FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO - Sistema Matheus Acadêmico
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Educação<br />
<strong>FUN<strong>DA</strong>MENTOS</strong> <strong>DA</strong> <strong>EDUCAÇÃO</strong> da<br />
Módulo I<br />
entos Fundam<br />
CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
1<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
2 Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
SUMÁRI O: <strong>FUN<strong>DA</strong>MENTOS</strong> <strong>DA</strong> <strong>EDUCAÇÃO</strong><br />
APRESENTAÇÃO ............................................................................ 7<br />
ORI ENTAÇÕES PARA ESTUDO ........................................................ 9<br />
UNI <strong>DA</strong>DE I<br />
Fundam entos da Educação ........................................................... 13<br />
1. Educação e sociedade......................................................................................... 13<br />
1.1. Um breve histórico ........................................................................................... 13<br />
2. Dimensão filosófica da educação ......................................................................... 14<br />
3. Dimensão sócio-cultural da Educação .................................................................. 15<br />
3.1. O cotidiano escolar.......................................................................................... 15<br />
4. A diversidade cultural nos processos educativos .................................................... 15<br />
4.1. Os processos educativos e os grupos sociais...................................................... 16<br />
5. Perspectivas da Educação .................................................................................... 17<br />
ATIVI<strong>DA</strong>DE I ............................................................................................................ 18<br />
UNI <strong>DA</strong>DE I I – Parte A<br />
Teorias Educacionais .................................................................... 23<br />
1.Teorias Educacionais............................................................................................. 23<br />
1.1. Um breve histórico ........................................................................................... 23<br />
1.2. A educação na atualidade................................................................................ 24<br />
1.3. Os caminhos da educação na sociedade do conhecimento ................................ 25<br />
I - Aprender a conhecer: .......................................................................................... 25<br />
II - Aprender a fazer: ............................................................................................... 25<br />
III - Aprender a viver juntos: ..................................................................................... 26 Educação<br />
IV - Aprender a ser: ................................................................................................. 26<br />
2. As Teorias de Aprendizagem ............................................................................... 26 da<br />
2.1. O Behaviorismo ............................................................................................... 26<br />
2.2. O Cognitivismo ................................................................................................ 27<br />
2.3. O Humanismo ................................................................................................. 28<br />
entos<br />
3. As Teorias de Aprendizagem ................................................................................ 28<br />
3.1. A Teoria Básica de Jean Piaget ......................................................................... 28<br />
3.1.2. Um breve histórico ........................................................................................ 29<br />
3.1.3. Piaget e a educação...................................................................................... 29<br />
Fundam<br />
CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
3<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
3.1.4. As descobertas de Piaget ............................................................................... 30<br />
3.1.5. Piaget e o comportamento humano................................................................ 30<br />
3.1.6. Piaget e o desenvolvimento do indivíduo ........................................................ 31<br />
3.2. A Teoria de Lev Vygotsky - ensino como processo social ..................................... 33<br />
3.2.1. Tempos conturbados...................................................................................... 33<br />
3.2.2. Vygotsky e os processos sociais....................................................................... 34<br />
3.2.3. Vygotsky e Piaget........................................................................................... 34<br />
3.2.4. O sujeito e a sociedade................................................................................. 35<br />
3.2.5. O papel do professor para Vygotsky............................................................... 36<br />
3.3.Teoria da Inclusão ............................................................................................. 36<br />
3.3.1. Princípios ...................................................................................................... 36<br />
3.3.2. Facilitadores do aprendizado ......................................................................... 37<br />
3.3.3. Ausubel e a prática ....................................................................................... 37<br />
3.3.4. Condução das aulas...................................................................................... 38<br />
3.3.5. Princípios e métodos da aprendizagem significativa ........................................ 38<br />
ATIVI<strong>DA</strong>DE II - Parte A ............................................................................................. 40<br />
UNI <strong>DA</strong>DE I I - Parte B<br />
Teorias Educacionais .................................................................... 49<br />
3. As Teorias de Aprendizagem (continuação) ........................................................... 49<br />
3.4. Teoria Construtivista de Jerome Bruner............................................................... 49<br />
3.4.1. Princípios ...................................................................................................... 49<br />
3.4.2. Descrição da Teoria....................................................................................... 49<br />
3.4.3. Bruner e Piaget.............................................................................................. 49<br />
3.4.4. Modelos mentais........................................................................................... 50<br />
3.5. Teoria de Howard Gardner: Teoria das Inteligências Múltiplas ............................ 50<br />
3.5.1. Gardner e a educação .................................................................................. 51<br />
3.5.2. A elaboração da teoria ................................................................................. 51<br />
3.5.3. Implicações da teoria .................................................................................... 52<br />
3.5.4. As Inteligências Múltiplas............................................................................... 53<br />
3.5.5. As inteligências múltiplas estão listadas a seguir ............................................. 54<br />
3.5.6. Por que a inteligência espiritual ou moral não é considerada?......................... 55<br />
3.5.7 A Perspectiva biopsicológica ........................................................................... 55<br />
3.5.8. O talento para Gardner ................................................................................ 56<br />
3.5.9. A criatividade para Gardner .......................................................................... 56<br />
3.5.10. Gardner e o desenvolvimento humano ......................................................... 56<br />
3.5.11. Os modelos educacionais para Gardner ...................................................... 57<br />
4 Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
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3.6.Teoria da Instrução Ancorada - Aprendizagem baseada em problemas................ 58<br />
3.6.1. O uso das tecnologias................................................................................... 58<br />
3.6.2. Visão Geral da Teoria ................................................................................... 58<br />
3.6.3. Princípios ...................................................................................................... 59<br />
3.6.4. Aprendizagem baseada em Problemas........................................................... 59<br />
3.6.5. O papel do professor .................................................................................... 60<br />
3.6.6. O facilitador da aprendizagem ...................................................................... 61<br />
3.7. A Teoria Rogeriana - Carl Rogers ...................................................................... 61<br />
3.7.1. Um breve histórico ........................................................................................ 62<br />
3.7.2. Fundamentos da teoria .................................................................................. 62<br />
3.7.3. Rogers e o organismo humano....................................................................... 63<br />
3.7.4. Funcionalidade plena .................................................................................... 63<br />
3.7.5. O mais importante é a relação aluno-professor .............................................. 64<br />
3.8. Teoria do Aprendizado Situado ......................................................................... 65<br />
3.8.1. Princípios da Teoria do Aprendizado Situado .................................................. 66<br />
ATIVI<strong>DA</strong>DE II - Parte B.............................................................................................. 67<br />
UNI <strong>DA</strong>DE I I I<br />
Noções de Psicologia da Educação ................................................ 71<br />
1. Psicologia ........................................................................................................... 71<br />
1.2. Psicologia educacional ..................................................................................... 71<br />
1.3. Psicologia no trânsito ........................................................................................ 71<br />
1.4. Fenômenos que atuam durante a direção veicular .............................................. 71<br />
1.4.1. A atenção ..................................................................................................... 72<br />
1.4.2. A motivação ................................................................................................. 72<br />
1.4.3. Ação e reação .............................................................................................. 72<br />
1.4.4. A memória ................................................................................................... 73<br />
2. Currículo e construção do conhecimento no processo de ensino e de aprendizagem........................................................................................................................<br />
74<br />
3. Princípios Pedagógicos na Educação .................................................................... 74<br />
4. Princípios Andragógicos na Educação................................................................... 75<br />
5. Práticas pedagógicas na aprendizagem de jovens e de adultos ............................. 75<br />
5.1. As diferenças individuais................................................................................... 76<br />
5.2. Paulo Freire e a educação de adultos................................................................ 77<br />
6. Andragogia ........................................................................................................ 78<br />
6.1. Os objetivos da Andragogia ............................................................................. 78<br />
6.2. Pressupostos para a aprendizagem de adultos ................................................... 79<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA<br />
Educação<br />
da entos Fundam<br />
CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
5
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
6.3. Carl Jung e a Andragogia ................................................................................ 80<br />
7. Processos de Aprendizagem na Andragogia.......................................................... 80<br />
7.1. Etapas básicas ................................................................................................. 81<br />
ATIVI<strong>DA</strong>DE III .......................................................................................................... 82<br />
UNI <strong>DA</strong>DE I V<br />
O instrutor com o educador ........................................................... 87<br />
1. Instruir para a realidade ...................................................................................... 87<br />
1.1. Instruir para educar .......................................................................................... 87<br />
2. Papel e responsabilidades do instrutor no processo de ensino e de aprendizagem de<br />
adultos.................................................................................................................... 88<br />
2.1.Perguntas norteadoras........................................................................................ 89<br />
2.2. Práticas fundamentais ....................................................................................... 89<br />
3. Orientações básicas para a condução de um curso:.............................................. 90<br />
3.1. Conduta do instrutor ......................................................................................... 90<br />
3.2. Relacionamento com participantes .................................................................... 90<br />
3.3. Condução do grupo ......................................................................................... 91<br />
3.4. Sugestões ao instrutor ....................................................................................... 91<br />
4. Relacionamento no Trânsito.................................................................................. 92<br />
4.1. Relacionamento humano................................................................................... 92<br />
4.2. Forças que atuam nas relações humanas........................................................... 93<br />
4.3. Grupos sociais ................................................................................................. 94<br />
4.4. O indivíduo e as relações interpessoais ............................................................. 94<br />
4.5. O relacionamento no trânsito............................................................................ 94<br />
5. O elemento humano e o trânsito ......................................................................... 96<br />
5.1. Psicologia do condutor ..................................................................................... 96<br />
5.2. Fatores que interferem no comportamento do condutor ...................................... 96<br />
5.3. Atitudes de medo ............................................................................................. 96<br />
5.4. Comportamento agressivo ................................................................................ 97<br />
5.5. Fator que favorece as situações de trânsito ........................................................ 98<br />
5.6. Condutas que favorecem a educação no trânsito: .............................................. 98<br />
5.7. O papel dos diretores, examinadores e instrutores de trânsito ............................. 99<br />
ATIVI<strong>DA</strong>DE IV ........................................................................................................ 100<br />
REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS ................................................ 105<br />
RESPOSTAS <strong>DA</strong>S ATI VI <strong>DA</strong>DES .................................................... 108<br />
6 Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA<br />
APRESENTAÇÃO<br />
Seja bem vindo ao Programa de Ensino a Distância para Formação,<br />
Capacitação e/ou Reciclagem de Recursos Humanos da Área de Trânsito.<br />
Este Programa foi elaborado especialmente para você, com um material<br />
didático de fácil entendimento, elaborado com cuidado e seriedade para<br />
atender as suas necessidades. Você poderá ter sucesso se, efetivamente, estudar<br />
e seguir as orientações apresentadas aqui.<br />
Cada um dos Cursos a Distância possui várias disciplinas, este material<br />
que você está recebendo é da disciplina de Fundamentos da Educação<br />
que visa mostrar a essência da educação voltada aos processos educativos<br />
com conceitos elaborados para o trânsito, bem como o relacionamento do<br />
ser humano com outros seres humanos e com a sociedade.<br />
Antes de iniciar esta disciplina, leia todas as informações sobre o Programa<br />
de Ensino a Distância para Formação, Capacitação e/ou Reciclagem<br />
de Recursos Humanos da Área de Trânsito, em especial as Orientações para<br />
Estudo, que se encontra nas páginas seguintes.<br />
Educação<br />
da entos Fundam<br />
CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
7
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
8 Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
ORIENTAÇÕES PARA PARA ESTUDO ESTUDO<br />
televisão deve estar sempre desligada;<br />
rádio, aparelho de som, etc, também sempre desligados;<br />
não atenda ao telefone, campainha, etc;<br />
alimente-se antes de iniciar seus estudos, mas sem exageros, Educação<br />
você precisa de concentração máxima para estudar;<br />
vá ao banheiro antes de iniciar os estudos.<br />
da<br />
Material Material Material pedagógico<br />
pedagógico<br />
Feito isso, leve para o local escolhido de estudo:<br />
entos<br />
a apostila, lápis, caneta, borracha, régua;<br />
dicionário, enciclopédia, livros que possam auxiliá-lo, etc.;<br />
não esqueça de levar também o Código de Trânsito Brasileiro.<br />
Fundam<br />
CURSO A DISTÂNCIA Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
9<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA<br />
Leia com atenção !<br />
Neste Curso você será capaz de aprender, assimilando por si só todos<br />
os conteúdos necessários à sua formação.<br />
.<br />
Lembre-se! Lembre-se! Lembre-se! Lembre-se! Lembre-se!<br />
Como você ira estudar sozinho, antes de iniciar os seus estudos, procure<br />
tomar todas as providências descritas abaixo.<br />
Horário Horário<br />
Horário<br />
Escolha de preferência, sempre o mesmo horário<br />
para estudar e na medida do possível, isto deve ser feito de<br />
segunda-feira a sábado.<br />
Ambiente<br />
Ambiente<br />
Escolha o local para estudar que seja do seu agrado, mas lembre-se:
Fundam entos da Educação<br />
Atenção! Atenção! Atenção! Atenção! Atenção!<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Para estudar prefira os Códigos de Trânsito que contenham seus<br />
Anexos bem como as Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito -<br />
CONTRAN.<br />
Como Como Como estudar<br />
estudar<br />
1) Faça uma leitura global de cada unidade para se familiarizar com<br />
o vocabulário (palavras, expressões, etc.) e conteúdos (matéria a<br />
ser estudada).<br />
2) Faça uma segunda leitura, bem mais detalhada, sublinhando conceitos,<br />
definições e palavras que não são do seu<br />
entendimento e anote-as ao lado da página.<br />
3) As palavras ou expressões de difícil entendimento<br />
devem ser anotados em uma folha e, com o auxílio<br />
de um dicionário ou enciclopédia, procure<br />
seus significados. Desta forma, você estará construindo<br />
um amplo vocabulário que irá auxiliá-lo em seus estudos.<br />
4) Após a segunda leitura, você deverá ter entendido conceitos, definições,<br />
palavras e expressões.<br />
5) Isto feito, você com certeza terá compreendido melhor os textos,<br />
as definições e os conceitos. Enfim, você já iniciou o seu próprio<br />
processo de aprendizagem.<br />
6) Antes de avançar para a próxima unidade, resolva as atividades<br />
propostas, sempre com bastante atenção. Certamente, você não<br />
terá dúvidas.<br />
7) Para conferir as respostas dos exercícios, há uma folha de respostas<br />
ao final da apostila.<br />
8) Confira as respostas; se houver algum erro, refaça com atenção e<br />
lembre-se de que só estudando com muita atenção é que você<br />
conseguirá sucesso em seus estudos e em sua vida profissional.<br />
Atenção! Atenção! Atenção! Atenção! Atenção!<br />
Estude no mínimo quatro horas por dia, de segunda a sábado, com<br />
um intervalo de vinte minutos a cada duas horas.<br />
10 10<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
<strong>FUN<strong>DA</strong>MENTOS</strong> <strong>DA</strong> <strong>EDUCAÇÃO</strong><br />
Módulo I<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
11<br />
11<br />
11 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
12 12<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
UNI <strong>DA</strong>DE I<br />
Fundam entos da Educação<br />
1. 1. Educação Educação e e sociedade<br />
sociedade<br />
Os fundamentos da Educação contemplam áreas de estudos que incluem<br />
História, Filosofia, Sociologia, Psicologia da Educação entre outras<br />
áreas do conhecimento que se relacionam com a essência da educação e<br />
com o processo educativo.<br />
1.1. 1.1. Um Um breve breve histórico<br />
histórico<br />
A relação entre a Educação e a Sociedade nos remete a análise do<br />
contexto de sociedade a partir de um breve histórico.<br />
Na Comunidade Primitiva as atividades eram realizadas em comum,<br />
portanto, não havia classes sociais. As relações se davam com a terra e com<br />
a natureza e entre si as pessoas se educavam e educavam as novas gerações<br />
e não havia a instituição escola.<br />
Na Antigüidade havia duas classes sociais distintas: a classe dos senhores<br />
e dos servos. A classe social dos senhores era uma classe ociosa. Surge<br />
então uma educação diferenciada, e é onde surge a escola. Só tinham<br />
acesso à escola as classes sociais ociosas. A maioria das pessoas que produzia<br />
continuava se educando nos próprios processos de trabalho.<br />
A sociedade na Idade Média possuía ainda algumas características da<br />
sociedade antiga. O meio dominante de produção era a terra e a forma<br />
econômica era a agricultura. A maioria das pessoas continuava se educando<br />
no próprio processo de produção e a sua existência e a de seus senhores se<br />
dava através das atividades consideradas indignas por eles e a forma escolar<br />
da educação ainda era considerada uma forma secundária.<br />
As sociedades pré-modernas não possuíam consciência histórica,<br />
eram capazes de reproduzir-se por períodos extremamente longos. O trabalho<br />
não constituía uma esfera separada no cotidiano do indivíduo, existindo<br />
a inferioridade social e a dependência.<br />
A sociedade moderna contou com uma força destrutiva para seu progresso<br />
a partir da invenção das armas de fogo. Nesta época, elementos fundamentais<br />
do capitalismo passaram a existir porque contaram com a economia<br />
militar e com a economia de armamento. Isso fez com que as pessoas<br />
tivessem a necessidade de vender sua força de trabalho para ganhar dinheiro.<br />
As relações naturais que antes tinham como base os laços de sangue<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
13<br />
13<br />
13 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
onde a nobreza e a servidão eram passadas de pai para filho, na<br />
modernidade capitalista, as relações passam a ser sociais.<br />
É na sociedade moderna que se forma a idéia de educação para formar<br />
cidadãos, escolarização universal, gratuita e leiga, que deve ser estendida<br />
a todos e a escola passa a ser a forma predominante da educação.<br />
Neste contexto, as instituições e o processo escolar foram organizados<br />
de forma que as salas de aula se converteram em um lugar apropriado<br />
para se acostumar às relações sociais do processo de produção capitalista e<br />
no espaço institucional adequado para preparar as crianças e os jovens para<br />
o trabalho.<br />
2. 2. Dimensão Dimensão filosófica filosófica da da educação<br />
educação<br />
A filosofia pode nos ajudar a entender os processos relativos à Educação.<br />
Para tanto é necessário adotarmos o conceito de filosofia como uma<br />
reflexão sobre os problemas que a realidade apresenta. Como estamos tratando<br />
do contexto educacional, essa reflexão trata dos problemas que a realidade<br />
educacional apresenta.<br />
Assim, podemos iniciar uma reflexão acerca do papel do educador<br />
no processo educativo. Isso nos leva a pensar nos problemas encontrados<br />
na realização das tarefas educativas, ou seja, uma reflexão sobre o próprio<br />
sentido do que estamos fazendo.<br />
A reflexão sobre os problemas educacionais nos remete à necessidade<br />
de reformular e de caracterizar os objetivos das ações. Para tanto, é necessário<br />
definir prioridades. É sabido que o sentido da educação está em promover<br />
o homem. Para tanto, o educador deve ser um profundo conhecedor do<br />
homem. Quando estamos falando em homem, vamos convencionar que<br />
homem apresenta um corpo, existe em um meio e se define por coordenadas<br />
de espaço e tempo. Esse meio o condiciona e determina todas as suas manifestações.<br />
O meio a que nos referimos não é só o meio relativo á natureza<br />
(espaço físico, clima, vegetação, fauna, solo e subsolo), mas também ao<br />
meio cultural em que ele se encontra.<br />
Por exemplo: ao nascer, além de uma localização geográfica que<br />
pode ser mais ou menos favorável, o homem se depara com um momento<br />
histórico sendo vivenciado, marcado pelo peso das tradições, uma língua<br />
estruturada, costumes e crenças definidos, uma sociedade com instituições<br />
próprias, uma vida econômica peculiar, uma forma de governo e de seus poderes.<br />
Segundo Saviani (2007), este é o quadro da existência humana onde<br />
o homem é encaixado - é enquadrado. A vida humana só pode ser sustenta-<br />
14 14<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
da e desenvolvida a partir de um contexto determinado de onde o homem<br />
tira os meios para sua sobrevivência. Esses fatores levam o homem a valorizar<br />
os elementos do meio ambiente (água, terra, fauna, ar, flora, solo) caracterizando<br />
o seu domínio sobre a natureza e o valor das instituições, as ciências,<br />
as técnicas, caracterizando seu domínio da cultura.<br />
A cultura é, por sua vez, a transformação que o homem opera sobre<br />
o meio em que vive e os resultados desta transformação. Assim, o homem é<br />
capaz de agir, refletir, fazer opções, avaliar, se colocar no lugar do outro,<br />
interagir e não ser indiferente. Nasce assim o respeito e a valorização pelos<br />
outros.<br />
3. 3. Dimensão Dimensão sócio-cultural sócio-cultural sócio-cultural da da Educação<br />
Educação<br />
Para abordarmos este assunto é necessário primeiro fazer uma análise<br />
da escola como espaço sócio-cultural. Essa análise será realizada sob a ótica<br />
da cultura levando em conta a dimensão do dinamismo, do cotidiano escolar,<br />
composto por indivíduos de qualquer raça, cor, inseridos no mercado<br />
de trabalho, adultos e adolescentes, alunos e professores, vislumbrados<br />
como seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes e atuantes.<br />
A escola, como espaço sócio-cultural, é entendida, portanto, como<br />
um espaço social próprio e também como um espaço institucional onde um<br />
conjunto de normas e regras busca unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos.<br />
