>de</strong> ela passa por uma reorganização e<br />

renovação da visão <strong>de</strong> mundo, dos valores, das estruturas sociais, políticas e das instituições<br />

mais importantes que a compõem. Observa-se nos dias <strong>de</strong> hoje um <strong>de</strong>sses períodos, on<strong>de</strong> as<br />

mudanças que estão ocorrendo caracterizam essa época como a era da “Socieda<strong>de</strong> do<br />

Conhecimento”, sinalizando que o conhecimento (e sua gestão) está se tornando o mais<br />

importante fator <strong>de</strong> produção e, proporcionando às organizações que já i<strong>de</strong>ntificaram essa<br />

questão, vantagens competitivas e incremento no valor agregado <strong>de</strong> seus produtos e serviços,<br />

além <strong>de</strong> sobrevivência neste novo mercado.<br />

Assim, uma gestão do conhecimento (GC) eficiente é fundamental para que os atores<br />

envolvidos na “Socieda<strong>de</strong> do Conhecimento” sejam capazes <strong>de</strong> conduzir este ambiente<br />

complexo e dinâmico, com foco em resultados e ativida<strong>de</strong>s intensivas em conhecimento,<br />

como produção, distribuição, disseminação e compartilhamento. Maximiano, (2004) <strong>de</strong>staca<br />

que a gestão do conhecimento organizacional torna-se indispensável para a manutenção da<br />

vantagem competitiva das empresas.<br />

O termo gestão do conhecimento, que costuma ser apresentado às empresas como um<br />

fator primordial para sobrevivência e competitivida<strong>de</strong>, tem sido aplicado <strong>de</strong> diversas<br />

maneiras, gerando certa confusão. Uma corrente <strong>de</strong> pensamento <strong>de</strong>fine o conhecimento como<br />

<strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> informações que são originadas em dados, mas organizados <strong>de</strong> forma útil para a<br />

organização. Outro entendimento é que a gestão do conhecimento <strong>de</strong>sloca o foco do processo<br />

para a <strong>prática</strong>, ou seja: auxilia a melhorar a forma como as pessoas executam seu trabalho<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um processo global. Uma idéia mais simplificada <strong>de</strong> GC é que ele é visto como uma<br />

ativida<strong>de</strong>, um ativo organizacional estratégico ou um recurso como qualquer outro, que <strong>de</strong>ve<br />

ser gerenciado e utilizado <strong>de</strong> forma produtiva, transformando conhecimento tácito em<br />

explícito e compartilhando-o institucionalmente.<br />

Karl Sveiby (1993) <strong>de</strong>finiu GC como “a arte <strong>de</strong> criar valor <strong>de</strong> um ativo intangível das<br />

organizações”. Davenport e Prusak (1996) enten<strong>de</strong>m que a “GC está preocupada com a<br />

exploração e <strong>de</strong>senvolvimento dos ativos <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> uma organização visando<br />

promover o conhecimento objetivo. Já Despres, Charles e Chauvel (1999) acreditam que o<br />

objetivo da gestão do conhecimento é melhorar o <strong>de</strong>sempenho organizacional, explicitamente<br />

em relação à concepção e à implementação <strong>de</strong> ferramentas, processos, sistemas, estruturas e<br />

culturas para melhorar a criação, compartilhamento e o uso <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong><br />

conhecimento que são fundamentais para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

De acordo com a APO (2010), para que se tenha uma iniciativa <strong>de</strong> sucesso na<br />

implementação da GC nas organização, há que se consi<strong>de</strong>rar cinco etapas fundamentais: (1)<br />

i<strong>de</strong>ntificar o conhecimento; (2) criar o conhecimento; (3) armazenar o conhecimento; (4)<br />

compartilhar o conhecimento; e (5) aplicar o conhecimento. Estas etapas serão apresentadas e<br />

discutidas ao longo <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

Parece existir certo consenso entre os estudiosos que diferentes situações exigem<br />

variadas estratégias <strong>de</strong> Gestão do Conhecimento. Mas, isso po<strong>de</strong> ser confundido e muitas<br />

vezes não está claro por on<strong>de</strong> começar ou quando se preten<strong>de</strong> escolher uma estratégia <strong>de</strong><br />

Gestão do Conhecimento para uma situação particular (HAGGIE; KINGSTON, 2003).<br />

Para operacionalizar as estratégias <strong>de</strong> GC, o auxílio da tecnologia é fundamental e,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse contexto, a GC utiliza uma série <strong>de</strong> ferramentas e técnicas para criar,<br />

compartilhar, codificar e disseminar o conhecimento nas organizações, como por exemplo, as<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> (CoP’s). Uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong> po<strong>de</strong> ser entendida como uma<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos com interesses (e problemas) comuns que se reúnem com o propósito <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificar soluções, compartilhar <strong>prática</strong>s, idéias e explorar formas <strong>de</strong> trabalho colaborativo.


A origem <strong>de</strong>sse termo passa pelo trabalho <strong>de</strong> Etienne Wenger (2002) e sua equipe <strong>de</strong><br />

cientistas sociais, que foram pioneiros ao estabelecer o conceito <strong>de</strong> <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Prática<br />

(CoP’s): “um grupo <strong>de</strong> pessoas que divi<strong>de</strong>m um interesse comum e que, através da interação<br />

freqüente e periódica, <strong>de</strong>senvolvem maneiras <strong>de</strong> se fazer e apren<strong>de</strong>r mais sobre esse interesse<br />

que as une, engajando-se em um processo <strong>de</strong> aprendizagem coletiva e colaborativa em uma<br />

(ou mais) área (s) do conhecimento humano”. Wenger (e sua equipe) cunhou o termo<br />

<strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> Prática ao <strong>de</strong>scobrir que um conjunto complexo <strong>de</strong> relações sociais<br />

colaborativas permitia a aprendizagem <strong>de</strong> forma eficaz. Des<strong>de</strong> então, as CoP’s tornaram-se<br />

uma das principais ferramentas e técnicas da gestão do conhecimento, especialmente para o<br />

compartilhamento do conhecimento comum para além das divisões formais e, <strong>de</strong> fato, como<br />

uma ferramenta para quebrar as barreiras ao fluxo <strong>de</strong> conhecimento entre as organizações.<br />

