2ª feira - Associação de Leitura do Brasil
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Práticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong>, Gênero e Exclusão<br />
SESSÃO - PRÁTICAS DE LEITURA, GÊNERO E EXCLUSÃO 7<br />
DIA: 21/07/2009 - Terça-Feira – das 14:00 as 15:00 horas<br />
LOCAL: Instituto <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s da Linguagem - IEL - SALA: Telão<br />
TÍTULO: DISCUTINDO GÊNERO, “RAÇA“ E LETRAMENTO: PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS<br />
AUTOR(ES): ELISABETE NASCIMENTO<br />
RESUMO: O valor social e simbólico da ativida<strong>de</strong> linguística, no contexto contemporâneo, é fundamental para a inserção<br />
no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho. As práticas sociais têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que o trato com a língua transcen<strong>de</strong> a comunicação e o mero<br />
aspecto formal/gramatical da língua. Esta é também interação, articulação e rearticulações mnênicas capazes <strong>de</strong> transformar<br />
o sujeito crítico em opera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> discurso, e em opera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> memória social e individual. A língua impõe, produz e<br />
transforma espaços produtivos. Articula-se um universo semiológico compreendi<strong>do</strong> pela multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estratégias “interdiscursivas<br />
e intersubjetivas, práticas sociais <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Neste aspecto, qual a função social <strong>do</strong> Letramento no tocante às<br />
práticas simbólicas e literárias relativas às categorias <strong>de</strong> Gênero e <strong>de</strong> “Raça”? Muitas têm si<strong>do</strong> as estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>scristalizar<br />
os senti<strong>do</strong>s autoritários, que “inventaram” e “prescreveram” categorias como homem, mulher, homossexual, transsexual,<br />
e o negro como merca<strong>do</strong>ria. Neste senti<strong>do</strong>, o trabalho busca investigar estratégias capazes <strong>de</strong> abolir a escravidão discursiva<br />
relacionada às contribuições <strong>de</strong> gênero e às <strong>de</strong> matriz africana, a partir da apresentação <strong>do</strong> projeto LABORAFRO, que visa<br />
aten<strong>de</strong>r às exigências da Lei Maria da Penha e a Lei 10639/03. É hipótese <strong>de</strong>sta abordagem que o referi<strong>do</strong> projeto engendre<br />
estratégias contrárias à idéia <strong>de</strong> subalternida<strong>de</strong> “prescrita” à(s) i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s) relativa(s) à Gênero, “Raça” e Letramento.<br />
PALAVRAS-CHAVE: GÊNERO, “RAÇA“, LETRAMENTO<br />
TÍTULO: MULHERES NEGRAS,PROFESSORAS RELENDO SUAS HISTÓRIAS DE VIDA E PRÁTICAS<br />
PEDAGÓGICAS<br />
AUTOR(ES): ELIZETE SANTOS ABREU<br />
RESUMO: O texto faz parte <strong>de</strong> algumas análises discutidas no capítulo terceiro da dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> intitulada:<br />
Histórias <strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> Mulheres Negras, Professoras nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Caxias e São Luís <strong>do</strong> Maranhão,apresentada ao Programa<br />
<strong>de</strong> Pós-Graduação da UNISINOS. No referi<strong>do</strong> capítulo abor<strong>do</strong>u-se as vivências obtidas na infância, na escolarização<br />
e formação/atuação profissional, e como essas vivências refletidas po<strong>de</strong>m transformar-se em experiências forma<strong>do</strong>ras<br />
para a prática pedagógica. Busco fundamentos meto<strong>do</strong>lógicos na pesquisa-formação <strong>de</strong> Marie-Christine Josso (2004), nos<br />
estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gênero com abordagem feminista, em especial as teóricas Ivone Gebara, Marcela Lagar<strong>de</strong> e outras; e étnicas em<br />
Nilma Gomes, Petronilha Beatriz e outras. Houve o interesse em sistematizar as narrativas como ferramentas meto<strong>do</strong>lógicas<br />
que se aproxime <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> investigativo proposto por Mannheim (apud WELLER, 2005). Como arremates finais,<br />
<strong>de</strong>stacou-se que o brincar basea<strong>do</strong> numa abordagem androeurocêntrica na infância, contribui para o direcionamento da<br />
profissão professora para as mulheres negras escolarizadas, para as <strong>de</strong>mais mulheres negras não-escolarizadas ficou sen<strong>do</strong><br />
