2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

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28.06.2013 Views

Letramento e Alfabetização por vários estudiosos. Esta pesquisa tem o objetivo de analisar o uso que o professor faz das propostas de produção de texto do livro didático de português, doravante LDP de 3ª série do Ensino Fundamental e as condições de produção oferecidas ao aluno para produzir textos. Vale destacar, que esse estudo é um recorte de uma pesquisa desenvolvida no curso de mestrado, do Centro de Educação (CEDU) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) no período de 2006 a 2008. Consideramos os fundamentos advogados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que orientam o processo de escritura e constatamos de que forma a prática do professor contribui para a formação de escritores competentes na escola. Constatamos que, as propostas de produção de textos desenvolvidas nas escolas pesquisadas, a partir do livro didático, são raras e atrela-se a uma prática tradicional que pouco favorece à formação de escritores. Além disso, as oportunidades que os alunos encontram para produzir textos são insuficientes para a compreensão da complexa tarefa de produzir textos. PALAVRAS-CHAVE: PRODUÇÃO DE TEXTO, LIVRO DIDÁTICO, ENSINO DE LÍNGUA TÍTULO: PRODUÇÃO DE IDENTIDADES EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO ESCOLAR: A ESCRITA DE SI EM NARRATIVAS FOTOGRÁFICAS AUTOR(ES): VALÉRIA BASTELLI PAGNAN RESUMO: Este texto apresenta a pesquisa Produção de identidades em práticas de letramento escolar: a escrita de si em narrativas fotográficas, que visa investigar as identidades constituintes a partir de práticas de letramento escolar. Ao olhar para a constituição dos sujeitos que perpassam a prática pedagógica, procuramos problematizar os efeitos de sentido produzidos dentro de uma proposta pedagógica orientada para a formação de sujeitos críticos na sociedade contemporânea. Para tanto, partimos da questão “Como é a escrita de si dentro de uma prática escolar?”. Desenvolvida durante as aulas de Língua Portuguesa em salas do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola pública em Amparo (SP), o corpus desta pesquisa é formado pelo conjunto das narrativas produzidas para acompanhar as fotos do tradicional álbum de fotos familiar, o qual, nesta prática, é (re)organizado pelos alunos, a partir de suas escolhas. A partir das representações sociais discutidas por Fairclough (1997, 2001a, 2003 a), cuja referência teórica está em Bakhtin (1997) e em Foucault (1979), nossos referenciais para a análise dos processos de subjetivação destes sujeitos são as perspectivas de Hall (2005) que abarcam as identidades culturais na contemporaneidade, bem como a concepção de identidade líquido-moderna defendida por Bauman (1999; 2005). Contempla-se também o estudo de como as práticas de letramento escolar abarcam os sujeitos da sociedade atual (Kleiman, 2005; Street, 1984). PALAVRAS-CHAVE: PRÁTICAS DE LETRAMENTO, NARRATIVAS FOTOGRÁFICAS, IDENTIDADES SESSÃO - LETRAMENTO E ALFABETIzAÇÃO 38 DIA: 23/07/2009 - Quinta-Feira – das 14:00 as 15:00 horas LOCAL: Faculdade de Educação - FE - SALA: ED 09 TÍTULO: GÊNERO DO DISCURSO E ATIVIDADE: ELEMENTOS PARA A CONSTITUIÇÃO DO LEITOR AUTOR(ES): VANESSA ALVES DO PRADO RESUMO: O trabalho analisa a situação de leitura de dois textos de divulgação científica, por alunos da terceira série de uma escola estadual pertencente à Diretoria de Ensino da Região de Marília - SP, com o objetivo de verificar a reação dos alunos diante de duas propostas de leitura: a primeira proposta caracterizada como uma tarefa a cumprir sem objetivos prévios e explícitos aos alunos e a segunda, coordenada de forma que antecipasse o objetivo da leitura, proporcionando ao leitor um comportamento ativo perante o texto, com a finalidade de ler para encontrar respostas e ter condições de apropriar-se do conhecimento científico veiculado pelo texto. A investigação fundamenta-se nos estudos de Vygotski e Leontiev, com destaque para os conceitos de atividade, relações interpsíquicas e ensino, Bakhtin, no que se refere ao gênero do discurso, interação verbal, tema e significação, Foucambert e Smith, dentre outros que tratam sobre a leitura como produção do sentido. As conclusões indicam que a situação de leitura não orientada inibiu a interação entre os alunos, por se sentirem inseguros em relação ao tema e provocou lacunas na compreensão do texto. Entretanto, na leitura dirigida, com o gênero definido e o tema lançado, os alunos puderam elaborar hipóteses a partir dos conhecimentos cotidianos e na interação com os outros interlocutores, o conhecimento cientifico ganhou forma e foi concretizado mediante a leitura do texto. PALAVRAS-CHAVE: ATIVIDADE DE LEITURA, TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTIFICA, INTERAÇÃO TÍTULO: O CIRCO (RE)CRIADO POR CRIANÇAS DA SÉRIE AUTOR(ES): VANESSA CRISTINA SCARINGI RESUMO: O tema central deste projeto diz respeito a inserção e interação de um aluno circense numa sala de aula, por meio da proposta sócio- construtivista da Pedagogia por Projetos de Jolibert (1994, 2006). Em setembro de 2008, numa classe de 2° série (7-8 anos) de escola pública, a chegada de um aluno, advindo de circo, instigou a turma a elaborar um projeto sobre a vida no circo, com vistas a conhecê-lo melhor. Foi feito o planejamento do projeto, especificando o contrato individual e coletivo dos acontecimentos. A primeira etapa consistiu na elaboração, em conjunto com os alunos, das perguntas para a entrevista ao aluno circense, as quais foram selecionadas com o auxílio do professor e executadas em formato talk show. A partir disso foi possível construir uma nova ferramenta de apoio, tal como, as fichas de sinônimos. Outras ferramentas, como dicionários e a superestrutura textual foram consultadas. Inspirados pelas descobertas que fizeram, os alunos acrescentaram uma nova etapa ao projeto: “Tarde do Palhaço”, onde propuseram vivenciar o papel do artista na sala de aula, fazendo o uso de diversas ferramentas de trabalho, incluindo: piadas pesquisadas na internet; consulta de livros para a escolha das mágicas; figurinos requisitados à coordenação da escola através de requerimento; cartaz, convites e maquiagem do circo trazidos pelo palhacinho, etc. Como encerramento, foi realizada uma roda da conversa onde todos 360

