2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil 2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

28.06.2013 Views

Práticas de Leitura, Gênero e Exclusão que atuassem voluntária e profissionalmente como um grupo organizado que realiza atividades diversas, inclusive de leitura. A pesquisa qualitativa empregou os seguintes instrumentos: entrevistas individuais com três mães, três professoras e três meninas down; entrevista coletiva com um grupo de mães; observações formais e informais de atendimentos fonoaudiológico, fisioterapêutico e pedagógico. A análise de dados deve contemplar a linguagem como objeto de análise neste estudo de caráter etnográfico, linguagem que se materializa nos discursos que fazem as mulheres sobre suas práticas de leitura, nas imagens e nos relatos utilizados como fontes bibliográficas. Os dados coletados sobre maneiras de ler, suportes e gêneros textuais, objetivos, espaços (família, escola e igreja), usos e acessos das leitoras à leitura estão sendo comparados às imagens de leitoras na pintura, relatos autobiográficos e alguns dados quantitativos sobre leitura de mulheres. O estudo deve apontar possíveis implicações pedagógicas para a leitura em ambientes escolares, considerando o papel fundamental das mulheres como mediadoras na formação de novos leitores. As primeiras análises evidenciam práticas culturais de leitura que revelam permanências e mudanças, semelhanças e diferenças, rupturas e continuidades de maneiras de ler das leitoras deste estudo em relaçào às leitoras do passado. As principais referências teóricas são: Certeau (2008), Chartier (1996, 1999, 2004); Perrot (2005, 2007); Bakhtin (1992), Vygotsky (1997); Foucambert (1994, 1998): Lacerda (200, 2003); Bosi (1977). PALAVRAS-CHAVE: PRÁTICAS DE LEITURA, MULHERES, FORMAÇÃO DOCENTE TÍTULO: COMO TRABALHAR A CULTURA E OS VALORES DOS AFRICANOS E AFRODESCENDENTES NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA? AUTOR(ES): ANA PAULA DE LIMA, DENISE MARIA MARGONARI RESUMO: Esta comunicação é baseada em uma proposta de um mini-curso realizada como atividade prática (Estágio Supervisionado de Língua Portuguesa I) do Curso de Letras da Universidade Federal de São Carlos. O mini-curso, intitulado “A cultura e os valores dos africanos e afrodescendentes na literatura africana de Língua Portuguesa”, foi desenvolvido com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular de Rio Claro, durante o ano de 2008. Nesse mini-curso foram abordadas questões relacionadas à história e cultura africanas a partir de textos de escritores africanos de Língua Portugesa, em uma tentativa de apresentar e sensibilizar os alunos quanto aos valores defendidos pelos povos africanos e afrodescendentes, conscientizando-os de que a sociedade é formada por pessoas pertencentes a grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura e histórias próprias, igualmente valiosas, assim como apontam as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2005). Por meio do trabalho com a teoria das Inteligências Múltiplas e os Pontos de Entrada, do psicólogo norte-americano Howard Gardner, foram exploradas as diversas inteligências dos alunos. O trabalho também contou com a colaboração dos demais professores de Português da escola, além dos professores de História, Geografia, Ciências, Educação Religiosa e Filosofia. Nesta comunicação pretendemos apresentar algumas das atividades desenvolvidas, bem como os resultados obtidos, que refletem que os estudantes mostraram-se interessados nas discussões, revelando um amadurecimento muito maior do que o esperado. