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2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

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Práticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong>, Gênero e Exclusão<br />

periódicos po<strong>de</strong>m colaborar para a manutenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s padrões, veiculan<strong>do</strong> papéis ditos tradicionais <strong>de</strong><br />

mulher, <strong>de</strong> comportamento, <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> gênero.<br />

As fontes da pesquisa são compostas por 31 volumes da Revista Querida com exemplares que representam os anos<br />

compreendi<strong>do</strong>s entre 1958 e 1968. O objetivo da pesquisa com tais revistas seria procurar compreen<strong>de</strong>r que mo<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> comportamento os discursos presentes nas colunas, capas, propagandas <strong>de</strong> Querida (1958-1968) teriam contribuí<strong>do</strong><br />

para sugerir e que representações <strong>de</strong> uma época estes discursos, veicula<strong>do</strong>s nas páginas das revistas selecionadas,<br />

ecoaram. As fontes utilizadas constituem-se <strong>de</strong> 31 revistas Querida e o estu<strong>do</strong> privilegia mostrar aspectos <strong>de</strong> sua<br />

trajetória: surgimento, produção, circulação. Partin<strong>do</strong> disto faz-se necessário buscar perceber o que a revista Querida<br />

fez circular entre suas leitoras e, assim, que imaginários contribuiu para criar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> comportamento espera<strong>do</strong>s<br />

para as moças alfabetizadas, <strong>de</strong> classe média urbana da época. A fim <strong>de</strong> viabilizar a análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foi preciso<br />

criar categorias, tais como: moça direita/moça leviana, beleza feminina, sexualida<strong>de</strong> contida, infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, mari<strong>do</strong><br />

feliz – família feliz, rainha <strong>do</strong> lar, mulher casada, contos ousa<strong>do</strong>s, regras <strong>de</strong> civilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> etiqueta, moda feminina,<br />

vida profissional, industrialização e bens <strong>de</strong> consumo, lazer. Representações <strong>de</strong> feminino e masculino apareciam estampadas<br />

nas capas, colunas, reportagens, contos, publicida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Querida. Mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comportamento consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />

váli<strong>do</strong>s e legítimos para a parcela alfabetizada, urbana e <strong>de</strong> classe média da socieda<strong>de</strong> brasileira daquele momento,<br />

impressos nas páginas <strong>de</strong> uma revista.<br />

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FEMININA, MÍDIA IMPRESSO, GÊNERO<br />

TÍTULO: AGOSTO: ROMANCE E CINEMA A AÇÃO DE RUBEM FONSECA<br />

AUTOR(ES): LEA ALVES DE CASTRO<br />

RESUMO: À procura <strong>de</strong> um trabalho literário interessante e que <strong>de</strong>spertasse a atenção <strong>de</strong> a<strong>do</strong>lescentes em fase<br />

escolar, <strong>de</strong>senvolveu-se um estu<strong>do</strong> analítico e comparativo a partir da transposição <strong>do</strong> romance Agosto, <strong>de</strong> Rubem<br />

Fonseca, para a mini-série televisiva “Agosto”, apresentada pela Re<strong>de</strong> Globo. Para isso, <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los teóricos serviram<br />

como fonte <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>: MOUREN (1993) e GOMES (1998). Para se chegar à transposição, houve a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se fazer um estu<strong>do</strong> mais aprofunda<strong>do</strong> sobre personagem, sua classificação e características permitiram conhecer<br />

alguns aspectos básicos <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho da personagem no romance e no cinema. Após essa etapa, passou-se à<br />

efetiva análise da transposição <strong>do</strong> hipotexto (romance) para o hipertexto (filme). Tal transposição ocorre <strong>de</strong> maneira<br />

bastante fiel, o que se explica <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> Rubem Fonseca, no romance, produzir um trabalho em cortes,<br />

muito semelhante aos trabalhos cinematográficos, característica evi<strong>de</strong>nciada em outras obras <strong>de</strong> Fonseca como, por<br />

exemplo, no conto <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Lúcia MacCartney. Espera-se que este trabalho possa servir como suporte teórico<br />

para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> personagem e <strong>de</strong> herói em obras literárias e fílmicas, e, principalmente, que possa contribuir para<br />

que a Literatura escolar ocupe um lugar mais prazeroso entre a<strong>do</strong>lescentes. Vale ressaltar que a meto<strong>do</strong>logia aplicada<br />

ao estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste trabalho, bem como as observações analíticas <strong>do</strong>s aspectos elenca<strong>do</strong>s, servem para uma reflexão<br />

acadêmica, artística e social da obra.<br />

PALAVRAS-CHAVE: AGOSTO, ROMANCE, CINEMA<br />

TÍTULO: A CONSTRUÇÃO DO “SER MULHER“ ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE LEITURA: O<br />