As CoP’s oferecem um ambiente (virtual ou presencial) que conecta as pessoas,<br />

incentivando o <strong>de</strong>senvolvimento e o compartilhamento <strong>de</strong> idéias e estratégias. Este ambiente<br />

propicia uma resolução mais rápida <strong>de</strong> problemas, minimizando os retrabalhos, reduzindo as<br />

limitações geográficas, a duplicação <strong>de</strong> esforços, a oferecendo opções diversas para o trabalho<br />

colaborativo, permitindo o auto-<strong>de</strong>senvolvimento e estimulando a criação, disseminação e o<br />

compartilhamento do conhecimento. Uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> abordagens po<strong>de</strong>m ser usadas<br />

na criação e <strong>de</strong>senvolvimento das CoP’s.<br />

Antes da criação <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong>, <strong>de</strong> acordo com a Asian Productivity<br />

Organization – APO (2010), há alguns pontos principais a consi<strong>de</strong>rar em relação aos<br />

objetivos (o que se preten<strong>de</strong> alcançar), aos participantes (contribuição e necessida<strong>de</strong>s), aos<br />

papéis e responsabilida<strong>de</strong>s (especialistas, facilitadores), ao interesse e envolvimento (como<br />

provocar), à criação e compartilhamento do conhecimento (como promover) e ao avanço e<br />

evolução (como agregar valor).<br />

Wenger(2002) ainda enfatiza que nem toda comunida<strong>de</strong> é uma CoP. Três fatores são<br />

imprescindíveis para sua caracterização como tal: o domínio (interesse comum), a<br />

comunida<strong>de</strong> (senso <strong>de</strong> pertencimento ao grupo) e a <strong>prática</strong> (compartilhada e colaborativa).<br />

Este autor ainda <strong>de</strong>staca uma abordagem dinâmica da CoP que se movimentam à partir <strong>de</strong><br />

estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento 4 (potencial, coalizão, dispersa e memorável) caracterizados por<br />

níveis <strong>de</strong> interação entre seus membros e tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>sempenham.<br />

É importante observar que as comunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ter uma vida útil limitada e nem<br />

sempre isso é uma coisa ruim. Às vezes, um fim natural é atingido (quando um grupo ou uma<br />

<strong>prática</strong> chega a uma conclusão ou resultado). Enquanto o aprendizado é capturado e<br />

redistribuído, o sucesso da colaboração po<strong>de</strong> informar e auxiliar outras pessoas no futuro.<br />

Diante do contexto abordado nos parágrafos acima, uma pesquisa elaborada no sentido<br />

<strong>de</strong> explorar o tema comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong>s, com o intuito <strong>de</strong> investigar como essa<br />

ferramenta/técnica po<strong>de</strong> auxiliar a melhorar a gestão do conhecimento nas organizações<br />

parece uma problemática capaz <strong>de</strong> nortear uma pesquisa científica ao suscitar o seguinte<br />

questionamento:<br />

De que forma a ferramenta/técnica comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong> (CoP) po<strong>de</strong> auxiliar a<br />

melhorar a <strong>de</strong> gestão do conhecimento nas organizações?<br />

O estudo está dividido em três partes: a introdução, on<strong>de</strong> é apresentado o objetivo da<br />

pesquisa, a contextualização do problema e a pergunta da pesquisa; o <strong>de</strong>senvolvimento, on<strong>de</strong><br />

é feita uma revisão sistemática da literatura que cerca este tema, além das consi<strong>de</strong>rações sobre<br />

a metodologia e a conclusão, com a apresentação dos principais resultados da pesquisa e as<br />

consi<strong>de</strong>rações finais.<br />

4 Para saber mais sobre estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, vi<strong>de</strong> Christopoulos, T. Estado da arte em <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong><br />

Prática. In: Conexões Científicas. Acessado em 10/08/2010: www.escolanare<strong>de</strong>.sefaz.rs.gov.br


2. Desenvolvimento<br />

2.1. Consi<strong>de</strong>rações sobre a Metodologia<br />

Sellitz et al (1975) afirmam que as escolhas <strong>de</strong> pesquisa tornam-se científicas à medida<br />

que são sistematicamente planejadas, servem a um objetivo formulado <strong>de</strong> pesquisa e são<br />

submetidas a verificações e controles <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> e precisão. Em busca <strong>de</strong> maiores<br />

conhecimentos, o pesquisador <strong>de</strong>ve assumir e <strong>de</strong>senvolver hábitos que o direcionem para o<br />

aprendizado via pesquisa, tais como: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar, selecionar, organizar,<br />

sistematizar e usar o senso crítico. Para Gil (1991), uma pesquisa é necessária quando não se<br />

dispõe <strong>de</strong> informação suficiente para respon<strong>de</strong>r ao problema, ou então quando a informação<br />

disponível se encontra em tal situação que não possa se explicar o problema em questão.<br />

Assim, para que um trabalho seja consi<strong>de</strong>rado científico, faz-se necessário a utilização <strong>de</strong><br />

métodos e procedimentos científicos. De acordo com Ponte, Oliveira et al(2007), a<br />

Metodologia Científica trata do método e da ciência, tendo como ativida<strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rante a<br />

pesquisa. A metodologia resulta <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> procedimentos a serem utilizados pelo<br />

indivíduo na obtenção do conhecimento. É a aplicação do método, por meio <strong>de</strong> processos e<br />

técnicas, que garante a legitimida<strong>de</strong> do saber obtido. Todos os trabalhos científicos po<strong>de</strong>m<br />

adotar uma estrutura comum, apesar <strong>de</strong> tratarem temas e propósitos diferentes, mas seguindo<br />

uma or<strong>de</strong>nação lógica. Para Salvador (1982):<br />

(...) a composição <strong>de</strong> um trabalho científico po<strong>de</strong> ser expressa da seguinte forma: antecipar o<br />

que se vai transmitir, transmitir o que se havia proposto e <strong>de</strong>clarar o que se transmitiu. Essa<br />

seqüência compreen<strong>de</strong> a introdução, o <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho e a conclusão.<br />

