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no espaço urbano e no rural. As questões e os desafios postos para as políticas de<br />saúde ambiental e do trabalhador abrangem o território urbano e o campo, sendo<br />necessário visualizarmos um todo articulado.<br />Os problemas relevantes em relação à saúde do trabalhador e à saúde<br />ambiental estão também presentes nos municípios pequenos, que têm menos<br />capacidade de assimilar do ponto de vista da saúde esses agravos, pela pouca<br />proximidade com os novos contextos desdobrados com a implantação de<br />empreendimentos produtivos. Nesses municípios, não há CERETs e a capilaridade<br />das ações de saúde do trabalhador e ambiental precisam ser mais fortemente<br />vascularizadas, para que a APS atue numa perspectiva que garanta a integralidade.<br />Segundo o Relatório da Pesquisa (2007) citada, desde a implantação do<br />projeto irrigado Jaguaribe Apodi na chapada, acontece um processo de trabalho que<br />tem como base a utilização de tecnologias avançadas (gotejamento, fertirrigação,<br />pulverização aérea etc.). Esse trabalho contribui para o desenvolvimento de<br />doenças relacionadas ao trabalho, como também para a contaminação/poluição do<br />solo e das águas. O relatório refere que inicialmente a área irrigada era de 1.750<br />hectares, no segundo momento passou para 2.500 hectares, perfazendo hoje 4.250<br />hectares com pequenos, médios e grandes produtores. Tanto os grandes como os<br />pequenos produtores contam com o auxilio da FAPIJA (FEDERAÇÃO DAS<br />ASSOCIAÇÕES DO PROJETO IRRIGADO JAGUARIBE-APODI). Na região dá-se o<br />cultivo de fruteiras (ata, graviola, melancia, acerola etc.) e de vários tipos de grãos<br />(feijão, milho, soja etc.) e outros produtos, como o algodão.<br />Esse contexto da modernização agrícola ajunta profundas<br />transformações pelo uso intensivo de fertilizantes agrícolas e agrotóxicos, com<br />danosas consequências para a saúde humana. Apesar de a caracterização do<br />contexto expor uma imbricada relação saúde-trabalho-ambiente de forma intensa na<br />região, as políticas públicas municipais, especialmente o SUS local, no âmbito da<br />operacionalização da política de saúde ambiental e saúde do trabalhador, não<br />conseguem efetivamente dar respostas às demandas.<br />O Município de Quixeré, lugar onde realizamos este estudo, tem área<br />geográfica de 616,825 km a distância de 212,1 km da Capital cearense. Possui<br />como municípios limítrofes Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Russas e o Estado do<br />Rio Grande do Norte, conforme podemos ver na figura 3 – Mapa de Quixeré.<br />75
Figura 3 - Mapa de Quixeré.<br />Fonte: IPECE, 2008<br />Apresenta clima tropical quente semiárido com chuvas de fevereiro a<br />abril, com precipitação pluviométrica média de 857,7 mm em meio à chapada do<br />Apodi, com planícies fluviais e depressões sertanejas, onde predomina a caatinga<br />arbustiva densa, dentre outros complexos vegetacionais.<br />A população estimada (2007) é de 18.652 habitantes, sendo o<br />contingente urbano (2000) 9.857 e rural (2000) 7.005 habitantes, com uma<br />densidade demográfica (2000) 27,34 hab/km². A taxa de urbanização (2000)<br />corresponde a 58,46 %. Em relação à economia, o PIB (2005) é de R$ 123.501.000,<br />o que equivale a um PIB per capita (2006) de 8.953,00 reais, sendo o setor da<br />agropecuária responsável por 59 % a indústria 8,63 % serviços: 32,37 % 8<br />No que se refere à saúde, o perfil de morbimortalidade hospitalar em<br />2007 9 foi de 23 óbitos no total, sendo 14 óbitos masculinos e nove femininos,<br />distribuídos conforme a lustração.<br />8 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1 acesso em 12 de abril de 2009 às 14h12min.<br />9 IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@. Disponível em<br />http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em 12 de abril de 2009.<br />76
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