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2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

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Práticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong>, Gênero e Exclusão<br />

Pelotas, alguns com vida efêmera, outros apenas com edição especial, e vários com circulação regular quinzenal, semanal<br />

ou diária por muitos anos. De acor<strong>do</strong> com Loner (1998), os jornais <strong>do</strong> século XIX existiam em quantida<strong>de</strong> extremamente<br />

significativa para “uma cida<strong>de</strong> que, no início da República, possuía cerca <strong>de</strong> 25.000 habitantes apenas em sua zona urbana,<br />

sen<strong>do</strong> que 34% <strong>de</strong>sses eram analfabetos, <strong>de</strong>sconta<strong>do</strong>s os menores <strong>de</strong> oito anos”. A partir <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> representação <strong>de</strong><br />

Roger Chartier (1990) e buscan<strong>do</strong> abordar a materialida<strong>de</strong> <strong>do</strong> suporte, <strong>do</strong> texto e alguns aspectos da apropriação <strong>de</strong> leitura<br />

foram analisa<strong>do</strong>s exemplares <strong>de</strong> 28 títulos <strong>de</strong> jornais (noticiosos, comerciais, literários, humorísticos etc.) publica<strong>do</strong>s entre<br />

1875 e 1900, que estão disponíveis no acervo <strong>do</strong> Museu da Bibliotheca Pública Pelotense. A partir da Análise <strong>do</strong>s jornais<br />

verificou-se a existência <strong>de</strong> textos literários direciona<strong>do</strong>s às mulheres, como é o caso da seção “Folhetim”, e <strong>de</strong> notícias,<br />

anúncios e editoriais que tratavam <strong>de</strong> questões relacionadas à educação feminina, sobre o papel da mulher na socieda<strong>de</strong> e<br />

críticas literárias que direcionavam as obras ora para homens, ora para mulheres. Foi i<strong>de</strong>ntificada a publicação <strong>de</strong> textos <strong>de</strong><br />

escritoras famosas na Europa e também <strong>de</strong> escritoras locais menos conhecidas. Constatou-se ainda, a publicação <strong>de</strong> cartas<br />

<strong>de</strong> leitoras ao jornal constituin<strong>do</strong> indícios <strong>de</strong> como po<strong>de</strong>ria ser a apropriação da leitura <strong>do</strong>s periódicos. Os acha<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssa<br />

pesquisa nos ajudam a conhecer as diferenças entre ser leitor e leitora no século <strong>de</strong>zenove e nos fazem refletir sobre essa<br />

condição na atualida<strong>de</strong>.<br />

PALAVRAS-CHAVE: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO; , HISTÓRIA DA LEITURA; , GÊNERO.<br />

TÍTULO: “A POÉTICA DO JONGO: RESISTÊNCIA NEGRA E CELEBRAÇÃO DA VIDA.<br />

AUTOR(ES): RENATO DE ALCANTARA<br />

RESUMO: Nessa pesquisa, preten<strong>de</strong>mos apresentar a permanência e atualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma manifestação cultural tão antiga,<br />

baseada na simples e arguta leitura <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> aquilo está disposto no mun<strong>do</strong>: o Jongo. Originário <strong>do</strong>s batuques e danças <strong>de</strong><br />

rodas da tradição Bantu, apresenta-se como dança comunitária <strong>de</strong> origem rural que remonta à época da escravidão. Pesquisa<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, registram, em 2004, cerca <strong>de</strong> 15 comunida<strong>de</strong>s jongueiras<br />

nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo, Espírito Santo e Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Sabemos, através <strong>de</strong> suas frases poéticas, chamadas <strong>de</strong> pontos ou jongos, que os negros tiveram que pôr em prática suas habilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> dizer <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> indireto e cifra<strong>do</strong>. Através <strong>de</strong> metáforas percebidas por seus iguais, os antepassa<strong>do</strong>s e as forças<br />

metafísicas eram reverencia<strong>do</strong>s; a dura vida no eito era rememorada; fugas ou encontros combina<strong>do</strong>s. As múltiplas e movediças<br />

posições sociais eram percebidas e cantadas, geralmente <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> irônico. Dessa forma, o Jongo é expressão cultural<br />

complexa, que transita no campo <strong>do</strong> sagra<strong>do</strong> e <strong>do</strong> profano. É uma instituição social na medida em que o conceito abrange,<br />

simultaneamente, a prática divinatória, dança, canto, canções, melodia, instrumentos, o momento da confraternização e o<br />

grupo social <strong>do</strong>s jongueiros. Se na diáspora a posse da terra é vedada, os cativos constroem, tomam posse e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o<br />

terreiro, espaço <strong>de</strong> chão bati<strong>do</strong> enfrente às senzalas, on<strong>de</strong> se canta e dança. Nele se difun<strong>de</strong> e são recria<strong>do</strong>s conhecimentos,<br />

concepções filosóficas e estéticas, formas alimentares, música, dança: um patrimônio <strong>de</strong> mitos, lendas, refrões, em constante<br />

recriação, pois são respostas às <strong>de</strong>mandas da realida<strong>de</strong> vivenciada por negros reuni<strong>do</strong>s no cativeiro. É pólo irradia<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

complexo sistema cultural no qual as manifestações orais, histórias sagradas, contos, adivinhas, lendas, expressões <strong>do</strong> canto,<br />

to<strong>do</strong>s em constante recriação. Sua permanência mostra a teimosia <strong>de</strong> pessoas que lutam pela sobrevivência, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

sorrir ou celebrar a dádiva da existência.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA E LITERATURA, JONGO, COLTURA NEGRA<br />