Para Ponte, Oliveira et al(2007), a pesquisa científica <strong>de</strong>senvolve-se mediante<br />

utilização dos conhecimentos disponíveis, métodos, técnicas e outros procedimentos<br />

científicos, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a introdução, com uma a<strong>de</strong>quada formulação do problema até a<br />

satisfatória apresentação dos resultados, passando pelo <strong>de</strong>senvolvimento da metodologia<br />

científica e a revisão sistemática da literatura do assunto da pesquisa.<br />

Para consecução dos objetivos da pesquisa proposta, por mera liberalida<strong>de</strong> dos autores<br />

e, sem intenção <strong>de</strong> julgar, questionar ou mesmo <strong>de</strong> esgotar um assunto tão complexo e<br />

diversificado, optou-se por utilizar uma metodologia científica <strong>de</strong> classificação única e<br />

simples, <strong>de</strong> acordo com o Quadro 1, que procura agrupar, em forma <strong>de</strong> síntese e com algumas<br />

adaptações, o pensamento dos autores Gil (1991), Cervo e Bervian (1996), Bardin (1997),<br />

Araújo e Oliveira (1997), Malhotra (2001), Yin (2001), Vergara (2005) e Ponte, Oliveira et<br />

al(2007) nos aspectos natureza, objetivos e <strong>de</strong>lineamento da pesquisa:<br />

Quadro 1 – Classificação simplificada da metodologia científica<br />

NATUREZA OBJETIVOS DELINEAMENTO<br />

Qualitativa Exploratória Documental<br />

Quantitativa Descritiva Bibliográfica<br />

Quali-quanti Explicativa Levantamento/Survey<br />

Experimental<br />

Ex-post facto<br />

Pesquisa-ação<br />

Estudo <strong>de</strong> caso<br />

Fonte: elaborado pelos pesquisadores a partir dos autores acima<br />

Assim, <strong>de</strong> acordo com o Quadro 1, esta pesquisa está classificada da seguinte forma:<br />

• quanto à natureza: é qualitativa, pois adota a fenomenologia como base<br />

científica para moldar a compreensão da pesquisa, respon<strong>de</strong>ndo a questões dos


tipos “o quê?”, “por quê?” e “como?”, além <strong>de</strong> analisar pequenas amostras para<br />

enten<strong>de</strong>r as coisas, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoiar-se em estatísticas;<br />

• quanto aos objetivos específicos: é exploratório-explicativa, pois preten<strong>de</strong>-se<br />

buscar maior familiarida<strong>de</strong> com o problema, além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os motivos que<br />

<strong>de</strong>terminaram a ocorrência <strong>de</strong> um fenômeno ou contribuíram para tanto;<br />

• quanto ao <strong>de</strong>lineamento: documental, bibliográfica e estudo <strong>de</strong> caso. É<br />

documental pois utiliza como fonte primária os documentos disponíveis nos<br />

sites das organizações. É bibliográfica, porque se baseia na revisão sistemática<br />

da literatura para fundamentar a pesquisa e justificar seus resultados. É estudo<br />

<strong>de</strong> caso porque é um modo <strong>de</strong> pesquisa empírica que investiga em uma<br />

organização específica os fenômenos contemporâneos em seu ambiente real.<br />

2.2. <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong><br />

2.2.1. Origem e Conceito<br />

O conceito <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> foi <strong>de</strong>senvolvida originalmente por Lave<br />

e Wenger (1991) apud (Roberts, 2006; Ribeiro, Kimble e Cairns, 2010) em um estudo <strong>de</strong><br />

aprendizagem situada, com fito na compreensão e estudo <strong>de</strong> como as pessoas naturalmente<br />

trabalham juntas (Wenger, 1998; Brown, 1995) constataram neste primeiros estudos que<br />

aquisição do conhecimento ocorre enquanto um processo social on<strong>de</strong> as pessoas po<strong>de</strong>m<br />

participar do processo <strong>de</strong> aprendizagem comuns a diferentes níveis, quer sejam iniciantes ou<br />

que <strong>de</strong>tenham certa antiguida<strong>de</strong> e autorida<strong>de</strong> no grupo, logo temos que uma das características<br />

centrais das CoP’s é vê-la enquanto meio <strong>de</strong> aquisição do conhecimento ou <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

que ten<strong>de</strong> a aproximar o recém-chegado (participação periférica) a uma plena participação na<br />

comunida<strong>de</strong> em que apren<strong>de</strong>r com os outros é um continuo, a este processo Lave e Wenger<br />

<strong>de</strong>ram o nome <strong>de</strong> participação periférica legítima (LPP) (Roberts, 2006), conceito que foi<br />

abandonado pelos autores em 1998.<br />

Com o <strong>de</strong>correr do tempo a noção <strong>de</strong> CoP’s acabou por ser ampliada vindo a<br />

abranger um leque diversificado <strong>de</strong> grupos, equipes <strong>de</strong> projetos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos funcionais<br />

(Robert, 2006) permeando também, além do meio empresarial o acadêmico (Kulkarni,<br />

Stough, Haynes, 2000), incluindo neste viés empresas públicas e privadas, bem como<br />

organizações não governamentais.<br />

Com o crescente processo <strong>de</strong> globalização, a intensificação da concorrência por<br />

assim dizer impeliram inúmeras organizações a se interessarem pelas CoP’s a partir da<br />

i<strong>de</strong>ntificação e cultivo <strong>de</strong> tais grupos, uma vez que se po<strong>de</strong> vislumbrar nestes uma base <strong>de</strong><br />

conhecimentos para criar novas tecnologias, processos, produtos e serviços (KULKARNI,<br />

STOUGH, HAYNES, 2000).


