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Inicialmente, quando concebemos esse projeto de pesquisa, propusemos<br />evidenciar de que forma a integralidade ocorre no contexto das práticas de saúde,<br />especificamente passando pela execução das ações de saúde ambiental e saúde<br />do trabalhador na interface com a atenção primária em saúde.<br />Para tal, utilizamos a pesquisa-ação, em um processo que levou à<br />formulação, pelos sujeitos envolvidos, das ações consideradas estratégicas para o<br />território local. Ressaltamos que estas ações foram propostas coletivamente após<br />cinco encontros do grupo, em que se descortinou a problemática saúde-ambientetrabalho<br />em Lagoinha. A concepção deste plano reflete o empowerment dos<br />participantes do grupo acerca das necessidades de saúde do território.<br />245<br />[...] esse trabalho que estamos fazendo aqui agora [...] nós estamos<br />conversando, vendo a realidade das coisas, tentando buscar uma forma, um<br />caminho para a gente ter uma saúde melhor, uma educação melhor, então<br />eu acho que começa por aqui [...]. (Grupo de pesquisa).<br />[...] tem uma coisa muito mais ampla [...] como participar de conselho, de<br />sindicato, de coisas que podem ajudar [...] por exemplo, agora tem o<br />conselho do meio ambiente, eu posso tentar, eu posso não ser conselheira,<br />mas eu posso participar das reuniões, eu posso dar uma ajuda, eu posso<br />está na reunião do Conselho Municipal de Saúde ou em outros conselhos<br />tentando mostrar a realidade [...]. (Grupo de pesquisa).<br />[...] nós não podemos oferecer dinheiro e nem recurso nenhum, [...] o que a<br />gente pode oferecer é informação [...] a gente sempre faz visita todo mês<br />[...] passa a informação [...] a gente vai mudando [...] denuncia, então tudo<br />isso pode mudar. (Grupo de pesquisa).<br />Do grupo nasce o desejo de ser sujeito, e ele traz a si a responsabilidade<br />de propor e executar passos em busca do desenvolvimento de ações que traduzam<br />respostas a curto, médio e longo prazo às descobertas que tiveram no processo em<br />relação ao vivido. Isso nos remete ao que dizem alguns autores em alusão às lutas<br />hegemônicas e contra-hegemônicas, onde destacam que a produção e a<br />regulamentação do desejo são tão importantes quanto a elaboração do significado e<br />que a ideia e a experiência do prazer devem ser tecidas politicamente (WIMMER;<br />FIGUEIREDO, 2006).<br />Concordamos com Wimmer e Figueiredo (2006), como já relatado no<br />tópico sobre políticas públicas, em relação à proposição de ações intersetoriais e<br />transdisciplinares, em que haja o engajamento dos sujeitos como coletivos
organizados, pois, desenvolvendo ações coletivas, podem eles intervir na realidade<br />local em uma perspectiva de estabelecer uma educação para autonomia.<br />A elaboração deste plano compreende a necessidade de enfrentar<br />problemas e propor soluções que em certa medida se apresentam como um pensar<br />contra-hegemôncio, considerando como fundamental no processo e para o plano o<br />estímulo à “crítica social e à compreensão de que a realidade de vida que se<br />vivencia na pobreza não é natural, mas reflexo da exploração social histórica gerada<br />pelo lucro” (WIMMER; FIGUEIREDO, 2006, p. 152).<br />Esse plano compromete-se com o agir em saúde na perspectiva<br />defendida por Merhy (2005, p. 3).<br />246<br />A construção de novos modos de agir em saúde, que se orientam pela<br />lógica de uma integralidade radicalmente comprometida com a produção da<br />vida, deve estar articulada às intenções que ambicionam um agir<br />micropolítico como dobra de fazeres macro, como o ecologista que deve<br />imaginar seu fazer aqui e agora, olhando para o mundo em geral e o<br />amanhã.<br />Para apresentação do plano, sistematizamos as ações em dois<br />fluxogramas conforme figura 57 e 58, organizados em duas categorias temáticas,<br />que talvez sejam restritas, mas que estão em consonância com os objetivos<br />propostos neste estudo:<br />a) Ações Transversais à Saúde Ambiental e à Saúde do Trabalhador na<br />Atenção Primária à Saúde; e<br />b) Ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Primária à Saúde.<br />Na análise das ações, percebemos que elas transitam da<br />intersetorialidade à transversalidade, na medida em são propostas ações que<br />extrapolam a dimensão do território local para o âmbito municipal, onde se propõe a<br />construção de pontes entre as instâncias do serviço de saúde – atenção, vigilância e<br />gestão no desenvolvimento da política de saúde do trabalhador – percebendo o<br />quanto não podem ser entendidas isoladas as práticas de saúde; e aponta de forma<br />expressiva a necessária atuação do Poder Público na proteção ambiental, além de<br />destacar o papel da sociedade, por meio da ação participativa como controle social.
