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palavras primeiras - Repositorio.ufc.br - UFC - Universidade Federal ...

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trabalhador, que a centralidade do modo de produção está na garantia de produto,<<strong>br</strong> />

como um ato mecânico, desconsiderando a pessoa que trabalha.<<strong>br</strong> />

152<<strong>br</strong> />

Eu achei muito difícil [...] construir esse mapa, são tantas profissões<<strong>br</strong> />

especificadas, mas [...] se você está em um lugar fora do seu, e a pessoa<<strong>br</strong> />

pergunta: qual é a principal fonte de renda lá na sua comunidade? E aí, de<<strong>br</strong> />

repente, a gente não sabe, porque antigamente a principal fonte de renda<<strong>br</strong> />

da Lagoinha só era o algodão [...] e o cal, hoje já tem essas diversas<<strong>br</strong> />

plantações, de banana, melão, mamão [...] e isso aí (elaboração do mapa)<<strong>br</strong> />

é muito bom para gente acordar [...] para ver a realidade [..] da comunidade<<strong>br</strong> />

da gente [...] os riscos, porque às vezes a pessoa trabalha, mas não se<<strong>br</strong> />

preocupa se está correndo algum risco, a preocupação é na produção. É<<strong>br</strong> />

produzir! Produzindo é o que basta, não se preocupa com o que pode<<strong>br</strong> />

acontecer com o trabalhador que está produzindo aquele alimento. (Grupo<<strong>br</strong> />

de pesquisa).<<strong>br</strong> />

A percepção do agronegócio e do processo produtivo como gerador de<<strong>br</strong> />

risco dialoga com a interpretação de territorialização proposta por Santos e Rigotto<<strong>br</strong> />

(2009, p. 9), na medida em que ressaltam a importância do mapeamento abordar,<<strong>br</strong> />

ou seja, dar-se conta da fluidez dos processos produtivos locais.<<strong>br</strong> />

[...] o processo contínuo de territorialização deve se propor a ir além do<<strong>br</strong> />

mapeamento inicial e da delimitação estanque dos territórios, mas<<strong>br</strong> />

contemplar permanentemente as distintas dinâmicas que emergem de cada<<strong>br</strong> />

território, relacionadas, por exemplo, a chegada de novos processos<<strong>br</strong> />

produtivos e tecnológicos que, se por um lado, atendem a determinados<<strong>br</strong> />

interesses sociais, por outro lado, são portadores e viabilizadores de<<strong>br</strong> />

numerosas possibilidades de geração de riscos e ampliação de<<strong>br</strong> />

vulnerabilidades, bem como da efetiva ocorrência de danos e agravos à<<strong>br</strong> />

saúde humana e dos ecossistemas prestadores de serviços ambientais<<strong>br</strong> />

relevantes para toda a comunidade de vida local.<<strong>br</strong> />

Inferimos que numa proposta de territorialização, que pressupõe a<<strong>br</strong> />

atuação coletiva de agentes sociais, visando a apresentação de uma visão<<strong>br</strong> />

sistêmica, propiciando a ampliação da percepção so<strong>br</strong>e a realidade, só é possível<<strong>br</strong> />

se contar com uma estratégia metodológica indutora da criticidade, esta entendida,<<strong>br</strong> />

como fala o educador Paulo Freire, nos seus ensinamentos so<strong>br</strong>e a educação:<<strong>br</strong> />

[...] é precisamente a criticidade a nota fundamental da mentalidade<<strong>br</strong> />

democrática. Quanto mais crítico um grupo humano, tanto mais democrático<<strong>br</strong> />

e permeável [...]. Tanto mais democrático, quanto mais ligado às condições<<strong>br</strong> />

de sua circunstância. Quanto menos criticidade em nós, tanto mais<<strong>br</strong> />

ingenuamente tratamos os problemas e discutimos superficialmente os<<strong>br</strong> />

assuntos. (FREIRE, 1992, p. 103).

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