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Esse movimento é entendido por Porto (2003), ao dizer que a área de<br />saúde do trabalhador, além da ação governamental e intersetorial, deve funcionar<br />em ação conjunta com os movimentos sociais, como uma rede de resistência e de<br />aprofundamento dos avanços democráticos na defesa de um SUS eficiente,<br />articulando saúde, trabalho e ambiente e propondo novas estratégias de promoção<br />da saúde.<br />Rigotto (2003, p. 389) considera que<br />[...] a Saúde do Trabalhador e a Saúde Ambiental, ainda que se<br />mantenham como campos disciplinares distintos, podem se nutrir de uma<br />mesma cosmovisão, de um olhar abrangente que contemple estas férteis e<br />complexas inter-relações, para com ele iluminar a pesquisa, a formação de<br />profissionais, as políticas públicas e a ação política da sociedade.<br />Dias e Hoefel (2005) garantem que as dificuldades para o<br />desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador, no que diz respeito às ações<br />de vigilância dos ambientes e condições de trabalho, passam por contradições<br />como a exigência técnica de mudança do processo de trabalho, incluindo a<br />interdição e luta dos trabalhadores pela manutenção do emprego. As autoras<br />também tecem a visão sobre a prática dos profissionais do SUS em relação ao tema<br />foco:<br />É grande também as dificuldades dos profissionais para lidar com os<br />“novos” problemas de saúde-doença dos trabalhadores, entre eles, as<br />manifestações de sofrimento psíquico, os efeitos à exposição a baixas<br />dosagens de substâncias tóxicas e às novas formas de organização e<br />gestão do trabalho. (DIAS; HOEFEL, 2005, p. 821).<br />Lourenço e Bertani (2007) destacam que as dificuldades de se<br />estabelecer ações eficazes no campo de saúde do trabalhador estão relacionadas a<br />cultura, ideologia e políticas, somadas às mudanças no mundo do trabalho e a<br />opção do Estado pelo neoliberalismo.<br />Apesar de todas as dificuldades ora descritas, segundo Dias e Hoefel<br />(2005), há uma importante contribuição da política pública de saúde brasileira no<br />que concerne à saúde do trabalhador:<br />61
[...] o SUS assume um papel social diferenciado, ao se colocar, de fato, na<br />atualidade como a única política pública de cobertura universal, para o<br />cuidado da saúde dos trabalhadores, obrigando a busca da redefinição das<br />práticas de saúde e a construção de um “novo modelo” de atenção. (DIAS;<br />HOEFEL, 2005, p. 821).<br />Dias e Hoefel (2005) explicitam, ainda, algumas possibilidades de<br />atuação da atenção básica em relação à saúde do trabalhador, tendo em vista o<br />crescimento do trabalho informal, familiar e no domicílio, o que potencializa a<br />necessidade de se acolher os trabalhadores, investigar o trabalho como fator<br />determinante do processo saúde-doença, avaliar as situações de risco no trabalho,<br />levando em consideração o saber do trabalhador e o controle social.<br />2.3 Saúde Ambiental no SUS<br />A questão ambiental emerge como problema significativo no mundo em<br />torno dos anos 1970, expressando um conjunto de contradições entre o modelo<br />dominante de desenvolvimento econômico-industrial e a realidade socioambiental.<br />O Relatório “Nosso Futuro Comum” (Relatório Bruntland, como também ficou<br />conhecido), elaborado pela Comissão das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e<br />Desenvolvimento (CNUMAD), criada pela ONU e presidida pela primeira-ministra da<br />Noruega Gro Harlem Bruntland, foi um marco nesse campo. Este Relatório propõe<br />rever uma nova perspectiva de abordar a questão ambiental, situando-a como<br />problema planetário, indissociável do processo de desenvolvimento econômico e<br />social.<br />Apresenta o conceito de desenvolvimento sustentável, que articula<br />princípios de justiça social, viabilidade econômica e prudência ecológica como<br />metas a serem atingidas. Com a evolução dos estudos e a premência da questão<br />ambiental, com o uso indiscriminado do conceito de desenvolvimento sustentável,<br />travestindo e justificando propostas de modelos os mais diversos, esse conceito é<br />alvo de críticas, em razão das ambiguidades, indefinições e contradições em<br />relação à ênfase economicista e desenvolvimentista, ausência de uma perspectiva<br />62
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Esse movimento é entendido por Porto (2003), ao dizer que a área de<<strong>br</strong> />
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em ação conjunta com os movimentos sociais, como uma rede de resistência e de<<strong>br</strong> />
aprofundamento dos avanços democráticos na defesa de um SUS eficiente,<<strong>br</strong> />
articulando saúde, trabalho e ambiente e propondo novas estratégias de promoção<<strong>br</strong> />
da saúde.<<strong>br</strong> />
Rigotto (2003, p. 389) considera que<<strong>br</strong> />
[...] a Saúde do Trabalhador e a Saúde Ambiental, ainda que se<<strong>br</strong> />
mantenham como campos disciplinares distintos, podem se nutrir de uma<<strong>br</strong> />
mesma cosmovisão, de um olhar a<strong>br</strong>angente que contemple estas férteis e<<strong>br</strong> />
complexas inter-relações, para com ele iluminar a pesquisa, a formação de<<strong>br</strong> />
profissionais, as políticas públicas e a ação política da sociedade.<<strong>br</strong> />
Dias e Hoefel (2005) garantem que as dificuldades para o<<strong>br</strong> />
desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador, no que diz respeito às ações<<strong>br</strong> />
de vigilância dos ambientes e condições de trabalho, passam por contradições<<strong>br</strong> />
como a exigência técnica de mudança do processo de trabalho, incluindo a<<strong>br</strong> />
interdição e luta dos trabalhadores pela manutenção do emprego. As autoras<<strong>br</strong> />
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É grande também as dificuldades dos profissionais para lidar com os<<strong>br</strong> />
“novos” problemas de saúde-doença dos trabalhadores, entre eles, as<<strong>br</strong> />
manifestações de sofrimento psíquico, os efeitos à exposição a baixas<<strong>br</strong> />
dosagens de substâncias tóxicas e às novas formas de organização e<<strong>br</strong> />
gestão do trabalho. (DIAS; HOEFEL, 2005, p. 821).<<strong>br</strong> />
Lourenço e Bertani (2007) destacam que as dificuldades de se<<strong>br</strong> />
estabelecer ações eficazes no campo de saúde do trabalhador estão relacionadas a<<strong>br</strong> />
cultura, ideologia e políticas, somadas às mudanças no mundo do trabalho e a<<strong>br</strong> />
opção do Estado pelo neoliberalismo.<<strong>br</strong> />
Apesar de todas as dificuldades ora descritas, segundo Dias e Hoefel<<strong>br</strong> />
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