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conhecida a famosa Lagoinha, foi aterrada com a construção da estrada.<br />
[...] a cheia 1917 foi mais um empurrão para que algumas famílias<br />
decidissem afixar residência em Lagoinha [...]. (Informante A).<br />
[...] Vieram de Tucurujuba e Boqueirão devido às enchentes, esse foi um<br />
dos fatores que fizeram com que as famílias viessem para cá. Em 1920 foi a<br />
chegada dos primeiros habitantes [...]. (Informante A).<br />
Com esse relato, compreendemos que a relação com o ambiente já está<br />
presente na vida da comunidade desde a sua fundação.<br />
Na década de 1930, foram construídas as primeiras casas com matéria-<br />
prima proveniente da carnaúba. A arquitetura das casas assemelha-se às<br />
edificações indígenas, o que dá um indicativo de que os primeiros habitantes da<br />
chapada seriam dessa etnia, principalmente, porque há afirmação de que havia<br />
alguns índios e, que, já encontraram em 1880 ranchos de madeira cobertos de palha<br />
na Chapada.<br />
[...] casas de palha, coberta de palha agora os caibro e as ripa de carnaúba<br />
e as porta de talo, a porta de entrada de talo da carnaúba. Parece casa de<br />
índio. Tem um pessoal aqui que é índio, tem, mas é pouco. (Informante B).<br />
[...] no começo do ano de trinta e cinco, em janeiro [...] uma casa de palha<br />
de carnaúba um [...] dinheiro medonho [...] noventa mil réis [...] eu vou dá a<br />
casa a você por noventa mil réis! (Informante B).<br />
O barro daqui não dá tijolo, não. É tudo feito lá fora. Aqui só tem muito é<br />
pedra, a chapada aqui é pedra. Zé Honorato é todo de pedra a casa dele.<br />
[...] Eu levantei a maior casa foi de Manuel [...] todinha de pedra, trabalhei<br />
onze meses para construir e ainda hoje está lá. (Informante B).<br />
Casa coberta de palha! Quando [...] começaram a fazer de telha, mas, aqui,<br />
um milheiro, pobrezinho não podia comprar, não porque era caro! A pedra<br />
não era comprada sempre pedia a fulano, cicrano. (Informante B).<br />
Apesar das enchentes terem tido importância na decisão dos povos das<br />
várzeas para migrarem rumo à chapada, a seca também teve sua contribuição no<br />
processo de migração dos habitantes da Chapada para outros destinos no Ceará.<br />
Resta, porém, que esse processo era somente relacionado à busca de trabalho, que<br />
se tornava raro na Chapada na década de 1930. Não é necessariamente por<br />
escassez de água, mas sim de formas de trabalho que garantissem a sobrevivência<br />
e fixação da população no território. Apesar da expulsão advinda desse processo,