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A utilização do enfoque do território contribuiu para a caracterização da<br />
população e dos problemas de saúde, promovendo a responsabilização e o<br />
fortalecimento dos vínculos entre o serviço de saúde e a população. Essa<br />
apreensão ocorreu também no processo, porque está presente na atenção primária<br />
a responsabilidade de realizar análise da situação de saúde, mediante a construção<br />
de mapas, ou seja, já se tem um saber acumulado.<br />
Esse é, portanto, um terreno fértil para se concretizar ações de saúde<br />
ambiental e saúde do trabalhador, sendo preciso que seja clarificada para os<br />
profissionais de saúde, gestores, técnicos e população a necessidade do olhar<br />
ampliado sobre o território, que se traduz em realizar uma leitura efetiva dos<br />
processos em curso na área da equipe, migrando de uma visão restrita de cuidado<br />
em saúde para o debruçar-se ante a magnitude dos problemas locais, e, no plano<br />
concreto de fazer, atuar com uma atitude de pertença aos problemas relativos ao<br />
trabalho e ao ambiente da equipe.<br />
Podemos dizer que, no início desta pesquisa, havia um distanciamento<br />
considerável entre o campo saúde do trabalhador e ambiental na atenção primária.<br />
O grupo sequer sabia o que era o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador,<br />
como já apresentamos em outro tópico; ou seja, no território da equipe, demonstrase<br />
o quão ausente estão os pontos de atenção da garantia da atenção á saúde.<br />
Dessa forma, não se trata de normatizar que ações devem ser realizadas na<br />
atenção primária. Longe de um ato prescritivo, estamos motivada a utilizar as<br />
potencialidades de que já dispõe a atenção primária para avançar no seu fazer em<br />
busca de definir com os movimentos sociais e Poder Público as necessidades de<br />
ação local.<br />
Dessa forma, comungamos com a formulação das redes de atenção à<br />
saúde adotada por Mendes (2005, 2007), exigindo que ela seja funcional e<br />
resolutiva, pois a atenção à saúde passa por uma rede de serviços articulados e<br />
integrados horizontalmente, conforme Mendes (2007). As redes na perspectiva do<br />
autor são organizações poliárquicas que oferecem atenção contínua e integral a<br />
determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde, sendo este um<br />
dos pontos de atenção nessa rede com o intuito de que essa oferta se processe no<br />
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