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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO - Sistema Matheus Acadêmico

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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

Educação<br />

<strong>FUN<strong>DA</strong>MENTOS</strong> <strong>DA</strong> <strong>EDUCAÇÃO</strong> da<br />

Módulo I<br />

entos Fundam<br />

CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

1<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

2 Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

SUMÁRI O: <strong>FUN<strong>DA</strong>MENTOS</strong> <strong>DA</strong> <strong>EDUCAÇÃO</strong><br />

APRESENTAÇÃO ............................................................................ 7<br />

ORI ENTAÇÕES PARA ESTUDO ........................................................ 9<br />

UNI <strong>DA</strong>DE I<br />

Fundam entos da Educação ........................................................... 13<br />

1. Educação e sociedade......................................................................................... 13<br />

1.1. Um breve histórico ........................................................................................... 13<br />

2. Dimensão filosófica da educação ......................................................................... 14<br />

3. Dimensão sócio-cultural da Educação .................................................................. 15<br />

3.1. O cotidiano escolar.......................................................................................... 15<br />

4. A diversidade cultural nos processos educativos .................................................... 15<br />

4.1. Os processos educativos e os grupos sociais...................................................... 16<br />

5. Perspectivas da Educação .................................................................................... 17<br />

ATIVI<strong>DA</strong>DE I ............................................................................................................ 18<br />

UNI <strong>DA</strong>DE I I – Parte A<br />

Teorias Educacionais .................................................................... 23<br />

1.Teorias Educacionais............................................................................................. 23<br />

1.1. Um breve histórico ........................................................................................... 23<br />

1.2. A educação na atualidade................................................................................ 24<br />

1.3. Os caminhos da educação na sociedade do conhecimento ................................ 25<br />

I - Aprender a conhecer: .......................................................................................... 25<br />

II - Aprender a fazer: ............................................................................................... 25<br />

III - Aprender a viver juntos: ..................................................................................... 26 Educação<br />

IV - Aprender a ser: ................................................................................................. 26<br />

2. As Teorias de Aprendizagem ............................................................................... 26 da<br />

2.1. O Behaviorismo ............................................................................................... 26<br />

2.2. O Cognitivismo ................................................................................................ 27<br />

2.3. O Humanismo ................................................................................................. 28<br />

entos<br />

3. As Teorias de Aprendizagem ................................................................................ 28<br />

3.1. A Teoria Básica de Jean Piaget ......................................................................... 28<br />

3.1.2. Um breve histórico ........................................................................................ 29<br />

3.1.3. Piaget e a educação...................................................................................... 29<br />

Fundam<br />

CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

3<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

3.1.4. As descobertas de Piaget ............................................................................... 30<br />

3.1.5. Piaget e o comportamento humano................................................................ 30<br />

3.1.6. Piaget e o desenvolvimento do indivíduo ........................................................ 31<br />

3.2. A Teoria de Lev Vygotsky - ensino como processo social ..................................... 33<br />

3.2.1. Tempos conturbados...................................................................................... 33<br />

3.2.2. Vygotsky e os processos sociais....................................................................... 34<br />

3.2.3. Vygotsky e Piaget........................................................................................... 34<br />

3.2.4. O sujeito e a sociedade................................................................................. 35<br />

3.2.5. O papel do professor para Vygotsky............................................................... 36<br />

3.3.Teoria da Inclusão ............................................................................................. 36<br />

3.3.1. Princípios ...................................................................................................... 36<br />

3.3.2. Facilitadores do aprendizado ......................................................................... 37<br />

3.3.3. Ausubel e a prática ....................................................................................... 37<br />

3.3.4. Condução das aulas...................................................................................... 38<br />

3.3.5. Princípios e métodos da aprendizagem significativa ........................................ 38<br />

ATIVI<strong>DA</strong>DE II - Parte A ............................................................................................. 40<br />

UNI <strong>DA</strong>DE I I - Parte B<br />

Teorias Educacionais .................................................................... 49<br />

3. As Teorias de Aprendizagem (continuação) ........................................................... 49<br />

3.4. Teoria Construtivista de Jerome Bruner............................................................... 49<br />

3.4.1. Princípios ...................................................................................................... 49<br />

3.4.2. Descrição da Teoria....................................................................................... 49<br />

3.4.3. Bruner e Piaget.............................................................................................. 49<br />

3.4.4. Modelos mentais........................................................................................... 50<br />

3.5. Teoria de Howard Gardner: Teoria das Inteligências Múltiplas ............................ 50<br />

3.5.1. Gardner e a educação .................................................................................. 51<br />

3.5.2. A elaboração da teoria ................................................................................. 51<br />

3.5.3. Implicações da teoria .................................................................................... 52<br />

3.5.4. As Inteligências Múltiplas............................................................................... 53<br />

3.5.5. As inteligências múltiplas estão listadas a seguir ............................................. 54<br />

3.5.6. Por que a inteligência espiritual ou moral não é considerada?......................... 55<br />

3.5.7 A Perspectiva biopsicológica ........................................................................... 55<br />

3.5.8. O talento para Gardner ................................................................................ 56<br />

3.5.9. A criatividade para Gardner .......................................................................... 56<br />

3.5.10. Gardner e o desenvolvimento humano ......................................................... 56<br />

3.5.11. Os modelos educacionais para Gardner ...................................................... 57<br />

4 Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

3.6.Teoria da Instrução Ancorada - Aprendizagem baseada em problemas................ 58<br />

3.6.1. O uso das tecnologias................................................................................... 58<br />

3.6.2. Visão Geral da Teoria ................................................................................... 58<br />

3.6.3. Princípios ...................................................................................................... 59<br />

3.6.4. Aprendizagem baseada em Problemas........................................................... 59<br />

3.6.5. O papel do professor .................................................................................... 60<br />

3.6.6. O facilitador da aprendizagem ...................................................................... 61<br />

3.7. A Teoria Rogeriana - Carl Rogers ...................................................................... 61<br />

3.7.1. Um breve histórico ........................................................................................ 62<br />

3.7.2. Fundamentos da teoria .................................................................................. 62<br />

3.7.3. Rogers e o organismo humano....................................................................... 63<br />

3.7.4. Funcionalidade plena .................................................................................... 63<br />

3.7.5. O mais importante é a relação aluno-professor .............................................. 64<br />

3.8. Teoria do Aprendizado Situado ......................................................................... 65<br />

3.8.1. Princípios da Teoria do Aprendizado Situado .................................................. 66<br />

ATIVI<strong>DA</strong>DE II - Parte B.............................................................................................. 67<br />

UNI <strong>DA</strong>DE I I I<br />

Noções de Psicologia da Educação ................................................ 71<br />

1. Psicologia ........................................................................................................... 71<br />

1.2. Psicologia educacional ..................................................................................... 71<br />

1.3. Psicologia no trânsito ........................................................................................ 71<br />

1.4. Fenômenos que atuam durante a direção veicular .............................................. 71<br />

1.4.1. A atenção ..................................................................................................... 72<br />

1.4.2. A motivação ................................................................................................. 72<br />

1.4.3. Ação e reação .............................................................................................. 72<br />

1.4.4. A memória ................................................................................................... 73<br />

2. Currículo e construção do conhecimento no processo de ensino e de aprendizagem........................................................................................................................<br />

74<br />

3. Princípios Pedagógicos na Educação .................................................................... 74<br />

4. Princípios Andragógicos na Educação................................................................... 75<br />

5. Práticas pedagógicas na aprendizagem de jovens e de adultos ............................. 75<br />

5.1. As diferenças individuais................................................................................... 76<br />

5.2. Paulo Freire e a educação de adultos................................................................ 77<br />

6. Andragogia ........................................................................................................ 78<br />

6.1. Os objetivos da Andragogia ............................................................................. 78<br />

6.2. Pressupostos para a aprendizagem de adultos ................................................... 79<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA<br />

Educação<br />

da entos Fundam<br />

CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

5


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

6.3. Carl Jung e a Andragogia ................................................................................ 80<br />

7. Processos de Aprendizagem na Andragogia.......................................................... 80<br />

7.1. Etapas básicas ................................................................................................. 81<br />

ATIVI<strong>DA</strong>DE III .......................................................................................................... 82<br />

UNI <strong>DA</strong>DE I V<br />

O instrutor com o educador ........................................................... 87<br />

1. Instruir para a realidade ...................................................................................... 87<br />

1.1. Instruir para educar .......................................................................................... 87<br />

2. Papel e responsabilidades do instrutor no processo de ensino e de aprendizagem de<br />

adultos.................................................................................................................... 88<br />

2.1.Perguntas norteadoras........................................................................................ 89<br />

2.2. Práticas fundamentais ....................................................................................... 89<br />

3. Orientações básicas para a condução de um curso:.............................................. 90<br />

3.1. Conduta do instrutor ......................................................................................... 90<br />

3.2. Relacionamento com participantes .................................................................... 90<br />

3.3. Condução do grupo ......................................................................................... 91<br />

3.4. Sugestões ao instrutor ....................................................................................... 91<br />

4. Relacionamento no Trânsito.................................................................................. 92<br />

4.1. Relacionamento humano................................................................................... 92<br />

4.2. Forças que atuam nas relações humanas........................................................... 93<br />

4.3. Grupos sociais ................................................................................................. 94<br />

4.4. O indivíduo e as relações interpessoais ............................................................. 94<br />

4.5. O relacionamento no trânsito............................................................................ 94<br />

5. O elemento humano e o trânsito ......................................................................... 96<br />

5.1. Psicologia do condutor ..................................................................................... 96<br />

5.2. Fatores que interferem no comportamento do condutor ...................................... 96<br />

5.3. Atitudes de medo ............................................................................................. 96<br />

5.4. Comportamento agressivo ................................................................................ 97<br />

5.5. Fator que favorece as situações de trânsito ........................................................ 98<br />

5.6. Condutas que favorecem a educação no trânsito: .............................................. 98<br />

5.7. O papel dos diretores, examinadores e instrutores de trânsito ............................. 99<br />

ATIVI<strong>DA</strong>DE IV ........................................................................................................ 100<br />

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS ................................................ 105<br />

RESPOSTAS <strong>DA</strong>S ATI VI <strong>DA</strong>DES .................................................... 108<br />

6 Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA<br />

APRESENTAÇÃO<br />

Seja bem vindo ao Programa de Ensino a Distância para Formação,<br />

Capacitação e/ou Reciclagem de Recursos Humanos da Área de Trânsito.<br />

Este Programa foi elaborado especialmente para você, com um material<br />

didático de fácil entendimento, elaborado com cuidado e seriedade para<br />

atender as suas necessidades. Você poderá ter sucesso se, efetivamente, estudar<br />

e seguir as orientações apresentadas aqui.<br />

Cada um dos Cursos a Distância possui várias disciplinas, este material<br />

que você está recebendo é da disciplina de Fundamentos da Educação<br />

que visa mostrar a essência da educação voltada aos processos educativos<br />

com conceitos elaborados para o trânsito, bem como o relacionamento do<br />

ser humano com outros seres humanos e com a sociedade.<br />

Antes de iniciar esta disciplina, leia todas as informações sobre o Programa<br />

de Ensino a Distância para Formação, Capacitação e/ou Reciclagem<br />

de Recursos Humanos da Área de Trânsito, em especial as Orientações para<br />

Estudo, que se encontra nas páginas seguintes.<br />

Educação<br />

da entos Fundam<br />

CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

7


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

8 Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

ORIENTAÇÕES PARA PARA ESTUDO ESTUDO<br />

televisão deve estar sempre desligada;<br />

rádio, aparelho de som, etc, também sempre desligados;<br />

não atenda ao telefone, campainha, etc;<br />

alimente-se antes de iniciar seus estudos, mas sem exageros, Educação<br />

você precisa de concentração máxima para estudar;<br />

vá ao banheiro antes de iniciar os estudos.<br />

da<br />

Material Material Material pedagógico<br />

pedagógico<br />

Feito isso, leve para o local escolhido de estudo:<br />

entos<br />

a apostila, lápis, caneta, borracha, régua;<br />

dicionário, enciclopédia, livros que possam auxiliá-lo, etc.;<br />

não esqueça de levar também o Código de Trânsito Brasileiro.<br />

Fundam<br />

CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

9<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA<br />

Leia com atenção !<br />

Neste Curso você será capaz de aprender, assimilando por si só todos<br />

os conteúdos necessários à sua formação.<br />

.<br />

Lembre-se! Lembre-se! Lembre-se! Lembre-se! Lembre-se!<br />

Como você ira estudar sozinho, antes de iniciar os seus estudos, procure<br />

tomar todas as providências descritas abaixo.<br />

Horário Horário<br />

Horário<br />

Escolha de preferência, sempre o mesmo horário<br />

para estudar e na medida do possível, isto deve ser feito de<br />

segunda-feira a sábado.<br />

Ambiente<br />

Ambiente<br />

Escolha o local para estudar que seja do seu agrado, mas lembre-se:


Fundam entos da Educação<br />

Atenção! Atenção! Atenção! Atenção! Atenção!<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

Para estudar prefira os Códigos de Trânsito que contenham seus<br />

Anexos bem como as Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito -<br />

CONTRAN.<br />

Como Como Como estudar<br />

estudar<br />

1) Faça uma leitura global de cada unidade para se familiarizar com<br />

o vocabulário (palavras, expressões, etc.) e conteúdos (matéria a<br />

ser estudada).<br />

2) Faça uma segunda leitura, bem mais detalhada, sublinhando conceitos,<br />

definições e palavras que não são do seu<br />

entendimento e anote-as ao lado da página.<br />

3) As palavras ou expressões de difícil entendimento<br />

devem ser anotados em uma folha e, com o auxílio<br />

de um dicionário ou enciclopédia, procure<br />

seus significados. Desta forma, você estará construindo<br />

um amplo vocabulário que irá auxiliá-lo em seus estudos.<br />

4) Após a segunda leitura, você deverá ter entendido conceitos, definições,<br />

palavras e expressões.<br />

5) Isto feito, você com certeza terá compreendido melhor os textos,<br />

as definições e os conceitos. Enfim, você já iniciou o seu próprio<br />

processo de aprendizagem.<br />

6) Antes de avançar para a próxima unidade, resolva as atividades<br />

propostas, sempre com bastante atenção. Certamente, você não<br />

terá dúvidas.<br />

7) Para conferir as respostas dos exercícios, há uma folha de respostas<br />

ao final da apostila.<br />

8) Confira as respostas; se houver algum erro, refaça com atenção e<br />

lembre-se de que só estudando com muita atenção é que você<br />

conseguirá sucesso em seus estudos e em sua vida profissional.<br />

Atenção! Atenção! Atenção! Atenção! Atenção!<br />

Estude no mínimo quatro horas por dia, de segunda a sábado, com<br />

um intervalo de vinte minutos a cada duas horas.<br />

10 10<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

<strong>FUN<strong>DA</strong>MENTOS</strong> <strong>DA</strong> <strong>EDUCAÇÃO</strong><br />

Módulo I<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

11<br />

11<br />

11 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

12 12<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

UNI <strong>DA</strong>DE I<br />

Fundam entos da Educação<br />

1. 1. Educação Educação e e sociedade<br />

sociedade<br />

Os fundamentos da Educação contemplam áreas de estudos que incluem<br />

História, Filosofia, Sociologia, Psicologia da Educação entre outras<br />

áreas do conhecimento que se relacionam com a essência da educação e<br />

com o processo educativo.<br />

1.1. 1.1. Um Um breve breve histórico<br />

histórico<br />

A relação entre a Educação e a Sociedade nos remete a análise do<br />

contexto de sociedade a partir de um breve histórico.<br />

Na Comunidade Primitiva as atividades eram realizadas em comum,<br />

portanto, não havia classes sociais. As relações se davam com a terra e com<br />

a natureza e entre si as pessoas se educavam e educavam as novas gerações<br />

e não havia a instituição escola.<br />

Na Antigüidade havia duas classes sociais distintas: a classe dos senhores<br />

e dos servos. A classe social dos senhores era uma classe ociosa. Surge<br />

então uma educação diferenciada, e é onde surge a escola. Só tinham<br />

acesso à escola as classes sociais ociosas. A maioria das pessoas que produzia<br />

continuava se educando nos próprios processos de trabalho.<br />

A sociedade na Idade Média possuía ainda algumas características da<br />

sociedade antiga. O meio dominante de produção era a terra e a forma<br />

econômica era a agricultura. A maioria das pessoas continuava se educando<br />

no próprio processo de produção e a sua existência e a de seus senhores se<br />

dava através das atividades consideradas indignas por eles e a forma escolar<br />

da educação ainda era considerada uma forma secundária.<br />

As sociedades pré-modernas não possuíam consciência histórica,<br />

eram capazes de reproduzir-se por períodos extremamente longos. O trabalho<br />

não constituía uma esfera separada no cotidiano do indivíduo, existindo<br />

a inferioridade social e a dependência.<br />

A sociedade moderna contou com uma força destrutiva para seu progresso<br />

a partir da invenção das armas de fogo. Nesta época, elementos fundamentais<br />

do capitalismo passaram a existir porque contaram com a economia<br />

militar e com a economia de armamento. Isso fez com que as pessoas<br />

tivessem a necessidade de vender sua força de trabalho para ganhar dinheiro.<br />

As relações naturais que antes tinham como base os laços de sangue<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

13<br />

13<br />

13 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

onde a nobreza e a servidão eram passadas de pai para filho, na<br />

modernidade capitalista, as relações passam a ser sociais.<br />

É na sociedade moderna que se forma a idéia de educação para formar<br />

cidadãos, escolarização universal, gratuita e leiga, que deve ser estendida<br />

a todos e a escola passa a ser a forma predominante da educação.<br />

Neste contexto, as instituições e o processo escolar foram organizados<br />

de forma que as salas de aula se converteram em um lugar apropriado<br />

para se acostumar às relações sociais do processo de produção capitalista e<br />

no espaço institucional adequado para preparar as crianças e os jovens para<br />

o trabalho.<br />

2. 2. Dimensão Dimensão filosófica filosófica da da educação<br />

educação<br />

A filosofia pode nos ajudar a entender os processos relativos à Educação.<br />

Para tanto é necessário adotarmos o conceito de filosofia como uma<br />

reflexão sobre os problemas que a realidade apresenta. Como estamos tratando<br />

do contexto educacional, essa reflexão trata dos problemas que a realidade<br />

educacional apresenta.<br />

Assim, podemos iniciar uma reflexão acerca do papel do educador<br />

no processo educativo. Isso nos leva a pensar nos problemas encontrados<br />

na realização das tarefas educativas, ou seja, uma reflexão sobre o próprio<br />

sentido do que estamos fazendo.<br />

A reflexão sobre os problemas educacionais nos remete à necessidade<br />

de reformular e de caracterizar os objetivos das ações. Para tanto, é necessário<br />

definir prioridades. É sabido que o sentido da educação está em promover<br />

o homem. Para tanto, o educador deve ser um profundo conhecedor do<br />

homem. Quando estamos falando em homem, vamos convencionar que<br />

homem apresenta um corpo, existe em um meio e se define por coordenadas<br />

de espaço e tempo. Esse meio o condiciona e determina todas as suas manifestações.<br />

O meio a que nos referimos não é só o meio relativo á natureza<br />

(espaço físico, clima, vegetação, fauna, solo e subsolo), mas também ao<br />

meio cultural em que ele se encontra.<br />

Por exemplo: ao nascer, além de uma localização geográfica que<br />

pode ser mais ou menos favorável, o homem se depara com um momento<br />

histórico sendo vivenciado, marcado pelo peso das tradições, uma língua<br />

estruturada, costumes e crenças definidos, uma sociedade com instituições<br />

próprias, uma vida econômica peculiar, uma forma de governo e de seus poderes.<br />

Segundo Saviani (2007), este é o quadro da existência humana onde<br />

o homem é encaixado - é enquadrado. A vida humana só pode ser sustenta-<br />

14 14<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

da e desenvolvida a partir de um contexto determinado de onde o homem<br />

tira os meios para sua sobrevivência. Esses fatores levam o homem a valorizar<br />

os elementos do meio ambiente (água, terra, fauna, ar, flora, solo) caracterizando<br />

o seu domínio sobre a natureza e o valor das instituições, as ciências,<br />

as técnicas, caracterizando seu domínio da cultura.<br />

A cultura é, por sua vez, a transformação que o homem opera sobre<br />

o meio em que vive e os resultados desta transformação. Assim, o homem é<br />

capaz de agir, refletir, fazer opções, avaliar, se colocar no lugar do outro,<br />

interagir e não ser indiferente. Nasce assim o respeito e a valorização pelos<br />

outros.<br />

3. 3. Dimensão Dimensão sócio-cultural sócio-cultural sócio-cultural da da Educação<br />

Educação<br />

Para abordarmos este assunto é necessário primeiro fazer uma análise<br />

da escola como espaço sócio-cultural. Essa análise será realizada sob a ótica<br />

da cultura levando em conta a dimensão do dinamismo, do cotidiano escolar,<br />

composto por indivíduos de qualquer raça, cor, inseridos no mercado<br />

de trabalho, adultos e adolescentes, alunos e professores, vislumbrados<br />

como seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes e atuantes.<br />

A escola, como espaço sócio-cultural, é entendida, portanto, como<br />

um espaço social próprio e também como um espaço institucional onde um<br />

conjunto de normas e regras busca unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos.<br />

3.1. 3.1. 3.1. O O cotidiano cotidiano escolar<br />

escolar<br />

O cotidiano escolar é composto pelas relações sociais entre os sujeitos<br />

envolvidos incluindo os conflitos, a imposição de normas e de estratégias<br />

individuais ou coletivas. Desta forma, o processo educativo escolar recoloca<br />

a cada instante a reprodução do velho e a possibilidade da construção do<br />

novo. Esta abordagem permite ampliar a análise educacional, na medida em<br />

que busca apreender os processos reais, cotidianos, que ocorrem no entorno<br />

escolar, ao mesmo tempo em que resgata o papel ativo dos sujeitos, na<br />

vida social, cultural e nos processos educativos.<br />

4. 4. A A diversidade diversidade cultural cultural nos nos processos processos educativos<br />

educativos<br />

As interrelações dos sujeitos - professores e alunos nos processos<br />

educativos demonstram que para os professores, independente do sexo, da<br />

idade, da origem social, das experiências vivenciadas, os alunos são conside-<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

15<br />

15<br />

15 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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rados igualmente e procuram a escola com as mesmas expectativas e necessidades.<br />

Para esses professores, a instituição escolar deveria buscar atender a<br />

todos da mesma forma, com a mesma organização do trabalho escolar,<br />

mesma grade e currículo.<br />

A escola é vista como uma instituição única, com os mesmos objetivos<br />

para todos, tendo como função garantir o acesso ao conjunto de conhecimentos<br />

socialmente acumulados pela sociedade. Ensinar envolve a<br />

transmissão do conhecimento acumulado e aprender é a forma de assimilar<br />

esse conhecimento. O objetivo final do processo de ensino é centrado nos<br />

resultados da aprendizagem, que pode ser medido por processos de avaliação<br />

escolar.<br />

Dessa forma, o processo de ensino e de aprendizagem ocorre numa<br />

homogeneidade de ritmos, estratégias e propostas educativas para todos, independente<br />

de sua origem social, da idade, e das experiências vivenciadas.<br />

4.1. 4.1. 4.1. Os Os processos processos educativos educativos educativos e e os os grupos grupos grupos sociais<br />

sociais<br />

Os processos educativos ocorridos no nível do grupo social permitem<br />

que os indivíduos se identifiquem pelas formas próprias de vivenciar e interpretar<br />

as relações entre si e com a sociedade, produzindo uma cultura própria.<br />

É neste nível que os jovens percebem as relações em que estão imersos,<br />

se apropriam de significados, formando assim, sua consciência individual e<br />

coletiva. Nesse momento os alunos vivenciam experiências de novas relações<br />

na família, com grupos de amigos e formas de lazer.<br />

São essas experiências, entre outras que constituem os alunos como<br />

indivíduos concretos, com um lugar e com papéis sociais, umas escalas de<br />

valores, e com padrões de normalidade. É um processo dinâmico, criativo,<br />

ininterrupto, em que o indivíduo reelabora seus conceitos a partir de suas<br />

interações e opções cotidianas.<br />

Por esse prisma, os jovens são os resultados de um processo<br />

educativo amplo, que ocorre no cotidiano das relações sociais, de acordo<br />

com os elementos culturais a que têm acesso, e não só pelos processos<br />

educativos que a escola impõe.<br />

Nessa medida, a educação e seus processos acontecem dentro e fora<br />

das instituições escolares, compreendendo os mais diferentes espaços e situações<br />

sociais, num complexo de experiências, relações e atividades, cujos limites<br />

estão fixados pela estrutura material e simbólica da sociedade em determinado<br />

momento histórico. Nesse campo educativo amplo, estão incluídas<br />

as instituições (família, escola, igreja, etc.), assim como também o cotidiano<br />

difuso do trabalho, do bairro, do lazer, etc.<br />

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5. 5. Perspectivas erspectivas da da Educação<br />

Educação<br />

Os valores e práticas educacionais marcam o passado, caracterizam<br />

o presente e abrem possibilidades para o futuro. Algumas perspectivas teóricas<br />

que orientaram muitas práticas poderão desaparecer, e outras permanecerão<br />

em sua essência. Quais teorias e práticas criaram raízes, atravessaram<br />

o milênio e estão presentes hoje? No cenário da educação atual, podem ser<br />

destacados alguns marcos que persistem e que poderão persistir na educação<br />

do futuro.<br />

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ATI VI <strong>DA</strong>DE I<br />

1) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />

( ) Na Comunidade Primitiva as atividades eram realizadas em comum,<br />

portanto, não havia classes sociais.<br />

( ) Na Antigüidade, os senhores tinham acesso às escolas e as pessoas<br />

que produziam continuavam se educando nos próprios processos de<br />

trabalho.<br />

( ) A sociedade na Idade Média possuía ainda algumas características da<br />

sociedade antiga. A maioria das pessoas se educava no próprio<br />

processo de produção. A forma escolar da educação ainda era<br />

considerada uma forma secundária.<br />

( ) Nas sociedades pré-modernas o trabalho não era separado do<br />

cotidiano do indivíduo, existindo a inferioridade social e a dependência.<br />

( ) A sociedade moderna contou com uma força destrutiva para seu<br />

progresso a partir da invenção das armas de fogo.As relações naturais<br />

que antes tinham como base os laços de sangue onde a nobreza e a<br />

servidão eram passadas de pai para filho, na modernidade capitalista,<br />

as relações passam a ser sociais.<br />

( ) É na sociedade moderna que se forma a idéia de educação para<br />

formar cidadãos, escolarização universal, gratuita e leiga, que deve ser<br />

estendida a todos e a escola passa a ser a forma predominante da<br />

educação.<br />

A seqüência correta é:<br />

a) ( ) V,V,V,V,V.<br />

b) ( ) V,F,V,V,V.<br />

c) ( ) V,V,V,F,V.<br />

d) ( ) V,V,V,V,F.<br />

e) ( ) F,V,F,V,V.<br />

2) Como eram as relações antes do capitalismo?<br />

a) ( ) Tinham como base os laços de sangue.<br />

b) ( ) A nobreza e a servidão não eram herdadas.<br />

c) ( ) As tradições eram respeitadas mas não eram passadas de pai para<br />

filho.<br />

d) ( ) Não tinham como base os laços de sangue.<br />

e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />

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3) O que trouxe a economia militar e a economia do<br />

armamento?<br />

a) ( ) A substituição dos arcos e das flechas.<br />

b) ( ) O urbanismo.<br />

c) ( ) O humanismo.<br />

d) ( ) O capitalismo.<br />

e) ( ) A abertura de novas trilhas na mata.<br />

4) Em que época surgiu o conceito de educação para todos?<br />

a) ( ) Na modernidade capitalista.<br />

b) ( ) Na Idade Média.<br />

c) ( ) Na Antiguidade.<br />

d) ( ) Nos anos 60.<br />

e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />

5) Como a filosofia se relaciona com a educação?<br />

a) ( ) Ela ajuda a compreender os processos relativos à educação.<br />

b) ( ) A filosofia não se relaciona com a educação.<br />

c) ( ) A filosofia e a educação não se complementam.<br />

d) ( ) A filosofia ajuda a compreender os aspectos administrativos da<br />

educação.<br />

e) ( ) A filosofia relata os problemas da sociedade e da realidade..<br />

6) Aponte as possíveis consequências dos processos de reflexão<br />

acerca dos problemas educativos:<br />

a) ( ) Não adianta, porque nada muda neste país.<br />

b) ( ) Os problemas da educação brasileira não estão prontos para serem<br />

discutidos.<br />

c) ( ) Os problemas educacionais nos remetem à necessidade de<br />

reformulação.<br />

d) ( ) A reflexão referente aos problemas educacionais não é prioridade.<br />

e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />

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7) Em uma breve análise da escola como espaço sócio-cultural,<br />

podemos considerar:<br />

a) ( ) A dimensão do dinamismo.<br />

b) ( ) O cotidiano escolar, composto por indivíduos de qualquer raça e cor.<br />

c) ( ) Indivíduos inseridos no mercado de trabalho, adultos e adolescentes,<br />

alunos e professores.<br />

d) ( ) Seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes e atuantes.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

8) Como podemos entender o espaço “ escola” ?<br />

a) ( ) Como um espaço de lazer.<br />

b) ( ) Como espaço sócio-cultural e institucional regido por um conjunto de<br />

normas e regras.<br />

c) ( ) Como um espaço para discussões acirradas sobre política.<br />

d) ( ) Como um espaço para implementar normas e regras.<br />

e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />

9) Como pode ser composto o cotidiano escolar?<br />

a) ( ) Pelas ações dos dirigentes da instituição.<br />

b) ( ) Pelas ações dos professores e alunos.<br />

c) ( ) Pelas relações sociais entre os sujeitos envolvidos incluindo os conflitos,<br />

a imposição de normas e de estratégias individuais ou coletivas.<br />

d) ( ) Pelas regras e normas estabelecidas na instituição.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

10) De acordo com a afirmativa “ o processo educativo escolar<br />

recoloca a cada instante a reprodução do velho e a<br />

possibilidade da construção do novo” , podemos dizer que:<br />

a) ( ) Há um resgate dos conceitos educacionais, possibilitando a<br />

construção de novos conceitos.<br />

b) ( ) Antigamente a educação tinha melhor qualidade.<br />

c) ( ) Essa afirmativa não se aplica aos dias de hoje.<br />

d) ( ) A educação está em constante mudança.<br />

e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />

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11) Como podemos definir o processo de ensino?<br />

a) ( ) O processo de ensino só ocorre na escola.<br />

b) ( ) Ensinar envolve a transmissão do conhecimento acumulado.<br />

c) ( ) É um processo muito complicado que requer muita prática.<br />

d) ( ) O processo de ensino é dinâmico e só ocorre nas instituições<br />

escolares.<br />

e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />

12) Como podemos definir o processo de aprendizagem?<br />

a) ( ) O processo de aprendizagem só ocorre na escola.<br />

b) ( ) A aprendizagem envolve a transmissão do conhecimento acumulado.<br />

c) ( ) É a forma de assimilar o conhecimento.<br />

d) ( ) O processo de aprendizagem é dinâmico e só ocorre nas instituições<br />

escolares.<br />

e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />

13) O processo de ensino e de aprendizagem depende:<br />

a) ( ) Dos ritmos.<br />

b) ( ) Das estratégias.<br />

c) ( ) Das experiências vivenciadas.<br />

d) ( ) Das propostas educativas.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

14) Os processos educativos ocorridos no nível do grupo social<br />

permitem:<br />

a) ( ) Que os indivíduos se identifiquem pelas formas próprias de vivenciar o<br />

aprendizado.<br />

b) ( ) Interpretar as relações entre si e com a sociedade.<br />

c) ( ) Produzir uma cultura própria, a partir do aprendizado.<br />

d) ( ) Que os jovens percebem as relações em que estão imersos, se<br />

apropriam de significados, formando assim, sua consciência individual<br />

e coletiva.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

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15) O que podemos considerar como elementos que constituem<br />

os alunos como indivíduos concretos?<br />

a) ( ) As experiências vivenciadas.<br />

b) ( ) Os papéis sociais.<br />

c) ( ) A reelaboração dos conceitos a partir das interações e das opções<br />

cotidianas.<br />

d) ( ) Os processos educativos amplos.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

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UNI <strong>DA</strong>DE I I – Parte A<br />

Teorias Educacionais<br />

1.T 1.Teorias 1.T eorias Educacionais<br />

Educacionais<br />

1.1. 1.1. Um Um breve breve breve histórico histórico<br />

histórico<br />

O espaço delimitado da educação tradicional teve suas raízes fixadas<br />

na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, onde a educação era<br />

destinada a uma pequena minoria. Com o movimento Renascentista, a educação<br />

tradicional iniciou seu declínio, mas ela sobrevive até hoje, apesar da<br />

extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa.<br />

A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da obra de<br />

Jean Jacques Rousseau, nascido em Genebra, na Suíça. Os seus 66 anos de<br />

existência tiveram uma enorme influência na educação. Rousseau combateu<br />

idéias que prevaleciam há muito tempo. Sua teoria desmistificou que a prática<br />

educacional direcionada à criança, devia focalizar os interesses do adulto<br />

e da vida adulta. A criança era entendida como um adulto em miniatura. Sua<br />

teoria chamou a atenção para as necessidades da criança e as condições de<br />

seu desenvolvimento. E se a criança era um ser com características próprias,<br />

não só as suas idéias e seus interesses tinham de ser diferentes dos adultos;<br />

também o relacionamento rígido mantido pelos adultos em relação a elas<br />

precisava ser modificado. Com as suas idéias, Rousseau desmentiu que a<br />

educação é um processo pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos,<br />

hábitos e atitudes armazenados pela civilização, sem qualquer modificação.<br />

Cada fase de vida: infância, adolescência, juventude e maturidade foram<br />

concebidas como portadoras de características próprias, respeitando a<br />

individualidade de cada um.<br />

A educação nova desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe<br />

consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação<br />

e das metodologias de ensino. Alguns conceitos foram amplamente difundidos,<br />

como o conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas<br />

Freinet, são aquisições definitivas na história da pedagogia que veremos<br />

mais adiante. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova,<br />

amplamente consolidadas, tem um lugar garantido na educação do futuro.<br />

A educação tradicional e a educação nova têm em comum a concepção<br />

da educação como processo de desenvolvimento individual. Todavia,<br />

é importante enfatizar que o traço mais original da educação desse século<br />

é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o políti-<br />

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co e para o ideológico. A educação, no século XX, tornou-se permanente e<br />

social. Entretanto, há idéias universalmente difundidas, entre elas a de que<br />

não há idade para se educar, de que a educação se estende pela vida e que<br />

ela não é neutra.<br />

Seguindo essa linha, Gadotti (2000) nos lembra que nos anos 60,<br />

educadores e políticos imaginaram uma educação internacionalizada, e<br />

confiaram essa missão à Unesco. Nesta época, os países altamente desenvolvidos<br />

já haviam universalizado o ensino fundamental e eliminado o analfabetismo.<br />

Como resultado disso, tem-se hoje uma grande uniformidade nos<br />

sistemas de ensino e todos os sistemas educacionais contam com uma estrutura<br />

básica muito parecida. No final do século XX, o fenômeno da<br />

globalização deu novo impulso à idéia de uma educação igual para todos,<br />

agora não como princípio de justiça social, mas apenas como parâmetro<br />

curricular comum.<br />

Em meados dos anos 60 surgiu o paradigma da educação popular,<br />

inspirado originalmente no trabalho de Paulo Freire e fundamentado na<br />

conscientização, ou seja, incluía a prática e a reflexão sobre essa prática.<br />

Nos últimos anos, os educadores que permaneceram fiéis aos princípios da<br />

educação popular atuaram nas seguintes direções: na educação pública popular,<br />

na educação popular comunitária e na educação ambiental ou sustentável.<br />

1.2. 1.2. A A educação educação na na atualidade<br />

atualidade<br />

As práticas de educação popular se constituem em mecanismos de<br />

democratização, onde se retratam os valores de solidariedade e de reciprocidade,<br />

sobretudo nas práticas de educação popular comunitária, muitas delas<br />

voluntárias. Diante desse quadro, a educação popular, tem o seu modelo teórico<br />

reconceituado, e oferece grandes alternativas. Uma importante contribuição<br />

é a reforma dos sistemas de escolarização pública.<br />

O modelo teórico da educação popular, elaborado na reflexão sobre<br />

a prática da educação durante várias décadas, tornou-se, sem dúvida, uma<br />

das grandes contribuições da América Latina à teoria e à prática educativa<br />

em âmbito internacional. A noção de aprender a partir do conhecimento do<br />

sujeito, a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a educação<br />

como ato de conhecimento e de transformação social e a politicidade<br />

da educação são apenas alguns dos legados da educação popular à pedagogia<br />

crítica universal.<br />

No início deste novo milênio, a educação demonstra que o desempenho<br />

do sistema escolar não tem dado conta da universalização da educação<br />

básica de qualidade e que as novas matrizes teóricas não apresentam ainda<br />

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a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros<br />

numa época de profundas e rápidas transformações.<br />

Diante desta breve introdução sobre os caminhos da educação e antes<br />

de abordarmos as teorias de aprendizagem, temos que vislumbrar a perspectiva<br />

de que seja qual for o caminho que a educação contemporânea vá percorrer,<br />

uma educação voltada para o futuro será sempre uma educação contestadora,<br />

superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado, muito mais voltada<br />

para a transformação social do que para a transmissão cultural.<br />

1.3. 1.3. Os Os caminhos caminhos da da educação educação na na sociedade sociedade do<br />

do<br />

conhecimento<br />

conhecimento<br />

Segundo Jacques Delors (1998), coordenador do “Relatório para a<br />

Unesco da Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI” nos<br />

aponta os caminhos da educação na sociedade do conhecimento com a<br />

necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida fundada em<br />

quatro pilares que são ao mesmo tempo pilares do conhecimento e da formação<br />

continuada. Esses pilares podem ser tomados também como bússola<br />

para nos orientar rumo ao futuro da educação. São esses os pilares:<br />

I I - - Aprender Aprender a a a conhecer:<br />

conhecer:<br />

Esse pilar se refere ao prazer de compreender, de descobrir, de construir<br />

e de reconstruir o conhecimento, de aguçar a curiosidade, promover a<br />

autonomia e aumentar a atenção. Temos que ter em mente que é inútil tentar<br />

conhecer tudo. Esse pilar supõe uma cultura geral, o que não impede o domínio<br />

de certos assuntos especializados. Mas não basta aprender a conhecer.<br />

É preciso aprender a pensar, a pensar a realidade e não apenas “pensar<br />

pensamentos”, pensar o que já foi dito, o já foi feito e reproduzir o pensamento.<br />

É preciso pensar também o novo, reinventar o pensar, pensar e<br />

reinventar o futuro.<br />

II II - - Aprender Aprender a a fazer:<br />

fazer:<br />

Esse pilar é indissociável do aprender a conhecer. Com a substituição<br />

de algumas atividades humanas por máquinas, o fazer deixou de ser puramente<br />

instrumental. Esse fator valoriza a competência pessoal, tornando a<br />

pessoa apta a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe,<br />

do que se fixar somente na qualificação profissional. Hoje, o importante<br />

na formação do trabalhador, é saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa,<br />

ser pró-ativo, ter intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter<br />

estabilidade emocional. Essas são qualidades humanas que se manifestam<br />

nas relações interpessoais mantidas no trabalho. A flexibilidade é essencial.<br />

Como exemplo disso, existe hoje perto de 11 mil funções na sociedade e<br />

aproximadamente 60 profissões oferecidas pelas universidades.<br />

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III III - - Aprender Aprender a a viver viver juntos:<br />

juntos:<br />

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Esse pilar sustenta a importância de se conviver com os outros. Isso<br />

implica em compreender o outro, de participar de projetos comuns, de desenvolver<br />

a percepção da interdependência, da não-violência e da administração<br />

de conflitos. No Brasil temos como exemplo desta tendência na educação,<br />

a inclusão de temas transversais (ética, ecologia, cidadania, saúde,<br />

diversidade cultural) nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que exigem<br />

equipes interdisciplinares e o trabalho em projetos comuns.<br />

IV IV - - Aprender Aprender a a ser:<br />

ser:<br />

Esse pilar pressupõe o desenvolvimento integral da pessoa: a inteligência,<br />

a sensibilidade, o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal,<br />

a espiritualidade, o pensamento autônomo e crítico, a imaginação, a<br />

criatividade e a iniciativa. Para tanto, não se deve negligenciar nenhuma das<br />

potencialidades de cada indivíduo. A aprendizagem não pode ser apenas lógico-matemática<br />

e lingüística, ela precisa ser integral.<br />

2. 2. As As T TTeorias<br />

T eorias de de Aprendizagem<br />

Aprendizagem<br />

As teorias de aprendizagem podem ser consideradas um subconjunto<br />

da Ciência Cognitiva. No entanto, podem ser denominadas como diversos<br />

modelos que visam explicar o processo de aprendizagem pelos indivíduos.<br />

É importante que o professor detenha o conhecimento sobre essas<br />

abordagens teóricas para a melhoria da qualidade de ensino, bem como sobre<br />

utilização de métodos, técnicas e recursos de instrução. Cada uma dessas<br />

abordagens apresenta uma visão do processo ensino-aprendizagem.<br />

2.1. 2.1. O O Behaviorismo<br />

Behaviorismo<br />

Como uma introdução a esse tema, podemos as teorias de aprendizagem<br />

associadas ao Behaviorismo ou Comportamentalismo, que na Psicologia<br />

da Aprendizagem se vale de teorias que procuram explicar, através de<br />

diferentes enfoques, como os indivíduos aprendem, como se expressa o desenvolvimento<br />

mental de uma pessoa e como se estruturam os modelos<br />

institucionais.<br />

As teorias comportamentais ligadas ao Behaviorismo entendem o<br />

aprendiz como um ser que responde a estímulos do meio exterior, não levando<br />

em consideração o que ocorre dentro de sua mente durante o processo. A<br />

aprendizagem é interpretada somente como mudança de comportamento. As<br />

principais abordagens ligadas ao Behaviorismo se referem ao Behaviorismo<br />

Metodológico representado por Watson, ao Behaviorismo radical, representado<br />

por Skinner e ao Behaviorismo Social representado por Staats.<br />

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O behaviorismo metodológico toma como base o realismo. O realismo<br />

defende a idéia de que há um mundo real, externo, onde as coisas acontecem.<br />

É a partir desse mundo real externo - objetivo - que constituímos o<br />

nosso mundo interno – subjetivo. Assim, Watson chega ao conceito de “reflexo<br />

condicionado” que consiste em interações estímulo-resposta em uma<br />

relação do ambiente e do sujeito nas quais o organismo é levado a responder<br />

a estímulos que antes não respondia. A formulação do behaviorismo de<br />

Watson é representada pela relação S-R, onde S é o estímulo do ambiente e<br />

R a resposta do organismo.<br />

No behaviorismo radical representado por Skinner, a aprendizagem<br />

ocorre devido ao reforço e é a existência do reforço que leva à aprendizagem,<br />

ou seja, para ele, a aprendizagem é basicamente uma mudança de<br />

comportamento. Os aspectos mais importantes se referem a ações do professor<br />

que depois de se ensinar deve pedir que o estudante execute o que se<br />

ensinou para que possa corrigi-lo imediatamente. Esta sequência de eventos<br />

Skinner chamou de contingências do reforço. Apesar de ser uma abordagem<br />

muito discutida, ela é bastante atual.<br />

O behaviorismo social leva em conta a interação homem com o ambiente<br />

de uma forma mais ampla. O interesse concentra-se na análise cuidadosa<br />

do pensamento e dos mecanismos que este utiliza para controlar a<br />

ação. Preocupa-se com uma interação contínua e recíproca entre fatores<br />

ambientais, comportamentais e cognitivos. Também se refere à noção de<br />

“aprendizagem através de modelação”, ou seja, se refere à aquisição de conhecimentos<br />

e comportamentos novos por meio da observação.<br />

2.2. 2.2. O O Cognitivismo<br />

Cognitivismo<br />

O Cognitivismo estuda a cognição e os processos mentais que estão<br />

por detrás do comportamento. O conceito de Ciência Cognitiva se propõe<br />

a um estudo da evolução das teorias da psicologia da aprendizagem, chamada<br />

de ciência do comportamento humano. É uma área de investigação<br />

cobre diversos domínios, examinando questões sobre a memória, atenção,<br />

percepção, representação de conhecimento, raciocínio, criatividade e resolução<br />

de problemas. A linha cognitivista enfatiza o processo da cognição, da<br />

compreensão, da transformação, do armazenamento e do uso da informação.<br />

Segundo Gardner, atualmente, a maioria dos cientistas cognitivas é<br />

proveniente das fileiras de disciplinas específicas - em especial, da filosofia,<br />

da psicologia, da inteligência artificial, da lingüística, da antropologia e da<br />

neurociência.<br />

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Fundam entos da Educação<br />

2.3. 2.3. O O Humanismo<br />

Humanismo<br />

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O Humanismo vê o aprendiz em sua totalidade. Nesta abordagem, o<br />

importante é a auto-realização do indivíduo, o seu crescimento pessoal. A<br />

aprendizagem significativa é auto-centrada e estimulada pelo relacionamento<br />

entre aluno e o facilitador da aprendizagem. Para Rogers, principal representante<br />

desta abordagem, as experiências de vida, o clima psicológico da<br />

sala de aula, a integração professor no papel de facilitador e o aluno são fatores<br />

importantes para a aprendizagem. Rogers enfatiza os aspectos dinâmicos<br />

e ativos do ensino do ensino que reforçam o processo de interação na<br />

aprendizagem e considera o aluno capaz de auto-direção, desde que em<br />

ambiente propício e interessante.<br />

As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida<br />

nos atos de ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução<br />

cognitiva do homem, e tentam explicar a relação entre o conhecimento préexistente<br />

e o novo conhecimento. A aprendizagem não seria apenas inteligência<br />

e construção de conhecimento, mas, basicamente, identificação pessoal<br />

e relação através da interação entre as pessoas.<br />

É importante compreender o modo como as pessoas aprendem e as<br />

condições necessárias para a aprendizagem, bem como identificar o papel<br />

de um professor nesse processo. Estas teorias são importantes porque possibilitam<br />

ao professor adquirir conhecimentos, atitudes e habilidades que lhe<br />

permitirão alcançar melhor os objetivos do ensino.<br />

Na aprendizagem escolar, existem os seguintes elementos centrais,<br />

para que o desenvolvimento escolar ocorra com sucesso: o aluno, o professor<br />

e a situação de aprendizagem.<br />

As teorias de aprendizagem têm em comum o fato de assumirem que<br />

indivíduos são agentes ativos na busca e construção de conhecimento, dentro<br />

de um contexto significativo.<br />

3. 3. 3. As As T TTeorias<br />

T eorias de de Aprendizagem<br />

Aprendizagem<br />

3.1. 3.1. A A T TTeoria<br />

T eoria Básica Básica de de Jean Jean Piaget<br />

Piaget<br />

As teorias de Jean Piaget, portanto, tentam nos explicar como se desenvolve<br />

a inteligência nos seres humanos. Daí o nome dado a sua ciência<br />

de Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos<br />

do aumento dos conhecimentos.<br />

Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação em<br />

bases científicas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento<br />

da inteligência, mas experimentalmente comprovou suas teses.<br />

28 28<br />

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DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

Resumir a teoria de Jean Piaget não é uma tarefa fácil, pois sua obra<br />

tem mais páginas que a Enciclopédia Britânica. Desde que se interessou por<br />

desvendar o desenvolvimento da inteligência humana, Piaget trabalhou compulsivamente<br />

em seu objetivo, até às vésperas de sua morte, em 1980, aos<br />

oitenta e quatro anos, deixando escrito aproximadamente setenta livros e<br />

mais de quatrocentos artigos.<br />

3.1.2. 3.1.2. Um Um breve breve histórico<br />

histórico<br />

Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos publicou<br />

seu primeiro artigo científico, sobre um pardal albino. Desde cedo interessado<br />

em filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia na Universidade<br />

de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde começou<br />

a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia<br />

experimental.<br />

Em 1924, publicou o primeiro livro, “A Linguagem e o Pensamento na<br />

Criança”. Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes<br />

nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-<br />

Jacques Rousseau, ao lado de seu mestre, Édouard Claparède (1873-1940).<br />

Foi também nesse período que acompanhou a infância dos três filhos,<br />

uma das grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de<br />

“ajustamento progressivo do saber”. Até o fim da vida, recebeu títulos honorários<br />

de algumas das principais universidades européias e norte-americanas.<br />

Morreu em 1980 em Genebra, na Suíça.<br />

3.1.3. 3.1.3. Piaget Piaget e e a a educação<br />

educação<br />

Jean Piaget foi o nome mais influente no campo da educação durante<br />

a segunda metade do século XX, a ponto de quase se tornar sinônimo de<br />

pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio<br />

gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada,<br />

Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa<br />

o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente<br />

da criança.<br />

Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade<br />

física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que<br />

denominou epistemologia genética – isto é, uma teoria do conhecimento<br />

centrada no desenvolvimento natural da criança.<br />

Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde<br />

o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de<br />

raciocínio é atingida. “A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocí-<br />

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29 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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nio lógico-matemático, que é fundamental na escola, mas não pode ser ensinado,<br />

dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança”, diz o<br />

professor Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São<br />

Paulo.<br />

3.1.4. 3.1.4. As As descobertas descobertas descobertas de de Piaget<br />

Piaget<br />

As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas,<br />

de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma<br />

possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender<br />

o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas<br />

condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam<br />

falta em termos cognitivos.<br />

Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas<br />

que a própria criança faz – um mecanismo que outros pensadores antes<br />

dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática.<br />

Vem de Piaget a idéia de que o aprendizado é construído pelo aluno e é sua<br />

teoria que inaugura a corrente construtivista.<br />

Educar, para Piaget, é “provocar a atividade” – isto é, estimular a<br />

procura do conhecimento. “O professor não deve pensar no que a criança<br />

é, mas no que ela pode se tornar”, diz o professor Lino de<br />

Macedo.<br />

A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo<br />

a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas<br />

estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda<br />

adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente<br />

a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam.<br />

O que vale também dizer que a inteligência humana pode ser exercitada,<br />

buscando um aperfeiçoamento de potencialidades.<br />

3.1.5. 3.1.5. Piaget Piaget Piaget e e o o comportamento comportamento humano<br />

humano<br />

Para Piaget o comportamento é construído numa interação entre o<br />

meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e<br />

logia = estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo,<br />

como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a<br />

complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras,<br />

quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo.<br />

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As teorias piagetianas abrem campo de estudo não somente para a<br />

psicologia do desenvolvimento, mas também para a sociologia e para a antropologia,<br />

além de permitir que os pedagogos tracem uma metodologia baseada<br />

em suas descobertas.<br />

3.1.6. 3.1.6. Piaget Piaget e e o o desenvolvimento desenvolvimento do do indivíduo<br />

indivíduo<br />

O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e<br />

vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também<br />

após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A<br />

construção da inteligência dá-se, portanto, em etapas sucessivas com complexidades<br />

crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de<br />

“construtivismo sequencial”.<br />

A seguir os períodos em que Piaget aponta como o de desenvolvimento<br />

motor, verbal e mental:<br />

I. I. Período eríodo Sensório Sensório Sensório-Motor:<br />

Sensório Sensório -Motor: do nascimento aos 2 anos, aproximadamente.<br />

A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das<br />

ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência<br />

eminentemente prática. Sua linguagem vai da repetição de sílabas à palavra-frase<br />