Letramento e Alfabetização puderam fazer suas colocações, expondo os aspectos positivos e negativos, dentro da auto e co-avaliação, como sugere Jolibert (2006). Os resultados indicaram um aumento na participação dos alunos em todas as etapas, tais como, na leitura, na escrita, na expressão corporal, além da construção do respeito mútuo entre o grupo, e entre o grupo e o aluno advindo do circo, por meio da construção de novas regras como por exemplo do como tratar as diferenças. PALAVRAS-CHAVE: ALFABETIZAÇÃO, ENSINO FUNDAMENTAL, PEDAGOGIA POR PROJETOS TÍTULO: LEITURAS E ESCRITAS NO COTIDIANO DO TRABALHADOR AUTOR(ES): VANESSA DE ABREU CAMASMIE RESUMO: Esta comunicação apresentará o projeto “Leituras e escritas no cotidiano do trabalhador” desenvolvido no ano de 2008 e realizado pelo Programa de Alfabetização, Documentação e Informação (PROALFA) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Diretoria de Administração do Campus (DIRAC) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). O projeto foi desenvolvido em uma classe de adultos trabalhadores terceirizados da Fundação em processo de alfabetização e letramento. O objetivo geral foi propiciar situações de ensino e aprendizagem que aprimorassem a leitura e a produção de textos orais e escritos, desenvolvessem o pensamento crítico e colaborassem na releitura do mundo de trabalho dos alunos. A organização didático-pedagógica do projeto se deu pela metodologia de projetos de trabalho: ao fim do projeto foi produzido o livro ‘Nunca é tarde para aprender’ com as histórias de vida dos alunos, composto, basicamente, de três partes: relatos de amor, relatos de trabalho e relatos sobre os passeios pedagógicos realizados pela classe. Para tal projeto foi criada uma rotina, ou seja, um conjunto de atividades didático-pedagógicas que ocorrem com freqüência, previamente, estipulada. A rotina foi organizada da seguinte forma: para cada dia da semana, houve um tipo de aula diferente, como: segunda-feira, roda de notícias; terça-feira, produção textual; quarta-feira, tema do projeto; quinta-feira, análise lingüística e sexta-feira, oficina de leitura. Ao longo do trabalho, foram produzidos diferentes materiais, realizadas visitas a espaços culturais, participações a eventos da instituição e assistidos filmes brasileiros. Esta comunicação será dividida em dois momentos: apresentação do projeto pedagógico e relato do processo de produção do livro. PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA, PRODUÇÃO TEXTUAL, ALUNOS TRABALHADORES TÍTULO: AS RASURAS EM TEXTOS DE ALUNOS CONSIDERADOS ANALFABETOS FUNCIONAIS AUTOR(ES): VERA LUCIA PIRES RESUMO: Esta pesquisa buscará refletir sobre as rasuras na escrita de crianças com problemas no processo de alfabetização. As perguntas, norteadoras do trabalho são: No que se concebe como analfabetismo funcional, há ocorrência de rasuras?; Quando encontradas, como as rasuras têm sido interpretadas (caso sejam)?; O que a rasura ou sua ausência permitem dizer sobre o que se entende por “analfabetismo funcional”?; Qual a função das rasuras no processo de alfabetização? Nos textos das crianças há sempre incorporação de pedaços de textos, esses restos se inscrevem em sua escrita como um “corpo estranho” (PERRRONI, 1992). Deve-se assumir que, dada sua presença nas escritas de crianças, que esses “pedaços de textos”, têm função constitutiva no processo de alfabetização. As rasuras incidirão sobre esses textos