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2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

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Práticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong>, Gênero e Exclusão<br />

que <strong>do</strong>minou este perío<strong>do</strong>, culminan<strong>do</strong> na mudança da capital <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> para Brasília. Assim, Goiânia, antes <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senho<br />

urbanístico, foi criada por um discurso basea<strong>do</strong> nos paradigmas da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, da cultura urbana e da oci<strong>de</strong>ntalização,<br />

preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apagar, entre outras coisas, diversas formas <strong>de</strong> leituras com seus múltiplos leitores, representa<strong>do</strong>s nesse discurso<br />

como hierarquicamente inferiores e sujeitos a uma tradição consi<strong>de</strong>rada não civilizada. A pesquisa, baseada nos estu<strong>do</strong>s<br />

da história cultural alia<strong>do</strong>s à meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> fontes orais, estuda a leitura numa relação dialética entre memória e exclusão<br />

a partir <strong>de</strong> uma entrevistada negra, mora<strong>do</strong>ra da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia no perío<strong>do</strong> enfoca<strong>do</strong>. A análise da contraposição <strong>do</strong>s<br />

espaços formais <strong>de</strong> leitura com os informais frequenta<strong>do</strong>s por essa leitora negra permite dar visibilida<strong>de</strong> a uma outra cida<strong>de</strong>,<br />

submersa na cida<strong>de</strong> inventada, cujos protagonistas são leitores <strong>de</strong> outras leituras que são excluídas e não reconhecidas como<br />

tais pelos cânones oficiais. Nesse contexto, os leitores produzem práticas e representações <strong>de</strong> leitura não só sobre a exclusão<br />

mas também sobre as várias formas <strong>de</strong> resistência ao discurso oficial.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA, MEMÓRIA, EXCLUSÃO<br />

TÍTULO: LEITURA DE HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS SURDAS: MAIS QUE UMA POSSIBILIDADE<br />

UMA BELÍSSIMA APRENDIZAGEM.<br />

AUTOR(ES): PATRICIA CONSTÂNCIO<br />

RESUMO: Esta comunicação tem sua origem no interesse <strong>de</strong> um Grupo <strong>de</strong> Acadêmicas <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Pedagogia da<br />

Universida<strong>de</strong> Regional <strong>de</strong> Blumenau – FURB em ampliar o potencial <strong>do</strong>cente, agregan<strong>do</strong> à sua formação a prática <strong>de</strong> ler/<br />

ofertar aos alunos com <strong>de</strong>ficiência auditiva a leitura <strong>de</strong> obras literárias infantis disponíveis no merca<strong>do</strong> editorial, interesse<br />

gera<strong>do</strong> e <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong> pela oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma colega acadêmica surda em sala <strong>de</strong> aula e com isso, além <strong>de</strong> estreitar os<br />

processos <strong>de</strong> comunicação com a acadêmica, apropriar-se da língua brasileira <strong>de</strong> sinais – LIBRAS, po<strong>de</strong>r inserir nos estágios<br />

acadêmicos <strong>do</strong> curso uma fração da carga horária com alunos sur<strong>do</strong>s. Este trabalho possibilitou às acadêmicas um estu<strong>do</strong><br />

da literatura, adaptação <strong>de</strong> textos literários para a escrita <strong>de</strong>ntro da cultura <strong>do</strong>s sur<strong>do</strong>s e a transformação <strong>de</strong>stes textos em<br />

sinais para possibilitar a oferta às crianças surdas. Desta maneira, a pesquisa iniciou-se numa consulta <strong>do</strong>s acervos infantis<br />

disponíveis com texto <strong>de</strong> narrativas simples que consi<strong>de</strong>rasse o repertório <strong>de</strong> linguagem das acadêmicas. Foi necessário a<br />

instalação <strong>de</strong> um seminário interno nas aulas <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> ensino com o propósito <strong>de</strong> garantir uma prévia <strong>de</strong> oferta em<br />

que a acadêmica surda pu<strong>de</strong>sse qualificar o processo <strong>de</strong> oferta <strong>do</strong> livro. Por fim, o agendamento <strong>do</strong> acadêmico junto a uma<br />

instituição educacional alternativa que dispõe <strong>de</strong> alunos sur<strong>do</strong>s regularmente matricula<strong>do</strong>s. Sen<strong>do</strong> assim, o que esta comunicação<br />

se propõe é: apresentar processos diferencia<strong>do</strong>s que garantam trabalhos acadêmicos volta<strong>do</strong>s a educação inclusiva,<br />

garantir às crianças o acesso a leitura e recepção <strong>de</strong> textos literários infantis disponíveis no merca<strong>do</strong> editorial e, fundamentalmente,<br />

estudar formas <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> linguagens, neste caso em LIBRAS, <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> textos literários.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA, LITERATURA, INCLUSÃO<br />