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA AFRICANA, INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS, PROPOSTA DE MINI-CURSO TÍTULO: QUESTõES SOBRE A LEITURA EM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM - AVA AUTOR(ES): ANAIR VALÊNIA MARTINS DIAS RESUMO: Em um contexto escolar, ou fora dele, as ações do ser humano são permeadas por atividades de linguagem que resultam, quase sempre, em processos de interação verbal. No ambiente educacional, os alunos lêem, escrevem, comunicam-se com colegas e professores, apresentam seminários, brincam, dentre outras atividades em que se utilizam, necessariamente, de sua capacidade de comunicação e interação com o outro que faz parte de seu convívio. Esse processo de interação realiza-se por meio de enunciados que, por sua vez, organizam-se em gêneros do discurso que permeiam todas as formas de comunicação dos seres humanos (BAKHTIN, 2000). Nesse contexto, o propósito deste trabalho é refletir sobre algumas questões referentes ao ensino da leitura e da escrita do gênero discursivo autobiografia em ambiente virtual de aprendizagem – AVA. Ao pensarmos a autobiografia como um gênero discursivo a ser lido e produzido em ambiente virtual, destacamos as questões referentes à inter-relação existente entre a ficção e a realidade dos fatos narrados e a escrita sobre si mesmo, o que acaba por conduzir o sujeito a um espaço em que se constitui, ao mesmo tempo, como autor, narrador, leitor e protagonista de sua produção escrita. Em uma autobiografia, o sujeito tem a oportunidade de se re-significar e de re-significar a sua experiência de vida, trazendo elementos que, de alguma forma, são relevantes para a sua constituição pois, segundo Philippe Lejeune (2005), uma autobiografia é um relato retrospectivo em prosa que uma pessoa real faz de sua própria existência enfatizando sua vida individual e mais particularmente a história de sua personalidade. Assim, o ensino de leitura e escrita do gênero autobiografia em ambiente virtual de aprendizagem, a nosso ver, alcança uma dimensão que possibilita maior interação e reflexão sobre os textos lidos e produzidos. PALAVRAS-CHAVE: AUTOBIOGRAFIA, GÊNERO DISCURSIVO, AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM TÍTULO: O DESAFIO DO GOSTO: PRÁTICAS DE LEITURA, CÂNONE E EXCLUSÃO AUTOR(ES): ANDERSON FRANCISCO RIBEIRO RESUMO: Considerando as perspectivas de abordagem das práticas culturais de leitura, concebe-se a relação entre os gostos de classes, definidos pelas discussões sobre “gosto“ por Pierre Bourdieu, as práticas culturais por Roger Chartier e as práticas ordinárias de Michel de Certeau, sendo a possibilidade de buscar compreender a relação entre leitura e gosto, onde certas literaturas são excluídas por não estarem dentro de uma lista de cânones pré-definidos. Quem diz o que é e o que não é literatura? Como podemos perceber, leituras como HQs, revistas de grande tiragem sobre moda, fotonovelas, pornografia, mas consideradas sem conteúdo, para pessoas com inteligência limitada. Discussão que abordaremos através do conceito de práticas ordinárias, “anti-disciplina”, como define Certeau. Isso perpassa pela distinção entre as propostas relativas aos gostos de “classes“, e sua definição, a partir de uma série de divergências teóricas. Apresentaremos a partir de Pierre Boudieu em seus estudos sobre a relação do conceito de “campo“, “habitus“ e “capital cultural“, as possibilidades para definir o nosso trabalho desta linha tênue entre o cânone e a exclusão. Isso nos traz indagações sobre a relação de gosto de “classes”, definindo as propostas para este conceito, entre “cultura letrada” e “cultura popular”, ainda aberto para novas abordagens. PALAVRAS-CHAVE: PRÁTICA DE LEITURA, CÂNONE LITERÁRIO, EXCLUSÃO 506