estranhos em momento particular de seu processo de entrada na escrita. Para tratar da rasura no texto escrito infantil, recorro ao Interacionismo, conforme proposta de De Lemos (1992), particularmente às “três posições” da criança, que, segundo ela, respondem pelas mudanças no processo de aquisição da linguagem: na primeira posição, predomina, na produção da criança, a presença de pedaços de enunciados do outro; na segunda posição, as produções das crianças são perpassadas por erros, indicativos do distanciamento do outro e do movimento da língua em suas produções; e na terceira posição, emergem rasuras e reformulações, que são indicativas de presença de uma “escuta” para a própria fala ou escrita. Segundo De Lemos (2002), na terceira posição a criança se divide entre aquele que fala e aquele que escuta a própria fala/escrita e a do outro. Considerando-se a natureza da pesquisa, as rasuras em escritas de crianças com problemas na alfabetização serão assumidas como índices de escuta da própria escrita que merecem ser investigadas já que essa escuta não parece impulsionar o movimento na direção da escrita constituída. PALAVRAS-CHAVE: ANALFABETISMO FUNCIONAL, RASURAS, ESCUTA DA PRÓPRIA ESCRITA TÍTULO: ENCONTROS E DESENCONTROS ENTRE AS CONCEPÇõES TEÓRICAS E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORES ALFABETIZADORES. AUTOR(ES): VIVIANE DO ROCIO BARBOSA RESUMO: Estudo que discute convergências e divergências observadas no discurso e na prática pedagógica de professores alfabetizadores, a partir da análise dos encaminhamentos metodológicos utilizados e da fala proferida pelas participantes investigadas em relação aos pressupostos teóricos do processo de alfabetização. Participaram da pesquisa cinco professoras alfabetizadoras, atuantes no 2º ano do Ensino Fundamental, da Rede Municipal de Ensino de Curitiba, sendo estas divididas em dois grupos: duas com menos de cinco anos de atuação na alfabetização e três com mais de cinco anos de experiência nesta área. A coleta de dados pautou-se em oito dias de observação em sala de aula e entrevistas individuais. Após este procedimento verificou-se que há pontos de convergência e divergência entre os discursos e as práticas desenvolvidas pelas professoras. Revela que, independentemente do tempo de experiência das professoras, existe carência de uma formação mais sólida que melhor as respalde para o trabalho na alfabetização (domínio das teorias sobre a linguagem escrita - enquanto objeto de conhecimento, e conteúdo didático-metodológico para trabalhar com este objeto). Evidencia que as professoras participantes buscam, em seu discurso, formar leitores e escritores ativos, porém a prática não retrata isso. A prática analisada demonstra preocupação maior com o desenvolvimento de aspectos fonológicos da linguagem, sendo praticamente inexistente a dinâmica com ênfase nas habilidades pragmáticas, sintáticas e semânticas. O presente estudo considera relevante a revisão dos conteúdos curriculares desenvolvidos nos cursos de formação inicial de professores que atuarão na alfabetização numa nova investigação mais apurada com este foco, bem como aponta a importância de se proporcionar aos alfabetizadores uma formação continuada voltada para questões teóricas e práticas do processo de ensino/aprendizagem da linguagem escrita. PALAVRAS-CHAVE: ALFABETIZAÇÃO, PRÁTICA PEDAGÓGICA NA ALFABETIZAÇÃO, CONCEPÇÃO TEÓRICA DE PROFESSORES ALFABETIZADORES 361

