palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...
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essas empresas terem regras para que essas pessoas possam realmente<<strong>br</strong> />
ter acesso a saúde [...] a fiscalização do uso de equipamentos, a prevenção<<strong>br</strong> />
de doenças [...]. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
Além de o processo de trabalho na atenção primária à saúde não<<strong>br</strong> />
contemplar de forma consistente as ações em saúde do trabalhador, o que tem se<<strong>br</strong> />
dado em Lagoinha é que há um contingente de trabalhadores que estão no<<strong>br</strong> />
agronegócio que sequer existem nos bancos de dados oficiais do Município, que<<strong>br</strong> />
são os migrantes para o emprego temporário, mas que durante um período médio<<strong>br</strong> />
de seis meses trabalham e moram no Município.<<strong>br</strong> />
É bem provável que esses trabalhadores se constituam dentro dos grupos<<strong>br</strong> />
populacionais mais vulneráveis, somando-se as trabalhadoras do sexo, pois, como<<strong>br</strong> />
estas, que não têm moradia, alimentação adequada, dentre outros, se encontram<<strong>br</strong> />
estes. Ambos, trabalhadores do agronegócio, homens, e trabalhadoras do sexo,<<strong>br</strong> />
mulheres, vivem em condições que ferem os princípios da dignidade humana, no<<strong>br</strong> />
entanto, por questões culturais, assim entendemos, que o homem sertanejo,<<strong>br</strong> />
principalmente o camponês, se constitui, no imaginário coletivo e, também no setor<<strong>br</strong> />
saúde, em uma figura humana resistente à dor, que não chora nem adoece, não<<strong>br</strong> />
havendo, portanto, a mesma preocupação com estes como há com as<<strong>br</strong> />
trabalhadoras do sexo.<<strong>br</strong> />
Frisemos, no entanto, que no agronegócio também temos mulheres<<strong>br</strong> />
trabalhando, e, que estas também estão submetidas a condições de trabalho que<<strong>br</strong> />
precisam ser vistas pelo setor saúde. A perspectiva de abordagem à saúde do<<strong>br</strong> />
trabalhador avança muito mais do que uma política voltada para a saúde da mulher<<strong>br</strong> />
ou saúde do homem, sem querer adentrar as questões de gênero.<<strong>br</strong> />
[...] o agronegócio aqui tanto é para mulher como para homem e empregam<<strong>br</strong> />
muita mulher, muita mulher. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />
Figueiredo (2005) aponta em um estudo so<strong>br</strong>e a saúde dos homens,<<strong>br</strong> />
dialogando com a questão de gênero e não com a categoria trabalho, que nos<<strong>br</strong> />
modelos de masculinidade idealizadas estão presentes as noções de<<strong>br</strong> />
invulnerabilidade e de comportamento de risco – como valores da cultura masculina.<<strong>br</strong> />
O autor considera que a atenção primária tem um desafio a enfrentar, que precisa