28.06.2013 Views

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Leitura</strong> e Escrita nas Socieda<strong>de</strong>s Indígenas<br />

expressas no papel, mediante uso <strong>de</strong> tecnologia não indígena, a escrita (ONG,1998) - fragmentos <strong>de</strong> seu universo cultural<br />

através <strong>de</strong> textos multimodais (THIAGO,2007). Analisamos que os textos apontam pistas que sugerem possível incorporação<br />

das práticas <strong>de</strong> escrita e leitura na escola e na vida da comunida<strong>de</strong> indígena como importantes elementos no que diz<br />

respeito a sua atual situação pós-contato com a socieda<strong>de</strong> não-indígena. No esforço <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a leitura e a escrita<br />

em língua portuguesa e na indígena, os discentes produzem pequenas narrativas que dialogam com o seu cotidiano como<br />

em: Meu pai matou paca. [...] Eu matei passarinho. A nosso ver, o texto cita<strong>do</strong> aponta para uma série <strong>de</strong> questões: a divisão<br />

entre fazeres <strong>do</strong>s adultos e tarefas <strong>de</strong> criança; exercícios <strong>de</strong> brincar que pedagogicamente o insere nas futuras práticas <strong>de</strong> um<br />

caça<strong>do</strong>r adulto que precisará ter habilida<strong>de</strong>s para construir a sua sobrevivência e a <strong>de</strong> sua família, remeten<strong>do</strong> ainda a importância<br />

<strong>de</strong> seu espaço tradicional e cultural, a Terra Indígena; <strong>de</strong>monstrações <strong>do</strong> processo pedagógico próprio característico<br />

da educação indígena milenar, on<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s e todas ensinam e apren<strong>de</strong>m em um constante e permanente processo formativo,<br />

significativo e solidário. Avaliamos que os textos apresentam marcas que evi<strong>de</strong>nciam a leitura que fazem <strong>do</strong> ambiente<br />

no qual estão inseri<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> o meio e as línguas se entrelaçam em uma perspectiva intercultural, confirman<strong>do</strong> com Paulo<br />

Freire (ano) que a leitura <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> prece<strong>de</strong>, e eu acrescentaria ainda, inspira, a leitura da palavra.<br />

PALAVRAS-CHAVE: LEITURA, ESCRITA, INTERCULTURALIDADE<br />

SESSÃO - LEITURA E ESCRITA NAS SOCIEDADES INDÍGENAS 3<br />

DIA: 23/07/2009 - Quinta-Feira – das 16:00 as 17:00 horas<br />

LOCAL: Instituto <strong>de</strong> Economia - IE - SALA: IE 36<br />

TÍTULO: TRANSVER A SEGUNDA LÍNGUA POR OLHOS WAJÃPI: O OLHAR DA FORMADORA<br />

DIANTE DA ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ESPECÍFICO AO ENSINO DE LP2.<br />

AUTOR(ES): LILIAN ABRAM DOS SANTOS<br />

RESUMO: Nesta comunicação apresentarei as orientações teóricas que guiaram a produção <strong>do</strong> material didático Começo<br />

<strong>de</strong> Conversa: Livro <strong>de</strong> Português da Escola Wajãpi (Iepé-MEC-UFMG, 2008). Tal material é <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>z professores<br />

wajãpi e foi produzi<strong>do</strong> em módulos presenciais da disciplina Meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Línguas que integra a formação<br />

em nível médio, realizada pelo Instituto <strong>de</strong> Pesquisa e Formação em Educação Escolar Indígena – Iepé. O material didático<br />

Começo <strong>de</strong> Conversa foi concebi<strong>do</strong> para o ensino <strong>de</strong> português como segunda língua para crianças wajãpi, com<br />

pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento das habilida<strong>de</strong>s orais. Durante a produção <strong>de</strong>sse material didático, alguns<br />

conceitos foram essenciais e ao serem apropria<strong>do</strong>s pelos seus autores, constituíram-se como força motiva<strong>do</strong>ra para a<br />

produção <strong>do</strong>s temas e exercícios: - bilingüismo <strong>de</strong> minorias. Embora compulsório, o bilingüismo indígena <strong>de</strong>ve ser interpreta<strong>do</strong><br />

como um fator positivo e, é <strong>de</strong>sejável que, também em ambiente escolar, a língua portuguesa não invada os espaços<br />

