28.06.2013 Views

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Mídia, Educação e <strong>Leitura</strong><br />

caminho que percorremos consi<strong>de</strong>rou o ato <strong>de</strong> ler como sen<strong>do</strong> constituição e reconstituição <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s. Porém, nosso<br />

interesse é <strong>de</strong>monstrar os efeitos com que o autor marcou seu texto e não <strong>de</strong>svendar suas intencionalida<strong>de</strong>s ou propor<br />

uma leitura correta <strong>do</strong> texto. Ao ler “O Homem da Multidão” investigamos os vestígios <strong>de</strong> uma arqueologia <strong>do</strong> cinema na<br />

literatura, ou seja, da arte da luz e da sombra que está ao mesmo tempo no leitor e no autor. Como leitores, utilizamos <strong>de</strong><br />

nossa cultura visual contemporânea para i<strong>de</strong>ntificar uma forma <strong>de</strong> composição específica que vai ao encontro das fantasmagorias<br />

no final <strong>do</strong> século XVIII e das lanternas mágicas <strong>do</strong> século XIX. Nosso objetivo é <strong>de</strong>monstrar como Poe, neste<br />

conto, compõe suas imagens literárias com a luz. O autor cria um narra<strong>do</strong>r que persegue um andarilho fazen<strong>do</strong>-nos vê-lo<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a iluminação que ele indicia no texto. Pelo fato <strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r também ser uma personagem o conto cria uma<br />

co-fusão semelhante à co-fusão que o cinema cria em nossas categorias mentais <strong>de</strong> interação com a realida<strong>de</strong> ao utilizar os<br />

códigos <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> que apresenta em forma <strong>de</strong> luz e sombras nas telas. Somos leva<strong>do</strong>s, então, a acreditar na idiossincrasia<br />

<strong>do</strong> andarilho, pois o movimento da leitura nos dá um movimento semelhante ao que cinema nos propõe, ou seja, olharmos<br />

as figuras reais <strong>de</strong>scritas e compostas pela luz e não a câmera que as narra.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA, CINEMA, LITERATURA<br />

TÍTULO: MÍDIA E EDUCAÇÃO CORPORATIVA: O QUE AS REVISTAS NOS ENSINAM<br />

AUTOR(ES): CLAUDIA FALAVIGNA ABBUD, MARIA ISABEL EDELWEISS BUJES<br />

RESUMO: Na perspectiva <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s Culturais em Educação <strong>de</strong> orientação pós-estruturalista, o presente artigo consiste<br />

em analisar as transformações que estão em curso no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho, produzidas pelo discurso neoliberal. Para isso,<br />

valemo-nos <strong>do</strong>s artigos <strong>de</strong> capa da revista Melhor: gestão <strong>de</strong> pessoas, <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2007, cujos alvos são os gestores <strong>de</strong> RH das<br />

empresas brasileiras. Produzin<strong>do</strong> uma análise <strong>do</strong> discurso <strong>de</strong> inspiração foucaultiana, buscamos, a partir das formulações<br />

discursivas presentes nas revistas, problematizar como tais materiais, com seus vocabulários, seus mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> dizer, seus<br />

raciocínios e formas <strong>de</strong> argumentar, promovem a circulação <strong>de</strong> saberes e divulgam <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s conhecimentos estabeleci<strong>do</strong>s<br />

para a área <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> pessoas, que são reconheci<strong>do</strong>s pelos leitores como verda<strong>de</strong>iros. O discurso da mídia escrita<br />

em torno <strong>do</strong> tema da educação corporativa torna-se mais uma estratégia ativa e operante, capaz <strong>de</strong> ensinar, fazer circular<br />

informações, bem como conduzir os sujeitos a se enquadrarem nos protocolos das profissões contemporâneas. A análise<br />

realizada permite afirmar que a discursivida<strong>de</strong> ali apresentada, compõe um conjunto <strong>de</strong> estratégias e práticas <strong>de</strong> governamento<br />

para moldar as condutas, na busca <strong>de</strong> garantir a máxima produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res. Ao problematizar como<br />

os gestores <strong>de</strong> Recursos Humanos – como representantes <strong>do</strong> sistema organizacional – contribuem para fazer funcionar as<br />

tendências corporativas, apontamos para o mo<strong>do</strong> como discursos, mecanismos e estratégias <strong>de</strong> governamento se articulam<br />

para fabricar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> sujeitos trabalha<strong>do</strong>res.<br />

PALAVRAS-CHAVE: MÍDIA, GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, PRÁTICAS DE GOVERNAMENTO<br />

TÍTULO: LEITURA DE IMAGEM E LEITURA DE MUNDO: EXPERIÊNCIA DE OUTRAS<br />

LINGUAGENS NA EDUCAÇÃO, DA FOTOGRAFIA AO CINEMA.<br />

AUTOR(ES): CLÁUDIO MARQUES DA SILVA NETO<br />

RESUMO: A oficina apresentará um projeto <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> numa escola pública municipal da capital paulista,<br />

o qual utilizava a fotografia e a linguagem <strong>do</strong> cinema como meto<strong>do</strong>logias para <strong>de</strong>senvolver temáticas <strong>de</strong>finidas no Projeto<br />