TÍTULO: A DIVERSIDADE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ENSINO DA LEITURA NO ÂMBITO<br />

JUVENIL.<br />

AUTOR(ES): RILMARA ROSY LIMA<br />

RESUMO: Esta comunicação tem por objetivo uma proposta pedagógica visan<strong>do</strong> a auxiliar o professor no trabalho com<br />

produção <strong>de</strong> textos junto a alunos <strong>do</strong> ensino fundamental <strong>do</strong>s ciclos III e IV, a partir <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da teoria <strong>do</strong> sujeito<br />

e linguagens apoia<strong>do</strong>s na teoria sócio-histórica <strong>de</strong> Vygotsky, nas noções <strong>de</strong> dialogia e polifonia <strong>de</strong> Bakhtin e autores a eles<br />

relaciona<strong>do</strong>s e da didática. O interesse pelo tema se pren<strong>de</strong>, por um la<strong>do</strong>, à oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fornecerem ao professor secundário<br />

subsídio para sua prática didática e, por outro la<strong>do</strong>, à <strong>de</strong> se analisarem as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aplicação da teoria. Para<br />

verificar a a<strong>de</strong>quação, ou não, <strong>do</strong> instrumental teórico à prática pretendida, <strong>de</strong>senvolvemos preliminarmente um trabalho<br />

com produção escrita junto a alunos <strong>do</strong> III e IV ciclos <strong>do</strong> ensino fundamental. A escolha <strong>do</strong> sujeito foi intencional, pois era<br />

nosso objetivo verificar se a nossa proposta po<strong>de</strong>ria a<strong>de</strong>quar-se a alunos <strong>de</strong> pouca escolarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> nível sócio-econômico<br />

não privilegia<strong>do</strong>.Os da<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> na experiência em sala <strong>de</strong> aula, soma<strong>do</strong>s às reflexões teóricas sobre as variáveis intervenientes<br />

no processo <strong>de</strong> aquisição da modalida<strong>de</strong> escrita, forneceram-nos base para a proposta <strong>de</strong> intervenção pedagógica<br />

que configura o nosso objetivo central. Trata-se <strong>de</strong> oferecer ao professor fundamentação teórica, além <strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />

<strong>de</strong>talhamento prático, que lhe possibilite a compreensão <strong>do</strong> texto como produto <strong>de</strong> várias injunções, em níveis diversos.<br />

Desvendar a construção <strong>do</strong> texto, por meio das estruturas narrativo-discursivas a ele subjacentes, possibilita ao professor<br />

condições <strong>de</strong> auxiliar eficientemente o aluno na sua árdua tarefa <strong>de</strong> se tornar um leitor competente e, num segun<strong>do</strong> momento,<br />

um redator igualmente capaz, para enfrentar os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> exigente e seletiva.<br />

PALAVRAS-CHAVE: GÊNERO, LEITURA, PRÁTICAS PEDAGÓGICAS<br />

TÍTULO: PROFICIÊNCIA EM LEITURA: APRENDE-SE A SER UM LEITOR COMPETENTE?<br />

AUTOR(ES): RITA DE CÁSSIA SANTOS ALMEIDA<br />

RESUMO: Ler para enten<strong>de</strong>r. Ler para apren<strong>de</strong>r. Ler para verificar o que apren<strong>de</strong>u. Ler para se distrair. Enfim, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

que a leitura é uma prática que ocorre a partir da interação entre texto e leitor, que tipo <strong>de</strong> leitura é preciso ensinar,<br />

ou que as crianças <strong>do</strong> Ensino Fundamental I precisam “treinar” para que realmente cheguem à competência leitora? Como<br />

orientá-las? Ensinam-se estratégias? Que práticas <strong>de</strong>vem ser orientadas para que se motivem as crianças para a autonomia<br />

competente em leitura? É em busca <strong>de</strong> caminhos e alternativas para essas questões que esta comunicação visa a conhecer<br />

mais profundamente os níveis <strong>de</strong> leitura a que chegam as crianças leitoras e que estratégias usam quan<strong>do</strong> leem, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

KLEIMAN (1989), NASPOLINI (1996), e JOLIBERT (1998). SOLÉ (1994). A título <strong>de</strong> pesquisa serão empregadas<br />

questões <strong>de</strong> interpretação e compreensão leitora que abordam cinco níveis <strong>de</strong> competência, segun<strong>do</strong> NÓBREGA (2008),<br />

ten<strong>do</strong> como matriz, o projeto Leitores em Re<strong>de</strong> que tem como referência, as seguintes competências <strong>de</strong> leitura <strong>do</strong> PISA: 1.<br />

Compreensão global; 2. Recuperação <strong>de</strong> informações;3. Compreensão (relações e inferências);4. Reflexão sobre o plano <strong>do</strong><br />

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