3.1. 3.1. 3.1. O O cotidiano cotidiano escolar<br />
escolar<br />
O cotidiano escolar é composto pelas relações sociais entre os sujeitos<br />
envolvidos incluindo os conflitos, a imposição de normas e de estratégias<br />
individuais ou coletivas. Desta forma, o processo educativo escolar recoloca<br />
a cada instante a reprodução do velho e a possibilidade da construção do<br />
novo. Esta abordagem permite ampliar a análise educacional, na medida em<br />
que busca apreender os processos reais, cotidianos, que ocorrem no entorno<br />
escolar, ao mesmo tempo em que resgata o papel ativo dos sujeitos, na<br />
vida social, cultural e nos processos educativos.<br />
4. 4. A A diversidade diversidade cultural cultural nos nos processos processos educativos<br />
educativos<br />
As interrelações dos sujeitos - professores e alunos nos processos<br />
educativos demonstram que para os professores, independente do sexo, da<br />
idade, da origem social, das experiências vivenciadas, os alunos são conside-<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
15<br />
15<br />
15 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
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rados igualmente e procuram a escola com as mesmas expectativas e necessidades.<br />
Para esses professores, a instituição escolar deveria buscar atender a<br />
todos da mesma forma, com a mesma organização do trabalho escolar,<br />
mesma grade e currículo.<br />
A escola é vista como uma instituição única, com os mesmos objetivos<br />
para todos, tendo como função garantir o acesso ao conjunto de conhecimentos<br />
socialmente acumulados pela sociedade. Ensinar envolve a<br />
transmissão do conhecimento acumulado e aprender é a forma de assimilar<br />
esse conhecimento. O objetivo final do processo de ensino é centrado nos<br />
resultados da aprendizagem, que pode ser medido por processos de avaliação<br />
escolar.<br />
Dessa forma, o processo de ensino e de aprendizagem ocorre numa<br />
homogeneidade de ritmos, estratégias e propostas educativas para todos, independente<br />
de sua origem social, da idade, e das experiências vivenciadas.<br />
4.1. 4.1. 4.1. Os Os processos processos educativos educativos educativos e e os os grupos grupos grupos sociais<br />
sociais<br />
Os processos educativos ocorridos no nível do grupo social permitem<br />
que os indivíduos se identifiquem pelas formas próprias de vivenciar e interpretar<br />
as relações entre si e com a sociedade, produzindo uma cultura própria.<br />
É neste nível que os jovens percebem as relações em que estão imersos,<br />
se apropriam de significados, formando assim, sua consciência individual e<br />
coletiva. Nesse momento os alunos vivenciam experiências de novas relações<br />
na família, com grupos de amigos e formas de lazer.<br />
São essas experiências, entre outras que constituem os alunos como<br />
indivíduos concretos, com um lugar e com papéis sociais, umas escalas de<br />
valores, e com padrões de normalidade. É um processo dinâmico, criativo,<br />
ininterrupto, em que o indivíduo reelabora seus conceitos a partir de suas<br />
interações e opções cotidianas.<br />
Por esse prisma, os jovens são os resultados de um processo<br />
educativo amplo, que ocorre no cotidiano das relações sociais, de acordo<br />
com os elementos culturais a que têm acesso, e não só pelos processos<br />
educativos que a escola impõe.<br />
Nessa medida, a educação e seus processos acontecem dentro e fora<br />
das instituições escolares, compreendendo os mais diferentes espaços e situações<br />
sociais, num complexo de experiências, relações e atividades, cujos limites<br />
estão fixados pela estrutura material e simbólica da sociedade em determinado<br />
momento histórico. Nesse campo educativo amplo, estão incluídas<br />
as instituições (família, escola, igreja, etc.), assim como também o cotidiano<br />
difuso do trabalho, do bairro, do lazer, etc.<br />
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5. 5. Perspectivas erspectivas da da Educação<br />
Educação<br />
Os valores e práticas educacionais marcam o passado, caracterizam<br />
o presente e abrem possibilidades para o futuro. Algumas perspectivas teóricas<br />
que orientaram muitas práticas poderão desaparecer, e outras permanecerão<br />
em sua essência. Quais teorias e práticas criaram raízes, atravessaram<br />
o milênio e estão presentes hoje? No cenário da educação atual, podem ser<br />
destacados alguns marcos que persistem e que poderão persistir na educação<br />
do futuro.<br />
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17 Fundam entos da Educação
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ATI VI <strong>DA</strong>DE I<br />
1) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />
( ) Na Comunidade Primitiva as atividades eram realizadas em comum,<br />
portanto, não havia classes sociais.<br />
( ) Na Antigüidade, os senhores tinham acesso às escolas e as pessoas<br />
que produziam continuavam se educando nos próprios processos de<br />
trabalho.<br />
( ) A sociedade na Idade Média possuía ainda algumas características da<br />
sociedade antiga. A maioria das pessoas se educava no próprio<br />
processo de produção. A forma escolar da educação ainda era<br />
considerada uma forma secundária.<br />
( ) Nas sociedades pré-modernas o trabalho não era separado do<br />
cotidiano do indivíduo, existindo a inferioridade social e a dependência.<br />
( ) A sociedade moderna contou com uma força destrutiva para seu<br />
progresso a partir da invenção das armas de fogo.As relações naturais<br />
que antes tinham como base os laços de sangue onde a nobreza e a<br />
servidão eram passadas de pai para filho, na modernidade capitalista,<br />
as relações passam a ser sociais.<br />
( ) É na sociedade moderna que se forma a idéia de educação para<br />
formar cidadãos, escolarização universal, gratuita e leiga, que deve ser<br />
estendida a todos e a escola passa a ser a forma predominante da<br />
educação.<br />
A seqüência correta é:<br />
a) ( ) V,V,V,V,V.<br />
b) ( ) V,F,V,V,V.<br />
c) ( ) V,V,V,F,V.<br />
d) ( ) V,V,V,V,F.<br />
e) ( ) F,V,F,V,V.<br />
2) Como eram as relações antes do capitalismo?<br />
a) ( ) Tinham como base os laços de sangue.<br />
b) ( ) A nobreza e a servidão não eram herdadas.<br />
c) ( ) As tradições eram respeitadas mas não eram passadas de pai para<br />
filho.<br />
d) ( ) Não tinham como base os laços de sangue.<br />
e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />
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3) O que trouxe a economia militar e a economia do<br />
armamento?<br />
a) ( ) A substituição dos arcos e das flechas.<br />
b) ( ) O urbanismo.<br />
c) ( ) O humanismo.<br />
d) ( ) O capitalismo.<br />
e) ( ) A abertura de novas trilhas na mata.<br />
4) Em que época surgiu o conceito de educação para todos?<br />
a) ( ) Na modernidade capitalista.<br />
b) ( ) Na Idade Média.<br />
c) ( ) Na Antiguidade.<br />
d) ( ) Nos anos 60.<br />
e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />
5) Como a filosofia se relaciona com a educação?<br />
a) ( ) Ela ajuda a compreender os processos relativos à educação.<br />
b) ( ) A filosofia não se relaciona com a educação.<br />
c) ( ) A filosofia e a educação não se complementam.<br />
d) ( ) A filosofia ajuda a compreender os aspectos administrativos da<br />
educação.<br />
e) ( ) A filosofia relata os problemas da sociedade e da realidade..<br />
6) Aponte as possíveis consequências dos processos de reflexão<br />
acerca dos problemas educativos:<br />
a) ( ) Não adianta, porque nada muda neste país.<br />
b) ( ) Os problemas da educação brasileira não estão prontos para serem<br />
discutidos.<br />
c) ( ) Os problemas educacionais nos remetem à necessidade de<br />
reformulação.<br />
d) ( ) A reflexão referente aos problemas educacionais não é prioridade.<br />
e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />
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7) Em uma breve análise da escola como espaço sócio-cultural,<br />
podemos considerar:<br />
a) ( ) A dimensão do dinamismo.<br />
b) ( ) O cotidiano escolar, composto por indivíduos de qualquer raça e cor.<br />
c) ( ) Indivíduos inseridos no mercado de trabalho, adultos e adolescentes,<br />
alunos e professores.<br />
d) ( ) Seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes e atuantes.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
8) Como podemos entender o espaço “ escola” ?<br />
a) ( ) Como um espaço de lazer.<br />
b) ( ) Como espaço sócio-cultural e institucional regido por um conjunto de<br />
normas e regras.<br />
c) ( ) Como um espaço para discussões acirradas sobre política.<br />
d) ( ) Como um espaço para implementar normas e regras.<br />
e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />
9) Como pode ser composto o cotidiano escolar?<br />
a) ( ) Pelas ações dos dirigentes da instituição.<br />
b) ( ) Pelas ações dos professores e alunos.<br />
c) ( ) Pelas relações sociais entre os sujeitos envolvidos incluindo os conflitos,<br />
a imposição de normas e de estratégias individuais ou coletivas.<br />
d) ( ) Pelas regras e normas estabelecidas na instituição.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
10) De acordo com a afirmativa “ o processo educativo escolar<br />
recoloca a cada instante a reprodução do velho e a<br />
possibilidade da construção do novo” , podemos dizer que:<br />
a) ( ) Há um resgate dos conceitos educacionais, possibilitando a<br />
construção de novos conceitos.<br />
b) ( ) Antigamente a educação tinha melhor qualidade.<br />
c) ( ) Essa afirmativa não se aplica aos dias de hoje.<br />
d) ( ) A educação está em constante mudança.<br />
e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />
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11) Como podemos definir o processo de ensino?<br />
a) ( ) O processo de ensino só ocorre na escola.<br />
b) ( ) Ensinar envolve a transmissão do conhecimento acumulado.<br />
c) ( ) É um processo muito complicado que requer muita prática.<br />
d) ( ) O processo de ensino é dinâmico e só ocorre nas instituições<br />
escolares.<br />
e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />
12) Como podemos definir o processo de aprendizagem?<br />
a) ( ) O processo de aprendizagem só ocorre na escola.<br />
b) ( ) A aprendizagem envolve a transmissão do conhecimento acumulado.<br />
c) ( ) É a forma de assimilar o conhecimento.<br />
d) ( ) O processo de aprendizagem é dinâmico e só ocorre nas instituições<br />
escolares.<br />
e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.<br />
13) O processo de ensino e de aprendizagem depende:<br />
a) ( ) Dos ritmos.<br />
b) ( ) Das estratégias.<br />
c) ( ) Das experiências vivenciadas.<br />
d) ( ) Das propostas educativas.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
14) Os processos educativos ocorridos no nível do grupo social<br />
permitem:<br />
a) ( ) Que os indivíduos se identifiquem pelas formas próprias de vivenciar o<br />
aprendizado.<br />
b) ( ) Interpretar as relações entre si e com a sociedade.<br />
c) ( ) Produzir uma cultura própria, a partir do aprendizado.<br />
d) ( ) Que os jovens percebem as relações em que estão imersos, se<br />
apropriam de significados, formando assim, sua consciência individual<br />
e coletiva.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
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15) O que podemos considerar como elementos que constituem<br />
os alunos como indivíduos concretos?<br />
a) ( ) As experiências vivenciadas.<br />
b) ( ) Os papéis sociais.<br />
c) ( ) A reelaboração dos conceitos a partir das interações e das opções<br />
cotidianas.<br />
d) ( ) Os processos educativos amplos.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
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UNI <strong>DA</strong>DE I I – Parte A<br />
Teorias Educacionais<br />
1.T 1.Teorias 1.T eorias Educacionais<br />
Educacionais<br />
1.1. 1.1. Um Um breve breve breve histórico histórico<br />
histórico<br />
O espaço delimitado da educação tradicional teve suas raízes fixadas<br />
na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, onde a educação era<br />
destinada a uma pequena minoria. Com o movimento Renascentista, a educação<br />
tradicional iniciou seu declínio, mas ela sobrevive até hoje, apesar da<br />
extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa.<br />
A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da obra de<br />
Jean Jacques Rousseau, nascido em Genebra, na Suíça. Os seus 66 anos de<br />
existência tiveram uma enorme influência na educação. Rousseau combateu<br />
idéias que prevaleciam há muito tempo. Sua teoria desmistificou que a prática<br />
educacional direcionada à criança, devia focalizar os interesses do adulto<br />
e da vida adulta. A criança era entendida como um adulto em miniatura. Sua<br />
teoria chamou a atenção para as necessidades da criança e as condições de<br />
seu desenvolvimento. E se a criança era um ser com características próprias,<br />
não só as suas idéias e seus interesses tinham de ser diferentes dos adultos;<br />
também o relacionamento rígido mantido pelos adultos em relação a elas<br />
precisava ser modificado. Com as suas idéias, Rousseau desmentiu que a<br />
educação é um processo pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos,<br />
hábitos e atitudes armazenados pela civilização, sem qualquer modificação.<br />
Cada fase de vida: infância, adolescência, juventude e maturidade foram<br />
concebidas como portadoras de características próprias, respeitando a<br />
individualidade de cada um.<br />
A educação nova desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe<br />
consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação<br />
e das metodologias de ensino. Alguns conceitos foram amplamente difundidos,<br />
como o conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas<br />
Freinet, são aquisições definitivas na história da pedagogia que veremos<br />
mais adiante. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova,<br />
amplamente consolidadas, tem um lugar garantido na educação do futuro.<br />
A educação tradicional e a educação nova têm em comum a concepção<br />
da educação como processo de desenvolvimento individual. Todavia,<br />
é importante enfatizar que o traço mais original da educação desse século<br />
é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o políti-<br />
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co e para o ideológico. A educação, no século XX, tornou-se permanente e<br />
social. Entretanto, há idéias universalmente difundidas, entre elas a de que<br />
não há idade para se educar, de que a educação se estende pela vida e que<br />
ela não é neutra.<br />
Seguindo essa linha, Gadotti (2000) nos lembra que nos anos 60,<br />
educadores e políticos imaginaram uma educação internacionalizada, e<br />
confiaram essa missão à Unesco. Nesta época, os países altamente desenvolvidos<br />
já haviam universalizado o ensino fundamental e eliminado o analfabetismo.<br />
Como resultado disso, tem-se hoje uma grande uniformidade nos<br />
sistemas de ensino e todos os sistemas educacionais contam com uma estrutura<br />
básica muito parecida. No final do século XX, o fenômeno da<br />
globalização deu novo impulso à idéia de uma educação igual para todos,<br />
agora não como princípio de justiça social, mas apenas como parâmetro<br />
curricular comum.<br />
Em meados dos anos 60 surgiu o paradigma da educação popular,<br />
inspirado originalmente no trabalho de Paulo Freire e fundamentado na<br />
conscientização, ou seja, incluía a prática e a reflexão sobre essa prática.<br />
Nos últimos anos, os educadores que permaneceram fiéis aos princípios da<br />
educação popular atuaram nas seguintes direções: na educação pública popular,<br />
na educação popular comunitária e na educação ambiental ou sustentável.<br />
1.2. 1.2. A A educação educação na na atualidade<br />
atualidade<br />
As práticas de educação popular se constituem em mecanismos de<br />
democratização, onde se retratam os valores de solidariedade e de reciprocidade,<br />
sobretudo nas práticas de educação popular comunitária, muitas delas<br />
voluntárias. Diante desse quadro, a educação popular, tem o seu modelo teórico<br />
reconceituado, e oferece grandes alternativas. Uma importante contribuição<br />
é a reforma dos sistemas de escolarização pública.<br />
O modelo teórico da educação popular, elaborado na reflexão sobre<br />
a prática da educação durante várias décadas, tornou-se, sem dúvida, uma<br />
das grandes contribuições da América Latina à teoria e à prática educativa<br />
em âmbito internacional. A noção de aprender a partir do conhecimento do<br />
sujeito, a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a educação<br />
como ato de conhecimento e de transformação social e a politicidade<br />
da educação são apenas alguns dos legados da educação popular à pedagogia<br />
crítica universal.<br />
No início deste novo milênio, a educação demonstra que o desempenho<br />
do sistema escolar não tem dado conta da universalização da educação<br />
básica de qualidade e que as novas matrizes teóricas não apresentam ainda<br />
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a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros<br />
numa época de profundas e rápidas transformações.<br />
Diante desta breve introdução sobre os caminhos da educação e antes<br />
de abordarmos as teorias de aprendizagem, temos que vislumbrar a perspectiva<br />
de que seja qual for o caminho que a educação contemporânea vá percorrer,<br />
uma educação voltada para o futuro será sempre uma educação contestadora,<br />
superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado, muito mais voltada<br />
para a transformação social do que para a transmissão cultural.<br />
1.3. 1.3. Os Os caminhos caminhos da da educação educação na na sociedade sociedade do<br />
do<br />
conhecimento<br />
conhecimento<br />
Segundo Jacques Delors (1998), coordenador do “Relatório para a<br />
Unesco da Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI” nos<br />
aponta os caminhos da educação na sociedade do conhecimento com a<br />
necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida fundada em<br />
quatro pilares que são ao mesmo tempo pilares do conhecimento e da formação<br />
continuada. Esses pilares podem ser tomados também como bússola<br />
para nos orientar rumo ao futuro da educação. São esses os pilares:<br />
I I - - Aprender Aprender a a a conhecer:<br />
conhecer:<br />
Esse pilar se refere ao prazer de compreender, de descobrir, de construir<br />
e de reconstruir o conhecimento, de aguçar a curiosidade, promover a<br />
autonomia e aumentar a atenção. Temos que ter em mente que é inútil tentar<br />
conhecer tudo. Esse pilar supõe uma cultura geral, o que não impede o domínio<br />
de certos assuntos especializados. Mas não basta aprender a conhecer.<br />
É preciso aprender a pensar, a pensar a realidade e não apenas “pensar<br />
pensamentos”, pensar o que já foi dito, o já foi feito e reproduzir o pensamento.<br />
É preciso pensar também o novo, reinventar o pensar, pensar e<br />
reinventar o futuro.<br />
II II - - Aprender Aprender a a fazer:<br />
fazer:<br />
Esse pilar é indissociável do aprender a conhecer. Com a substituição<br />
de algumas atividades humanas por máquinas, o fazer deixou de ser puramente<br />
instrumental. Esse fator valoriza a competência pessoal, tornando a<br />
pessoa apta a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe,<br />
do que se fixar somente na qualificação profissional. Hoje, o importante<br />
na formação do trabalhador, é saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa,<br />
ser pró-ativo, ter intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter<br />
estabilidade emocional. Essas são qualidades humanas que se manifestam<br />
nas relações interpessoais mantidas no trabalho. A flexibilidade é essencial.<br />
Como exemplo disso, existe hoje perto de 11 mil funções na sociedade e<br />
aproximadamente 60 profissões oferecidas pelas universidades.<br />
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III III - - Aprender Aprender a a viver viver juntos:<br />
juntos:<br />
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Esse pilar sustenta a importância de se conviver com os outros. Isso<br />
implica em compreender o outro, de participar de projetos comuns, de desenvolver<br />
a percepção da interdependência, da não-violência e da administração<br />
de conflitos. No Brasil temos como exemplo desta tendência na educação,<br />
a inclusão de temas transversais (ética, ecologia, cidadania, saúde,<br />
diversidade cultural) nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que exigem<br />
equipes interdisciplinares e o trabalho em projetos comuns.<br />
IV IV - - Aprender Aprender a a ser:<br />
ser:<br />
Esse pilar pressupõe o desenvolvimento integral da pessoa: a inteligência,<br />
a sensibilidade, o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal,<br />
a espiritualidade, o pensamento autônomo e crítico, a imaginação, a<br />
criatividade e a iniciativa. Para tanto, não se deve negligenciar nenhuma das<br />
potencialidades de cada indivíduo. A aprendizagem não pode ser apenas lógico-matemática<br />
e lingüística, ela precisa ser integral.<br />
2. 2. As As T TTeorias<br />
T eorias de de Aprendizagem<br />
Aprendizagem<br />
As teorias de aprendizagem podem ser consideradas um subconjunto<br />
da Ciência Cognitiva. No entanto, podem ser denominadas como diversos<br />
modelos que visam explicar o processo de aprendizagem pelos indivíduos.<br />
É importante que o professor detenha o conhecimento sobre essas<br />
abordagens teóricas para a melhoria da qualidade de ensino, bem como sobre<br />
utilização de métodos, técnicas e recursos de instrução. Cada uma dessas<br />
abordagens apresenta uma visão do processo ensino-aprendizagem.<br />
2.1. 2.1. O O Behaviorismo<br />
Behaviorismo<br />
Como uma introdução a esse tema, podemos as teorias de aprendizagem<br />
associadas ao Behaviorismo ou Comportamentalismo, que na Psicologia<br />
da Aprendizagem se vale de teorias que procuram explicar, através de<br />
diferentes enfoques, como os indivíduos aprendem, como se expressa o desenvolvimento<br />
mental de uma pessoa e como se estruturam os modelos<br />
institucionais.<br />
As teorias comportamentais ligadas ao Behaviorismo entendem o<br />
aprendiz como um ser que responde a estímulos do meio exterior, não levando<br />
em consideração o que ocorre dentro de sua mente durante o processo. A<br />
aprendizagem é interpretada somente como mudança de comportamento. As<br />
principais abordagens ligadas ao Behaviorismo se referem ao Behaviorismo<br />
Metodológico representado por Watson, ao Behaviorismo radical, representado<br />
por Skinner e ao Behaviorismo Social representado por Staats.<br />
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O behaviorismo metodológico toma como base o realismo. O realismo<br />
defende a idéia de que há um mundo real, externo, onde as coisas acontecem.<br />
É a partir desse mundo real externo - objetivo - que constituímos o<br />
nosso mundo interno – subjetivo. Assim, Watson chega ao conceito de “reflexo<br />
condicionado” que consiste em interações estímulo-resposta em uma<br />
relação do ambiente e do sujeito nas quais o organismo é levado a responder<br />
a estímulos que antes não respondia. A formulação do behaviorismo de<br />
Watson é representada pela relação S-R, onde S é o estímulo do ambiente e<br />
R a resposta do organismo.<br />
No behaviorismo radical representado por Skinner, a aprendizagem<br />
ocorre devido ao reforço e é a existência do reforço que leva à aprendizagem,<br />
ou seja, para ele, a aprendizagem é basicamente uma mudança de<br />
comportamento. Os aspectos mais importantes se referem a ações do professor<br />
que depois de se ensinar deve pedir que o estudante execute o que se<br />
ensinou para que possa corrigi-lo imediatamente. Esta sequência de eventos<br />
Skinner chamou de contingências do reforço. Apesar de ser uma abordagem<br />
muito discutida, ela é bastante atual.<br />
O behaviorismo social leva em conta a interação homem com o ambiente<br />
de uma forma mais ampla. O interesse concentra-se na análise cuidadosa<br />
do pensamento e dos mecanismos que este utiliza para controlar a<br />
ação. Preocupa-se com uma interação contínua e recíproca entre fatores<br />
ambientais, comportamentais e cognitivos. Também se refere à noção de<br />
“aprendizagem através de modelação”, ou seja, se refere à aquisição de conhecimentos<br />
e comportamentos novos por meio da observação.<br />
2.2. 2.2. O O Cognitivismo<br />
Cognitivismo<br />
O Cognitivismo estuda a cognição e os processos mentais que estão<br />
por detrás do comportamento. O conceito de Ciência Cognitiva se propõe<br />
a um estudo da evolução das teorias da psicologia da aprendizagem, chamada<br />
de ciência do comportamento humano. É uma área de investigação<br />
cobre diversos domínios, examinando questões sobre a memória, atenção,<br />
percepção, representação de conhecimento, raciocínio, criatividade e resolução<br />
de problemas. A linha cognitivista enfatiza o processo da cognição, da<br />
compreensão, da transformação, do armazenamento e do uso da informação.<br />
Segundo Gardner, atualmente, a maioria dos cientistas cognitivas é<br />
proveniente das fileiras de disciplinas específicas - em especial, da filosofia,<br />
da psicologia, da inteligência artificial, da lingüística, da antropologia e da<br />
neurociência.<br />
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Fundam entos da Educação<br />
2.3. 2.3. O O Humanismo<br />
Humanismo<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
O Humanismo vê o aprendiz em sua totalidade. Nesta abordagem, o<br />
importante é a auto-realização do indivíduo, o seu crescimento pessoal. A<br />
aprendizagem significativa é auto-centrada e estimulada pelo relacionamento<br />
entre aluno e o facilitador da aprendizagem. Para Rogers, principal representante<br />
desta abordagem, as experiências de vida, o clima psicológico da<br />
sala de aula, a integração professor no papel de facilitador e o aluno são fatores<br />
importantes para a aprendizagem. Rogers enfatiza os aspectos dinâmicos<br />
e ativos do ensino do ensino que reforçam o processo de interação na<br />
aprendizagem e considera o aluno capaz de auto-direção, desde que em<br />
ambiente propício e interessante.<br />
As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida<br />
nos atos de ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução<br />
cognitiva do homem, e tentam explicar a relação entre o conhecimento préexistente<br />
e o novo conhecimento. A aprendizagem não seria apenas inteligência<br />
e construção de conhecimento, mas, basicamente, identificação pessoal<br />
e relação através da interação entre as pessoas.<br />
É importante compreender o modo como as pessoas aprendem e as<br />
condições necessárias para a aprendizagem, bem como identificar o papel<br />
de um professor nesse processo. Estas teorias são importantes porque possibilitam<br />
ao professor adquirir conhecimentos, atitudes e habilidades que lhe<br />
permitirão alcançar melhor os objetivos do ensino.<br />
Na aprendizagem escolar, existem os seguintes elementos centrais,<br />
para que o desenvolvimento escolar ocorra com sucesso: o aluno, o professor<br />
e a situação de aprendizagem.<br />
As teorias de aprendizagem têm em comum o fato de assumirem que<br />
indivíduos são agentes ativos na busca e construção de conhecimento, dentro<br />
de um contexto significativo.<br />
3. 3. 3. As As T TTeorias<br />
T eorias de de Aprendizagem<br />
Aprendizagem<br />
3.1. 3.1. A A T TTeoria<br />
T eoria Básica Básica de de Jean Jean Piaget<br />
Piaget<br />
As teorias de Jean Piaget, portanto, tentam nos explicar como se desenvolve<br />
a inteligência nos seres humanos. Daí o nome dado a sua ciência<br />
de Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos<br />
do aumento dos conhecimentos.<br />
Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação em<br />
bases científicas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento<br />
da inteligência, mas experimentalmente comprovou suas teses.<br />
28 28<br />
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DISTÂNCIA
