palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...
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pouco essa área e [...] não é um problema só de saúde, é um problema de<<strong>br</strong> />
todas as áreas, de todos os campos e também devido [...] esse problema<<strong>br</strong> />
dessas pessoas não serem cadastradas e de não se saber no real o total da<<strong>br</strong> />
população aqui e, que a população de uma maneira direta e indireta usa<<strong>br</strong> />
essa saúde, chega a ser insuficiente mesmo, porque vem o tipo de<<strong>br</strong> />
assistência para um tanto de gente quando na verdade tem outro número<<strong>br</strong> />
de pessoas utilizando porque além de ser falho tem esse agravante. (Grupo<<strong>br</strong> />
de pesquisa).<<strong>br</strong> />
É porque a situação é precária, tem muita gente e pouco funcionário. Tem<<strong>br</strong> />
dois médicos um em cada posto, tem poucos enfermeiros, tem um único<<strong>br</strong> />
dentista, [...] não é as pessoas que são irresponsáveis ou pode até ser, não<<strong>br</strong> />
sei, mas a maioria eu tenho certeza que não é, mas só que tem muita gente<<strong>br</strong> />
para ser atendida e pouca gente para atender. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
Quanto ao agir em saúde promovendo saúde, nos foram apresentados<<strong>br</strong> />
relatos desfavoráveis a essa questão, perpassando pelo acolhimento inadequado<<strong>br</strong> />
dos usuários pelo serviço de saúde. No que tange a essa questão, Emerson Merhy<<strong>br</strong> />
destaca que a abordagem do profissional de saúde constitui-se num ato relacional,<<strong>br</strong> />
interação de pessoas, que necessariamente acessa a subjetividade humana.<<strong>br</strong> />
Qualquer abordagem assistencial de um trabalhador de saúde junto a um<<strong>br</strong> />
usuário-paciente, produz através de um trabalho vivo em ato, em processo<<strong>br</strong> />
de relações, isto é, há um encontro entre duas pessoas, que atuam uma<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e a outra, e no qual opera um jogo de expectativas e produções,<<strong>br</strong> />
criando-se intersubjetivamente alguns momentos de falas, escutas e<<strong>br</strong> />
interpretações, no qual há a produção de uma acolhida ou não das<<strong>br</strong> />
intenções que estas pessoas colocam neste encontro; momento de<<strong>br</strong> />
possíveis cumplicidades, nos quais pode haver a produção de uma<<strong>br</strong> />
responsabilização em torno do problema que vai ser enfrentado, ou mesmo<<strong>br</strong> />
de momentos de confiabilidade e esperança, nos quais se produzem<<strong>br</strong> />
relações de vínculo e aceitação. (MERHY, 1999, p. 308).<<strong>br</strong> />
A expressão “atender mal” e/ou “destratou”, como observamos na fala<<strong>br</strong> />
seguinte nos apresenta uma ruptura com a possível construção de um vínculo<<strong>br</strong> />
profissional de saúde - usuário. Pensando que todas as relações humanas<<strong>br</strong> />
envolvem subjetividades e incorporam uma dimensão cultural, este fato nos<<strong>br</strong> />
condiciona a questionar: se está preconizado como ação prioritária a garantia do<<strong>br</strong> />
atendimento à mulher e à criança, e esse processo ainda esbarra em questões<<strong>br</strong> />
como esta, como se dará, então, a relação profissional de saúde - trabalhador?<<strong>br</strong> />
Mas, não tem dentista que queiram vir, e o que está vindo, todo mundo<<strong>br</strong> />
reclama que ele atende mal e ele está sendo processado [...] porque ele<<strong>br</strong> />
destratou uma mãe com uma criança especial [...]. (Grupo de pesquisa).