(“água” para dizer que quer beber água) já que não representa<br />

mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de<br />

isolamento e de indiferenciação (o mundo é ele).<br />

II. II. II.Período II. II. eríodo Simbólico: Simbólico: dos 2 aos 4 anos, aproximadamente. Neste<br />

período surge a função que permite o surgimento da linguagem, do desenho,<br />

da imitação, da dramatização, etc.. Pode criar imagens mentais na ausência<br />

do objeto ou da ação, É o período da fantasia, do faz de conta, do<br />

jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar<br />

o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforos em<br />

carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma”<br />

(animismo) aos objetos (“o carro do papai foi ‘dormir’ na garagem”). A linguagem<br />

está em nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo<br />

tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças<br />

“conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro<br />

está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo.<br />

Há uma tendência ao nominalismo (dar nomes às coisas das quais<br />

não sabe o nome ainda), à superdeterminação (“teimosia”), e ao<br />

egocentrismo (tudo é “meu”).<br />

III. III.Período III. III. eríodo Intuitivo: Intuitivo: Intuitivo: Intuitivo: dos 4 aos 7 anos, aproximadamente. Neste<br />

período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos<br />

porquês”, pois o indivíduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do<br />

real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento<br />

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31 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar<br />

coleções e conjuntos sem, no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos<br />

maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem,<br />

não mantém uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua<br />

resposta às palavras do companheiro. Esse período também é comumente<br />

apresentado como Período Pré-Operatório.<br />

IV IV.Período IV eríodo Operatório Operatório Concreto: Concreto:<br />

Concreto: dos 7 aos 11 anos, aproximadamente.<br />

É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número,<br />

substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu<br />

tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma<br />

lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar<br />

de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender<br />

regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação<br />

torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que, no entanto possam<br />

discutir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão<br />

comum.<br />

V. Período eríodo Operatório Operatório Abstrato: Abstrato:<br />

Abstrato: dos 11 anos em diante. É o ápice<br />

do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento<br />

hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto<br />

para calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de<br />

interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os<br />

possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento é possível à dialética, que<br />

permite que a linguagem se dê em nível de discussão para se chegar a uma<br />

conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação<br />

e reciprocidade.<br />

A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência<br />

reside no fato de que, em cada período, o indivíduo adquire novos<br />

conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação<br />

da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que<br />

os professores possam também compreender com quem estão trabalhando.<br />

A obra de Jean Piaget não oferece aos educadores uma didática específica<br />

sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança.<br />

Piaget nos mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características<br />

e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições.<br />

Para Para Para Para Para pensar: pensar: pensar: pensar: pensar:<br />

Os críticos de Piaget costumam dizer que ele deu importância excessiva<br />

aos processos individuais e internos de aquisição do aprendizado.<br />

Os que afirmam isso em geral contrapõem a obra piagetiana à do pen-<br />

32 32<br />

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sador bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934). Para ele, como para<br />

Piaget, o aprendizado se dá por interação entre estruturas internas e<br />

contextos externos.<br />

A diferença é que, segundo Vygotsky, esse aprendizado depende fundamentalmente<br />

da influência ativa do meio social, que Piaget tendia<br />

a considerar apenas uma “interferência” na construção do conhecimento.<br />

“É preciso lembrar que Piaget queria abordar o conhecimento<br />

do ponto de vista de qualquer criança”, diz o professor Lino de<br />

Macedo em defesa do cientista suíço.<br />

Pela sua experiência em sala de aula, que peso o meio social tem nos<br />

processos propriamente cognitivos das crianças? Como você pode influir<br />

nisso?<br />

3.2. 3.2. A A T TTeoria<br />

T eoria de de Lev Lev V VVygotsky<br />

V ygotsky - - ensino ensino ensino como como pro-<br />

pro<br />

cesso cesso cesso social social<br />

social<br />

O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) morreu há mais<br />

de 70 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate<br />

em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. Sua obra ressalta o papel<br />

da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas<br />

pela pedagogia contemporânea.<br />

Lev S. Vygotsky , professor e pesquisador foi contemporâneo de<br />

Piaget, nasceu e viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose com 34<br />

anos. Como professor, dedicou-se aos campos da pedagogia e da psicologia.<br />

3.2.1. 3.2.1. T TTempos<br />

T empos conturbados<br />

conturbados<br />

Em menos de 34 anos de vida, Vygotsky conheceu momentos políticos<br />

drasticamente diferentes, que tiveram forte influência em seu trabalho.<br />

Nascido sob o regime dos czares russos, Vygotsky acompanhou de perto,<br />

como estudante e intelectual, os acontecimentos que levaram à revolução<br />

comunista de 1917.<br />

O período que se seguiu foi marcado, entre outras coisas, por um clima<br />

de efervescência intelectual, com a abertura de espaço para as vanguardas<br />

artísticas e o pensamento inovador nas ciências, além de uma preocupação<br />

em promover políticas educacionais eficazes e abrangentes.<br />

Vygotsky foi partidário da revolução russa e sempre acreditou em<br />

uma sociedade mais justa sem conflito social e exploração. Construiu sua te-<br />

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33 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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oria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um<br />

processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem<br />

nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social.<br />

Logo após a revolução, Vygotsky intensificou seus estudos sobre psicologia.<br />

Visitou comunidades rurais, onde pesquisou a relação entre nível de<br />

escolaridade e conhecimento e a influência das tradições no desenvolvimento<br />

cognitivo.<br />

Com a ascensão ao poder de Josef Stalin, em 1924, o ambiente cultural<br />

ficou cada vez mais limitado. Vygotsky usou a dialética marxista para<br />

sua teoria de aprendizado, mas sua análise da importância da esfera social<br />

no desenvolvimento intelectual era criticada por não se basear na luta de<br />

classes, como se tornara obrigatório na produção científica soviética. Em<br />

1936, dois anos após sua morte, toda a obra de Vygotsky foi censurada pela<br />

ditadura de Stalin e assim permaneceu por 20 anos.<br />

3.2.2. 3.2.2. 3.2.2. V VVygotsky<br />

V ygotsky e e os os processos processos sociais<br />

sociais<br />

Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, onde a criança<br />

aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e<br />

passarão a trabalhar com essas situações de forma consciente. Se uma transformação<br />

social pode alterar o funcionamento cognitivo e pode reduzir o preconceito<br />

e conflitos sociais, então esses processos psicológicos são de natureza<br />

social e devem ser analisados e trabalhados através de fatores sociais.<br />

Vygotsky atribui um papel preponderante às relações sociais no processo<br />

de ensino-aprendizagem, tanto que a corrente pedagógica que se originou<br />

de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou<br />

sociointeracionismo.<br />

3.2.3. 3.2.3. 3.2.3. V VVygotsky<br />

V ygotsky e e e Piaget Piaget<br />

Piaget<br />

Sua teoria surge da ênfase no social e é uma oposição teórica em relação<br />

à Piaget (1896-1980), que também se dedicou ao tema da evolução<br />

da capacidade de aquisição de conhecimento pelo ser humano e chegou a<br />

conclusões que atribuem importância aos processos internos do que aos<br />

processos interpessoais.<br />

Vygotsky, que, embora discordasse de Piaget, admirava muito seu trabalho.<br />

Publicou críticas ao suíço em 1932, mas Piaget só tomaria contato<br />

com essas críticas nos anos 60 e lamentou não ter podido conhecer<br />

Vygotsky em vida. Muitos estudiosos acreditam que é possível conciliar as<br />

obras dos dois.<br />

34 34<br />

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Os estudos de Vygotsky sobre o aprendizado decorrem da compreensão<br />

do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade.<br />

“Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”, escreveu o psicólogo.<br />

3.2.4. 3.2.4. O O sujeito sujeito e e a a sociedade<br />

sociedade<br />

Para Vygotsky, a formação se dá numa relação entre o sujeito e a sociedade<br />

a seu redor, ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente<br />

modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o<br />

que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece<br />

com determinado ambiente, que é chamada de experiência pessoalmente<br />

significativa.<br />

Segundo Vygotsky, apenas as funções psicológicas elementares se caracterizam<br />

como reflexos. Os processos psicológicos mais complexos que diferenciam<br />

os humanos dos outros animais só se formam e se desenvolvem<br />

pelo aprendizado. Entre as funções complexas se encontram a consciência e<br />

o discernimento. “Uma criança nasce com as condições biológicas de falar,<br />

mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais velhos da comunidade”.<br />

Todo aprendizado é necessariamente mediado e isso torna o papel do<br />

ensino e do professor mais ativo e determinante. Segundo Vygotsky, o primeiro<br />

contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações<br />

deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a<br />

criança “se apropria” dele, tornando-o voluntário e independente.<br />

Como Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora<br />

o pensamento do psicólogo bielo-russo, com sua ênfase no aprendizado,<br />

ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento.<br />

Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam<br />

espontaneamente. Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou<br />

que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de<br />

compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, “puxando”<br />

dela um novo conhecimento. “Ensinar o que a criança já sabe<br />

desmotiva o aluno e ir além de sua capacidade é inútil”.<br />

O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo<br />

mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo não se resume à<br />

aquisição de uma habilidade ou de um conjunto de informações, mas amplia<br />

as estruturas cognitivas da criança. Assim, por exemplo, com o domínio<br />

da escrita, o aluno adquire também capacidades de reflexão e controle do<br />

próprio funcionamento psicológico.<br />

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35<br />

35 Fundam entos da Educação


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3.2.5. 3.2.5. O O papel papel do do professor professor para para V VVygotsky<br />

V ygotsky<br />

Vygotsky atribuiu muita importância ao papel do professor como<br />

impulsionador do desenvolvimento psíquico das crianças. A idéia de um maior<br />

desenvolvimento conforme um maior aprendizado não quer dizer, porém,<br />

que se deve apresentar uma quantidade enciclopédica de conteúdos aos alunos.<br />

O importante, para o pensador, é apresentar às crianças formas de<br />

pensamento, não sem antes detectar que condições elas têm de absorvê-las.<br />

E E E E E você? você? você? você? você?<br />

Já pensou em elaborar critérios para avaliar as habilidades que seus<br />

alunos já têm e aquelas que eles poderão adquirir?<br />

Percebe que certas atividades estimulam o aluno a pensar de um<br />

modo novo e que outras não despertam o mesmo entusiasmo?<br />

3.3.T 3.3.Teoria 3.3.T 3.3.T eoria da da Inclusão Inclusão<br />

Inclusão<br />

A teoria da assimilação de David Paul Ausubel, ou teoria da aprendizagem<br />

significativa, é uma teoria cognitivista que procura explicar os mecanismos<br />

internos que ocorrem na mente humana com relação ao aprendizado<br />

e à estruturação do conhecimento.<br />

Ausubel concentra-se principalmente na aprendizagem que ocorre na<br />

sala de aula onde se percebe que seus trabalhos tem uma proposta concreta<br />

para o cotidiano acadêmico.<br />

Como Piaget, Ausubel acredita no valor da aprendizagem por descoberta,<br />

mas volta a valorizar a aula do tipo expositiva, que será o grande foco<br />

da sua pesquisa. Neste sentido, o maior legado deixado por Ausubel é justamente<br />

o de técnicas e reflexões acerca da aula do tipo “tradicional” no sentido<br />

de propiciar o melhor aprendizado possível para seus alunos.<br />

3.3.1. 3.3.1. Princípios<br />

Princípios<br />

1. As idéias mais gerais de um determinado assunto devem ser apresentadas<br />

primeiro e, depois, progressivamente diferenciadas em termos de<br />

detalhe e de especificidade.<br />

2. Os materiais de instrução devem tentar integrar o material novo<br />

com a informação anteriormente apresentada por meio de comparações e<br />

referências cruzadas de idéias novas e antigas.<br />

36 36<br />

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3.3.2. 3.3.2. Facilitadores Facilitadores do do aprendizado<br />

aprendizado<br />

aprendizado<br />

Ausubel elencou alguns facilitadores para o aprendizado em sala de<br />

aula que podem ser seguidos pelo professor, na época do planejamento de<br />

suas aulas, conforme segue:<br />

· Não sobrecarregue o aluno com informações excessivamente<br />

detalhadas e pormenorizadas, que pouco (ou em nada) contribui<br />

para a promoção da aprendizagem significativa da essência do<br />

conteúdo que se deseja “ensinar”.<br />

· “Guiem” a elaboração, a sequenciação, o relacionamento e a<br />

ordem de apresentação dos diversos materiais e da aula<br />

expositiva.<br />

· Permitam avaliar a melhor estratégia pedagógica a se adotar<br />

em função daquilo que o aluno já sabe (as idéias âncoras que<br />

possui) e daquilo que ele conseguiu reter de um determinado<br />

conteúdo.<br />

· Orientem na proposta de ensino de um novo material, preocupando-se<br />

em formar idéias firmes e amplas, de modo a poder<br />

ancorar aquilo que se deseja ensinar.<br />

· Os conceitos e idéias devem ser sempre estudados a partir dos<br />

mais gerais para os mais específicos. Neste sentido, quando da<br />

seleção dos aspectos mais relevantes de um determinado conteúdo,<br />

devem ser privilegiados os conceitos/ idéias mais gerais,<br />

que poderão servir como âncora para futuras aprendizagens.<br />

Se for feito de outra forma, optando-se por conceitos mais específicos,<br />

pode acontecer que eles não sejam potencialmente significativos para<br />

os alunos, uma vez que estariam faltando idéias de esteio mais relevantes,<br />

que estão justamente associadas com os conceitos mais amplos/ inclusivos.<br />

3.3.3. 3.3.3. 3.3.3. Ausubel Ausubel e e a a prática prática<br />

prática<br />

Ausubel propõe alguns procedimentos práticos, dentre os quais podemos<br />

destacar:<br />

I. Propostas de solução para problemas (novos), em contexto diferente<br />

daquele originalmente aprendido, e com enunciado “inédito”.<br />

II. Propostas de testes ao final de cada “módulo”, a fim de verificar a<br />

retenção dos diversos conceitos abordados. Estes testes podem<br />

assumir ainda maior importância quando os tópicos do curso estão<br />

seqüenciados a partir dos princípios da diferenciação progressiva<br />

em uma sequência lógica de fatos. Neste caso, o bom desem-<br />

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37<br />

37 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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penho na avaliação pode servir como condição para se passar<br />

para um tópico seguinte, de modo que se consolidassem as idéias<br />

que servirão de âncoras para os aprendizados futuros, antes de se<br />

iniciar o estudo destes conteúdos. Isso potencializa uma aprendizagem<br />

significativa.<br />

III. Propor teste anterior ao início da disciplina (ou de alguns módulos<br />

específicos), a fim de avaliar a presença de idéias âncoras necessárias<br />

para que o aluno possa aprender, de forma significativa, o<br />

novo conteúdo que se intenta ensinar.<br />

3.3.4. 3.3.4. Condução Condução das das aulas<br />

aulas<br />

Na aprendizagem significativa, é necessariamente estabelecida uma<br />

relação entre o novo conteúdo e aquele que já se sabia. A isso Ausubel denomina<br />

de formas formas de de aprendizagem aprendizagem significativa significativa, significativa sendo definidas três<br />

categorias possíveis:<br />

· Subordinação<br />

Subordinação<br />

Subordinação: Subordinação<br />

Subordinação quando o novo conteúdo é uma especificação,<br />

uma particularidade, de algo mais geral que já se sabe.<br />

· Superordenação<br />

Superordenação: Superordenação<br />

Superordenação ocorre quando o que se aprende é mais geral<br />

do que as idéias que lhe serviram como âncora, de modo que na hierarquia<br />

da estrutura cognitiva, estará posicionado acima destas idéias/ conceitos.<br />

· Correlativa Correlativa: Correlativa acontece quando o novo conteúdo não é mais específico<br />

nem mais amplo do que aquilo que lhe serviu de conceito-base. Neste<br />

caso, as idéias guardam entre si um mesmo nível hierárquico, não estando<br />

nenhuma subordinada à outra.<br />

3.3.5. 3.3.5. Princípios Princípios e e métodos métodos da da aprendizagem<br />

aprendizagem<br />

significativa<br />

significativa<br />

Ausubel não se preocupa com a aprendizagem significativa por descoberta,<br />

dando uma ênfase muito grande na aprendizagem significativa por<br />

recepção. Neste caso, ele propõe alguns princípios e métodos que podem<br />

facilitá-la:<br />

· Seleção Seleção dos dos itens itens curriculares curriculares relevantes relevantes: relevantes corresponde à escolha<br />

dos itens curriculares mais importantes para o bom entendimento do<br />

conteúdo que se deseja ensinar. Esta escolha deve ser feita em função daquilo<br />

que o aluno deve aprender da disciplina e em função do contexto específico<br />

que se tem (tipo e formação dos alunos).<br />

· Diferenciação Diferenciação Diferenciação progressiva progressiva: progressiva equivale ao princípio segundo o qual<br />

os conteúdos devem ser apresentados, sempre, a partir dos conceitos/ idéias<br />

38 38<br />

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10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

mais amplos para os mais específicos. Desta forma, uma vez escolhidos os<br />

itens curriculares relevantes, deve-se sequenciá-los de modo que os mais gerais<br />

sejam trabalhados antes dos mais específicos.<br />

· Reconciliação Reconciliação integrativa integrativa: integrativa no processo de montagem da aula e<br />

do material instrucional e no trabalho de “ensiná-los” para os alunos, é preciso<br />

ter cuidado para contemplar todas as relações necessárias entre as idéias<br />

que se deseja que os alunos aprendam e as idéias que eles já possuem.<br />

Neste sentido, deve-se evidenciar semelhanças e diferenças entre conceitos e<br />

idéias, bem como ajudar os alunos na solução/ entendimento de eventuais<br />

contradições.<br />

· Avaliação Avaliação: Avaliação Avaliação assume dois papéis na facilitação pedagógica: avaliar<br />

se os alunos possuem os pré-requisitos necessários para a aprendizagem significativa<br />

de um novo conteúdo; e avaliar se um novo conteúdo ensinado<br />

durante o curso foi internalizado adequadamente. Além disso, pode ajudar o<br />

professor no entendimento de eventuais insucessos de seus alunos, bem<br />

como pode servir de guia/ motivação para o estudo dos estudantes.<br />

· Organizador Organizador prévio prévio: prévio é um material introdutório que serve como<br />

ponte cognitiva entre aquilo que já se sabe e algo novo, que se deseja ensinar,<br />

mas que ainda não se tem familiaridade (organizador explicativo explicativo); explicativo ou<br />

que vai se utilizar de idéias já existentes na estrutura cognitiva do aluno, de<br />

modo que o novo conteúdo é inicialmente trabalhado a partir das diferenças<br />

e semelhanças que possui com relação àquilo que já se sabe (organizador<br />

comparativo comparativo). comparativo Nos casos dos organizadores explicativos e comparativos,<br />

eles servem para estabelecer de maneira significativa as idéias mais gerais relativas<br />

ao conteúdo que se deseja ensinar, seja de forma comparativa ou de<br />

forma explicativa.<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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39<br />

39<br />

39 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

ATI VI <strong>DA</strong>DE I I - Parte A<br />

1) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />

( ) O espaço delimitado da educação tradicional teve suas raízes fixadas<br />

na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, onde a educação<br />

era destinada a uma pequena minoria.<br />

( ) Com o movimento Renascentista, a educação tradicional iniciou seu<br />

declínio, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade<br />

trazida pela educação burguesa.<br />

( ) Com as suas idéias, Rousseau desmentiu que a educação é um processo<br />

pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos, hábitos e<br />

atitudes armazenados pela civilização, sem qualquer modificação.<br />

( ) Rosseau defendia a idéia de que cada fase de vida: infância, adolescência,<br />

juventude e maturidade foram concebidas como portadoras<br />

de características próprias e que deveríamos respeitar a individualidade<br />

de cada um.<br />

( ) A educação nova desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe<br />

consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da<br />

educação e das metodologias de ensino.<br />

a) ( ) F,V,F,V,F.<br />

b) ( ) V,V,V,V,V.<br />

c) ( ) F,V,V,F,V.<br />

d) ( ) V,F,V,V,V.<br />

e) ( ) F,F,F,F,V.<br />

2) O que a educação tradicional e a educação nova têm em<br />

comum?<br />

a) ( ) A educação como processo de desenvolvimento coletivo.<br />

b) ( ) Os processos educativos amplamente divulgados.<br />

c) ( ) A difusão de novas idéias.<br />

d) ( ) A educação como processo de desenvolvimento individual.<br />

e) ( ) A educação como processo do espaço coletivo.<br />

40 40<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

3) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />

( ) A educação, no século XX, tornou-se permanente e social.<br />

( ) As idéias na educação são universalmente difundidas, entre elas a de<br />

que não há idade para se educar, de que a educação se estende pela<br />

vida.<br />

( ) Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente<br />

consolidadas, tem um lugar garantido na educação do futuro.<br />

( ) As concepções da educação definem que há uma determinada idade<br />

para que ocorram os processos de ensino e de aprendizagem.<br />

( ) No final do século XX, o fenômeno da globalização deu novo impulso<br />

à idéia de uma educação igual para todos, agora não como princípio<br />

de justiça social, mas apenas como parâmetro curricular comum.<br />

Assinale a alternativa correta:<br />

a) ( ) V,V,V,V,V.<br />

b) ( ) V,V,V,V,F.<br />

c) ( ) V,V,V,F,V.<br />

d) ( ) F,F,V,V,V.<br />

e) ( ) F,V,F,V,F.<br />

4) Nos anos 60, a educação foi amplamente discutida:<br />

a) ( ) Pela UNESCO, para que se tornasse uma educação internacionalizada.<br />

b) ( ) Nesta época, os países altamente desenvolvidos já haviam<br />

universalizado o ensino fundamental e eliminado o analfabetismo.<br />

c) ( ) A universalização do ensino fundamental foi um fator responsável<br />

pela eliminação do analfabetismo.<br />

d) ( ) A partir dos anos 60 ocorreu uma universalidade dos sistemas de<br />

ensino e dos sistemas educacionais nos países desenvolvidos.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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41<br />

41<br />

41 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

5) Assinale a alternativa correta:<br />

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( ) Em meados dos anos 60 surgiu o paradigma da educação popular,foi<br />

inspirado no trabalho de Paulo Freire e fundamentado na<br />

conscientização e na reflexão sobre a prática.<br />

( ) Os trabalhos de Paulo Freire estavam fundamentados em processos reflexivos<br />

mas não contemplavam a prática.<br />

( ) As práticas de educação popular se constituem em mecanismos de democratização,<br />

onde se retratam os valores de solidariedade e de reciprocidade.<br />

( ) O modelo teórico da educação popular praticado no Brasil contribuiu<br />

para a prática educativa sendo reprimido em âmbito internacional.<br />

( ) As reflexões acerca da prática da educação durante várias décadas no<br />

Brasil tornou-se, sem dúvida, uma das grandes contribuições da América<br />

Latina à teoria e à prática educativa em âmbito internacional.<br />

a) ( ) V,F,F,V,F.<br />

b) ( ) F,V,V,V, F.<br />

c) ( ) F,V,F,V, V.<br />

d) ( ) V,F,V,F,V.<br />

e) ( ) V,V,V,V,V.<br />

6) O Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para<br />

o Século XXI:<br />

( ) Aponta os caminhos da educação na sociedade do conhecimento<br />

com a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida.<br />

( ) Relata a importância da aprendizagem nos sistemas formais de ensino<br />

com um tempo pré-determinado.<br />

( ) Os pilares do conhecimento e da educação continuada são: aprender<br />

a conhecer, aprender a ser, aprender a viver juntos e aprender a fazer.<br />

( ) Indica a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida<br />

fundada em quatro pilares que são ao mesmo tempo pilares do conhecimento<br />

e da formação continuada.<br />

( ) Os pilares do conhecimento não podem ser levados em consideração<br />

no que se refere ao futuro da educação.<br />

42 42<br />

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10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


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Assinale a alternativa correta:<br />

a) ( ) F,V,V,V,F.<br />

b) ( ) V,F,V, V,F .<br />

c) ( ) F,V,F,F,V.<br />

d) ( ) V,F,F,V,V.<br />

e) ( ) V,V,V,V,V.<br />

7) Descreva os quatro pilares do conhecimento apontados no<br />

Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o<br />

Século XXI:<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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10.10.01<br />

43<br />

43<br />

43 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

8) Qual a importância das Teorias de Aprendizagem para os<br />

processos educativos?<br />

a) ( ) É importante para a formação dos processos de trabalho.<br />

b) ( ) Ajudam a entender os temas transversais da educação.<br />

c) ( ) Melhora a visão referente aos processos de complementação dos<br />

cursos.<br />

d) ( ) Elas contribuem para a melhoria da qualidade de ensino.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

9) Qual a função das Teorias de Aprendizagem e da Psicologia<br />

da Aprendizagem na educação?<br />

a) ( ) Explicar como os indivíduos aprendem.<br />

b) ( ) Explicar como ocorre o desenvolvimento mental do indivíduo nos<br />

processos educativos.<br />

c) ( ) Mostrar sob diferentes enfoques como ocorrem os processos de<br />

ensino e de aprendizagem.<br />

d) ( ) Explicar como se estruturam os modelos institucionais na educação.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

