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É importante indagar: em que medida a implantação dessas empresas<<strong>br</strong> />
agrícolas na chapada do Apodi tem se constituído em alternativa promotora de<<strong>br</strong> />
saúde e de melhoria da qualidade de vida?<<strong>br</strong> />
A geração do emprego, por si só, constitui uma estratégia de garantia de<<strong>br</strong> />
acesso a direitos fundamentais?<<strong>br</strong> />
Não nos parece uma resposta fácil pela complexidade que envolve as<<strong>br</strong> />
relações que se dão no território em relação ao mundo do trabalho; mas à luz dos<<strong>br</strong> />
escritos de Pinheiro et al. (2009) so<strong>br</strong>e os riscos socioambientais advindos com a<<strong>br</strong> />
moderna agricultura, deixamos a reflexão acima para que busquemos respondê-las<<strong>br</strong> />
com base no que nos dizem os autores já citados.<<strong>br</strong> />
171<<strong>br</strong> />
No campo, ainda existem importantes limitações de acesso e qualidade dos<<strong>br</strong> />
serviços de saúde, bem como uma situação deficiente de saneamento<<strong>br</strong> />
ambiental. O processo de “modernização conservadora” da agricultura no<<strong>br</strong> />
Brasil ainda tem agravado mais esse quadro, uma vez que criou novos<<strong>br</strong> />
riscos socioambientais para a saúde dessa população. Toda esta discussão<<strong>br</strong> />
sugere que, no Brasil, existe um quadro de franco desfavorecimento da<<strong>br</strong> />
população rural em relação à urbana no que se refere às condições de vida,<<strong>br</strong> />
trabalho e saúde. Não se compartilha aqui da visão de que o “rural” seja<<strong>br</strong> />
uma esfera atrasada, arcaica, passiva e superada, mas, sim, de que é<<strong>br</strong> />
necessário o estabelecimento de políticas públicas justas e inadiáveis que<<strong>br</strong> />
resgatem essa imensa dívida social, cultural, ambiental e sanitária com as<<strong>br</strong> />
populações do campo. (PINHEIRO et al., 2009, p.28).<<strong>br</strong> />
O panorama que nos é apresentado por meio da descrição e reflexão do<<strong>br</strong> />
grupo não é totalmente favorável à alusão de que o agronegócio na região se<<strong>br</strong> />
constitua como estrutura promotora de saúde, na medida em que carreia em si o<<strong>br</strong> />
potencial gerador de danos irreparáveis à saúde dos trabalhadores a ela<<strong>br</strong> />
diretamente vinculados, às comunidades, ao ambiente e, também, às próprias<<strong>br</strong> />
políticas públicas, que passam a ser so<strong>br</strong>ecarregadas pelos impactos das condições<<strong>br</strong> />
de vida da população.<<strong>br</strong> />
A gente fala que na agricultura você está exposto ao sol, não sei o quê,<<strong>br</strong> />
agrotóxico, veneno! Sim! E, eu vou para que lugar, se não for trabalhar?<<strong>br</strong> />
Qual a minha perspectiva de vida? É complicado por que não tem mesmo,<<strong>br</strong> />
ou você está lá nas empresas morrendo com agrotóxico, no meio do sol<<strong>br</strong> />
sem uma proteção, exposto a tudo que é tipo de doença, ou você vai morrer<<strong>br</strong> />
de fome! É o que eles dizem logo. [...] ‘ou a gente vai está lá a mercê<<strong>br</strong> />
dessas doenças, ou vai morrer todo mundo de fome, porque não tem outra