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fortalecimento da atenção básica como porta de entrada do sistema. Há que se<br />
fomentar nos territórios outra visão acerca do vivido e do instituído para promover<br />
transformações positivas para a saúde da população.<br />
Esses são desafios que têm como centralidade na resolução das<br />
questões a nossa capacidade de articular práticas integradas e integrais em saúde.<br />
Para isso, faz-se necessário deixar claro que o conceito ampliado de saúde,<br />
baseado na noção de direito de cidadania, não comporta ações restritas na APS.<br />
Espera-se, no entanto, que a APS assuma uma posição estratégica para a<br />
superação de um modelo centrado na Biomedicina, que não alcança a efetividade<br />
nas ações, bem como não tem sustentação econômica nos sistemas de saúde<br />
atuais (FAUSTO; MATTA, 2007).<br />
É imprescindível a compreensão de que a atenção à saúde no âmbito da<br />
APS não se propõe a se preocupar apenas com os processos de adoecimento, pois<br />
ela tem como referência a noção de que o estado de saúde das pessoas expressa<br />
uma relação direta com suas condições de vida, exigindo uma intervenção bem<br />
mais ampla.<br />
Apesar de compreendermos as limitações da ESF e as inúmeras<br />
contradições do pensar saúde na contemporaneidade por parte dos executores e<br />
formuladores das políticas de saúde, acreditamos que há potencialidades na<br />
proposição desse modelo assistencial. São identificadas críticas à ESF desde o<br />
início de sua implantação como um programa vertical e seletivo, trazendo de volta<br />
propostas superadas como a Medicina simplificada direcionada aos pobres. É<br />
indiscutível, entretanto, que a ESF provocou uma reestruturação e fortalecimento<br />
das diretrizes da APS e incontestável relevância para a ABS (FAUSTO; MATTA,<br />
2007).<br />
Sabemos que o SUS ainda apresenta marcas de um sistema de saúde<br />
fragmentado, cuja lógica de organização da atenção ainda parte de procedimentos<br />
previamente definidos do que propriamente das necessidades de saúde<br />
apresentadas pela população em territórios específicos. As ações de promoção e<br />
prevenção exibem um viés essencialmente vertical, programático e campanhista<br />
(FAUSTO; MATTA, 2007).<br />
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