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palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...

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dignas, como a exposição dos trabalhadores aos venenos e à radiação solar nos<<strong>br</strong> />

campos de plantios, além de outros, como não dispor de local adequado para as<<strong>br</strong> />

refeições. Todas essas condições interferem na qualidade de vida, impactando<<strong>br</strong> />

negativamente no estado de saúde das pessoas, gerando maior demanda de<<strong>br</strong> />

serviços assistenciais, pois há um contexto de risco, que se perpetua no surgimento<<strong>br</strong> />

de doenças crônicas, dentre outras. O desenvolvimento passa a ser entendido<<strong>br</strong> />

como sinônimo de acesso às condições básicas de vida, o que reflete a história de<<strong>br</strong> />

exclusão social no Nordeste <strong>br</strong>asileiro.<<strong>br</strong> />

211<<strong>br</strong> />

[...] você olha ao redor você vê [...] só estou aqui há sete anos, eu vejo a<<strong>br</strong> />

diferença em termos de desenvolvimento [...] está adoecendo mais gente,<<strong>br</strong> />

tem a longo prazo, tem o desgaste, mas hoje a maioria das pessoas tem<<strong>br</strong> />

seu transporte para andar, [...] tem sua casinha boa com suas coisinhas<<strong>br</strong> />

dentro, tem seu emprego, [...] aqui tem muita gente que passa seis meses,<<strong>br</strong> />

cinco meses comprando fiado para pagar com o dinheiro sete a oito meses<<strong>br</strong> />

que vai se empregar na firma e que não tem para onde se virar. Se não for<<strong>br</strong> />

isso, se não for essa firma que vai empregar, [...]há uma diferença grande<<strong>br</strong> />

por que a maioria das casas eram de taipa, [...] que a agricultura<<strong>br</strong> />

subsistência era muita [...] dificuldade [...] de alimentação, era muito<<strong>br</strong> />

precária [...] os empregos que garantem o padrão de vida mais ou menos,<<strong>br</strong> />

tem as conseqüências, têm [...] a longo prazo, agora tem veneno [...] e o<<strong>br</strong> />

que seria se não tivesse essa firma? [...] era gente invadindo ! Não sei o que<<strong>br</strong> />

seria, tire as firma daqui de dentro para vê se tinha outra coisa! (Grupo de<<strong>br</strong> />

pesquisa)<<strong>br</strong> />

Neste contundente relato, é revelado que a exposição aos venenos, que é<<strong>br</strong> />

uma prática cotidiana no modo de produção vivido na região, acontece sem<<strong>br</strong> />

nenhuma preocupação de órgãos públicos, destacando a omissão dos sindicatos<<strong>br</strong> />

dos trabalhadores rurais, e até mesmo o desconhecimento de quais instituições<<strong>br</strong> />

deveriam assumir a responsabilidade social por zelar pela melhoria das condições<<strong>br</strong> />

de trabalho nas empresas agrícolas.<<strong>br</strong> />

[...] os trabalhadores estão expostos a veneno, a luz solar. Eles não tem<<strong>br</strong> />

nenhum amparo [...] apoio por conta da empresa [...] porque não existe<<strong>br</strong> />

entidade para co<strong>br</strong>ar, não existe um sindicado que vá co<strong>br</strong>ar de uma<<strong>br</strong> />

empresa para dá o protetor solar, [...] um refeitório adequado para ele fazer,<<strong>br</strong> />

ao menos, a refeição não existe, porque a maior plantação aqui é melão,<<strong>br</strong> />

melão não tem som<strong>br</strong>a. (Grupo de pesquisa).

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