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pu<strong>de</strong>ram fazer suas colocações, expon<strong>do</strong> os aspectos positivos e negativos, <strong>de</strong>ntro da auto e co-avaliação, como sugere<br />

Jolibert (2006). Os resulta<strong>do</strong>s indicaram um aumento na participação <strong>do</strong>s alunos em todas as etapas, tais como, na leitura,<br />

na escrita, na expressão corporal, além da construção <strong>do</strong> respeito mútuo entre o grupo, e entre o grupo e o aluno advin<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> circo, por meio da construção <strong>de</strong> novas regras como por exemplo <strong>do</strong> como tratar as diferenças.<br />

PALAVRAS-CHAVE: ALFABETIZAÇÃO, ENSINO FUNDAMENTAL, PEDAGOGIA POR PROJETOS<br />

TÍTULO: LEITURAS E ESCRITAS NO COTIDIANO DO TRABALHADOR<br />

AUTOR(ES): VANESSA DE ABREU CAMASMIE<br />

RESUMO: Esta comunicação apresentará o projeto “<strong>Leitura</strong>s e escritas no cotidiano <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r” <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no<br />

ano <strong>de</strong> 2008 e realiza<strong>do</strong> pelo Programa <strong>de</strong> Alfabetização, Documentação e Informação (PROALFA) da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e a Diretoria <strong>de</strong> Administração <strong>do</strong> Campus (DIRAC) da Fundação Oswal<strong>do</strong> Cruz (FIOCRUZ).<br />

O projeto foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em uma classe <strong>de</strong> adultos trabalha<strong>do</strong>res terceiriza<strong>do</strong>s da Fundação em processo <strong>de</strong> alfabetização<br />

e letramento. O objetivo geral foi propiciar situações <strong>de</strong> ensino e aprendizagem que aprimorassem a leitura e a produção<br />

