SOCIEDADE BROTERIANA - Biblioteca Digital de Botânica ...
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outras tantas faxas <strong>de</strong> schistos <strong>de</strong> formação cambriana. Como limite<br />
oriental, e quasi parallelamente a este systema <strong>de</strong> rochas, apparece uma<br />
mancha granitica que, partindo do ponto culminante do monte <strong>de</strong> Ferreiros,<br />
se exten<strong>de</strong> para norte e para leste, dirigindo-se <strong>de</strong> Villar Secco<br />
para noroeste, passando a meia légua ao nascente <strong>de</strong> Vimioso. Esta mancha<br />
resultou d'uma erupção granitica, feita atravez das rochas schistosas<br />
talvez ao mesmo tempo em que se produziu o seu dobramento ; o aspecto<br />
crystallino particular que mostram os calcareos parece ser <strong>de</strong>vido aos<br />
phenomenos mechanicos e chimicos que acompanharam esta erupção da<br />
rocha granitica.<br />
Os mármores da assentada inferior, ou da faxa mais oriental e mais<br />
próxima do ;granito, são os mais puros. Apresentam-se <strong>de</strong> côr branca nacarada<br />
com a apreciável qualida<strong>de</strong> da transluci<strong>de</strong>z, muito próprios para a<br />
esculptura e talvez para a estatuária. Os mármores da assentada superior,<br />
que formam a maior porção dos jazigos, são <strong>de</strong> cores mais escuras, geralmente<br />
<strong>de</strong> fundo cinzento azulado.<br />
Os alabastros estão contidos nos jazigos <strong>de</strong> mármore, tendo sido <strong>de</strong>positados<br />
pela agua que circulava pelas fendas e algares do calcareo <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> formadas as grutas ou cavida<strong>de</strong>s que o cortam ; representam pois um<br />
calcareo concrecionado stalagmilico. Na vertente meridional do monte da<br />
Abelheira, que fica fronteiro ao monte <strong>de</strong> Ferreiros, o alabastro apparece<br />
mesmo á superficie do solo e é <strong>de</strong> côr branca. É branco nebuloso ou ligeiramente<br />
amarellado e on<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> amarello, em diversos tons, na gruta <strong>de</strong><br />
Ferreiros e na gruta Gran<strong>de</strong>.<br />
Por agora só estão em exploração os mármores brancos e azul cinzento<br />
das pedreiras <strong>de</strong> Santo Adrião e os alabastros da gruta <strong>de</strong> Ferreiros.<br />
Embora hajam já cortadas e a <strong>de</strong>scoberto gran<strong>de</strong>s massas <strong>de</strong> alabastro,<br />
sem que possa attingir-se o fundo das camadas que são d'uma espessura<br />
imprevista, todavia os jazigos dos mármores que as contêm são muito mais<br />
extensos po<strong>de</strong>ndo, industrialmente fallando, sustentar uma exploração in<strong>de</strong>finida.<br />
Além do pessoal e material necessários e diariamente empregados na<br />
lavra das pedreiras, foi construida, ha pouco tempo, na base do monte <strong>de</strong><br />
Ferreiros, junto á ribeira, uma vasta e luxuosa fabrica para a serragem<br />
das pedras, cujo mecanismo <strong>de</strong> ferro fundido veiu das officinas <strong>de</strong> H. Delsés<br />
<strong>de</strong> Liège. O motor é hydraulico, para o que foi aproveitada a agua da<br />
ribeira, convenientemente represada e canalisada.<br />
As grutas que contêm o alabastro, principal riqueza dos jazigos, são em<br />
numero <strong>de</strong> quatro. Estão très no monte <strong>de</strong> Ferreiros e a quarta no monte<br />
do Geral<strong>de</strong>s, que fica ao norte d'aquelle e é separado por um barranco<br />
por on<strong>de</strong> corre o ribeiro do Geral<strong>de</strong>s.<br />
A gruta <strong>de</strong> Ferreiros está situada na vertente septentrional do cabeço,