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2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

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Práticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong>, Gênero e Exclusão<br />

sociais, culturais e educacionais das pessoas que resi<strong>de</strong>m nas localida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Paredão e da Costa <strong>do</strong> Bica, zona rural <strong>do</strong> município<br />

<strong>de</strong> Piratini/RS. Através <strong>de</strong> entrevista estruturada po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>linear o perfil educacional, cultural e socioeconômico<br />

<strong>de</strong> 114 famílias, totalizan<strong>do</strong> 344 sujeitos, entre homens, mulheres e crianças. Além <strong>de</strong>ste levantamento, também, foram<br />

realizadas em algumas famílias, entrevista semi-estruturada, para conhecer e enten<strong>de</strong>r os motivos que levaram alguns sujeitos<br />

a não estudarem ou a não terem da<strong>do</strong> continuida<strong>de</strong> aos estu<strong>do</strong>s. Muitas histórias se <strong>de</strong>stacaram nesta pesquisa, como<br />

por exemplo, pessoas que não tiveram oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> frequentarem a escola, mas que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> adultas alfabetizaram-se<br />

sem intermédio <strong>de</strong>sta. Os primeiros resulta<strong>do</strong>s apontam que 41% das pessoas que lá resi<strong>de</strong>m são <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes indígenas<br />

e, 21% <strong>de</strong> suas casas são <strong>de</strong> barro e santa-fé. Além <strong>de</strong>ste da<strong>do</strong> po<strong>de</strong>-se constatar que 39% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Paredão (sujeitos<br />

que não frequentam mais a escola ou nunca frequentaram) são analfabetos absolutos, e na Costa <strong>do</strong> Bica este da<strong>do</strong> é<br />

representa<strong>do</strong> por 45% <strong>do</strong>s habitantes. Destaco ainda, que muitas pessoas vivem excluídas socialmente nestas localida<strong>de</strong>s,<br />

sem energia elétrica, água encanada e até mesmo ônibus coletivo. A investigação teve gran<strong>de</strong> significa<strong>do</strong>, pois permite refletirmos<br />

sobre a história <strong>de</strong> sujeitos “comuns”, vincula<strong>do</strong>s a contextos marca<strong>do</strong>s pela oralida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>rmos<br />

as dinâmicas <strong>de</strong> aprendizagem não-escolares, que possibilitaram a inserção <strong>de</strong> indivíduos na cultura escrita. Foram utilizadas<br />

como referências teóricas: Abreu (2004), Brito (1996), Hèbrard (1996 e 2001) e Ferraro (2002 e 2004).<br />

PALAVRAS-CHAVE: EXCLUSÃO, ANALFABETISMO, PRÁTICAS DE LEITURA<br />

TÍTULO: EXPERIÊNCIAS FEMININAS DA TRAVESSIA: NARRATIVAS, LUGARES E MUNDO<br />

AUTOR(ES): DOUGLAS BEIRO<br />

RESUMO: Ten<strong>do</strong> como pressuposto que o narrar é “a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> intercambiar experiências” – e intercâmbio não se<br />

faz no isolamento, se necessita <strong>de</strong> duas ou mais pessoas para se efetivar esse intento – buscamos refletir sobre a construção<br />

<strong>de</strong> narrativas que remetem a locomoção através <strong>do</strong> espaço: experiência feminina da travessia. Quem constrói uma<br />

narrativa, reinventa o mun<strong>do</strong> e reinventa si mesmo a partir <strong>de</strong> sua experiência e das experiências <strong>de</strong> outros – distantes no<br />

tempo e no espaço, ou mesmo contemporâneos e, <strong>de</strong>sses, aqueles que estão participan<strong>do</strong> <strong>do</strong> momento da construção <strong>do</strong><br />

que está sen<strong>do</strong> narra<strong>do</strong> –, em outras palavras, falam <strong>de</strong> personagens, acontecimentos e lugares. Esses alinhava<strong>do</strong>s, teci<strong>do</strong>s<br />

em conversas que remetem ao espaço da itinerância, disparam memórias da experiência individual que entrelaçam com<br />

experiências da memória coletiva. Falas entrelaçadas compõem outras falas, outras representações, outras narrativas sobre<br />

um perío<strong>do</strong> histórico específico. “Pequenas misérias” em relação as gran<strong>de</strong>s misérias <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Não somente misérias,<br />

mas também riquezas, astúcias, mergulhos em tempos e espaços que, quan<strong>do</strong> experiencia<strong>do</strong>s, eram <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s. Muito<br />

mais que misérias, são tesouros que se constroem com palavras compartilhadas, “leituras <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”. O mun<strong>do</strong>, dimensão<br />

espacial, temporal, representativa, é um constructo coletivo <strong>de</strong> inúmeros significa<strong>do</strong>s, cujas dimensões jamais se excluem,<br />

compõem um objeto em permanente processo <strong>de</strong> ressignificação talvez a espera, sempre incompleto, “em trânsito”, <strong>do</strong>s<br />

