28.06.2013 Views

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Leitura</strong>, Escola, História<br />

tora Cristo-Rei e que fez muito sucesso na época. O livro foi republica<strong>do</strong> em 2008 pela Editora Lacruce, basea<strong>do</strong> em seu<br />

sucesso anterior. Além <strong>de</strong> sua linguagem envolvente e seu tom moralista, o livro reconta a trajetória escolar da autora, a<br />

Clarita, sen<strong>do</strong> permea<strong>do</strong> por lembranças e sauda<strong>de</strong>s. Maria Clarice estu<strong>do</strong>u no Colégio Progresso Campineiro no perío<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> 1914 a 1920. Esta instituição existe até hoje e foi fundada em 1900 por cinco campineiros ilustres - entre eles Orosimbo<br />

Maia - e que buscavam suprir a cida<strong>de</strong> com um estabelecimento <strong>de</strong> ensino laico para meninas da elite. Clarita foi interna<br />

<strong>de</strong>ste colégio, mostran<strong>do</strong>-se uma aluna geniosa e indisciplinada. O comportamento <strong>de</strong> Clarita é mostra<strong>do</strong> como negativo<br />

e suas faltas eram punidas com diversos castigos e sermões, que aos olhos da autora se mostraram a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s. Uma figura<br />

importante que estimulou Clarita a se comportar bem foi Dona Emília <strong>de</strong> Paiva Meira, a diretora da escola, que procurava<br />

inspirar a aluna ao bom comportamento por meio da fé religiosa. O tom moralista <strong>do</strong> livro se dá pela <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> diferentes<br />

momentos religiosos e conselhos basea<strong>do</strong>s na religião que a autora fornece. Além <strong>de</strong> ser uma leitura agradável, o<br />

livro traz o cotidiano <strong>de</strong> um internato feminino no início <strong>do</strong> século XX e que, apesar <strong>de</strong> ser laico, possui uma forte tônica<br />

religiosa, compreendida como um fator necessário à disciplina e à moralização das alunas, futuras mães e esposas na socieda<strong>de</strong>.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, “Clarita no Colégio“ se mostra uma fonte <strong>do</strong>cumental bastante rica para a compreensão <strong>de</strong>ste universo<br />

escolar. * pesquisa orientada pela profª drª Maria <strong>do</strong> Carmo Martins.<br />

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FEMININA, ENSINO RELIGIOSO, COLÉGIO PROGRESSO<br />

TÍTULO: RECONTANDO HISTÓRIAS: CONSTITUIÇÃO DO PROFESSOR – LEITOR E SEUS<br />

ITINERÁRIOS DE FORMAÇÃO<br />

AUTOR(ES): PRISCILA LICIA DE CASTRO CERQUEIRA<br />

RESUMO: Este trabalho surgiu como <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento da dissertação <strong>de</strong>senvolvida no Programa <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> em Educação<br />

e Contemporaneida<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia (UNEB) e tem como objetivo compreen<strong>de</strong>r como os mo<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> ler e interagir <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> estudantes <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Licenciatura em Pedagogia, <strong>do</strong> município <strong>do</strong> interior da Bahia,<br />

com o universo literário, como orientam e/ou influenciam a sua prática com a Literatura Infantil. O resgate das histórias <strong>de</strong><br />

leitura configura-se como estratégia significativa para suscitar discussões sobre as tensões que se inscrevem entre os espaços<br />

<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> leitores formais e informais e suas intersecções com a formação <strong>do</strong> professor – leitor. O aporte teórico, no<br />

campo da leitura, da literatura e da formação <strong>de</strong> professores contou com estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por autores consagra<strong>do</strong>s<br />

como Chartier (1990;1996), Larrosa (2002; 2005), Benjamin (1987), Nóvoa (1988;2000), Marcia Abreu (2001;2006), Tardif<br />

(2002), Zilberman (2005), <strong>de</strong>ntre outros. A pesquisa, <strong>de</strong> natureza qualitativa, teve como méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> pesquisa a abordagem<br />

(auto)biográfica. Para a coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foram utilizadas as entrevistas narrativas. Portanto, este estu<strong>do</strong> buscou dar visibilida<strong>de</strong><br />

às histórias <strong>de</strong> leituras e leitores para que se pu<strong>de</strong>sse compreen<strong>de</strong>r em que medida a formação e/ou auto-formação<br />

<strong>do</strong> professor leitor po<strong>de</strong> influenciar na sua prática <strong>do</strong>cente.<br />

PALAVRAS-CHAVE: FORMAÇÃO DE PROFESSORES, PRÁTICAS DE LEITURAS, FORMAÇÃO DO LEITOR<br />

TÍTULO: LENDO O ESPAÇO PARA COMPREENDER A HISTORICIDADE DA ESCOLA: UM ESTUDO<br />

SOBRE ALFABETIZAÇÃO PATRIMONIAL NA UMEI ARCA DE NOÉ.<br />

AUTOR(ES): PRISCILA PEDRO ANDRADE<br />

RESUMO: A presente comunicação visa compartilhar os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma pesquisa monográfica que teve como objetivo<br />

a leitura <strong>do</strong> espaço arquitetônico e relacional da Unida<strong>de</strong> Municipal <strong>de</strong> Educação Infantil “Arca <strong>de</strong> Noé“, uma escola localizada<br />

no município <strong>de</strong> São Gonçalo. Buscamos a partir da investigação <strong>do</strong> cotidiano escolar, através <strong>de</strong> uma perspectiva<br />