COLÉGIO SANTÍSSIMO SACRAMENTO<br />

AUTOR(ES): LEONICE DE LIMA MANÇUR LINS<br />

RESUMO: Nesse trabalho objetivamos compreen<strong>de</strong>r como as alunas <strong>do</strong> Colégio Santíssimo Sacramento (C. SS. S)<br />

se apropriavam e utilizavam os saberes adquiri<strong>do</strong>s através das práticas <strong>de</strong> leitura ocorridas nas reuniões da Congregação<br />

Mariana. Este estu<strong>do</strong> é parte <strong>de</strong> uma pesquisa maior, na qual procuramos perceber como a prática educativa<br />

<strong>do</strong> C.SS.S., colégio religioso e volta<strong>do</strong> para um público feminino, formatava nas suas alunas uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero perfeitamente alinhada com os papéis sociais historicamente <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s ao sexo feminino: <strong>do</strong>na-<strong>de</strong>-casa,<br />

esposa, mãe e professora primária. Aqui, daremos ênfase aos saberes transmiti<strong>do</strong>s mediante as leituras realizadas e/<br />

ou sugeridas nos encontros mensais da Congregação Mariana, da qual gran<strong>de</strong> parte das alunas <strong>do</strong> C.SS.S. fazia parte.<br />

Esta Congregação tinha “Maria“ como exemplo feminino a ser segui<strong>do</strong> pelas alunas, estas <strong>de</strong>veriam ser as “Filhas<br />

<strong>de</strong> Maria” , sen<strong>do</strong> também exemplos <strong>de</strong> pureza, <strong>do</strong>ação, carida<strong>de</strong> e bonda<strong>de</strong>. Assim <strong>de</strong>veriam, por suas atitu<strong>de</strong>s<br />

e práticas sociais, servir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para a mocida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> local. Nesse senti<strong>do</strong>, a leitura e análise das atas<br />

das reuniões mensais da Congregação Mariana nos forneceu subsídios para compreen<strong>de</strong>rmos como as práticas <strong>de</strong><br />

leituras e, consequentemente, os saberes seleciona<strong>do</strong>s e normatiza<strong>do</strong>s nesses encontros, imprimiram sua marca <strong>de</strong><br />

“ser mulher” nessas alunas. O estu<strong>do</strong> mostrou que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero formatada através das práticas <strong>de</strong> leituras<br />

nas reuniões da referida Congregação estava em sintonia com um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mulher da época: instruída, cristã, boa<br />

<strong>do</strong>na-<strong>de</strong>-casa e mãe <strong>de</strong> família.<br />

PALAVRAS-CHAVE: GÊNERO , LEITURA, EDUCAÇÃO<br />

TÍTULO: A ROÇA, O LIVRO E O CADERNO: A APROPRIAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA POR<br />

UMA FAMÍLIA DE AGRICULTORES<br />

AUTOR(ES): LISIANE SIAS MANKE, VANIA GRIM THIES<br />

RESUMO: Como parte <strong>de</strong> uma pesquisa mais ampla, que compreen<strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento, este trabalho tem<br />

como objetivo analisar a trajetória <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong> agricultores com forte inserção na cultura escrita. O patriarca,<br />

seu Henrique, com pouca escolarização, aos 90 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sempre morou na zona rural <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Pelotas/<br />

RS, é caracteriza<strong>do</strong> por esta investigação como um “leitor forte”. Sua biblioteca particular é composta pelos mais<br />

varia<strong>do</strong>s livros, especialmente os <strong>de</strong> História, que foram sen<strong>do</strong> adquiri<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s anos. Seu Henrique afirma<br />

que à noite, com a luz <strong>de</strong> um lampião, era o momento em que ele lia e “lecionava os filhos”, durante a ida<strong>de</strong> escolar<br />

<strong>de</strong>stes. Dentre os <strong>do</strong>ze filhos <strong>do</strong> casal, <strong>de</strong>stacamos neste estu<strong>do</strong> o caso <strong>de</strong> duas filhas e três filhos, pelo uso que fazem<br />

da escrita. Os cinco são agricultores, a exemplo <strong>do</strong>s pais, possuem a 5ª série <strong>do</strong> ensino primário, e apropriaram-se<br />

<strong>de</strong> forma muito especial da prática da escrita ao registrarem diariamente as ativida<strong>de</strong>s realizadas no cotidiano rural.<br />

Assim, a elaboração <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>rnos diários iniciou na casa paterna e teve continuida<strong>de</strong>, resultan<strong>do</strong> na estreita relação<br />

que hoje estabelecem com a cultura escrita. Portanto, as fontes analisadas, a fim <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a inserção e a apro-<br />

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