Há neste viés um esforço no sentido <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r e mesmo re<strong>de</strong>finir as CoP’s <strong>de</strong><br />

"tal forma que eles são relevantes para as necessida<strong>de</strong>s das organizações comerciais e as<br />

tentativas <strong>de</strong> algumas consultorias <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> formalizar os métodos para criá-las"(Robert,<br />

2006).<br />

Convém neste momento buscarmos conceituar o que vem a ser comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>prática</strong>. Segundo Lave and Wenger (1991) apud Robert (2006) po<strong>de</strong>mos conceituar CoP’s<br />

como "[...] um conjunto <strong>de</strong> relações entre pessoas, ativida<strong>de</strong>s e o mundo, que se dá ao longo<br />

do tempo em relação tangencial e sobrepostas com outras CoP’s", também po<strong>de</strong>m ser<br />

concebidas como grupos <strong>de</strong> pessoas vinculadas por relações informais que compartilham<br />

<strong>prática</strong>s comuns (Brown e Duguid, 2001, 1998, 1997 apud Pan e Leidner, 2003).<br />

Plessis (2008) ao versar sobre o tema <strong>de</strong>fine CoP’s como grupos <strong>de</strong> pessoas que<br />

trabalham juntas para atingir objetivos específicos como a criação, compartilhamento, coleta e<br />

aproveitamento do conhecimento, por sua vez Burk (2000) apud Plessis (2008) <strong>de</strong>fine<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> como grupos <strong>de</strong> pessoas que compartilham uma preocupação, um<br />

conjunto <strong>de</strong> problemas, ou uma paixão sobre um tema, e<br />

que aprofundam seu conhecimento e experiência nesta área, interagindo numa base contínua,<br />

assim a partir <strong>de</strong>stes prismas. Ampliando o conceito e entendimento do que vem a ser<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong> alguns estudiosos a consi<strong>de</strong>ram enquanto espécies <strong>de</strong><br />

tecidos <strong>de</strong> saber on<strong>de</strong> os seus membros adquirem em torno <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> comunitária<br />

compartilhada paixão, relacionamentos, papéis e formas <strong>de</strong> mesclar conhecimentos comuns,<br />

<strong>prática</strong>s e abordagens (Scarbrough e Swan, 1999 apud Pan e Leidner, 2003). Logo, po<strong>de</strong>mos<br />

consi<strong>de</strong>rá-la enquanto condição intrínseca da existência e efetivo uso <strong>de</strong> conhecimentos.<br />

Lave e Wenger (1991) apud (Wang, Yang, Chou, 2008), a <strong>de</strong>screvem <strong>de</strong> forma<br />

geral como grupos informais <strong>de</strong> pessoas que criam, compartilham e alavancam seus<br />

conhecimentos e experiências, compondo espécies <strong>de</strong> "estruturas auto-organizadas" com<br />

propósitos coletivos e comuns que são mantidos pelas relações sociais (Agresti, 2003 apud<br />

Wang, Yang, Chou, 2008 ).<br />

2.2.2. Características gerais<br />

As CoP’s possuem certas características próprias que a distinguem <strong>de</strong> organizações<br />

funcionais convencionais, como por exemplo os grupos <strong>de</strong> trabalho, associações profissionais,<br />

etc., (Wang, Yang, Chou, 2008), tais características perpassam não só pela forma como as<br />

CoP’s se originam, ou pela forma como os especialistas se interligam ou pelo período <strong>de</strong> vida


<strong>de</strong>stas entida<strong>de</strong>s sociais, mas essencialmente por basearem-se em grupos <strong>de</strong> indivíduos<br />

frouxamente ligados (KULKARNI, STOUGH, HAYNES, 2000) que:<br />

a) Interagem continuamente;<br />

b) Compartilham as metas e interesses comuns;<br />

c) Enfatizam a troca e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos conhecimentos;<br />

d) Empregam <strong>prática</strong>s comuns para a prossecução <strong>de</strong>stes;<br />

e) Desenvolvem crenças e valores similares. (Mitchell, 2002; Allee, 2000 apud<br />

Wang, Yang, Chou, 2008).<br />

Se as entida<strong>de</strong>s convencionais (por exemplo: grupos <strong>de</strong> trabalho) po<strong>de</strong>m ser criados<br />

formalmente com o intuito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>rem a uma <strong>de</strong>terminada necessida<strong>de</strong> organizacional, com<br />

objetivos bem <strong>de</strong>finidos num dado lapso temporal, congregando normalmente “experts” <strong>de</strong><br />

um mesma área <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> que atuam num mesmo ambiente corporativo, por outro<br />

temos que as CoP’s surgem naturalmente (não é imposto/forçado pela estrutura<br />

organizacional), emergem <strong>de</strong> maneira informal e não estruturada (auto-organização), se<br />

<strong>de</strong>senvolvendo e polarizando vertical e horizontalmente em torno <strong>de</strong> coisas que <strong>de</strong> fato<br />

interessam ás pessoas, não possuindo fronteira <strong>de</strong>finidas e ten<strong>de</strong>ndo a transcen<strong>de</strong>r as linhas<br />

organizacionais e os limites geográficos (Wang, Yang, Chou, 2008), sugerindo uma<br />

propensão nata a multidisciplinarieda<strong>de</strong> com aporte a<strong>de</strong>sões voluntárias e em interações, que<br />

po<strong>de</strong>m ou não serem mediadas por tecnologias ou ambientes virtuais (Wesley, 2001; Wenger,<br />

1998, Mitchell, 2002 apud Wang, Yang, Chou, 2008).<br />

Coadunando com algumas características peculiares das CoP’s, Plessis (2008) nos<br />

traz a luz alguns aspectos complementares, quais sejam:<br />

a) CoP’s não são ou não possuem natureza estática, mas evoluem ao longo do<br />

tempo a partir do: contexto sócio-econômico, politico e cultural, também quando se alternam<br />

objetivos, estratégias <strong>de</strong> negócios e membros;<br />

b) CoP’s são entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> auto-normalização social, contam com lí<strong>de</strong>res auto-<br />

selecionados e normas auto-<strong>de</strong>finidos através das quais eles operam;<br />

c) CoP’s não po<strong>de</strong>m ser forçadas em uma estrutura organizacional;<br />

d) Os membros <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong> não precisam necessariamente<br />

trabalharem juntos diariamente, mas eles reconhecem o valor <strong>de</strong> suas reuniões e interações;<br />

e) Há o compartilhamento <strong>de</strong> informações, visão e exploração <strong>de</strong> idéias que em<br />

última análise, se acumula em conhecimento.


