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2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

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17º COLE – É preciso transver o mun<strong>do</strong>.<br />

APRESENTAÇÃO<br />

A memória se faz presente no olho que vê o Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Resumos <strong>do</strong> 1º Congresso <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> – COLE —, nas prateleiras da secretaria da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

A capa traz a data – 23/24 set.1978 - e o local – Campinas. Traz ainda uma imagem, em<br />

tons <strong>de</strong> marrom, <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> livro semi-aberto. Diante <strong>de</strong>le, <strong>de</strong> costas para o leitor, um<br />

homem bem menor <strong>do</strong> que o livro espia suas páginas. O livro, em pé, gran<strong>de</strong>, imponente e<br />

altivo, oferece uma idéia <strong>do</strong> seu po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> sua importância para o homem que o abre, que o<br />

olha. Quer estar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le?<br />

Essa imagem da capa aparece reproduzida mais duas vezes, uma <strong>de</strong>ntro da outra.<br />

Jogo <strong>de</strong> sombra e <strong>de</strong> luz, espelhamento <strong>de</strong> imagens que multiplica um ato, um indivíduo, um<br />

objeto sucessivamente coloca<strong>do</strong>s próximos. Encontro marca<strong>do</strong>, necessário, multiplica<strong>do</strong>.<br />

Vamos abrir o Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Resumos. Duas epígrafes apresentam-se, uma abaixo da outra.<br />

A primeira transcreve um trecho <strong>de</strong> Osman Lins: “Tentar fazer com que o livro, para o gran<strong>de</strong><br />

público brasileiro, <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ser algo estranho e exótico...”. A outra, uma frase <strong>de</strong> Antonio<br />

Gramsci, reforça que o encontro não é casual, precisa ser provoca<strong>do</strong>, precisa ser uma ação<br />

política, para que não seja para poucos: “Já que o povo não vai ao livro (a um certo tipo <strong>de</strong><br />

livro, o <strong>do</strong>s literatos profissionais), então o livro irá ao povo [...] o livro <strong>de</strong>ve tornar-se intimamente<br />

nacional-popular [...] a fim <strong>de</strong> ir ao povo.”.<br />

Capa e epígrafes ganharam senti<strong>do</strong>s no momento social e político em que esse 1º COLE<br />

acontecia. Momento intenso, da<strong>do</strong> por palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, como liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>mocracia,<br />

conscientização, militância, transformação, crítica. Espaço para aglutinar e socializar idéias,<br />

projetos, experiências, até então silencia<strong>do</strong>s pela ditadura. Espaço coletivo <strong>de</strong> luta para a<br />

<strong>de</strong>mocratização da leitura.<br />

A Comissão Organiza<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>ste primeiro evento foi composta por um pequeno grupo<br />

<strong>de</strong> professores universitários e <strong>de</strong> bibliotecários, que naquela ocasião fundaram o<br />

COLE e o 1º Congresso <strong>de</strong> Biblioteconomia (1º COBI). As entida<strong>de</strong>s responsáveis pelo<br />

evento eram três: Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação da Unicamp (Departamento <strong>de</strong> Meto<strong>do</strong>logia<br />

<strong>de</strong> Ensino), Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Campinas (Secretaria <strong>de</strong> Cultura) e <strong>Associação</strong> Campineira<br />

<strong>do</strong>s Bibliotecários.<br />

Com 99 páginas, o Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Resumos <strong>de</strong>ste 1º COLE é dividi<strong>do</strong> em três partes: os<br />

resumos <strong>do</strong> 1º COLE (páginas 2 a 63); os <strong>do</strong> 1º COBI (páginas 64 a 84); e a avaliação <strong>do</strong><br />

1º COLE. São páginas datilografadas em máquina IBM, elétrica, num tempo em que os<br />

congressistas preenchiam a mão ou datilografavam as fichas <strong>de</strong> inscrição para participação<br />

e enviavam-nas pelo correio ou entregavam-nas diretamente na Secretaria Municipal<br />

<strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong> Campinas. Datilografa<strong>do</strong>, em preto e branco, sem imagens e sem sofisticação<br />

alguma no tipo <strong>de</strong> edição ou impressão, o Ca<strong>de</strong>rno materializa um tempo, registra<br />

idéias, põe-nos em contato com os primeiros i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>res e colabora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> COLE.<br />

Muitos ainda estão conosco, em corpo e alma.<br />

Outros da<strong>do</strong>s nos são ofereci<strong>do</strong>s. Duzentos e poucos congressistas participaram<br />

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