compreendi<strong>do</strong> o espaço <strong>do</strong>méstico, principalmente o da empregada <strong>do</strong>méstica o seu espaço.Que as ancestralida<strong>de</strong>s grecojudaíca<br />
e cristã fundamentam esse mo<strong>de</strong>lo e tal compreensão tem fortaleci<strong>do</strong> esse pensar. Fato esse que tem-se observa<strong>do</strong><br />
uma escassez substancial da presença feminina nos cargos <strong>de</strong> coman<strong>do</strong> e nas Ciência e Tecnologia. Por essa razão, as mulheres<br />
negras professoras encontram dificulda<strong>de</strong>s em discutir o seu pertencimento étnico/racial e <strong>de</strong> gênero, bem como se<br />
firmarem como sujeitos participantes e atuantes na socieda<strong>de</strong>.<br />
PALAVRAS-CHAVE: FEMINISMO, ETNIA, EDUCAÇÃO<br />
TÍTULO: PERAMBULANDO PELOS QUINTAIS DA PERIFERIA DA LITERATURA<br />
AUTOR(ES): ELZA BORGES PIMENTEL<br />
RESUMO: O trabalho preten<strong>de</strong> discutir sobre as relações entre linguagem e literaturas, apontan<strong>do</strong> para a atribuições<br />
<strong>de</strong> valores literários, que nos fez chegar à concepção <strong>de</strong> literatura marginal. Perseguin<strong>do</strong> os caminhos que nos levaram a<br />
construção <strong>do</strong> cânone literário colocan<strong>do</strong> uma literatura suprema, em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outra, posta às margens. Com isso,<br />
partimos <strong>de</strong> um outro ponto: a <strong>de</strong>sconstrução <strong>do</strong> cânone literário, abordan<strong>do</strong> sua criticida<strong>de</strong> e suas implicações. Algumas<br />
questões nortea<strong>do</strong>ras contornam esses assuntos: o que faz uma obra ser consi<strong>de</strong>rada marginal? Por que consi<strong>de</strong>ramos<br />
apenas os classicos literários como boa leitura? Todas as obras que não pertencem ao cânone literário é marginal? A partir<br />
<strong>de</strong>ssas questões pensamos, por meio <strong>do</strong>s generos discursivos, o lugar das letras <strong>de</strong> rap, refletin<strong>do</strong> acerca <strong>de</strong> seu valor<br />
literário, <strong>de</strong> sua expressão como poesia <strong>do</strong> cotidiano, como literatura marginal e principalmente como leitura acessivel às<br />
camadas sociais que se encontram às margens da socieda<strong>de</strong>. São as letras <strong>de</strong> rap que inva<strong>de</strong>m as escolas, fazem parte da<br />
vida <strong>do</strong>s jovens que vivem nas periferias e os fazem refletir sobre a sua condição e perspectivas em seu meio social. E o<br />
mais importante: pensar uma literatura que nasce da/na periferia e são poesias escritas por sujeitos que nasceram e vivem<br />
nessa localida<strong>de</strong>, falan<strong>do</strong> da representação simbólica <strong>de</strong> suas realida<strong>de</strong>s. A partir <strong>de</strong>ssas reflexões concluímos que lingugem<br />
e realida<strong>de</strong> se entrelaçam dinamicamente por meio das literaturas.<br />
PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA MARGINAL, LINGUAGEM, RAP<br />
TÍTULO: NO COLO DE KADIDJA: A MATRIARCALIDADE AFRICANA EM AMKOULLEL, O<br />
MENINO FULA<br />
AUTOR(ES): EUMARA MACIEL DOS SANTOS<br />
RESUMO: Neste trabalho, tem-se como objetivo traçar uma linha <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> sobre a matriarcalida<strong>de</strong> africana em Amkoullel,<br />
o menino fula, <strong>de</strong> Ama<strong>do</strong>u Hampâté Bâ, o mestre da tradição oral africana, ao passo que seja observada tal matriz cultural,<br />
bem como o gran<strong>de</strong> valor que possuía para os fula. A pesquisa, que impulsionou a escrita <strong>de</strong>ste artigo, direcionou-se<br />
para a matriarcalida<strong>de</strong>, um viés cultural que confere às mães africanas o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> principiar, e também guiar sua família.<br />
Ao confrontar as narrativas <strong>de</strong> Bâ (2003) com os pressupostos teóricos que versam sobre o papel da mulher na socieda<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>scortinaram-se as idéias <strong>de</strong> Beauvoir (1989) que questiona o casamento como instituição e ataca a opressão masculina,<br />
Deleuze & Guattari (1995) ao trazerem o conceito <strong>de</strong> rizoma, Ferenczi (1991) que conceitua a idéia <strong>de</strong> introjeção, Scott<br />
(1990) ao tratar sobre o papel da história na construção das relações <strong>de</strong> gênero, Tubert (1996) que discorre sobre maternida-<br />
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