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ser compreendido desde várias dimensões que interagem : os homens na qualidade<br />
de sujeitos confrontados com as diferentes dimensões da vida; os serviços na<br />
maneira como se organizam para atender os usuários, considerando suas<br />
particularidades e os vínculos estabelecidos entre os serviços e vice-versa<br />
(FIGUEIREDO, 2005).<br />
Com base nos eixos apresentados pelo autor em relação a gênero<br />
masculino e serviço de saúde, há de se pensar que, além de conseguir criar pontes<br />
entre serviços de saúde – homens, é preciso criar pontes entre serviços de saúde -<br />
homens trabalhadores, assumindo a categoria trabalho como interferente no<br />
processo saúde-doença.<br />
É necessário dizer que a preocupação com as mulheres tem origem,<br />
também, por figurarem como dentro da atenção prioritária no SUS, merecendo,<br />
portanto, uma acolhida de seus problemas de forma extensiva pelo setor saúde.<br />
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Eles (migrantes para o emprego) estão em Lagoinha, dependem da saúde<br />
de Lagoinha. [...] não querem ser cadastrados, [...] porque eles vêm por<br />
safra, passam seis meses e vão embora, é temporário. Tem muita gente,<br />
mas não é registrado infelizmente, porque eles não aceitam. Ela (Agente de<br />
Saúde) tem no cadastro dela 303 pessoas [...] porque têm essa condição<br />
[...], essas casas com esses monte de homem que não querem. Não tem<br />
uma casa para ter menos de seis, sete homens. Só homens, que vem da<br />
Paraíba, Maranhão, de todo canto que você possa imaginar [...] do meio do<br />
sertão. E a maioria deles não estão cadastrados [...] no SIAB, no sistema de<br />
informação [...]. (Grupo de pesquisa).<br />
Além da falta de ações que contemplem o trabalhador, há um agravante,<br />
que é a invisibilidade dessas pessoas nos bancos de dados oficiais, como no<br />
Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) 12 ; e, também são migrantes não<br />
estão registrados no Censo populacional do Município. Ainda bem que esse<br />
processo não pode tornar esses trabalhadores e trabalhadoras invisíveis dentro da<br />
comunidade, como também não o são os seus problemas.<br />
Nesse ínterim, desenvolvem-se as ações locais de saúde, mergulhados<br />
numa complexa teia de sujeitos visíveis e invisíveis, dependendo de quem olha e<br />
como os percebe. Esse processo cíclico é determinado pela produção da fruta, no<br />
12 Ver Manual do Sistema de Informação da Atenção Básica. Brasília-DF. 2000, 68 p.