“que vão chegar” (Quem sabe se essa não seja a metáfora <strong>do</strong> sustentável?).<br />

PALAVRAS-CHAVE: REPRESENTAÇÃO, MEMÓRIA, GEOGRAFIAS<br />

SESSÃO - PRÁTICAS DE LEITURA, GÊNERO E EXCLUSÃO 6<br />

DIA: 21/07/2009 - Terça-Feira – das 16:00 as 17:00 horas<br />

LOCAL: Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação - FE - SALA: Salão Nobre<br />

TÍTULO: VIVÊNCIAS DE LEITURA E LITERATURA EM UMA COMUNIDADE RURAL EM<br />

PRATINHA - MG<br />

AUTOR(ES): EDELNICE FAGUNDES DOS SANTOS<br />

RESUMO: Este trabalho relata o projeto Vivência <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong> e Escrita numa comunida<strong>de</strong> rural <strong>de</strong> Pratinha – MG. Sabemos<br />

que letramento literário é uma prática social, que visa formar o leitor crítico, capaz <strong>de</strong> atribuir efeitos <strong>de</strong> senti<strong>do</strong><br />

– mesmo implícitos – fundamentada na idéia que a compreensão supõe uma relação cultural, histórica, social, e assim, a<br />

reflexão e a crítica se manifestará no uso eficaz da linguagem. Ao observar no grupo <strong>de</strong> agricultores a falta <strong>de</strong> envolvimento<br />

comunitário, <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e cultura, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento intelectual e técnicas <strong>de</strong> trabalho, sentimos a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> reuniões com o mote <strong>de</strong> vivência literária, estimular a leitura e a oralida<strong>de</strong>, instigan<strong>do</strong>-os e propon<strong>do</strong> a inclusão<br />

<strong>do</strong>s mesmos no universo social e cultural letra<strong>do</strong>. Ao oferecer a leitura exercida com compromisso <strong>de</strong> conhecimento,<br />

percebemos que a relevância <strong>do</strong> projeto está em melhor compreen<strong>de</strong>r o mun<strong>do</strong> e o homem, em proporcionar a compreensão<br />

polissêmica <strong>do</strong> texto tornan<strong>do</strong>-o significativo, contribuin<strong>do</strong> para que utilizem esses conhecimentos na melhoria pessoal<br />

como prática <strong>de</strong> ação social, inclusive, ao longo <strong>do</strong> projeto, preten<strong>de</strong>-se inserir cursos que transformem a produção <strong>de</strong><br />

subsistência em ação lucrativa. Meto<strong>do</strong>logicamente, organizamos numa fazenda encontros semanais <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> diversos<br />

gêneros textuais, on<strong>de</strong> fazemos discussão temática e alguns membros entregam por escrito um comentário sobre o encontro<br />

e o texto, há também jogos <strong>de</strong> dama e xadrez. Perfil <strong>do</strong>s participantes: pequenos agricultores, que plantam o essencial<br />

para subsistência e permutas; faixa etária entre 13 a 61 anos; apesar <strong>de</strong> a escolarida<strong>de</strong> revelá-los alfabetiza<strong>do</strong>s, a maioria com<br />

ensino fundamental incompleto, poucos, ensino médio incompleto, há pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> iletra<strong>do</strong>s. Preliminarmente consi<strong>de</strong>ramos<br />

que a prática <strong>de</strong> análises orais modificou a função interpessoal, a frequência e o interesse provam que o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

progresso não se realiza apenas no letramento escolariza<strong>do</strong>, mas no engajamento social das pessoas.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA, LITERATURA, LETRAMENTO<br />

TÍTULO: OFICINA PALAVRA MAGICA DE LEITURA E ESCRITA<br />

AUTOR(ES): ELAINE CRISTINA TOMAZ SILVA<br />

RESUMO: A Oficina Palavra Mágica <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong> e Escrita, <strong>de</strong>senvolvida pela Fundação Palavra Mágica, é um projeto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento das habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e expressão oral e escrita <strong>de</strong> jovens e a<strong>do</strong>lescentes <strong>de</strong> baixa renda para estimular<br />

o exercício da cidadania e o protagonismo social. Cada oficina tem, em média, 25 integrantes e duração <strong>de</strong> <strong>de</strong>z meses,<br />

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