trabalho - CLASI
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o culturalismo de Franz Boas ), também é provável que em nosso psiquismo exista um material<br />
psíquico com alguma analogia com os instintos.<br />
Jung descobriu que todos nós carregamos uma herança psiquica tanto quanto genética. Ele define o<br />
inconsciente coletivo como essa parte da pisiquê, que deve sua existência exclusivamente à<br />
heridetariedade, e não a experiencias pessoais da história do indivíduo. Sua observação desse<br />
fenômeno se deve a sua pesquisa e estudos com o material dos sonhos de seus pacientes e de si<br />
próprio, bem como dos motivos relogioso, míticos e simbólicos da cultura.<br />
Desse modo, Jung diferencia-se radicalmente de Freud, que via o incosciente como um aspécto do<br />
psiquismo formado unicmente por conteúdos relacionados com a história individual, sendo o<br />
resultado dos recalques e pulsões reprimidas na primeira infância e constituindo o núcleo dos<br />
complexos.<br />
Para Jung, o consciente e o inconsciente são elementos de igual importância, mas o consciente é<br />
“descendente, nascido da psiquê incosciente”, o que significa que, primeiramente, há um “eu” em<br />
estado de incosciencia e indiferenciação, e desse estado começa a se formar um “ego”, constituido<br />
pelas identificações, projeções e auto-imagens, e que irá fazer parte da consciencia.<br />
Jung construiu sua própria casa de campo em Bollingen, para local de meditação. O <strong>trabalho</strong><br />
teve início em 1923 terminando em 1955. Nenhum pedreiro foi chamado. Alguns parentes o<br />
ajudaram no início, mas assim que a obra foi se tornando mais transparente ele não pediu mais<br />
ajuda a ninguém. A famosa torre da construção foi inspirada na arquitetura africana, continente que<br />
conheceu em 1920. Para ele a casa era “a representação em pedra dos meus mais íntimos<br />
pensamentos e dos conhecimentos que adquiri”. Está aí o processo de individuação. Não havia luz<br />
ou água encanada. O fogão era à lenha e só havia uma única e encardida panela de ferro para fazer<br />
toda a comida. E Jung era conhecido como um grande cozinheiro.<br />
Para Jung a religião era um fenômeno genuíno, uma função psíquica natural com múltiplas<br />
manifestações e sua importância no funcionamento da psique. Freud dizia que a religião era um<br />
derivado do complexo paterno e uma das sublimações do instinto sexual. Jung escreveu: “Entre<br />
todos os meus doentes, na segunda metade de suas vidas, isto é, com mais de 35 anos, não houve<br />
um só cujo problema mais profundo não fosse a questão religiosa. Todos, em última instância,<br />
estavam doentes por ter perdido aquilo que uma religião viva sempre deu em todos os tempos a<br />
seus adeptos, e nenhum curou-se realmente sem recorrer a atitude religiosa que lhe fosse própria”.<br />
Sobre Deus: “Como cheguei a minha certeza sobre Deus? (…) Não se trata de uma idéia, de algo<br />
que fosse fruto de minhas reflexões. (…) Por que certos filósofos pretendiam que Deus fosse uma<br />
idéia? É perfeitamente evidente que Ele existe. (…) Para mim Deus era uma experiência imediata<br />
das mais certas”. Em uma entrevista para a BBC de Londres às vésperas de completar 80 anos<br />
declarou: “Não necessito crer em Deus. Eu sei”.<br />
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