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Resumir a teoria de Jean Piaget não é uma tarefa fácil, pois sua obra<br />
tem mais páginas que a Enciclopédia Britânica. Desde que se interessou por<br />
desvendar o desenvolvimento da inteligência humana, Piaget trabalhou compulsivamente<br />
em seu objetivo, até às vésperas de sua morte, em 1980, aos<br />
oitenta e quatro anos, deixando escrito aproximadamente setenta livros e<br />
mais de quatrocentos artigos.<br />
3.1.2. 3.1.2. Um Um breve breve histórico<br />
histórico<br />
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos publicou<br />
seu primeiro artigo científico, sobre um pardal albino. Desde cedo interessado<br />
em filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia na Universidade<br />
de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde começou<br />
a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia<br />
experimental.<br />
Em 1924, publicou o primeiro livro, “A Linguagem e o Pensamento na<br />
Criança”. Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes<br />
nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-<br />
Jacques Rousseau, ao lado de seu mestre, Édouard Claparède (1873-1940).<br />
Foi também nesse período que acompanhou a infância dos três filhos,<br />
uma das grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de<br />
“ajustamento progressivo do saber”. Até o fim da vida, recebeu títulos honorários<br />
de algumas das principais universidades européias e norte-americanas.<br />
Morreu em 1980 em Genebra, na Suíça.<br />
3.1.3. 3.1.3. Piaget Piaget e e a a educação<br />
educação<br />
Jean Piaget foi o nome mais influente no campo da educação durante<br />
a segunda metade do século XX, a ponto de quase se tornar sinônimo de<br />
pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio<br />
gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada,<br />
Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa<br />
o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente<br />
da criança.<br />
Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade<br />
física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que<br />
denominou epistemologia genética – isto é, uma teoria do conhecimento<br />
centrada no desenvolvimento natural da criança.<br />
Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde<br />
o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de<br />
raciocínio é atingida. “A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocí-<br />
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29 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
nio lógico-matemático, que é fundamental na escola, mas não pode ser ensinado,<br />
dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança”, diz o<br />
professor Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São<br />
Paulo.<br />
3.1.4. 3.1.4. As As descobertas descobertas descobertas de de Piaget<br />
Piaget<br />
As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas,<br />
de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma<br />
possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender<br />
o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas<br />
condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam<br />
falta em termos cognitivos.<br />
Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas<br />
que a própria criança faz – um mecanismo que outros pensadores antes<br />
dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática.<br />
Vem de Piaget a idéia de que o aprendizado é construído pelo aluno e é sua<br />
teoria que inaugura a corrente construtivista.<br />
Educar, para Piaget, é “provocar a atividade” – isto é, estimular a<br />
procura do conhecimento. “O professor não deve pensar no que a criança<br />
é, mas no que ela pode se tornar”, diz o professor Lino de<br />
Macedo.<br />
A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo<br />
a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas<br />
estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda<br />
adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente<br />
a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam.<br />
O que vale também dizer que a inteligência humana pode ser exercitada,<br />
buscando um aperfeiçoamento de potencialidades.<br />
3.1.5. 3.1.5. Piaget Piaget Piaget e e o o comportamento comportamento humano<br />
humano<br />
Para Piaget o comportamento é construído numa interação entre o<br />
meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e<br />
logia = estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo,<br />
como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a<br />
complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras,<br />
quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo.<br />
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As teorias piagetianas abrem campo de estudo não somente para a<br />
psicologia do desenvolvimento, mas também para a sociologia e para a antropologia,<br />
além de permitir que os pedagogos tracem uma metodologia baseada<br />
em suas descobertas.<br />
3.1.6. 3.1.6. Piaget Piaget e e o o desenvolvimento desenvolvimento do do indivíduo<br />
indivíduo<br />
O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e<br />
vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também<br />
após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A<br />
construção da inteligência dá-se, portanto, em etapas sucessivas com complexidades<br />
crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de<br />
“construtivismo sequencial”.<br />
A seguir os períodos em que Piaget aponta como o de desenvolvimento<br />
motor, verbal e mental:<br />
I. I. Período eríodo Sensório Sensório Sensório-Motor:<br />
Sensório Sensório -Motor: do nascimento aos 2 anos, aproximadamente.<br />
A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das<br />
ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência<br />
eminentemente prática. Sua linguagem vai da repetição de sílabas à palavra-frase<br />
(“água” para dizer que quer beber água) já que não representa<br />
mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de<br />
isolamento e de indiferenciação (o mundo é ele).<br />
II. II. II.Período II. II. eríodo Simbólico: Simbólico: dos 2 aos 4 anos, aproximadamente. Neste<br />
período surge a função que permite o surgimento da linguagem, do desenho,<br />
da imitação, da dramatização, etc.. Pode criar imagens mentais na ausência<br />
do objeto ou da ação, É o período da fantasia, do faz de conta, do<br />
jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar<br />
o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforos em<br />
carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma”<br />
(animismo) aos objetos (“o carro do papai foi ‘dormir’ na garagem”). A linguagem<br />
está em nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo<br />
tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças<br />
“conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro<br />
está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo.<br />
Há uma tendência ao nominalismo (dar nomes às coisas das quais<br />
não sabe o nome ainda), à superdeterminação (“teimosia”), e ao<br />
egocentrismo (tudo é “meu”).<br />
III. III.Período III. III. eríodo Intuitivo: Intuitivo: Intuitivo: Intuitivo: dos 4 aos 7 anos, aproximadamente. Neste<br />
período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos<br />
porquês”, pois o indivíduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do<br />
real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento<br />
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31 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar<br />
coleções e conjuntos sem, no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos<br />
maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem,<br />
não mantém uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua<br />
resposta às palavras do companheiro. Esse período também é comumente<br />
apresentado como Período Pré-Operatório.<br />
IV IV.Período IV eríodo Operatório Operatório Concreto: Concreto:<br />
Concreto: dos 7 aos 11 anos, aproximadamente.<br />
É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número,<br />
substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu<br />
tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma<br />
lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar<br />
de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender<br />
regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação<br />
torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que, no entanto possam<br />
discutir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão<br />
comum.<br />
V. Período eríodo Operatório Operatório Abstrato: Abstrato:<br />
Abstrato: dos 11 anos em diante. É o ápice<br />
do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento<br />
hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto<br />
para calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de<br />
interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os<br />
possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento é possível à dialética, que<br />
permite que a linguagem se dê em nível de discussão para se chegar a uma<br />
conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação<br />
e reciprocidade.<br />
A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência<br />
reside no fato de que, em cada período, o indivíduo adquire novos<br />
conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação<br />
da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que<br />
os professores possam também compreender com quem estão trabalhando.<br />
A obra de Jean Piaget não oferece aos educadores uma didática específica<br />
sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança.<br />
Piaget nos mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características<br />
e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições.<br />
Para Para Para Para Para pensar: pensar: pensar: pensar: pensar:<br />
Os críticos de Piaget costumam dizer que ele deu importância excessiva<br />
aos processos individuais e internos de aquisição do aprendizado.<br />
Os que afirmam isso em geral contrapõem a obra piagetiana à do pen-<br />
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sador bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934). Para ele, como para<br />
Piaget, o aprendizado se dá por interação entre estruturas internas e<br />
contextos externos.<br />
A diferença é que, segundo Vygotsky, esse aprendizado depende fundamentalmente<br />
da influência ativa do meio social, que Piaget tendia<br />
a considerar apenas uma “interferência” na construção do conhecimento.<br />
“É preciso lembrar que Piaget queria abordar o conhecimento<br />
do ponto de vista de qualquer criança”, diz o professor Lino de<br />
Macedo em defesa do cientista suíço.<br />
Pela sua experiência em sala de aula, que peso o meio social tem nos<br />
processos propriamente cognitivos das crianças? Como você pode influir<br />
nisso?<br />
3.2. 3.2. A A T TTeoria<br />
T eoria de de Lev Lev V VVygotsky<br />
V ygotsky - - ensino ensino ensino como como pro-<br />
pro<br />
cesso cesso cesso social social<br />
social<br />
O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) morreu há mais<br />
de 70 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate<br />
em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. Sua obra ressalta o papel<br />
da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas<br />
pela pedagogia contemporânea.<br />
Lev S. Vygotsky , professor e pesquisador foi contemporâneo de<br />
Piaget, nasceu e viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose com 34<br />
anos. Como professor, dedicou-se aos campos da pedagogia e da psicologia.<br />
3.2.1. 3.2.1. T TTempos<br />
T empos conturbados<br />
conturbados<br />
Em menos de 34 anos de vida, Vygotsky conheceu momentos políticos<br />
drasticamente diferentes, que tiveram forte influência em seu trabalho.<br />
Nascido sob o regime dos czares russos, Vygotsky acompanhou de perto,<br />
como estudante e intelectual, os acontecimentos que levaram à revolução<br />
comunista de 1917.<br />
O período que se seguiu foi marcado, entre outras coisas, por um clima<br />
de efervescência intelectual, com a abertura de espaço para as vanguardas<br />
artísticas e o pensamento inovador nas ciências, além de uma preocupação<br />
em promover políticas educacionais eficazes e abrangentes.<br />
Vygotsky foi partidário da revolução russa e sempre acreditou em<br />
uma sociedade mais justa sem conflito social e exploração. Construiu sua te-<br />
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33 Fundam entos da Educação
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
oria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um<br />
processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem<br />
nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social.<br />
Logo após a revolução, Vygotsky intensificou seus estudos sobre psicologia.<br />
Visitou comunidades rurais, onde pesquisou a relação entre nível de<br />
escolaridade e conhecimento e a influência das tradições no desenvolvimento<br />
cognitivo.<br />
Com a ascensão ao poder de Josef Stalin, em 1924, o ambiente cultural<br />
ficou cada vez mais limitado. Vygotsky usou a dialética marxista para<br />
sua teoria de aprendizado, mas sua análise da importância da esfera social<br />
no desenvolvimento intelectual era criticada por não se basear na luta de<br />
classes, como se tornara obrigatório na produção científica soviética. Em<br />
1936, dois anos após sua morte, toda a obra de Vygotsky foi censurada pela<br />
ditadura de Stalin e assim permaneceu por 20 anos.<br />
3.2.2. 3.2.2. 3.2.2. V VVygotsky<br />
V ygotsky e e os os processos processos sociais<br />
sociais<br />
Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, onde a criança<br />
aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e<br />
passarão a trabalhar com essas situações de forma consciente. Se uma transformação<br />
social pode alterar o funcionamento cognitivo e pode reduzir o preconceito<br />
e conflitos sociais, então esses processos psicológicos são de natureza<br />
social e devem ser analisados e trabalhados através de fatores sociais.<br />
Vygotsky atribui um papel preponderante às relações sociais no processo<br />
de ensino-aprendizagem, tanto que a corrente pedagógica que se originou<br />
de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou<br />
sociointeracionismo.<br />
3.2.3. 3.2.3. 3.2.3. V VVygotsky<br />
V ygotsky e e e Piaget Piaget<br />
Piaget<br />
Sua teoria surge da ênfase no social e é uma oposição teórica em relação<br />
à Piaget (1896-1980), que também se dedicou ao tema da evolução<br />
da capacidade de aquisição de conhecimento pelo ser humano e chegou a<br />
conclusões que atribuem importância aos processos internos do que aos<br />
processos interpessoais.<br />
Vygotsky, que, embora discordasse de Piaget, admirava muito seu trabalho.<br />
Publicou críticas ao suíço em 1932, mas Piaget só tomaria contato<br />
com essas críticas nos anos 60 e lamentou não ter podido conhecer<br />
Vygotsky em vida. Muitos estudiosos acreditam que é possível conciliar as<br />
obras dos dois.<br />
34 34<br />
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Os estudos de Vygotsky sobre o aprendizado decorrem da compreensão<br />
do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade.<br />
“Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”, escreveu o psicólogo.<br />
3.2.4. 3.2.4. O O sujeito sujeito e e a a sociedade<br />
sociedade<br />
Para Vygotsky, a formação se dá numa relação entre o sujeito e a sociedade<br />
a seu redor, ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente<br />
modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o<br />
que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece<br />
com determinado ambiente, que é chamada de experiência pessoalmente<br />
significativa.<br />
Segundo Vygotsky, apenas as funções psicológicas elementares se caracterizam<br />
como reflexos. Os processos psicológicos mais complexos que diferenciam<br />
os humanos dos outros animais só se formam e se desenvolvem<br />
pelo aprendizado. Entre as funções complexas se encontram a consciência e<br />
o discernimento. “Uma criança nasce com as condições biológicas de falar,<br />
mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais velhos da comunidade”.<br />
Todo aprendizado é necessariamente mediado e isso torna o papel do<br />
ensino e do professor mais ativo e determinante. Segundo Vygotsky, o primeiro<br />
contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações<br />
deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a<br />
criança “se apropria” dele, tornando-o voluntário e independente.<br />
Como Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora<br />
o pensamento do psicólogo bielo-russo, com sua ênfase no aprendizado,<br />
ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento.<br />
Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam<br />
espontaneamente. Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou<br />
que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de<br />
compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, “puxando”<br />
dela um novo conhecimento. “Ensinar o que a criança já sabe<br />
desmotiva o aluno e ir além de sua capacidade é inútil”.<br />
O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo<br />
mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo não se resume à<br />
aquisição de uma habilidade ou de um conjunto de informações, mas amplia<br />
as estruturas cognitivas da criança. Assim, por exemplo, com o domínio<br />
da escrita, o aluno adquire também capacidades de reflexão e controle do<br />
próprio funcionamento psicológico.<br />
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35<br />
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3.2.5. 3.2.5. O O papel papel do do professor professor para para V VVygotsky<br />
V ygotsky<br />
Vygotsky atribuiu muita importância ao papel do professor como<br />
impulsionador do desenvolvimento psíquico das crianças. A idéia de um maior<br />
desenvolvimento conforme um maior aprendizado não quer dizer, porém,<br />
que se deve apresentar uma quantidade enciclopédica de conteúdos aos alunos.<br />
O importante, para o pensador, é apresentar às crianças formas de<br />
pensamento, não sem antes detectar que condições elas têm de absorvê-las.<br />
E E E E E você? você? você? você? você?<br />
Já pensou em elaborar critérios para avaliar as habilidades que seus<br />
alunos já têm e aquelas que eles poderão adquirir?<br />
Percebe que certas atividades estimulam o aluno a pensar de um<br />
modo novo e que outras não despertam o mesmo entusiasmo?<br />
3.3.T 3.3.Teoria 3.3.T 3.3.T eoria da da Inclusão Inclusão<br />
Inclusão<br />
A teoria da assimilação de David Paul Ausubel, ou teoria da aprendizagem<br />
significativa, é uma teoria cognitivista que procura explicar os mecanismos<br />
internos que ocorrem na mente humana com relação ao aprendizado<br />
e à estruturação do conhecimento.<br />
Ausubel concentra-se principalmente na aprendizagem que ocorre na<br />
sala de aula onde se percebe que seus trabalhos tem uma proposta concreta<br />
para o cotidiano acadêmico.<br />
Como Piaget, Ausubel acredita no valor da aprendizagem por descoberta,<br />
mas volta a valorizar a aula do tipo expositiva, que será o grande foco<br />
da sua pesquisa. Neste sentido, o maior legado deixado por Ausubel é justamente<br />
o de técnicas e reflexões acerca da aula do tipo “tradicional” no sentido<br />
de propiciar o melhor aprendizado possível para seus alunos.<br />
3.3.1. 3.3.1. Princípios<br />
Princípios<br />
1. As idéias mais gerais de um determinado assunto devem ser apresentadas<br />
primeiro e, depois, progressivamente diferenciadas em termos de<br />
detalhe e de especificidade.<br />
2. Os materiais de instrução devem tentar integrar o material novo<br />
com a informação anteriormente apresentada por meio de comparações e<br />
referências cruzadas de idéias novas e antigas.<br />
36 36<br />
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
3.3.2. 3.3.2. Facilitadores Facilitadores do do aprendizado<br />
aprendizado<br />
aprendizado<br />
Ausubel elencou alguns facilitadores para o aprendizado em sala de<br />
aula que podem ser seguidos pelo professor, na época do planejamento de<br />
suas aulas, conforme segue:<br />
· Não sobrecarregue o aluno com informações excessivamente<br />
detalhadas e pormenorizadas, que pouco (ou em nada) contribui<br />
para a promoção da aprendizagem significativa da essência do<br />
conteúdo que se deseja “ensinar”.<br />
· “Guiem” a elaboração, a sequenciação, o relacionamento e a<br />
ordem de apresentação dos diversos materiais e da aula<br />
expositiva.<br />
· Permitam avaliar a melhor estratégia pedagógica a se adotar<br />
em função daquilo que o aluno já sabe (as idéias âncoras que<br />
possui) e daquilo que ele conseguiu reter de um determinado<br />
conteúdo.<br />
· Orientem na proposta de ensino de um novo material, preocupando-se<br />
em formar idéias firmes e amplas, de modo a poder<br />
ancorar aquilo que se deseja ensinar.<br />
· Os conceitos e idéias devem ser sempre estudados a partir dos<br />
mais gerais para os mais específicos. Neste sentido, quando da<br />
seleção dos aspectos mais relevantes de um determinado conteúdo,<br />
devem ser privilegiados os conceitos/ idéias mais gerais,<br />
que poderão servir como âncora para futuras aprendizagens.<br />
Se for feito de outra forma, optando-se por conceitos mais específicos,<br />
pode acontecer que eles não sejam potencialmente significativos para<br />
os alunos, uma vez que estariam faltando idéias de esteio mais relevantes,<br />
que estão justamente associadas com os conceitos mais amplos/ inclusivos.<br />
3.3.3. 3.3.3. 3.3.3. Ausubel Ausubel e e a a prática prática<br />
prática<br />
Ausubel propõe alguns procedimentos práticos, dentre os quais podemos<br />
destacar:<br />
I. Propostas de solução para problemas (novos), em contexto diferente<br />
daquele originalmente aprendido, e com enunciado “inédito”.<br />
II. Propostas de testes ao final de cada “módulo”, a fim de verificar a<br />
retenção dos diversos conceitos abordados. Estes testes podem<br />
assumir ainda maior importância quando os tópicos do curso estão<br />
seqüenciados a partir dos princípios da diferenciação progressiva<br />
em uma sequência lógica de fatos. Neste caso, o bom desem-<br />
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
penho na avaliação pode servir como condição para se passar<br />
para um tópico seguinte, de modo que se consolidassem as idéias<br />
que servirão de âncoras para os aprendizados futuros, antes de se<br />
iniciar o estudo destes conteúdos. Isso potencializa uma aprendizagem<br />
significativa.<br />
III. Propor teste anterior ao início da disciplina (ou de alguns módulos<br />
específicos), a fim de avaliar a presença de idéias âncoras necessárias<br />
para que o aluno possa aprender, de forma significativa, o<br />
novo conteúdo que se intenta ensinar.<br />
3.3.4. 3.3.4. Condução Condução das das aulas<br />
aulas<br />
Na aprendizagem significativa, é necessariamente estabelecida uma<br />
relação entre o novo conteúdo e aquele que já se sabia. A isso Ausubel denomina<br />
de formas formas de de aprendizagem aprendizagem significativa significativa, significativa sendo definidas três<br />
categorias possíveis:<br />
· Subordinação<br />
Subordinação<br />
Subordinação: Subordinação<br />
Subordinação quando o novo conteúdo é uma especificação,<br />
uma particularidade, de algo mais geral que já se sabe.<br />
· Superordenação<br />
Superordenação: Superordenação<br />
Superordenação ocorre quando o que se aprende é mais geral<br />
do que as idéias que lhe serviram como âncora, de modo que na hierarquia<br />
da estrutura cognitiva, estará posicionado acima destas idéias/ conceitos.<br />
· Correlativa Correlativa: Correlativa acontece quando o novo conteúdo não é mais específico<br />
nem mais amplo do que aquilo que lhe serviu de conceito-base. Neste<br />
caso, as idéias guardam entre si um mesmo nível hierárquico, não estando<br />
nenhuma subordinada à outra.<br />
3.3.5. 3.3.5. Princípios Princípios e e métodos métodos da da aprendizagem<br />
aprendizagem<br />
significativa<br />
significativa<br />
Ausubel não se preocupa com a aprendizagem significativa por descoberta,<br />
dando uma ênfase muito grande na aprendizagem significativa por<br />
recepção. Neste caso, ele propõe alguns princípios e métodos que podem<br />
facilitá-la:<br />
· Seleção Seleção dos dos itens itens curriculares curriculares relevantes relevantes: relevantes corresponde à escolha<br />
dos itens curriculares mais importantes para o bom entendimento do<br />
conteúdo que se deseja ensinar. Esta escolha deve ser feita em função daquilo<br />
que o aluno deve aprender da disciplina e em função do contexto específico<br />
que se tem (tipo e formação dos alunos).<br />
· Diferenciação Diferenciação Diferenciação progressiva progressiva: progressiva equivale ao princípio segundo o qual<br />
os conteúdos devem ser apresentados, sempre, a partir dos conceitos/ idéias<br />
38 38<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
mais amplos para os mais específicos. Desta forma, uma vez escolhidos os<br />
itens curriculares relevantes, deve-se sequenciá-los de modo que os mais gerais<br />
sejam trabalhados antes dos mais específicos.<br />
· Reconciliação Reconciliação integrativa integrativa: integrativa no processo de montagem da aula e<br />
do material instrucional e no trabalho de “ensiná-los” para os alunos, é preciso<br />
ter cuidado para contemplar todas as relações necessárias entre as idéias<br />
que se deseja que os alunos aprendam e as idéias que eles já possuem.<br />
Neste sentido, deve-se evidenciar semelhanças e diferenças entre conceitos e<br />
idéias, bem como ajudar os alunos na solução/ entendimento de eventuais<br />
contradições.<br />
· Avaliação Avaliação: Avaliação Avaliação assume dois papéis na facilitação pedagógica: avaliar<br />
se os alunos possuem os pré-requisitos necessários para a aprendizagem significativa<br />
de um novo conteúdo; e avaliar se um novo conteúdo ensinado<br />
durante o curso foi internalizado adequadamente. Além disso, pode ajudar o<br />
professor no entendimento de eventuais insucessos de seus alunos, bem<br />
como pode servir de guia/ motivação para o estudo dos estudantes.<br />
· Organizador Organizador prévio prévio: prévio é um material introdutório que serve como<br />
ponte cognitiva entre aquilo que já se sabe e algo novo, que se deseja ensinar,<br />
mas que ainda não se tem familiaridade (organizador explicativo explicativo); explicativo ou<br />
que vai se utilizar de idéias já existentes na estrutura cognitiva do aluno, de<br />
modo que o novo conteúdo é inicialmente trabalhado a partir das diferenças<br />
e semelhanças que possui com relação àquilo que já se sabe (organizador<br />
comparativo comparativo). comparativo Nos casos dos organizadores explicativos e comparativos,<br />
eles servem para estabelecer de maneira significativa as idéias mais gerais relativas<br />
ao conteúdo que se deseja ensinar, seja de forma comparativa ou de<br />
forma explicativa.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
39<br />
39<br />
39 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
ATI VI <strong>DA</strong>DE I I - Parte A<br />
1) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />
( ) O espaço delimitado da educação tradicional teve suas raízes fixadas<br />
na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, onde a educação<br />
era destinada a uma pequena minoria.<br />
( ) Com o movimento Renascentista, a educação tradicional iniciou seu<br />
declínio, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade<br />
trazida pela educação burguesa.<br />
( ) Com as suas idéias, Rousseau desmentiu que a educação é um processo<br />
pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos, hábitos e<br />
atitudes armazenados pela civilização, sem qualquer modificação.<br />
( ) Rosseau defendia a idéia de que cada fase de vida: infância, adolescência,<br />