<strong>de</strong> textos orais e escritos, <strong>de</strong>senvolvessem o pensamento crítico e colaborassem na releitura <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong>s<br />

alunos. A organização didático-pedagógica <strong>do</strong> projeto se <strong>de</strong>u pela meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> trabalho: ao fim <strong>do</strong> projeto<br />

foi produzi<strong>do</strong> o livro ‘Nunca é tar<strong>de</strong> para apren<strong>de</strong>r’ com as histórias <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s alunos, composto, basicamente, <strong>de</strong> três<br />

partes: relatos <strong>de</strong> amor, relatos <strong>de</strong> trabalho e relatos sobre os passeios pedagógicos realiza<strong>do</strong>s pela classe. Para tal projeto<br />

foi criada uma rotina, ou seja, um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s didático-pedagógicas que ocorrem com freqüência, previamente,<br />

estipulada. A rotina foi organizada da seguinte forma: para cada dia da semana, houve um tipo <strong>de</strong> aula diferente, como:<br />

segunda-<strong>feira</strong>, roda <strong>de</strong> notícias; terça-<strong>feira</strong>, produção textual; quarta-<strong>feira</strong>, tema <strong>do</strong> projeto; quinta-<strong>feira</strong>, análise lingüística<br />

e sexta-<strong>feira</strong>, oficina <strong>de</strong> leitura. Ao longo <strong>do</strong> trabalho, foram produzi<strong>do</strong>s diferentes materiais, realizadas visitas a espaços<br />

culturais, participações a eventos da instituição e assisti<strong>do</strong>s filmes brasileiros. Esta comunicação será dividida em <strong>do</strong>is momentos:<br />

apresentação <strong>do</strong> projeto pedagógico e relato <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> livro.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LITERATURA, PRODUÇÃO TEXTUAL, ALUNOS TRABALHADORES<br />

TÍTULO: AS RASURAS EM TEXTOS DE ALUNOS CONSIDERADOS ANALFABETOS FUNCIONAIS<br />

AUTOR(ES): VERA LUCIA PIRES<br />

RESUMO: Esta pesquisa buscará refletir sobre as rasuras na escrita <strong>de</strong> crianças com problemas no processo <strong>de</strong> alfabetização.<br />

As perguntas, nortea<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> trabalho são: No que se concebe como analfabetismo funcional, há ocorrência <strong>de</strong> rasuras?;<br />

Quan<strong>do</strong> encontradas, como as rasuras têm si<strong>do</strong> interpretadas (caso sejam)?; O que a rasura ou sua ausência permitem dizer sobre<br />

o que se enten<strong>de</strong> por “analfabetismo funcional”?; Qual a função das rasuras no processo <strong>de</strong> alfabetização? Nos textos das<br />

crianças há sempre incorporação <strong>de</strong> pedaços <strong>de</strong> textos, esses restos se inscrevem em sua escrita como um “corpo estranho”<br />

(PERRRONI, 1992). Deve-se assumir que, dada sua presença nas escritas <strong>de</strong> crianças, que esses “pedaços <strong>de</strong> textos”, têm<br />

função constitutiva no processo <strong>de</strong> alfabetização. As rasuras incidirão sobre esses textos estranhos em momento particular <strong>de</strong><br />

seu processo <strong>de</strong> entrada na escrita. Para tratar da rasura no texto escrito infantil, recorro ao Interacionismo, conforme proposta<br />

<strong>de</strong> De Lemos (1992), particularmente às “três posições” da criança, que, segun<strong>do</strong> ela, respon<strong>de</strong>m pelas mudanças no processo<br />

<strong>de</strong> aquisição da linguagem: na primeira posição, pre<strong>do</strong>mina, na produção da criança, a presença <strong>de</strong> pedaços <strong>de</strong> enuncia<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> outro; na segunda posição, as produções das crianças são perpassadas por erros, indicativos <strong>do</strong> distanciamento <strong>do</strong> outro e<br />

