A Construção da Relatividade Especial e da Relatividade Geral e ...
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na construção <strong>da</strong> mecânica. Não existiam experimentos que demonstrassem a idéia<br />
de espaço e tempo absoluto. Para POINCARÉ (1984, A ciência e a Hipótese, p.81),<br />
estas hipóteses deixaram de lado o mais importante na construção <strong>da</strong> ciência, a<br />
experimentação.<br />
Em contraposição as idéias de Newton, Poincaré afirmou:<br />
“1° não existe espaço absoluto e só conhecemos movimentos relativos; contudo<br />
enunciamos, quase sempre, fatos mecânicos como se houvesse um espaço absoluto<br />
como referencia.<br />
2° não existe tempo absoluto; dizer que dois períodos de tempo são iguais é uma<br />
afirmação que não tem nela própria, nenhum sentido, e só pode vir a ter sentido por<br />
convenção.<br />
3° Não só não temos a intuição direta de dois períodos de tempo, como também não<br />
temos, sequer, a <strong>da</strong> simultanei<strong>da</strong>de de dois acontecimentos que se dão em lugares<br />
diferentes; é o que expliquei num artigo intitulado Mesure du Temps”.<br />
As convenções na física simplificam diversos problemas, mas muitas vezes<br />
deixam conclusões precipita<strong>da</strong>s. Poincaré comenta o conceito de inércia, mas não<br />
acha qualquer experimento possível que o comprovasse ver<strong>da</strong>deiramente.<br />
Um exemplo que Poincaré apresenta refere-se à aparente ausência de forças<br />
externas na análise <strong>da</strong> inércia.<br />
Por mais que se busquem experimentos que possam comprovar a lei <strong>da</strong><br />
inércia, jamais se conheceu um corpo que estivesse ausente de forças, e<br />
conseqüentemente descrevesse um movimento retilíneo e uniforme.<br />
A lei <strong>da</strong> inércia proposta por Galileu e em segui<strong>da</strong> aperfeiçoa<strong>da</strong> por Newton<br />
seria nesse contexto um caso particular de uma lei mais generaliza<strong>da</strong>, POINCARÉ<br />
(1984, A ciência e a Hipótese, p.82) afirma:<br />
“O princípio <strong>da</strong> inércia, que não é uma ver<strong>da</strong>de a priori, seria, então, um fato experimental?<br />
Mas, alguma vez, já se fizeram experiências com corpos que não estivessem sob ação de<br />
nenhuma força e, se isso foi feito, como é que se soube que esses corpos não estavam<br />
submetidos a nenhuma força?”<br />
Essas observações anteciparam as conclusões <strong>da</strong> relativi<strong>da</strong>de especial e<br />
geral, cujo princípio <strong>da</strong> relativi<strong>da</strong>de foi expandido para sistemas acelerados.<br />
As antigas questões a respeito <strong>da</strong> mecânica, não foram as únicas observações<br />
que Poincaré fez. Ele cita uma série de novas teorias que complementam a<br />
eletrodinâmica de Maxwell. Na teoria de Lorentz, Poincare fala sobre as partículas<br />
eletriza<strong>da</strong>s antes <strong>da</strong> descoberta por Joseph John Thomson (1856-1940) em 1897. As<br />
interações entre matéria e Éter também foram apresenta<strong>da</strong>s sem que se chegasse a<br />
conclusões convincentes para Poincaré. Mas uma de suas observações mais<br />
importantes refere-se ao comportamento de corpos em altas veloci<strong>da</strong>des. POINCARÉ<br />
(1984, A ciência e a Hipótese, p.178) sugeriu que um fenômeno físico causaria<br />
variação na massa inerte de um corpo, mas que possivelmente não alteraria a<br />
ver<strong>da</strong>deira massa.<br />
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