10) Aponte os aspectos mais importantes das teorias educacionais<br />

ligadas ao behaviorismo:<br />

11) Cite as principais características do behaviorismo radical:<br />

44 44<br />

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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

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12) Cite as principais características do behaviorismo<br />

metodológico:<br />

13) Cite as principais características do behaviorismo social:<br />

14) Refere-se ao Cognitivismo:<br />

a) ( ) É o estudo cognição e dos processos mentais referentes ao comportamento.<br />

b) ( ) Propõe-se a um estudo da evolução das teorias da psicologia da<br />

aprendizagem, chamada de ciência do comportamento humano.<br />

c) ( ) É uma área de investigação que examina questões sobre a memória,<br />

atenção, percepção, representação de conhecimento, raciocínio,<br />

criatividade e resolução de problemas.<br />

d) ( ) Enfatiza o processo da cognição, da compreensão, da transformação,<br />

do armazenamento e do uso da informação.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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10.10.01<br />

45<br />

45<br />

45 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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15) Quais as principais características do humanismo?<br />

16) Quais os elementos centrais da aprendizagem escolar?<br />

a) ( ) A comunidade escolar.<br />

b) ( ) O aluno, o professor e a situação de aprendizagem.<br />

c) ( ) Os processos educativos e a escola.<br />

d) ( ) O aluno, o professor, os registros escolares e os meios internos e<br />

externos.<br />

e) ( ) Os registros escolares, o professor e o aluno.<br />

17) Relacione os aspectos básicos da Teoria de Jean Piaget:<br />

46 46<br />

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18) Cite os períodos que Piaget aponta como o de desenvolvimento<br />

motor, verbal e mental:<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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10.10.01<br />

47<br />

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47 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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19) Relacione os aspectos básicos da Teoria de Lev Vygotsky:<br />

20) São aspectos fundamentais na Teoria da Inclusão de<br />

Ausubel:<br />

a) ( ) Explica os mecanismos internos que ocorrem na mente humana<br />

com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento.<br />

b) ( ) Concentra-se na aprendizagem que ocorre na sala de aula.<br />

c) ( ) Tem uma proposta concreta para o cotidiano acadêmico.<br />

d) ( ) Acredita no valor da aprendizagem por descoberta.<br />

e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />

48 48<br />

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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

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UNI <strong>DA</strong>DE I I - Parte B<br />

Teorias Educacionais<br />

3. 3. 3. As As TT<br />

Teorias T eorias de de Aprendizagem Aprendizagem (continuação)<br />

(continuação)<br />

3.4. 3.4. T TTeoria<br />

T eoria Construtivista Construtivista de de Jerome Jerome Bruner<br />

Bruner<br />

Jerome S. Bruner nasceu em 1915 em New York. Doutorou-se em<br />

Psicologia, em 1941, na Harvard University. Possui uma obra muito<br />

diversificada na área da educação, pedagogia e psicologia. Embora Bruner<br />

seja um psicólogo por formação e tenha dedicado grande parte das suas<br />

obras ao estudo da psicologia, ganhou grande notoriedade no mundo da<br />

educação graças à sua participação no movimento de reforma curricular,<br />

ocorrido, nos EUA, na década de 60.<br />

3.4.1. 3.4.1. Princípios<br />

Princípios<br />

1. A instrução precisa estar preocupada com as experiências e os<br />

contextos que levam o aluno a estar pronto e apto para aprender (prontidão).<br />

2. A instrução precisa ser estruturada para que possa ser facilmente<br />

compreendida pelo aluno (organização espiral)<br />

3. A instrução precisa ser criada para facilitar a extrapolação e ou<br />

preencher as brechas (ir além da informação dada)<br />

3.4.2. 3.4.2. 3.4.2. Descrição Descrição da da T TTeoria<br />

T eoria<br />

O americano Jerome Bruner acredita que a aprendizagem é um processo<br />

que ocorre internamente e não como um produto do ambiente, das<br />

pessoas ou de fatores externos àquele que aprende.<br />

A teoria de Bruner privilegia a curiosidade do aluno e coloca o professor<br />

como instigador dessa curiosidade, por isso é chamada de teoria da<br />

descoberta. O método de Bruner prevê estruturação das matérias de ensino,<br />

seqüência de apresentação dessas matérias, motivação e reforço.<br />

3.4.3. 3.4.3. Bruner Bruner e e Piaget<br />

Piaget<br />

A Teoria Construtivista de Jerome Bruner difere da Teoria de Piaget<br />

em relação à linguagem. Para ele, o pensamento da criança evolui com a<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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10.10.01<br />

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49<br />

49 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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linguagem e dela depende. Para Piaget, o desenvolvimento da linguagem<br />

acontece paralelamente ao do pensamento, isto é, caminha em paralelo<br />

com a lógica.<br />

Um aspecto relevante de sua teoria é que o aprendizado é um processo<br />

ativo, no qual aprendizes constroem novas idéias, ou conceitos, baseados<br />

em seus conhecimentos passados e atuais. O aprendiz seleciona e<br />

transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões, contando,<br />

para isto, com uma estrutura cognitiva.<br />

3.4.4. 3.4.4. Modelos Modelos mentais<br />

mentais<br />

A estrutura cognitiva (esquemas, modelos mentais) fornece significado<br />

e organização para as experiências e permite ao indivíduo “ir além da informação<br />

dada”. A aprendizagem torna-se, então, um processo interno e não<br />

um produto direto do ambiente, das pessoas ou de fatores externos àquele<br />

que aprende. Bruner pesquisou o trabalho de sala de aula e desenvolveu<br />

uma teoria da instrução, que sugere metas e meios para a ação do educador,<br />

baseada no estudo da cognição.<br />

3.5. 3.5. T TTeoria<br />

T eoria de de Howard Howard Howard Gardner: Gardner: Gardner: T TTeoria<br />

T eoria das<br />

das<br />

Inteligências Inteligências Múltiplas<br />

Múltiplas<br />

Howard Gardner nasceu em Scranton, na Pensilvânia, em 1943,<br />

numa família de judeus alemães refugiados do nazismo. Ingressou na Universidade<br />

Harvard em 1961 para estudar história e direito, mas acabou se<br />

aproximando do psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e redirecionou a carreira<br />

acadêmica para os campos combinados de psicologia e de educação.<br />

Na pós-graduação, pesquisou o desenvolvimento dos sistemas simbólicos<br />

pela inteligência humana sob orientação do célebre educador<br />

Jerome Bruner. Nessa época, Gardner integrou-se ao Harvard Project Zero,<br />

destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística. Em 1971, tornou-se<br />

co-diretor do projeto, cargo que mantém até hoje. Foi lá que desenvolveu<br />

as pesquisas sobre as inteligências múltiplas. Elas vieram a público em<br />

seu sétimo livro, Frames of Mind (quadros da mente), de 1983, que o projetou<br />

da noite para o dia nos Estados Unidos.<br />

O assunto foi aprofundado em outro campeão de vendas, Inteligências<br />

Múltiplas: Teoria na Prática, publicado em 1993. Nos escritos sobre<br />

educação que se seguiram, enfatizou a importância de trabalhar a formação<br />

ética simultaneamente ao desenvolvimento das inteligências. Hoje leciona<br />

neurologia na escola de medicina da Universidade de Boston e é professor<br />

de cognição e pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos,<br />

50 50<br />

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10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


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vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de<br />

livros como Mentes Extraordinárias. Em 2005, foi eleito um dos 100 intelectuais<br />

mais influentes do mundo pelas revistas Foreign Policy e Prospect.<br />

3.5.1. 3.5.1. Gardner Gardner e e a a educação<br />

educação<br />

Formado no campo da psicologia e da neurologia, Gardner causou<br />

forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas,<br />

divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de<br />

aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação,<br />

quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por<br />

outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou<br />

a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais<br />

humanas eram parciais e insuficientes.<br />

Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os<br />

testes de QI, criados nos primeiros anos do século XX pelo psicólogo francês<br />

Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu país.<br />

O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade<br />

de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico-matemático, mas<br />

durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças<br />

correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas.<br />

“Como o aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior<br />

dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom<br />

parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes”, diz Celso<br />

Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant’ Anna,<br />

em São Paulo. “Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e, dessa<br />

forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência lógicomatemática”.<br />

3.5.2. 3.5.2. A A elaboração elaboração da da da teoria<br />

teoria<br />

Sob a influência do norte-americano Robert Sternberg, que estudou<br />

as variações dos conceitos de inteligência em diferentes culturas, Gardner foi<br />

levado a conceituá-la como o potencial para resolver problemas e para criar<br />

aquilo que é valorizado em determinado contexto social e histórico.<br />

Na elaboração de sua teoria, ele partiu da observação do trabalho<br />

dos gênios. “Ficou claro que a manifestação da genialidade humana é bem<br />

mais específica que generalista, uma vez que bem poucos gênios o são em<br />

todas as áreas”, afirma Antunes.<br />

Gardner foi buscar evidências também no estudo de pessoas com lesões<br />

e disfunções cerebrais, que o ajudou a formular hipóteses sobre a rela-<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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10.10.01<br />

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51 Fundam entos da Educação


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ção entre as habilidades individuais e determinadas regiões do órgão. Finalmente,<br />

o psicólogo se valeu do mapeamento encefálico mediante técnicas<br />

surgidas nas décadas recentes.<br />

Muitas escolas, inclusive no Brasil, se esforçaram para mudar seus<br />

procedimentos em função das descobertas de Howard Gardner. A maneira<br />

mais difundida de aplicar a teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular<br />

todas as habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um<br />

mesmo conteúdo. As melhores estratégias partem da resolução de problemas.<br />

Segundo Gardner, não é possível compensar totalmente a desvantagem<br />

genética com um ambiente estimulador da habilidade correspondente,<br />

mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma resposta<br />

positiva do aluno – desde que elas despertem o prazer do aprendizado.<br />

Gardner atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e<br />

transmitir valores. “A missão da educação deve continuar a ser uma confrontação<br />

com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas<br />

dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas”, escreveu.<br />

Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner favorece<br />

uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da<br />

multiplicidade e da diversidade na sala de aula.<br />

Mais tarde, Gardner acrescentou à lista das inteligências múltiplas, as<br />

inteligências naturais (reconhecer e classificar espécies da natureza) e existenciais<br />

(refletir sobre questões fundamentais da vida humana) e sugeriu o agrupamento<br />

da interpessoal e da intrapessoal numa só.<br />

3.5.3. 3.5.3. Implicações Implicações da da teoria<br />

teoria<br />

A primeira implicação da teoria das múltiplas inteligências é que existem<br />

talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein<br />

tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha<br />

do mesmo pendor para outros tipos de habilidade. O mesmo pode ser<br />

dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físicocinestésica<br />

de Pelé. Por outro lado, embora essas capacidades sejam independentes,<br />

raramente funcionam de forma isolada.<br />

Os anos 1990 ficaram conhecidos como a década do cérebro graças<br />

aos novos procedimentos de visualização do interior do corpo humano<br />

e, principalmente, ao grande número de estudos desafiadores sobre o assunto.<br />

“A teoria das inteligências múltiplas não poderia ter ganho as mesmas diversidades<br />

e dimensões sem as admiráveis conquistas das ciências da<br />

cognição nesse período”, diz Celso Antunes.<br />

52 52<br />

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10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


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Entre as descobertas recentes que contrariam crenças antigas estão a<br />

de que o cérebro mantém o potencial de evolução durante toda a vida e que<br />

funções de regiões lesionadas podem ser assumidas por outras, se estimuladas.<br />

Apesar dos avanços, a mente humana continua a ser um vasto território<br />

a explorar. A intensificação das pesquisas faz prever muitas novidades para os<br />

próximos anos.<br />

O que leva as pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação<br />

que recebem e as oportunidades que encontram. Para Gardner, cada<br />

indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos ainda não moldado pela<br />

cultura, o que só começa a ocorrer por volta dos 5 anos.<br />

Segundo ele, a educação costuma errar ao não levar em conta os<br />

vários potenciais de cada um. Além disso, é comum que essas aptidões sejam<br />

sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das escolas. Preserválas<br />

já seria um grande serviço ao aluno. “O escritor imita a criança que brinca:<br />

cria um mundo de fantasia que leva a sério, embora o separe da realidade”,<br />

diz Gardner.<br />

3.5.4. 3.5.4. 3.5.4. As As Inteligências Inteligências Inteligências Múltiplas<br />

Múltiplas<br />

Para Gardner o propósito da escola deveria ser o de desenvolver essas<br />

inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos de ocupação<br />

adequados ao seu espectro particular de inteligência.<br />

Gardner propõe uma escola centrada no indivíduo, voltada para um<br />

entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo do aluno. A escola<br />

ideal de Gardner baseia-se em algumas suposições:<br />

· nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades,<br />

nem aprendem da mesma maneira.<br />

· ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido. • a tarefa<br />

dos especialistas em avaliação seria a de tentar compreender<br />

as capacidades e interesses dos alunos de uma escola.<br />

· a tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a<br />

combinar os perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados<br />

currículos e determinados estilos de aprendizagem.<br />

· a tarefa do agente da escola-comunidade seria a de encontrar situações<br />

na comunidade determinadas pelas opções não disponíveis<br />

na escola, para as crianças que apresentam perfis cognitivos<br />

incomuns.<br />

· um novo conjunto de papéis para os educadores deveria ser<br />

construído para transformar essas visões em realidade.<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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53 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

Gadner passa a se preocupar com aquelas crianças que não brilham<br />

nos testes padronizados, e que, consequentemente, tendem a ser consideradas<br />

como não tendo nenhum tipo de talento.<br />

A inteligência para Gardner é a capacidade de solucionar problemas<br />

ou elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente ou<br />

comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite às pessoas<br />

abordar situações, atingir objetivos e localizar caminhos adequados a esse<br />

objetivo.<br />

A criação de um produto cultural torna-se crucial nessa função na<br />

medida em que captura e transmite o conhecimento ou expressa as opiniões<br />

ou sentimentos da pessoa. Os problemas a serem resolvidos são os mais diversos,<br />

indo desde uma teoria científica até uma composição poética ou musical.<br />

A teoria das inteligências múltiplas foi elaborada à luz das origens biológicas<br />

de cada capacidade de resolver problemas. A tendência biológica<br />

deve ser vinculada aos estímulos culturais. A linguagem, por exemplo, que é<br />

uma capacidade universal, ora pode apresentar-se como oratória, ora como<br />

escrita, ou secreta, etc.<br />

3.5.5. 3.5.5. 3.5.5. As As inteligências inteligências múltiplas múltiplas estão estão estão listadas listadas a a<br />

a<br />

seguir<br />

seguir<br />

I. I. Lógico-matemática Lógico-matemática - a capacidade de confrontar e avaliar<br />

objetos e abstrações, discernindo as suas relações e princípios subjacentes.<br />

II. II. Linguística Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial<br />

pelos idiomas, pelas palavras e por um desejo em os explorar. É predominante<br />

em poetas, escritores e linguistas.<br />

III. III. Musical Musical - identificável pela habilidade para compor e executar<br />

padrões musicais, executando pedaços de partituras de ouvido, em termos<br />

de ritmo e timbre, mas também escutando-os e discernindo-os. Pode estar<br />

associada a outras inteligências, como a lingüística, espacial ou corporalcinestésica.<br />

É predominante em compositores, maestros, músicos, críticos de<br />

música.<br />

IV IV. IV IV Espacial Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o<br />

mundo visual com precisão, permitindo transformar, modificar percepções e<br />

recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante<br />

em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, navegadores e jogadores de<br />

xadrez.<br />

V. Corporal-cinestésica<br />

Corporal-cinestésica Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de<br />

controlar e orquestrar movimentos do corpo. É predominante entre atores e<br />

aqueles que praticam a dança ou os esportes.<br />

54 54<br />

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DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

VI. VI. Intrapessoal Intrapessoal – é expressa na capacidade de se conhecer, estando<br />

mais desenvolvidas em escritores, psicoterapeutas e conselheiros.<br />

VII. VII. Interpessoal Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções,<br />

motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em<br />

políticos, religiosos e professores.<br />

VIII. VIII. Naturalista Naturalista Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e<br />

organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e<br />

classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a<br />

variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica<br />

de paisagistas, arquitetos e mateiros, por exemplo.<br />

IX. IX. Existencial Existencial - investigada no terreno ainda do “possível”, necessitando<br />

de maiores evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar<br />

sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes<br />

espirituais e de pensadores filosóficos.<br />

3.5.6. 3.5.6. PP<br />

Por PP<br />

or que que a a inteligência inteligência espiritual espiritual ou ou moral<br />

moral<br />

não não é é considerada?<br />

considerada?<br />

considerada?<br />

A inteligência espiritual ou moral serve como uma candidata razoável<br />

para uma oitava inteligência, embora existam razões igualmente boas para<br />

considerá-la um amálgama da inteligência interpessoal e da inteligência<br />

intrapessoal, com um componente de valor acrescentado.<br />

O que é moral ou espiritual depende imensamente dos valores culturais;<br />

ao descrever as inteligências, nós estamos lidando com capacidades<br />

que podem ser mobilizadas pelos valores de uma cultura, e não pelos comportamentos<br />

que são valorizados de uma maneira ou outra.<br />

3.5.7 3.5.7 A A P PPerspectiva<br />

P erspectiva biopsicológica<br />

biopsicológica<br />

biopsicológica<br />

Para falarmos e entendermos a Teoria das Inteligências Múltiplas não<br />

podemos esquecer que cada ato cognitivo envolve um agente que executa<br />

uma ação ou uma série de ações em alguma tarefa ou domínio. A perspectiva<br />

biopsicológica examina o agente e suas capacidades, inclinações, valores<br />

e objetivos.<br />

A inteligência é um potencial biopsicológico. O fato de um indivíduo<br />

ser ou não considerado inteligente e em que aspectos, é um produto em primeiro<br />

lugar de sua herança genética e de suas propriedades psicológicas,<br />

variando de seus poderes cognitivos às suas disposições de personalidade.<br />

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55 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

3.5.8. 3.5.8. O O talento talento para para Gardner<br />

Gardner<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

Segundo Gardner (1998) o talento é sinal de um potencial<br />

biopsicológico precoce, em algum dos domínios existentes numa cultura<br />

sendo a prodigiosidade uma forma extrema de talento em algum domínio.<br />

Mozart, poe exemplo, se qualificou como prodigioso em virtude de seus talentos<br />

extraordinários na esfera musical. E os termos especialista e perito são<br />

adequados somente depois que um indivíduo trabalhou por cerca de uma<br />

década num determinado domínio.<br />

3.5.9. 3.5.9. A A criatividade criatividade para para Gardner<br />

Gardner<br />

A criatividade é uma caracterização reservada para aqueles produtos<br />

que inicialmente são considerados uma novidade dentro do domínio, embora<br />

acabem sendo reconhecidos como aceitáveis dentro da comunidade adequada.<br />

O termo gênio deve ser designado para aquelas pessoas ou trabalhos<br />

que não são só peritos e criativos, mas que também assumem um significado<br />

universal ou quase universal.<br />

Na medida em que uma capacidade é valorizada numa cultura, ela<br />

pode contar com uma inteligência, mas na ausência desse endosso cultural,<br />

a capacidade não seria considerada uma inteligência.<br />

3.5.10. 3.5.10. Gardner Gardner e e o o desenvolvimento desenvolvimento humano<br />

humano<br />

Nos primeiros anos de vida as crianças desenvolvem habilidades simbólicas<br />

e conceitos teóricos por meio de interações espontâneas com o<br />

mundo na qual vivem. O desenvolvimento inicial é “pré-domínio” e “précampo”.<br />

Elas se desenvolvem apenas com uma vaga atenção aos domínios<br />

que existem em sua cultura, e com uma sensibilidade ainda menor à existência<br />

dos campos que julgam. Mesmo que o campo fique impressionado com<br />

os trabalhos das crianças pequenas, elas prosseguem numa sublime indiferença<br />

às operações do campo. Logo depois que se inicia a escola, as crianças<br />

querem conhecer as regras dos domínios e as convenções da cultura, e<br />

buscam dominá-las tão rápida e prontamente quanto possível. E assim, para<br />

Gardner a existência do domínio, e uma sensibilidade ao campo, surgem<br />

como ímpeto.<br />

Este período funciona como aprendizado, um aprendizado rumo à<br />

perícia em domínios específicos, um aprendizado rumo à perícia nos hábitos<br />

de uma cultura. As condições para uma vida criativa (ou não-criativa) já podem<br />

estar sendo criadas, pois a criatividade depende imensamente de traços<br />

de personalidade e disposição, e dos acidentes da demografia.<br />

56 56<br />

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DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

As idades de 15 e 25 anos representam o momento da verdade no<br />

desenvolvimento da matriz de talento. Suas inteligências estão sendo desenvolvidas<br />

a serviço do funcionamento normal, produtivo, de sua atual sociedade.<br />

Por volta de 30 a 35 anos a situação fundamental na matriz de talento<br />

provavelmente já foi determinada.<br />

das ?<br />

Chegamos assim a perguntas cruciais:<br />

O que pode ser feito para estimular o talento ?<br />

Que tipos de desempenhos ou realizações extraordinárias são deseja-<br />

As crianças em diferentes idades possuem necessidades diferentes,<br />

respondem a diferentes formas de informação cultural e assimilam conteúdos<br />

com diferentes estruturas motivacionais e cognitivas, logo os tipos de regimes<br />

educacionais planejados pelos educadores precisam levar em conta<br />

esses fatores de desenvolvimento.<br />

3.5.11. 3.5.11. 3.5.11. Os Os modelos modelos educacionais educacionais educacionais para para Gardner<br />

Gardner<br />

Os tipos de modelos educacionais que são oferecidos às crianças podem<br />

demonstrar a direção que elas poderão tomar, podendo ser encorajadas<br />

ou não para a perícia, criatividade, etc. Em nossa sociedade pode haver<br />

modelos contrastantes sobre os usos do talento e as maneiras pelas quais ele<br />

pode ser desenvolvido.<br />

Qualquer tipo de talento jamais pode ser adequadamente<br />

conceitualizado como existindo unicamente na cabeça ou no corpo dos indivíduos.<br />

Os educadores devem manter em mente os fatores extrapessoais<br />

que desempenham um grande papel no desenvolvimento (ou impedimento)<br />

do talento.<br />

Para Para Para Para Para pensar pensar pensar pensar pensar<br />

Uma das conseqüências nefastas da valorização exclusiva da inteligência<br />

lógico-matemática é a tendência de definir o desempenho dos<br />

alunos mais pelo que eles não são (dada a impossibilidade de que todos<br />

se destaquem numa única área de conhecimento) do que pelo que<br />

são. Ainda prevalece o hábito de valorizar as habilidades relacionadas<br />

às artes e aos esportes apenas nas chamadas atividades<br />

extracurriculares.<br />

Você acha que, em sua prática diária, isso pode começar a ser mudado?<br />

De que forma?<br />

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57 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

3.6.T 3.6.Teoria 3.6.T eoria da da Instrução Instrução Ancorada Ancorada - - AprendizaAprendiza-<br />

gem gem baseada baseada em em problemas<br />

problemas<br />

Com a virada do século, não adianta mais nos perguntarmos se devemos<br />

ou não introduzir as novas tecnologias da informação e de comunicação<br />

no processo educativo. Isso já é fato.<br />

Já na década de 80, educadores preocupados com a questão consideraram<br />

inevitável que a informática invadisse a educação e a escola, assim<br />

como ela já estava presente em toda a sociedade. Atualmente, professores<br />

de várias áreas reagem de maneira mais radical, reconhecendo que, se a<br />

educação e a escola não abrirem espaço para essas novas linguagens, essas<br />

escolas podem ter seus espaços definitivamente comprometidos.<br />

3.6.1. 3.6.1. O O uso uso uso das das tecnologias<br />

tecnologias<br />

Entretanto, só a tecnologia educacional não é capaz de trazer contribuições<br />

para a área educacional e o seu uso como o ingrediente mais importante<br />

do processo educativo é ineficiente. Há a necessidade da reflexão<br />

humana. Mesmo aqueles que defendem a tecnologia proclamando apenas<br />

seus benefícios, devem considerar que a tecnologia educacional tem que se<br />

adequar às necessidades de determinado projeto político-pedagógico, colocando-se<br />

