palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...
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A aproximação com o mundo do trabalho, no território, aponta para a<<strong>br</strong> />
necessidade de avaliações constantes das práticas de saúde na atenção primária à<<strong>br</strong> />
saúde, na tentativa de enumerar novas estratégias, que viabilizem a realização de<<strong>br</strong> />
diagnósticos sociossanitários capazes de promover o delineamento de ações em<<strong>br</strong> />
conformidade com o que pensam Santos e Rigotto (2009, p. 4).<<strong>br</strong> />
158<<strong>br</strong> />
A apreensão e compreensão do território, em que pese toda a sua riqueza<<strong>br</strong> />
e complexidade, sinalizam uma etapa primordial para a caracterização<<strong>br</strong> />
descritiva e analítica das populações humanas e de seus problemas de<<strong>br</strong> />
saúde, bem como se aplica à avaliação dos reais impactos dos serviços<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e os níveis de saúde dessa população, possibilitando ou efetivamente<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>indo espaços para o desenvolvimento de práticas de saúde voltadas<<strong>br</strong> />
para o chão concreto da vida cotidiana das pessoas, o lugar.<<strong>br</strong> />
No tópico quarto deste estudo, apresentamos <strong>br</strong>eve discussão so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />
trabalho e o emprego com a análise dos discursos dos sujeitos envolvidos neste<<strong>br</strong> />
processo.<<strong>br</strong> />
A elaboração do mapa ambiental nos auxiliou no debate so<strong>br</strong>e as<<strong>br</strong> />
transformações percebidas no território local e de que forma enseja impactos à<<strong>br</strong> />
saúde das pessoas do lugar. Com esse mapa, foi possível perceber que há um<<strong>br</strong> />
processo em curso que ocasiona repercussões não só benéficas, mas que também<<strong>br</strong> />
podem ser e o são muitas vezes maléficas à vida. Nesse sentido, o grupo<<strong>br</strong> />
surpreende-se com a rapidez das transformações ocorridas no território. Identificase<<strong>br</strong> />
inclusive um aspecto de fundamental importância, que é a perda da liberdade de<<strong>br</strong> />
ir e vir, pois a terra passa a ser propriedade privada; ou seja, há uma perda para os<<strong>br</strong> />
camponeses do contato com a natureza que se materializa na liberdade de andar,<<strong>br</strong> />
correr, <strong>br</strong>incar pelos campos sem medo, numa relação de convivência que dá prazer<<strong>br</strong> />
e saúde. O processo acontece, porém, de forma tão “despercebida” que somente<<strong>br</strong> />
em um processo reflexivo como este que as pessoas se dão conta das<<strong>br</strong> />
transformações no modo de vida delas decorrentes de agentes externos, alheios as<<strong>br</strong> />
suas relações sociais, mas potencialmente transformadores da vida.<<strong>br</strong> />
[...] eu moro há 26 anos aqui na Lagoinha e já passei por várias mudanças,<<strong>br</strong> />
mas você percebe no dia-a-dia, mas quando você pára para fazer um mapa<<strong>br</strong> />
com as mudanças que houve no lugar que você mora, você, chega a ficar<<strong>br</strong> />
surpreso e vê o quanto de beneficio trouxe, mas por outro lado quantos<<strong>br</strong> />
malefícios trouxe também! Quando as pessoas que tinha a liberdade de<<strong>br</strong> />
correr e <strong>br</strong>incar nos campos e hoje não tem mais essa liberdade, hoje é<<strong>br</strong> />
tudo tomado de plantação! [...] você pára para analisar as mudanças você