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palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...

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4.1.4 A organização do serviço e as práticas dos profissionais: convergências e<<strong>br</strong> />

divergências<<strong>br</strong> />

Procedendo-se a análise da política de saúde, ainda que restrita ao<<strong>br</strong> />

contexto de uma unidade básica, pois não foram apurados dados quantitativos e<<strong>br</strong> />

qualitativos, para inferir em um processo analítico genérico e profundo, percebemos<<strong>br</strong> />

que as fragilidades se apresentam em quase todos os eixos: financiamento, gestão<<strong>br</strong> />

do trabalho em saúde, humanização, educação permanente e cobertura<<strong>br</strong> />

assistencial.<<strong>br</strong> />

Todas essas questões contribuem direta ou indiretamente no processo de<<strong>br</strong> />

trabalho da equipe e se refletem nas práticas de saúde. Merhy (1999, p. 307),<<strong>br</strong> />

teorizando so<strong>br</strong>e o agir em saúde, pondera que “[...] o trabalho em saúde produz um<<strong>br</strong> />

certo modo de cuidar, que poderá ou não ser curador ou promovedor da saúde.”<<strong>br</strong> />

Considerando que a equipe tem uma área de cobertura já contando com uma<<strong>br</strong> />

população superior à capacidade de suporte dos profissionais, com o incremento<<strong>br</strong> />

dos “trabalhadores nômades”, e a influência do modelo biomédico, a equipe<<strong>br</strong> />

restringe-se a práticas de saúde hegemônicas, corroborando a ideia apresentada<<strong>br</strong> />

por Merhy (1999, p. 307)<<strong>br</strong> />

186<<strong>br</strong> />

As produções de atos de saúde podem ser simplesmente centradas em<<strong>br</strong> />

procedimentos e não nas necessidades de saúde dos usuários, e a<<strong>br</strong> />

finalidade última pela qual esta produção se realiza esgota-se na produção<<strong>br</strong> />

de um paciente operado, vacinado e ponto final.<<strong>br</strong> />

Ao se olhar a percepção dos sujeitos participantes deste estudo, pode-se<<strong>br</strong> />

dizer que há clareza quanto à fragilidade do funcionamento do serviço de saúde<<strong>br</strong> />

local; apontam-se a demanda reprimida, a escassez e o possível descompromisso<<strong>br</strong> />

dos profissionais de saúde. Quanto ao comprometimento ou responsabilização, ao<<strong>br</strong> />

que parece, para o grupo, convivem os dois tipos de profissionais - irresponsáveis e<<strong>br</strong> />

responsáveis - prevalecendo os comprometidos.<<strong>br</strong> />

[...] a saúde é falha, realmente é um pouco insuficiente para o total dessa<<strong>br</strong> />

população, mas é porque tudo se leva só até a saúde, não se distribui as<<strong>br</strong> />

responsabilidades, está direcionando todos os problemas, que são: a droga,<<strong>br</strong> />

prostituição, as doenças, direciona a saúde, [...] está so<strong>br</strong>ecarregando um

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