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2ª feira - Associação de Leitura do Brasil

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Escritas, Imagens e Criação: Diferir<br />

rica, na construção da cultura brasileira. O texto <strong>de</strong> Suassuna contém um i<strong>de</strong>ário <strong>de</strong> transformação pelo retorno às origens<br />

como resgate das tradições nacionais, numa ojeriza às influências estrangeiras que massificam e <strong>de</strong>stroem as peculiarida<strong>de</strong>s<br />

regionais. Ao i<strong>de</strong>ntificar o conflito e o caos na socieda<strong>de</strong>, o autor aponta a solução, acreditan<strong>do</strong> no pronto restabelecimento<br />

<strong>do</strong> ser humano e na conversão através da ética e da religião, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>is elementos muitas vezes tão interliga<strong>do</strong>s que fica<br />

difícil distinguir um <strong>do</strong> outro. No Auto da Compa<strong>de</strong>cida, a ética é enfocada pelo autor como meio <strong>de</strong> moralizar a socieda<strong>de</strong><br />

taperoense, através da escatologia religiosa. A moral católico-cristã é que precisa reger e impor a ética social e os problemas<br />

político-sociais serão soluciona<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> instante em que o homem retornar à fé “verda<strong>de</strong>ira” em vida ou per<strong>do</strong>a<strong>do</strong><br />

na morte. As personagens <strong>do</strong> Auto, <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong>, representam as divinda<strong>de</strong>s que são caracterizadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a concepção<br />

<strong>do</strong>s autos medievais e configuram um aspecto central <strong>do</strong> discurso da obra: Manuel, a Virgem Maria, o Encoura<strong>do</strong><br />

e seu Demônio apresentam características da tría<strong>de</strong> escolástica da Ida<strong>de</strong> Média, tanto em sua caracterização física quanto<br />

psicológica. Assim, traços culturais <strong>do</strong> sertão nor<strong>de</strong>stino, revela<strong>do</strong>s através da coexistência <strong>de</strong> um catolicismo tradicional<br />

com o imaginário local, são transpostos para a literatura pelas mãos <strong>de</strong> Ariano Suassuna e analisa<strong>do</strong>s aqui pelos olhares<br />

críticos <strong>de</strong> BENSANÇON (1997), CLASTRES (1990), NOGUERIA (2002) e VASSALO (1993).<br />

PALAVRAS-CHAVE: MEDIEVO, RELIGIÃO, LITERATURA<br />

SESSÃO - ESCRITAS, IMAGENS E CRIAÇÃO: DIFERIR 10<br />

DIA: 22/07/2009 - Quarta-Feira – das 16:00 as 17:00 horas<br />

LOCAL: Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Educação Física - FEF SALA: FEF 08<br />

TÍTULO: MARGINAL, FANZINE E BLOG: UM ESTUDO VISUAL<br />

AUTOR(ES): JORGE LUÍS PINTO RODRIGUES, KARLA OLDANE F. LEAL<br />

RESUMO: Em sua época áurea, nos anos 1970,a imprensa alternativa <strong>de</strong>u à luz a cerca <strong>de</strong> 150 periódicos alguns <strong>de</strong> vida<br />

curta, outros que resistiram um tempo maior acompanhan<strong>do</strong> os anos <strong>de</strong> ditadura ferrenha que o país sofria e fazen<strong>do</strong><br />

forte oposição ao regime militar. Essa imprensa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte – como também é chamada – e culturalmente efervescente<br />

propôs novos pensamentos estéticos e editoriais com temáticas muito diversificadas, em contraste com a complacência<br />

da gran<strong>de</strong> imprensa, ultrapassan<strong>do</strong> o i<strong>de</strong>al e in<strong>do</strong> para um campo em que as idéias e a criativida<strong>de</strong> norteadas pelo espírito<br />

i<strong>de</strong>alista se misturavam num espaço plural. É explícita a importância <strong>de</strong> uma imprensa alternativa que pensa <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

e que não aceita interiorizar as informações sem contestar, numa opinião que gera informação. É uma lógica <strong>de</strong><br />

pensamento e estrutura conceitual diferente <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s veículos <strong>de</strong> comunicação, on<strong>de</strong> é fácil perceber que as notícias são<br />

sempre muito parecidas em to<strong>do</strong>s os noticiários, modifica-se apenas um ponto ou uma vírgula. O sociólogo Pierre Bourdieu<br />

dizia que os redatores passam mais tempo len<strong>do</strong> os jornais adversários <strong>do</strong> que buscan<strong>do</strong> novos fatos. Com algumas<br />

exceções, mas geralmente é isso que propicia <strong>de</strong> forma negativa a mudança <strong>de</strong> conceitos no jornalismo. Ao longo <strong>do</strong> século<br />

