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25.06.2013 Views

APRESENTAÇÃO<br />Este estudo aborda sucintamente o SUS e a institucionalização da<br />atenção básica à saúde (ABS), bem como das ações de vigilância em saúde,<br />especialmente, as vigilâncias em saúde ambiental e saúde do trabalhador.<br />O foco do estudo assenta-se no território local. Entendendo a<br />complexidade dos campos de atuação da atenção primária à saúde (APS), da<br />saúde ambiental e da saúde do trabalhador, discutimos como pode ocorrer a<br />intersecção desses campos no âmbito de responsabilidade da APS. Que ações em<br />saúde ambiental e saúde do trabalhador são necessárias, pertinentes e exequíveis<br />pela APS?<br />Explicitamos na figura 1 que estes campos estão interligados pela<br />dimensão do território, mas que há as especificidades da ação de cada campo que<br />são complementares, interdependentes e contínuas, como há também a<br />convergência e a necessidade de atuação específica de cada campo.<br />Saúde Ambiental<br />Saúde do trabalhador<br />Território<br />Atenção Primária à Saúde<br />Figura 1 – Esquema explicativo: território, espaço da interseção das ações de<br />saúde ambiental e saúde do trabalhador na atenção primária à saúde.<br />Fonte: Elaborado pela pesquisadora<br />Considerando isso, no nosso pensamento nas páginas que seguem está<br />esquematizada em quatro partes. Na parte I, abordaremos a temática saúdeambiente-trabalho<br />no Ceará na tentativa de explicitar, ainda que de forma<br />25

insatisfatória, o contexto histórico e contemporâneo. Continuamos discutindo de<br />forma breve como ocorreu a estruturação do SUS no Ceará, adentrando esse<br />momento as políticas de APS, saúde do trabalhador e saúde ambiental e, em<br />seguida, apresentamos os objetivos do estudo.<br />Em razão da amplitude destes campos, consideramos essencial identificar<br />algumas categorias centrais para esta pesquisa. Desse modo adotamos o território,<br />integralidade, participação comunitária, necessidades de saúde e qualidade de vida<br />como estruturais para a análise do ponto de vista da efetivação da política pública<br />de saúde, sendo estas apresentadas de forma sucinta na Parte I, pois<br />aprofundamos o diálogo na Parte III.<br />Em relação à APS, perpassamos o foco das ações na atenção básica,<br />especialmente na formulação desta como proposta de reorganização dos serviços,<br />que está centrada na abordagem familiar, já que compreendemos que esse aspecto<br />é importante para aproximar o debate teórico com as proposições das políticas de<br />saúde ambiental e saúde do trabalhador. Essa reflexão teórica acerca das ações da<br />Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) em convergência com a vigilância em<br />saúde ambiental e saúde do trabalhador emerge da necessidade de trabalharmos<br />no âmbito dessas vigilâncias com populações expostas, sendo necessário também<br />refletir sobre as convergências e divergências dessas questões na<br />operacionalização da Estratégia Saúde da Família. Afinal, se o SUS é universal por<br />que precisamos centrar as nossas abordagens na família ou em populações<br />expostas? Não seria um pressuposto de que teríamos que centrar nossas<br />abordagens em todos os indivíduos, independentemente da exposição aos riscos,<br />tendo em vista que defendemos a concepção de promoção da saúde? Sabemos, no<br />entanto, que o caráter universal do sistema se traduz na prática da APS em garantir<br />a acessibilidade à saúde para um segmento da população que é mais vulnerável,<br />pertencente às classes sociais menos abastadas do ponto de vista econômico,<br />pessoas reconhecidamente usuárias dos serviços primários de saúde.<br />Entendemos que estamos nos situando na APS, modelo de atenção à<br />saúde que busca resolver problemas complexos, ou seja, trabalha com o<br />pressuposto de desenvolver ações no território, com o “pé no chão”, nas casas, na<br />vida comunitária.<br />26

insatisfatória, o contexto histórico e contemporâneo. Continuamos discutindo de<<strong>br</strong> />

forma <strong>br</strong>eve como ocorreu a estruturação do SUS no Ceará, adentrando esse<<strong>br</strong> />

momento as políticas de APS, saúde do trabalhador e saúde ambiental e, em<<strong>br</strong> />

seguida, apresentamos os objetivos do estudo.<<strong>br</strong> />

Em razão da amplitude destes campos, consideramos essencial identificar<<strong>br</strong> />

algumas categorias centrais para esta pesquisa. Desse modo adotamos o território,<<strong>br</strong> />

integralidade, participação comunitária, necessidades de saúde e qualidade de vida<<strong>br</strong> />

como estruturais para a análise do ponto de vista da efetivação da política pública<<strong>br</strong> />

de saúde, sendo estas apresentadas de forma sucinta na Parte I, pois<<strong>br</strong> />

aprofundamos o diálogo na Parte III.<<strong>br</strong> />

Em relação à APS, perpassamos o foco das ações na atenção básica,<<strong>br</strong> />

especialmente na formulação desta como proposta de reorganização dos serviços,<<strong>br</strong> />

que está centrada na abordagem familiar, já que compreendemos que esse aspecto<<strong>br</strong> />

é importante para aproximar o debate teórico com as proposições das políticas de<<strong>br</strong> />

saúde ambiental e saúde do trabalhador. Essa reflexão teórica acerca das ações da<<strong>br</strong> />

Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) em convergência com a vigilância em<<strong>br</strong> />

saúde ambiental e saúde do trabalhador emerge da necessidade de trabalharmos<<strong>br</strong> />

no âmbito dessas vigilâncias com populações expostas, sendo necessário também<<strong>br</strong> />

refletir so<strong>br</strong>e as convergências e divergências dessas questões na<<strong>br</strong> />

operacionalização da Estratégia Saúde da Família. Afinal, se o SUS é universal por<<strong>br</strong> />

que precisamos centrar as nossas abordagens na família ou em populações<<strong>br</strong> />

expostas? Não seria um pressuposto de que teríamos que centrar nossas<<strong>br</strong> />

abordagens em todos os indivíduos, independentemente da exposição aos riscos,<<strong>br</strong> />

tendo em vista que defendemos a concepção de promoção da saúde? Sabemos, no<<strong>br</strong> />

entanto, que o caráter universal do sistema se traduz na prática da APS em garantir<<strong>br</strong> />

a acessibilidade à saúde para um segmento da população que é mais vulnerável,<<strong>br</strong> />

pertencente às classes sociais menos abastadas do ponto de vista econômico,<<strong>br</strong> />

pessoas reconhecidamente usuárias dos serviços primários de saúde.<<strong>br</strong> />

Entendemos que estamos nos situando na APS, modelo de atenção à<<strong>br</strong> />

saúde que busca resolver problemas complexos, ou seja, trabalha com o<<strong>br</strong> />

pressuposto de desenvolver ações no território, com o “pé no chão”, nas casas, na<<strong>br</strong> />

vida comunitária.<<strong>br</strong> />

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