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A Construção da Relatividade Especial e da Relatividade Geral e ...

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Nesse caso alem <strong>da</strong> visão propriamente dita uma outra variável teve que ser<br />

acrescenta<strong>da</strong> para a percepção do espaço visual completo.Se uma impressão tátil<br />

pode contrapor-se a uma impressão puramente visual, então qual <strong>da</strong>s duas<br />

impressões seria a correta? Somente a junção <strong>da</strong>s duas impressões <strong>da</strong>ria uma<br />

descrição mais realista, qualquer uma dessas impressões sensoriais isola<strong>da</strong>s seria<br />

contraditória quando conflita<strong>da</strong>s uma com a outra.<br />

Sendo assim a percepção completa de um corpo necessita <strong>da</strong> relação entre<br />

visão e posição dos olhos. Um objeto retangular somente seria identificado se um<br />

observador pudesse variar sua posição relativa a este objeto.<br />

Em outras palavras, POINCARÉ (1984, A ciência e a Hipótese, p.57) diz que “a<br />

terceira dimensão nos é revela<strong>da</strong> de duas maneiras diferentes: pelo esforço de<br />

acomo<strong>da</strong>ção e pela convergência dos olhos”. O espaço Motor corresponde aos<br />

movimentos musculares, esses nos informam a direção pela qual estamos nos<br />

orientando.<br />

A conclusão de Poincaré acarreta numa distinção clara entre o espaço ideal<br />

dos geômetras e o espaço representativo. O que ocorre é uma tentativa de levar as<br />

percepções do espaço representativo para o espaço geométrico, POINCARÉ (1984, A<br />

ciência e a Hipótese, p.59) afirma:<br />

“Nenhuma de nossas sensações isola<strong>da</strong>s, teriam podido nos levar à idéia do espaço. Só<br />

pudemos chegar a ela pelo estudo <strong>da</strong>s leis segundo as quais essas sensações se<br />

sucedem (...) Quer um objeto mude de estado ou de posição, isso se traduz para nos<br />

sempre <strong>da</strong> mesma maneira? Por uma modificação num conjunto de impressões”.<br />

3.3 O mundo não-euclidiano<br />

Poincaré expõe as representações de espaço como sendo uma aproximação<br />

de nossas percepções, dessa forma, ele propõe uma conjectura exótica, de um mundo<br />

cujas leis <strong>da</strong> natureza são diferentes <strong>da</strong>s que regem nosso universo real.<br />

Nesse universo imaginário, haveria um centro aquecido, cuja temperatura<br />

decairia até chegar ao zero absoluto em seus limites espaciais.<br />

Seres que habitassem esse mundo teriam uma geometria diferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

euclidiana, pois se baseariam a partir de suas percepções sensoriais.<br />

Caso um objeto fosse deslocado <strong>da</strong> parte central desse mundo em direção às<br />

bor<strong>da</strong>s, ele sofreria contrações que dependeriam <strong>da</strong> temperatura em ca<strong>da</strong> ponto; com<br />

isso as descrições de corpos rígidos em mundo hipotético não seriam como as do<br />

mundo real,pois um corpo que se deslocasse em tais situações teria um deslocamento<br />

não-euclidiano.<br />

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