XX, o progressivo enraizamento <strong>do</strong>s periódicos na vida nacional acabaria por criar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r públicos cada<br />

vez mais diversifica<strong>do</strong>s. O interesse pela música sempre permeou as publicações da imprensa alternativa, <strong>do</strong> Pasquim à<br />

Rolling Stone. É objetivo <strong>de</strong>ste trabalho estudar as relações histórico culturais da imprensa alternativa, especificamente <strong>do</strong>s<br />

periódicos relaciona<strong>do</strong>s a cultura e música, e os <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos, <strong>de</strong>saparecimentos e ou transformações acarreta<strong>do</strong>s pela<br />

intenet em muitos veículos <strong>de</strong> informação impressa. Observan<strong>do</strong> se estas transformações <strong>de</strong>scaracterizaram sua essência<br />

contesta<strong>do</strong>ra e marginal preservan<strong>do</strong> a autonomia i<strong>de</strong>ológica que <strong>de</strong>ve prevalecer sobre a verda<strong>de</strong>ira imprensa alternativa.<br />

PALAVRAS-CHAVE: IMPRENSA, FANZINE, CULTURA<br />

TÍTULO: ESPANTALHOS: UMA METÁFORA DOS SUJEITOS<br />

AUTOR(ES): JOSÉ CARLOS DE FREITAS<br />

RESUMO: O texto reflete sobre a imagem <strong>do</strong> espantalho presente em poemas <strong>de</strong> Mario Quintana, buscan<strong>do</strong> relacionála<br />

à condição residual <strong>do</strong>s sujeitos no contexto <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> atual. O espantalho, objeto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> infantil, como outras<br />

imagens lúdicas, respon<strong>de</strong> por um lugar sígnico po<strong>de</strong>roso por se tratar <strong>de</strong> ruína, precarieda<strong>de</strong>, aban<strong>do</strong>no e obsolescência.<br />

O texto procura situar o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> espantalho distinguin<strong>do</strong>-o <strong>do</strong> <strong>de</strong> fantoche e <strong>do</strong> palhaço, outra gran<strong>de</strong> ocorrência<br />

existencial em seus poemas. A poética <strong>de</strong> Quintana se mostra muito forte no que toca ao papel <strong>de</strong> contraponto que a<br />

arte historicamente assumiu em face <strong>do</strong>s programas que fabricam as algemas <strong>do</strong> homem. Nesse senti<strong>do</strong>, a imagem <strong>do</strong><br />

espantalho po<strong>de</strong> ser acessada como uma metáfora da condição humana, consistin<strong>do</strong> este texto em uma <strong>de</strong> suas possíveis<br />

leituras. Com base em autores críticos <strong>do</strong> projeto mo<strong>de</strong>rno como Theo<strong>do</strong>r A<strong>do</strong>rno, Zigmunt Bauman e Octavio Paz, a<br />

leitura <strong>de</strong> Quintana é direcionada para verificar a presença <strong>de</strong> uma voz maior que brota da profusão <strong>de</strong> suas imagens lúdicas:<br />

sua ferrenha oposição a um mun<strong>do</strong> reifica<strong>do</strong>, que transforma homens em sujeitos venci<strong>do</strong>s e residuais. Traça ainda um<br />

paralelo com a pintura <strong>de</strong> Cândi<strong>do</strong> Portinari que, a exemplo <strong>de</strong> Quintana, pontuou o espantalho como temática <strong>de</strong> sua arte,<br />

altamente marcada pelo lúdico infantil.<br />

PALAVRAS-CHAVE: MARIO QUINTANA, SUJEITO, MERCADO<br />

TÍTULO: AS NARRATIVAS DOS VIAJANTES E A PRODUÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS<br />

AUTOR(ES): JOSÉ VICENTE DE SOUZA AGUIAR<br />

RESUMO: Este trabalho visa produzir um entendimento a respeito da forma como os povos indígenas foram inseri<strong>do</strong>s<br />

na História principalmente pelas narrativas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is viajantes estrangeiros LA CONDAMINE. Viagem pelo Amazonas.<br />

1735-1745 e WALLACE, Viagens pelos rios Amazonas e Negro 1865-1866. Em suas narrativas, os povos indígenas foram<br />

caracteriza<strong>do</strong>s como aqueles que possuíam qualida<strong>de</strong>s relacionadas à apatia, à tristeza, à in<strong>do</strong>lência, à preguiça, à selvageria,<br />

ou então passaram a serem vistos como puros, ingênuos, atrasa<strong>do</strong>s, inaptos ao trabalho. La Condamine e Wallace estiveram<br />

na região Amazônica entre os séculos XVIII e XIX, produzin<strong>do</strong> ou reproduzin<strong>do</strong> as imagens sobre os povos indígenas<br />

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