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prostituição feminina. Diga-se feminina, em primeira instância, para não dizer<<strong>br</strong> />
infanto-juvenil, porque ela acontece em tenra idade, e no tempo de vida da<<strong>br</strong> />
juventude, quando reinam a beleza e o vigor da força de trabalho juvenil.<<strong>br</strong> />
165<<strong>br</strong> />
Quinze, quatorze, vinte, dezenove anos. Tem de quinze até trinta anos. De<<strong>br</strong> />
trinta acima não tem, só as donas dos bares. É adolescente, e é proibido,<<strong>br</strong> />
tem umas que [...] já tem outros filhos que a mãe cria e não sei quem, elas<<strong>br</strong> />
deixam na cidade, aí elas dizem [...] o meu documento ficou lá com mamãe<<strong>br</strong> />
que ela está cuidando dos meninos. É tanto prova que toda semana e a<<strong>br</strong> />
cada quinze dias elas vão na cidade delas deixar o dinheiro para o sustento<<strong>br</strong> />
dos filhos, a maioria. É complicadíssimo. [...] para fazer o exame lá no<<strong>br</strong> />
hospital tem que ter o documento e elas não tem documento [...]. (Grupo de<<strong>br</strong> />
pesquisa).<<strong>br</strong> />
Neste relato podemos perceber que são mulheres biologicamente falando,<<strong>br</strong> />
são mães, são adolescentes, são trabalhadoras atiradas e corajosas que migram<<strong>br</strong> />
em busca do sustento para si e para os filhos. Pelo exposto, a venda do corpo<<strong>br</strong> />
constitui mecanismo de subsistência nesse contexto. É nessa realidade que<<strong>br</strong> />
seguiremos imersa ao longo desse tópico, desvelando diversos problemas sociais<<strong>br</strong> />
com severos impactos à saúde. Permearemos a vida marginal, a vida sem<<strong>br</strong> />
perspectivas, a vida de vários grupos populacionais de Lagoinha, como expresso<<strong>br</strong> />
em outros dizeres por Gomes (2006) apud Santos (2007):<<strong>br</strong> />
A grande maioria dos grupos sociais desprovida de capital, uma vez não<<strong>br</strong> />
tendo possibilidade de adquirir os bens necessários para sua so<strong>br</strong>evivência,<<strong>br</strong> />
vende sua força de trabalho (única coisa que lhe resta) para manter-se vivo<<strong>br</strong> />
(a preço estabelecido pela dinâmica da acumulação capitalista),<<strong>br</strong> />
constituindo uma força produtiva controlada e “submissa”, mas que é a<<strong>br</strong> />
principal impulsionadora do avanço capitalista, seja como mão-de-o<strong>br</strong>a, seja<<strong>br</strong> />
como consumidora. (SANTOS et al. apud GOMES, 2006b; GOMES, 2007,<<strong>br</strong> />
p. 830).<<strong>br</strong> />
Na perspectiva capitalista, o desenvolvimento na região jaguaribana<<strong>br</strong> />
possibilita a geração de lucros para alguns e exclusão de outros. Os lucros ficam<<strong>br</strong> />
para as grandes multinacionais e os resquícios, os problemas ambientais, sociais<<strong>br</strong> />
com consequências desastrosas para a saúde ficam para os camponeses, os<<strong>br</strong> />
sertanejos da Chapada.<<strong>br</strong> />
Assim, espalha-se de forma potente, dentro de uma comunidade de um<<strong>br</strong> />
município po<strong>br</strong>e do Ceará, como é o caso de Lagoinha, com toda a eloquência e as<<strong>br</strong> />
distintas vertentes que dão origem a tal questão, a prostituição e as drogas, dentre