f) O conhecimento leva ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um corpo comum vislumbrado a<br />

partir <strong>de</strong> técnicas, mo<strong>de</strong>los, ferramentas e metodologias e abordagens (Hinton, 2003; Wenger<br />

et al, 2002 apud Plessis, 2008);<br />

g) CoP’s têm sido consi<strong>de</strong>radas veículos para a transferência <strong>de</strong> conhecimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências, servindo como ponte entre as teorias <strong>de</strong> aprendizagem<br />

organizacional e <strong>de</strong>sempenho organizacional (Bond, 2006 apud Plessis, 2008);<br />

h) CoP’s po<strong>de</strong>m ser tecnologicamente muito avançadas (utilizando por exemplo,<br />

sistemas <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> conteúdos corporativos), ou po<strong>de</strong>m ser extremamente simples<br />

(ex. um grupo <strong>de</strong> pessoas que pensam como discutir um problema relacionado ao trabalho,<br />

encontrar uma solução, utilizando para tal qualquer tecnologia).<br />

Temos ainda que as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> são, via <strong>de</strong> regra, baseadas nos<br />

seguintes pressupostos:<br />

a) A aprendizagem é essencialmente um fenômeno social, as pessoas organizam a<br />

aprendizagem ao redor das comunida<strong>de</strong>s sociais on<strong>de</strong> estão inseridas.<br />

b) As escolas são apenas po<strong>de</strong>rosos ambientes <strong>de</strong> aprendizagem para os estudantes,<br />

cujo papel social das comunida<strong>de</strong>s coinci<strong>de</strong>m com a escola.<br />

c) O conhecimento é integrado na vida das comunida<strong>de</strong>s que partilham valores,<br />

crenças, linguagens e formas <strong>de</strong> fazer as coisas.<br />

Por sua vez Stewart (1996) apud (Kulkarni, Stough, Haynes, 2000) elenca algumas<br />

proprieda<strong>de</strong>/atributos informativos das CoP’s, <strong>de</strong>ntre eles:<br />

a) A aprendizagem é social e acontece em grupos, no entanto, nem todos os grupos<br />

buscam este tipo <strong>de</strong> aprendizado, o qual ten<strong>de</strong> a emergir voluntariamente;<br />

mutuamente;<br />

b) O tamanho do grupo é geralmente pequeno, mas o limite superior é <strong>de</strong>sconhecido;<br />

c) A ativida<strong>de</strong> profissional e a interação social atraem as pessoas que formam CoP’s;<br />

d) Membros <strong>de</strong> CoP’s interagem diretamente, ensinando, apren<strong>de</strong>ndo e apoiando-se<br />

e) A maioria dos membros pertence a mais <strong>de</strong> um grupo, que não está<br />

necessariamente ou apenas vinculado ao grupo na esfera do trabalho;<br />

f) CoP’s possuem sempre uma história, elas se <strong>de</strong>senvolvem ao longo do tempo;<br />

g) CoP’s <strong>de</strong>tém seus próprios costumes e cultura.<br />

Importante salientar que as CoP’s enquanto estruturas informais são apoiadas por<br />

conhecimento, pessoas, processos organizacionais e infra-estrutura (Ridge Kent, 2000),<br />

também outras re<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m apoiar as CoP’s, mas não são essenciais à sua existência o que


sugere que o surgimento <strong>de</strong> certas CoP’s não são tão óbvias, logo a sua existência po<strong>de</strong> não<br />

ser facilmente reconhecida (Kulkarni, Stough, Haynes, 2000).<br />

As CoP’s po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas a partir dos seguintes termos: a) o que se trata, ou seja<br />

a área <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> ou corpo <strong>de</strong> conhecimento em torno da qual se organizou; b) Como ele<br />

funciona, adstrito as relações e interações sociais (ativida<strong>de</strong>s comunitárias) através das quais<br />

as pessoas compartilham <strong>prática</strong>s e conhecimentos; c) O que ele produz, afeto ao repertório<br />

compartilhado <strong>de</strong> conceitos, teorias, praticas, experiências, etc. (Wenger, 1998 apud Ribeiro,<br />

Chris e Paulo, 2010).<br />

Por fim, no que tange as características únicas/específicas necessária a existência e<br />

diferenciação das CoP’s, temos que tais <strong>de</strong>vem possuir três elementos indispensáveis, quais<br />

sejam; a) uma comunida<strong>de</strong>; b) um domínio e c) um <strong>prática</strong>, sem tais não há que asseverarmos<br />

existirem CoP’s, mas tão somente algum outro tipo <strong>de</strong> organização tais como: associação,<br />

re<strong>de</strong>s sociais e “work group”.<br />

ELEMENTOS ESSENCIAS CONSTITUTIVOS DAS CoP’s<br />

Comunida<strong>de</strong> Domínio Prática<br />

Reunião informal <strong>de</strong><br />

indivíduos com interesses,<br />

visão <strong>de</strong> mundo e<br />

significados comuns (auto-<br />

gestão, auto-seleção, auto-<br />

normatização).<br />

Área específica do<br />

conhecimento (domínio)<br />

afeto ao estudo e<br />

investigação por seus<br />

membros.<br />

Quadro 1 – Elaborado pelos autores adaptado <strong>de</strong> Wenger (1998).<br />

2.2.3. Importância das CoP’s<br />

Constitui o “corpo <strong>de</strong><br />

conhecimentos”, métodos,<br />

histórias, casos,<br />

ferramentas, abordagens,<br />

conceitos, <strong>prática</strong>s e<br />

experiências<br />

compartilhadas.<br />

Prosseguindo em nosso estudo, convém analisarmos qual(is) o(s) papel(is),<br />

importância ou contribuições das CoP’s para as organizações em nossos dias.<br />

As CoP’s são especialmente importantes, uma vez que inúmeros estudos e autores<br />

ten<strong>de</strong>m a asseverar que não po<strong>de</strong>mos separar o conhecimento da <strong>prática</strong> (Brown & Duguid,<br />