juventude e maturidade foram concebidas como portadoras<br />
de características próprias e que deveríamos respeitar a individualidade<br />
de cada um.<br />
( ) A educação nova desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe<br />
consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da<br />
educação e das metodologias de ensino.<br />
a) ( ) F,V,F,V,F.<br />
b) ( ) V,V,V,V,V.<br />
c) ( ) F,V,V,F,V.<br />
d) ( ) V,F,V,V,V.<br />
e) ( ) F,F,F,F,V.<br />
2) O que a educação tradicional e a educação nova têm em<br />
comum?<br />
a) ( ) A educação como processo de desenvolvimento coletivo.<br />
b) ( ) Os processos educativos amplamente divulgados.<br />
c) ( ) A difusão de novas idéias.<br />
d) ( ) A educação como processo de desenvolvimento individual.<br />
e) ( ) A educação como processo do espaço coletivo.<br />
40 40<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
3) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />
( ) A educação, no século XX, tornou-se permanente e social.<br />
( ) As idéias na educação são universalmente difundidas, entre elas a de<br />
que não há idade para se educar, de que a educação se estende pela<br />
vida.<br />
( ) Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente<br />
consolidadas, tem um lugar garantido na educação do futuro.<br />
( ) As concepções da educação definem que há uma determinada idade<br />
para que ocorram os processos de ensino e de aprendizagem.<br />
( ) No final do século XX, o fenômeno da globalização deu novo impulso<br />
à idéia de uma educação igual para todos, agora não como princípio<br />
de justiça social, mas apenas como parâmetro curricular comum.<br />
Assinale a alternativa correta:<br />
a) ( ) V,V,V,V,V.<br />
b) ( ) V,V,V,V,F.<br />
c) ( ) V,V,V,F,V.<br />
d) ( ) F,F,V,V,V.<br />
e) ( ) F,V,F,V,F.<br />
4) Nos anos 60, a educação foi amplamente discutida:<br />
a) ( ) Pela UNESCO, para que se tornasse uma educação internacionalizada.<br />
b) ( ) Nesta época, os países altamente desenvolvidos já haviam<br />
universalizado o ensino fundamental e eliminado o analfabetismo.<br />
c) ( ) A universalização do ensino fundamental foi um fator responsável<br />
pela eliminação do analfabetismo.<br />
d) ( ) A partir dos anos 60 ocorreu uma universalidade dos sistemas de<br />
ensino e dos sistemas educacionais nos países desenvolvidos.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
41<br />
41<br />
41 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
5) Assinale a alternativa correta:<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
( ) Em meados dos anos 60 surgiu o paradigma da educação popular,foi<br />
inspirado no trabalho de Paulo Freire e fundamentado na<br />
conscientização e na reflexão sobre a prática.<br />
( ) Os trabalhos de Paulo Freire estavam fundamentados em processos reflexivos<br />
mas não contemplavam a prática.<br />
( ) As práticas de educação popular se constituem em mecanismos de democratização,<br />
onde se retratam os valores de solidariedade e de reciprocidade.<br />
( ) O modelo teórico da educação popular praticado no Brasil contribuiu<br />
para a prática educativa sendo reprimido em âmbito internacional.<br />
( ) As reflexões acerca da prática da educação durante várias décadas no<br />
Brasil tornou-se, sem dúvida, uma das grandes contribuições da América<br />
Latina à teoria e à prática educativa em âmbito internacional.<br />
a) ( ) V,F,F,V,F.<br />
b) ( ) F,V,V,V, F.<br />
c) ( ) F,V,F,V, V.<br />
d) ( ) V,F,V,F,V.<br />
e) ( ) V,V,V,V,V.<br />
6) O Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para<br />
o Século XXI:<br />
( ) Aponta os caminhos da educação na sociedade do conhecimento<br />
com a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida.<br />
( ) Relata a importância da aprendizagem nos sistemas formais de ensino<br />
com um tempo pré-determinado.<br />
( ) Os pilares do conhecimento e da educação continuada são: aprender<br />
a conhecer, aprender a ser, aprender a viver juntos e aprender a fazer.<br />
( ) Indica a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida<br />
fundada em quatro pilares que são ao mesmo tempo pilares do conhecimento<br />
e da formação continuada.<br />
( ) Os pilares do conhecimento não podem ser levados em consideração<br />
no que se refere ao futuro da educação.<br />
42 42<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Assinale a alternativa correta:<br />
a) ( ) F,V,V,V,F.<br />
b) ( ) V,F,V, V,F .<br />
c) ( ) F,V,F,F,V.<br />
d) ( ) V,F,F,V,V.<br />
e) ( ) V,V,V,V,V.<br />
7) Descreva os quatro pilares do conhecimento apontados no<br />
Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o<br />
Século XXI:<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
43<br />
43<br />
43 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
8) Qual a importância das Teorias de Aprendizagem para os<br />
processos educativos?<br />
a) ( ) É importante para a formação dos processos de trabalho.<br />
b) ( ) Ajudam a entender os temas transversais da educação.<br />
c) ( ) Melhora a visão referente aos processos de complementação dos<br />
cursos.<br />
d) ( ) Elas contribuem para a melhoria da qualidade de ensino.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
9) Qual a função das Teorias de Aprendizagem e da Psicologia<br />
da Aprendizagem na educação?<br />
a) ( ) Explicar como os indivíduos aprendem.<br />
b) ( ) Explicar como ocorre o desenvolvimento mental do indivíduo nos<br />
processos educativos.<br />
c) ( ) Mostrar sob diferentes enfoques como ocorrem os processos de<br />
ensino e de aprendizagem.<br />
d) ( ) Explicar como se estruturam os modelos institucionais na educação.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
10) Aponte os aspectos mais importantes das teorias educacionais<br />
ligadas ao behaviorismo:<br />
11) Cite as principais características do behaviorismo radical:<br />
44 44<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
12) Cite as principais características do behaviorismo<br />
metodológico:<br />
13) Cite as principais características do behaviorismo social:<br />
14) Refere-se ao Cognitivismo:<br />
a) ( ) É o estudo cognição e dos processos mentais referentes ao comportamento.<br />
b) ( ) Propõe-se a um estudo da evolução das teorias da psicologia da<br />
aprendizagem, chamada de ciência do comportamento humano.<br />
c) ( ) É uma área de investigação que examina questões sobre a memória,<br />
atenção, percepção, representação de conhecimento, raciocínio,<br />
criatividade e resolução de problemas.<br />
d) ( ) Enfatiza o processo da cognição, da compreensão, da transformação,<br />
do armazenamento e do uso da informação.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
45<br />
45<br />
45 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
15) Quais as principais características do humanismo?<br />
16) Quais os elementos centrais da aprendizagem escolar?<br />
a) ( ) A comunidade escolar.<br />
b) ( ) O aluno, o professor e a situação de aprendizagem.<br />
c) ( ) Os processos educativos e a escola.<br />
d) ( ) O aluno, o professor, os registros escolares e os meios internos e<br />
externos.<br />
e) ( ) Os registros escolares, o professor e o aluno.<br />
17) Relacione os aspectos básicos da Teoria de Jean Piaget:<br />
46 46<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
18) Cite os períodos que Piaget aponta como o de desenvolvimento<br />
motor, verbal e mental:<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
47<br />
47<br />
47 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
19) Relacione os aspectos básicos da Teoria de Lev Vygotsky:<br />
20) São aspectos fundamentais na Teoria da Inclusão de<br />
Ausubel:<br />
a) ( ) Explica os mecanismos internos que ocorrem na mente humana<br />
com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento.<br />
b) ( ) Concentra-se na aprendizagem que ocorre na sala de aula.<br />
c) ( ) Tem uma proposta concreta para o cotidiano acadêmico.<br />
d) ( ) Acredita no valor da aprendizagem por descoberta.<br />
e) ( ) Todas as alternativas anteriores.<br />
48 48<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
UNI <strong>DA</strong>DE I I - Parte B<br />
Teorias Educacionais<br />
3. 3. 3. As As TT<br />
Teorias T eorias de de Aprendizagem Aprendizagem (continuação)<br />
(continuação)<br />
3.4. 3.4. T TTeoria<br />
T eoria Construtivista Construtivista de de Jerome Jerome Bruner<br />
Bruner<br />
Jerome S. Bruner nasceu em 1915 em New York. Doutorou-se em<br />
Psicologia, em 1941, na Harvard University. Possui uma obra muito<br />
diversificada na área da educação, pedagogia e psicologia. Embora Bruner<br />
seja um psicólogo por formação e tenha dedicado grande parte das suas<br />
obras ao estudo da psicologia, ganhou grande notoriedade no mundo da<br />
educação graças à sua participação no movimento de reforma curricular,<br />
ocorrido, nos EUA, na década de 60.<br />
3.4.1. 3.4.1. Princípios<br />
Princípios<br />
1. A instrução precisa estar preocupada com as experiências e os<br />
contextos que levam o aluno a estar pronto e apto para aprender (prontidão).<br />
2. A instrução precisa ser estruturada para que possa ser facilmente<br />
compreendida pelo aluno (organização espiral)<br />
3. A instrução precisa ser criada para facilitar a extrapolação e ou<br />
preencher as brechas (ir além da informação dada)<br />
3.4.2. 3.4.2. 3.4.2. Descrição Descrição da da T TTeoria<br />
T eoria<br />
O americano Jerome Bruner acredita que a aprendizagem é um processo<br />
que ocorre internamente e não como um produto do ambiente, das<br />
pessoas ou de fatores externos àquele que aprende.<br />
A teoria de Bruner privilegia a curiosidade do aluno e coloca o professor<br />
como instigador dessa curiosidade, por isso é chamada de teoria da<br />
descoberta. O método de Bruner prevê estruturação das matérias de ensino,<br />
seqüência de apresentação dessas matérias, motivação e reforço.<br />
3.4.3. 3.4.3. Bruner Bruner e e Piaget<br />
Piaget<br />
A Teoria Construtivista de Jerome Bruner difere da Teoria de Piaget<br />
em relação à linguagem. Para ele, o pensamento da criança evolui com a<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
49<br />
49<br />
49 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
linguagem e dela depende. Para Piaget, o desenvolvimento da linguagem<br />
acontece paralelamente ao do pensamento, isto é, caminha em paralelo<br />
com a lógica.<br />
Um aspecto relevante de sua teoria é que o aprendizado é um processo<br />
ativo, no qual aprendizes constroem novas idéias, ou conceitos, baseados<br />
em seus conhecimentos passados e atuais. O aprendiz seleciona e<br />
transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões, contando,<br />
para isto, com uma estrutura cognitiva.<br />
3.4.4. 3.4.4. Modelos Modelos mentais<br />
mentais<br />
A estrutura cognitiva (esquemas, modelos mentais) fornece significado<br />
e organização para as experiências e permite ao indivíduo “ir além da informação<br />
dada”. A aprendizagem torna-se, então, um processo interno e não<br />
um produto direto do ambiente, das pessoas ou de fatores externos àquele<br />
que aprende. Bruner pesquisou o trabalho de sala de aula e desenvolveu<br />
uma teoria da instrução, que sugere metas e meios para a ação do educador,<br />
baseada no estudo da cognição.<br />
3.5. 3.5. T TTeoria<br />
T eoria de de Howard Howard Howard Gardner: Gardner: Gardner: T TTeoria<br />
T eoria das<br />
das<br />
Inteligências Inteligências Múltiplas<br />
Múltiplas<br />
Howard Gardner nasceu em Scranton, na Pensilvânia, em 1943,<br />
numa família de judeus alemães refugiados do nazismo. Ingressou na Universidade<br />
Harvard em 1961 para estudar história e direito, mas acabou se<br />
aproximando do psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e redirecionou a carreira<br />
acadêmica para os campos combinados de psicologia e de educação.<br />
Na pós-graduação, pesquisou o desenvolvimento dos sistemas simbólicos<br />
pela inteligência humana sob orientação do célebre educador<br />
Jerome Bruner. Nessa época, Gardner integrou-se ao Harvard Project Zero,<br />
destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística. Em 1971, tornou-se<br />
co-diretor do projeto, cargo que mantém até hoje. Foi lá que desenvolveu<br />
as pesquisas sobre as inteligências múltiplas. Elas vieram a público em<br />
seu sétimo livro, Frames of Mind (quadros da mente), de 1983, que o projetou<br />
da noite para o dia nos Estados Unidos.<br />
O assunto foi aprofundado em outro campeão de vendas, Inteligências<br />
Múltiplas: Teoria na Prática, publicado em 1993. Nos escritos sobre<br />
educação que se seguiram, enfatizou a importância de trabalhar a formação<br />
ética simultaneamente ao desenvolvimento das inteligências. Hoje leciona<br />
neurologia na escola de medicina da Universidade de Boston e é professor<br />
de cognição e pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos,<br />
50 50<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de<br />
livros como Mentes Extraordinárias. Em 2005, foi eleito um dos 100 intelectuais<br />
mais influentes do mundo pelas revistas Foreign Policy e Prospect.<br />
3.5.1. 3.5.1. Gardner Gardner e e a a educação<br />
educação<br />
Formado no campo da psicologia e da neurologia, Gardner causou<br />
forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas,<br />
divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de<br />
aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação,<br />
quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por<br />
outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou<br />
a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais<br />
humanas eram parciais e insuficientes.<br />
Até ali, o padrão mais aceito para a avaliação de inteligência eram os<br />
testes de QI, criados nos primeiros anos do século XX pelo psicólogo francês<br />
Alfred Binet (1857-1911) a pedido do ministro da Educação de seu país.<br />
O QI (quociente de inteligência) media, basicamente, a capacidade<br />
de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico-matemático, mas<br />
durante muito tempo foi tomado como padrão para aferir se as crianças<br />
correspondiam ao desempenho escolar esperado para a idade delas.<br />
“Como o aprendizado dos símbolos e raciocínios matemáticos envolve maior<br />
dificuldade do que o de palavras, Binet acreditou que seria um bom<br />
parâmetro para destacar alunos mais e menos inteligentes”, diz Celso<br />
Antunes, coordenador-geral de ensino do Centro Universitário Sant’ Anna,<br />
em São Paulo. “Mais tarde, Piaget também destacou essa dificuldade e, dessa<br />
forma, cresceu exponencialmente a valorização da inteligência lógicomatemática”.<br />
3.5.2. 3.5.2. A A elaboração elaboração da da da teoria<br />
teoria<br />
Sob a influência do norte-americano Robert Sternberg, que estudou<br />
as variações dos conceitos de inteligência em diferentes culturas, Gardner foi<br />
levado a conceituá-la como o potencial para resolver problemas e para criar<br />
aquilo que é valorizado em determinado contexto social e histórico.<br />
Na elaboração de sua teoria, ele partiu da observação do trabalho<br />
dos gênios. “Ficou claro que a manifestação da genialidade humana é bem<br />
mais específica que generalista, uma vez que bem poucos gênios o são em<br />
todas as áreas”, afirma Antunes.<br />
Gardner foi buscar evidências também no estudo de pessoas com lesões<br />
e disfunções cerebrais, que o ajudou a formular hipóteses sobre a rela-<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
51<br />
51<br />
51 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
ção entre as habilidades individuais e determinadas regiões do órgão. Finalmente,<br />
o psicólogo se valeu do mapeamento encefálico mediante técnicas<br />
surgidas nas décadas recentes.<br />
Muitas escolas, inclusive no Brasil, se esforçaram para mudar seus<br />
procedimentos em função das descobertas de Howard Gardner. A maneira<br />
mais difundida de aplicar a teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular<br />
todas as habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um<br />
mesmo conteúdo. As melhores estratégias partem da resolução de problemas.<br />
Segundo Gardner, não é possível compensar totalmente a desvantagem<br />
genética com um ambiente estimulador da habilidade correspondente,<br />
mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma resposta<br />
positiva do aluno – desde que elas despertem o prazer do aprendizado.<br />
Gardner atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e<br />
transmitir valores. “A missão da educação deve continuar a ser uma confrontação<br />
com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas<br />
dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas”, escreveu.<br />
Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner favorece<br />
uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da<br />
multiplicidade e da diversidade na sala de aula.<br />
Mais tarde, Gardner acrescentou à lista das inteligências múltiplas, as<br />
inteligências naturais (reconhecer e classificar espécies da natureza) e existenciais<br />
(refletir sobre questões fundamentais da vida humana) e sugeriu o agrupamento<br />
da interpessoal e da intrapessoal numa só.<br />
3.5.3. 3.5.3. Implicações Implicações da da teoria<br />
teoria<br />
A primeira implicação da teoria das múltiplas inteligências é que existem<br />
talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein<br />
tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha<br />
do mesmo pendor para outros tipos de habilidade. O mesmo pode ser<br />
dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físicocinestésica<br />
de Pelé. Por outro lado, embora essas capacidades sejam independentes,<br />
raramente funcionam de forma isolada.<br />
Os anos 1990 ficaram conhecidos como a década do cérebro graças<br />
aos novos procedimentos de visualização do interior do corpo humano<br />
e, principalmente, ao grande número de estudos desafiadores sobre o assunto.<br />
“A teoria das inteligências múltiplas não poderia ter ganho as mesmas diversidades<br />
e dimensões sem as admiráveis conquistas das ciências da<br />
cognição nesse período”, diz Celso Antunes.<br />
52 52<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Entre as descobertas recentes que contrariam crenças antigas estão a<br />
de que o cérebro mantém o potencial de evolução durante toda a vida e que<br />
funções de regiões lesionadas podem ser assumidas por outras, se estimuladas.<br />
Apesar dos avanços, a mente humana continua a ser um vasto território<br />
a explorar. A intensificação das pesquisas faz prever muitas novidades para os<br />
próximos anos.<br />
O que leva as pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação<br />
que recebem e as oportunidades que encontram. Para Gardner, cada<br />
indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos ainda não moldado pela<br />
cultura, o que só começa a ocorrer por volta dos 5 anos.<br />
Segundo ele, a educação costuma errar ao não levar em conta os<br />
vários potenciais de cada um. Além disso, é comum que essas aptidões sejam<br />
sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das escolas. Preserválas<br />
já seria um grande serviço ao aluno. “O escritor imita a criança que brinca:<br />
cria um mundo de fantasia que leva a sério, embora o separe da realidade”,<br />
diz Gardner.<br />
3.5.4. 3.5.4. 3.5.4. As As Inteligências Inteligências Inteligências Múltiplas<br />
Múltiplas<br />
Para Gardner o propósito da escola deveria ser o de desenvolver essas<br />
inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos de ocupação<br />
adequados ao seu espectro particular de inteligência.<br />
Gardner propõe uma escola centrada no indivíduo, voltada para um<br />
entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo do aluno. A escola<br />
ideal de Gardner baseia-se em algumas suposições:<br />
· nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades,<br />
nem aprendem da mesma maneira.<br />
· ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido. • a tarefa<br />
dos especialistas em avaliação seria a de tentar compreender<br />
as capacidades e interesses dos alunos de uma escola.<br />
· a tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a<br />
combinar os perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados<br />
currículos e determinados estilos de aprendizagem.<br />
· a tarefa do agente da escola-comunidade seria a de encontrar situações<br />
na comunidade determinadas pelas opções não disponíveis<br />
na escola, para as crianças que apresentam perfis cognitivos<br />
incomuns.<br />
· um novo conjunto de papéis para os educadores deveria ser<br />
construído para transformar essas visões em realidade.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
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53 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Gadner passa a se preocupar com aquelas crianças que não brilham<br />
nos testes padronizados, e que, consequentemente, tendem a ser consideradas<br />
como não tendo nenhum tipo de talento.<br />
A inteligência para Gardner é a capacidade de solucionar problemas<br />
ou elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente ou<br />
comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite às pessoas<br />
abordar situações, atingir objetivos e localizar caminhos adequados a esse<br />
objetivo.<br />
A criação de um produto cultural torna-se crucial nessa função na<br />
medida em que captura e transmite o conhecimento ou expressa as opiniões<br />
ou sentimentos da pessoa. Os problemas a serem resolvidos são os mais diversos,<br />
indo desde uma teoria científica até uma composição poética ou musical.<br />
A teoria das inteligências múltiplas foi elaborada à luz das origens biológicas<br />
de cada capacidade de resolver problemas. A tendência biológica<br />
deve ser vinculada aos estímulos culturais. A linguagem, por exemplo, que é<br />
uma capacidade universal, ora pode apresentar-se como oratória, ora como<br />
escrita, ou secreta, etc.<br />
3.5.5. 3.5.5. 3.5.5. As As inteligências inteligências múltiplas múltiplas estão estão estão listadas listadas a a<br />
a<br />
seguir<br />
seguir<br />
I. I. Lógico-matemática Lógico-matemática - a capacidade de confrontar e avaliar<br />
objetos e abstrações, discernindo as suas relações e princípios subjacentes.<br />
II. II. Linguística Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial<br />
pelos idiomas, pelas palavras e por um desejo em os explorar. É predominante<br />
em poetas, escritores e linguistas.<br />
III. III. Musical Musical - identificável pela habilidade para compor e executar<br />
padrões musicais, executando pedaços de partituras de ouvido, em termos<br />
de ritmo e timbre, mas também escutando-os e discernindo-os. Pode estar<br />
associada a outras inteligências, como a lingüística, espacial ou corporalcinestésica.<br />
É predominante em compositores, maestros, músicos, críticos de<br />
música.<br />
IV IV. IV IV Espacial Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o<br />
mundo visual com precisão, permitindo transformar, modificar percepções e<br />
recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante<br />
em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, navegadores e jogadores de<br />
xadrez.<br />
V. Corporal-cinestésica<br />
Corporal-cinestésica Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de<br />
controlar e orquestrar movimentos do corpo. É predominante entre atores e<br />
aqueles que praticam a dança ou os esportes.<br />
54 54<br />
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DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
VI. VI. Intrapessoal Intrapessoal – é expressa na capacidade de se conhecer, estando<br />
mais desenvolvidas em escritores, psicoterapeutas e conselheiros.<br />
VII. VII. Interpessoal Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções,<br />
motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em<br />
políticos, religiosos e professores.<br />
VIII. VIII. Naturalista Naturalista Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e<br />
organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e<br />
classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a<br />
variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica<br />
de paisagistas, arquitetos e mateiros, por exemplo.<br />
IX. IX. Existencial Existencial - investigada no terreno ainda do “possível”, necessitando<br />
de maiores evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar<br />
sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes<br />
espirituais e de pensadores filosóficos.<br />
3.5.6. 3.5.6. PP<br />
Por PP<br />
or que que a a inteligência inteligência espiritual espiritual ou ou moral<br />
moral<br />
não não é é considerada?<br />
considerada?<br />
considerada?<br />
A inteligência espiritual ou moral serve como uma candidata razoável<br />
para uma oitava inteligência, embora existam razões igualmente boas para<br />
considerá-la um amálgama da inteligência interpessoal e da inteligência<br />
intrapessoal, com um componente de valor acrescentado.<br />
O que é moral ou espiritual depende imensamente dos valores culturais;<br />
ao descrever as inteligências, nós estamos lidando com capacidades<br />
que podem ser mobilizadas pelos valores de uma cultura, e não pelos comportamentos<br />
que são valorizados de uma maneira ou outra.<br />
3.5.7 3.5.7 A A P PPerspectiva<br />
P erspectiva biopsicológica<br />
biopsicológica<br />
biopsicológica<br />
Para falarmos e entendermos a Teoria das Inteligências Múltiplas não<br />
podemos esquecer que cada ato cognitivo envolve um agente que executa<br />
uma ação ou uma série de ações em alguma tarefa ou domínio. A perspectiva<br />
biopsicológica examina o agente e suas capacidades, inclinações, valores<br />
e objetivos.<br />
A inteligência é um potencial biopsicológico. O fato de um indivíduo<br />
ser ou não considerado inteligente e em que aspectos, é um produto em primeiro<br />
lugar de sua herança genética e de suas propriedades psicológicas,<br />
variando de seus poderes cognitivos às suas disposições de personalidade.<br />
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55 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
3.5.8. 3.5.8. O O talento talento para para Gardner<br />
Gardner<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Segundo Gardner (1998) o talento é sinal de um potencial<br />
biopsicológico precoce, em algum dos domínios existentes numa cultura<br />
sendo a prodigiosidade uma forma extrema de talento em algum domínio.<br />
Mozart, poe exemplo, se qualificou como prodigioso em virtude de seus talentos<br />
extraordinários na esfera musical. E os termos especialista e perito são<br />
adequados somente depois que um indivíduo trabalhou por cerca de uma<br />
década num determinado domínio.<br />
3.5.9. 3.5.9. A A criatividade criatividade para para Gardner<br />
Gardner<br />
A criatividade é uma caracterização reservada para aqueles produtos<br />
que inicialmente são considerados uma novidade dentro do domínio, embora<br />
acabem sendo reconhecidos como aceitáveis dentro da comunidade adequada.<br />
O termo gênio deve ser designado para aquelas pessoas ou trabalhos<br />
que não são só peritos e criativos, mas que também assumem um significado<br />
universal ou quase universal.<br />
Na medida em que uma capacidade é valorizada numa cultura, ela<br />
pode contar com uma inteligência, mas na ausência desse endosso cultural,<br />
a capacidade não seria considerada uma inteligência.<br />
3.5.10. 3.5.10. Gardner Gardner e e o o desenvolvimento desenvolvimento humano<br />
humano<br />
Nos primeiros anos de vida as crianças desenvolvem habilidades simbólicas<br />
e conceitos teóricos por meio de interações espontâneas com o<br />
mundo na qual vivem. O desenvolvimento inicial é “pré-domínio” e “précampo”.<br />
Elas se desenvolvem apenas com uma vaga atenção aos domínios<br />
que existem em sua cultura, e com uma sensibilidade ainda menor à existência<br />
dos campos que julgam. Mesmo que o campo fique impressionado com<br />
os trabalhos das crianças pequenas, elas prosseguem numa sublime indiferença<br />
às operações do campo. Logo depois que se inicia a escola, as crianças<br />