<strong>do</strong> movimento da língua em suas produções; e na terceira posição, emergem rasuras e reformulações, que são indicativas <strong>de</strong><br />

presença <strong>de</strong> uma “escuta” para a própria fala ou escrita. Segun<strong>do</strong> De Lemos (2002), na terceira posição a criança se divi<strong>de</strong> entre<br />

aquele que fala e aquele que escuta a própria fala/escrita e a <strong>do</strong> outro. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se a natureza da pesquisa, as rasuras em<br />

escritas <strong>de</strong> crianças com problemas na alfabetização serão assumidas como índices <strong>de</strong> escuta da própria escrita que merecem<br />

ser investigadas já que essa escuta não parece impulsionar o movimento na direção da escrita constituída.<br />

PALAVRAS-CHAVE: ANALFABETISMO FUNCIONAL, RASURAS, ESCUTA DA PRÓPRIA ESCRITA<br />

TÍTULO: ENCONTROS E DESENCONTROS ENTRE AS CONCEPÇõES TEÓRICAS E A PRÁTICA<br />

PEDAGÓGICA DE PROFESSORES ALFABETIZADORES.<br />

AUTOR(ES): VIVIANE DO ROCIO BARBOSA<br />

RESUMO: Estu<strong>do</strong> que discute convergências e divergências observadas no discurso e na prática pedagógica <strong>de</strong> professores<br />

alfabetiza<strong>do</strong>res, a partir da análise <strong>do</strong>s encaminhamentos meto<strong>do</strong>lógicos utiliza<strong>do</strong>s e da fala proferida pelas participantes<br />

investigadas em relação aos pressupostos teóricos <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> alfabetização. Participaram da pesquisa cinco<br />

professoras alfabetiza<strong>do</strong>ras, atuantes no 2º ano <strong>do</strong> Ensino Fundamental, da Re<strong>de</strong> Municipal <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Curitiba, sen<strong>do</strong><br />

estas divididas em <strong>do</strong>is grupos: duas com menos <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong> atuação na alfabetização e três com mais <strong>de</strong> cinco anos<br />

<strong>de</strong> experiência nesta área. A coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s pautou-se em oito dias <strong>de</strong> observação em sala <strong>de</strong> aula e entrevistas individuais.<br />

Após este procedimento verificou-se que há pontos <strong>de</strong> convergência e divergência entre os discursos e as práticas <strong>de</strong>senvolvidas<br />

pelas professoras. Revela que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> experiência das professoras, existe carência <strong>de</strong><br />

uma formação mais sólida que melhor as respal<strong>de</strong> para o trabalho na alfabetização (<strong>do</strong>mínio das teorias sobre a linguagem<br />

escrita - enquanto objeto <strong>de</strong> conhecimento, e conteú<strong>do</strong> didático-meto<strong>do</strong>lógico para trabalhar com este objeto). Evi<strong>de</strong>ncia<br />

que as professoras participantes buscam, em seu discurso, formar leitores e escritores ativos, porém a prática não retrata<br />

isso. A prática analisada <strong>de</strong>monstra preocupação maior com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aspectos fonológicos da linguagem,<br />

sen<strong>do</strong> praticamente inexistente a dinâmica com ênfase nas habilida<strong>de</strong>s pragmáticas, sintáticas e semânticas. O presente<br />

estu<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra relevante a revisão <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s curriculares <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s nos cursos <strong>de</strong> formação inicial <strong>de</strong> professores<br />

que atuarão na alfabetização numa nova investigação mais apurada com este foco, bem como aponta a importância<br />

<strong>de</strong> se proporcionar aos alfabetiza<strong>do</strong>res uma formação continuada voltada para questões teóricas e práticas <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

ensino/aprendizagem da linguagem escrita.<br />

PALAVRAS-CHAVE: ALFABETIZAÇÃO, PRÁTICA PEDAGÓGICA NA ALFABETIZAÇÃO, CONCEPÇÃO TEÓRICA<br />

DE PROFESSORES ALFABETIZADORES<br />

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