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Inicialmente, quando concebemos esse projeto de pesquisa, propusemos<<strong>br</strong> />
evidenciar de que forma a integralidade ocorre no contexto das práticas de saúde,<<strong>br</strong> />
especificamente passando pela execução das ações de saúde ambiental e saúde<<strong>br</strong> />
do trabalhador na interface com a atenção primária em saúde.<<strong>br</strong> />
Para tal, utilizamos a pesquisa-ação, em um processo que levou à<<strong>br</strong> />
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território local. Ressaltamos que estas ações foram propostas coletivamente após<<strong>br</strong> />
cinco encontros do grupo, em que se descortinou a problemática saúde-ambientetrabalho<<strong>br</strong> />
em Lagoinha. A concepção deste plano reflete o empowerment dos<<strong>br</strong> />
participantes do grupo acerca das necessidades de saúde do território.<<strong>br</strong> />
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[...] esse trabalho que estamos fazendo aqui agora [...] nós estamos<<strong>br</strong> />
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caminho para a gente ter uma saúde melhor, uma educação melhor, então<<strong>br</strong> />
eu acho que começa por aqui [...]. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
[...] tem uma coisa muito mais ampla [...] como participar de conselho, de<<strong>br</strong> />
sindicato, de coisas que podem ajudar [...] por exemplo, agora tem o<<strong>br</strong> />
conselho do meio ambiente, eu posso tentar, eu posso não ser conselheira,<<strong>br</strong> />
mas eu posso participar das reuniões, eu posso dar uma ajuda, eu posso<<strong>br</strong> />
está na reunião do Conselho Municipal de Saúde ou em outros conselhos<<strong>br</strong> />
tentando mostrar a realidade [...]. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
[...] nós não podemos oferecer dinheiro e nem recurso nenhum, [...] o que a<<strong>br</strong> />
gente pode oferecer é informação [...] a gente sempre faz visita todo mês<<strong>br</strong> />
[...] passa a informação [...] a gente vai mudando [...] denuncia, então tudo<<strong>br</strong> />
isso pode mudar. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
Do grupo nasce o desejo de ser sujeito, e ele traz a si a responsabilidade<<strong>br</strong> />
de propor e executar passos em busca do desenvolvimento de ações que traduzam<<strong>br</strong> />
respostas a curto, médio e longo prazo às descobertas que tiveram no processo em<<strong>br</strong> />
relação ao vivido. Isso nos remete ao que dizem alguns autores em alusão às lutas<<strong>br</strong> />
hegemônicas e contra-hegemônicas, onde destacam que a produção e a<<strong>br</strong> />
regulamentação do desejo são tão importantes quanto a elaboração do significado e<<strong>br</strong> />
que a ideia e a experiência do prazer devem ser tecidas politicamente (WIMMER;<<strong>br</strong> />
FIGUEIREDO, 2006).<<strong>br</strong> />
Concordamos com Wimmer e Figueiredo (2006), como já relatado no<<strong>br</strong> />
tópico so<strong>br</strong>e políticas públicas, em relação à proposição de ações intersetoriais e<<strong>br</strong> />
transdisciplinares, em que haja o engajamento dos sujeitos como coletivos