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RESUMO<<strong>br</strong> />
Aborda as práticas em saúde no SUS, tendo como objeto de análise o desenvolvimento das<<strong>br</strong> />
ações em saúde ambiental e do trabalhador na atenção primária à saúde (APS) em Quixeré-<<strong>br</strong> />
Ceará. Tomou-se como base o território e empreendeu-se a perspectiva so<strong>br</strong>e os processos<<strong>br</strong> />
de transformação decorrentes do modelo de desenvolvimento econômico promotor de<<strong>br</strong> />
alterações no modo de vida das comunidades e trabalhadores. Objetivou-se contribuir na<<strong>br</strong> />
efetivação da política de saúde ambiental e do trabalhador na APS, realizando a<<strong>br</strong> />
territorialização (mapa social, trabalho e ambiental) que dialogasse com as necessidades de<<strong>br</strong> />
saúde e a qualidade de vida no território. Utilizou-se a pesquisa-ação, constituindo um grupo<<strong>br</strong> />
de 14 pessoas representantes do Conselho Municipal de Saúde, movimentos sociais,<<strong>br</strong> />
trabalhadores da agricultura, usuários do SUS, associação, profissionais da APS,<<strong>br</strong> />
vereadores e professores para discutir a intersecção desses campos na APS e propor ações<<strong>br</strong> />
na Estratégia Saúde da Família (ESF) e no Município. Essa pesquisa resultou na<<strong>br</strong> />
ressignificação e no reconhecimento do território, advindo da interpretação e aproximação<<strong>br</strong> />
dos sujeitos com as questões de interesse comunitário. A apropriação do território se deu à<<strong>br</strong> />
medida que o grupo repensava o modelo de desenvolvimento econômico, evidenciando<<strong>br</strong> />
problemas como a questão fundiária, ou seja, perda da terra pelos camponeses,<<strong>br</strong> />
promovendo a expulsão do campo para as periferias urbanas, constituindo-se mão de o<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />
assalariada com intenso fluxo de pessoas, contribuindo no agravamento de problemas<<strong>br</strong> />
sociais, como a prostituição, drogadição e violências. Identificou-se que o modelo de<<strong>br</strong> />
agricultura agroexportador pressupõe desmatamento, uso exaustivo da terra, d’água e<<strong>br</strong> />
agroquímicos, levando à extinção de animais e vegetais associada à geração da<<strong>br</strong> />
improdutividade do solo, sedimentando repercussões à saúde humana, como mudanças de<<strong>br</strong> />
hábitos alimentares, laborais e culturais, favorecendo o aumento da obesidade, hipertensão,<<strong>br</strong> />
problemas psicológicos, má nutrição, alergias e persistência de doenças como Chagas,<<strong>br</strong> />
verminoses, disenterias, dengue, entre outras. Destacou-se o agronegócio como potencial<<strong>br</strong> />
gerador de danos a saúde dos trabalhadores e comunidades, so<strong>br</strong>ecarregando as políticas<<strong>br</strong> />
públicas, principalmente os serviços de saúde que se apresentam incipientes no<<strong>br</strong> />
enfrentamento das questões trabalho-ambiente. A APS refere dificuldades na<<strong>br</strong> />
operacionalização da saúde do trabalhador desde a garantia do acesso até a integralidade<<strong>br</strong> />
da atenção, priorizando ações assistenciais para grupos específicos. Associa-se a isso a<<strong>br</strong> />
fragilidade do Poder Público na fiscalização e apoio às comunidades ante a modernização<<strong>br</strong> />
agrícola conservadora que se apodera e usa indiscriminadamente o território. O grupo<<strong>br</strong> />
propôs um plano de ação que destaca necessidade da ação conjunta das políticas públicas<<strong>br</strong> />
(transdisciplinar e intersetorial) no enfrentamento dos problemas relativos ao trabalhoambiente,<<strong>br</strong> />
compreendendo que os impactos locais e globais são sentidos e vividos<<strong>br</strong> />
desigualmente pelos distintos segmentos sociais, promovendo um solo fértil para repensar e<<strong>br</strong> />
reestruturar as responsabilidades da gestão municipal. Aponta-se o engajamento da<<strong>br</strong> />
população como caminho para a transformação social de base local, ampliando o exercício<<strong>br</strong> />
do poder pelo controle social e movimentos sociais, entendendo a complexidade da<<strong>br</strong> />
realidade, travando debates comunitários, políticos e ideológicos que traduzam e expressam<<strong>br</strong> />
os anseios do povo da chapada do Apodi-CE.<<strong>br</strong> />
Palavras-chave: Saúde do Trabalhador. Saúde Ambiental. Atenção Primária à Saúde.<<strong>br</strong> />
Qualidade de Vida. Determinação das Necessidades de Saúde. Participação Social.