TÍTULO: A CONSTITUIÇÃO DE IDENTIDADES FEMININAS POR MEIO DA LITERATURA: O CASO<br />

DA COLEÇÃO CLÁSSICOS HISTÓRICOS<br />

AUTOR(ES): PATRÍCIA APARECIDA DO AMPARO<br />

RESUMO: Esta comunicação é parte <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> “Sonhan<strong>do</strong> acordada: um estu<strong>do</strong> sobre as práticas <strong>de</strong> leitura<br />

da coleção Clássicos Históricos”. A coleção Clássicos Históricos, fonte <strong>de</strong> nossa pesquisa, é composta por romances<br />

sentimentais, comercializa<strong>do</strong>s em bancas <strong>de</strong> jornal. Estes romances são traduções publicadas, originalmente, nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s e têm enre<strong>do</strong>s ambienta<strong>do</strong>s na Europa, durante o século XIX. A principal hipótese <strong>do</strong> projeto se refere à idéia <strong>de</strong><br />

que os romances sentimentais concorrem para a formação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e sensibilida<strong>de</strong>s femininas em suas leitoras, por<br />

meio das representações sociais femininas, masculinas, entre outras, que difun<strong>de</strong>m. Para verificar a hipótese, realizamos<br />

três entrevistas semi-estruturadas com leitoras <strong>de</strong> romances sentimentais; e analisamos os <strong>de</strong>poimentos que elas <strong>de</strong>ixam<br />

em sites <strong>de</strong> relacionamentos e blogs no espaço virtual. Dessa maneira, temos mapea<strong>do</strong> as práticas <strong>de</strong> leitura realizadas<br />

por essas mulheres e entendi<strong>do</strong> como estas dão senti<strong>do</strong>s e significa<strong>do</strong>s para a leitura, constituin<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s femininas<br />

(CHARTIER, 1991; CERTEAU, 1994). As falas das leitoras indicam que estas entram em contato com os livros por meio<br />

<strong>de</strong> mulheres mais velhas já conhecidas, passan<strong>do</strong> a efetuar uma leitura conjunta, trocan<strong>do</strong> impressões entre si. Ao mesmo<br />

tempo, ao levarem a leitura pela vida, criam senti<strong>do</strong>s pessoais para ela. Vê-se, assim, que a leitura <strong>de</strong> romances sentimentais<br />

possibilita a criação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> grupo, na medida em que esta prática é compartilhada, e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s individuais,<br />

pois ela tem imbricações com a vida <strong>de</strong> cada leitora. Outra faceta da construção <strong>de</strong>sta i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> se refere ao fato <strong>de</strong> que o<br />

romance sentimental é uma leitura consi<strong>de</strong>rada inferior, por isso, as leitoras têm que lidar com a tensão <strong>de</strong> criar suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

associadas a uma leitura socialmente <strong>de</strong>svalorizada, que segue uma lógica <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (SODRÉ, 1988).<br />

PALAVRAS-CHAVE: PRÁTICAS DE LEITURA, GÊNERO, IDENTIDADE<br />

TÍTULO: MULHERES, LEITORAS DE ROMANCE<br />

AUTOR(ES): PAULA VIRGÍNIA DE ALMEIDA ROCHETTI<br />

RESUMO: Vários estu<strong>do</strong>s vêm sen<strong>do</strong> feitos a fim <strong>de</strong> investigar a relação que as mulheres têm com o romance. Alguns<br />

buscam as memórias da leitura feminina, outros trazem a imagem da mulher leitora presente no interior <strong>do</strong> próprio romance,<br />

outros ainda, investigam as estratégias <strong>de</strong> promoção da leitura <strong>de</strong> romance voltadas ao público feminino. Porém, poucos<br />

pesquisam como estas leituras se dão, nos dias <strong>de</strong> hoje. Os mo<strong>do</strong>s como se inserem na vida cotidiana das mulheres. Os<br />

senti<strong>do</strong>s que elas lhes dão e às sua histórias. Como tais colocações se cruzam com nosso contexto <strong>de</strong> vida contemporânea.<br />

Esta comunicação apresenta parte <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, que está em andamento na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação da<br />

Unicamp, no grupo <strong>de</strong> Alfabetização, <strong>Leitura</strong> e Escrita (ALLE), e fala da busca por relatos <strong>de</strong> leitoras reais, atuais. Apresenta<br />

um grupo <strong>de</strong> mulheres, leitoras <strong>de</strong> romance, que freqüenta uma Loca<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Livros situada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas,<br />

SP. É a continuação <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> Iniciação Científica, que investigou o espaço da loca<strong>do</strong>ra e seus leitores, chegan<strong>do</strong><br />

a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> que gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s leitores que freqüentavam a loca<strong>do</strong>ra eram mulheres <strong>de</strong> meia ida<strong>de</strong> e que seu gênero<br />

predileto era o romance. Esta nova pesquisa procura então, conhecer e compreen<strong>de</strong>r, pelo ângulo <strong>de</strong>ssas leitoras, as características<br />

<strong>de</strong>ste espaço, em suas especificida<strong>de</strong>s ou não, em sua dinâmica <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> locação <strong>de</strong> livros; das práticas<br />

que ali ocorrem, das formas <strong>de</strong> mediação que ali se configuram, trazen<strong>do</strong> as falas e os gestos <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> mulheres que<br />

freqüenta a loca<strong>do</strong>ra e lê romances.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA, MULHER, ROMANCE<br />

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