à serviço de seus objetivos e nunca os determinando.<br />

Embora seja verdade que a tecnologia educacional não irá resolver<br />

os problemas da educação, que são de natureza social, política, ideológica,<br />

econômica e cultural, essa constatação não nos pode deixar sem ação frente<br />

à introdução das inovações tecnológicas no contexto educacional. Ainda<br />

é preciso continuar pesquisando sobre o que as novas tecnologias têm a<br />

oferecer à educação, para que tenhamos condições de formar uma visão<br />

crítica fundamentada sobre o seu uso.<br />

3.6.2. 3.6.2. 3.6.2. Visão Visão Geral Geral da da da T TTeoria<br />

T Teoria<br />

eoria<br />

A instrução ancorada é o maior paradigma para o aprendizado baseado<br />

em tecnologia. Foi desenvolvido pelo Cognition & Technology Group at<br />

Vanderb ilt (CTGV), sob liderança de John Bransford. O enfoque inicial do<br />

trabalho foi o desenvolvimento de ferramentas interativas de video-laser, que<br />

incentivaram alunos e professores a fazer e a resolver problemas complexos e<br />

realistas.<br />

Os materiais de vídeo servem como “âncoras” (em macro-contexto)<br />

para todo o aprendizado e instrução posterior. Como explicado pelo CTGV<br />

(1993): “O modelo destas âncoras foi bem diferente dos modelos de vídeos<br />

que foram tipicamente usados em educação... a meta foi criar contextos in-<br />

58 58<br />

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DISTÂNCIA


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teressantes e realistas, para incentivar a construção ativa do conhecimento<br />

pelos aprendizes. Nossas âncoras eram histórias, em vez de aulas teóricas, e<br />

foram criadas para serem exploradas pelos alunos e professores.” O uso da<br />

tecnologia interativa de video-laser torna possível aos alunos explorar facilmente<br />

o conteúdo. A instrução ancorada é relacionada à estrutura de<br />

Aprendizado Situado e também à Teoria da Flexibilidade Cognitiva.<br />

A aplicação primária da instrução ancorada foi, em leitura elementar,<br />

language arts e habilidades matemáticas. O CLGV desenvolveu um conjunto<br />

de programas interativos de video-laser chamado “Jasper Woodbury Problem<br />

Solving Series”. Tais programas envolvem aventuras, nas quais conceitos matemáticos<br />

são usados para solucionar problemas. De qualquer modo, o<br />

paradigma da instrução ancorada é baseado no modelo geral de resolução<br />

de problemas.<br />

Exemplo Exemplo: Exemplo<br />

Uma das primeiras atividades de instrução ancorada envolveu o uso<br />

do filme, “Young Sherlock Holmes”, na forma interativa de video-laser. Os<br />

alunos foram solicitados a analisar o filme em termos de conexões causais,<br />

motivação dos personagens e autenticidade das composições, para entenderem<br />

o gênero de vida na Inglaterra vitoriana. O filme fornece a âncora para<br />

uma compreensão da história e de um período histórico particular.<br />

3.6.3. 3.6.3. Princípios<br />

Princípios<br />

I. As atividades de aprendizado e ensino devem ser criadas em torno<br />

de uma “âncora”, que deve ser algum tipo de estudo de um caso ou uma situação<br />

envolvendo um problema.<br />

II. Os materiais devem permitir a exploração pelo aprendiz (programas<br />

interativos de video-laser).<br />

3.6.4. 3.6.4. Aprendizagem Aprendizagem Aprendizagem baseada baseada em em Problemas Problemas<br />

Problemas<br />

Uma das metodologias mais fortemente apoiadas nos pressupostos<br />

construtivistas é a Aprendizagem baseada em Problemas, que permite ao estudante<br />

aprender a partir da colocação de um problema ou estudo de caso,<br />

que pode ser real ou simulado.<br />

Várias estratégias podem ser implementadas, mas em geral, o estudante<br />

tem a possibilidade de interagir com o problema, de obter dados, de<br />

formular hipóteses, de tomar decisões e de emitir julgamentos.<br />

Na área da saúde, por exemplo, são utilizadas simulações clínicas relevantes,<br />

análogas a situações reais, que substituem problemas clínicos pa-<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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59 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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dronizados. A partir de perguntas, para as quais o aluno possui alternativas<br />

de respostas, e das conseqüências das decisões tomadas, ele tem a oportunidade<br />

de testar sua capacidade de julgamento frente a um conjunto de dados.<br />

As conseqüências das decisões são imediatamente simuladas pelo programa,<br />

propiciando experiência clínica em tempo relativamente curto.<br />

Jonassen (1998) recomenda que o problema proposto não seja totalmente<br />

estruturado, permitindo que alguns aspectos sejam definidos pelo aluno.<br />

Múltiplas soluções devem ser aceitas e múltiplos critérios de avaliação<br />

das soluções são necessários. Não devem ser dados de antemão os conceitos<br />

e princípios úteis, nem como estes se organizam para solucionar o problema.<br />

O julgamento sobre o problema e a defesa da posição pessoal deve<br />

ser solicitado ao aluno.<br />

Com base no argumento de que o estudante deveria ter maior responsabilidade<br />

sobre suas experiências de aprendizagem, há autores<br />

construtivistas que acreditam que o próprio aluno deveria escolher os problemas<br />

a serem estudados. Nesse caso, o papel do professor seria o de ajudá-lo<br />

a gerar problemas relevantes e interessantes para sua realidade.<br />

3.6.5. 3.6.5. O O papel papel papel do do professor<br />

professor<br />

Hoje o trabalho docente pode ser apoiado pelo uso das tecnologias<br />

da informação e da comunicação na educação. O trabalho do professor é<br />

fundamental nos projetos de inovações tecnológicas e a qualidade educativa<br />

destes meios de ensino depende, mais do que de suas características técnicas,<br />

do uso didático que o docente propõe e do contexto em que ela se desenvolve.<br />

Referindo-se à informática educativa e, mais recentemente, à utilização<br />

da Internet no processo educativo, vários autores discutem de que forma<br />

o papel do professor pode se adequar ao uso das novas tecnologias<br />

educacionais na concepção construtivista da aprendizagem.<br />

Para Valente (1993), o professor deixa de ser o repassador do conhecimento<br />

para ser o criador de ambientes de aprendizagem e facilitador do<br />

processo pelo qual o aluno adquire conhecimento. Demo (1998), tentando<br />

redefinir o papel do professor (cuja função básica não é mais dar aula, pois<br />

isso pode ser feito através da televisão ou do microcomputador), apresentao<br />

como o orientador do processo reconstrutivo do aluno, através da avaliação<br />

permanente, do suporte em termos de materiais a serem trabalhados, da<br />

motivação constante e da organização sistemática do processo.<br />

Moran (1998) considera o perfil do novo professor como um indivíduo<br />

que valoriza a busca, o estímulo, o apoio e pode ser capaz de estabelecer<br />

formas democráticas de pesquisa e de comunicação.<br />

60 60<br />

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DISTÂNCIA


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A aprendizagem baseada em problemas prevê a atividade do professor<br />

relacionada com questões que ele irá formular aos estudantes. É essencial<br />

que elas valorizem e desafiem o pensamento do aprendiz, não o induzindo<br />

sobre o que fazer ou como pensar.<br />

3.6.6. 3.6.6. O O facilitador facilitador da da aprendizagem<br />

aprendizagem<br />

Nessa modelagem, o papel do professor aproxima-se de uma concepção<br />

de profissional que facilita a construção de significados por parte do<br />

aluno nas suas interpretações com o mundo. Assim, este profissional é melhor<br />

denominado de facilitador pedagógico. Para que possa ajudar o aluno,<br />

o facilitador pedagógico deve possuir uma concepção clara da construção<br />

de conhecimento enquanto processo dinâmico baseado em uma reflexão<br />

conjunta sobre o mundo real. Deve possuir uma base teórica consistente,<br />

uma clara concepção do objetivo da aprendizagem e da metodologia a ser<br />

utilizada, assim como do processo de avaliação de acordo com a visão<br />

construtivista de conhecimento.<br />

des:<br />

Em sua prática, o facilitador pedagógico pode, entre outras ativida-<br />

(l) desenvolver poucos conceitos com maior produtividade;<br />

(2) encorajar o aluno a buscar outros pontos de vista, a desejar<br />

aprender e a entender;<br />

(3) propiciar a análise de experiências significativas e a sua reflexão<br />

crítica;<br />

(4) promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o<br />

intercâmbio de experiências.<br />

Na realidade, nas relações convencionais entre professor-aluno o<br />

professor deixa de ser o único a ter acesso à informação. O professor muda<br />

de postura, abdicando do poder que detinha enquanto único possuidor do<br />

conhecimento relevante no contexto escolar, favorecendo uma relação mais<br />

simétrica com o aluno.<br />

3.7. 3.7. A A T TTeoria<br />

TT<br />

eoria RR<br />

Rogeriana RR<br />

ogeriana - - Carl Carl Carl R RRogers<br />

R ogers<br />

Nascido no meio rural, Carl Rogers foi marcado por toda a vida pela<br />

idéia da natureza e pelo fenômeno do crescimento. Como alguém cujo tempo<br />

de vida quase coincidiu com o século XX, Rogers teve a possibilidade de<br />

testemunhar o surgimento de várias correntes psicológicas e a disseminação<br />

da psicoterapia – um conhecimento indispensável para que, por oposição,<br />

ele criasse a sua própria corrente.<br />

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61 Fundam entos da Educação


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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

O aspecto marcadamente antiautoritário e anticonvencional de seu<br />

pensamento o tornou muito atraente nos anos 1960, durante o auge da<br />

contracultura, representada em parte pelo movimento hippie.<br />

No Brasil, a influência de Rogers também se deu por essa época, em<br />

particular na formação de orientadores educacionais. “Os orientadores agiam<br />

em grande parte como mediadores de conflito e o conhecimento de<br />

Rogers permitia que eles pudessem exercer a função sem punições, mas também<br />

sem fechar os olhos para os problemas”, diz a educadora Ana<br />

Gracinda Queluz.<br />

3.7.1. 3.7.1. Um Um breve breve histórico<br />

histórico<br />

Carl Rogers nasceu em Oak Park, perto de Chicago, em 1902. Teve<br />

uma infância isolada e uma educação fortemente marcada pela religião.<br />

Tornou-se pastor e encaminhou os estudos para a teologia, quando começou<br />

a se interessar por psicologia. Na nova carreira, o primeiro foco de trabalho<br />

foram crianças submetidas a abusos e maus-tratos. Por essa época<br />

começou, por observação, a desenvolver suas teorias sobre personalidade e<br />

prática terapêutica.<br />

Aos 40 anos publicou o primeiro livro. Seguiram-se mais de 100 publicações<br />

destinadas a divulgar suas idéias, que ganharam seguidores em<br />

todo o mundo. Rogers quis provocar uma ruptura na psicologia, dando a<br />

condução do tratamento ao cliente, e não temeu acusar de autoritários a<br />

maioria dos métodos hegemônicos na área. O pilar da terapia rogeriana<br />

são os “grupos de encontro”, em que vários clientes interagem. Rogers foi<br />

um dos primeiros a gravar e filmar as sessões de terapia. Morreu de um ataque<br />

cardíaco em 1987, em San Diego na Califórnia.<br />

3.7.2. 3.7.2. Fundamentos Fundamentos da da teoria<br />

teoria<br />

O fundamento da teoria rogeriana na educação pressupõe a tarefa<br />

do professor como a de liberar o caminho para que o estudante aprenda o<br />

que quiser. As idéias do norte-americano Carl Rogers (1902-1987) para a<br />

educação são uma extensão da teoria que desenvolveu como psicólogo.<br />

Tanto para a educação como para a psicologia, suas idéias foram muito originais,<br />

opondo-se às concepções e práticas dominantes nos consultórios e<br />

nas escolas.<br />

A terapia rogeriana se define como não-diretiva e centrada no cliente<br />

(palavra que Rogers preferia a paciente), porque cabe a ele a responsabilidade<br />

pela condução e pelo sucesso do tratamento. Para Rogers, o terapeuta<br />

apenas facilita o processo. Em seu ideal de ensino, o papel do professor se<br />

62 62<br />

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DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

assemelha ao do terapeuta e o papel do aluno se assemelha ao do cliente.<br />

Isso quer dizer que a tarefa do professor é facilitar o aprendizado, que o aluno<br />

conduz a seu modo.<br />

A corrente de Rogers ficou conhecida como humanista, porque, em<br />

acentuado contraste com a teoria freudiana, ela se baseia numa visão otimista<br />

do homem. Para Rogers, a sanidade mental e o desenvolvimento pleno<br />

das potencialidades pessoais são tendências naturais da evolução humana.<br />

Removidos eventuais obstáculos nesse processo, as pessoas retomam a<br />

progressão construtiva.<br />

Segundo a professora Ana Gracinda Queluz, pró-reitora adjunta de<br />

pesquisa e pós-graduação da USP, “ele chamou a atenção para a formação<br />

da pessoa, a importância de viver em busca de uma harmonia consigo mesma<br />

e com o entorno social”.<br />

3.7.3. 3.7.3. Rogers Rogers Rogers e e o o organismo organismo humano<br />

humano<br />

Rogers sustentava que o organismo humano possui uma tendência à<br />

atualização, que tem como fim a autonomia. Na teoria rogeriana, essa é a<br />

única força motriz dos seres vivos. Nos seres humanos o processo constante<br />

de atualização gerou a sociedade e a cultura, que se tornam forças independentes<br />

dos indivíduos e podem trabalhar contra o desenvolvimento de suas<br />

potencialidades. Ele afirma que o saudável é natural.<br />

Uma crença básica de Rogers é que o organismo humano sabe o que<br />

é melhor para ele e para isso conta com sentidos aprimorados ao longo da<br />

evolução da espécie. O tato, o olfato e o paladar reconhecem como<br />

prazeroso o sabor e os cheiros agradáveis, por exemplo, e isso é o que ele<br />

considera saudável. Igualmente, nossos instintos estão prontos a valorizar a<br />

“consideração positiva”, o conceito rogeriano engloba atitudes como cuidado,<br />

carinho, atenção etc. Até aqui, tudo bem – as pessoas sabem o que é<br />

bom para elas e podem encontrar aquilo de que necessitam na natureza e<br />

na família. O problema, segundo Rogers, é que a sociedade e a cultura desenvolvem<br />

mecanismos que contrariam essas relações potencialmente harmoniosas.<br />

3.7.4. 3.7.4. Funcionalidade Funcionalidade Funcionalidade plena<br />

plena<br />

Do conflito entre o indivíduo (“sou”) e o que se exige dele (“devo ser”)<br />

nasce o que Rogers chama de incongruência, que gera sofrimento. Esse é o<br />

processo que, para ele, define neurose. Ao ser pressionado a corresponder<br />

às expectativas sociais, a pessoa se vê numa situação de ameaça, o que a<br />

leva a desenvolver defesas psicológicas.<br />

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63 Fundam entos da Educação


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Diante desse conflito, o objetivo do terapeuta e do professor é permitir<br />

que seus clientes e alunos se tornem pessoas “plenamente funcionais”, ou<br />

seja, saudáveis. As principais marcas desse estado de funcionalidade são a<br />

abertura a novas experiências, a capacidade de viver o aqui e o agora, a<br />

confiança nos próprios desejos e intuições, a liberdade e a responsabilidade<br />

de agir e a disponibilidade para criar.<br />

Já que se tornar uma pessoa saudável é, basicamente, uma questão<br />

de ouvir a si mesma e satisfazer os próprios desejos (ou interesses), as melhores<br />

qualidades de um terapeuta ou de um professor se baseiam em facilitar<br />

esses processos e interferir o menos possível. É esse o significado do termo<br />

“não-diretivo”, a marca registrada do rogerianismo.<br />

Para que o terapeuta ou o professor seja capaz de exercer tal papel,<br />

três qualidades são requeridas:<br />

1. Congruência: ser autêntico com o cliente/aluno;<br />

2. Empatia: compreender seus sentimentos;<br />

3. Respeito: “consideração positiva incondicional”, no jargão<br />

rogeriano.<br />

Para Para Para Para Para pensar: pensar: pensar: pensar: pensar:<br />

Uma crítica que se costuma fazer à influência de Rogers na educação<br />

é que suas idéias incentivam uma liberdade sem limites, permitindo<br />

que os alunos façam o que querem, levando à indisciplina e ao individualismo.<br />

Outra objeção comum, desta vez no campo teórico, é que Rogers via<br />

os seres humanos com excessiva benevolência, sem levar em consideração<br />

possíveis impulsos inatos para a agressividade, a competição ou a<br />

autodestruição.<br />

Baseado em sua experiência em sala de aula, qual é sua opinião?<br />

É possível fundamentar a prática pedagógica na idéia de que todo<br />

aluno tem tendência natural ao aprendizado e a relações interpessoais construtivas?<br />

3.7.5. 3.7.5. O O mais mais importante importante é é a a relação relação aluno-pro- aluno-proaluno-pro- fessor<br />

fessor<br />

No campo da educação, Carl Rogers pouco se preocupou em definir<br />

práticas. Chegou a afirmar que “os resultados do ensino ou não têm importância<br />

ou são perniciosos”. Acreditava ser impossível comunicar diretamente<br />

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DISTÂNCIA


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a outra pessoa o conhecimento que realmente importa e que ele definiu<br />

como “a verdade que foi captada e assimilada pela experiência pessoal”.<br />

Além disso, Rogers estava convencido de que as pessoas só aprendem<br />

aquilo de que necessitam ou o que querem aprender. Sua atenção recaiu<br />

sobre a relação aluno-professor, que deve ser impregnada de confiança<br />

e destituída de noções de hierarquia. Instituições como avaliação, recompensa<br />

e punição estão completamente excluídas, exceto na forma de autoavaliação.<br />

Embora anticonvencional, a pedagogia rogeriana não significa<br />

abandonar os alunos a si mesmos, mas dar apoio para que caminhem sozinhos.<br />

3.8. 3.8. T TTeoria<br />

T eoria do do do Aprendizado Aprendizado Situado<br />

Situado<br />

O aprendizado situado é uma teoria geral de aquisição de conhecimento<br />

proposta por Jean Lave. Ela foi aplicada em atividades de aprendizado<br />

baseadas na tecnologia para escolas, que focalizam as habilidades na resolução<br />

de problemas.<br />

A educação atual esquematiza conceitos gerais de um conhecimento<br />

para facilitar sua explicação para os alunos. No entanto, essa forma de ensinar<br />

um conhecimento é muito abstraída da situação real que produziu este<br />

conhecimento. Por isso, os alunos têm contato com um tipo passivo de conhecimento,<br />

pois eles não aprendem como ele funciona em uma situação<br />

real. Por não conhecer o contexto no qual um conhecimento opera, os alunos<br />

não aprendem a aplicar aquele conhecimento com mais propriedade.<br />

O contexto de atividade de um conhecimento detém importantes aspectos<br />

de conhecimento implícitos em uma forma cultural de ver, produzir e<br />

usar as ferramentas. Ao experienciar todos estes aspectos, os alunos podem<br />

construir modelos para produzir um tipo de conhecimento ativo, que é abertamente<br />

influenciado pelo contexto de aplicação. O conhecimento deveria<br />

ser ensinado em uma visão integrada de seu contexto, atividade, ferramentas<br />

e cultura. Esses fatores desempenham um importante papel na cognição do<br />

conhecimento.<br />

Em uma visão geral, o aprendizado é uma função da atividade, do<br />

contexto e da cultura na qual ele ocorre, isto é, ele é situado. Isto contrasta<br />

com a maior parte das atividades de aprendizado em sala de aula, que envolvem<br />

o conhecimento abstrato e fora do contexto.<br />

A interação social é um componente crítico do aprendizado situado.<br />

Os aprendizes se tornam envolvidos em uma “comunidade de prática” que<br />

incorpora certas convicções e comportamentos a serem adquiridos.<br />

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3.8.1. 3.8.1. P PPrincípios<br />

P rincípios da da TT<br />

Teoria T eoria do do Aprendizado Aprendizado SituaSitua-<br />

do<br />

do<br />

I. O conhecimento precisa ser apresentado em um contexto autêntico,<br />

isto é, quadros e aplicações que normalmente envolvem o conhecimento.<br />

II. O aprendizado requer interação e colaboração social.<br />

Para facilitar o entendimento referente à aplicabilidade da teoria do<br />

aprendizado situado podemos dizer que aprendizes de um ofício e aprendizes<br />

cognitivos aprendem de formas similares, adquirindo e desenvolvendo ferramentas<br />

através do trabalho e da participação em seu campo de atividade.<br />

Na aprendizagem dos aprendizes de ofício, mestres modelam suas estratégias<br />

e tornam o seu conhecimento explícito dentro da atividade. Então<br />

eles endossam a autonomia do aprendiz para executar tarefas. Interações<br />

sociais são muito importantes para circular o conhecimento, enquanto os<br />

aprendizes observam os praticantes em ação. Isso envolve um trabalho de<br />

natureza colaborativa.<br />

são:<br />

Algumas características da natureza colaborativa do aprendizado<br />

a) resolução de problemas coletiva, a qual geram, sinergicamente,<br />

soluções que não ocorreriam de outra forma;<br />

b) mostra de papéis múltiplos - permite a observação de diferentes<br />

papéis, necessários para realizar a tarefa, enquanto a atividade<br />

está acontecendo;<br />

c) confronta estratégias ineficientes e concepções errôneas;<br />

d) possibilita habilidades de trabalho colaborativo, que são muito importantes<br />

para as condições do local de trabalho.<br />

Quando a teoria é aplicada, há uma aquisição gradual de conhecimentos<br />

e habilidades, à medida que os novatos aprendem com os mais experientes<br />

no contexto das atividades diárias.<br />

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ATI VI <strong>DA</strong>DE I I - Parte B<br />

1) Quais são os aspectos principais da Teoria Construtivista de<br />

Jerome Bruner?<br />

2) Quais são os aspectos principais da Teoria das Inteligências<br />

Múltiplas de Gardner?<br />

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3) Em que se baseia a escola ideal de Gardner ?<br />

4) O que é a inteligência para Gardner?<br />

5) Faça um resumo das inteligências múltiplas de Gardner:<br />

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6) Quais são os aspectos principais da Teoria da Instrução Ancorada<br />

ou da aprendizagem baseada em problemas?<br />

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7) Qual é o papel do professor da Teoria da Instrução Ancorada<br />

ou da aprendizagem baseada em problemas?<br />

8) Quais são os aspectos principais da Teoria Rogeriana de<br />

Carl Rogers?<br />

9) Quais são os aspectos principais da Teoria do Aprendizado<br />

Situado proposta por Jean Lave?<br />

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UNI <strong>DA</strong>DE I I I<br />

Noções de Psicologia da Educação<br />

1. 1. Psicologia<br />

Psicologia<br />

A psicologia organizou-se a partir da filosofia. No início, a psicologia<br />

se ocupava em estudar fenômenos como consciência, percepção e emoções.<br />

No século 20, após estudos iniciais em laboratório, realizados na Alemanha,<br />

o objeto de estudo da psicologia passou a ser definido como o<br />

comportamento humano. Hoje a psicologia pode ser definida como “a ciência<br />

que estuda o comportamento humano de forma metódica”, com a utilização<br />

de métodos científicos, e também o comportamento e os fatores de<br />

processos internos ou externos que o determinam ou o modificam.<br />

1.2. 1.2. Psicologia Psicologia Psicologia educacional<br />

educacional<br />

educacional<br />

O principal objetivo da psicologia educacional é possibilitar a aplicação<br />

do conhecimento científico psicológico na compreensão e intervenção<br />

de fenômenos tais como: aprendizagem, motivação, criatividade. É uma ciência<br />

aplicada que subsidia com princípios as intervenções que visam a eficiência<br />

do processo ensino-aprendizagem em sua concepção mais ampla.<br />

1.3. 1.3. Psicologia Psicologia no no trânsito<br />

trânsito<br />

É a ciência que estuda o comportamento dos deslocamentos do indivíduo<br />

no trânsito e, os fatores e processos conscientes e inconscientes que<br />

provocam ou alteram este comportamento.<br />

A psicologia do trânsito tem como objeto de estudo todos os comportamentos<br />

relacionados com o trânsito em prol da prevenção e modificação<br />

de comportamento de risco (falta de atenção, ultrapassagens sem condições,<br />

direção imprudente, agressividade, não cumprimento das normas de<br />

trânsito, etc.).<br />

1.4. 1.4. Fenômenos Fenômenos que que atuam atuam durante durante a a direção<br />

direção<br />

veicular<br />

veicular<br />

Considerando que o ato de conduzir um veículo envolve um complexo<br />

conjunto de fenômenos, passamos a abordar três destes fenômenos: a<br />

atenção, a motivação e a memória.<br />

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1.4.1. 1.4.1. A A atenção atenção<br />

atenção<br />

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A atenção é o principal fator da aprendizagem, sem o qual é impossível<br />

o sucesso de qualquer iniciativa. É uma reação profunda a determinado<br />

estímulo podendo ser encontrada sob duas formas: espontânea e voluntária.<br />

A atenção espontânea é a resposta do indivíduo quando é impelido<br />

pelas características de um estímulo que por si só é suficientemente forte, impondo<br />

- se ao foco da consciência, independente de qualquer outra circunstância<br />

presente no momento. Por exemplo: cores fortes, sons altos e luzes<br />

fortes.<br />

Já a atenção denominada voluntária ocorre quando há deliberada<br />

concentração do sujeito sobre determinado objeto, caracterizando - se<br />

como esforço consciente no qual o sujeito se empenha em função de seu<br />

elevado interesse; podendo variar com intensidade de acordo com o desenvolvimento<br />

e exclui tudo o que não é importante naquela circunstância, embora<br />

conviva com pequenas variações. Exemplos: ler um livro, tocar um instrumento<br />

musical, conduzir um automóvel.<br />

1.4.2. 1.4.2. A A motivação<br />

motivação<br />

A motivação é um fator decisivo em situações de aprendizagem, sendo<br />

assim, motivação é um processo constante e infinito no ser humano, é a<br />

busca da satisfação e da realização pessoal. Quando há ausência de motivação,<br />

o profissional tem dificuldades para levar o candidato à habilitação,<br />

ao êxito.<br />

A motivação está presente em praticamente todas as ações humanas<br />

podendo ocorrer privação ou necessidade ou por motivos inacessíveis à<br />

consciência, mas pode-se afirmar que é tríplice a sua finalidade:<br />

a) despertar o interesse;<br />

b) estimular o desejo de aprender gerando esforço;<br />

c) dirigir interesses e esforços para a realização de objetivos e metas<br />

definidos.<br />

A motivação humana é infinita e complexa, isto significa que o homem<br />

enquanto ser total, cada vez que alcança um estado de satisfação, um<br />

desejo, surgem outros sucessivamente.<br />

1.4.3. 1.4.3. Ação Ação e e reação<br />

reação<br />

Existem fatores internos (fatores endógenos) e externos (exógenos) que<br />

impulsionam as pessoas a agirem e reagirem. Esses comportamentos, essas<br />

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ações, também se apresentam no trânsito e podem ser positivos ou negativos:<br />