da língua materna <strong>do</strong>s alunos; - interculturalida<strong>de</strong>. Como sugere Oliveira Santos (2004), para se lidar com a perspectiva <strong>de</strong><br />

ensino <strong>de</strong> língua-cultura, é necessário pensar no conceito interculturalida<strong>de</strong> “como mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> incentivar a intercomunicação<br />

entre mun<strong>do</strong>s lingüístico-culturais diferentes“. Durante as oficinas para elaboração <strong>do</strong> Começo <strong>de</strong> Conversa, tais conceitos<br />

foram discuti<strong>do</strong>s com os professores autores, bem como questões mais específicas relativas ao ensino <strong>de</strong> L2. Procurou-se<br />

elaborar esse material <strong>de</strong> forma que a língua-cultura da socieda<strong>de</strong> envolvente fosse transvista pelo olhar wajãpi. Infelizmente,<br />

não veremos <strong>de</strong>scrita aqui a experiência <strong>do</strong>s autores; por isso cabe ressaltar que minha intenção é apresentar o meu<br />

ponto <strong>de</strong> vista a respeito <strong>de</strong>ste material, enquanto forma<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> professores wajãpi.<br />

PALAVRAS-CHAVE: ENSINO DE LP2, EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA, WAJÃPI<br />

TÍTULO: INFÂNCIA, CULTURA E FORMAÇÃO DO LEITOR INDÍGENA<br />

AUTOR(ES): MAGALI REIS, GISELLE MOREIRA DA SILVA, SUELI PEREIRA MACHADO OLIVEIRA<br />

RESUMO: A pesquisa Infância, Cultura e Formação <strong>do</strong> Leitor Indígena é parte <strong>de</strong> um projeto mais amplo que vimos<br />

<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001, como parte das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e extensão, que teve como objetivo inicial acompanhar a<br />

chegada <strong>de</strong>ste grupo étnico ao município <strong>de</strong> Caldas - Minas Gerais. Dentre as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas vimos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004,<br />

acompanhan<strong>do</strong> a educação, através da Escola Estadual Indígena Warkanã <strong>de</strong> Aranuã. A pesquisa buscou compreen<strong>de</strong>r<br />

como os Xucuru-Kariri percebem a infância e sua educação, qual o lugar da criança em sua socieda<strong>de</strong>, quais as mudanças<br />

em curso na vida das crianças, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mudança para a região sul <strong>de</strong> Minas Gerais. Procuramos, em particular, analisar as<br />

relações entre transmissão da cultura Xucuru-Kariri, e as transformações sociais <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> luta pela terra.<br />

Atualmente cerca <strong>de</strong> um terço da população da al<strong>de</strong>ia tem entre 0 e 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Os adultos procuram elaborar nas<br />

suas práticas e rituais o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua cultura, e se mostram preocupa<strong>do</strong>s em promover a transmissão <strong>de</strong> conhecimento<br />

mediante a aprendizagem e o convívio <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> diferentes faixas etárias. Pu<strong>de</strong>mos observar ao longo da pesquisa que<br />

não há segregação entre as crianças, mesmo as mais pequenininhas permanecem próximas à escola, construin<strong>do</strong> assim<br />

uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> distinta. O estu<strong>do</strong>u mostrou a centralida<strong>de</strong> da educação como forma <strong>de</strong> superação da relação <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>minação entre socieda<strong>de</strong> indígena e não-indígena, mostrou ainda o papel central da escola na sociabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s al<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s<br />

adultos e crianças.<br />

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO INDÍGENA, CULTURA, SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA<br />

TÍTULO: EDUCAÇÃO INDÍGENA: A LEITURA DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS UTILIZADOS EM<br />

ESCOLAS INDÍGENAS KAINGANGS<br />

AUTOR(ES): MARIA SUELI RIBEIRO DA SILVA<br />

RESUMO: As primeiras diretrizes para a Política Nacional <strong>de</strong> Educação Escolar Indígena, <strong>do</strong> MEC, datam <strong>de</strong> 1993.<br />

Segun<strong>do</strong> Pinheiro (2004), a Educação Indígena não possui como referência a educação institucionalizada que se baseia no<br />

letramento e na escola, mas sim em estratégias educacionais que vão além <strong>do</strong> âmbito <strong>do</strong> espaço escolar. A Escola Indígena<br />

217

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!