Pedagógico da escola, volta<strong>do</strong>s para a leitura e reflexão da realida<strong>de</strong>. Este projeto tinha como público alvo tanto a equipe<br />

<strong>do</strong>cente e a equipe técnica da instituição educacional quanto os alunos, sen<strong>do</strong> implementa<strong>do</strong> nos três perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> funcionamento,<br />

inclusive na Educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos. Contava com financiamento da FAPESP, sob coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Prof. Dr.<br />

José Sérgio Fonseca <strong>de</strong> Carvalho, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Filosofia da Educação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo. A integração ente a universida<strong>de</strong> e a escola foi possível por iniciativa <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente da instituição escolar,<br />

insatisfeita com a falta <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res que revelassem o nível <strong>de</strong> progresso <strong>do</strong>s alunos, sobretu<strong>do</strong> no que dizia respeito aos<br />

i<strong>de</strong>ais proclama<strong>do</strong>s no Projeto Político Pedagógico, mais precisamente com relação ao grau <strong>de</strong> letramento e ao objetivo da<br />

formação para a cidadania. Indagava-se sobre o grau <strong>de</strong> consecução da meta que mesmo consi<strong>de</strong>rada pretensiosa para a<br />

realida<strong>de</strong> social brasileira, era entendida como necessária para a qualida<strong>de</strong> social da educação pretendida. Para tanto, o i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong> aluno <strong>de</strong>veria ser repensa<strong>do</strong>, rompen<strong>do</strong> com a apatia e a submissão, abrin<strong>do</strong> espaço para o <strong>de</strong>bate e construção coletiva,<br />

próprios da natureza da educação voltada para a formação <strong>de</strong> valores públicos.<br />

PALAVRAS-CHAVE: FOTOGRAFIA, CINEMA, EDUCAÇÃO<br />

TÍTULO: LEITURA E MOVIMENTOS DO SUJEITO NO DISCURSO MÍDIATICO<br />

AUTOR(ES): CYNARA MARIA ANDRADE TELLES<br />

RESUMO: Utilizaremos como referencial teórico a Análise <strong>do</strong> Discurso <strong>de</strong> filiação francesa, que marca seu lugar na<br />

ciência apoiada na materialida<strong>de</strong> da língua, contextualizada num processo histórico. Denominada uma disciplina <strong>de</strong> interpretação,<br />

trabalha num vaivém <strong>de</strong> um já-dito, com senti<strong>do</strong>s já legitima<strong>do</strong>s antes e em algum lugar, e a possibilida<strong>de</strong> para<br />

a abertura <strong>de</strong> novos senti<strong>do</strong>s, por meio da <strong>de</strong>riva, da paráfrase, e da metáfora. Por isso, os gestos <strong>de</strong> leitura perpassam as<br />

questões ligadas à i<strong>de</strong>ologia e ao inconsciente, possibilitan<strong>do</strong> a interpretação <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s que vão além <strong>do</strong> literal. Nosso foco<br />

principal para a escuta <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> leitura está ligada ao conceito <strong>de</strong> sujeito faltoso, marca<strong>do</strong> por um caráter singular,<br />

e que circula por várias posições discursivas. Preten<strong>de</strong>mos, a partir da análise <strong>de</strong> muitas vozes faladas em uma reportagem<br />

jornalística sobre o autismo, apontar a heterogeneida<strong>de</strong> e os furos que marcam esse discurso. Amparadas em conceitos<br />

teóricos, tais como discurso, i<strong>de</strong>ologia, memória e apoiadas nas manifestações da língua, realizaremos duas análises interpretativas<br />

das marcas <strong>do</strong> discurso midiático. Buscaremos, através <strong>de</strong>stas análises, seguir os movimentos <strong>do</strong> sujeito que<br />

segue migran<strong>do</strong> <strong>de</strong> um lugar para outro, estabilizan<strong>do</strong> alguns senti<strong>do</strong>s e silencian<strong>do</strong> outros. Com referência ao discurso<br />

jornalístico, a AD o consi<strong>de</strong>ra uma instituição representante <strong>do</strong>s aparelhos i<strong>de</strong>ológicos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>; uma posição<br />

sujeito, que representa as vozes <strong>de</strong> muitos outros na transmissão da notícia e <strong>do</strong>s fatos, e que, portanto, migra por posições<br />

discursivas diversas. Em nosso trabalho interpretativo, realizaremos a análise discursiva <strong>do</strong>s dizeres que a mídia impressa e<br />

eletrônica faz circular senti<strong>do</strong>s sobre o autismo.<br />

PALAVRAS-CHAVE: DISCURSO MIDIÁTICO, SUJEITO, AUTISMO<br />

445

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!