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No caso dos trabalhadores do agronegócio do abacaxi em Limoeiro do<<strong>br</strong> />
Norte-CE, há um estudo epidemiológico realizado em 2009 que considera negados<<strong>br</strong> />
os seus direitos e saberes, levando-os à exposição cada vez mais frequente. Essa<<strong>br</strong> />
negação dos direitos e subestimação do saber dos trabalhadores está relacionada à<<strong>br</strong> />
desigualdade social a que se encontram impostos, à baixa renda, à pouca oferta de<<strong>br</strong> />
emprego, à cultura de dominação, dentre outros fatores que contribuem para uma<<strong>br</strong> />
maior vulnerabilidade dos trabalhadores rurais (ALEXANDRE, 2009).<<strong>br</strong> />
Segundo a pesquisa ora referida, os trabalhadores do agronegócio do<<strong>br</strong> />
abacaxi 38(50,6%) têm mais de 13 anos de trabalho com agricultura, embora a<<strong>br</strong> />
maioria 62(82,6%) seja de trabalhadores rurais assalariados com tempo de um a<<strong>br</strong> />
quatro anos na empresa, e 63(83%) são sindicalizados. Para admissão à empresa<<strong>br</strong> />
agrícola 49(65,3%), realizaram exame admissional, e 49(65,3%) somente fizeram<<strong>br</strong> />
exame laboratorial do tipo hemograma antes da admissão (ALEXANDRE, 2009).<<strong>br</strong> />
Pelo exposto, podemos considerar que há necessidade de se avançar na<<strong>br</strong> />
busca de relações de trabalho mais justas, identificar e fortalecer práticas<<strong>br</strong> />
agriculturáveis mais saudáveis e de formas diferentes de lidar com a terra.<<strong>br</strong> />
Percebe-se que a produção não está comprometida com a melhoria da<<strong>br</strong> />
qualidade de vida dos trabalhadores e moradores da região, no entanto, isso não é<<strong>br</strong> />
uma característica somente da forma como floresceu esse processo<<strong>br</strong> />
desenvolvimentista no baixo vale do Jaguaribe, pois, segundo Sa<strong>br</strong>oza (1992), esse<<strong>br</strong> />
modelo nos tempos atuais apresenta uma característica bem peculiar, que é a<<strong>br</strong> />
dissociação entre crescimento econômico e o desenvolvimento social; ou seja, a<<strong>br</strong> />
expansão das forças produtivas não implica necessariamente melhoria progressiva<<strong>br</strong> />
das condições de educação, saúde e trabalho (SABROZA, 1992). Considerando<<strong>br</strong> />
isso, imaginamos que analisar os contextos locais e identificar juntamente com os<<strong>br</strong> />
agentes sociais que estão mais próximos dessas questões, vivenciando um<<strong>br</strong> />
enfrentamento cotidiano, pode contribuir para que nasçam estratégias de base local<<strong>br</strong> />
que influenciem e tensionem por mudanças sinérgicas. Isto porque, se<<strong>br</strong> />
considerarmos o projeto desenvolvimentista, que está em curso em outros territórios<<strong>br</strong> />
com as o<strong>br</strong>as do PAC, podemos a partir deste lugar, onde aprofundamos como tem<<strong>br</strong> />
se dado no contexto local os impactos a saúde, inferir novas perspectivas de<<strong>br</strong> />
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