querem conhecer as regras dos domínios e as convenções da cultura, e<br />
buscam dominá-las tão rápida e prontamente quanto possível. E assim, para<br />
Gardner a existência do domínio, e uma sensibilidade ao campo, surgem<br />
como ímpeto.<br />
Este período funciona como aprendizado, um aprendizado rumo à<br />
perícia em domínios específicos, um aprendizado rumo à perícia nos hábitos<br />
de uma cultura. As condições para uma vida criativa (ou não-criativa) já podem<br />
estar sendo criadas, pois a criatividade depende imensamente de traços<br />
de personalidade e disposição, e dos acidentes da demografia.<br />
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DISTÂNCIA
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As idades de 15 e 25 anos representam o momento da verdade no<br />
desenvolvimento da matriz de talento. Suas inteligências estão sendo desenvolvidas<br />
a serviço do funcionamento normal, produtivo, de sua atual sociedade.<br />
Por volta de 30 a 35 anos a situação fundamental na matriz de talento<br />
provavelmente já foi determinada.<br />
das ?<br />
Chegamos assim a perguntas cruciais:<br />
O que pode ser feito para estimular o talento ?<br />
Que tipos de desempenhos ou realizações extraordinárias são deseja-<br />
As crianças em diferentes idades possuem necessidades diferentes,<br />
respondem a diferentes formas de informação cultural e assimilam conteúdos<br />
com diferentes estruturas motivacionais e cognitivas, logo os tipos de regimes<br />
educacionais planejados pelos educadores precisam levar em conta<br />
esses fatores de desenvolvimento.<br />
3.5.11. 3.5.11. 3.5.11. Os Os modelos modelos educacionais educacionais educacionais para para Gardner<br />
Gardner<br />
Os tipos de modelos educacionais que são oferecidos às crianças podem<br />
demonstrar a direção que elas poderão tomar, podendo ser encorajadas<br />
ou não para a perícia, criatividade, etc. Em nossa sociedade pode haver<br />
modelos contrastantes sobre os usos do talento e as maneiras pelas quais ele<br />
pode ser desenvolvido.<br />
Qualquer tipo de talento jamais pode ser adequadamente<br />
conceitualizado como existindo unicamente na cabeça ou no corpo dos indivíduos.<br />
Os educadores devem manter em mente os fatores extrapessoais<br />
que desempenham um grande papel no desenvolvimento (ou impedimento)<br />
do talento.<br />
Para Para Para Para Para pensar pensar pensar pensar pensar<br />
Uma das conseqüências nefastas da valorização exclusiva da inteligência<br />
lógico-matemática é a tendência de definir o desempenho dos<br />
alunos mais pelo que eles não são (dada a impossibilidade de que todos<br />
se destaquem numa única área de conhecimento) do que pelo que<br />
são. Ainda prevalece o hábito de valorizar as habilidades relacionadas<br />
às artes e aos esportes apenas nas chamadas atividades<br />
extracurriculares.<br />
Você acha que, em sua prática diária, isso pode começar a ser mudado?<br />
De que forma?<br />
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3.6.T 3.6.Teoria 3.6.T eoria da da Instrução Instrução Ancorada Ancorada - - AprendizaAprendiza-<br />
gem gem baseada baseada em em problemas<br />
problemas<br />
Com a virada do século, não adianta mais nos perguntarmos se devemos<br />
ou não introduzir as novas tecnologias da informação e de comunicação<br />
no processo educativo. Isso já é fato.<br />
Já na década de 80, educadores preocupados com a questão consideraram<br />
inevitável que a informática invadisse a educação e a escola, assim<br />
como ela já estava presente em toda a sociedade. Atualmente, professores<br />
de várias áreas reagem de maneira mais radical, reconhecendo que, se a<br />
educação e a escola não abrirem espaço para essas novas linguagens, essas<br />
escolas podem ter seus espaços definitivamente comprometidos.<br />
3.6.1. 3.6.1. O O uso uso uso das das tecnologias<br />
tecnologias<br />
Entretanto, só a tecnologia educacional não é capaz de trazer contribuições<br />
para a área educacional e o seu uso como o ingrediente mais importante<br />
do processo educativo é ineficiente. Há a necessidade da reflexão<br />
humana. Mesmo aqueles que defendem a tecnologia proclamando apenas<br />
seus benefícios, devem considerar que a tecnologia educacional tem que se<br />
adequar às necessidades de determinado projeto político-pedagógico, colocando-se<br />
à serviço de seus objetivos e nunca os determinando.<br />
Embora seja verdade que a tecnologia educacional não irá resolver<br />
os problemas da educação, que são de natureza social, política, ideológica,<br />
econômica e cultural, essa constatação não nos pode deixar sem ação frente<br />
à introdução das inovações tecnológicas no contexto educacional. Ainda<br />
é preciso continuar pesquisando sobre o que as novas tecnologias têm a<br />
oferecer à educação, para que tenhamos condições de formar uma visão<br />
crítica fundamentada sobre o seu uso.<br />
3.6.2. 3.6.2. 3.6.2. Visão Visão Geral Geral da da da T TTeoria<br />
T Teoria<br />
eoria<br />
A instrução ancorada é o maior paradigma para o aprendizado baseado<br />
em tecnologia. Foi desenvolvido pelo Cognition & Technology Group at<br />
Vanderb ilt (CTGV), sob liderança de John Bransford. O enfoque inicial do<br />
trabalho foi o desenvolvimento de ferramentas interativas de video-laser, que<br />
incentivaram alunos e professores a fazer e a resolver problemas complexos e<br />
realistas.<br />
Os materiais de vídeo servem como “âncoras” (em macro-contexto)<br />
para todo o aprendizado e instrução posterior. Como explicado pelo CTGV<br />
(1993): “O modelo destas âncoras foi bem diferente dos modelos de vídeos<br />
que foram tipicamente usados em educação... a meta foi criar contextos in-<br />
58 58<br />
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DISTÂNCIA
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teressantes e realistas, para incentivar a construção ativa do conhecimento<br />
pelos aprendizes. Nossas âncoras eram histórias, em vez de aulas teóricas, e<br />
foram criadas para serem exploradas pelos alunos e professores.” O uso da<br />
tecnologia interativa de video-laser torna possível aos alunos explorar facilmente<br />
o conteúdo. A instrução ancorada é relacionada à estrutura de<br />
Aprendizado Situado e também à Teoria da Flexibilidade Cognitiva.<br />
A aplicação primária da instrução ancorada foi, em leitura elementar,<br />
language arts e habilidades matemáticas. O CLGV desenvolveu um conjunto<br />
de programas interativos de video-laser chamado “Jasper Woodbury Problem<br />
Solving Series”. Tais programas envolvem aventuras, nas quais conceitos matemáticos<br />
são usados para solucionar problemas. De qualquer modo, o<br />
paradigma da instrução ancorada é baseado no modelo geral de resolução<br />
de problemas.<br />
Exemplo Exemplo: Exemplo<br />
Uma das primeiras atividades de instrução ancorada envolveu o uso<br />
do filme, “Young Sherlock Holmes”, na forma interativa de video-laser. Os<br />
alunos foram solicitados a analisar o filme em termos de conexões causais,<br />
motivação dos personagens e autenticidade das composições, para entenderem<br />
o gênero de vida na Inglaterra vitoriana. O filme fornece a âncora para<br />
uma compreensão da história e de um período histórico particular.<br />
3.6.3. 3.6.3. Princípios<br />
Princípios<br />
I. As atividades de aprendizado e ensino devem ser criadas em torno<br />
de uma “âncora”, que deve ser algum tipo de estudo de um caso ou uma situação<br />
envolvendo um problema.<br />
II. Os materiais devem permitir a exploração pelo aprendiz (programas<br />
interativos de video-laser).<br />
3.6.4. 3.6.4. Aprendizagem Aprendizagem Aprendizagem baseada baseada em em Problemas Problemas<br />
Problemas<br />
Uma das metodologias mais fortemente apoiadas nos pressupostos<br />
construtivistas é a Aprendizagem baseada em Problemas, que permite ao estudante<br />
aprender a partir da colocação de um problema ou estudo de caso,<br />
que pode ser real ou simulado.<br />
Várias estratégias podem ser implementadas, mas em geral, o estudante<br />
tem a possibilidade de interagir com o problema, de obter dados, de<br />
formular hipóteses, de tomar decisões e de emitir julgamentos.<br />
Na área da saúde, por exemplo, são utilizadas simulações clínicas relevantes,<br />
análogas a situações reais, que substituem problemas clínicos pa-<br />
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59<br />
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dronizados. A partir de perguntas, para as quais o aluno possui alternativas<br />
de respostas, e das conseqüências das decisões tomadas, ele tem a oportunidade<br />
de testar sua capacidade de julgamento frente a um conjunto de dados.<br />
As conseqüências das decisões são imediatamente simuladas pelo programa,<br />
propiciando experiência clínica em tempo relativamente curto.<br />
Jonassen (1998) recomenda que o problema proposto não seja totalmente<br />
estruturado, permitindo que alguns aspectos sejam definidos pelo aluno.<br />
Múltiplas soluções devem ser aceitas e múltiplos critérios de avaliação<br />
das soluções são necessários. Não devem ser dados de antemão os conceitos<br />
e princípios úteis, nem como estes se organizam para solucionar o problema.<br />
O julgamento sobre o problema e a defesa da posição pessoal deve<br />
ser solicitado ao aluno.<br />
Com base no argumento de que o estudante deveria ter maior responsabilidade<br />
sobre suas experiências de aprendizagem, há autores<br />
construtivistas que acreditam que o próprio aluno deveria escolher os problemas<br />
a serem estudados. Nesse caso, o papel do professor seria o de ajudá-lo<br />
a gerar problemas relevantes e interessantes para sua realidade.<br />
3.6.5. 3.6.5. O O papel papel papel do do professor<br />
professor<br />
Hoje o trabalho docente pode ser apoiado pelo uso das tecnologias<br />
da informação e da comunicação na educação. O trabalho do professor é<br />
fundamental nos projetos de inovações tecnológicas e a qualidade educativa<br />
destes meios de ensino depende, mais do que de suas características técnicas,<br />
do uso didático que o docente propõe e do contexto em que ela se desenvolve.<br />
Referindo-se à informática educativa e, mais recentemente, à utilização<br />
da Internet no processo educativo, vários autores discutem de que forma<br />
o papel do professor pode se adequar ao uso das novas tecnologias<br />
educacionais na concepção construtivista da aprendizagem.<br />
Para Valente (1993), o professor deixa de ser o repassador do conhecimento<br />
para ser o criador de ambientes de aprendizagem e facilitador do<br />
processo pelo qual o aluno adquire conhecimento. Demo (1998), tentando<br />
redefinir o papel do professor (cuja função básica não é mais dar aula, pois<br />
isso pode ser feito através da televisão ou do microcomputador), apresentao<br />
como o orientador do processo reconstrutivo do aluno, através da avaliação<br />
permanente, do suporte em termos de materiais a serem trabalhados, da<br />
motivação constante e da organização sistemática do processo.<br />
Moran (1998) considera o perfil do novo professor como um indivíduo<br />
que valoriza a busca, o estímulo, o apoio e pode ser capaz de estabelecer<br />
formas democráticas de pesquisa e de comunicação.<br />
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A aprendizagem baseada em problemas prevê a atividade do professor<br />
relacionada com questões que ele irá formular aos estudantes. É essencial<br />
que elas valorizem e desafiem o pensamento do aprendiz, não o induzindo<br />
sobre o que fazer ou como pensar.<br />
3.6.6. 3.6.6. O O facilitador facilitador da da aprendizagem<br />
aprendizagem<br />
Nessa modelagem, o papel do professor aproxima-se de uma concepção<br />
de profissional que facilita a construção de significados por parte do<br />
aluno nas suas interpretações com o mundo. Assim, este profissional é melhor<br />
denominado de facilitador pedagógico. Para que possa ajudar o aluno,<br />
o facilitador pedagógico deve possuir uma concepção clara da construção<br />
de conhecimento enquanto processo dinâmico baseado em uma reflexão<br />
conjunta sobre o mundo real. Deve possuir uma base teórica consistente,<br />
uma clara concepção do objetivo da aprendizagem e da metodologia a ser<br />
utilizada, assim como do processo de avaliação de acordo com a visão<br />
construtivista de conhecimento.<br />
des:<br />
Em sua prática, o facilitador pedagógico pode, entre outras ativida-<br />
(l) desenvolver poucos conceitos com maior produtividade;<br />
(2) encorajar o aluno a buscar outros pontos de vista, a desejar<br />
aprender e a entender;<br />
(3) propiciar a análise de experiências significativas e a sua reflexão<br />
crítica;<br />
(4) promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o<br />
intercâmbio de experiências.<br />
Na realidade, nas relações convencionais entre professor-aluno o<br />
professor deixa de ser o único a ter acesso à informação. O professor muda<br />
de postura, abdicando do poder que detinha enquanto único possuidor do<br />
conhecimento relevante no contexto escolar, favorecendo uma relação mais<br />
simétrica com o aluno.<br />
3.7. 3.7. A A T TTeoria<br />
TT<br />
eoria RR<br />
Rogeriana RR<br />
ogeriana - - Carl Carl Carl R RRogers<br />
R ogers<br />
Nascido no meio rural, Carl Rogers foi marcado por toda a vida pela<br />
idéia da natureza e pelo fenômeno do crescimento. Como alguém cujo tempo<br />
de vida quase coincidiu com o século XX, Rogers teve a possibilidade de<br />
testemunhar o surgimento de várias correntes psicológicas e a disseminação<br />
da psicoterapia – um conhecimento indispensável para que, por oposição,<br />
ele criasse a sua própria corrente.<br />
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61<br />
61<br />
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
O aspecto marcadamente antiautoritário e anticonvencional de seu<br />
pensamento o tornou muito atraente nos anos 1960, durante o auge da<br />
contracultura, representada em parte pelo movimento hippie.<br />
No Brasil, a influência de Rogers também se deu por essa época, em<br />
particular na formação de orientadores educacionais. “Os orientadores agiam<br />
em grande parte como mediadores de conflito e o conhecimento de<br />
Rogers permitia que eles pudessem exercer a função sem punições, mas também<br />
sem fechar os olhos para os problemas”, diz a educadora Ana<br />
Gracinda Queluz.<br />
3.7.1. 3.7.1. Um Um breve breve histórico<br />
histórico<br />
Carl Rogers nasceu em Oak Park, perto de Chicago, em 1902. Teve<br />
uma infância isolada e uma educação fortemente marcada pela religião.<br />
Tornou-se pastor e encaminhou os estudos para a teologia, quando começou<br />
a se interessar por psicologia. Na nova carreira, o primeiro foco de trabalho<br />
foram crianças submetidas a abusos e maus-tratos. Por essa época<br />
começou, por observação, a desenvolver suas teorias sobre personalidade e<br />
prática terapêutica.<br />
Aos 40 anos publicou o primeiro livro. Seguiram-se mais de 100 publicações<br />
destinadas a divulgar suas idéias, que ganharam seguidores em<br />
todo o mundo. Rogers quis provocar uma ruptura na psicologia, dando a<br />
condução do tratamento ao cliente, e não temeu acusar de autoritários a<br />
maioria dos métodos hegemônicos na área. O pilar da terapia rogeriana<br />
são os “grupos de encontro”, em que vários clientes interagem. Rogers foi<br />
um dos primeiros a gravar e filmar as sessões de terapia. Morreu de um ataque<br />
cardíaco em 1987, em San Diego na Califórnia.<br />
3.7.2. 3.7.2. Fundamentos Fundamentos da da teoria<br />
teoria<br />
O fundamento da teoria rogeriana na educação pressupõe a tarefa<br />
do professor como a de liberar o caminho para que o estudante aprenda o<br />
que quiser. As idéias do norte-americano Carl Rogers (1902-1987) para a<br />
educação são uma extensão da teoria que desenvolveu como psicólogo.<br />
Tanto para a educação como para a psicologia, suas idéias foram muito originais,<br />
opondo-se às concepções e práticas dominantes nos consultórios e<br />
nas escolas.<br />
A terapia rogeriana se define como não-diretiva e centrada no cliente<br />
(palavra que Rogers preferia a paciente), porque cabe a ele a responsabilidade<br />
pela condução e pelo sucesso do tratamento. Para Rogers, o terapeuta<br />
apenas facilita o processo. Em seu ideal de ensino, o papel do professor se<br />
62 62<br />
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assemelha ao do terapeuta e o papel do aluno se assemelha ao do cliente.<br />
Isso quer dizer que a tarefa do professor é facilitar o aprendizado, que o aluno<br />
conduz a seu modo.<br />
A corrente de Rogers ficou conhecida como humanista, porque, em<br />
acentuado contraste com a teoria freudiana, ela se baseia numa visão otimista<br />
do homem. Para Rogers, a sanidade mental e o desenvolvimento pleno<br />
das potencialidades pessoais são tendências naturais da evolução humana.<br />
Removidos eventuais obstáculos nesse processo, as pessoas retomam a<br />
progressão construtiva.<br />
Segundo a professora Ana Gracinda Queluz, pró-reitora adjunta de<br />
pesquisa e pós-graduação da USP, “ele chamou a atenção para a formação<br />
da pessoa, a importância de viver em busca de uma harmonia consigo mesma<br />
e com o entorno social”.<br />
3.7.3. 3.7.3. Rogers Rogers Rogers e e o o organismo organismo humano<br />
humano<br />
Rogers sustentava que o organismo humano possui uma tendência à<br />
atualização, que tem como fim a autonomia. Na teoria rogeriana, essa é a<br />
única força motriz dos seres vivos. Nos seres humanos o processo constante<br />
de atualização gerou a sociedade e a cultura, que se tornam forças independentes<br />
dos indivíduos e podem trabalhar contra o desenvolvimento de suas<br />
potencialidades. Ele afirma que o saudável é natural.<br />
Uma crença básica de Rogers é que o organismo humano sabe o que<br />
é melhor para ele e para isso conta com sentidos aprimorados ao longo da<br />
evolução da espécie. O tato, o olfato e o paladar reconhecem como<br />
prazeroso o sabor e os cheiros agradáveis, por exemplo, e isso é o que ele<br />
considera saudável. Igualmente, nossos instintos estão prontos a valorizar a<br />
“consideração positiva”, o conceito rogeriano engloba atitudes como cuidado,<br />
carinho, atenção etc. Até aqui, tudo bem – as pessoas sabem o que é<br />
bom para elas e podem encontrar aquilo de que necessitam na natureza e<br />
na família. O problema, segundo Rogers, é que a sociedade e a cultura desenvolvem<br />
mecanismos que contrariam essas relações potencialmente harmoniosas.<br />
3.7.4. 3.7.4. Funcionalidade Funcionalidade Funcionalidade plena<br />
plena<br />
Do conflito entre o indivíduo (“sou”) e o que se exige dele (“devo ser”)<br />
nasce o que Rogers chama de incongruência, que gera sofrimento. Esse é o<br />
processo que, para ele, define neurose. Ao ser pressionado a corresponder<br />
às expectativas sociais, a pessoa se vê numa situação de ameaça, o que a<br />
leva a desenvolver defesas psicológicas.<br />
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63 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Diante desse conflito, o objetivo do terapeuta e do professor é permitir<br />
que seus clientes e alunos se tornem pessoas “plenamente funcionais”, ou<br />
seja, saudáveis. As principais marcas desse estado de funcionalidade são a<br />
abertura a novas experiências, a capacidade de viver o aqui e o agora, a<br />
confiança nos próprios desejos e intuições, a liberdade e a responsabilidade<br />
de agir e a disponibilidade para criar.<br />
Já que se tornar uma pessoa saudável é, basicamente, uma questão<br />
de ouvir a si mesma e satisfazer os próprios desejos (ou interesses), as melhores<br />
qualidades de um terapeuta ou de um professor se baseiam em facilitar<br />
esses processos e interferir o menos possível. É esse o significado do termo<br />
“não-diretivo”, a marca registrada do rogerianismo.<br />
Para que o terapeuta ou o professor seja capaz de exercer tal papel,<br />
três qualidades são requeridas:<br />
1. Congruência: ser autêntico com o cliente/aluno;<br />
2. Empatia: compreender seus sentimentos;<br />
3. Respeito: “consideração positiva incondicional”, no jargão<br />
rogeriano.<br />
Para Para Para Para Para pensar: pensar: pensar: pensar: pensar:<br />
Uma crítica que se costuma fazer à influência de Rogers na educação<br />
é que suas idéias incentivam uma liberdade sem limites, permitindo<br />
que os alunos façam o que querem, levando à indisciplina e ao individualismo.<br />
Outra objeção comum, desta vez no campo teórico, é que Rogers via<br />
os seres humanos com excessiva benevolência, sem levar em consideração<br />
possíveis impulsos inatos para a agressividade, a competição ou a<br />
autodestruição.<br />
Baseado em sua experiência em sala de aula, qual é sua opinião?<br />
É possível fundamentar a prática pedagógica na idéia de que todo<br />
aluno tem tendência natural ao aprendizado e a relações interpessoais construtivas?<br />
3.7.5. 3.7.5. O O mais mais importante importante é é a a relação relação aluno-pro- aluno-proaluno-pro- fessor<br />
fessor<br />
No campo da educação, Carl Rogers pouco se preocupou em definir<br />
práticas. Chegou a afirmar que “os resultados do ensino ou não têm importância<br />
ou são perniciosos”. Acreditava ser impossível comunicar diretamente<br />
64 64<br />
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DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
a outra pessoa o conhecimento que realmente importa e que ele definiu<br />
como “a verdade que foi captada e assimilada pela experiência pessoal”.<br />
Além disso, Rogers estava convencido de que as pessoas só aprendem<br />
aquilo de que necessitam ou o que querem aprender. Sua atenção recaiu<br />
sobre a relação aluno-professor, que deve ser impregnada de confiança<br />
e destituída de noções de hierarquia. Instituições como avaliação, recompensa<br />
e punição estão completamente excluídas, exceto na forma de autoavaliação.<br />
Embora anticonvencional, a pedagogia rogeriana não significa<br />
abandonar os alunos a si mesmos, mas dar apoio para que caminhem sozinhos.<br />
3.8. 3.8. T TTeoria<br />
T eoria do do do Aprendizado Aprendizado Situado<br />
Situado<br />
O aprendizado situado é uma teoria geral de aquisição de conhecimento<br />
proposta por Jean Lave. Ela foi aplicada em atividades de aprendizado<br />
baseadas na tecnologia para escolas, que focalizam as habilidades na resolução<br />
de problemas.<br />
A educação atual esquematiza conceitos gerais de um conhecimento<br />
para facilitar sua explicação para os alunos. No entanto, essa forma de ensinar<br />
um conhecimento é muito abstraída da situação real que produziu este<br />
conhecimento. Por isso, os alunos têm contato com um tipo passivo de conhecimento,<br />
pois eles não aprendem como ele funciona em uma situação<br />
real. Por não conhecer o contexto no qual um conhecimento opera, os alunos<br />
não aprendem a aplicar aquele conhecimento com mais propriedade.<br />
O contexto de atividade de um conhecimento detém importantes aspectos<br />
de conhecimento implícitos em uma forma cultural de ver, produzir e<br />
usar as ferramentas. Ao experienciar todos estes aspectos, os alunos podem<br />
construir modelos para produzir um tipo de conhecimento ativo, que é abertamente<br />
influenciado pelo contexto de aplicação. O conhecimento deveria<br />
ser ensinado em uma visão integrada de seu contexto, atividade, ferramentas<br />
e cultura. Esses fatores desempenham um importante papel na cognição do<br />
conhecimento.<br />
Em uma visão geral, o aprendizado é uma função da atividade, do<br />
contexto e da cultura na qual ele ocorre, isto é, ele é situado. Isto contrasta<br />
com a maior parte das atividades de aprendizado em sala de aula, que envolvem<br />
o conhecimento abstrato e fora do contexto.<br />
A interação social é um componente crítico do aprendizado situado.<br />
Os aprendizes se tornam envolvidos em uma “comunidade de prática” que<br />
incorpora certas convicções e comportamentos a serem adquiridos.<br />
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65 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
3.8.1. 3.8.1. P PPrincípios<br />
P rincípios da da TT<br />
Teoria T eoria do do Aprendizado Aprendizado SituaSitua-<br />
do<br />
do<br />
I. O conhecimento precisa ser apresentado em um contexto autêntico,<br />
isto é, quadros e aplicações que normalmente envolvem o conhecimento.<br />
II. O aprendizado requer interação e colaboração social.<br />
Para facilitar o entendimento referente à aplicabilidade da teoria do<br />
aprendizado situado podemos dizer que aprendizes de um ofício e aprendizes<br />
cognitivos aprendem de formas similares, adquirindo e desenvolvendo ferramentas<br />
através do trabalho e da participação em seu campo de atividade.<br />
Na aprendizagem dos aprendizes de ofício, mestres modelam suas estratégias<br />
e tornam o seu conhecimento explícito dentro da atividade. Então<br />
eles endossam a autonomia do aprendiz para executar tarefas. Interações<br />
sociais são muito importantes para circular o conhecimento, enquanto os<br />
aprendizes observam os praticantes em ação. Isso envolve um trabalho de<br />
natureza colaborativa.<br />
são:<br />
Algumas características da natureza colaborativa do aprendizado<br />
a) resolução de problemas coletiva, a qual geram, sinergicamente,<br />
soluções que não ocorreriam de outra forma;<br />
b) mostra de papéis múltiplos - permite a observação de diferentes<br />
papéis, necessários para realizar a tarefa, enquanto a atividade<br />
está acontecendo;<br />
c) confronta estratégias ineficientes e concepções errôneas;<br />
d) possibilita habilidades de trabalho colaborativo, que são muito importantes<br />
para as condições do local de trabalho.<br />
Quando a teoria é aplicada, há uma aquisição gradual de conhecimentos<br />
e habilidades, à medida que os novatos aprendem com os mais experientes<br />
no contexto das atividades diárias.<br />
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ATI VI <strong>DA</strong>DE I I - Parte B<br />
1) Quais são os aspectos principais da Teoria Construtivista de<br />
Jerome Bruner?<br />
2) Quais são os aspectos principais da Teoria das Inteligências<br />
Múltiplas de Gardner?<br />
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67 Fundam entos da Educação
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3) Em que se baseia a escola ideal de Gardner ?<br />
4) O que é a inteligência para Gardner?<br />
5) Faça um resumo das inteligências múltiplas de Gardner:<br />
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6) Quais são os aspectos principais da Teoria da Instrução Ancorada<br />
ou da aprendizagem baseada em problemas?<br />
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7) Qual é o papel do professor da Teoria da Instrução Ancorada<br />
ou da aprendizagem baseada em problemas?<br />
8) Quais são os aspectos principais da Teoria Rogeriana de<br />
Carl Rogers?<br />
9) Quais são os aspectos principais da Teoria do Aprendizado<br />
Situado proposta por Jean Lave?<br />
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UNI <strong>DA</strong>DE I I I<br />
Noções de Psicologia da Educação<br />
1. 1. Psicologia<br />
Psicologia<br />
A psicologia organizou-se a partir da filosofia. No início, a psicologia<br />
se ocupava em estudar fenômenos como consciência, percepção e emoções.<br />
No século 20, após estudos iniciais em laboratório, realizados na Alemanha,<br />
o objeto de estudo da psicologia passou a ser definido como o<br />
comportamento humano. Hoje a psicologia pode ser definida como “a ciência<br />
que estuda o comportamento humano de forma metódica”, com a utilização<br />
de métodos científicos, e também o comportamento e os fatores de<br />
processos internos ou externos que o determinam ou o modificam.<br />
1.2. 1.2. Psicologia Psicologia Psicologia educacional<br />
educacional<br />
educacional<br />
O principal objetivo da psicologia educacional é possibilitar a aplicação<br />
do conhecimento científico psicológico na compreensão e intervenção<br />
de fenômenos tais como: aprendizagem, motivação, criatividade. É uma ciência<br />
aplicada que subsidia com princípios as intervenções que visam a eficiência<br />