<strong>de</strong> “alfabetização patrimonial” (TAVARES, 2003, 2005), compreen<strong>de</strong>r o caráter político-epistemológico <strong>de</strong>ssa concepção<br />

alfabetiza<strong>do</strong>ra na escola. Procuramos levar em consi<strong>de</strong>ração a complexida<strong>de</strong> da escola, para além <strong>de</strong> seu caráter <strong>de</strong> sistema<br />

educativo, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que esta <strong>de</strong>ve ser um locus <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> leitores críticos <strong>de</strong> seu mun<strong>do</strong>, que privilegie a discussão<br />

e reflexão das questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política, econômica, cultural e social, bem como às políticas ligadas ao direito à escola e a<br />

educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Através <strong>de</strong> uma “escuta sensível” (BARBIER, 1992), fundamentada na perspectiva freireana (1986)<br />

<strong>de</strong> “leitura <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>” e trabalhan<strong>do</strong> no campo da “alfabetização patrimonial”, a escola foi tomada como um “livro <strong>de</strong><br />

espaços” (ALVAREZ, 1994), como um patrimônio que se encontra na materialida<strong>de</strong>, mas também em sua intangibilida<strong>de</strong>,<br />

que <strong>de</strong>ve ser li<strong>do</strong> e interroga<strong>do</strong>. Foi proposto um movimento <strong>de</strong> ler e complexificar o espaço físico e as “texturologias”<br />

(CERTEAU, 1994) que o compõe e conseqüentemente as relações e discursos que acabam por ser expressos através <strong>de</strong>stas,<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer a historicida<strong>de</strong> da escola e compreen<strong>de</strong>r o seu cotidiano. Neste senti<strong>do</strong>, foi possível apren<strong>de</strong>r<br />

sobre as diferentes lógicas que permeiam este espaço, bem como os impactos gera<strong>do</strong>s na vida <strong>do</strong>s sujeitos escolares, principalmente<br />

das crianças, levan<strong>do</strong> a compreensão <strong>de</strong> um projeto político para a infância.<br />

PALAVRAS-CHAVE: ALFABETIZAÇÃO PATRIMONIAL, COTIDIANO ESCOLAR, EDUCAÇÃO INFANTIL<br />

TÍTULO: UM PROGRAMA EM REVISTA – A SELEÇÃO NA ESCOLA NOS ANOS 1930.<br />

AUTOR(ES): REGINA CÂNDIDA ELLERO GUALTIERI<br />

RESUMO: Na capa <strong>do</strong>s exemplares da revista Escola Nova, órgão oficial da Diretoria Geral <strong>do</strong> Ensino <strong>de</strong> São Paulo, no<br />

início <strong>do</strong>s anos 1930, po<strong>de</strong>-se ler que sua seção bibliográfica seria organizada com o intuito <strong>de</strong> constituir um “repertório<br />

<strong>de</strong> informação retrospectiva e contemporânea da cultura pedagógica mundial, facilitan<strong>do</strong> aos professores a organização e<br />

orientação <strong>de</strong> suas leituras”. Entre 1930 e 1931, perío<strong>do</strong> em que Lourenço Filho esteve à frente da diretoria da instrução<br />

pública, foram edita<strong>do</strong>s 10 (<strong>de</strong>z) números <strong>de</strong>ssa revista, to<strong>do</strong>s temáticos, ou seja, as edições eram voltadas para um assunto<br />

específico. A intenção era prestar “assistência técnica” aos professores, oferecen<strong>do</strong>, “por baixo preço”, nas palavras <strong>do</strong><br />

diretor, “uma coleção <strong>de</strong> monografias” que incentivaria “o estu<strong>do</strong> aprofunda<strong>do</strong> <strong>de</strong> cada assunto”. O presente trabalho<br />

analisa a natureza e o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssas orientações e suas relações com uma questão relevante naquele momento e, particularmente,<br />

cara ao diretor da instrução pública: a “uniformização das classes e <strong>do</strong>s próprios méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ensino” como<br />

condição para reduzir as taxas <strong>de</strong> repetência e enfrentar o problema da não aprendizagem, <strong>do</strong>s “retarda<strong>do</strong>s pedagógicos”.<br />

A “uniformida<strong>de</strong> mental” das classes, a ser conseguida graças a uma organização baseada em processos seletivos <strong>de</strong> alunos<br />

com <strong>de</strong>sempenho intelectual, pretensamente semelhante, era vista como fator facilita<strong>do</strong>r da atuação <strong>do</strong>s professores e,<br />

por conseguinte, da aprendizagem. No entanto, os mecanismos para implementar tal proposta contribuíram para a construção<br />

<strong>de</strong> uma cultura escolar da meritocracia, da excelência que, ao mesmo tempo em que reforçava a superiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s coletivos, estimulava e promovia a exclusão escolar que constituiu a marca histórica da escola no <strong>Brasil</strong>, em<br />

294

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!