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palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...

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outros problemas, como as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez<<strong>br</strong> />

precoce. Nessa construção em que se promovem transformações do modo de vida<<strong>br</strong> />

no território, apresentamos o que nos dizem as interpretações dos sujeitos do grupo.<<strong>br</strong> />

166<<strong>br</strong> />

[...] as donas dos bares, geralmente são mulheres que já foram a vida<<strong>br</strong> />

todinha prostituta, então elas vão lá buscar três quatro mulheres, não sei<<strong>br</strong> />

como é esse buscar, eu sei que elas vem por livre espontânea vontade.<<strong>br</strong> />

Nunca uma disse que vinha enganada [...]. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />

Agora vale ressaltar [...] que a maioria desses bares que tem aqui [...] não<<strong>br</strong> />

são pessoas daqui que colocam, tem alguns, mas a maioria são pessoas de<<strong>br</strong> />

fora que vem colocar o bar aqui. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />

[...] eu percebo que quando tem as novas você vê que não é gente que não<<strong>br</strong> />

sabe, ela já vem de outro canto como prostituta. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />

Chegam à comunidade novas pessoas e velhos problemas que integram<<strong>br</strong> />

a dinâmica local, sem a calorosa acolhida, que é própria dos cearenses. Porém, se<<strong>br</strong> />

não são gente de lá, de onde vêm as donas dos bares e as jovens prostitutas? Não<<strong>br</strong> />

é de muito longe, são provenientes das cidades circunvizinhas e da Capital do<<strong>br</strong> />

Estado, no entanto, a relação e os vínculos com a comunidade praticamente<<strong>br</strong> />

inexistem, porque a sua estada é <strong>br</strong>eve, pois logo será necessário vir outra “novata”<<strong>br</strong> />

para assumir o posto, talvez porque esta, que hoje está a serviço, amanhã esteja<<strong>br</strong> />

parida, ou quem sabe por que o seu tipo de trabalho lhe exige sempre caminhar e<<strong>br</strong> />

ser “novata” em outros lugares.<<strong>br</strong> />

Elas vem de Fortaleza, Baraúna, Mossoró, Lagoa Vermelha que é por perto<<strong>br</strong> />

aqui [...].Morada Nova também tem muito. [...] é muito rotativo, elas vem e<<strong>br</strong> />

passam quinze dias, um mês no máximo e vão embora aí depois passa o<<strong>br</strong> />

quê, passa um mês fora, porque é assim, elas passam um mês, mas elas<<strong>br</strong> />

passam um mês só nesse bar aí não, toda semana elas estão num bar<<strong>br</strong> />

diferente [...]. (Grupo de pesquisa).<<strong>br</strong> />

Essa cadeia de prostituição promove vários impactos à cultura, ao modo<<strong>br</strong> />

de vida local, e também so<strong>br</strong>e o serviço de saúde, e, primeiramente, é claro, causa<<strong>br</strong> />

danos irreversíveis a estas mulheres. São trabalhadoras, são so<strong>br</strong>eviventes, são<<strong>br</strong> />

vítimas! Na luta psíquica travada para so<strong>br</strong>eviver ao seu trabalho, assumem o uso

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