do processo ensino-aprendizagem em sua concepção mais ampla.<br />
1.3. 1.3. Psicologia Psicologia no no trânsito<br />
trânsito<br />
É a ciência que estuda o comportamento dos deslocamentos do indivíduo<br />
no trânsito e, os fatores e processos conscientes e inconscientes que<br />
provocam ou alteram este comportamento.<br />
A psicologia do trânsito tem como objeto de estudo todos os comportamentos<br />
relacionados com o trânsito em prol da prevenção e modificação<br />
de comportamento de risco (falta de atenção, ultrapassagens sem condições,<br />
direção imprudente, agressividade, não cumprimento das normas de<br />
trânsito, etc.).<br />
1.4. 1.4. Fenômenos Fenômenos que que atuam atuam durante durante a a direção<br />
direção<br />
veicular<br />
veicular<br />
Considerando que o ato de conduzir um veículo envolve um complexo<br />
conjunto de fenômenos, passamos a abordar três destes fenômenos: a<br />
atenção, a motivação e a memória.<br />
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71 Fundam entos da Educação
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1.4.1. 1.4.1. A A atenção atenção<br />
atenção<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
A atenção é o principal fator da aprendizagem, sem o qual é impossível<br />
o sucesso de qualquer iniciativa. É uma reação profunda a determinado<br />
estímulo podendo ser encontrada sob duas formas: espontânea e voluntária.<br />
A atenção espontânea é a resposta do indivíduo quando é impelido<br />
pelas características de um estímulo que por si só é suficientemente forte, impondo<br />
- se ao foco da consciência, independente de qualquer outra circunstância<br />
presente no momento. Por exemplo: cores fortes, sons altos e luzes<br />
fortes.<br />
Já a atenção denominada voluntária ocorre quando há deliberada<br />
concentração do sujeito sobre determinado objeto, caracterizando - se<br />
como esforço consciente no qual o sujeito se empenha em função de seu<br />
elevado interesse; podendo variar com intensidade de acordo com o desenvolvimento<br />
e exclui tudo o que não é importante naquela circunstância, embora<br />
conviva com pequenas variações. Exemplos: ler um livro, tocar um instrumento<br />
musical, conduzir um automóvel.<br />
1.4.2. 1.4.2. A A motivação<br />
motivação<br />
A motivação é um fator decisivo em situações de aprendizagem, sendo<br />
assim, motivação é um processo constante e infinito no ser humano, é a<br />
busca da satisfação e da realização pessoal. Quando há ausência de motivação,<br />
o profissional tem dificuldades para levar o candidato à habilitação,<br />
ao êxito.<br />
A motivação está presente em praticamente todas as ações humanas<br />
podendo ocorrer privação ou necessidade ou por motivos inacessíveis à<br />
consciência, mas pode-se afirmar que é tríplice a sua finalidade:<br />
a) despertar o interesse;<br />
b) estimular o desejo de aprender gerando esforço;<br />
c) dirigir interesses e esforços para a realização de objetivos e metas<br />
definidos.<br />
A motivação humana é infinita e complexa, isto significa que o homem<br />
enquanto ser total, cada vez que alcança um estado de satisfação, um<br />
desejo, surgem outros sucessivamente.<br />
1.4.3. 1.4.3. Ação Ação e e reação<br />
reação<br />
Existem fatores internos (fatores endógenos) e externos (exógenos) que<br />
impulsionam as pessoas a agirem e reagirem. Esses comportamentos, essas<br />
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DISTÂNCIA
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ações, também se apresentam no trânsito e podem ser positivos ou negativos:<br />
Fatores endógenos positivos:<br />
· Manutenção da atenção durante o período em que estiver conduzindo<br />
um veículo, seja este veículo de passeio ou trabalho;<br />
· Manutenção das condições emocionais e psicológicas para um<br />
relacionamento correto nas relações interpessoais no trânsito (relacionamento<br />
com os demais motoristas e com os pedestres);<br />
Fatores endógenos negativos:<br />
· condições orgânicas (cansaço, embriaguez, uso de bebida alcoólica,<br />
uso de drogas, etc);<br />
· comprometimentos psíquicos e mentais (síndromes, distúrbios psíquicos<br />
e transtornos emocionais).<br />
Podemos acrescentar neste contexto, os fatores advindos do meio externo<br />
(fatores exógenos), que podem ser positivos e negativos.<br />
Fatores exógenos positivos:<br />
· legislação de trânsito, saber o que significam as leis de trânsito e<br />
sua aplicabilidade no dia-a-dia;<br />
· qualidade e condições dos veículos, pois mantendo o veículo em<br />
boas condições de uso, o motorista dificilmente terá problemas.<br />
Fatores exógenos negativos:<br />
· legislação de trânsito inoperante, ou seja, leis de trânsito que existem,<br />
porém não funcionam;<br />
· imprudência ou falta de equipamentos de segurança no veículo,<br />
como por exemplo cinto de segurança em má condição de uso e<br />
pneus “carecas”.<br />
1.4.4. 1.4.4. 1.4.4. A A memória<br />
memória<br />
A memória tem por funções registrar, armazenar e evocar<br />
(rememorar) fatos e informações. A memória está sempre referida ao passado<br />
e supõe reconhecimentos (reconhecer ou recordar algo ou um determinado<br />
fato).<br />
Existem fatores que contribuem para uma boa memória. O primeiro<br />
requisito de uma boa memória é a obtenção de uma impressão nítida, vívida<br />
e exata. Quanto mais intensa tenha sido a experiência inicial melhor será a<br />
recordação de um fato ocorrido.<br />
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73 Fundam entos da Educação
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O segundo requisito da boa memória é a repetição da impressão e o<br />
terceiro é a associação de idéias. Existem também fatores que contribuem<br />
para dificuldades de memória ou esquecimento e esses fatores poder ser, entre<br />
outros, o cansaço, patologias (doenças) cerebrais; conflitos (com a própria<br />
pessoa ou com outros motoristas ou pedestres); desuso de uma determinada<br />
função e a própria motivação.<br />
Além das contribuições genéricas da psicologia no campo da saúde<br />
mental, destacam-se nesta unidade algumas contribuições da psicologia<br />
educacional enquanto um ramo da psicologia que contribui diretamente<br />
para a aprendizagem dos candidatos à obtenção da Carteira Nacional de<br />
Habilitação, bem como instrumentalizar o Diretor para situações que subsidiem<br />
os instrutores na sua atividade.<br />
2. 2. 2. Currículo Currículo e e e construção construção construção do do conhecimento conhecimento conhecimento no no no pro- pro- pro- pro- pro-<br />
cesso cesso de de ensino ensino e e de de aprendizagem.<br />
aprendizagem.<br />
O currículo estabelece uma gama de determinados conhecimentos e<br />
saberes necessários em um determinado contexto educacional. Os currículos<br />
tradicionais têm sua ênfase voltada para a eficiência, a produtividade, a organização<br />
e o desenvolvimento. O currículo tradicional é essencialmente<br />
técnico e a educação é vista como um processo de moldagem.<br />
Na década de 1960 surgem as teorias críticas aos currículos praticados<br />
pelas instituições de ensino e indicando-o como responsável pelas injustiças<br />
sociais relativas ao acesso à educação nesta época. A escola cumpria<br />
seu papel social através dos conteúdos que repercutiam na formação de atitudes<br />
necessárias no mercado de trabalho capitalista. Na década de 1970,<br />
houve um movimento de reconceituação do currículo que era considerado<br />
tecnocrático.<br />
O currículo representa o conhecimento escolar, as histórias de vida e<br />
o desenvolvimento intelectual e profissional, permitindo a transformação do<br />
próprio eu. Representa ainda as estruturas econômicas e sociais mais amplas<br />
e têm a possibilidade de construir significados, valores sociais e culturais. O<br />
currículo pode ser visto como meio de emancipação e de libertação.<br />
3. 3. 3. P PPrincípios<br />
P rincípios P PPedagógicos<br />
P edagógicos na na Educação Educação<br />
Educação<br />
Entendemos que a pedagogia é a filosofia, a ciência e a técnica da<br />
educação. Os princípios pedagógicos se referem principalmente aos processos<br />
educativos relacionados à educação das crianças. Devido ao fato de<br />
que, quando crianças somos dependentes, poucas escolhas nos são permitidas,<br />
dentre elas o que iremos aprender. Na escola, por meio do método pe-<br />
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dagógico, seguimos um currículo padronizado que é definido pelos professores,<br />
que por sua vez se baseiam nas exigências da sociedade.<br />
4. 4. 4. Princípios Princípios Andragógicos Andragógicos Andragógicos na na Educação<br />
Educação<br />
Os Princípios Andragógicos se referem à filosofia, à ciência e à técnica<br />
que se propõe a conduzir o adulto à aprendizagem por experiência própria.<br />
Quando nos tornamos adultos, adquirimos autonomia e passamos a<br />
tomar nossas próprias decisões. Isso nos permite criar um certo bloqueio<br />
quanto a imposições e exigências que não se mostram agradáveis aos nossos<br />
olhos.<br />
Saímos da escola para ingressar numa faculdade e damos início à<br />
nossa carreira profissional, ingressando em um novo estágio de vida. Mesmo<br />
assim, fica óbvio que o processo de aprendizado não é encerrado. Precisamos<br />
constantemente nos prover de informações e habilidades que nos permitam<br />
evoluir como pessoa e como profissional.<br />
Quando o homem se torna independente passa a rejeitar imposições, e<br />
a pedagogia se torna ineficaz no processo de ensino do adulto. Ele não aceita<br />
mais se submeter às ordens de um educador. Ter o educador como principal<br />
referência de informações e fonte de conhecimentos, torna-se ineficaz.<br />
Neste momento existe a opção pela andragogia; o adulto possui plena<br />
consciência dos conhecimentos que precisa adquirir para se desenvolver<br />
e vai em sua busca por saber que irá colocá-los em prática no seu dia-a-dia<br />
da maneira que julgar correta. O adulto é o responsável por sua pessoa, é<br />
ele quem decide quando, como e onde irá buscar seu aprendizado, podendo<br />
suprir sua carência de forma independente, com capacidade plena de se<br />
autodesenvolver.<br />
O adulto se dispõe a aprender a partir do momento em que percebe<br />
que precisa se aprimorar, decide que quer aprender e vai em busca do conhecimento.<br />
No método andragógico o aprendiz se torna o centro das atenções,<br />
e passa a ditar o que quer aprender e como irá aprender. A aprendizagem<br />
para a pessoa adulta refere-se a algo que tenha significado para seu<br />
dia-a-dia e não somente a pura e simples retenção de conhecimento.<br />
5. 5. Práticas Práticas pedagógicas pedagógicas na na aprendizagem aprendizagem de de jovens<br />
jovens<br />
e e de de adultos<br />
adultos<br />
No âmbito das práticas pedagógicas há diferenças de interesses, de<br />
motivações e de atitudes face ao processo educacional entre os jovens e<br />
adultos. O jovem tem um olhar para o futuro. Na transição da infância para<br />
a fase adulta, o jovem está ligado às inovações tecnológicas, aos modismos<br />
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dos meios de comunicação, ou seja, às mudanças que ocorrem no mundo.<br />
O adulto está mais interessado na vida profissional, em ser inserido no mercado<br />
de trabalho, com um olhar voltado para a sua situação de vida presente.<br />
A discussão entre ensino e aprendizagem para crianças e adultos geralmente<br />
considera que nós sabemos como as crianças aprendem e devemos<br />
desenvolver técnicas de ensino apropriadas para elas. Quanto aos adultos,<br />
acredita-se que aprendem de modo diferente não podendo ser aplicados<br />
os métodos escolares tradicionais.<br />
No entanto, em ambos os casos, o professor precisa se perguntar sobre<br />
as necessidades e os objetivos de seus estudantes. Com base nessas informações,<br />
o professor tem melhores condições para ajudá-los a aprender<br />
efetivamente.<br />
5.1. 5.1. As As diferenças diferenças individuais<br />
individuais<br />
Como os indivíduos diferem uns dos outros de várias maneiras, podemos<br />
identificar as diferenças gerais entre adultos e crianças que o professor<br />
deve considerar, conforme segue:<br />
a) Os adultos devem ter desejo de aprender que os leve a adquirir<br />
conhecimento e/ou habilidades.<br />
b) Os adultos aprendem somente o que sentem necessidade de<br />
aprender, necessitam de conhecimentos com aplicabilidade imediata;<br />
e os ensinamentos devem ser simples e diretos.<br />
c) Os adultos aprendem fazendo; a retenção do conhecimento é<br />
mais elevada quando o homem participa ativamente do processo<br />
de aprendizagem. Considerados estudos atuais, os adultos esquecem<br />
50% do que aprendem de forma passiva em ano e, em dois<br />
anos esquecerão 80%.<br />
d) A aprendizagem se centraliza em problemas reais, tirados de experiências,<br />
com soluções práticas e precisas, das quais se possam<br />
deduzir princípios.<br />
e) Os novos conhecimentos devem ser relacionados e integrados<br />
com suas experiências anteriores.<br />
f) Os adultos aprendem melhor em ambiente informal.<br />
g) Os adultos querem sentir-se responsáveis por sua própria aprendizagem;<br />
eles necessitam de oportunidades onde realizem a autoavaliação<br />
de seu processo.<br />
Nesse contexto, como acontecem os processos educativos dos Jovens<br />
e dos Adultos?<br />
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5.2. 5.2. P PPaulo<br />
P aulo FF<br />
Freire F Freire<br />
reire e e a a educação educação de de adultos<br />
adultos<br />
Uma referência importante sobre esse assunto nos remete às considerações<br />
de Paulo Freire sobre como a prática da educação de jovens e adultos<br />
pode ser desenvolvida:<br />
I. I. De De forma forma dialógica: dialógica: dialógica: o educador deve estimular a participação<br />
efetiva dos educandos na sala de aula, expressando de forma oral<br />
e escrita os seus conhecimentos e interagindo dialogicamente<br />
com o professor no processo ensino-aprendizagem.<br />
II. II. Conteúdos Conteúdos trabalhados trabalhados a a partir partir da da realidade realidade social social dos<br />
dos<br />
alunos: alunos: a relação do educador com a realidade contextual do<br />
educando não se coloca apenas para o melhor exercício da atividade<br />
docente, mas serve também para o educador aprender, adquirir<br />
conhecimentos e estabelecer uma relação mútua de aprendizagem.<br />
III. III.Criar III. Criar situações situações variadas variadas de de aprendizagem: aprendizagem: o estudo pode ser<br />
ao mesmo tempo trabalho, lazer e esforço proporcionando ao<br />
educando a possibilidade de ser o sujeito do conhecimento. Devem<br />
ser priorizadas atividades que fazem o educando pensar, descobrir,<br />
recriar, possibilitando avançar no conhecimento do mundo<br />
e na simulação de situações reais.<br />
IV IV. IV Desenvolver Desenvolver técnicas técnicas técnicas diversificadas: diversificadas: trazer para sala de aula, o<br />
cotidiano, as simulações, a resolução de problemas. Utilizar nas<br />
atividades da sala de aula as variadas formas de linguagem, verbal,<br />
escrita, instrumentais e tecnologias.<br />
V. Prática rática educativa educativa que que considere:<br />
considere:<br />
a) A permanente reflexão sobre a prática;<br />
b) O processo formativo de construção do saber-fazer pedagógico<br />
dos educadores no cotidiano social;<br />
c) A valorização da pessoa do educador e do educandos (vistos<br />
como sujeitos do conhecimento);<br />
d) A interação intersubjetiva com o outro, as pessoas e suas diversidades<br />
culturais, sociais e pessoais;<br />
e) As representações, as ideologias e os imaginários envolvidos na<br />
prática docente;<br />
f) A realização de atividades investigativas e de intervenção social.<br />
g) Uma pedagogia dialógica com uma nova cultura a da solidariedade,<br />
capaz de redimensionar os papéis tradicionalmente estabe-<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
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77 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
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lecidos e a superação de práticas individualistas para um trabalho<br />
coletivo e solidário, envolvendo a comunidade.<br />
h) Prática que possibilite na vivência coletiva com o outro, o aprendizado<br />
do sentimento de respeito à pessoa humana e à cultura do<br />
outro.<br />
6. 6. Andragogia<br />
Andragogia<br />
Como estamos tratando dos processos educacionais relativos aos<br />
métodos de ensino relacionados à andragogia. O principal objetivo da<br />
andragogia é o de aumentar o conhecimento de seus alunos para que sejam<br />
aproveitados de maneira prática. O ensino andragógico resulta na criação e<br />
na especialização de conhecimentos, atitudes e habilidades que, ao serem<br />
colocados em prática, trazem novas reflexões, novos modos de compreensão<br />
com intervenção direta na vida do aluno e das pessoas com que ele<br />
convive.<br />
6.1. 6.1. Os Os objetivos objetivos da da Andragogia<br />
Andragogia<br />
Segundo Erickson, os objetivos da andragogia podem ser subdivididos<br />
em alguns pontos principais:<br />
1. Desenvolver capacidades a curto prazo: este objetivo trata das<br />
questões relativas às novas tecnologias, aos processos e informações<br />
que surgem de maneira cada vez mais rápida e inesperada.<br />
Não estar apto a lidar com elas pode resultar em problemas, seja<br />
na vida pessoal ou profissional. Como exemplos dessa situação,<br />
podemos citar a revolução industrial, o advento da internet ou a<br />
simples necessidade do profissional em mudar de área buscando<br />
assim novas especializações.<br />
2. Necessidade de aumentar conhecimentos: nos dias atuais as informações<br />
surgem, alteram-se e são inovadas constantemente e com<br />
extrema rapidez. O conhecimento se torna a base para desenvolver<br />
qualquer habilidade ou atitude na prática.<br />
3. Melhorar atitudes e comportamentos: a necessidade de aperfeiçoamento<br />
tem o objetivo de gerar resultados cada vez melhores, livrando-se<br />
de vícios comportamentais, buscando propostas de<br />
mudança, alterando pontos que geram incômodos e desconfortos<br />
no aprendiz, fortalecendo assim seus pontos positivos.<br />
4. Modificar hábitos: a estagnação e o comodismo são características<br />
muito nocivas; a resistência em mudar os hábitos dos quais temos<br />
consciência de que nos prejudicam é pior ainda. A andragogia faz<br />
78 78<br />
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DISTÂNCIA
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que o aluno identifique em si mesmo hábitos que são prejudiciais,<br />
dando-lhe condições de mudá-los ou de excluí-los de seu cotidiano,<br />
sempre embasado por atitudes e experiências anteriores que<br />
reforçam sua observação e sua decisão.<br />
O estudioso Eduard C. Linderman focou seu trabalho de pesquisa na<br />
educação de adultos. Publicou em 1926 seu trabalho intitulado “The<br />
Meaning of Adult Education” Suas idéias eram fortemente influenciadas pela<br />
filosofia educacional de John Dewey. Os pressupostos educacionais apontados<br />
por Linderman envolvem a educação de adultos com ênfase nas situações<br />
e não nas disciplinas. Segundo ele, os textos e os professores assumem<br />
um papel secundário na andragogia; a atenção máxima do processo de<br />
aprendizagem deve estar voltada totalmente para o aluno.<br />
6.2. 6.2. 6.2. Pressupostos Pressupostos para para para a a a aprendizagem aprendizagem aprendizagem de de de adultos adultos<br />
adultos<br />
Em seu estudo, Linderman identificou cinco pressupostos principais<br />
que são pontos-chave para a aprendizagem do adulto. São eles:<br />
a) Adultos são motivados a aprender, à medida de seus interesses e<br />
necessidades. Estes são os pontos mais apropriados para se dar<br />
início à organização das atividades de aprendizagem do adulto.<br />
b) A orientação de aprendizagem do adulto está centrada em sua<br />
vida; portanto, as unidades apropriadas para organizar seu programa<br />
de aprendizagem são as situações de vida e não as disciplinas.<br />
O aluno é quem deve determinar junto ao professor o que<br />
deve ser ensinado para que seus anseios sejam satisfeitos.<br />
c) A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto,<br />
o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das<br />
experiências externas e do próprio cotidiano de cada aluno. Praticamente<br />
todo o conteúdo deve ser de utilidade prática e imediata,<br />
não esquecendo que deve provocar mudanças de atitudes e a especialização<br />
de habilidades que geram resultados em longo prazo.<br />
d) Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos,<br />
por isto, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua<br />
investigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento<br />
e depois avaliá-los.<br />
e) As diferenças individuais entre pessoas crescem com a idade; por<br />
isto a educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo,<br />
tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.<br />
A educação é um caminho que possibilita ao homem experimentarse,<br />
sentir, aprender e traçar novas possibilidades de caminhar, apropriando-<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
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79 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
se do conhecimento vivido, compreendido e transformado no dia-a-dia pelas<br />
relações e pelo diálogo. Contudo, não podemos ensinar diretamente outra<br />
pessoa; podemos apenas facilitar sua aprendizagem. Um adulto aprende<br />
significativamente as coisas que estão ligadas à manutenção ou à ampliação<br />
de seu conhecimento e de sua personalidade.<br />
6.3. 6.3. Carl Carl Jung Jung e e a a Andragogia<br />
Andragogia<br />
Nesse sentido, Carl Jung forneceu um grande suporte para a<br />
Andragogia ao introduzir a noção de que a consciência humana possui quatro<br />
funções ou quatro maneiras de extrair informações das experiências vividas.<br />
Estas funções estão listadas a seguir:<br />
• Sensação: por meio de uma sensação, seja ela agradável ou não,<br />
pode-se tirar grandes proveitos e boas lições.<br />
• Pensamento: possibilita a reflexão a respeito de algum fato que esteja<br />
relacionado ao cotidiano do aluno.<br />
• Emoção: os sentimentos provocados por situações vividas ou expostas<br />
podem promover um aprendizado provocado por emoções<br />
e dependendo da intensidade será sempre relembrado, remetendo<br />
a novos pensamentos.<br />
• Intuição: independente de a intuição ter se mostrado verdadeira<br />
ou não, irá gerar aprendizado, principalmente no que está relacionado<br />
à autoconfiança do aluno, por exemplo: “Da próxima vez<br />
preciso ser mais realista” ou “Tivemos grande sucesso, eu sabia<br />
que estava certo em confiar em minha intuição”.<br />
É fato que em algumas das melhores classes de adultos é difícil de distinguir<br />
quem aprende mais: se é o aluno ou o professor. A relação educacional<br />
do adulto é baseada na interação entre facilitador e aprendiz, onde o aprendizado<br />
é recíproco e acontece em um clima de liberdade e pró-atividade.<br />
7. 7. Processos Processos de de Aprendizagem Aprendizagem na na Andragogia<br />
Andragogia<br />
Andragogia<br />
O processo de aprendizagem do adulto se desenvolve na seguinte ordem:<br />
a) Sensibilização (motivação)<br />
b) Pesquisa (estudo)<br />
c) Discussão (esclarecimento)<br />
d) Experimentação (prática)<br />
e) Conclusão (convergência)<br />
f) Compartilhamento (sedimentação de conhecimento).<br />
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DISTÂNCIA
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Sendo a experiência o fator que motiva mais o aluno adulto a produzi<br />
melhores resultados em sua aprendizagem, o ambiente criado pelo professor<br />
deve ser permeado de liberdade e incentivo para cada indivíduo falar de suas<br />
histórias, idéias e expressar suas opiniões.<br />
7.1. 7.1. Etapas Etapas básicas<br />
básicas<br />
Os processos de aprendizagem ocorrem por meio de três etapas básicas,<br />
sendo que uma não pode ficar sem a outra:<br />
I) Explicação: escutar corresponde a 10% da aprendizagem. Nesta<br />
fase o instrutor deve apenas falar. Apresenta-se a informação para<br />
correlacioná-la com a experiência do participante.<br />
II) Demonstração: visualizar corresponde a 20% da aprendizagem.<br />
Nesta fase é interessante que o instrutor junte a explicação com a<br />
demonstração, ou seja, fazer uso de materiais que permitem unir o<br />
“ouvir” com o “visualizar”. Mostra-se ao participante como fazer<br />
e ele vê como funciona.<br />
III) Praticar ou Fazer: corresponde a 70% da aprendizagem. Essa é a<br />
melhor forma de aprender. É muito importante que nessa fase o<br />
instrutor acompanhe de perto o processo, dando sempre o<br />
feedback.<br />
A prática serve de feedback. Para dar um feedback nos processos<br />
avaliativos, o instrutor não deve falar em “pontos fortes” e “pontos<br />
fracos” e sim “pontos altos” e “pontos a melhorar”. A repetição é um<br />
processo que ajuda a recordar e a reter a informação. Em suma, podemos<br />
dizer que “Esqueço o que ouço, recordo o que vejo, compreendo o<br />
que faço”.<br />
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ATI VI <strong>DA</strong>DE I I I<br />
1) ASSINALE COM “ V” PARA VER<strong>DA</strong>DEIRO E “ F” PARA FALSO<br />
a) ( ) A psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano de forma<br />
metódica, ou seja, utilizando-se de métodos científicos, o comportamento<br />
e os fatores de processos internos e externos que o determinam<br />
ou se modificam.<br />
b) ( ) A psicologia educacional tem por objetivo possibilitar a aplicação do<br />
conhecimento científico psicológico na compreensão e intervenção<br />
de fenômenos tais como a aprendizagem, a motivação e a<br />
criatividade.<br />
c) ( ) A psicologia educacional é uma ciência aplicada que subsidia com<br />
princípios as intervenções que visam a eficiência do processo ensino e<br />
de aprendizagem em sua concepção mais ampla.<br />
d) ( ) A psicologia do trânsito é a ciência que estuda o comportamento e o<br />
deslocamento dos indivíduos, veículos e animais no trânsito e, aos fatores<br />
e processos conscientes e inconscientes que provocam ou alteram<br />
este comportamento.<br />
e) ( ) A psicologia do trânsito é a ciência que estuda o comportamento e o<br />
deslocamento do indivíduo no trânsito e os fatores e processos conscientes<br />
e inconscientes que provocam ou alteram este comportamento.<br />
f) ( ) A psicologia do trânsito tem por objeto de estudos todos os comportamentos<br />
relacionados com o trânsito em prol de prevenção e modificação<br />
de comportamento de risco.<br />
g) ( ) São considerados comportamentos de risco no trânsito: a falta de atenção,<br />
ultrapassagens sem condições, direção imprudente,<br />
agressividade, etc.<br />
2) RESPON<strong>DA</strong><br />
a) Qual é o principal fator da aprendizagem e como ele pode ser definido?<br />
82 82<br />
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DISTÂNCIA
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b) O que é atenção espontânea?<br />
c) O que é atenção voluntária?<br />
d) O que é motivação?<br />
e) O que é a tríplice finalidade da motivação?<br />
3) DIFERENCIE<br />
Atenção espontânea de atenção voluntária.<br />
4) EXPLIQUE<br />
a)Os fatores internos (endógenos).<br />
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83<br />
83 Fundam entos da Educação
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b) Como estes fatores se apresentam no trânsito.<br />
c) Os fatores externos (exógenos).<br />
d) Como estes fatores se apresentam?<br />
5) PENSE E ESCREVA<br />
Sobre a memória.<br />
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6) O que representa o currículo nos processos educativos?<br />
7) A que se refere a pedagogia?<br />
8) A que se refere a andragogia?<br />
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DISTÂNCIA
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9) Assinale V para verdadeiro e F para falso:<br />
( )Os pressupostos pedagógicos para o ensino de adultos estão presentes na<br />
