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TERCEIRÂ REUNIÄO BRASILEIRA CIENCIA DO SOLO

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16 ANAIS DA TERCEIRA <strong>REUNIÄO</strong> <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÊNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Em primeiro lugar é esta uma oportunidade para se prestar merecida<br />

homenagem à prospéra agricultura pernambucana e a todos aqueles<br />

que no retraimento silencioso de seus laboratórios ou na labuta interminâvel<br />

de seus campos de cultura, ora calcinados por soalheiros<br />

inclementes, ora inundados por precipitaçôes torrenciais ou no tumulto<br />

ruidoso e fecundo de suas uzinas, enfrentando todos obstâculos<br />

de uma natureza âspera, tem conseguido dominar a terra, tirando<br />

delà os elementos essenciais ao substrate material de uma grande civilizaçâo.<br />

Em segundo lugar a reuniâo aqui facilitarâ aos investigadores<br />

que nas demais regiôes do Pais um contato mais direito com a terra<br />

do Nordeste onde a ocorrência de caracteristicas climâticas especificas<br />

dâ lugar a condiçôes edaficas peculiares e origina complexos e<br />

fascinantes problemas de uso e conservaçâo do solo.<br />

O interesse e a curiosidade dos pedólogos de outros recantos do<br />

Brasil que aqui foram convocados a propósitos da presente reuniâo<br />

acentuam-se pela certeza de que aqui nâo encontrarâo apenas as caracteristicas<br />

de uma regiâo semiârida. E as pesadas chuvas que se tem<br />

precipitado sobre a Zona da Mata nestes Ultimos dias parecem apropriadas<br />

a desfazer qualquer engano porventura existente neste sentido.<br />

Na verdade o que se verifica no Nordeste é a extrema diversidade<br />

de suas condiçôes ecológicas.<br />

Si considerarmos os fatores geológicos, veremos aqui representadas<br />

formaçôes dos mais distantes periodos, desde o remoto arqueano,<br />

até o recente quartenârio. Evidencia a riqueza geológica a multiplicidade<br />

de minerais encontrados e explorados no sub-solo nordestino.<br />

Como uma consequência desta diversidade geológica, as condiçôes<br />

de relêvo apresentam aqui grande variaçâo entre os extremos representados<br />

pelas extensas vârzeas e monótonos tabuleiros próximos do<br />

litoral e as serras escapadas que cortam o interior.<br />

Em relaçâo à pluviosidade os contrastes tornam-se ainda mais evidentes,<br />

principalmente quando se comparam as zonas litorâneas, onde<br />

a precipitaçâo atinge frequentemente, valores superiores a 2.000mm.<br />

anuais, com certas âreas de caatinga, onde a coluna pluviométrica nâo<br />

alcança 500mm. nos anos normais.<br />

É natural que a extrema diversidade dos fatores de formaçâo do<br />

solo tenham dado lugar, no Nordeste, a grande heterogeineidade de<br />

condiçôes edaficas e consequentemente determinado o grande ecletismo<br />

de sua agricultura. Em poucas regiôes pode-se constatar, como<br />

aqui, a distancias relativamente curtas a prâtica de culturas tâo distintas<br />

em suas exigências, tais como o arrôs e o sisal, o algodäo e<br />

a cana.<br />

Esta complexidade ecológica dificulta o problema do estabelecimento<br />

de métodos de cultura, bem como o da escolha das formulas<br />

de adubaçâo e das técnicas de conservaçâo do solo e torna extremamente<br />

perigosas as generalisaçôes de principios estabelecidos em outras<br />

regiôes.<br />

A prâtica agricola no Nordeste ja pode, felizmente, ser orientada<br />

pelos resultados de um apreciâvel volume de trabalhós de investigaçôes<br />

e de experimentos, conduzidos por compétentes, équipes de técnicos,<br />

nâo sô nas instituiçôes fiscais, quer da Uniäo, quer dos Estados,<br />

mas ainda por emprêsas privadas que demonstram assim, a elevada<br />

compreensäo de que, na agricultura como na industria, só é possivel<br />

o progresso em bases estâveis mediante a aplicaçâo de principios cientificos<br />

à racionalizaçâo das operaçôes.<br />

Aqui, como na maioria das regiôes agricolas do Brasil, sente-se<br />

que tem havido progresso continuo.

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