Fatores endógenos positivos:<br />

· Manutenção da atenção durante o período em que estiver conduzindo<br />

um veículo, seja este veículo de passeio ou trabalho;<br />

· Manutenção das condições emocionais e psicológicas para um<br />

relacionamento correto nas relações interpessoais no trânsito (relacionamento<br />

com os demais motoristas e com os pedestres);<br />

Fatores endógenos negativos:<br />

· condições orgânicas (cansaço, embriaguez, uso de bebida alcoólica,<br />

uso de drogas, etc);<br />

· comprometimentos psíquicos e mentais (síndromes, distúrbios psíquicos<br />

e transtornos emocionais).<br />

Podemos acrescentar neste contexto, os fatores advindos do meio externo<br />

(fatores exógenos), que podem ser positivos e negativos.<br />

Fatores exógenos positivos:<br />

· legislação de trânsito, saber o que significam as leis de trânsito e<br />

sua aplicabilidade no dia-a-dia;<br />

· qualidade e condições dos veículos, pois mantendo o veículo em<br />

boas condições de uso, o motorista dificilmente terá problemas.<br />

Fatores exógenos negativos:<br />

· legislação de trânsito inoperante, ou seja, leis de trânsito que existem,<br />

porém não funcionam;<br />

· imprudência ou falta de equipamentos de segurança no veículo,<br />

como por exemplo cinto de segurança em má condição de uso e<br />

pneus “carecas”.<br />

1.4.4. 1.4.4. 1.4.4. A A memória<br />

memória<br />

A memória tem por funções registrar, armazenar e evocar<br />

(rememorar) fatos e informações. A memória está sempre referida ao passado<br />

e supõe reconhecimentos (reconhecer ou recordar algo ou um determinado<br />

fato).<br />

Existem fatores que contribuem para uma boa memória. O primeiro<br />

requisito de uma boa memória é a obtenção de uma impressão nítida, vívida<br />

e exata. Quanto mais intensa tenha sido a experiência inicial melhor será a<br />

recordação de um fato ocorrido.<br />

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O segundo requisito da boa memória é a repetição da impressão e o<br />

terceiro é a associação de idéias. Existem também fatores que contribuem<br />

para dificuldades de memória ou esquecimento e esses fatores poder ser, entre<br />

outros, o cansaço, patologias (doenças) cerebrais; conflitos (com a própria<br />

pessoa ou com outros motoristas ou pedestres); desuso de uma determinada<br />

função e a própria motivação.<br />

Além das contribuições genéricas da psicologia no campo da saúde<br />

mental, destacam-se nesta unidade algumas contribuições da psicologia<br />

educacional enquanto um ramo da psicologia que contribui diretamente<br />

para a aprendizagem dos candidatos à obtenção da Carteira Nacional de<br />

Habilitação, bem como instrumentalizar o Diretor para situações que subsidiem<br />

os instrutores na sua atividade.<br />

2. 2. 2. Currículo Currículo e e e construção construção construção do do conhecimento conhecimento conhecimento no no no pro- pro- pro- pro- pro-<br />

cesso cesso de de ensino ensino e e de de aprendizagem.<br />

aprendizagem.<br />

O currículo estabelece uma gama de determinados conhecimentos e<br />

saberes necessários em um determinado contexto educacional. Os currículos<br />

tradicionais têm sua ênfase voltada para a eficiência, a produtividade, a organização<br />

e o desenvolvimento. O currículo tradicional é essencialmente<br />

técnico e a educação é vista como um processo de moldagem.<br />

Na década de 1960 surgem as teorias críticas aos currículos praticados<br />

pelas instituições de ensino e indicando-o como responsável pelas injustiças<br />

sociais relativas ao acesso à educação nesta época. A escola cumpria<br />

seu papel social através dos conteúdos que repercutiam na formação de atitudes<br />

necessárias no mercado de trabalho capitalista. Na década de 1970,<br />

houve um movimento de reconceituação do currículo que era considerado<br />

tecnocrático.<br />

O currículo representa o conhecimento escolar, as histórias de vida e<br />

o desenvolvimento intelectual e profissional, permitindo a transformação do<br />

próprio eu. Representa ainda as estruturas econômicas e sociais mais amplas<br />

e têm a possibilidade de construir significados, valores sociais e culturais. O<br />

currículo pode ser visto como meio de emancipação e de libertação.<br />

3. 3. 3. P PPrincípios<br />

P rincípios P PPedagógicos<br />

P edagógicos na na Educação Educação<br />

Educação<br />

Entendemos que a pedagogia é a filosofia, a ciência e a técnica da<br />

educação. Os princípios pedagógicos se referem principalmente aos processos<br />

educativos relacionados à educação das crianças. Devido ao fato de<br />

que, quando crianças somos dependentes, poucas escolhas nos são permitidas,<br />

dentre elas o que iremos aprender. Na escola, por meio do método pe-<br />

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dagógico, seguimos um currículo padronizado que é definido pelos professores,<br />

que por sua vez se baseiam nas exigências da sociedade.<br />

4. 4. 4. Princípios Princípios Andragógicos Andragógicos Andragógicos na na Educação<br />

Educação<br />

Os Princípios Andragógicos se referem à filosofia, à ciência e à técnica<br />

que se propõe a conduzir o adulto à aprendizagem por experiência própria.<br />

Quando nos tornamos adultos, adquirimos autonomia e passamos a<br />

tomar nossas próprias decisões. Isso nos permite criar um certo bloqueio<br />

quanto a imposições e exigências que não se mostram agradáveis aos nossos<br />

olhos.<br />

Saímos da escola para ingressar numa faculdade e damos início à<br />

nossa carreira profissional, ingressando em um novo estágio de vida. Mesmo<br />

assim, fica óbvio que o processo de aprendizado não é encerrado. Precisamos<br />

constantemente nos prover de informações e habilidades que nos permitam<br />

evoluir como pessoa e como profissional.<br />

Quando o homem se torna independente passa a rejeitar imposições, e<br />

a pedagogia se torna ineficaz no processo de ensino do adulto. Ele não aceita<br />

mais se submeter às ordens de um educador. Ter o educador como principal<br />

referência de informações e fonte de conhecimentos, torna-se ineficaz.<br />

Neste momento existe a opção pela andragogia; o adulto possui plena<br />

consciência dos conhecimentos que precisa adquirir para se desenvolver<br />

e vai em sua busca por saber que irá colocá-los em prática no seu dia-a-dia<br />

da maneira que julgar correta. O adulto é o responsável por sua pessoa, é<br />

ele quem decide quando, como e onde irá buscar seu aprendizado, podendo<br />

suprir sua carência de forma independente, com capacidade plena de se<br />

autodesenvolver.<br />

O adulto se dispõe a aprender a partir do momento em que percebe<br />

que precisa se aprimorar, decide que quer aprender e vai em busca do conhecimento.<br />

No método andragógico o aprendiz se torna o centro das atenções,<br />

e passa a ditar o que quer aprender e como irá aprender. A aprendizagem<br />

para a pessoa adulta refere-se a algo que tenha significado para seu<br />

dia-a-dia e não somente a pura e simples retenção de conhecimento.<br />

5. 5. Práticas Práticas pedagógicas pedagógicas na na aprendizagem aprendizagem de de jovens<br />

jovens<br />

e e de de adultos<br />

adultos<br />

No âmbito das práticas pedagógicas há diferenças de interesses, de<br />

motivações e de atitudes face ao processo educacional entre os jovens e<br />

adultos. O jovem tem um olhar para o futuro. Na transição da infância para<br />

a fase adulta, o jovem está ligado às inovações tecnológicas, aos modismos<br />

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dos meios de comunicação, ou seja, às mudanças que ocorrem no mundo.<br />

O adulto está mais interessado na vida profissional, em ser inserido no mercado<br />

de trabalho, com um olhar voltado para a sua situação de vida presente.<br />

A discussão entre ensino e aprendizagem para crianças e adultos geralmente<br />

considera que nós sabemos como as crianças aprendem e devemos<br />

desenvolver técnicas de ensino apropriadas para elas. Quanto aos adultos,<br />

acredita-se que aprendem de modo diferente não podendo ser aplicados<br />

os métodos escolares tradicionais.<br />

No entanto, em ambos os casos, o professor precisa se perguntar sobre<br />

as necessidades e os objetivos de seus estudantes. Com base nessas informações,<br />

o professor tem melhores condições para ajudá-los a aprender<br />

efetivamente.<br />

5.1. 5.1. As As diferenças diferenças individuais<br />

individuais<br />

Como os indivíduos diferem uns dos outros de várias maneiras, podemos<br />

identificar as diferenças gerais entre adultos e crianças que o professor<br />

deve considerar, conforme segue:<br />

a) Os adultos devem ter desejo de aprender que os leve a adquirir<br />

conhecimento e/ou habilidades.<br />

b) Os adultos aprendem somente o que sentem necessidade de<br />

aprender, necessitam de conhecimentos com aplicabilidade imediata;<br />

e os ensinamentos devem ser simples e diretos.<br />

c) Os adultos aprendem fazendo; a retenção do conhecimento é<br />

mais elevada quando o homem participa ativamente do processo<br />

de aprendizagem. Considerados estudos atuais, os adultos esquecem<br />

50% do que aprendem de forma passiva em ano e, em dois<br />

anos esquecerão 80%.<br />

d) A aprendizagem se centraliza em problemas reais, tirados de experiências,<br />

com soluções práticas e precisas, das quais se possam<br />

deduzir princípios.<br />

e) Os novos conhecimentos devem ser relacionados e integrados<br />

com suas experiências anteriores.<br />

f) Os adultos aprendem melhor em ambiente informal.<br />

g) Os adultos querem sentir-se responsáveis por sua própria aprendizagem;<br />

eles necessitam de oportunidades onde realizem a autoavaliação<br />

de seu processo.<br />

Nesse contexto, como acontecem os processos educativos dos Jovens<br />

e dos Adultos?<br />

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5.2. 5.2. P PPaulo<br />

P aulo FF<br />

Freire F Freire<br />

reire e e a a educação educação de de adultos<br />

adultos<br />

Uma referência importante sobre esse assunto nos remete às considerações<br />

de Paulo Freire sobre como a prática da educação de jovens e adultos<br />

pode ser desenvolvida:<br />

I. I. De De forma forma dialógica: dialógica: dialógica: o educador deve estimular a participação<br />

efetiva dos educandos na sala de aula, expressando de forma oral<br />

e escrita os seus conhecimentos e interagindo dialogicamente<br />

com o professor no processo ensino-aprendizagem.<br />

II. II. Conteúdos Conteúdos trabalhados trabalhados a a partir partir da da realidade realidade social social dos<br />

dos<br />

alunos: alunos: a relação do educador com a realidade contextual do<br />

educando não se coloca apenas para o melhor exercício da atividade<br />

docente, mas serve também para o educador aprender, adquirir<br />

conhecimentos e estabelecer uma relação mútua de aprendizagem.<br />

III. III.Criar III. Criar situações situações variadas variadas de de aprendizagem: aprendizagem: o estudo pode ser<br />

ao mesmo tempo trabalho, lazer e esforço proporcionando ao<br />

educando a possibilidade de ser o sujeito do conhecimento. Devem<br />

ser priorizadas atividades que fazem o educando pensar, descobrir,<br />

recriar, possibilitando avançar no conhecimento do mundo<br />

e na simulação de situações reais.<br />

IV IV. IV Desenvolver Desenvolver técnicas técnicas técnicas diversificadas: diversificadas: trazer para sala de aula, o<br />

cotidiano, as simulações, a resolução de problemas. Utilizar nas<br />

atividades da sala de aula as variadas formas de linguagem, verbal,<br />

escrita, instrumentais e tecnologias.<br />

V. Prática rática educativa educativa que que considere:<br />

considere:<br />

a) A permanente reflexão sobre a prática;<br />

b) O processo formativo de construção do saber-fazer pedagógico<br />

dos educadores no cotidiano social;<br />

c) A valorização da pessoa do educador e do educandos (vistos<br />

como sujeitos do conhecimento);<br />

d) A interação intersubjetiva com o outro, as pessoas e suas diversidades<br />

culturais, sociais e pessoais;<br />

e) As representações, as ideologias e os imaginários envolvidos na<br />

prática docente;<br />

f) A realização de atividades investigativas e de intervenção social.<br />

g) Uma pedagogia dialógica com uma nova cultura a da solidariedade,<br />

capaz de redimensionar os papéis tradicionalmente estabe-<br />

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lecidos e a superação de práticas individualistas para um trabalho<br />

coletivo e solidário, envolvendo a comunidade.<br />

h) Prática que possibilite na vivência coletiva com o outro, o aprendizado<br />

do sentimento de respeito à pessoa humana e à cultura do<br />

outro.<br />

6. 6. Andragogia<br />

Andragogia<br />

Como estamos tratando dos processos educacionais relativos aos<br />

métodos de ensino relacionados à andragogia. O principal objetivo da<br />

andragogia é o de aumentar o conhecimento de seus alunos para que sejam<br />

aproveitados de maneira prática. O ensino andragógico resulta na criação e<br />

na especialização de conhecimentos, atitudes e habilidades que, ao serem<br />

colocados em prática, trazem novas reflexões, novos modos de compreensão<br />

com intervenção direta na vida do aluno e das pessoas com que ele<br />

convive.<br />

6.1. 6.1. Os Os objetivos objetivos da da Andragogia<br />

Andragogia<br />

Segundo Erickson, os objetivos da andragogia podem ser subdivididos<br />

em alguns pontos principais:<br />

1. Desenvolver capacidades a curto prazo: este objetivo trata das<br />

questões relativas às novas tecnologias, aos processos e informações<br />

que surgem de maneira cada vez mais rápida e inesperada.<br />

Não estar apto a lidar com elas pode resultar em problemas, seja<br />

na vida pessoal ou profissional. Como exemplos dessa situação,<br />

podemos citar a revolução industrial, o advento da internet ou a<br />

simples necessidade do profissional em mudar de área buscando<br />

assim novas especializações.<br />

2. Necessidade de aumentar conhecimentos: nos dias atuais as informações<br />

surgem, alteram-se e são inovadas constantemente e com<br />

extrema rapidez. O conhecimento se torna a base para desenvolver<br />

qualquer habilidade ou atitude na prática.<br />

3. Melhorar atitudes e comportamentos: a necessidade de aperfeiçoamento<br />

tem o objetivo de gerar resultados cada vez melhores, livrando-se<br />

de vícios comportamentais, buscando propostas de<br />

mudança, alterando pontos que geram incômodos e desconfortos<br />

no aprendiz, fortalecendo assim seus pontos positivos.<br />

4. Modificar hábitos: a estagnação e o comodismo são características<br />

muito nocivas; a resistência em mudar os hábitos dos quais temos<br />

consciência de que nos prejudicam é pior ainda. A andragogia faz<br />

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DISTÂNCIA


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que o aluno identifique em si mesmo hábitos que são prejudiciais,<br />

dando-lhe condições de mudá-los ou de excluí-los de seu cotidiano,<br />

sempre embasado por atitudes e experiências anteriores que<br />

reforçam sua observação e sua decisão.<br />

O estudioso Eduard C. Linderman focou seu trabalho de pesquisa na<br />

educação de adultos. Publicou em 1926 seu trabalho intitulado “The<br />

Meaning of Adult Education” Suas idéias eram fortemente influenciadas pela<br />

filosofia educacional de John Dewey. Os pressupostos educacionais apontados<br />

por Linderman envolvem a educação de adultos com ênfase nas situações<br />

e não nas disciplinas. Segundo ele, os textos e os professores assumem<br />

um papel secundário na andragogia; a atenção máxima do processo de<br />

aprendizagem deve estar voltada totalmente para o aluno.<br />

6.2. 6.2. 6.2. Pressupostos Pressupostos para para para a a a aprendizagem aprendizagem aprendizagem de de de adultos adultos<br />

adultos<br />

Em seu estudo, Linderman identificou cinco pressupostos principais<br />

que são pontos-chave para a aprendizagem do adulto. São eles:<br />

a) Adultos são motivados a aprender, à medida de seus interesses e<br />

necessidades. Estes são os pontos mais apropriados para se dar<br />

início à organização das atividades de aprendizagem do adulto.<br />

b) A orientação de aprendizagem do adulto está centrada em sua<br />

vida; portanto, as unidades apropriadas para organizar seu programa<br />

de aprendizagem são as situações de vida e não as disciplinas.<br />

O aluno é quem deve determinar junto ao professor o que<br />

deve ser ensinado para que seus anseios sejam satisfeitos.<br />

c) A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto,<br />

o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das<br />

experiências externas e do próprio cotidiano de cada aluno. Praticamente<br />

todo o conteúdo deve ser de utilidade prática e imediata,<br />

não esquecendo que deve provocar mudanças de atitudes e a especialização<br />

de habilidades que geram resultados em longo prazo.<br />

d) Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos,<br />

por isto, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua<br />

investigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento<br />

e depois avaliá-los.<br />

e) As diferenças individuais entre pessoas crescem com a idade; por<br />

isto a educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo,<br />

tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.<br />

A educação é um caminho que possibilita ao homem experimentarse,<br />

sentir, aprender e traçar novas possibilidades de caminhar, apropriando-<br />

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se do conhecimento vivido, compreendido e transformado no dia-a-dia pelas<br />

relações e pelo diálogo. Contudo, não podemos ensinar diretamente outra<br />

pessoa; podemos apenas facilitar sua aprendizagem. Um adulto aprende<br />

significativamente as coisas que estão ligadas à manutenção ou à ampliação<br />

de seu conhecimento e de sua personalidade.<br />

6.3. 6.3. Carl Carl Jung Jung e e a a Andragogia<br />

Andragogia<br />

Nesse sentido, Carl Jung forneceu um grande suporte para a<br />

Andragogia ao introduzir a noção de que a consciência humana possui quatro<br />

funções ou quatro maneiras de extrair informações das experiências vividas.<br />

Estas funções estão listadas a seguir:<br />

• Sensação: por meio de uma sensação, seja ela agradável ou não,<br />

pode-se tirar grandes proveitos e boas lições.<br />

• Pensamento: possibilita a reflexão a respeito de algum fato que esteja<br />

relacionado ao cotidiano do aluno.<br />

• Emoção: os sentimentos provocados por situações vividas ou expostas<br />

podem promover um aprendizado provocado por emoções<br />

e dependendo da intensidade será sempre relembrado, remetendo<br />

a novos pensamentos.<br />

• Intuição: independente de a intuição ter se mostrado verdadeira<br />

ou não, irá gerar aprendizado, principalmente no que está relacionado<br />

à autoconfiança do aluno, por exemplo: “Da próxima vez<br />

preciso ser mais realista” ou “Tivemos grande sucesso, eu sabia<br />

que estava certo em confiar em minha intuição”.<br />

É fato que em algumas das melhores classes de adultos é difícil de distinguir<br />

quem aprende mais: se é o aluno ou o professor. A relação educacional<br />

do adulto é baseada na interação entre facilitador e aprendiz, onde o aprendizado<br />

é recíproco e acontece em um clima de liberdade e pró-atividade.<br />

7. 7. Processos Processos de de Aprendizagem Aprendizagem na na Andragogia<br />

Andragogia<br />

Andragogia<br />

O processo de aprendizagem do adulto se desenvolve na seguinte ordem:<br />

a) Sensibilização (motivação)<br />

b) Pesquisa (estudo)<br />

c) Discussão (esclarecimento)<br />

d) Experimentação (prática)<br />

e) Conclusão (convergência)<br />

f) Compartilhamento (sedimentação de conhecimento).<br />

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Sendo a experiência o fator que motiva mais o aluno adulto a produzi<br />

melhores resultados em sua aprendizagem, o ambiente criado pelo professor<br />

deve ser permeado de liberdade e incentivo para cada indivíduo falar de suas<br />

histórias, idéias e expressar suas opiniões.<br />

7.1. 7.1. Etapas Etapas básicas<br />

básicas<br />

Os processos de aprendizagem ocorrem por meio de três etapas básicas,<br />

sendo que uma não pode ficar sem a outra:<br />

I) Explicação: escutar corresponde a 10% da aprendizagem. Nesta<br />

fase o instrutor deve apenas falar. Apresenta-se a informação para<br />

correlacioná-la com a experiência do participante.<br />

II) Demonstração: visualizar corresponde a 20% da aprendizagem.<br />

Nesta fase é interessante que o instrutor junte a explicação com a<br />

demonstração, ou seja, fazer uso de materiais que permitem unir o<br />

“ouvir” com o “visualizar”. Mostra-se ao participante como fazer<br />

e ele vê como funciona.<br />

III) Praticar ou Fazer: corresponde a 70% da aprendizagem. Essa é a<br />

melhor forma de aprender. É muito importante que nessa fase o<br />

instrutor acompanhe de perto o processo, dando sempre o<br />

feedback.<br />

A prática serve de feedback. Para dar um feedback nos processos<br />

avaliativos, o instrutor não deve falar em “pontos fortes” e “pontos<br />

fracos” e sim “pontos altos” e “pontos a melhorar”. A repetição é um<br />

processo que ajuda a recordar e a reter a informação. Em suma, podemos<br />

dizer que “Esqueço o que ouço, recordo o que vejo, compreendo o<br />

que faço”.<br />

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ATI VI <strong>DA</strong>DE I I I<br />

1) ASSINALE COM “ V” PARA VER<strong>DA</strong>DEIRO E “ F” PARA FALSO<br />

a) ( ) A psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano de forma<br />

metódica, ou seja, utilizando-se de métodos científicos, o comportamento<br />

e os fatores de processos internos e externos que o determinam<br />

ou se modificam.<br />

b) ( ) A psicologia educacional tem por objetivo possibilitar a aplicação do<br />

conhecimento científico psicológico na compreensão e intervenção<br />

de fenômenos tais como a aprendizagem, a motivação e a<br />

criatividade.<br />

c) ( ) A psicologia educacional é uma ciência aplicada que subsidia com<br />

princípios as intervenções que visam a eficiência do processo ensino e<br />

de aprendizagem em sua concepção mais ampla.<br />

d) ( ) A psicologia do trânsito é a ciência que estuda o comportamento e o<br />

deslocamento dos indivíduos, veículos e animais no trânsito e, aos fatores<br />

e processos conscientes e inconscientes que provocam ou alteram<br />

este comportamento.<br />

e) ( ) A psicologia do trânsito é a ciência que estuda o comportamento e o<br />

deslocamento do indivíduo no trânsito e os fatores e processos conscientes<br />

e inconscientes que provocam ou alteram este comportamento.<br />

f) ( ) A psicologia do trânsito tem por objeto de estudos todos os comportamentos<br />

relacionados com o trânsito em prol de prevenção e modificação<br />

de comportamento de risco.<br />

g) ( ) São considerados comportamentos de risco no trânsito: a falta de atenção,<br />

ultrapassagens sem condições, direção imprudente,<br />

agressividade, etc.<br />

2) RESPON<strong>DA</strong><br />

a) Qual é o principal fator da aprendizagem e como ele pode ser definido?<br />

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b) O que é atenção espontânea?<br />

c) O que é atenção voluntária?<br />

d) O que é motivação?<br />

e) O que é a tríplice finalidade da motivação?<br />

3) DIFERENCIE<br />

Atenção espontânea de atenção voluntária.<br />

4) EXPLIQUE<br />

a)Os fatores internos (endógenos).<br />

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b) Como estes fatores se apresentam no trânsito.<br />

c) Os fatores externos (exógenos).<br />

d) Como estes fatores se apresentam?<br />

5) PENSE E ESCREVA<br />

Sobre a memória.<br />

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6) O que representa o currículo nos processos educativos?<br />

7) A que se refere a pedagogia?<br />

8) A que se refere a andragogia?<br />

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9) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />

( )Os pressupostos pedagógicos para o ensino de adultos estão presentes na<br />

andragogia e principalmente na pedagogia.<br />

( ) Quando o homem se torna independente passa a rejeitar imposições, e a<br />

pedagogia se torna ineficaz no processo de ensino do adulto.<br />

( )A andragogia é o oposto da pedagogia.<br />

( ) O adulto possui plena consciência dos conhecimentos que precisa adquirir<br />

para se desenvolver e vai em sua busca da aplicabilidade dos conceitos<br />

aprendidos no seu dia-a-dia da maneira que julgar correta.<br />

( ) O adulto se dispõe a aprender a partir do momento em que percebe que<br />

precisa se aprimorar, decide que quer aprender e vai em busca do conhecimento.<br />

a) ( ) F,V,F,V,F.<br />

b) ( ) V,V,V,V,V.<br />

c) ( ) V,F,V,F,F.<br />

d) ( ) F,V.F,V,V.<br />

e) ( ) F,V,V,V,V.<br />

10) Quais as diferenças gerais entre adultos e crianças que o<br />

professor deve considerar no processo de ensino e de<br />

aprendizagem?<br />

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11) Os processos de aprendizagem na andragogia ocorrem por<br />

meio de três etapas básicas, são elas:<br />

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UNI <strong>DA</strong>DE I V<br />

O instrutor com o educador<br />

Hoje, o trânsito é objeto de estudos de entidades governamentais e<br />

privadas em praticamente todos os países do mundo. Tais estudos visam<br />

como resultado a melhor qualidade de vida do cidadão, bem como das cidades.<br />

Objetivam uma melhor fluidez no tráfego e que todo indivíduo, condutor<br />

ou pedestre, se conscientize de seus deveres e obrigações no que<br />

concerne ao trânsito, enquanto meio facilitador do dia-a-dia das vias públicas.<br />

