28.06.2013 Views

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Práticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong>, Gênero e Exclusão<br />

priação na/da cultura escrita por esta família, referem-se a entrevistas semi-estruturadas, a observações registradas<br />

em “ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> bor<strong>do</strong>”, além <strong>de</strong> 24 diários disponibiliza<strong>do</strong>s pelos agricultores. Entre os autores que oferecem referencial<br />

teórico para investigação, po<strong>de</strong>mos citar Bernard Lahire, quan<strong>do</strong> buscamos compreen<strong>de</strong>r a pluralida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

sujeitos singulares, e ainda, Roger Chartier, Castillo Goméz e Viñao Frago, entre outros. Enten<strong>de</strong>mos que o estu<strong>do</strong><br />

traz contribuições significativas ao campo da cultura escrita, na medida em que apresenta a prática da leitura e da<br />

escrita como práticas individuais que compreen<strong>de</strong>m e correspon<strong>de</strong>m a práticas socioculturais mais amplas.<br />

PALAVRAS-CHAVE: CULTURA ESCRITA, DIÁRIOS, AGRICULTORES<br />

TÍTULO: O LEITOR EXTREMO<br />

AUTOR(ES): LIVIA FERNANDA DE PAULA GROTTO<br />

RESUMO: Preten<strong>de</strong>-se apresentar a concepção <strong>de</strong> leitor que postula o escritor argentino Ricar<strong>do</strong> Piglia em seu<br />

livro <strong>de</strong> ensaios, El último lector (2005), ou seja, a figura <strong>do</strong> leitor i<strong>de</strong>al como único porque anacrônico – está em seu<br />

tempo, mas lê como se estivesse em outro – produzin<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa maneira, distorções: “Estar separa<strong>do</strong> e ao mesmo<br />

tempo ir até os outros. A distância aparece como uma forma <strong>de</strong> relação que permite estar emocionalmente sempre<br />

um pouco fora, para ser eficaz”. Trata-se <strong>do</strong> leitor extremo, que lê como se fosse o último, certo <strong>de</strong> que tu<strong>do</strong> alu<strong>de</strong><br />

secretamente à sua própria vida. Entre eles estão personagens leitoras como Don Quixote, Anna Karenina, Robinson<br />

Crusoé, Auguste Dupin, Juan Dahlmann, Madame Bovary; e escritores leitores como Jorge Luis Borges, Franz Kafka,<br />

Che Guevara e James Joyce. Cada um <strong>de</strong>les “isola<strong>do</strong>”, “corta<strong>do</strong> <strong>do</strong> real” e, portanto, solitário. Por vezes são “o<br />

sujeito [que] se per<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>ciso, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> signos”, um “enfermo”, um “obstina<strong>do</strong> que per<strong>de</strong> a razão porque não quer<br />

capitular na tentativa <strong>de</strong> encontrar o senti<strong>do</strong>”. Os leitores comuns, entretanto, não estariam <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s da reflexão<br />

<strong>de</strong> Piglia, pois, segun<strong>do</strong> o escritor, através <strong>do</strong>s leitores ficcionais, mesmo eles ganhariam através da literatura “um<br />

nome e uma história“, sen<strong>do</strong> subtraí<strong>do</strong>s “da prática múltipla e anônima“ para se tornarem “visíveis num contexto<br />

preciso“. Interessa, portanto, discutir nessa comunicação a concepção <strong>de</strong>sse leitor, ao mesmo tempo isola<strong>do</strong> socialmente,<br />

pois o ato <strong>de</strong> ler é solitário, mas que, ao retornar para o mun<strong>do</strong>, redimensiona a si e aos outros.<br />

PALAVRAS-CHAVE: RICARDO PIGLIA, EXCLUSÃO SOCIAL, DISTÂNCIA HERMENÊUTICA<br />

SESSÃO - PRÁTICAS DE LEITURA, GÊNERO E EXCLUSÃO 14<br />

DIA: 22/07/2009 - Quarta-Feira – das 16:00 as 17:00 horas<br />

LOCAL: Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação - FE - SALA: Salão Nobre<br />

TÍTULO: A CONTRIBUIÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS COMO OBJETO DE ENSINO NA<br />

ALFABETIZAÇÃO DE UM ALUNO COM SÍNDROME DO X-FRÁGIL<br />

AUTOR(ES): LÔYDE DO NASCIMENTO GONÇALVES, ANA SUELLEN MARTINS<br />

RESUMO: A emancipação humana e a inserção no mun<strong>do</strong> letra<strong>do</strong> se concretizam por meio da leitura. Essa prática<br />

possibilita ao leitor o acesso ao conhecimento construí<strong>do</strong> historicamente pela humanida<strong>de</strong>, pois <strong>de</strong>mocratiza esses saberes.<br />

