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4.1.6 Participação social: um caminho a ser percorrido?<<strong>br</strong> />
De que forma se pode intervir nesse processo de forma salutar é uma<<strong>br</strong> />
questão a ser respondida às crianças, adolescentes, trabalhadores e trabalhadoras,<<strong>br</strong> />
famílias, profissionais da saúde e educação e movimentos sociais. Percebe-se um<<strong>br</strong> />
clamor por isso. Os aspectos descritos aqui estariam elencados nos problemas<<strong>br</strong> />
historicamente atribuídos ao campo, ao espaço rural? Ou assemelham-se mais às<<strong>br</strong> />
características peculiares presentes nas periferias dos grandes centros urbanos?<<strong>br</strong> />
Parece-nos que a forma como o agronegócio se apropria do território local<<strong>br</strong> />
contribui de forma efetiva para aproximar o campo das periferias, que a so<strong>br</strong>evida<<strong>br</strong> />
deste modelo carrega em si, a habilidade de ser co-produtor de iniqüidades sociais<<strong>br</strong> />
por onde passa. Nota-se no rastro deste processo de geração de emprego vão se<<strong>br</strong> />
aniquilando e destruindo o que teoricamente representam os mais frágeis dentro da<<strong>br</strong> />
comunidade, que são as crianças e adolescentes.<<strong>br</strong> />
Tem-se um tensionamento constante por uma perda da identidade cultural<<strong>br</strong> />
do camponês, de agente ativo produtor a agente submetido ao emprego, às regras<<strong>br</strong> />
do trabalho empresarial, acessando aqui de modo mais expressivo o componente<<strong>br</strong> />
consumo, propagado como uma necessidade humana nos tempos modernos. Temse,<<strong>br</strong> />
portanto, a transformação das pessoas em mercado-consumidor, seja de<<strong>br</strong> />
drogas, seja de meios de transportes, equipamentos eletrônicos, dentre outros.<<strong>br</strong> />
Esse processo é dito de outra forma por alguns autores, denominando-o<<strong>br</strong> />
de desterritorialização, reterritorialização, ou ainda multiterritorialidade. Em relação a<<strong>br</strong> />
este último, Haesbaert (2005, p. 10) destaca que<<strong>br</strong> />
192<<strong>br</strong> />
[...] o poder no seu sentido simbólico também precisa ser devidamente<<strong>br</strong> />
considerado em nossas concepções de território. É justamente por fazer<<strong>br</strong> />
uma separação demasiado rígida entre território como dominação (material)<<strong>br</strong> />
e território como apropriação (simbólica) que muitos ignoram e a<<strong>br</strong> />
complexidade e a riqueza da “multiterritorialidade” em que estamos<<strong>br</strong> />
mergulhados.<<strong>br</strong> />
O autor aponta que precisamos compreender o conceito de<<strong>br</strong> />
multiterritorialidade e territórios-rede que são moldados no e pelo movimento,<<strong>br</strong> />
implicando o reconhecimento da importância estratégica do espaço e do território na<<strong>br</strong> />
dinâmica transformadora da sociedade (HAESBAERT, 2005).