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palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...

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207<<strong>br</strong> />

grande, aí vivia da lenha e da pedra e muitas vezes não tinha a quem<<strong>br</strong> />

vender - eu pequeno, pivete eu via aquele pessoal sofrendo tanto e hoje<<strong>br</strong> />

não existe mais isso, pelo menos aqui já acabou! Quem está hoje como<<strong>br</strong> />

gestor a nível municipal, para eles está bom demais, porque não tem que se<<strong>br</strong> />

preocupar com isso. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />

Na fala do grupo, evidencia-se que o tempo passado, quando a<<strong>br</strong> />

agricultura familiar ficava a depender do inverno por falta de investimento estatal de<<strong>br</strong> />

apoio que garantisse a fixação do camponês, fortalecendo as formas de<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>evivência por meio dessa atividade laboral, contribui para que, no presente, em<<strong>br</strong> />

que há um estímulo ao emprego em detrimento de investimento no<<strong>br</strong> />

empreendedorismo dos pequenos produtores, para uma visão determinista de<<strong>br</strong> />

aceitação do agronegócio como alternativa satisfatória para os gestores públicos.<<strong>br</strong> />

Apresenta-se uma dicotomia que assevera acessar uma forma de<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>evivência, ainda que esta prejudique a vida, determinando mudanças<<strong>br</strong> />

diversificadas nas condições de viver, com repercussões so<strong>br</strong>e a qualidade de vida.<<strong>br</strong> />

Eu sei que tem a necessidade, mas também tem o descrédito de que as<<strong>br</strong> />

coisas não vão acontecer, está entendendo? Que você vai falar, mas que<<strong>br</strong> />

vai continuar do mesmo jeito, você convide a comunidade a participar de<<strong>br</strong> />

uma reunião para você vê: de cinqüenta vem cinco, porque os outros dizem<<strong>br</strong> />

assim: ‘a gente senta, conversa e finda do jeito que governo quer’, então,<<strong>br</strong> />

tem o descrédito e claro que tem a necessidade de trabalhar, se eu fui para<<strong>br</strong> />

uma empresa, se eu pudesse ficar em casa sem trabalhar eu estava em<<strong>br</strong> />

casa sem trabalhar! Minha família está lá em Limoeiro, podia estar lá agora,<<strong>br</strong> />

mas estou aqui, é a questão da necessidade, mas tem o descrédito. (Grupo<<strong>br</strong> />

de pesquisa).<<strong>br</strong> />

Em outras <strong>palavras</strong>, no sertão do semiárido cearense havia poucas<<strong>br</strong> />

escolhas de so<strong>br</strong>evivência há 25 anos, o que o<strong>br</strong>igava os camponeses a subordinarse<<strong>br</strong> />

à espera da chuva, de políticas de apoio do governo, a espera! Disso nos fala um<<strong>br</strong> />

dos nossos sujeitos, quando relata as diversas possibilidades de trabalho que tem<<strong>br</strong> />

hoje à porta da sua casa, e o quanto tinha que andar para trabalhar há duas<<strong>br</strong> />

décadas e meia, apresentando o emprego como estratégia de so<strong>br</strong>evivência<<strong>br</strong> />

importante para a comunidade.<<strong>br</strong> />

Eu achei muito importante esse mapa que nós fizemos porque há vinte e<<strong>br</strong> />

cinco anos atrás se eu quis trabalhar fui trabalhar na Carbomil e dá uns 25<<strong>br</strong> />

quilômetros de bicicleta indo e vindo todo dia. E hoje, se eu botar [...] o pé<<strong>br</strong> />

fora do meu terreiro já estou dentro do projeto, para onde a gente sair se<<strong>br</strong> />

escolhe, [...] mas por outra parte acaba com nós, com o veneno medonho<<strong>br</strong> />

que a gente come, é na melancia, no melão, na banana, tudo que você

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