Práticas de Leitura, Gênero e Exclusão SESSÃO - PRÁTICAS DE LEITURA, GÊNERO E EXCLUSÃO 3 DIA: 21/07/2009 - Terça-Feira – das 14:00 as 15:00 horas LOCAL: Biblioteca Central da Unicamp - BC - SALA: Auditorio TÍTULO: PUBLICAÇÃO E PREMIAÇÃO JORNALÍSTICAS: DIFERENTES LEITURAS QUE CORROBORAM UM MESMO AGIR DISCURSIVO AUTOR(ES): ANDERSON SALVATERRA MAGALHÃES RESUMO: O objetivo deste trabalho é demonstrar como o deslocamento de uma reportagem impressa para a situação de concurso jornalístico rearranja os sujeitos enunciativos mobilizados na construção de sentido, implicando alteração no processo de leitura. De um ponto de vista dialógico (VOLOSHINOV, 1926/1976, 1929/1999; BAKHTIN, 1952-1953/2003, 1959-1961/2003), entende-se a interação verbal como princípio fundador da linguagem, atualizada numa cadeia comunicativa, cujos elos são os enunciados. Essa concepção permite conceber as reportagens impressas como unidades da comunicação discursiva, organizadas a partir da relação ternária dos sujeitos enunciativos. Nessa condição, mais do que forma material linguístico-imagética, as reportagens configuram agir discursivo e, portanto, são marcadas por posicionamentos sociais. Da perspectiva dialógica, a leitura é entendida como uma atitude responsiva ativa, e a atividade à qual está vinculada transforma o posicionamento enunciativo dos participantes da enunciação. Por mais semelhanças formais que o material impresso publicado e o inscrito num concurso jornalístico possam guardar, o fenômeno enunciativo difere e as relações estabelecidas no processo de leitura também. Este trabalho busca identificar as marcas dos sujeitos implicados nas situações de publicação e de concurso para demonstrar como o processo de leitura é alterado. Para tanto, a partir de uma abordagem sócio-histórica de pesquisa, analisa-se uma série de reportagens do jornal carioca O Dia publicada e premiada no ano de 2004. A escolha por essa série se deve ao fato de o jornal estar, naquele momento, investindo na qualidade de sua produção na tentativa de construir uma identidade institucional não sensacionalista. Isso confere uma relevância ao contexto de premiação, que funciona como referenda desse esforço editorial. A análise dos dados aponta como, a partir dos valores que organizam as relações intersubjetivas, as diferentes leituras consolidam discursos legitimadores da ordem social, ratificando o não acesso do público menos privilegiado às possibilidades de ação discursiva. PALAVRAS-CHAVE: ENUNCIAÇÃO JORNALÍSTICA IMPRESSA, PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO, DIALOGISMO TÍTULO: “QUANDO CRESCER, VOU SER...”: ANALISANDO A DESIGUALDADE DE GÊNERO EM UMA SEÇÃO DA REVISTA “CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS” AUTOR(ES): ANDRÉA FERNANDES COSTA RESUMO: Acredita-se que a educação ao contribuir para a construção das identidades de gênero pode, também, ajudar a desnaturalizar e a desconstruir a assimetria de gênero, questionando as desigualdades decorrentes desta. Em todas as esferas educacionais (formal, não formal e informal), esbarramos com uma série de limitações à promoção da igualdade, a medida que algumas práticas pedagógicas, discursos..., insistem em veicular concepções sobre as identidades de homens e mulheres que contribuem para a perpetuação de estereótipos que podem influenciar nas escolhas de meninas e mulheres jovens quanto aos seus destinos, tanto em nível pessoal quanto profissional. Neste trabalho abordamos a maneira desigual