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[...] feijão, farinha e rapadura quem tinha, e, quem muito tinha, tinha farinha.<<strong>br</strong> />
O meu avô era o mais ‘barriga cheia’, na era de 32 o meu avô tinha família,<<strong>br</strong> />
onze filhos, seis mulheres e cinco homens. (Informante B).<<strong>br</strong> />
[...] a vida comercial de Lagoinha teve início com o comércio [...] não<<strong>br</strong> />
progrediu, pois após a morte do comerciante, a família não teve interesse<<strong>br</strong> />
em continuar com o negócio. Naquela época a pessoa que matava boi não<<strong>br</strong> />
tinha um canto apropriado para vender e vendia na própria bodega, e para<<strong>br</strong> />
chamar os fregueses usava uma espécie [...] de berrante, um maior para<<strong>br</strong> />
chamar pessoas mais distantes e um menor para chamar os mais próximos<<strong>br</strong> />
[...]. (Informante B).<<strong>br</strong> />
O percurso da comunidade na conquista dos direitos sociais básicos<<strong>br</strong> />
perpassa algumas décadas, como podemos observar na cronologia descrita na<<strong>br</strong> />
Figura 34 - Fluxograma de Acesso a Serviços Sociais Básicos. Ressaltamos, no<<strong>br</strong> />
entanto, que a implantação de serviços básicos de saúde, educação, lazer não<<strong>br</strong> />
garantem qualidade da política pública. Entendemos, porém, que a presença dessas<<strong>br</strong> />
instituições reflete os caminhos que a comunidade tem vivenciado em prol da<<strong>br</strong> />
conquista da cidadania dos moradores da chapada do Apodi, em especial a<<strong>br</strong> />
comunidade de Lagoinha. Nesse sentido, o relato explicita o empenho, a<<strong>br</strong> />
mobilização e a organização da comunidade na empreitada de reivindicar, lutar e<<strong>br</strong> />
constituir com seus recursos, instituições que deveriam ser de responsabilidade do<<strong>br</strong> />
Estado.<<strong>br</strong> />
A grande riqueza que se consubstancia na prática desse povo concerne<<strong>br</strong> />
à sua capacidade de des<strong>br</strong>avar coletivamente e gerar mudanças no território vivido,<<strong>br</strong> />
como fica evidente na fala do nosso informante.<<strong>br</strong> />
[...] a vinda do segundo grau [...] conversando com ela (diretora da escola)<<strong>br</strong> />
para fazer esse trabalho [...] ela disse que foi uma luta muito árdua, porque<<strong>br</strong> />
naquele tempo, se hoje é difícil [...] conseguir isso aí, naquele tempo ainda<<strong>br</strong> />
era mais, se bem que é um tempo já bem recente, 1997, mas ela disse que<<strong>br</strong> />
não foi muito fácil conseguir. (Informante A).<<strong>br</strong> />
[...] a construção da casa de polícia foi sem remuneração [...] idéia das<<strong>br</strong> />
associações locais da comunidade [...] era vontade da comunidade. A<<strong>br</strong> />
comunidade é quem queria, já que o governo não construía (a comunidade<<strong>br</strong> />
construiu). Para questão da segurança pública. (Informante A).<<strong>br</strong> />
A água sempre permeou de forma intensa a vida dos camponeses da<<strong>br</strong> />
região da Chapada. Em primeiro lugar, porque migraram para fugir das enchentes,