Entretanto, para fazê-la, não basta saber <strong>de</strong>cifrar os signos linguísticos; é essencial transcen<strong>de</strong>r ao que é visível e isso implica<br />

atribuir senti<strong>do</strong> ao que se lê, ten<strong>do</strong> como referência o conhecimento <strong>do</strong> contexto. A leitura promove, então, a emancipação<br />

<strong>do</strong> sujeito, ao possibilitar a sua efetiva e autônoma participação nas relações sociais. A linguagem verbal, construção<br />

essencialmente humana, realiza-se por meio <strong>do</strong>s diferentes gêneros textuais pratica<strong>do</strong>s nas diversas esferas da comunicação<br />

humana. Um ensino que vise à formação <strong>de</strong> cidadãos conscientes da sua condição e usuários competentes da língua só<br />

po<strong>de</strong> pautar-se nesses gêneros, os quais lhes proporcionam o contato com a linguagem em pleno uso social. Este trabalho<br />

tem por objetivo apresentar parte <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso, inicia<strong>do</strong> em 2007, em uma abordagem qualitativa <strong>de</strong> pesquisa-ação,<br />

ten<strong>do</strong> como sujeito um aluno <strong>do</strong> 9º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, com Síndrome <strong>do</strong> X-Frágil, a qual traz limitações ao<br />

aprendiza<strong>do</strong> da leitura. Sen<strong>do</strong> a educação um direito constitucional <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, justifica-se a realização <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> por buscar<br />

aten<strong>de</strong>r a crescente <strong>de</strong>manda social <strong>de</strong> ações que possibilitem o acesso aos diversos saberes. Com base nas intervenções<br />

realizadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007 e no levantamento bibliográfico <strong>do</strong> tema, elaborou-se uma intervenção cujo objetivo é promover a<br />

aquisição da escrita e o letramento <strong>de</strong>sse aluno, ten<strong>do</strong> os gêneros textuais como objeto <strong>de</strong> ensino, os quais proporcionaram<br />

o prazer pelo ato <strong>de</strong> ler já que oportunizaram práticas significativas <strong>de</strong> leitura objetivadas pelo sujeito pesquisa<strong>do</strong>. Constatamos,<br />

que, até o presente momento, por se tratar <strong>de</strong> um objetivo estabeleci<strong>do</strong> também pelo próprio aluno – ler sua história<br />

preferida sozinho -, tem perpassa<strong>do</strong> satisfatoriamente o processo <strong>de</strong> alfabetização.<br />

PALAVRAS-CHAVE: SÍNDROME DO X-FRÁGIL, ALFABETIZAÇÃO, GÊNEROS TEXTUAIS<br />

TÍTULO: PRATICANDO A LEITURA E A ESCRITA POR CONTA DA LUTA PELA TERRA. UM<br />

ANÁLISE A PARTIR DOS ESTUDOS DE LETRAMENTO SOBRE UM CONTEXTO DE TITULAÇÃO<br />

QUILOMBOLA.<br />

AUTOR(ES): LUANDA REJANE SOARES SITO<br />

RESUMO: Este trabalho analisa como li<strong>de</strong>ranças quilombolas lidam com práticas <strong>de</strong> escrita e leitura ao longo <strong>do</strong> processo<br />

<strong>de</strong> titulação <strong>de</strong> suas terras com base no art. 68 <strong>do</strong> Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição<br />

Fe<strong>de</strong>ral brasileira <strong>de</strong> 1988. A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> se encontra na fase final <strong>de</strong> regularização territorial e foi a primeira<br />

a ser reconhecida como quilombola no sul <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> pelos governos fe<strong>de</strong>ral e estadual na década <strong>de</strong> 1990. Por conta da<br />

titulação, a comunida<strong>de</strong> fun<strong>do</strong>u uma <strong>Associação</strong> Comunitária para representá-la nas negociações com as diferentes instituições<br />

governamentais e não governamentais envolvidas na titulação <strong>do</strong>s territórios quilombolas. Sobre essa <strong>Associação</strong>,<br />

em trabalho <strong>de</strong> campo realiza<strong>do</strong> entre 2005 e 2006, observei que muitas práticas sociais <strong>de</strong> seu funcionamento exigiam o<br />

uso da língua escrita para sua administração; além disso, pu<strong>de</strong> ver que a redação da ata em reuniões <strong>de</strong>ntro da <strong>Associação</strong><br />

523

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!