com que os gêneros são tratados nos textos veiculados na seção “Quando crescer, vou ser...”, existente desde 2001 na revista “Ciência Hoje das Crianças”. Com tiragem mensal de 230 mil exemplares, a única revista periódica sobre ciências voltada para o público infantil. Ao analisarmos todas as edições da revista disponíveis na internet que apresentavam na íntegra a referida seção, identificamos 50 textos que foram analisados. Um primeiro problema que se coloca é maneira de se referir ao profissional, astrônomo, arquiteto..., ou seja na maior parte das vezes (72%) no gênero masculino e poucas vezes (28%) a profissão é colocada de modo que abranja ambos os gêneros. Essa pode ser uma limitação imposta pela língua, no entanto a desigualdade entre os gêneros é também identificada nas imagens que ilustram os/as profissionais, bem como na seleção dos/as entrevistados (67,4% homens e 32,6% mulheres), dando maior destaque a participação masculina, em detrimento da feminina, no mercado de trabalho e no campo da pesquisa científica. Analisamos, a partir da categoria gênero, as limitações educacionais impostas pelo uso exclusivo da linguagem masculina presente em alguns textos de divulgação científica, bem como a relativa invisibilidade feminina nestes. PALAVRAS-CHAVE: GENERO, LINGUAGEM, DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA TÍTULO: ENSAIAR TRANSVÊR O MUNDO – UM PAPEL QUE SE APRENDE COM OS SENTIDOS. AUTOR(ES): ANTONIO LUÍS DE QUADROS ALTIERI RESUMO: Esse texto é um ensaio de leitura de mundo. O olho vê: a aprendizagem dá-se na prática artística, na concretização mesma da criação, como processo em que procedimentos são aplicados com abertura dos sujeitos para a formação - em composição, questionados prontamente nos percursos criativos, constituem-se os artistas lendo e expressando. A lembrança revê: ocorreram em sociedade experiências leitoras de mundo que se expressaram como arte e se fizeram acessíveis graças à prática e metodologia. Aconteceram como ensaios com práticas de sentido em educação, não formais. Aprendizados foram originados na criação, mas também a originaram - ‘coro de cabritos’, mimos ambulantes. Era ‘pão na troca’ a improvisada arte que depois se fez técnica e prática tradicionais. No Brasil inicial, já inventado por uns e ‘empossado descoberto’ por outros, se fez arte nos tributos a terra, água, ventos e fogo, para o benefício e bem estar da tribo e nos processos colonizatórios - encontro forjado entre as culturas e os poderes. Jesuítas e índios, conheceram-se e interagiram na difícil tarefa da disputa pelo poder e na invenção de elos (nheengatu) - submissão ou resistência. Muito mais tarde, novos saberes, frutos dos movimentos, se fizeram originais porque se inventaram, novamente: por meio de novas práticas e novas técnicas, na agitação da resistência, novos sentidos construídos deram púberes significados aos encadeamentos sonoros, gestuais e gráficos e, contrária à força da repressão ou da massificação, a criação ganhou dimensões de aprendizado construído no mundo da vida. Cresceu e tornou-se adulta. Como educação não-formal, as artes forjaram docentes na leitura a malho e fogo. A imaginação transvê: ‘aponta para os chapadões meu nariz’ que sentiu 1968 na ‘zabumba’ da cartilha, na ilha de ‘Robson Crusoé’ e no ‘Meu pé de laranja lima’ e sente 2008, 2009, 2010 na imaginação, e mais...Que práticas nos aguardam? PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO NÃO FORMAL, ARTE, SENTIDO 507

Práticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong>, Gênero e Exclusão<br />

SESSÃO - PRÁTICAS DE LEITURA, GÊNERO E EXCLUSÃO 3<br />

DIA: 21/07/2009 - Terça-Feira – das 14:00 as 15:00 horas<br />

LOCAL: Biblioteca Central da Unicamp - BC - SALA: Auditorio<br />

TÍTULO: PUBLICAÇÃO E PREMIAÇÃO JORNALÍSTICAS: DIFERENTES LEITURAS QUE<br />

CORROBORAM UM MESMO AGIR DISCURSIVO<br />

AUTOR(ES): ANDERSON SALVATERRA MAGALHÃES<br />

RESUMO: O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>monstrar como o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> uma reportagem impressa para a situação <strong>de</strong><br />

concurso jornalístico rearranja os sujeitos enunciativos mobiliza<strong>do</strong>s na construção <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>, implican<strong>do</strong> alteração no processo<br />

<strong>de</strong> leitura. De um ponto <strong>de</strong> vista dialógico (VOLOSHINOV, 1926/1976, 1929/1999; BAKHTIN, 1952-1953/2003,<br />

1959-1961/2003), enten<strong>de</strong>-se a interação verbal como princípio funda<strong>do</strong>r da linguagem, atualizada numa ca<strong>de</strong>ia comunicativa,<br />

cujos elos são os enuncia<strong>do</strong>s. Essa concepção permite conceber as reportagens impressas como unida<strong>de</strong>s da comunicação<br />

discursiva, organizadas a partir da relação ternária <strong>do</strong>s sujeitos enunciativos. Nessa condição, mais <strong>do</strong> que forma<br />

material linguístico-imagética, as reportagens configuram agir discursivo e, portanto, são marcadas por posicionamentos<br />

sociais. Da perspectiva dialógica, a leitura é entendida como uma atitu<strong>de</strong> responsiva ativa, e a ativida<strong>de</strong> à qual está vinculada<br />

transforma o posicionamento enunciativo <strong>do</strong>s participantes da enunciação. Por mais semelhanças formais que o material<br />

impresso publica<strong>do</strong> e o inscrito num concurso jornalístico possam guardar, o fenômeno enunciativo difere e as relações<br />

estabelecidas no processo <strong>de</strong> leitura também. Este trabalho busca i<strong>de</strong>ntificar as marcas <strong>do</strong>s sujeitos implica<strong>do</strong>s nas situações<br />

<strong>de</strong> publicação e <strong>de</strong> concurso para <strong>de</strong>monstrar como o processo <strong>de</strong> leitura é altera<strong>do</strong>. Para tanto, a partir <strong>de</strong> uma abordagem<br />

sócio-histórica <strong>de</strong> pesquisa, analisa-se uma série <strong>de</strong> reportagens <strong>do</strong> jornal carioca O Dia publicada e premiada no ano <strong>de</strong><br />

2004. A escolha por essa série se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> o jornal estar, naquele momento, investin<strong>do</strong> na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua produção<br />

na tentativa <strong>de</strong> construir uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> institucional não sensacionalista. Isso confere uma relevância ao contexto <strong>de</strong><br />

premiação, que funciona como referenda <strong>de</strong>sse esforço editorial. A análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s aponta como, a partir <strong>do</strong>s valores que<br />

organizam as relações intersubjetivas, as diferentes leituras consolidam discursos legitima<strong>do</strong>res da or<strong>de</strong>m social, ratifican<strong>do</strong><br />

o não acesso <strong>do</strong> público menos privilegia<strong>do</strong> às possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ação discursiva.<br />

PALAVRAS-CHAVE: ENUNCIAÇÃO JORNALÍSTICA IMPRESSA, PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO, DIALOGISMO<br />

TÍTULO: “QUANDO CRESCER, VOU SER...”: ANALISANDO A DESIGUALDADE DE GÊNERO EM<br />

UMA SEÇÃO DA REVISTA “CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS”<br />

AUTOR(ES): ANDRÉA FERNANDES COSTA<br />

RESUMO: Acredita-se que a educação ao contribuir para a construção das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero po<strong>de</strong>, também, ajudar a<br />

<strong>de</strong>snaturalizar e a <strong>de</strong>sconstruir a assimetria <strong>de</strong> gênero, questionan<strong>do</strong> as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sta. Em todas as esferas<br />

educacionais (formal, não formal e informal), esbarramos com uma série <strong>de</strong> limitações à promoção da igualda<strong>de</strong>, a medida<br />

que algumas práticas pedagógicas, discursos..., insistem em veicular concepções sobre as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> homens e mulheres<br />

que contribuem para a perpetuação <strong>de</strong> estereótipos que po<strong>de</strong>m influenciar nas escolhas <strong>de</strong> meninas e mulheres jovens<br />

quanto aos seus <strong>de</strong>stinos, tanto em nível pessoal quanto profissional. Neste trabalho abordamos a maneira <strong>de</strong>sigual com<br />

que os gêneros são trata<strong>do</strong>s nos textos veicula<strong>do</strong>s na seção “Quan<strong>do</strong> crescer, vou ser...”, existente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001 na revista<br />

“Ciência Hoje das Crianças”. Com tiragem mensal <strong>de</strong> 230 mil exemplares, a única revista periódica sobre ciências voltada<br />

para o público infantil. Ao analisarmos todas as edições da revista disponíveis na internet que apresentavam na íntegra a<br />

referida seção, i<strong>de</strong>ntificamos 50 textos que foram analisa<strong>do</strong>s. Um primeiro problema que se coloca é maneira <strong>de</strong> se referir<br />

ao profissional, astrônomo, arquiteto..., ou seja na maior parte das vezes (72%) no gênero masculino e poucas vezes (28%)<br />

a profissão é colocada <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que abranja ambos os gêneros. Essa po<strong>de</strong> ser uma limitação imposta pela língua, no entanto<br />

a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> entre os gêneros é também i<strong>de</strong>ntificada nas imagens que ilustram os/as profissionais, bem como na seleção<br />