andragogia e principalmente na pedagogia.<br />
( ) Quando o homem se torna independente passa a rejeitar imposições, e a<br />
pedagogia se torna ineficaz no processo de ensino do adulto.<br />
( )A andragogia é o oposto da pedagogia.<br />
( ) O adulto possui plena consciência dos conhecimentos que precisa adquirir<br />
para se desenvolver e vai em sua busca da aplicabilidade dos conceitos<br />
aprendidos no seu dia-a-dia da maneira que julgar correta.<br />
( ) O adulto se dispõe a aprender a partir do momento em que percebe que<br />
precisa se aprimorar, decide que quer aprender e vai em busca do conhecimento.<br />
a) ( ) F,V,F,V,F.<br />
b) ( ) V,V,V,V,V.<br />
c) ( ) V,F,V,F,F.<br />
d) ( ) F,V.F,V,V.<br />
e) ( ) F,V,V,V,V.<br />
10) Quais as diferenças gerais entre adultos e crianças que o<br />
professor deve considerar no processo de ensino e de<br />
aprendizagem?<br />
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11) Os processos de aprendizagem na andragogia ocorrem por<br />
meio de três etapas básicas, são elas:<br />
86 86<br />
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UNI <strong>DA</strong>DE I V<br />
O instrutor com o educador<br />
Hoje, o trânsito é objeto de estudos de entidades governamentais e<br />
privadas em praticamente todos os países do mundo. Tais estudos visam<br />
como resultado a melhor qualidade de vida do cidadão, bem como das cidades.<br />
Objetivam uma melhor fluidez no tráfego e que todo indivíduo, condutor<br />
ou pedestre, se conscientize de seus deveres e obrigações no que<br />
concerne ao trânsito, enquanto meio facilitador do dia-a-dia das vias públicas.<br />
Desta forma, o instrutor atua como peça fundamental neste processo,<br />
pois ele não apenas ensina conhecimentos teórico-científicos e práticos, mas<br />
educa e participa do referido processo.<br />
Qualquer indivíduo que objetive exercer a profissão de instrutor necessita<br />
passar por um processo de auto-reflexão que lhe permita concluir a<br />
que se destina esta profissão. Atualmente verifica-se que o instrutor deve ter a<br />
preocupação de preparar o aluno, não apenas para o exame da Carteira<br />
Nacional de Habilitação, mas sim para que ele assuma um comportamento<br />
seguro e confiável no trânsito. Se a modernidade exige que o condutor tenha<br />
tal comportamento, qual o papel a ser desempenhado pelo instrutor enquanto<br />
educador? O educador deve instruir para educar e para a realidade.<br />
1. 1. 1. Instruir Instruir para para para a a a realidade<br />
realidade<br />
O trânsito não é um assunto isolado no contexto da vida do ser humano.<br />
Existe a necessidade de se fazer uma educação de trânsito voltada<br />
para o indivíduo. Se é uma educação voltada para o indivíduo pensante, crítico<br />
e criativo, o instrutor deve estar atento para os seguintes itens:<br />
a) o aluno está inserido num contexto global; logo, devem ser atendidas<br />
as necessidades relativas ao lugar onde ele vive.<br />
b) a educação de trânsito deve obedecer então a realidade do aluno<br />
dentro do seu contexto sócio-cultural.<br />
1.1. 1.1. Instruir Instruir para para educar<br />
educar<br />
O instrutor deve ter absoluta consciência da importância do seu papel<br />
na sociedade. Para tanto deve instruir o seu aluno, educando-o com eficácia.<br />
Este mesmo instrutor deve se auto-avaliar, procurar sempre renovar<br />
seus conhecimentos e técnicas para poder educar os seus alunos e propiciar<br />
atitudes solidárias de comportamento no trânsito.<br />
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87<br />
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
O instrutor deve ser cordial, criativo, acreditar na capacidade de<br />
aprendizado do aluno, possuir controle emocional, enfim, respeitar o aluno<br />
com suas diferenças individuais. Deve estar apto a solucionar problemas e ter<br />
facilidade de adaptar-se a situações novas. É importante lembrar:<br />
a) O aluno, futuro condutor de veículos precisa entender os conhecimentos<br />
teóricos e práticos, porém, após o exame para obtenção<br />
da Carteira Nacional de Habilitação, ele deve colocar estes conhecimentos<br />
em prática no seu dia-a-dia como forma de contribuir<br />
para um trânsito mais humano.<br />
b) O aluno instruído em conformidade com o seu conceito<br />
sóciocultural e aliado à questão da abrangência global, usará todos<br />
os seus conhecimentos a seu favor e, consequentemente, beneficiará<br />
aos demais; com isto, a resultante será um trânsito seguro,<br />
fruto de uma instrução eficiente, fundamental ao processo<br />
educacional em que ele está inserido.<br />
c) Trânsito não se reduz à condução de veículos; há que se considerar<br />
o pedestre, as leis, as normas, as regras, ou seja, trânsito também<br />
é viver em sociedade.<br />
2. 2. P PPapel<br />
P apel e e responsabilidades responsabilidades do do instrutor instrutor no no proces proces-<br />
proces<br />
so so de de ensino ensino ensino e e de de aprendizagem aprendizagem de de adultos<br />
adultos<br />
O instrutor assume o papel de facilitador da aprendizagem nos processos<br />
educativos. Para que este papel seja cumprido é necessária a observação<br />
de alguns fatores como a criação de condições favoráveis para o treinamento,<br />
a apresentação de propostas voltadas à aplicabilidade no cotidiano<br />
do aluno, propiciar atividades que estimulem o grupo a trabalhar, providenciando<br />
os recursos didáticos necessários para que haja aprendizagem.<br />
segue:<br />
As responsabilidades básicas do instrutor estão elencadas conforme<br />
a) Planejar o treinamento;<br />
b) Elaborar o plano de aula ou roteiro didático;<br />
c) Verificar todos os materiais que precisam ser utilizados durante o<br />
treinamento;<br />
d) Conduzir o treinamento sem interrupções desnecessárias;<br />
e) Avaliar o treinamento final;<br />
f) Efetuar registros e controles, se estes forem estabelecidos.<br />
Para que o instrutor possa executar as tarefas referentes aos processos<br />
88 88<br />
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10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
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de ensino com êxito é necessário que se observem os objetivos do curso, o<br />
público-alvo, o conteúdo a ser ensinado e a metodologia a ser empregada.<br />
2.1.P 2.1.Perguntas 2.1.P erguntas norteadoras<br />
norteadoras<br />
Para facilitar essa tarefa, podemos fazer algumas perguntas que podem<br />
nortear o processo de planejamento das aulas:<br />
I) Quais e quantos são os alunos?<br />
II) Quais os objetivos ou resultados esperados do curso?<br />
III) Qual o conteúdo a ser ensinado?<br />
IV) Qual o embasamento e a experiência anterior destes alunos com<br />
este conteúdo?<br />
V) Esse curso permite atividades práticas?<br />
VI) Que roteiros ou seqüências são necessárias para realizar atividades<br />
práticas?<br />
VII) Qual o esquema de realização do curso?<br />
VIII) Este curso vai se realizar freqüentemente ou apenas uma única<br />
vez?<br />
IX) Quais os materiais didáticos que estão disponíveis para o curso?<br />
X) Quanto tempo é necessário para a realização deste curso?<br />
XI) Como vai ser a avaliação?<br />
2.2. 2.2. Práticas Práticas fundamentais<br />
fundamentais<br />
Podemos elencar algumas práticas fundamentais para auxiliar o processo<br />
de aprendizagem conduzido pelo instrutor:<br />
a. Estar em constante processo de avaliação como instrutor, procurando<br />
conhecer-se melhor como pessoa, não ignorando seus<br />
próprios preconceitos quanto aos métodos aplicados no ensino.<br />
b. Compreender o contexto em que o curso se insere. Algumas perguntas<br />
básicas podem auxiliar nesse processo: Onde os alunos<br />
vão aplicar o que aprendem?<br />
c. Que resultados se espera com a aplicação daquilo que aprenderam?<br />
d. Qual o clima que encontrarão para aplicar o aprendido?<br />
e. Saber colocar-se no lugar do aluno: identificar seus mecanismos<br />
de compreensão e de memorização.<br />
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89<br />
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f. Escolher os métodos mais eficazes para a situação: conhecer os<br />
diferentes métodos ensino que vão do uso do quadro-negro até<br />
os mais modernos recursos tecnológicos. Exercer espírito crítico e<br />
selecionar os métodos que melhor se apliquem aos objetivos do<br />
treinamento.<br />
g. Aprender a transmitir conhecimentos a um grupo: estabelecer<br />
uma boa comunicação com o grupo, dinamizá-lo e proporcionar<br />
atividades que favorecem o trabalho de um grupo heterogêneo.<br />
h. Desenvolver uma dinâmica de grupo eficaz e pessoal. Preparar e<br />
montar um ambiente adequado para o aprendizado.<br />
i. Preparar as aulas com antecedência.<br />
j. Utilizar todas as informações úteis o curso.<br />
l. Assegurar-se de que os objetivos previstos estão sendo atingidos.<br />
m. Assegurar-se de que os conhecimentos adquiridos serão utilizados.<br />
n. Assegurar-se de que os métodos empregados são eficazes.<br />
o. Nunca deixar de crer que pode aprender duas vezes ou mais com<br />
seus alunos, afinal todo aquele que compartilha aprende duas vezes<br />
com o exemplo alheio.<br />
3. 3. 3. Orientações Orientações básicas básicas para para a a condução condução de de um um curso:<br />
curso:<br />
3.1. 3.1. Conduta Conduta do do instrutor<br />
instrutor<br />
a) Estar motivado e acreditar no trabalho que irá realizar. É impossível<br />
obter-se motivação dos alunos se o próprio instrutor não estiver<br />
motivado.<br />
b) Demonstrar disposição para o trabalho, afinal o instrutor é o animador<br />
do grupo, e dele se espera empenho e interesse pela atividade.<br />
c) Atuar com objetividade e dinamismo, imprimindo um ritmo rápido<br />
e ágil ao grupo de trabalho.<br />
3.2. 3.2. Relacionamento Relacionamento com com participantes<br />
participantes<br />
a) Respeitar e valorizar a presença e a participação de todos os alunos.<br />
O instrutor deve controlar-se para não mostrar preferências<br />
pelos mais desembaraçados e rejeição pelos mais tímidos. Todos<br />
são importantes, têm contribuições a compartilhar, e também necessitam<br />
aprender.<br />
90 90<br />
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b) Evitar condutas inadequadas dos participantes. É importante que<br />
eles se sintam à vontade e se descontraiam; isto facilita a<br />
integração e a aprendizagem. O que se deve é evitar situações<br />
anárquicas, em que cada um faz o que quer e manifestações sarcásticas<br />
ou depreciativas do instrutor ou dos participantes.<br />
c) O instrutor não deve apresentar um comportamento rígido e repressivo,<br />
criando um clima de receio ou de excessiva inflexibilidade.<br />
3.3. 3.3. Condução Condução do do grupo<br />
grupo<br />
a) Promover a participação ativa de cada aluno.<br />
b) Ser um facilitador, não um “show man”. Os alunos precisam, ao<br />
final do curso, lembrar-se de seu conteúdo e não de seu instrutor.<br />
c) Evitar o monopólio das sessões por um ou mais participantes.<br />
d) Evitar polêmicas insolúveis.<br />
e) Evitar desvios para assuntos paralelos, complementares ou secundários.<br />
3.4. 3.4. Sugestões Sugestões ao ao instrutor<br />
instrutor<br />
I) Procure ouvir com atenção.<br />
II) Seja cordial.<br />
III) Evite bloqueio mental.<br />
IV) Tenha um senso de humor adequado.<br />
V) Procure nivelar-se ao grupo.<br />
VI) Quando os alunos discordarem de você, evite as expressões “não<br />
é assim”, “está errado”.<br />
VII) Quando alguém não entende algo, pode ser usada a expressão:<br />
“Talvez eu não tenha sido claro, vamos reformular a idéia.”<br />
VIII) Apresente dados particulares, sem insistir muito neles.<br />
IX) Leve o grupo apenas a deduzir o que é certo a partir de dados objetivos<br />
por você apresentados.<br />
X) Não insista muito nestes dados que deverão ser eloqüentes por si<br />
mesmos (dados numéricos convencem mais).<br />
XI) Não dê a entender que você deseja impor ao grupo às suas idéias;<br />
XII) Evite doutrinação pura e simples.<br />
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10.10.01<br />
91<br />
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XIII) Cuidado para não dar “shows” ou ser sensacionalista.<br />
XIV) Você deverá reconhecer quando a razão pertence ao participante.<br />
XV) Saiba manter sua posição de dirigente.<br />
XVI) Cuidado com as intimidades.<br />
XVII) Evite ser “bonzinho”.<br />
XVIII) Procure colocar-se sempre na ofensiva.<br />
XIX) Use vocabulário compreensível ao grupo.<br />
XX) Traje-se de acordo com a ocasião.<br />
Os resultados do curso dependem, também, das técnicas empregadas<br />
em sua realização. Não existem técnicas melhores do que outras apenas<br />
algumas mais, ou menos adequadas a cada tipo de curso. Todas as técnicas<br />
têm suas vantagens, desvantagens e limitações em determinadas situações,<br />
por isso, geralmente se emprega mais de uma técnica num mesmo curso. Os<br />
objetivos, a duração do curso, e os recursos disponíveis são fatores que podem<br />
influir na escolha das técnicas, que são muito importantes e dependem<br />
da experiência do responsável pelo curso.<br />
4. 4. 4. R RRelacionamento<br />
R elacionamento no no T TTrânsito<br />
T rânsito<br />
4.1. 4.1. Relacionamento Relacionamento humano<br />
humano<br />
Onde encontram-se duas ou mais pessoas, existe interação onde se<br />
resulta o relacionamento humano. Esse relacionamento pode ser harmônico<br />
ou não.<br />
Quando falamos de pessoas devemos lembrar que existem grupos sociais<br />
hoje que são formados nas empresas, nas escolas, na família, no lazer,<br />
no trânsito, nos bairros, enfim, toda e qualquer organização humana que tenha<br />
uma finalidade.<br />
Para que as relações interpessoais ocorram adequadamente nos grupos<br />
sociais, são estabelecidas regras de conduta e cada um na medida do<br />
ajustamento a elas capacita-se em harmonia para conviver com os demais.<br />
Um dos objetivos das relações humanas consiste em transmitir conhecimentos<br />
para proporcionar condições de interação social satisfatória de<br />
modo a:<br />
a) Criar um clima de bem estar;<br />
b) Promover o conhecimento mútuo;<br />
92 92<br />
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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
c) Valorizar a pessoa humana;<br />
d) Incentivar o senso de participação;<br />
e) Evitar conflitos.<br />
A interação entre duas ou mais pessoas refere-se à forma com que<br />
elas agem e reagem entre si. Essa interação ocorre em vários níveis:<br />
a) Com superiores ou com subordinados;<br />
b) Com colegas do mesmo nível hierárquico;<br />
c) Com o público em geral;<br />
d) Com professores, alunos, diretores, etc;<br />
e) Com pais, filhos e demais parentes;<br />
f) Com colegas, amigos, associações, igrejas;<br />
g) Com pessoas em geral, conhecidas ou não.<br />
4.2. 4.2. Forças Forças Forças que que que atuam atuam nas nas relações relações humanas<br />
humanas<br />
Existem forças que predispõem as pessoas para um relacionamento<br />
harmônico, do mesmo modo que existem forças que dificultam ou até mesmo<br />
impedem um bom relacionamento.<br />
Podemos considerar forças positivas aquelas que facilitam e mantêm<br />
uma relação saudável, como por exemplo:<br />
a) Cordialidade natural;<br />
b) Predisposição para relacionar-se bem;<br />
c) Motivação para o trabalho e a vida em grupo;<br />
d) Saber expressar-se;<br />
e) Compreensão;<br />
f) Saber acolher as pessoas sem desviar-se dos objetivos principais;<br />
g) Ausência de preconceitos ou de pré-julgamentos;<br />
h) Ausência de tensões.<br />
As forças negativas são aquelas que dificultam ou impedem uma<br />
interação saudável, afastando as pessoas e gerando as tensões, como por<br />
exemplo:<br />
a) Falta de reciprocidade;<br />
b) Desmotivação;<br />
c) Bloqueios emocionais;<br />
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93 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
d) Preconceitos, pré-julgamentos, falta de flexibilidade;<br />
e) Competição, prepotência, desentendimento, desconfiança,<br />
irritabilidade;<br />
f) Sentimento de superioridade ou de inferioridade;<br />
g) Comportamentos inadequados.<br />
4.3. 4.3. 4.3. Grupos Grupos sociais sociais<br />
sociais<br />
Toda reunião de pessoas em torno de um objetivo comum forma um<br />
grupo social. Esse agrupamento pode ser voluntário ou involuntário. Na formação<br />
de grupos, as pessoas passam por um processo de socialização que<br />
consiste na integração do indivíduo no grupo adquirindo por meio de aprendizado,<br />
os costumes, as leis, a educação, etc. que regem o grupo, ou seja,<br />
uma série de ajustes em relação aos padrões culturais estabelecidos por<br />
aquele grupo.<br />
Para viver o homem precisa produzir. Para que isso ocorra, o homem<br />
precisa associar-se a normas, padrões de conduta e a reguladores do comportamento.<br />
A produção humana divide-se na relação do homem com as<br />
coisas materiais (natureza), resultando de um processo de produção e nas<br />
relações dos homens entre si, resultando em um processo de interação.<br />
Dessas relações entre homens e das relações dos homens com a natureza<br />
temos o resultado de bens materiais e de bens não materiais que são<br />
gerados pelas associações humanas.<br />
4.4. 4.4. O O indivíduo indivíduo e e as as as relações relações interpessoais<br />
interpessoais<br />
Tanto no trabalho como fora dele, o bem relacionamento entre as<br />
pessoas pode contribuir intensamente para o desenvolvimento de cada indivíduo<br />
em particular e para a integração de muitos deles. É por meio das relações<br />
interpessoais, ou seja, do compartilhamento, da troca de idéias, de experiências,<br />
de informações, de sentimentos que as pessoas crescem enquanto<br />
grupo e enquanto indivíduo.<br />
Nas organizações, para que as relações interpessoais ocorram de forma<br />
adequada às diversas situações cotidianas, existem normas e padrões de<br />
comportamento desejados.<br />
4.5. 4.5. O O relacionamento relacionamento no no trânsito<br />
trânsito<br />
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu art. 1º, parágrafo 1º,<br />
considera como trânsito a utilização das vias por pessoas, por veículos e por<br />
animais, estejam elas isoladas ou em grupos, conduzindo ou não um veícu-<br />
94 94<br />
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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
lo, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e<br />
descarga.<br />
Na prática, o conceito de trânsito é muito mais complexo. Tebaldi e<br />
Ferreira (2004) indicam que a cada dia que passa há mais veículos circulando<br />
nas ruas, e as ruas continuam as mesmas. Mesmo com os avanços<br />
tecnológicos atuais, os veículos continuam necessitando ser conduzidos. O<br />
processo de conduzir o veículo assume a inteligência, a alma, a sensibilidade<br />
e o comportamento do condutor. Dessa forma, o veículo assume as características<br />
da personalidade de quem conduz o veículo e por isso, tem que ser<br />
analisado de forma a envolver tudo o que o ser humano carrega consigo,<br />
sua cultura, seus valores, seus ideais.<br />
Vasconcelos (1998), traz a definição de trânsito como sendo uma disputa<br />
pelo espaço físico, que reflete uma disputa pelo tempo e pelo acesso<br />
aos equipamentos urbanos, – é uma negociação permanente do espaço,<br />
coletiva e conflituosa. Essa negociação tem implícitas as características de<br />
nossa sociedade.<br />
Na disputa pelos espaços no trânsito surgem as divergências de idéias,<br />
de valores e de cultura. A melhor maneira de conviver num espaço que<br />
todos necessitam e disputam deve ser de forma amigável. O comportamento<br />
deve ser prudente, respeitando os direitos e deveres na circulação do trânsito.<br />
A observação e o respeito aos direitos das outras pessoas deve ser visto<br />
como uma função primordial para que a negociação no trânsito aconteça<br />
de forma amigável. Quando isso não ocorre os condutores tendem a ficar<br />
nervosos, ansiosos e estressados, traçando um caminho para a luta e a<br />
agressividade no trânsito.<br />
O trânsito é visto como espaço público compartilhado onde há o<br />
deslocamento por vias ou calçadas com a movimentação de pedestres e de<br />
veículos de todos os tipos. Essa movimentação ocorre em um ambiente<br />
complexo que é propício para a geração de conflitos.<br />
Os conflitos no trânsito que tem origens em aspectos<br />
comportamentais, que segundo Nobre (2010), configuram sua complexidade<br />
proporcionalmente à complexidade da natureza humana. O carro é considerado<br />
pelas pessoas como extensão de suas casas, como um lugar de<br />
proteção, de privacidade e de convivência, mas também é um espaço de<br />
conflitos.<br />
É necessário resgatar a idéia do espaço urbano como um local democrático,<br />
de exercício de cidadania, de respeito e civilidade, de convivência<br />
e solidariedade, objetivando valorizar o direito de ser, de conviver e de participar<br />
de outro tipo de trânsito.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
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95 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
5. 5. O O elemento elemento humano humano e e o o trânsito<br />
trânsito<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
O comportamento humano é regido pelo consenso geral, de acordo<br />
com os padrões vigentes na sociedade em que ele escolheu para viver,<br />
abrangendo valores sociais, morais, éticos, religiosos, etc. que são determinados<br />
por normas de conduta em todos os setores da vida.<br />
O trânsito é uma resultante das aglomerações humanas; os veículos<br />
surgiram para facilitar o deslocamento, a comunicação e a interação entre<br />
os indivíduos e o grupo. O convívio das pessoas nas vias públicas envolve<br />
uma série de fatores, que se não forem levados em consideração, acabam<br />
por tornar o trânsito violento e propenso a acidentes.<br />
5.1. 5.1. Psicologia Psicologia do do condutor<br />
condutor<br />
As pessoas tendem a reagir de formas diferentes diante de uma situação<br />
de perigo, porém as reações mais comuns são as de ansiedade e de<br />
medo.<br />
O comportamento no trânsito reflete o padrão de conduta social do<br />
dia-a-dia dos condutores e dos pedestres.<br />
O homem reproduz no trânsito o que faz na sua vida diária. Um indivíduo<br />
ajustado socialmente tem mais capacidade de aceitar as regras e expressar<br />
um comportamento seguro no trânsito. Um indivíduo desajustado<br />
socialmente é passível de cometer infrações e provocar acidentes.<br />
5.2. 5.2. Fatores Fatores Fatores que que interferem interferem no no no comportamento<br />
comportamento<br />
do do condutor<br />
condutor<br />
Muitas causas interferem no comportamento do condutor e entre as<br />
que merecem maior preocupação estão o alcoolismo, o uso de psicotrópicos<br />
e de entorpecentes, a fadiga, atitudes de medo e agressividade, entre outras.<br />
Quando discutiram as bases do poder, French e Raven demonstraram<br />
que o poder de coerção só tem eficácia na presença do agente punidor; na<br />
sua ausência tornar-se-á totalmente ineficaz. Como esta é a base de poder<br />
tomada na situação de trânsito, provavelmente possa ser esta uma explicação<br />
para tanto desrespeito à sinalização e as normas gerais de circulação e<br />
conduta.<br />
5.3. 5.3. Atitudes Atitudes de de medo<br />
medo<br />
O uso da atenção, do ato reflexo, da possibilidade de adaptação à<br />
novidade, da agressividade aliados ao medo, como sentimento de grande<br />
inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário pode ser usado a<br />
favor do condutor, sinalizando o seu limite e a obediência das leis, outros ve-<br />
96 96<br />
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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
ículos, pedestres, etc. Esses fatores podem ajudar o condutor a lidar com o<br />
inesperado, como elementos essenciais para um trânsito mais saudável, seguro<br />
e organizado.<br />
A psicologia do trânsito, aliada ao aprendizado da direção defensiva,<br />
à correta aplicação do CTB seria mais um poderoso instrumento que ajudaria<br />
na formação mais qualificada dos diretores instrutores e, conseqüentemente,<br />
dos futuros condutores. Medo – na mesma família desta emoção podemos<br />
relacionar: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação,<br />
cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, quando patológico,<br />
fobia e pânico.<br />
5.4. 5.4. Comportamento Comportamento agressivo<br />
agressivo<br />
A agressividade pode ser definida como o ataque a um obstáculo ou<br />
uma barreira que impedem a obtenção do objetivo, ou a um objeto para o<br />
qual se deslocou a agressão. Sendo conceituada ainda, como um comportamento<br />
hostil e vigoroso, consciente ou inconsciente, orientado no sentido<br />
de auto-afirmação.<br />
A violência no trânsito, como resultante da agressividade, aumentou<br />
na razão direta do aumento da potência e da velocidade dos veículos<br />
automotores. A agressividade relaciona-se com diversos outros fatores geradores<br />
da violência, tais como a formação dos condutores, as condições das<br />
vias, dos veículos e os conflitos sociais que interferem no comportamento do<br />
indivíduo.<br />
Quando o homem desenvolveu a tecnologia dos veículos<br />
automotores, viu-se, de uma hora para outra, ante espetáculo da velocidade<br />
e potência crescentes. Experimentou, então, uma nova sensação de liberdade<br />
de locomoção, além de se sentir protegido pela suposta segurança da<br />
máquina, que lhe multiplicou a força física, enquanto a velocidade imprimiulhe<br />
uma sensação de domínio e elevação de “status”.<br />
Desse modo, dirigir um veículo automotor tornou-se um mecanismo<br />
de imunidade contra os sistemas de controle social vigentes, surgindo, então,<br />
uma competição muito próxima do conflito. O carro vem sendo utilizado<br />
como uma armadura de aço, que camufla as frustrações e angústias e faz o<br />
indivíduo viver uma fantasia geralmente associada à marca e à potência do<br />
seu veículo. Quanto mais forte, potente e veloz for o veículo, mais forte sou<br />
e mais “posso” correr. A agressividade, que deveria ser utilizada não como<br />
violência, mas sim como autodefesa, definida por Aurélio Buarque como dinamismo,<br />
atividade, energia, força, e que possibilita uma reação rápida a<br />
um estímulo que surge inesperadamente (adaptação à novidade), é utilizada<br />
como arma contra si próprio.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
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97 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Imersos na fantasia, o outro passa a ser parte dela, sendo entendido<br />
como algo que deve servir aos nossos propósitos. Torna-se difícil, então, sermos<br />
ultrapassados nas vias e dar a preferência, sendo encarado como sinal<br />
de fraqueza. O trânsito é encarado como uma guerra particular.<br />
O carro se torna um instrumento de poder, não a serviço do condutor,<br />
mas a serviço da fantasia da qual ele está investido, possibilitando a realização<br />
de um desejo proibido, transformando sentimento de impotência em<br />
onipotência, através de um controle onipotente. Sentir que nem sempre é<br />
possível manipular a realidade de acordo com a nossa conveniência gera<br />
frustração. O carro se torna arma de defesa para não encará-la. O indivíduo<br />
realmente seguro sabe que toda força é relativa e que fora da fantasia<br />
os acontecimentos seguem seu próprio caminho. Só quem se crê onipotente<br />
poderá imaginar ser mais eficiente que um piloto treinado, que a via pública<br />
seria um autódromo e que só a sua intervenção conseguirá resolver os problemas<br />
do trânsito.<br />
Transgredir as leis de trânsito, representadas pela figura do policial,<br />
que simboliza o poder paterno, o limite, é desafiar o medo, o poder, a autoridade<br />
de uma forma onipotente. A sensação de alívio por não ser punido<br />
traz para o indivíduo uma vivência de prazer que gera outras transgressões se<br />
não houver um impedimento externo, qual seja o uso adequado do Código<br />
de Trânsito Brasileiro – CTB pelos agentes de trânsito.<br />
