palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...
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cresce, mas vem [...] prejudicar a vida de cada uma das pessoas que está<<strong>br</strong> />
trabalhando [...]. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
Identifica-se também no discurso um desconhecimento das<<strong>br</strong> />
responsabilidades do Estado e das empresas com o território e com os<<strong>br</strong> />
trabalhadores. A legislação ambiental e trabalhista é totalmente desconhecida pelos<<strong>br</strong> />
sujeitos do grupo.<<strong>br</strong> />
209<<strong>br</strong> />
[...] há quinze vinte anos atrás [...] duzentas pessoas invadiram Quixeré [...]<<strong>br</strong> />
por que aqui não tinha emprego, não tinha nada e as pessoas necessitadas<<strong>br</strong> />
mesmo, hoje [...] vê assim (o gestor) como uma situação muito boa [...] não<<strong>br</strong> />
ter essas coisas, [...] de querer invadir [...]. A gente queria era uma<<strong>br</strong> />
responsabilidade maior das empresas [...] ter digamos tipo um convênio das<<strong>br</strong> />
empresas com o Estado para ter uma responsabilidade maior, ter um<<strong>br</strong> />
acompanhamento para que não venha prejudicar, por que é importante,<<strong>br</strong> />
mas que não venha prejudicar tão rápido. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
Quanto ao desenvolvimento local, observa-se que o impacto gerado para<<strong>br</strong> />
a economia dos comerciantes está caracterizado por uma relação de dependência<<strong>br</strong> />
com o agronegócio, já que este dinheiro que circula é proveniente da venda de mão<<strong>br</strong> />
de o<strong>br</strong>a barata, que compra vestuário, alimentos e produtos de higiene pessoal e do<<strong>br</strong> />
lar, com a obtenção desses dividendos, no entanto, a sazonalidade do trabalho, os<<strong>br</strong> />
períodos de entressafra, demonstram como se estabelece o vínculo de<<strong>br</strong> />
dependência, porquanto há trabalhadores que ficam seis meses comprando para<<strong>br</strong> />
pagar somente quando retornar às atividades na empresa. Este aspecto é abordado<<strong>br</strong> />
por Costa, apresentando o seguinte entendimento.<<strong>br</strong> />
Os trabalhadores assalariados do campo constituem uma mão-de-o<strong>br</strong>a sem<<strong>br</strong> />
qualificação e que permanece empregada em torno de cinco meses para a<<strong>br</strong> />
colheita do melão, passando o restante do ano desempregada submetendose<<strong>br</strong> />
a “bicos” para so<strong>br</strong>eviver. Normalmente, no mês de janeiro essa mão de<<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>a é dispensada devido ao período invernoso, onde a colheita é reduzida<<strong>br</strong> />
em mais da metade. Tal fato reflete diretamente no comércio da Vila de<<strong>br</strong> />
Lagoinha, que durante a entressafra que corresponde de janeiro a julho, as<<strong>br</strong> />
vendas sofrem uma queda em torno de 60%. Isso mostra a dependência do<<strong>br</strong> />
comércio local em relação ao trabalho assalariado na agricultura, que se<<strong>br</strong> />
mostra bastante precarizado. (COSTA, 2006, p.54).<<strong>br</strong> />
Todas essas questões levantadas vão do encontro do que Sa<strong>br</strong>oza<<strong>br</strong> />
destaca no tocante à subordinação de grupos sociais inteiros a constrangimentos<<strong>br</strong> />
em consequência das dificuldades de acesso à terra, relações de trabalho não<<strong>br</strong> />
protegidas efetivamente e limitações de educação e conhecimentos adequados às<<strong>br</strong> />
novas práticas produtivas que se impõem (SABROZA, 1992). Os agentes locais