Desta forma, o instrutor atua como peça fundamental neste processo,<br />

pois ele não apenas ensina conhecimentos teórico-científicos e práticos, mas<br />

educa e participa do referido processo.<br />

Qualquer indivíduo que objetive exercer a profissão de instrutor necessita<br />

passar por um processo de auto-reflexão que lhe permita concluir a<br />

que se destina esta profissão. Atualmente verifica-se que o instrutor deve ter a<br />

preocupação de preparar o aluno, não apenas para o exame da Carteira<br />

Nacional de Habilitação, mas sim para que ele assuma um comportamento<br />

seguro e confiável no trânsito. Se a modernidade exige que o condutor tenha<br />

tal comportamento, qual o papel a ser desempenhado pelo instrutor enquanto<br />

educador? O educador deve instruir para educar e para a realidade.<br />

1. 1. 1. Instruir Instruir para para para a a a realidade<br />

realidade<br />

O trânsito não é um assunto isolado no contexto da vida do ser humano.<br />

Existe a necessidade de se fazer uma educação de trânsito voltada<br />

para o indivíduo. Se é uma educação voltada para o indivíduo pensante, crítico<br />

e criativo, o instrutor deve estar atento para os seguintes itens:<br />

a) o aluno está inserido num contexto global; logo, devem ser atendidas<br />

as necessidades relativas ao lugar onde ele vive.<br />

b) a educação de trânsito deve obedecer então a realidade do aluno<br />

dentro do seu contexto sócio-cultural.<br />

1.1. 1.1. Instruir Instruir para para educar<br />

educar<br />

O instrutor deve ter absoluta consciência da importância do seu papel<br />

na sociedade. Para tanto deve instruir o seu aluno, educando-o com eficácia.<br />

Este mesmo instrutor deve se auto-avaliar, procurar sempre renovar<br />

seus conhecimentos e técnicas para poder educar os seus alunos e propiciar<br />

atitudes solidárias de comportamento no trânsito.<br />

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O instrutor deve ser cordial, criativo, acreditar na capacidade de<br />

aprendizado do aluno, possuir controle emocional, enfim, respeitar o aluno<br />

com suas diferenças individuais. Deve estar apto a solucionar problemas e ter<br />

facilidade de adaptar-se a situações novas. É importante lembrar:<br />

a) O aluno, futuro condutor de veículos precisa entender os conhecimentos<br />

teóricos e práticos, porém, após o exame para obtenção<br />

da Carteira Nacional de Habilitação, ele deve colocar estes conhecimentos<br />

em prática no seu dia-a-dia como forma de contribuir<br />

para um trânsito mais humano.<br />

b) O aluno instruído em conformidade com o seu conceito<br />

sóciocultural e aliado à questão da abrangência global, usará todos<br />

os seus conhecimentos a seu favor e, consequentemente, beneficiará<br />

aos demais; com isto, a resultante será um trânsito seguro,<br />

fruto de uma instrução eficiente, fundamental ao processo<br />

educacional em que ele está inserido.<br />

c) Trânsito não se reduz à condução de veículos; há que se considerar<br />

o pedestre, as leis, as normas, as regras, ou seja, trânsito também<br />

é viver em sociedade.<br />

2. 2. P PPapel<br />

P apel e e responsabilidades responsabilidades do do instrutor instrutor no no proces proces-<br />

proces<br />

so so de de ensino ensino ensino e e de de aprendizagem aprendizagem de de adultos<br />

adultos<br />

O instrutor assume o papel de facilitador da aprendizagem nos processos<br />

educativos. Para que este papel seja cumprido é necessária a observação<br />

de alguns fatores como a criação de condições favoráveis para o treinamento,<br />

a apresentação de propostas voltadas à aplicabilidade no cotidiano<br />

do aluno, propiciar atividades que estimulem o grupo a trabalhar, providenciando<br />

os recursos didáticos necessários para que haja aprendizagem.<br />

segue:<br />

As responsabilidades básicas do instrutor estão elencadas conforme<br />

a) Planejar o treinamento;<br />

b) Elaborar o plano de aula ou roteiro didático;<br />

c) Verificar todos os materiais que precisam ser utilizados durante o<br />

treinamento;<br />

d) Conduzir o treinamento sem interrupções desnecessárias;<br />

e) Avaliar o treinamento final;<br />

f) Efetuar registros e controles, se estes forem estabelecidos.<br />

Para que o instrutor possa executar as tarefas referentes aos processos<br />

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de ensino com êxito é necessário que se observem os objetivos do curso, o<br />

público-alvo, o conteúdo a ser ensinado e a metodologia a ser empregada.<br />

2.1.P 2.1.Perguntas 2.1.P erguntas norteadoras<br />

norteadoras<br />

Para facilitar essa tarefa, podemos fazer algumas perguntas que podem<br />

nortear o processo de planejamento das aulas:<br />

I) Quais e quantos são os alunos?<br />

II) Quais os objetivos ou resultados esperados do curso?<br />

III) Qual o conteúdo a ser ensinado?<br />

IV) Qual o embasamento e a experiência anterior destes alunos com<br />

este conteúdo?<br />

V) Esse curso permite atividades práticas?<br />

VI) Que roteiros ou seqüências são necessárias para realizar atividades<br />

práticas?<br />

VII) Qual o esquema de realização do curso?<br />

VIII) Este curso vai se realizar freqüentemente ou apenas uma única<br />

vez?<br />

IX) Quais os materiais didáticos que estão disponíveis para o curso?<br />

X) Quanto tempo é necessário para a realização deste curso?<br />

XI) Como vai ser a avaliação?<br />

2.2. 2.2. Práticas Práticas fundamentais<br />

fundamentais<br />

Podemos elencar algumas práticas fundamentais para auxiliar o processo<br />

de aprendizagem conduzido pelo instrutor:<br />

a. Estar em constante processo de avaliação como instrutor, procurando<br />

conhecer-se melhor como pessoa, não ignorando seus<br />

próprios preconceitos quanto aos métodos aplicados no ensino.<br />

b. Compreender o contexto em que o curso se insere. Algumas perguntas<br />

básicas podem auxiliar nesse processo: Onde os alunos<br />

vão aplicar o que aprendem?<br />

c. Que resultados se espera com a aplicação daquilo que aprenderam?<br />

d. Qual o clima que encontrarão para aplicar o aprendido?<br />

e. Saber colocar-se no lugar do aluno: identificar seus mecanismos<br />

de compreensão e de memorização.<br />

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f. Escolher os métodos mais eficazes para a situação: conhecer os<br />

diferentes métodos ensino que vão do uso do quadro-negro até<br />

os mais modernos recursos tecnológicos. Exercer espírito crítico e<br />

selecionar os métodos que melhor se apliquem aos objetivos do<br />

treinamento.<br />

g. Aprender a transmitir conhecimentos a um grupo: estabelecer<br />

uma boa comunicação com o grupo, dinamizá-lo e proporcionar<br />

atividades que favorecem o trabalho de um grupo heterogêneo.<br />

h. Desenvolver uma dinâmica de grupo eficaz e pessoal. Preparar e<br />

montar um ambiente adequado para o aprendizado.<br />

i. Preparar as aulas com antecedência.<br />

j. Utilizar todas as informações úteis o curso.<br />

l. Assegurar-se de que os objetivos previstos estão sendo atingidos.<br />

m. Assegurar-se de que os conhecimentos adquiridos serão utilizados.<br />

n. Assegurar-se de que os métodos empregados são eficazes.<br />

o. Nunca deixar de crer que pode aprender duas vezes ou mais com<br />

seus alunos, afinal todo aquele que compartilha aprende duas vezes<br />

com o exemplo alheio.<br />

3. 3. 3. Orientações Orientações básicas básicas para para a a condução condução de de um um curso:<br />

curso:<br />

3.1. 3.1. Conduta Conduta do do instrutor<br />

instrutor<br />

a) Estar motivado e acreditar no trabalho que irá realizar. É impossível<br />

obter-se motivação dos alunos se o próprio instrutor não estiver<br />

motivado.<br />

b) Demonstrar disposição para o trabalho, afinal o instrutor é o animador<br />

do grupo, e dele se espera empenho e interesse pela atividade.<br />

c) Atuar com objetividade e dinamismo, imprimindo um ritmo rápido<br />

e ágil ao grupo de trabalho.<br />

3.2. 3.2. Relacionamento Relacionamento com com participantes<br />

participantes<br />

a) Respeitar e valorizar a presença e a participação de todos os alunos.<br />

O instrutor deve controlar-se para não mostrar preferências<br />

pelos mais desembaraçados e rejeição pelos mais tímidos. Todos<br />

são importantes, têm contribuições a compartilhar, e também necessitam<br />

aprender.<br />

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b) Evitar condutas inadequadas dos participantes. É importante que<br />

eles se sintam à vontade e se descontraiam; isto facilita a<br />

integração e a aprendizagem. O que se deve é evitar situações<br />

anárquicas, em que cada um faz o que quer e manifestações sarcásticas<br />

ou depreciativas do instrutor ou dos participantes.<br />

c) O instrutor não deve apresentar um comportamento rígido e repressivo,<br />

criando um clima de receio ou de excessiva inflexibilidade.<br />

3.3. 3.3. Condução Condução do do grupo<br />

grupo<br />

a) Promover a participação ativa de cada aluno.<br />

b) Ser um facilitador, não um “show man”. Os alunos precisam, ao<br />

final do curso, lembrar-se de seu conteúdo e não de seu instrutor.<br />

c) Evitar o monopólio das sessões por um ou mais participantes.<br />

d) Evitar polêmicas insolúveis.<br />

e) Evitar desvios para assuntos paralelos, complementares ou secundários.<br />

3.4. 3.4. Sugestões Sugestões ao ao instrutor<br />

instrutor<br />

I) Procure ouvir com atenção.<br />

II) Seja cordial.<br />

III) Evite bloqueio mental.<br />

IV) Tenha um senso de humor adequado.<br />

V) Procure nivelar-se ao grupo.<br />

VI) Quando os alunos discordarem de você, evite as expressões “não<br />

é assim”, “está errado”.<br />

VII) Quando alguém não entende algo, pode ser usada a expressão:<br />

“Talvez eu não tenha sido claro, vamos reformular a idéia.”<br />

VIII) Apresente dados particulares, sem insistir muito neles.<br />

IX) Leve o grupo apenas a deduzir o que é certo a partir de dados objetivos<br />

por você apresentados.<br />

X) Não insista muito nestes dados que deverão ser eloqüentes por si<br />

mesmos (dados numéricos convencem mais).<br />

XI) Não dê a entender que você deseja impor ao grupo às suas idéias;<br />

XII) Evite doutrinação pura e simples.<br />

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XIII) Cuidado para não dar “shows” ou ser sensacionalista.<br />

XIV) Você deverá reconhecer quando a razão pertence ao participante.<br />

XV) Saiba manter sua posição de dirigente.<br />

XVI) Cuidado com as intimidades.<br />

XVII) Evite ser “bonzinho”.<br />

XVIII) Procure colocar-se sempre na ofensiva.<br />

XIX) Use vocabulário compreensível ao grupo.<br />

XX) Traje-se de acordo com a ocasião.<br />

Os resultados do curso dependem, também, das técnicas empregadas<br />

em sua realização. Não existem técnicas melhores do que outras apenas<br />

algumas mais, ou menos adequadas a cada tipo de curso. Todas as técnicas<br />

têm suas vantagens, desvantagens e limitações em determinadas situações,<br />

por isso, geralmente se emprega mais de uma técnica num mesmo curso. Os<br />

objetivos, a duração do curso, e os recursos disponíveis são fatores que podem<br />

influir na escolha das técnicas, que são muito importantes e dependem<br />

da experiência do responsável pelo curso.<br />

4. 4. 4. R RRelacionamento<br />

R elacionamento no no T TTrânsito<br />

T rânsito<br />

4.1. 4.1. Relacionamento Relacionamento humano<br />

humano<br />

Onde encontram-se duas ou mais pessoas, existe interação onde se<br />

resulta o relacionamento humano. Esse relacionamento pode ser harmônico<br />

ou não.<br />

Quando falamos de pessoas devemos lembrar que existem grupos sociais<br />

hoje que são formados nas empresas, nas escolas, na família, no lazer,<br />

no trânsito, nos bairros, enfim, toda e qualquer organização humana que tenha<br />

uma finalidade.<br />

Para que as relações interpessoais ocorram adequadamente nos grupos<br />

sociais, são estabelecidas regras de conduta e cada um na medida do<br />

ajustamento a elas capacita-se em harmonia para conviver com os demais.<br />

Um dos objetivos das relações humanas consiste em transmitir conhecimentos<br />

para proporcionar condições de interação social satisfatória de<br />

modo a:<br />

a) Criar um clima de bem estar;<br />

b) Promover o conhecimento mútuo;<br />

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DISTÂNCIA


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c) Valorizar a pessoa humana;<br />

d) Incentivar o senso de participação;<br />

e) Evitar conflitos.<br />

A interação entre duas ou mais pessoas refere-se à forma com que<br />

elas agem e reagem entre si. Essa interação ocorre em vários níveis:<br />

a) Com superiores ou com subordinados;<br />

b) Com colegas do mesmo nível hierárquico;<br />

c) Com o público em geral;<br />

d) Com professores, alunos, diretores, etc;<br />

e) Com pais, filhos e demais parentes;<br />

f) Com colegas, amigos, associações, igrejas;<br />

g) Com pessoas em geral, conhecidas ou não.<br />

4.2. 4.2. Forças Forças Forças que que que atuam atuam nas nas relações relações humanas<br />

humanas<br />

Existem forças que predispõem as pessoas para um relacionamento<br />

harmônico, do mesmo modo que existem forças que dificultam ou até mesmo<br />

impedem um bom relacionamento.<br />

Podemos considerar forças positivas aquelas que facilitam e mantêm<br />

uma relação saudável, como por exemplo:<br />

a) Cordialidade natural;<br />

b) Predisposição para relacionar-se bem;<br />

c) Motivação para o trabalho e a vida em grupo;<br />

d) Saber expressar-se;<br />

e) Compreensão;<br />

f) Saber acolher as pessoas sem desviar-se dos objetivos principais;<br />

g) Ausência de preconceitos ou de pré-julgamentos;<br />

h) Ausência de tensões.<br />

As forças negativas são aquelas que dificultam ou impedem uma<br />

interação saudável, afastando as pessoas e gerando as tensões, como por<br />

exemplo:<br />

a) Falta de reciprocidade;<br />

b) Desmotivação;<br />

c) Bloqueios emocionais;<br />

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93 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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d) Preconceitos, pré-julgamentos, falta de flexibilidade;<br />

e) Competição, prepotência, desentendimento, desconfiança,<br />

irritabilidade;<br />

f) Sentimento de superioridade ou de inferioridade;<br />

g) Comportamentos inadequados.<br />

4.3. 4.3. 4.3. Grupos Grupos sociais sociais<br />

sociais<br />

Toda reunião de pessoas em torno de um objetivo comum forma um<br />

grupo social. Esse agrupamento pode ser voluntário ou involuntário. Na formação<br />

de grupos, as pessoas passam por um processo de socialização que<br />

consiste na integração do indivíduo no grupo adquirindo por meio de aprendizado,<br />

os costumes, as leis, a educação, etc. que regem o grupo, ou seja,<br />

uma série de ajustes em relação aos padrões culturais estabelecidos por<br />

aquele grupo.<br />

Para viver o homem precisa produzir. Para que isso ocorra, o homem<br />

precisa associar-se a normas, padrões de conduta e a reguladores do comportamento.<br />

A produção humana divide-se na relação do homem com as<br />

coisas materiais (natureza), resultando de um processo de produção e nas<br />

relações dos homens entre si, resultando em um processo de interação.<br />

Dessas relações entre homens e das relações dos homens com a natureza<br />

temos o resultado de bens materiais e de bens não materiais que são<br />

gerados pelas associações humanas.<br />

4.4. 4.4. O O indivíduo indivíduo e e as as as relações relações interpessoais<br />

interpessoais<br />

Tanto no trabalho como fora dele, o bem relacionamento entre as<br />

pessoas pode contribuir intensamente para o desenvolvimento de cada indivíduo<br />

em particular e para a integração de muitos deles. É por meio das relações<br />

interpessoais, ou seja, do compartilhamento, da troca de idéias, de experiências,<br />

de informações, de sentimentos que as pessoas crescem enquanto<br />

grupo e enquanto indivíduo.<br />

Nas organizações, para que as relações interpessoais ocorram de forma<br />

adequada às diversas situações cotidianas, existem normas e padrões de<br />

comportamento desejados.<br />

4.5. 4.5. O O relacionamento relacionamento no no trânsito<br />

trânsito<br />

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu art. 1º, parágrafo 1º,<br />

considera como trânsito a utilização das vias por pessoas, por veículos e por<br />

animais, estejam elas isoladas ou em grupos, conduzindo ou não um veícu-<br />

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lo, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e<br />

descarga.<br />

Na prática, o conceito de trânsito é muito mais complexo. Tebaldi e<br />

Ferreira (2004) indicam que a cada dia que passa há mais veículos circulando<br />

nas ruas, e as ruas continuam as mesmas. Mesmo com os avanços<br />

tecnológicos atuais, os veículos continuam necessitando ser conduzidos. O<br />

processo de conduzir o veículo assume a inteligência, a alma, a sensibilidade<br />

e o comportamento do condutor. Dessa forma, o veículo assume as características<br />

da personalidade de quem conduz o veículo e por isso, tem que ser<br />

analisado de forma a envolver tudo o que o ser humano carrega consigo,<br />

sua cultura, seus valores, seus ideais.<br />

Vasconcelos (1998), traz a definição de trânsito como sendo uma disputa<br />

pelo espaço físico, que reflete uma disputa pelo tempo e pelo acesso<br />

aos equipamentos urbanos, – é uma negociação permanente do espaço,<br />

coletiva e conflituosa. Essa negociação tem implícitas as características de<br />

nossa sociedade.<br />

Na disputa pelos espaços no trânsito surgem as divergências de idéias,<br />

de valores e de cultura. A melhor maneira de conviver num espaço que<br />

todos necessitam e disputam deve ser de forma amigável. O comportamento<br />

deve ser prudente, respeitando os direitos e deveres na circulação do trânsito.<br />

A observação e o respeito aos direitos das outras pessoas deve ser visto<br />

como uma função primordial para que a negociação no trânsito aconteça<br />

de forma amigável. Quando isso não ocorre os condutores tendem a ficar<br />

nervosos, ansiosos e estressados, traçando um caminho para a luta e a<br />

agressividade no trânsito.<br />

O trânsito é visto como espaço público compartilhado onde há o<br />

deslocamento por vias ou calçadas com a movimentação de pedestres e de<br />

veículos de todos os tipos. Essa movimentação ocorre em um ambiente<br />

complexo que é propício para a geração de conflitos.<br />

Os conflitos no trânsito que tem origens em aspectos<br />

comportamentais, que segundo Nobre (2010), configuram sua complexidade<br />

proporcionalmente à complexidade da natureza humana. O carro é considerado<br />

pelas pessoas como extensão de suas casas, como um lugar de<br />

proteção, de privacidade e de convivência, mas também é um espaço de<br />

conflitos.<br />

É necessário resgatar a idéia do espaço urbano como um local democrático,<br />

de exercício de cidadania, de respeito e civilidade, de convivência<br />

e solidariedade, objetivando valorizar o direito de ser, de conviver e de participar<br />

de outro tipo de trânsito.<br />

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5. 5. O O elemento elemento humano humano e e o o trânsito<br />

trânsito<br />

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O comportamento humano é regido pelo consenso geral, de acordo<br />

com os padrões vigentes na sociedade em que ele escolheu para viver,<br />

abrangendo valores sociais, morais, éticos, religiosos, etc. que são determinados<br />

por normas de conduta em todos os setores da vida.<br />

O trânsito é uma resultante das aglomerações humanas; os veículos<br />

surgiram para facilitar o deslocamento, a comunicação e a interação entre<br />

os indivíduos e o grupo. O convívio das pessoas nas vias públicas envolve<br />

uma série de fatores, que se não forem levados em consideração, acabam<br />

por tornar o trânsito violento e propenso a acidentes.<br />

5.1. 5.1. Psicologia Psicologia do do condutor<br />

condutor<br />

As pessoas tendem a reagir de formas diferentes diante de uma situação<br />

de perigo, porém as reações mais comuns são as de ansiedade e de<br />

medo.<br />

O comportamento no trânsito reflete o padrão de conduta social do<br />

dia-a-dia dos condutores e dos pedestres.<br />

O homem reproduz no trânsito o que faz na sua vida diária. Um indivíduo<br />

ajustado socialmente tem mais capacidade de aceitar as regras e expressar<br />

um comportamento seguro no trânsito. Um indivíduo desajustado<br />

socialmente é passível de cometer infrações e provocar acidentes.<br />

5.2. 5.2. Fatores Fatores Fatores que que interferem interferem no no no comportamento<br />

comportamento<br />

do do condutor<br />

condutor<br />

Muitas causas interferem no comportamento do condutor e entre as<br />

que merecem maior preocupação estão o alcoolismo, o uso de psicotrópicos<br />

e de entorpecentes, a fadiga, atitudes de medo e agressividade, entre outras.<br />

Quando discutiram as bases do poder, French e Raven demonstraram<br />

que o poder de coerção só tem eficácia na presença do agente punidor; na<br />

sua ausência tornar-se-á totalmente ineficaz. Como esta é a base de poder<br />

tomada na situação de trânsito, provavelmente possa ser esta uma explicação<br />

para tanto desrespeito à sinalização e as normas gerais de circulação e<br />

conduta.<br />

5.3. 5.3. Atitudes Atitudes de de medo<br />

medo<br />

O uso da atenção, do ato reflexo, da possibilidade de adaptação à<br />

novidade, da agressividade aliados ao medo, como sentimento de grande<br />

inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário pode ser usado a<br />

favor do condutor, sinalizando o seu limite e a obediência das leis, outros ve-<br />

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ículos, pedestres, etc. Esses fatores podem ajudar o condutor a lidar com o<br />

inesperado, como elementos essenciais para um trânsito mais saudável, seguro<br />

e organizado.<br />

A psicologia do trânsito, aliada ao aprendizado da direção defensiva,<br />

à correta aplicação do CTB seria mais um poderoso instrumento que ajudaria<br />

na formação mais qualificada dos diretores instrutores e, conseqüentemente,<br />

dos futuros condutores. Medo – na mesma família desta emoção podemos<br />

relacionar: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação,<br />

cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, quando patológico,<br />

fobia e pânico.<br />

5.4. 5.4. Comportamento Comportamento agressivo<br />

agressivo<br />

A agressividade pode ser definida como o ataque a um obstáculo ou<br />

uma barreira que impedem a obtenção do objetivo, ou a um objeto para o<br />

qual se deslocou a agressão. Sendo conceituada ainda, como um comportamento<br />

hostil e vigoroso, consciente ou inconsciente, orientado no sentido<br />

de auto-afirmação.<br />

A violência no trânsito, como resultante da agressividade, aumentou<br />

na razão direta do aumento da potência e da velocidade dos veículos<br />

automotores. A agressividade relaciona-se com diversos outros fatores geradores<br />

da violência, tais como a formação dos condutores, as condições das<br />

vias, dos veículos e os conflitos sociais que interferem no comportamento do<br />

indivíduo.<br />

Quando o homem desenvolveu a tecnologia dos veículos<br />

automotores, viu-se, de uma hora para outra, ante espetáculo da velocidade<br />

e potência crescentes. Experimentou, então, uma nova sensação de liberdade<br />

de locomoção, além de se sentir protegido pela suposta segurança da<br />

máquina, que lhe multiplicou a força física, enquanto a velocidade imprimiulhe<br />

uma sensação de domínio e elevação de “status”.<br />

Desse modo, dirigir um veículo automotor tornou-se um mecanismo<br />

de imunidade contra os sistemas de controle social vigentes, surgindo, então,<br />

uma competição muito próxima do conflito. O carro vem sendo utilizado<br />

como uma armadura de aço, que camufla as frustrações e angústias e faz o<br />

indivíduo viver uma fantasia geralmente associada à marca e à potência do<br />

seu veículo. Quanto mais forte, potente e veloz for o veículo, mais forte sou<br />

e mais “posso” correr. A agressividade, que deveria ser utilizada não como<br />

violência, mas sim como autodefesa, definida por Aurélio Buarque como dinamismo,<br />

atividade, energia, força, e que possibilita uma reação rápida a<br />

um estímulo que surge inesperadamente (adaptação à novidade), é utilizada<br />

como arma contra si próprio.<br />

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Imersos na fantasia, o outro passa a ser parte dela, sendo entendido<br />

como algo que deve servir aos nossos propósitos. Torna-se difícil, então, sermos<br />

ultrapassados nas vias e dar a preferência, sendo encarado como sinal<br />

de fraqueza. O trânsito é encarado como uma guerra particular.<br />

O carro se torna um instrumento de poder, não a serviço do condutor,<br />

mas a serviço da fantasia da qual ele está investido, possibilitando a realização<br />

de um desejo proibido, transformando sentimento de impotência em<br />

onipotência, através de um controle onipotente. Sentir que nem sempre é<br />

possível manipular a realidade de acordo com a nossa conveniência gera<br />

frustração. O carro se torna arma de defesa para não encará-la. O indivíduo<br />

realmente seguro sabe que toda força é relativa e que fora da fantasia<br />

os acontecimentos seguem seu próprio caminho. Só quem se crê onipotente<br />

poderá imaginar ser mais eficiente que um piloto treinado, que a via pública<br />

seria um autódromo e que só a sua intervenção conseguirá resolver os problemas<br />

do trânsito.<br />

Transgredir as leis de trânsito, representadas pela figura do policial,<br />

que simboliza o poder paterno, o limite, é desafiar o medo, o poder, a autoridade<br />

de uma forma onipotente. A sensação de alívio por não ser punido<br />

traz para o indivíduo uma vivência de prazer que gera outras transgressões se<br />

não houver um impedimento externo, qual seja o uso adequado do Código<br />

de Trânsito Brasileiro – CTB pelos agentes de trânsito.<br />

5.5. 5.5. Fator Fator que que favorece favorece as as situações situações de de trânsito trânsito<br />

trânsito<br />

Domínio de si mesmo. Dentre todas as propostas de redução de acidentes,<br />

a formação de condutores é aquela que apresenta maior relevância<br />

na redução e na prevenção de acidentes.<br />

É através da educação e da sensibilização dos futuros condutores,<br />

trabalhando-se os aspectos da personalidade, o domínio de si mesmo e o<br />

melhor conhecimento do veículo, da via e das normas e regras do CTB que<br />

poderemos ter um trânsito mais humano, mais solidário e mais seguro.<br />

5.6. 5.6. Condutas Condutas que que favorecem favorecem a a educação educação no<br />

no<br />

trânsito:<br />

trânsito:<br />

Conhecer bem as leis de trânsito;<br />

ser prudente (ser observador);<br />

ser educado (ter estabilidade emocional, concentração);<br />

ser solidário;<br />

utilizar o princípio da empatia;<br />

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DISTÂNCIA


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ter responsabilidade;<br />

conhecer bem a si próprio;<br />

ter domínio das próprias emoções;<br />

ter capacidade de julgamento e<br />

discernimento;<br />

observar sempre as condições do veículo;<br />

conhecer bem as condições da via (visibilidade, sinalização, asfalto,<br />

etc.).<br />

5.7. 5.7. O O papel papel dos dos diretores, diretores, examinadores examinadores e e e ins- insins- trutores trutores de de trânsito<br />

trânsito<br />

O papel dos diretores, examinadores e instrutores de trânsito na promoção<br />

do autodomínio e da responsabilidade social dos condutores, faz<br />

com que o equilíbrio emocional dependa, entre outros aspectos, da capacidade<br />

do indivíduo de controlar suas emoções, suas reações, de se adaptar<br />

ao meio e resistir às pressões externas. O equilíbrio emocional contribui de<br />

forma significativa para evitar acidentes. O condutor equilibrado, de modo<br />

geral, rejeita o perigo, ao passo que o condutor desequilibrado aceita o perigo.<br />