<strong>do</strong>s/as entrevista<strong>do</strong>s (67,4% homens e 32,6% mulheres), dan<strong>do</strong> maior <strong>de</strong>staque a participação masculina, em <strong>de</strong>trimento<br />

da feminina, no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho e no campo da pesquisa científica. Analisamos, a partir da categoria gênero, as limitações<br />

educacionais impostas pelo uso exclusivo da linguagem masculina presente em alguns textos <strong>de</strong> divulgação científica,<br />

bem como a relativa invisibilida<strong>de</strong> feminina nestes.<br />

PALAVRAS-CHAVE: GENERO, LINGUAGEM, DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA<br />

TÍTULO: ENSAIAR TRANSVÊR O MUNDO – UM PAPEL QUE SE APRENDE COM OS SENTIDOS.<br />

AUTOR(ES): ANTONIO LUÍS DE QUADROS ALTIERI<br />

RESUMO: Esse texto é um ensaio <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>. O olho vê: a aprendizagem dá-se na prática artística, na concretização<br />

mesma da criação, como processo em que procedimentos são aplica<strong>do</strong>s com abertura <strong>do</strong>s sujeitos para a formação - em<br />

composição, questiona<strong>do</strong>s prontamente nos percursos criativos, constituem-se os artistas len<strong>do</strong> e expressan<strong>do</strong>. A lembrança<br />

revê: ocorreram em socieda<strong>de</strong> experiências leitoras <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> que se expressaram como arte e se fizeram acessíveis graças à<br />

prática e meto<strong>do</strong>logia. Aconteceram como ensaios com práticas <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> em educação, não formais. Aprendiza<strong>do</strong>s foram<br />

origina<strong>do</strong>s na criação, mas também a originaram - ‘coro <strong>de</strong> cabritos’, mimos ambulantes. Era ‘pão na troca’ a improvisada arte<br />

que <strong>de</strong>pois se fez técnica e prática tradicionais. No <strong>Brasil</strong> inicial, já inventa<strong>do</strong> por uns e ‘empossa<strong>do</strong> <strong>de</strong>scoberto’ por outros,<br />

se fez arte nos tributos a terra, água, ventos e fogo, para o benefício e bem estar da tribo e nos processos colonizatórios - encontro<br />

forja<strong>do</strong> entre as culturas e os po<strong>de</strong>res. Jesuítas e índios, conheceram-se e interagiram na difícil tarefa da disputa pelo<br />

po<strong>de</strong>r e na invenção <strong>de</strong> elos (nheengatu) - submissão ou resistência. Muito mais tar<strong>de</strong>, novos saberes, frutos <strong>do</strong>s movimentos,<br />

se fizeram originais porque se inventaram, novamente: por meio <strong>de</strong> novas práticas e novas técnicas, na agitação da resistência,<br />

novos senti<strong>do</strong>s construí<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ram púberes significa<strong>do</strong>s aos enca<strong>de</strong>amentos sonoros, gestuais e gráficos e, contrária à força da<br />

repressão ou da massificação, a criação ganhou dimensões <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> da vida. Cresceu e tornou-se<br />

adulta. Como educação não-formal, as artes forjaram <strong>do</strong>centes na leitura a malho e fogo. A imaginação transvê: ‘aponta para<br />

os chapadões meu nariz’ que sentiu 1968 na ‘zabumba’ da cartilha, na ilha <strong>de</strong> ‘Robson Crusoé’ e no ‘Meu pé <strong>de</strong> laranja lima’ e<br />

sente 2008, 2009, 2010 na imaginação, e mais...Que práticas nos aguardam?<br />

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO NÃO FORMAL, ARTE, SENTIDO<br />

507

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!