5.5. 5.5. Fator Fator que que favorece favorece as as situações situações de de trânsito trânsito<br />
trânsito<br />
Domínio de si mesmo. Dentre todas as propostas de redução de acidentes,<br />
a formação de condutores é aquela que apresenta maior relevância<br />
na redução e na prevenção de acidentes.<br />
É através da educação e da sensibilização dos futuros condutores,<br />
trabalhando-se os aspectos da personalidade, o domínio de si mesmo e o<br />
melhor conhecimento do veículo, da via e das normas e regras do CTB que<br />
poderemos ter um trânsito mais humano, mais solidário e mais seguro.<br />
5.6. 5.6. Condutas Condutas que que favorecem favorecem a a educação educação no<br />
no<br />
trânsito:<br />
trânsito:<br />
Conhecer bem as leis de trânsito;<br />
ser prudente (ser observador);<br />
ser educado (ter estabilidade emocional, concentração);<br />
ser solidário;<br />
utilizar o princípio da empatia;<br />
98 98<br />
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10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
ter responsabilidade;<br />
conhecer bem a si próprio;<br />
ter domínio das próprias emoções;<br />
ter capacidade de julgamento e<br />
discernimento;<br />
observar sempre as condições do veículo;<br />
conhecer bem as condições da via (visibilidade, sinalização, asfalto,<br />
etc.).<br />
5.7. 5.7. O O papel papel dos dos diretores, diretores, examinadores examinadores e e e ins- insins- trutores trutores de de trânsito<br />
trânsito<br />
O papel dos diretores, examinadores e instrutores de trânsito na promoção<br />
do autodomínio e da responsabilidade social dos condutores, faz<br />
com que o equilíbrio emocional dependa, entre outros aspectos, da capacidade<br />
do indivíduo de controlar suas emoções, suas reações, de se adaptar<br />
ao meio e resistir às pressões externas. O equilíbrio emocional contribui de<br />
forma significativa para evitar acidentes. O condutor equilibrado, de modo<br />
geral, rejeita o perigo, ao passo que o condutor desequilibrado aceita o perigo.<br />
Assim sendo, devemos sempre procurar desenvolver o autocontrole pessoal<br />
e orientar aos outros no sentido de não dirigir com forte emotividade e<br />
instabilidade tensional.<br />
Os Centros de Formação de Condutores – CFC surgiram com o intuito<br />
de dinamizar e otimizar a formação dos condutores de veículos<br />
automotores, se constituindo em mais um instrumento a favor da sociedade<br />
com intuito de reduzir o número de maus condutores e aumentar, cada vez,<br />
mais o quantitativo de motoristas eficientes, eficazes, solidários e mais humanos<br />
no trânsito. Buscando, assim, a proteção do cidadão, em direção à cidadania<br />
sustentável. O papel de todo o quadro de pessoal do CFC é de fundamental<br />
relevância na consecução de tais objetivos.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
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99 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
ATI VI <strong>DA</strong>DE I V<br />
1) Qual o papel do instrutor de trânsito?<br />
2) Quais os itens que podem contribuir para que a educação no<br />
trânsito voltada para o indivíduo?<br />
( ) deve considerar o contexto global.<br />
( ) deve atender as necessidades relativas ao lugar onde ele vive.<br />
( ) deve considerar o cenário político atual.<br />
( ) a realidade e o contexto que o aluno está inserido não pode ser considerado.<br />
( ) a educação de trânsito deve obedecer então a realidade do aluno dentro<br />
do seu contexto sócio-cultural.<br />
a) ( )F,F,V,F,V.<br />
b) ( )F,V,V,V,F.<br />
c) ( )V,V,F,F,V.<br />
d) ( )V,F,V,V,F.<br />
e) ( )V,V,V,F,F.<br />
3) Quais as características necessárias a um instrutor de trânsito?<br />
a) ( )Ter consciência da importância do seu papel como instrutor de trânsito<br />
na sociedade.<br />
b) ( )Realizar processo de auto-avaliação, procurando sempre renovar seus<br />
conhecimentos e técnicas para poder educar os seus alunos e propiciar<br />
atitudes solidárias de comportamento no trânsito.<br />
c) ( )Ser cordial, criativo, acreditar na capacidade de aprendizado do aluno.<br />
d) ( )Possuir controle emocional, e respeitar o aluno com suas diferenças<br />
individuais.<br />
e) ( )Todas as alternativas anteriores.<br />
100 100<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
4) São aspectos importantes para o instrutor de trânsito ter sempre<br />
em mente:<br />
a) ( )O aluno, futuro condutor, precisa entender os conhecimentos teóricos<br />
e práticos de condução de veículos.<br />
b) ( )Após o exame para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, o<br />
aluno deve colocar estes conhecimentos em prática no seu dia-a-dia<br />
como forma de contribuir para um trânsito mais humano.<br />
c) ( )O aluno instruído em conformidade com a legislação de trânsito e<br />
com a prática de cordialidade e respeito, aliado à questão da<br />
abrangência global, usará todos os seus conhecimentos a seu favor<br />
e, consequentemente, beneficiará aos demais resultando em um trânsito<br />
mais seguro.<br />
d) ( )Trânsito não se reduz à condução de veículos, há que se considerar o<br />
pedestre, a legislação, ou seja, o trânsito também é viver em sociedade.<br />
e) ( )Todas as alternativas anteriores.<br />
5) Alguns fatores devem ser levados em conta para a criação de<br />
condições favoráveis ao treinamento, são eles:<br />
( )o instrutor assume o papel de facilitador da aprendizagem nos processos<br />
educativos.<br />
( )a apresentação de propostas voltadas à aplicabilidade no cotidiano do<br />
aluno.<br />
( )propiciar atividades que estimulem o grupo a trabalhar, providenciando os<br />
recursos didáticos necessários para que haja aprendizagem.<br />
( )considerar as experiências dos alunos.<br />
( )estabelecer parâmetros de hierarquia em sala de aula.<br />
a) ( )F,F,V,V,V.<br />
b) ( )V,V,V,V,F.<br />
c) ( )F,V,F,V,F.<br />
d) ( )V,V,V,F,F.<br />
e) ( )V,F,V,F,V.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
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10.10.01<br />
101<br />
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101 Fundam entos da Educação
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6) São responsabilidades básicas do instrutor:<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
a) ( )Planejar o treinamento e elaborar o plano de aula ou roteiro didático;<br />
b) ( )Verificar todos os materiais que precisam ser utilizados durante o treinamento;<br />
c) ( )Conduzir o treinamento sem interrupções desnecessárias;<br />
d) ( )Avaliar o treinamento final e efetuar registros e controles, se estes forem<br />
estabelecidos.<br />
e) ( )Todas as alternativas anteriores.<br />
7) Cite alguns aspectos importantes na conduta do instrutor:<br />
8) Cite alguns pontos importantes para melhorar o relacionamento<br />
com participantes:<br />
102 102<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
9) Para que as relações interpessoais ocorram adequadamente<br />
nos grupos sociais, são necessárias:<br />
10) Cite os objetivos das relações humanas que consistem em<br />
transmitir conhecimentos para proporcionar condições de<br />
interação social satisfatória:<br />
11) Cite algumas causas que geram conflitos no trânsito:<br />
12) Como o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu art. 1º,<br />
parágrafo 1º, considera o trânsito?<br />
13) Qual o fator primordial para um trânsito amigável e seguro?<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
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10.10.01<br />
103<br />
103<br />
103 Fundam entos da Educação
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
104 104<br />
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DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
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105<br />
105<br />
105 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
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CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
107<br />
107<br />
107 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
Atividade I<br />
1) a<br />
2) a<br />
3) d<br />
4) a<br />
5) a<br />
6) c<br />
7) e<br />
8) b<br />
9) e<br />
10) a<br />
11) b<br />
12) c<br />
13) e<br />
14) e<br />
15) e<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
RESPOSTAS <strong>DA</strong>S ATI VI <strong>DA</strong>DES<br />
Atividade I I – parte A<br />
1) b<br />
2) d<br />
3) c<br />
4) e<br />
5) d<br />
6) b<br />
7) Aprender Aprender Aprender a a conhecer: conhecer: é é é o o<br />
o pilar se refere ao prazer de compreender, de descobrir,<br />
de construir e de reconstruir o conhecimento, de aguçar a curiosidade,<br />
promover a autonomia e aumentar a atenção. Não basta aprender a conhecer.<br />
É preciso aprender a pensar, a pensar a realidade, pensar o que já foi dito, o<br />
já foi feito e reproduzir o pensamento. É preciso pensar também o novo,<br />
reinventar o pensar, pensar e reinventar o futuro.<br />
Aprender Aprender a a fazer: fazer:é fazer: fazer: o pilar indissociável do aprender a conhecer. Esse fator<br />
valoriza a competência pessoal, tornando a pessoa apta a enfrentar novas situações<br />
de emprego e a trabalhar em equipe. Hoje, o importante na formação<br />
108 108<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
8) d<br />
9) e<br />
do trabalhador, é saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa, ser pró-ativo, ter<br />
intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter estabilidade emocional.<br />
Essas são qualidades humanas que se manifestam nas relações<br />
interpessoais mantidas no trabalho. A flexibilidade é essencial.<br />
Aprender Aprender a a viver viver juntos: juntos: Esse pilar sustenta a importância de se conviver com<br />
os outros. Isso implica em compreender o outro, de participar de projetos comuns,<br />
de desenvolver a percepção da interdependência, da não-violência e da<br />
administração de conflitos.<br />
Aprender Aprender a a ser: ser: Esse pilar pressupõe o desenvolvimento integral da pessoa: a<br />
inteligência, a sensibilidade, o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal,<br />
a espiritualidade, o pensamento autônomo e crítico, a imaginação, a<br />
criatividade e a iniciativa. Para tanto, não se deve negligenciar nenhuma das<br />
potencialidades de cada indivíduo. A aprendizagem não pode ser apenas lógico-matemática<br />
e lingüística, ela precisa ser integral.<br />
10) Entendem o aprendiz como um ser que responde a estímulos do meio exterior,<br />
não levando em consideração o que ocorre dentro de sua mente durante o processo.<br />
A aprendizagem é interpretada somente como mudança de comportamento.<br />
11) O behaviorismo radical é representado por Skinner. A aprendizagem ocorre devido<br />
ao reforço e é a existência do reforço que leva à aprendizagem, ou seja,<br />
para ele, a aprendizagem é basicamente uma mudança de comportamento. Os<br />
aspectos mais importantes se referem a ação do professor que depois de se ensinar<br />
deve pedir que o estudante execute o que se ensinou para que possa corrigi-lo<br />
imediatamente.<br />
12) O behaviorismo metodológico é representado por Watson e toma como base o<br />
realismo. O realismo defende a idéia de que há um mundo real, externo, onde<br />
as coisas acontecem. É representado pela relação S-R, onde S é o estímulo do<br />
ambiente e R a resposta do organismo.<br />
13) O behaviorismo social é representado por Staats. Lleva em conta a interação<br />
homem com o ambiente de uma forma mais ampla. Preocupa-se com uma<br />
interação contínua e recíproca entre fatores ambientais, comportamentais e<br />
cognitivos. Também se refere à noção de “aprendizagem através de<br />
modelação”, ou seja, se refere à aquisição de conhecimentos e comportamentos<br />
novos por meio da observação.<br />
14) e<br />
15) O Humanismo vê o aprendiz em sua totalidade. Nesta abordagem, o importante<br />
é a auto-realização do indivíduo, o seu crescimento pessoal. A aprendizagem<br />
significativa é auto-centrada e estimulada pelo relacionamento entre aluno<br />
e o facilitador da aprendizagem.<br />
16) b<br />
17) As teorias de Jean Piaget tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência<br />
nos seres humanos. Ele criou a teoria do conhecimento centrada no desenvolvi-<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
109<br />
109<br />
109 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
mento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro<br />
estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade<br />
plena de raciocínio é atingida.<br />
18) 18) Período eríodo Sensório Sensório-Motor:<br />
Sensório -Motor: do nascimento aos 2 anos, aproximadamente. A<br />
inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor)<br />
através dos deslocamentos do próprio corpo.<br />
Período eríodo Simbólico: Simbólico: Simbólico: dos 2 aos 4 anos, aproximadamente. Neste período surge<br />
a função que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação,<br />
da dramatização, etc.. Pode criar imagens mentais na ausência do objeto ou<br />
da ação, É o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico.<br />
Período eríodo Intuitivo: Intuitivo: dos 4 aos 7 anos, aproximadamente. Neste período já existe<br />
um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o<br />
indivíduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar<br />
a fantasia sem que acredite nela.<br />
Período eríodo Operatório Operatório Operatório Concreto: Concreto:<br />
Concreto: dos 7 aos 11 anos, aproximadamente. É o<br />
período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância,<br />
volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza),<br />
incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma lógica ou operatória. Sua<br />
organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando<br />
e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e<br />
estabelecer compromissos.<br />
Período eríodo Operatório Operatório Operatório Abstrato: Abstrato:<br />
Abstrato: dos 11 anos em diante. É o ápice do desenvolvimento<br />
da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotéticodedutivo<br />
ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para calcular<br />
uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados<br />
para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir<br />
desta estrutura de pensamento é possível à dialética, que permite que a linguagem<br />
se dê a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização<br />
grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.<br />
19) Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado<br />
de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da<br />
aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada históricosocial.<br />
Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança<br />
aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão<br />
a trabalhar com essas situações de forma consciente. Vygotsky atribui um<br />
papel preponderante às relações sociais no processo de ensino-aprendizagem,<br />
tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada<br />
de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo. Todo aprendizado é necessariamente<br />
mediado e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e<br />
determinante.<br />
20) e<br />
110 110<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Atividade I I – Parte B<br />
1) A teoria de Bruner privilegia a curiosidade do aluno e coloca o professor como<br />
instigador dessa curiosidade, por isso é chamada de teoria da descoberta.<br />
O aprendizado é um processo ativo, no qual aprendizes constroem novas idéias,<br />
ou conceitos, baseados em seus conhecimentos passados e atuais. O<br />
aprendiz seleciona e transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões,<br />
contando, para isto, com uma estrutura cognitiva(esquemas, modelos<br />
mentais) fornece significado e organiza as experiências e permite ao indivíduo<br />
“ir além da informação dada”. A aprendizagem torna-se, então, um processo<br />
interno e não um produto direto do ambiente, das pessoas ou de fatores externos<br />
àquele que aprende.<br />
2) Uma aplicação da teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular todas as<br />
habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo.<br />
Ele aponta que as melhores estratégias partem da resolução de problemas.<br />
Gardner atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e<br />
transmitir valores. Seu trabalho favorece uma visão integral de cada indivíduo e<br />
valoriza a multiplicidade e a diversidade na sala de aula.<br />
3) A escola deve considerar que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e<br />
habilidades, nem aprendem da mesma maneira.<br />
A tarefa dos especialistas em avaliação é de tentar compreender as capacidades<br />
e interesses dos alunos de uma escola.<br />
A tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a combinar os<br />
perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados<br />
estilos de aprendizagem.<br />
4) É a capacidade de solucionar problemas ou elaborar produtos que são importantes<br />
em um determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de<br />
resolver problemas permite às pessoas abordar situações, atingir objetivos e<br />
localizar caminhos adequados a esse objetivo.<br />
5) 5) Lógico-matemática Lógico-matemática – é a capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações,<br />
discernindo as suas relações e princípios subjacentes.<br />
Linguística Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas,<br />
pelas palavras e por um desejo em os explorar.<br />
Musical Musical - identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais,<br />
executando pedaços de partituras de ouvido, em termos de ritmo e timbre,<br />
mas também escutando-os e discernindo-os.<br />
Espacial Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com<br />
precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências<br />
visuais até mesmo sem estímulos físicos.<br />
Corporal-cinestésica<br />
Corporal-cinestésica Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar<br />
movimentos do corpo. É predominante entre atores e aqueles que praticam<br />
a dança ou os esportes.<br />
Intrapessoal Intrapessoal Intrapessoal – é expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvidas<br />
em escritores, psicoterapeutas e conselheiros.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
111<br />
111<br />
111 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Interpessoal Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções, motivações<br />
e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos e<br />
professores.<br />
Naturalista Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos,<br />
fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas,<br />
animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna,<br />
flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica de paisagistas, arquitetos<br />
e mateiros, por exemplo.<br />
Existencial Existencial - investigada no terreno ainda do “possível”, necessitando de maiores<br />
evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões<br />
fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores<br />
filosóficos.<br />
6) Permite ao estudante aprender a partir da colocação de um problema ou estudo<br />
de caso, que pode ser real ou simulado. Várias estratégias podem ser<br />
implementadas, mas em geral, o estudante tem a possibilidade de interagir<br />
com o problema, de obter dados, de formular hipóteses, de tomar decisões e<br />
de emitir julgamentos. É muito comum o uso de tecnologias nos processos de<br />
aprendizagem.<br />
7) O papel do professor aproxima-se de uma concepção de profissional que facilita<br />
a construção de significados por parte do aluno nas suas interpretações com<br />
o mundo. Assim, este profissional é melhor denominado de facilitador pedagógico.<br />
8) O fundamento da teoria rogeriana na educação pressupõe a tarefa do professor<br />
como a de liberar o caminho para que o estudante aprenda o que quiser.<br />
Segundo Rogers as pessoas só aprendem aquilo de que necessitam ou o que<br />
querem aprender. Sua atenção recaiu sobre a relação aluno-professor, que deve<br />
ser impregnada de confiança e destituída de noções de hierarquia. Instituições<br />
como avaliação, recompensa e punição estão completamente excluídas, exceto<br />
na forma de auto-avaliação. Embora anticonvencional, a pedagogia rogeriana<br />
não significa abandonar os alunos a si mesmos, mas dar apoio para que caminhem<br />
sozinhos.<br />
9) Ela foi aplicada em atividades de aprendizado baseadas na tecnologia para<br />
escolas, que focalizam as habilidades na resolução de problemas. Os alunos<br />
podem construir modelos para produzir um tipo de conhecimento ativo, que é<br />
abertamente influenciado pelo contexto de aplicação. Em uma visão geral, o<br />
aprendizado é uma função da atividade, do contexto e da cultura na qual ele<br />
ocorre, isto é, ele é situado.<br />
Atividade I I I<br />
01) V, V, V, F, V, V, V<br />
02) a) O principal fator da aprendizagem é a atenção e podemos definí-la como uma<br />
reação profunda a determinado estímulo.<br />
b) Atenção espontânea é a resposta do indivíduo quando é impelido pelas características<br />
de um estímulo, que por si só é suficientemente forte, independente de<br />
qualquer outra circunstância no momento.<br />
112 112<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
10.10.01<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA<br />
DISTÂNCIA
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c) Atenção voluntária se dá quando é liberada a concentração do sujeito sobre<br />
determinado objeto.<br />
d) Motivação é um processo constante e infinito no ser humano, a busca da satisfação<br />
e da realização pessoal.<br />
e) A tríplice finalidade da motivação é:<br />
- despertar interesse;<br />
- estimular o desejo de aprender gerando esforço;<br />
- dirigir interesses e esforços para a realização de objetivos e metas definidos.<br />
03) Atenção espontânea se dá pelo fato de que o estímulo por si só é suficientemente<br />
forte ao contrário da atenção voluntária onde existe uma concentração<br />
do indivíduo sobre o objeto sendo este um esforço consciente.<br />
04) a) Os fatores internos impulsionam as pessoas a agirem e a reagirem.<br />
b) Esses fatores se apresentam sob duas formas:<br />
- de forma positiva (atenção ao conduzir veículo)<br />
- de forma negativa (cansaço, embriaguez, uso de bebida alcoólica, uso de droga<br />
e comprometidos psíquicos e mentais)<br />
c) Fatores advindos do meio externo.<br />
d) Esses fatores se apresentam da seguinte forma:<br />
- positiva (legislação de trânsito, qualidade e condições do veículo)<br />
- negativa (legislação de trânsito inoperante, imprudência ou falta de equipamentos<br />
de segurança no veículo)<br />
05) Resposta elaborada pelo aluno.<br />
06) O currículo representa o conhecimento escolar, as histórias de vida e o desenvolvimento<br />
intelectual e profissional, permitindo a transformação do próprio eu.<br />
Representa ainda as estruturas econômicas e sociais mais amplas e tem a possibilidade<br />
de construir significados, valores sociais e culturais.<br />
07) A pedagogia é a filosofia, a ciência e a técnica da educação.<br />
08) À filosofia, à ciência e à técnica que se propõe a conduzir o adulto à aprendizagem<br />
por experiência própria. O principal objetivo da andragogia é o de aumentar<br />
o conhecimento de seus alunos para que sejam aproveitados de maneira<br />
prática.<br />
09) d<br />
10) Os adultos devem ter desejo de aprender que os leve a adquirir conhecimento<br />
e/ou habilidades.<br />
Os adultos aprendem somente o que sentem necessidade de aprender, necessitam<br />
de conhecimentos com aplicabilidade imediata; e os ensinamentos devem<br />
ser simples e diretos.<br />
Os adultos aprendem fazendo; a retenção do conhecimento é mais elevada<br />
quando o homem participa ativamente do processo de aprendizagem.<br />
A aprendizagem se centraliza em problemas reais, tirados de experiências, com<br />
soluções práticas e precisas, das quais se possam deduzir princípios.<br />
CURSO CURSO CURSO A A DISTÂNCIA DISTÂNCIA<br />
Versão Versão 10.10.01<br />
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113<br />
113<br />
113 Fundam entos da Educação
Fundam entos da Educação<br />
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO<br />
Os novos conhecimentos devem ser relacionados e integrados com suas experiências<br />
anteriores.<br />
11) Explicação: escutar corresponde a 10% da aprendizagem. Nesta fase o instrutor<br />
deve apenas falar.<br />
Demonstração: visualizar corresponde a 20% da aprendizagem. Nesta fase é<br />
interessante que o instrutor junte a explicação com a demonstração, ou seja,<br />
fazer uso de materiais que permitem unir o “ouvir” com o “visualizar”.<br />
Praticar ou Fazer: corresponde a 70% da aprendizagem. Essa é a melhor forma<br />
de aprender.<br />
A prática serve como feedback. Para dar um feedback nos processos<br />
avaliativos, o instrutor não deve falar em “pontos fortes” e “pontos fracos” e sim<br />
“pontos altos” e “pontos a melhorar”. A repetição é um processo que ajuda a<br />
recordar e a reter a informação. Em suma, podemos dizer que “Esqueço o que<br />
ouço, recordo o que vejo, compreendo o que faço”.<br />
Atividade I V<br />
01) Qualquer indivíduo que objetive exercer a profissão de instrutor necessita passar<br />
por um processo de auto-reflexão que lhe permita concluir a que se destina esta<br />
profissão. Atualmente verifica-se que o instrutor deve ter a preocupação de preparar<br />
o aluno, não apenas para o exame da Carteira Nacional de Habilitação,<br />
mas sim para que ele assuma um comportamento seguro e confiável no trânsito.<br />
2) c<br />
3) e<br />
4) e<br />
5) b<br />
6) e<br />
7) a) Estar motivado e acreditar no trabalho que irá realizar. É impossível obter-se<br />
motivação dos alunos se o próprio instrutor não estiver motivado. b) Demonstrar<br />
disposição para o trabalho, afinal o instrutor é o animador do grupo, e dele se<br />
espera empenho e interesse pela atividade. c) Atuar com objetividade e dinamismo,<br />
imprimindo um ritmo rápido e ágil ao grupo de trabalho.<br />
8) a) Respeitar e valorizar a presença e a participação de todos os alunos. O instrutor<br />
deve controlar-se para não mostrar preferências pelos mais desembaraçados e<br />
rejeição pelos mais tímidos. Todos são importantes, têm contribuições a compartilhar,<br />
e também necessitam aprender. b) Evitar condutas inadequadas dos<br />
participantes. É importante que eles se sintam à vontade e se descontraiam; isto<br />
facilita a integração e a aprendizagem. O que se deve é evitar situações anárquicas,<br />
em que cada um faz o que quer e manifestações sarcásticas ou depreciativas<br />
do instrutor ou dos participantes. c) O instrutor não deve apresentar um<br />
comportamento rígido e repressivo, criando um clima de receio ou de excessiva<br />
inflexibilidade.<br />
114 114<br />
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10.10.01<br />
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9) Regras de conduta e cada um na medida do ajustamento a elas capacita-se em<br />
harmonia para conviver com os demais.<br />
10) Criar um clima de bem estar;<br />
Promover o conhecimento mútuo;<br />
Valorizar a pessoa humana;<br />
Incentivar o senso de participação;<br />
Evitar conflitos.<br />
11) Aspectos comportamentais, a complexidade da natureza humana, o carro é<br />
considerado pelas pessoas como extensão de suas casas, como um lugar de<br />
proteção, de privacidade e de convivência, mas também é um espaço de conflitos.<br />
12) A utilização das vias por pessoas, por veículos e por animais, estejam elas isoladas<br />
ou em grupos, conduzindo ou não um veículo, para fins de circulação,<br />
parada, estacionamento e operação de carga e descarga.<br />
13) A observação e o respeito aos direitos das outras pessoas deve ser visto como<br />
uma função primordial para que a negociação no trânsito aconteça de forma<br />
amigável.<br />
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Livro 425, Folha 384.<br />
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