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atuação para as políticas públicas, tendo em vista que todos esses processos<br />promovem alteração no modo de vida e transformações territoriais com<br />repercussões sobre o ambiente e o trabalho.<br />Acreditamos que na região pesquisada há uma transição da agricultura<br />familiar para uma agricultura de mercado, bastante avançada, pois, ao que nos<br />parece, já está consolidada a prática do agronegócio na Chapada.<br />De 2006 para cá é contínua a expansão da produção centrada nas<br />monoculturas do melão, banana, mamão, abacaxi, dentre outras frutas. Isso<br />contribui sobremaneira para o enfraquecimento da agricultura familiar.<br />205<br />A integração do município/distrito de Lagoinha, a lógica da produção e<br />consumo globalizado de frutas tropicais, está gradativamente extinguindo a<br />pequena produção não capitalizada. Está ocorrendo uma queda acentuada<br />na área plantada e na produção voltada para o mercado interno e o<br />consumo local. O milho, o feijão e o algodão estão sendo substituídos pelo<br />melão, a banana e o mamão, onde toda a cadeia produtiva está sob o<br />domínio de empresários com larga experiência no ramo da fruticultura.<br />Portanto, está mudando a cultura e o tipo de produtor, do pequeno produtor<br />familiar não capitalizado para grandes empresários. (COSTA, 2006, p.52).<br />Sobre as relações sociais de produção e distribuição, ou seja, quem<br />produz e para quem produz, alguns autores destacam que estas são permeadas<br />pela instabilidade, incerteza e egoísmo, exigindo uma árdua busca para conseguir<br />garantir a existência. Desse modo, estas relações não se apresentam como<br />saudáveis e promotoras do desenvolvimento humano, pois estão alicerçadas na<br />competição, na destruição e na incessante falta de opções, o que caracteriza as<br />relações de trabalho capitalizadas.<br />A instabilidade, a incerteza, o egoísmo e a crueldade são tão determinantes<br />nas relações sociais de produção e distribuição que mesmo aqueles que<br />conseguem alcançar essa materialidade não estão dispensados de<br />continuar lutando por ela, seja porque não conseguem enxergar alternativa<br />para a sua existência. (SANTOS et al., 2007, p. 824).<br />5.1.2 Trabalho no agronegócio: alternativa de sobrevivência adoecida!?
Figura 53 – Foto de recorte do mapa ambiental do Distrito de Lagoinha, Quixeré –<br />Ceará, 2009.<br />Fonte: Acervo da pesquisa.<br />Detalharemos um pouco mais sobre as condições de vida dos<br />trabalhadores do agronegócio, pois o contingente de trabalhadores que compõe a<br />mão de obra na região de Lagoinha está representado, em uma boa parcela, pelos<br />moradores locais, como também pelos migrantes. Esse fluxo migratório dos<br />trabalhadores atraídos pelo emprego no agronegócio, como já referido, está<br />entrelaçado com a vinda das trabalhadoras do sexo, com a inauguração dos bares –<br />locais de moradia destas mulheres – e o incremento do uso das drogas na vida<br />comunitária. Essa realidade está relacionada com a instituição de um modelo<br />produtivo que opera com profundos efeitos colaterais para a sociedade como um<br />todo, e de modo muito particular aos trabalhadores diretamente vinculados às<br />empresas agrícolas.<br />206<br />Quixeré, o pessoal só vivia da agricultura no inverno, aí quando passava<br />três, quatro invernos, que era fraco e não tinha inverno, aí as pessoas<br />tinham uma necessidade maior. As pessoas tinham uma necessidade muito
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Acreditamos que na região pesquisada há uma transição da agricultura<<strong>br</strong> />
familiar para uma agricultura de mercado, bastante avançada, pois, ao que nos<<strong>br</strong> />
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De 2006 para cá é contínua a expansão da produção centrada nas<<strong>br</strong> />
monoculturas do melão, banana, mamão, abacaxi, dentre outras frutas. Isso<<strong>br</strong> />
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A integração do município/distrito de Lagoinha, a lógica da produção e<<strong>br</strong> />
consumo globalizado de frutas tropicais, está gradativamente extinguindo a<<strong>br</strong> />
pequena produção não capitalizada. Está ocorrendo uma queda acentuada<<strong>br</strong> />
na área plantada e na produção voltada para o mercado interno e o<<strong>br</strong> />
consumo local. O milho, o feijão e o algodão estão sendo substituídos pelo<<strong>br</strong> />
melão, a banana e o mamão, onde toda a cadeia produtiva está sob o<<strong>br</strong> />
domínio de empresários com larga experiência no ramo da fruticultura.<<strong>br</strong> />
Portanto, está mudando a cultura e o tipo de produtor, do pequeno produtor<<strong>br</strong> />
familiar não capitalizado para grandes empresários. (COSTA, 2006, p.52).<<strong>br</strong> />
So<strong>br</strong>e as relações sociais de produção e distribuição, ou seja, quem<<strong>br</strong> />
produz e para quem produz, alguns autores destacam que estas são permeadas<<strong>br</strong> />
pela instabilidade, incerteza e egoísmo, exigindo uma árdua busca para conseguir<<strong>br</strong> />
garantir a existência. Desse modo, estas relações não se apresentam como<<strong>br</strong> />
saudáveis e promotoras do desenvolvimento humano, pois estão alicerçadas na<<strong>br</strong> />
competição, na destruição e na incessante falta de opções, o que caracteriza as<<strong>br</strong> />
relações de trabalho capitalizadas.<<strong>br</strong> />
A instabilidade, a incerteza, o egoísmo e a crueldade são tão determinantes<<strong>br</strong> />
nas relações sociais de produção e distribuição que mesmo aqueles que<<strong>br</strong> />
conseguem alcançar essa materialidade não estão dispensados de<<strong>br</strong> />
continuar lutando por ela, seja porque não conseguem enxergar alternativa<<strong>br</strong> />
para a sua existência. (SANTOS et al., 2007, p. 824).<<strong>br</strong> />
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