1991; Blackler, 1995; Lave & Wenger, 1991) apud Hayes, Walsham (2001), em mesmo<br />

sentido é o entendimento <strong>de</strong> Brown e Duguid (1991) apud Hayes, Walsham (2001) afirmando<br />

que como tal o conhecimento não é mera condição abstrata fruto <strong>de</strong> processos cognitivos, mas<br />

que essencialmente está situado nas <strong>prática</strong>s e comunida<strong>de</strong>s, assumindo assim significância<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do contexto em que a aprendizagem ocorre, em especial, nas <strong>prática</strong>s <strong>de</strong> trabalho


que, via <strong>de</strong> regra, são constitutivas <strong>de</strong> "imperceptíveis", variadas e finas granulações <strong>de</strong> difícil<br />

apreensão ou mapeamento através <strong>de</strong> processos formais ou convencionais.<br />

O que temos a partir <strong>de</strong>sta condição, como bem salienta a literatura, é que o<br />

conhecimento compõe uma "entida<strong>de</strong> mutável e complexa", porém que po<strong>de</strong> ser possuído e<br />

negociados (Bell 1973, 1978; Nonaka & Takeuchi, 1994 apud Hayes, Walsham, 2001), neste<br />

mote as CoP’s acabam por angariar notável <strong>de</strong>staque posto que as pessoas assumem, nos dias<br />

atuais, um rol crescente <strong>de</strong> tarefas e ativida<strong>de</strong>s complexas, as quais exigem o diálogo, a<br />

experimentação e a troca continua <strong>de</strong> experiências com outras pessoas (Brown, 1995; Allee,<br />

2000), o ten<strong>de</strong> também a propiciar paralelamente e <strong>de</strong> forma inconteste o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

conjunto <strong>de</strong> novas e melhores <strong>prática</strong>s (Brown, 1995), possibilitando ver e perceber o<br />

conhecimento coletivo como um série <strong>de</strong> <strong>prática</strong>s interligadas (Wenger, 1996) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado contexto sócio-econômico, político e cultural, uma vez que trabalhar o<br />

conhecimento é um processo ativo assim somos forçosamente compelidos a acolher a<br />

premissa <strong>de</strong> que não é possível saber sem fazer e ao fazer, necessariamente apren<strong>de</strong>mos neste<br />

ínterim as CoP’s comportam um diferencial por porque tecem a organização em torno <strong>de</strong><br />

competências sem prejuízo das estruturas funcionais (Ridge Kent, 2004).<br />

As CoP’s são particularmente relevantes para a Gestão do Conhecimento, numa<br />

premissa elementar por gerar uma interface extremamente interessante entre a própria Gestão<br />

do Conhecimento e o trabalho colaborativo distribuído, e por apresentar as organizações uma<br />

oportunida<strong>de</strong> ímpar no que tange a captação do fluxo, não só <strong>de</strong> soluções criativas, mas<br />

também <strong>de</strong> inovações radicais através <strong>de</strong> sua existência (Bond, 2006 apud Plessis, 2008).<br />

As tentativas <strong>de</strong> gerir o conhecimento humano e organizacional, têm gradativamente<br />

reconhecido que tanto um quanto outro permanecem firmemente enraizado em indivíduos e<br />

grupos e, consequentemente, para serem bem sucedidas tais iniciativas <strong>de</strong> gestão são<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes tanto do Sistema <strong>de</strong> Informação quanto do comportamento das pessoas que<br />

trabalham <strong>de</strong>ntro da organização (Hildreth e Kimble, 2002; Bourdon & Kimble, 2008 apud<br />

Ribeiro, Chris e Paulo, 2010). Em mesmo sentido alguns estudiosos ten<strong>de</strong>m a ratificar a<br />

premissa <strong>de</strong> que CoP’s compõem mecanismos através dos quais o conhecimento é mantido,<br />

transferido e criado (Brown e Duguid, 1991; Lave e Wenger, 1991; Wenger, 1998 apud<br />

Robert, 1996), tornando-se cada vez mais necessário e influente <strong>de</strong>ntro da literatura e <strong>prática</strong>s<br />

<strong>de</strong> gestão (Robert, 1996).<br />

O que temos a partir <strong>de</strong>ste contexto é o reconhecimento e crescente estudo com vista<br />

a compreen<strong>de</strong>r como as relações e interações sociais alavancam a criação e incorporação <strong>de</strong><br />

conhecimentos relevantes para as organizações através da CoP’s, uma vez que recentes


estudos sugerem que as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> po<strong>de</strong>m ser cultivadas e aproveitadas como<br />

elemento <strong>de</strong> vantagem estratégica (Saint-Onge e Wallace, 2003; Wenger et al, 2002 apud<br />

Robert, 0000).<br />

No ciclo afeto a Gestão do Conhecimento, criação, compartilhamento, disseminação<br />

e armazenamento, temos que os trabalhadores do conhecimento estão, via <strong>de</strong> regra,<br />

informalmente e contextualmente ligados por um mesmo interesse no compartilhamento <strong>de</strong><br />

conhecimentos e aplicação <strong>de</strong> <strong>prática</strong>s comuns (Ridge Kent, 0000), assim as CoP’s<br />

congregam uma vasta base <strong>de</strong> conhecimentos, que vão dos conceitos teóricos as experiências<br />

<strong>prática</strong>s, ambos imprescindíveis na condução e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> qualquer organização<br />

(Ridge Kent, 0000), (Ridge Kent, 0000).<br />

Em linhas gerais ((Plessis, 2008) estabelece alguns papéis estratégicos que as CoP’s<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sempenhar nas organizações <strong>de</strong>ixando entrever a sua relevância no processo <strong>de</strong><br />

gestão do conhecimento, quais sejam:<br />

a) Atuarem como ferramenta <strong>de</strong> comunicação, facilitando o seu fluxo em todos os níveis<br />

organizacionais;<br />

b) Propiciar condições a<strong>de</strong>quadas para se alcançar, <strong>de</strong> forma compartilhada, metas e<br />

objetivos organizacionais num único <strong>de</strong>partamento ou entre <strong>de</strong>partamentos,<br />

cooperando no sentido <strong>de</strong> atingir os objetivos organizacionais;<br />

c) Auxiliar na condução do ciclo <strong>de</strong> gestão do conhecimento, assegurando que o<br />

conhecimento criado, compartilhado e utilizado o é em proveito e benefício da<br />

organização, gerando um valor diferencial, enquanto corrente <strong>de</strong> informações, através<br />

do qual a inovação po<strong>de</strong> ocorrer, catalizando assim o ciclo <strong>de</strong> vida da gestão do<br />

conhecimento organizacional com vista ao aumento da vantagem competitiva;<br />

d) Fomentar a mudança organizacional, especialmente por trazer em seu bojo o conceito<br />