Assim sendo, devemos sempre procurar desenvolver o autocontrole pessoal<br />

e orientar aos outros no sentido de não dirigir com forte emotividade e<br />

instabilidade tensional.<br />

Os Centros de Formação de Condutores – CFC surgiram com o intuito<br />

de dinamizar e otimizar a formação dos condutores de veículos<br />

automotores, se constituindo em mais um instrumento a favor da sociedade<br />

com intuito de reduzir o número de maus condutores e aumentar, cada vez,<br />

mais o quantitativo de motoristas eficientes, eficazes, solidários e mais humanos<br />

no trânsito. Buscando, assim, a proteção do cidadão, em direção à cidadania<br />

sustentável. O papel de todo o quadro de pessoal do CFC é de fundamental<br />

relevância na consecução de tais objetivos.<br />

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ATI VI <strong>DA</strong>DE I V<br />

1) Qual o papel do instrutor de trânsito?<br />

2) Quais os itens que podem contribuir para que a educação no<br />

trânsito voltada para o indivíduo?<br />

( ) deve considerar o contexto global.<br />

( ) deve atender as necessidades relativas ao lugar onde ele vive.<br />

( ) deve considerar o cenário político atual.<br />

( ) a realidade e o contexto que o aluno está inserido não pode ser considerado.<br />

( ) a educação de trânsito deve obedecer então a realidade do aluno dentro<br />

do seu contexto sócio-cultural.<br />

a) ( )F,F,V,F,V.<br />

b) ( )F,V,V,V,F.<br />

c) ( )V,V,F,F,V.<br />

d) ( )V,F,V,V,F.<br />

e) ( )V,V,V,F,F.<br />

3) Quais as características necessárias a um instrutor de trânsito?<br />

a) ( )Ter consciência da importância do seu papel como instrutor de trânsito<br />

na sociedade.<br />

b) ( )Realizar processo de auto-avaliação, procurando sempre renovar seus<br />

conhecimentos e técnicas para poder educar os seus alunos e propiciar<br />

atitudes solidárias de comportamento no trânsito.<br />

c) ( )Ser cordial, criativo, acreditar na capacidade de aprendizado do aluno.<br />

d) ( )Possuir controle emocional, e respeitar o aluno com suas diferenças<br />

individuais.<br />

e) ( )Todas as alternativas anteriores.<br />

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DISTÂNCIA


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4) São aspectos importantes para o instrutor de trânsito ter sempre<br />

em mente:<br />

a) ( )O aluno, futuro condutor, precisa entender os conhecimentos teóricos<br />

e práticos de condução de veículos.<br />

b) ( )Após o exame para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, o<br />

aluno deve colocar estes conhecimentos em prática no seu dia-a-dia<br />

como forma de contribuir para um trânsito mais humano.<br />

c) ( )O aluno instruído em conformidade com a legislação de trânsito e<br />

com a prática de cordialidade e respeito, aliado à questão da<br />

abrangência global, usará todos os seus conhecimentos a seu favor<br />

e, consequentemente, beneficiará aos demais resultando em um trânsito<br />

mais seguro.<br />

d) ( )Trânsito não se reduz à condução de veículos, há que se considerar o<br />

pedestre, a legislação, ou seja, o trânsito também é viver em sociedade.<br />

e) ( )Todas as alternativas anteriores.<br />

5) Alguns fatores devem ser levados em conta para a criação de<br />

condições favoráveis ao treinamento, são eles:<br />

( )o instrutor assume o papel de facilitador da aprendizagem nos processos<br />

educativos.<br />

( )a apresentação de propostas voltadas à aplicabilidade no cotidiano do<br />

aluno.<br />

( )propiciar atividades que estimulem o grupo a trabalhar, providenciando os<br />

recursos didáticos necessários para que haja aprendizagem.<br />

( )considerar as experiências dos alunos.<br />

( )estabelecer parâmetros de hierarquia em sala de aula.<br />

a) ( )F,F,V,V,V.<br />

b) ( )V,V,V,V,F.<br />

c) ( )F,V,F,V,F.<br />

d) ( )V,V,V,F,F.<br />

e) ( )V,F,V,F,V.<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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101<br />

101 Fundam entos da Educação


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6) São responsabilidades básicas do instrutor:<br />

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a) ( )Planejar o treinamento e elaborar o plano de aula ou roteiro didático;<br />

b) ( )Verificar todos os materiais que precisam ser utilizados durante o treinamento;<br />

c) ( )Conduzir o treinamento sem interrupções desnecessárias;<br />

d) ( )Avaliar o treinamento final e efetuar registros e controles, se estes forem<br />

estabelecidos.<br />

e) ( )Todas as alternativas anteriores.<br />

7) Cite alguns aspectos importantes na conduta do instrutor:<br />

8) Cite alguns pontos importantes para melhorar o relacionamento<br />

com participantes:<br />

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9) Para que as relações interpessoais ocorram adequadamente<br />

nos grupos sociais, são necessárias:<br />

10) Cite os objetivos das relações humanas que consistem em<br />

transmitir conhecimentos para proporcionar condições de<br />

interação social satisfatória:<br />

11) Cite algumas causas que geram conflitos no trânsito:<br />

12) Como o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu art. 1º,<br />

parágrafo 1º, considera o trânsito?<br />

13) Qual o fator primordial para um trânsito amigável e seguro?<br />

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105<br />

105<br />

105 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

Versão Versão 10.10.01<br />

10.10.01<br />

107<br />

107<br />

107 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

Atividade I<br />

1) a<br />

2) a<br />

3) d<br />

4) a<br />

5) a<br />

6) c<br />

7) e<br />

8) b<br />

9) e<br />

10) a<br />

11) b<br />

12) c<br />

13) e<br />

14) e<br />

15) e<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

RESPOSTAS <strong>DA</strong>S ATI VI <strong>DA</strong>DES<br />

Atividade I I – parte A<br />

1) b<br />

2) d<br />

3) c<br />

4) e<br />

5) d<br />

6) b<br />

7) Aprender Aprender Aprender a a conhecer: conhecer: é é é o o<br />

o pilar se refere ao prazer de compreender, de descobrir,<br />

de construir e de reconstruir o conhecimento, de aguçar a curiosidade,<br />

promover a autonomia e aumentar a atenção. Não basta aprender a conhecer.<br />

É preciso aprender a pensar, a pensar a realidade, pensar o que já foi dito, o<br />

já foi feito e reproduzir o pensamento. É preciso pensar também o novo,<br />

reinventar o pensar, pensar e reinventar o futuro.<br />

Aprender Aprender a a fazer: fazer:é fazer: fazer: o pilar indissociável do aprender a conhecer. Esse fator<br />

valoriza a competência pessoal, tornando a pessoa apta a enfrentar novas situações<br />

de emprego e a trabalhar em equipe. Hoje, o importante na formação<br />

108 108<br />

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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

8) d<br />

9) e<br />

do trabalhador, é saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa, ser pró-ativo, ter<br />

intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter estabilidade emocional.<br />

Essas são qualidades humanas que se manifestam nas relações<br />

interpessoais mantidas no trabalho. A flexibilidade é essencial.<br />

Aprender Aprender a a viver viver juntos: juntos: Esse pilar sustenta a importância de se conviver com<br />

os outros. Isso implica em compreender o outro, de participar de projetos comuns,<br />

de desenvolver a percepção da interdependência, da não-violência e da<br />

administração de conflitos.<br />

Aprender Aprender a a ser: ser: Esse pilar pressupõe o desenvolvimento integral da pessoa: a<br />

inteligência, a sensibilidade, o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal,<br />

a espiritualidade, o pensamento autônomo e crítico, a imaginação, a<br />

criatividade e a iniciativa. Para tanto, não se deve negligenciar nenhuma das<br />

potencialidades de cada indivíduo. A aprendizagem não pode ser apenas lógico-matemática<br />

e lingüística, ela precisa ser integral.<br />

10) Entendem o aprendiz como um ser que responde a estímulos do meio exterior,<br />

não levando em consideração o que ocorre dentro de sua mente durante o processo.<br />

A aprendizagem é interpretada somente como mudança de comportamento.<br />

11) O behaviorismo radical é representado por Skinner. A aprendizagem ocorre devido<br />

ao reforço e é a existência do reforço que leva à aprendizagem, ou seja,<br />

para ele, a aprendizagem é basicamente uma mudança de comportamento. Os<br />

aspectos mais importantes se referem a ação do professor que depois de se ensinar<br />

deve pedir que o estudante execute o que se ensinou para que possa corrigi-lo<br />

imediatamente.<br />

12) O behaviorismo metodológico é representado por Watson e toma como base o<br />

realismo. O realismo defende a idéia de que há um mundo real, externo, onde<br />

as coisas acontecem. É representado pela relação S-R, onde S é o estímulo do<br />

ambiente e R a resposta do organismo.<br />

13) O behaviorismo social é representado por Staats. Lleva em conta a interação<br />

homem com o ambiente de uma forma mais ampla. Preocupa-se com uma<br />

interação contínua e recíproca entre fatores ambientais, comportamentais e<br />

cognitivos. Também se refere à noção de “aprendizagem através de<br />

modelação”, ou seja, se refere à aquisição de conhecimentos e comportamentos<br />

novos por meio da observação.<br />

14) e<br />

15) O Humanismo vê o aprendiz em sua totalidade. Nesta abordagem, o importante<br />

é a auto-realização do indivíduo, o seu crescimento pessoal. A aprendizagem<br />

significativa é auto-centrada e estimulada pelo relacionamento entre aluno<br />

e o facilitador da aprendizagem.<br />

16) b<br />

17) As teorias de Jean Piaget tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência<br />

nos seres humanos. Ele criou a teoria do conhecimento centrada no desenvolvi-<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />

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10.10.01<br />

109<br />

109<br />

109 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

mento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro<br />

estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade<br />

plena de raciocínio é atingida.<br />

18) 18) Período eríodo Sensório Sensório-Motor:<br />

Sensório -Motor: do nascimento aos 2 anos, aproximadamente. A<br />

inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor)<br />

através dos deslocamentos do próprio corpo.<br />

Período eríodo Simbólico: Simbólico: Simbólico: dos 2 aos 4 anos, aproximadamente. Neste período surge<br />

a função que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação,<br />

da dramatização, etc.. Pode criar imagens mentais na ausência do objeto ou<br />

da ação, É o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico.<br />

Período eríodo Intuitivo: Intuitivo: dos 4 aos 7 anos, aproximadamente. Neste período já existe<br />

um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o<br />

indivíduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar<br />

a fantasia sem que acredite nela.<br />

Período eríodo Operatório Operatório Operatório Concreto: Concreto:<br />

Concreto: dos 7 aos 11 anos, aproximadamente. É o<br />

período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância,<br />

volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza),<br />

incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma lógica ou operatória. Sua<br />

organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando<br />

e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e<br />

estabelecer compromissos.<br />

Período eríodo Operatório Operatório Operatório Abstrato: Abstrato:<br />

Abstrato: dos 11 anos em diante. É o ápice do desenvolvimento<br />

da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotéticodedutivo<br />

ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para calcular<br />

uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados<br />

para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir<br />

desta estrutura de pensamento é possível à dialética, que permite que a linguagem<br />

se dê a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização<br />

grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.<br />

19) Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado<br />

de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da<br />

aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada históricosocial.<br />

Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança<br />

aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão<br />

a trabalhar com essas situações de forma consciente. Vygotsky atribui um<br />

papel preponderante às relações sociais no processo de ensino-aprendizagem,<br />

tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada<br />

de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo. Todo aprendizado é necessariamente<br />

mediado e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e<br />

determinante.<br />

20) e<br />

110 110<br />

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10.10.01<br />

CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />

DISTÂNCIA


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Atividade I I – Parte B<br />

1) A teoria de Bruner privilegia a curiosidade do aluno e coloca o professor como<br />

instigador dessa curiosidade, por isso é chamada de teoria da descoberta.<br />

O aprendizado é um processo ativo, no qual aprendizes constroem novas idéias,<br />

ou conceitos, baseados em seus conhecimentos passados e atuais. O<br />

aprendiz seleciona e transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões,<br />

contando, para isto, com uma estrutura cognitiva(esquemas, modelos<br />

mentais) fornece significado e organiza as experiências e permite ao indivíduo<br />

“ir além da informação dada”. A aprendizagem torna-se, então, um processo<br />

interno e não um produto direto do ambiente, das pessoas ou de fatores externos<br />

àquele que aprende.<br />

2) Uma aplicação da teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular todas as<br />

habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo.<br />

Ele aponta que as melhores estratégias partem da resolução de problemas.<br />

Gardner atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e<br />

transmitir valores. Seu trabalho favorece uma visão integral de cada indivíduo e<br />

valoriza a multiplicidade e a diversidade na sala de aula.<br />

3) A escola deve considerar que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e<br />

habilidades, nem aprendem da mesma maneira.<br />

A tarefa dos especialistas em avaliação é de tentar compreender as capacidades<br />

e interesses dos alunos de uma escola.<br />

A tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a combinar os<br />

perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados<br />

estilos de aprendizagem.<br />

4) É a capacidade de solucionar problemas ou elaborar produtos que são importantes<br />

em um determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de<br />

resolver problemas permite às pessoas abordar situações, atingir objetivos e<br />

localizar caminhos adequados a esse objetivo.<br />

5) 5) Lógico-matemática Lógico-matemática – é a capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações,<br />

discernindo as suas relações e princípios subjacentes.<br />

Linguística Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas,<br />

pelas palavras e por um desejo em os explorar.<br />

Musical Musical - identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais,<br />

executando pedaços de partituras de ouvido, em termos de ritmo e timbre,<br />

mas também escutando-os e discernindo-os.<br />

Espacial Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com<br />

precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências<br />

visuais até mesmo sem estímulos físicos.<br />

Corporal-cinestésica<br />

Corporal-cinestésica Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar<br />

movimentos do corpo. É predominante entre atores e aqueles que praticam<br />

a dança ou os esportes.<br />

Intrapessoal Intrapessoal Intrapessoal – é expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvidas<br />

em escritores, psicoterapeutas e conselheiros.<br />

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111<br />

111<br />

111 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

Interpessoal Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções, motivações<br />

e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos e<br />

professores.<br />

Naturalista Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos,<br />

fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas,<br />

animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna,<br />

flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica de paisagistas, arquitetos<br />

e mateiros, por exemplo.<br />

Existencial Existencial - investigada no terreno ainda do “possível”, necessitando de maiores<br />

evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões<br />

fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores<br />

filosóficos.<br />

6) Permite ao estudante aprender a partir da colocação de um problema ou estudo<br />

de caso, que pode ser real ou simulado. Várias estratégias podem ser<br />

implementadas, mas em geral, o estudante tem a possibilidade de interagir<br />

com o problema, de obter dados, de formular hipóteses, de tomar decisões e<br />

de emitir julgamentos. É muito comum o uso de tecnologias nos processos de<br />

aprendizagem.<br />

7) O papel do professor aproxima-se de uma concepção de profissional que facilita<br />

a construção de significados por parte do aluno nas suas interpretações com<br />

o mundo. Assim, este profissional é melhor denominado de facilitador pedagógico.<br />

8) O fundamento da teoria rogeriana na educação pressupõe a tarefa do professor<br />

como a de liberar o caminho para que o estudante aprenda o que quiser.<br />

Segundo Rogers as pessoas só aprendem aquilo de que necessitam ou o que<br />

querem aprender. Sua atenção recaiu sobre a relação aluno-professor, que deve<br />

ser impregnada de confiança e destituída de noções de hierarquia. Instituições<br />

como avaliação, recompensa e punição estão completamente excluídas, exceto<br />

na forma de auto-avaliação. Embora anticonvencional, a pedagogia rogeriana<br />

não significa abandonar os alunos a si mesmos, mas dar apoio para que caminhem<br />

sozinhos.<br />

9) Ela foi aplicada em atividades de aprendizado baseadas na tecnologia para<br />

escolas, que focalizam as habilidades na resolução de problemas. Os alunos<br />

podem construir modelos para produzir um tipo de conhecimento ativo, que é<br />

abertamente influenciado pelo contexto de aplicação. Em uma visão geral, o<br />

aprendizado é uma função da atividade, do contexto e da cultura na qual ele<br />

ocorre, isto é, ele é situado.<br />

Atividade I I I<br />

01) V, V, V, F, V, V, V<br />

02) a) O principal fator da aprendizagem é a atenção e podemos definí-la como uma<br />

reação profunda a determinado estímulo.<br />

b) Atenção espontânea é a resposta do indivíduo quando é impelido pelas características<br />

de um estímulo, que por si só é suficientemente forte, independente de<br />

qualquer outra circunstância no momento.<br />

112 112<br />

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10.10.01<br />

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DISTÂNCIA


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c) Atenção voluntária se dá quando é liberada a concentração do sujeito sobre<br />

determinado objeto.<br />

d) Motivação é um processo constante e infinito no ser humano, a busca da satisfação<br />

e da realização pessoal.<br />

e) A tríplice finalidade da motivação é:<br />

- despertar interesse;<br />

- estimular o desejo de aprender gerando esforço;<br />

- dirigir interesses e esforços para a realização de objetivos e metas definidos.<br />

03) Atenção espontânea se dá pelo fato de que o estímulo por si só é suficientemente<br />

forte ao contrário da atenção voluntária onde existe uma concentração<br />

do indivíduo sobre o objeto sendo este um esforço consciente.<br />

04) a) Os fatores internos impulsionam as pessoas a agirem e a reagirem.<br />

b) Esses fatores se apresentam sob duas formas:<br />

- de forma positiva (atenção ao conduzir veículo)<br />

- de forma negativa (cansaço, embriaguez, uso de bebida alcoólica, uso de droga<br />

e comprometidos psíquicos e mentais)<br />

c) Fatores advindos do meio externo.<br />

d) Esses fatores se apresentam da seguinte forma:<br />

- positiva (legislação de trânsito, qualidade e condições do veículo)<br />

- negativa (legislação de trânsito inoperante, imprudência ou falta de equipamentos<br />

de segurança no veículo)<br />

05) Resposta elaborada pelo aluno.<br />

06) O currículo representa o conhecimento escolar, as histórias de vida e o desenvolvimento<br />

intelectual e profissional, permitindo a transformação do próprio eu.<br />

Representa ainda as estruturas econômicas e sociais mais amplas e tem a possibilidade<br />

de construir significados, valores sociais e culturais.<br />

07) A pedagogia é a filosofia, a ciência e a técnica da educação.<br />

08) À filosofia, à ciência e à técnica que se propõe a conduzir o adulto à aprendizagem<br />

por experiência própria. O principal objetivo da andragogia é o de aumentar<br />

o conhecimento de seus alunos para que sejam aproveitados de maneira<br />

prática.<br />

09) d<br />

10) Os adultos devem ter desejo de aprender que os leve a adquirir conhecimento<br />

e/ou habilidades.<br />

Os adultos aprendem somente o que sentem necessidade de aprender, necessitam<br />

de conhecimentos com aplicabilidade imediata; e os ensinamentos devem<br />

ser simples e diretos.<br />

Os adultos aprendem fazendo; a retenção do conhecimento é mais elevada<br />

quando o homem participa ativamente do processo de aprendizagem.<br />

A aprendizagem se centraliza em problemas reais, tirados de experiências, com<br />

soluções práticas e precisas, das quais se possam deduzir princípios.<br />

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10.10.01<br />

113<br />

113<br />

113 Fundam entos da Educação


Fundam entos da Educação<br />

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />

Os novos conhecimentos devem ser relacionados e integrados com suas experiências<br />

anteriores.<br />

11) Explicação: escutar corresponde a 10% da aprendizagem. Nesta fase o instrutor<br />

deve apenas falar.<br />

Demonstração: visualizar corresponde a 20% da aprendizagem. Nesta fase é<br />

interessante que o instrutor junte a explicação com a demonstração, ou seja,<br />

fazer uso de materiais que permitem unir o “ouvir” com o “visualizar”.<br />

Praticar ou Fazer: corresponde a 70% da aprendizagem. Essa é a melhor forma<br />

de aprender.<br />

A prática serve como feedback. Para dar um feedback nos processos<br />

avaliativos, o instrutor não deve falar em “pontos fortes” e “pontos fracos” e sim<br />

“pontos altos” e “pontos a melhorar”. A repetição é um processo que ajuda a<br />

recordar e a reter a informação. Em suma, podemos dizer que “Esqueço o que<br />

ouço, recordo o que vejo, compreendo o que faço”.<br />

Atividade I V<br />

01) Qualquer indivíduo que objetive exercer a profissão de instrutor necessita passar<br />

por um processo de auto-reflexão que lhe permita concluir a que se destina esta<br />

profissão. Atualmente verifica-se que o instrutor deve ter a preocupação de preparar<br />

o aluno, não apenas para o exame da Carteira Nacional de Habilitação,<br />

mas sim para que ele assuma um comportamento seguro e confiável no trânsito.<br />

2) c<br />

3) e<br />

4) e<br />

5) b<br />

6) e<br />

7) a) Estar motivado e acreditar no trabalho que irá realizar. É impossível obter-se<br />

motivação dos alunos se o próprio instrutor não estiver motivado. b) Demonstrar<br />

disposição para o trabalho, afinal o instrutor é o animador do grupo, e dele se<br />

espera empenho e interesse pela atividade. c) Atuar com objetividade e dinamismo,<br />

imprimindo um ritmo rápido e ágil ao grupo de trabalho.<br />

8) a) Respeitar e valorizar a presença e a participação de todos os alunos. O instrutor<br />

deve controlar-se para não mostrar preferências pelos mais desembaraçados e<br />

rejeição pelos mais tímidos. Todos são importantes, têm contribuições a compartilhar,<br />

e também necessitam aprender. b) Evitar condutas inadequadas dos<br />

participantes. É importante que eles se sintam à vontade e se descontraiam; isto<br />

facilita a integração e a aprendizagem. O que se deve é evitar situações anárquicas,<br />

em que cada um faz o que quer e manifestações sarcásticas ou depreciativas<br />

do instrutor ou dos participantes. c) O instrutor não deve apresentar um<br />

comportamento rígido e repressivo, criando um clima de receio ou de excessiva<br />

inflexibilidade.<br />

114 114<br />

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DISTÂNCIA


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9) Regras de conduta e cada um na medida do ajustamento a elas capacita-se em<br />

harmonia para conviver com os demais.<br />

10) Criar um clima de bem estar;<br />

Promover o conhecimento mútuo;<br />

Valorizar a pessoa humana;<br />

Incentivar o senso de participação;<br />

Evitar conflitos.<br />

11) Aspectos comportamentais, a complexidade da natureza humana, o carro é<br />

considerado pelas pessoas como extensão de suas casas, como um lugar de<br />

proteção, de privacidade e de convivência, mas também é um espaço de conflitos.<br />

12) A utilização das vias por pessoas, por veículos e por animais, estejam elas isoladas<br />

ou em grupos, conduzindo ou não um veículo, para fins de circulação,<br />

parada, estacionamento e operação de carga e descarga.<br />

13) A observação e o respeito aos direitos das outras pessoas deve ser visto como<br />

uma função primordial para que a negociação no trânsito aconteça de forma<br />

amigável.<br />

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Livro 425, Folha 384.<br />

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DENATRAN<br />

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