<strong>de</strong> interdisciplinarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong> rompendo assim a tendência ao comportamento<br />

adstrito ao trabalho isolado, promovendo a construção coletiva do saber e o fluxo <strong>de</strong><br />

conhecimento entre pessoas <strong>de</strong> diferentes áreas da organização, as quais po<strong>de</strong>m tomar<br />

ciência do que está acontecendo em outras áreas on<strong>de</strong> não estão envolvidos nas<br />

rotinas diárias.<br />

e) Possibilitar a criação <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong> conhecimento para a organização, quer<br />

apoiando as tentativas <strong>de</strong> gestão do conhecimento ou proporcionando uma plataforma<br />

mais estruturada para as organizações on<strong>de</strong> o ciclo <strong>de</strong> gestão do conhecimento<br />

(criação, compartilhamento, aquisição e aproveitamento) po<strong>de</strong> ser praticada,<br />

assegurando uma colaboração além das fronteiras geográficas.<br />

f) Assegurar a colaboração além das fronteiras geográficas, permitindo que pessoas<br />

geograficamente dispersa possam colaborar em uma parte específica <strong>de</strong> um trabalho


com relativa facilida<strong>de</strong> a partir do uso <strong>de</strong> tecnologias tais como: gerenciamento <strong>de</strong><br />

conteúdo corporativo, vi<strong>de</strong>oconferência, etc;<br />

g) Atuar como meio capaz <strong>de</strong> evitar o atrito ou a ausência <strong>de</strong> alinhamento entre os<br />

conhecimentos existentes, ou seja, os conhecimentos críticos das organizações<br />

normalmente são armazenados nas mentes das pessoas, sendo tácito por natureza,<br />

compondo este um gran<strong>de</strong> obstáculo para as organizações no que tange a associação<br />

<strong>de</strong>stes conhecimentos (individuais – tácitos) aos conhecimentos existentes nos<br />

processos organizacionais – explícitos (Stephenson, 2006 apud Plessis, 2008), sendo<br />

tal um fase necessária para permitir que a organização possa operar e ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

dos indivíduos, traduzindo seus conhecimentos para o próprio negócio da organização<br />

(ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor).<br />

h) Criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais, o potencial operacional <strong>de</strong> uma organização passa pelas<br />

relações entre seus membros (Anklam, 2006), logo a eficácia, a produtivida<strong>de</strong>, a<br />

inovação, a satisfação pessoal, etc, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da força dos relacionamentos das pessoas.<br />

Neste aspecto as CoP’s, possuem singular papel, em especial no que tange ao<br />

compartilhamento <strong>de</strong> significados, normas e valores nas organizações, ou seja na<br />

construção do chamado capital social, o qual é imprescindível no processo <strong>de</strong> gestão<br />

do conhecimento.<br />

i) Servir como entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem, fomentando uma cultura <strong>de</strong> aprendizagem<br />

(intra e inter-organizacional) balizada pela criação, compartilhamento, coleta e<br />

aproveitamento do conhecimento, auferindo condições neste novos espaços para o<br />

aprendizado para além dos limites <strong>de</strong> suas rotinas normais <strong>de</strong> trabalho ampliando<br />

assim seus próprios limites em seu ambiente trabalho.<br />

j) Agir como incubadoras para o estímulo da inovação , a gestão do conhecimento é o<br />

insumo mais importante para inovação e, está por sua vez <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ciclo <strong>de</strong> vida da<br />

gestão do conhecimento (criação, compartilhamento, coleta, e mobilização/uso). As<br />

macro-transformações exigem mais conectivida<strong>de</strong> das organizações diante <strong>de</strong><br />

mercados complexos e instáveis, assim há uma necessida<strong>de</strong> fremente por obtenção <strong>de</strong><br />

conhecimentos e informações para enten<strong>de</strong>r essa complexida<strong>de</strong> e tomar <strong>de</strong>cisões<br />

eficazes. Com fito neste aspecto as certas organizações optam por CoP’s interorganizacionais,<br />

tais como: re<strong>de</strong>s, alianças oportunistas, intercâmbio técnico,<br />

subcontratação, os contratos <strong>de</strong> fornecimento, joint ventures, e parcerias <strong>de</strong><br />

investigação e <strong>de</strong>senvolvimento, com vista a atingir uma massa crítica marcada pela<br />

co-especialização, apren<strong>de</strong>ndo com parceiros para <strong>de</strong>senvolver especialistas e<br />

<strong>de</strong>senvolver conhecimentos que possam ser mais amplamente explorada no âmbito das<br />

organizações individuais (Kimble, Li & Barlow, 2000 apud Plessis, 2008).


3. A pesquisa<br />

A pesquisa está sendo <strong>de</strong>senvolvida nas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> da ACATE, com<br />

prazo previsto para <strong>de</strong>volução dos questionários e entrevistas em 21/02/2011. Foram<br />

utilizadas as cinco etapas <strong>de</strong>finidas pela APO(2010) para que se tenha uma iniciativa <strong>de</strong><br />

sucesso na implementação da GC nas organização: (1) i<strong>de</strong>ntificar o conhecimento; (2) criar o<br />

conhecimento; (3) armazenar o conhecimento; (4) compartilhar o conhecimento; e (5) aplicar<br />

o conhecimento,visando tentar i<strong>de</strong>ntificar em que momento e situação se encontram as<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> da ACATE.<br />

A idéia é i<strong>de</strong>ntificar como as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong>s estão estruturadas e/ou se<br />

comportam na ACATE em relação à gestão do conhecimento e as cinco etapas <strong>de</strong>finidas pela<br />

APO (2010), para que se possa verificar o seu grau <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> e se elas realmente estão<br />

contribuindo (ou não) para o <strong>de</strong>senvolvimento da gestão do conhecimento nessa organização.<br />

Assim que os questionários forem <strong>de</strong>volvidos e as entrevistas finalizadas, serão<br />

anexados nessa pesquisa. A previsão <strong>de</strong> término <strong>de</strong>ssa pesquisa é em 28/02/2011.<br />

4. Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

A importância <strong>de</strong>ste trabalho está na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fomentar uma reflexão crítica<br />

sobre a temática comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>prática</strong>, apresentando e discutindo alguns conceitos,<br />

vantagens e <strong>de</strong>svantagens, suscitando questões que contribuirão para o fortalecimento da<br />

literatura sobre o tema.<br />

Diante <strong>de</strong>sse contexto e, como forma <strong>de</strong> contribuir para as discussões visando à melhoria e o<br />

fortalecimento <strong>de</strong>ssa temática, os principais resultados da pesquisa serão apresentados no<br />

<strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste trabalho assim que a mesma tiver sido finalizada.<br />

Acredita-se que os objetivos iniciais propostos tenham sido atingidos, à medida que<br />

foram i<strong>de</strong>ntificadas qualitativamente as principais questões que nortearam a pesquisa:<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>prática</strong> (origem, conceitos, <strong>de</strong>finições, tipos) e relacionamento com a gestão<br />

do conhecimento.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ARAÚJO, Anei<strong>de</strong> Oliveira; OLIVEIRA, Marcelle Colares. Tipos <strong>de</strong> pesquisa. Trabalho <strong>de</strong><br />

conclusão da disciplina Metodologia <strong>de</strong> Pesquisa Aplicada a Contabilida<strong>de</strong> - Departamento <strong>de</strong><br />

Controladoria e Contabilida<strong>de</strong> da USP. São Paulo, 1997.<br />

BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística aplicada às Ciências Sociais. 7. Ed. Editora da<br />

UFSC, 2008.<br />

BIAGIO, Luiz Arnaldo. A importância do capital intelectual nas instituições <strong>de</strong> ensino.<br />

Disponível em: .<br />

CHARLE, Christophe; VERGER, Jacques. História das universida<strong>de</strong>s. São Paulo: UNESP,<br />

1996.<br />

CERVO, Amando Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. São<br />

Paulo:Makron Books, 1996.<br />

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos <strong>de</strong> pesquisa. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002.<br />

GRILLO, Antônio N. Gestão <strong>de</strong> Pessoas: princípios que mudam a Administração<br />

Universitária. Florianópolis: [s.n], 2001.<br />

GUEDES, V. L. S.; BORSCHIVER, S. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a<br />

gestão da informação e do conhecimento, em sistemas <strong>de</strong> informação, <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong><br />

avaliação científica e tecnológica. In: CINFORM, VI. UFBA, Salvador – 2005.<br />

HAYES, N; WALSHAM, G. Participation in groupware-mediated communities of<br />

practice: a socio-political analysis of knowledge working. Information and Organization 11<br />

(2001) 263–288.<br />

KULKARNI, Rajendra G; STOUGH, Roger R; HAYNES, Kingsley E. Towards Mo<strong>de</strong>ling<br />

of Communities of Practice (CoP’s): A Hebbian Learning Approach to Organizational<br />

Learning. Technological Forecasting and Social Change 64, 71–83 (2000).<br />

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Fundamentos <strong>de</strong> metodologia<br />

científica. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 1991.<br />

LIN, Fu-ren; HSUEH, Chih-ming. Knowledge map creation and maintenance for virtual<br />

communities of practice. Institute of Technology Management, National Tsing-hua<br />

University, Hsinchu 300, Taiwan, ROC, Information Processing and Management 42 (2006)<br />

551–568.<br />

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa <strong>de</strong> marketing: uma orientação aplicada. 3a. ed. Porto<br />

Alegre: Bookman, 2001.<br />

OLIVEIRA, Marcelle Colares. Análise do conteúdo e da forma dos periódicos nacionais<br />

<strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>. 2001. 157 p. Tese (Doutorado em Administração). USP: São Paulo, 2001.<br />

PANA, Shan L; LEIDNER, Dorothy E. Bridging communities of practice with<br />

information technology in pursuit of global knowledge sharing. Journal of Strategic<br />

Information Systems 12 (2003) 71–88.<br />

PLESSIS, M. du. The strategic drivers and objectives of communities of practice as<br />

vehicles for knowledge management in small and medium enterprises. International<br />

Journal of Information Management 28 (2008) 61–67.<br />

PONTE, Vera Maria Rodrigues, OLIVEIRA, Marcelle Colares et al. Análise das<br />

metodologias e técnicas <strong>de</strong> pesquisas adotadas nos estudos brasileiros sobre BSC: um<br />

estudo nos artigos publicados no período <strong>de</strong> 1996 a 2006. I Congresso ANPCONT, 2007.<br />

http://www.anpcont.com.br/site/docs/congressoI/03/EPC079.pdf<br />

RIBEIRO, Richard; KIMBLEB, Chris; CAIRNS, Paul. Quantum phenomena in<br />

Communities of Practice. International Journal of Information Management 30 (2010) 21–<br />

27.


RICHARDSON, et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo:Atlas, 1989.<br />

ROBERTS, Joanne. Limits to Communities of Practice. Journal of Management Studies,<br />

May 2006, 0022-2380.<br />

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa<br />

qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 2006.<br />

SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica. Porto<br />

Alegre: Sulina, 1982.<br />

WANG, Chen-Ya; YANG, Hsin-Yi; CHOU, Seng-cho T. Using peer-to-peer technology for<br />

knowledge sharing in communities of practices. Decision Support Systems 45 (2008) 528–<br />

540.<br />

WASKO, M. Mclure. FARAJ, S. It is what one does: why people participate and help<br />

others in electronic communities of practice. Journal of Strategic Information Systems 9<br />

(2000) 155 – 173.<br />

VENTERS, Will; WOOD, Bob. Degenerative structures that inhibit the emergence of<br />

communities of practice: a case study of knowledge management in the British Council.<br />

Info Systems J (2007) 17, 349–368 349.<br />

VERGARA, Sylvia Constant. Métodos <strong>de</strong> pesquisa em administração. São Paulo: Atlas,<br />

2005.<br />

YIN, R. K. Estudo <strong>de</strong> caso: planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi. 3.ª Ed. Porto<br />

Alegre: Bookman,. 2003.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!